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Adaptação celular

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João Victor Oliveira – Medicina 
Adaptação celular 
Temos uma célula normal que recebe um estímulo 
lesivo que pode ser qualquer coisa, um agente 
infeccioso, lesão química ou física, ou seja, 
qualquer coisa que cause estresse na célula. O 
estresse pode ser fisiológico, que as células 
respondem a estimulações normais de hormônios 
e mediadores químicos internos, ex; a gravidez ou 
patológico, na qual tem uma resposta a um 
estímulo lesivo, que faz com que ela modifique sua 
estrutura ou função para escapar da lesão, como 
o aumento do musculo cardíaco na IC. 
Numa lesão celular reversível há o acúmulo de 
gordura intracelular, líquido, proteína e 
carboidrato, por exemplo a esteatose hepática que 
é o acúmulo de gordura no fígado decorrente do 
etilismo. As lesões celulares irreversíveis, no caso 
da necrose em que há a perda de integridade da 
membrana chamada de citólise, a qual tem uma 
perda de elementos hidroeletrolíticos e apoptose 
também e a maior diferença entre elas é que a 
apoptose tem uma preservação da integridade da 
membrana. 
Adaptação celular: resposta celular ao estresse 
fisiológico ou a um estímulo patológico. 
Dependendo dos estímulos do meio extracelular, 
a célula ativa mecanismos moleculares que 
acabam alterando os genes que comandam a 
diferenciação celular. 
O objetivo da adaptação é manter ou retornar a 
normalidade celular, então temos 2 possibilidades: 
A. O estímulo para e a célula volta ao normal 
(homeostase restaurada) 
B. O estímulo piora e acontece lesão na 
célula (degeneração) 
 
