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Mioma Uterino: Definição, Epidemiologia e Tratamento

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Mioma / Leiomioma / Miomatose | MATEUS LÓSSIO 
 
M I OM A T OSE UT E RINA 
D E F I NI ÇÃ O - LE I OM I OMA 
 Os leiomiomas por definição são tumores benignos formados por fibras musculares lisas do útero 
com estroma de tecido conjuntivo em proporções variáveis. Podem incidir no corpo e cérvice 
uterinos. 
✓ O termo mioma é usual e corriqueiramente empregado. 
✓ Tumor nodular benigno formado por fibras musculares lisas do útero c/ estroma de tecido 
conjuntivo em proporções variáveis 
▪ Pode incidir tanto no corpo, como na cérvice uterina. (Mais comum no corpo) 
✓ São considerados tumores benignos pela sua baixa taxa de malignização (<1 % se transforma em 
leiomiossarcoma). 
✓ Embora os leiomiomas possam regredir de tamanho espontaneamente na pós-menopausa pelo 
hipoestrogenismo, eles não tendem a desaparecer 
E PID E M IOLOGIA E F A T ORE S D E R ISCO 
 É a neoplasia benigna mais comum da mulher – Corresponde a 95% dos tumores benignos do trato 
genital feminino. 
✓ Acomete 1/3 das mulheres em idade reprodutiva 
✓ Responsável por 1/3 das histerectomias (maior causa) 
FATORES PREDISPONENTES 
(Tudo que leva a uma maior ação estrogênica) 
FATORES DE PROTEÇÃO 
(Tudo que tem efeito antiestrogênico) 
Histórico familiar, Idade, Raça negra 
Menarca precoce, Nuliparidade/infertilidade 
Contraceptivos injetáveis de progesterona 
Obesidade, Consumo de álcool 
Hipertensão, Dieta rica em carnes vermelhas 
Tabagismo 
Anticoncepcionais Combinados Orais (ACO) 
Primiparidade precoce 
Dieta rica em verduras 
 
QUA D RO CLÍ NI CO 
 Geralmente é assintomático – Sendo tratado de forma expectante. 
 Sintomáticos: Depende da localização do mioma 
• Subseroso – Os miomas subserosos, tendem a causar sintomas compressivos e distorcer a 
anatomia, desencadeando DOR PÉLVICA (Pode causar também compressão genitourinária) 
• Intramural - posicionados na intimidade do endométrio e podendo evoluir à medida que crescem 
p/ submucoso ou subseroso, desencadeia SUA / DISMENORREIA 
• Submucoso - Está em posição intima c/ a mucosa endometrial, e é o que mais desencadeia 
SUA e INFERTILIDADE 
Obs.: Os miomas subserosos costumam ser os que apresentam menor sintomatologia clínica. 
Obs.: Mioma parido é considerado como uma variante do submucoso 
Obs.: O mioma submucoso é o mais associado a hemorragia 
Obs.: Os sintomas dos leiomiomas podem estar associados a compressão do retossigmóide (causando constipação), prolapso de 
tumor pediculado através do colo (mioma párido), estase venosa dos MMII e possível tromboflebite secundária a compressão 
pélvica, policitemia e ascite. 
Obs.Subseroso: A isquemia é responsável pela dor decorrente do próprio tumor. Contudo, a dor deriva usualmente da 
compressão de estruturas contíguas. Manifestam-se como dor hipogástrica c/ irradiação p/ região lombar e membros 
inferiores, sintomas urinários e intestinais. 
EXAME FÍSICO 
- Aumento do volume abdominal 
- Crescimento rápido ou crescimento após a 
menopausa 
- Distúrbios intestinais (A compressão do reto pode 
acarretar constipação, fezes em fita e hemorroidas) 
- Corrimento vaginal 
E XA M E S D E I M AG EM 
 USG: 
✓ São achados Nódulos hipoecoicos na parede uterina 
 Histerossalpingografia: Está indicado na avaliação da permeabilidade tubária em casos de infertilidade. 
 TC – Não é indicada de rotina. Pode ser útil no planejamento do tratamento e na suspeição de degeneração maligna ou 
de patologia não ginecológica 
 RM - É o melhor exame para visualização e mensuração de leiomiomas. 
✓ Deve sempre ser realizada quando se cogita um tratamento conservador (como embolização) por mostra r 
claramente a localização e o número dos miomas, além da sua distância à serosa, o que pode ser um fator preditiv o 
de perfuração durante a embolização (caso o tumor esteja muito próxim o) 
 
 Intra-mural Subseroso (Azul) Submucoso (Azul) RM Histerossalpingografia 
T RA T A M E NT O 
 Sem desejo de gravidez 
✓ Assintomático / Sintoma leve ou moderado: CONDUTA EXPECTANTE / ACO 
• Controle 6/6 meses 
Avaliação clínica USGTV 
Estável Perimenopausa: 
TRH 
E/P cíclico, baixa dose, Tibolona, raloxifeno 
Estável Menacme: 
Não retarda gravidez 
ACO em baixa dose 
Crescimento rápido: 
DD sarcoma 
Seguir protocolo do mioma sintomático 
✓ Sintomático intenso: SUA, Dor pélvica, sintomas compressivos, abortamento recorrente 
• DESEJA MANTER O ÚTERO: 
 Manter a fertilidade (Infertilidade causada pelo mioma): MIOMECTOMIA 
➢ Histeroscopia 
- Submucosos OU Intramurais com importantes componentes submucosos 
- Abortamento recorrentes 
➢ Abdominal: Múltiplos 
➢ Laparoscopia 
Subserosos e/ou intramurais 
Até 5 miomas 
 Não prioriza a fertilidade: Miomas não periduculados, não degenerados, REICIDINA 
APÓS MIOMECTOMIAS, miomas múltiplos: EMBOLIZAÇÂO 
- DEVE SER UTILIZADA EM MULHERES QUE DESEJAM MANTER A FERTILIDADE E A 
HISTERECTOMIA É A OUTRA OPÇÃO 
- Embolização não deve ser realizada em pct c/ contraindicação a arteriografia, sendo 
a insuficiência renal um exemplo importante. 
• Deseja TTO definitivo. PROLE CONSTITUÍDA: HISTERECTOMIA 
- Abdominal/ Vaginal/LAVH: Depende do tamanho / localização do mioma 
 Com desejo de gravidez 
✓ Intramural e subseroso 
• > 5 cm: MIOMECTOMIA 
• < 5 cm: 
 Com sintomas: MIOMECTOMIA 
 Sem sintomas: Se não engravidar em 1 ano: MIOMECTOMIA 
✓ Submucoso: Miomectomia / Histeroscopia 
M E D ICA ÇÃ O NO PR E PA RO CIR UR GICO OU E M GR AND ES S A NGRA ME NTOS 
Medicação para o preparo cirúrgico: Análogo de GnRH ↓Tumor ↓ Anemia (Diminuição do tumor e 
melhora dos parâmetros hematimétricos) – melhora a anemia e diminui 30-35% do tamanho do tumor. 
ANALOGO DE GnRH ➔ UTILIZAR EM PACIENTES COM Moderada/grave anemia 
Ex de análogo de GnRH: ACETATO DE GOSSERERLINA 
Esperar 30-45 dias da última injeção de GnRH para intervir cirurgicamente. 
Utilização > 6 meses ➔ Leva a uma diminuição da DMO 
Como funciona? 
Os agonistas do GnRH são medicações utilizadas no tratamento da miomatose uterina por induzir um 
estado de hipogonadismo hipogonadotrófico. 
Provocam um efeito inicial positivo sobre a hipófise na liberação de gonadotrofinas nos primeiros 14 dias 
devido à saturação dos receptores (efeito flare-up). Após este período, induz a dessensibilização das 
células gonadotróficas pela redução do número de receptores na membrana celular (fase de down-
regulation dos receptores), que culmina com um estado de hipoestrogenismo. 
O uso dessas medicações no pré-operatório permite o controle da anemia, promove a diminuição dos 
miomas, reduz a perda sanguínea durante o ato operatório e promove aumento dos parâmetros 
hematimétricos. 
A partir de 3 meses do uso do medicamento já há redução do volume uterino 
Por outro lado, os análogos de GnRH podem dificultar a identificação da pseudocápsula do mioma e 
consequentemente o plano de clivagem do tumor. 
 
A CE R CA D E A B LA ÇÃO E ND OM ET RIAL 
Consiste na destruição do endométrio através de laser, balões térmicos, micro-ondas, fluidos quentes, 
corrente monopolar e bipolar e criocirurgia. 
Pode solucionar, de forma pouco invasiva, os episódios de sangramento vaginal nas pacientes com prole 
constituída. Não está indicada na presença de miomas volumosos ou em pacientes que ainda desejam 
gestar. 
 
D E G E NE RA ÇÃO 
Os miomas são intensamente celulares, mas, à medida que crescem, passam por transformações com 
aumento do tecido conjuntivo e diminuição dos leiomiócitos, as quais definem os diversos tipos de 
alterações degenerativas secundárias encontradas. 
 Estas degenerações são: 
✓ Hialina – É a mais comum, caracterizada pela presença de um tumor amolecido. Tem sua 
origem na diminuição do fluxo de sangue para o mioma. 
✓ Cística 
✓ Mucoide 
✓ Rubra, vermelha, carnosa ou necrobiose asséptica – Degeneração mais comum na gravidez, 
sendo mais comum nos intramurais. Pode provocar dor, hipertensão e até ruptura (c/ quadro de 
abdomeagudo) 
✓ Gordurosa 
✓ Calcificação 
✓ Necrose 
✓ Sarcomatosa – É a degeneração MALIGNIA. Extremamente rara < 5% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mioma / Leiomioma / Miomatose | MATEUS LÓSSIO

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