Todos os tecidos não têm a mesma capacidade de 
se adaptar. 
I. Tecidos lábeis: 
Alta rotatividade e as células tronco estão sempre 
produzindo mais células, são tecidos que estão 
expostos a estímulos lesivos constantemente, 
como a pele e mucosas em geral, TGI, boca e 
útero. Essas células estão sempre no ciclo celular. 
II. Tecidos estáveis (quiescentes): 
Permanecem em repouso ou em baixo nível de 
replicação. Podem se dividir em resposta a lesões 
(regeneração), como fígado, rins, musculo liso e 
pâncreas. O ritmo de renovação celular é muito 
reduzido. 
III. Tecidos permanentes: 
Células que não realizam mitose depois de seus 
desenvolvimentos embrionários. A morte celular 
resulta em substituição por tecido conjuntivo, não 
regenera. Exemplo: células nervosas, músculo 
esquelético e cardíaco. A capacidade de 
renovação celular é nula ou MUITO pequena. 
• Hipertrofia 
Corresponde ao aumento do tamanho das células 
que resulta no aumento do tamanho do órgão 
afetado, logo esse órgão não possui novas 
células, apenas células maiores. Ocorre em 
tecidos “sem” a capacidade de divisão (cél. 
miocárdicas), o aumento da massa tecidual é 
devido apenas a hipertrofia. Em muito órgãos, 
hiperplasia e hipertrofia coexistem, contribuindo 
para seu aumento de tamanho. A hipertrofia pode 
ser fisiológica ou patológica e é causada pelo 
aumento da demanda funcional ou estimulação de 
hormônios e fatores de crescimento. O estímulo 
mais comum para a hipertrofia do músculo é o 
aumento da carga de trabalho. No coração, o 
estímulo para hipertrofia é geralmente uma 
sobrecarga hemodinâmica crônica, devido a 
hipertensão arterial ou valvas deficientes, com 
isso as células sintetizam mais proteínas e número 
de miofilamentos aumenta e isso aumenta a 
quantidade de força que cada miócito pode gerar. 
Aumento do útero durante a gestação, é um 
exemplo de hipertrofia hormonal. Na imagem 
abaixo um útero normal (direita) e um gravídico. 
Em B as células fusiformes de um útero normal e 
as células do musculo liso do útero gravídico. 
João Victor Oliveira – Medicina 
Mecanismos bioquímicos da hipertrofia miocárdica 
abaixo. A hipertrofia cardíaca está associada com 
o aumento da expressão de gene do fator 
natriurético atrial. O fator natriurético atrial é um 
hormônio peptídico que promove excreção de sal 
pelo rim, diminui o volume e a pressão sanguínea 
e, em consequência, reduz a carga 
hemodinâmica. No entanto a hipertrofia cardíaca 
tem um limite, e quando o atinge, depois o 
aumento da massa muscular deixa de ser capaz 
de compensar a sobrecarga, e pode ocorrer a lise 
dos miócitos e a perda de elementos contrateis 
miofibrilares (Insuficiência cardíaca). 
• Hiperplasia 
É definida como o aumento do número de células 
em um órgão ou tecido em resposta a um 
estímulo. 
✓ Hiperplasia fisiológica 
Ocorre quando há necessidade de aumentar a 
capacidade funcional dos órgãos hormônio - 
sensíveis e quando é necessário um aumento 
compensatório após a lesão ou ressecção, podem 
ser mediados pela ação de hormônios ou fatores 
de crescimento. A hiperplasia hormonal é bem 
ilustrada pela proliferação do epitélio glandular da 
mama feminina na puberdade e durante a 
gravidez, geralmente acompanhada por aumento 
(hipertrofia) das células epiteliais glandulares. A 
hiperplasia hepática é um exemplo clássico de 
hiperplasia compensatória, por conta da doação 
de um lobo do fígado para um transplante, as 
células que permanecem se proliferam de modo 
que o órgão cresça e retorne ao tamanho original. 
✓ Hiperplasia patológica 
É geralmente causada pela ação excessiva ou 
inapropriada de hormônios ou fatores de 
crescimento sobre as células alvo. A hiperplasia 
endometrial é um exemplo de hiperplasia anormal 
induzida por hormônio. Normalmente, após a 
menstruação, há um surto rápido de atividade 
proliferativa no endométrio que é estimulado por 
hormônios hipofisários e pelo estrogênio ovariano. 
Ela permanece até sua parada, pelos níveis 
crescentes de progesterona, em geral cerca de 10 
a 14 dias antes do fim do ciclo menstrual. Em 
alguns casos, no entanto, o equilíbrio entre 
estrogênio e progesterona é perturbado, o que 
resulta em aumentos absolutos ou relativos na 
quantidade de estrogênio, com consequente 
hiperplasia das glândulas endometriais. Essa 
forma de hiperplasia patológica é uma causa 
comum de sangramento menstrual anormal. 
Embora a hiperplasia seja diferente do câncer, a 
hiperplasia patológica constitui um solo fértil no 
qual a proliferação cancerosa pode, 
eventualmente, surgir. Por exemplo, pacientes 
com hiperplasia do endométrio apresentam risco 
aumentado de desenvolver câncer de endométrio. 
Papilomavirose – verrugas na pele causada por 
hiperplasia de epitélio, esse vírus age em células 
da membrana basal e têm uma predileção por 
células novas de tecido epitelial, e o vírus induz a 
replicação celular ativando a ciclagem celular, 
essas células afetadas perdem o controle de 
regulação. 
• Atrofia 
É definida como a redução do tamanho de um 
órgão ou tecido que resulta da diminuição do 
tamanho e do número de células. Resulta da 
diminuição da síntese proteica e do aumento da 
degradação das proteínas nas células, e essa 
ocorre principalmente pela via uniquitina-
proteossomo. 
✓ Atrofia fisiológica 
Algumas estruturas embrionárias, como a 
notocorda e o ducto tireoglosso sofrem atrofia 
durante o desenvolvimento fetal. A diminuição do 
tamanho do útero, que ocorre logo após a gravidez 
também é um exemplo. A perda da estimulação 
João Victor Oliveira – Medicina 
estrogênica após a menopausa resulta em atrofia 
fisiológica do endométrio, epitélio vaginal e mama. 
 
✓ Atrofia patológica 
Tem várias causas, e pode ser local ou 
generalizada. As causas comuns são: 
Redução da carga de trabalho (atrofia de desuso) 
- Quando um osso fraturado é imobilizado com um 
molde de gesso ou quando um paciente é restrito 
a repouso absoluto no leito, rapidamente 
sobrevém atrofia dos músculos esqueléticos. 
Inicialmente, a redução no tamanho celular é 
reversível quando a atividade motora é 
restaurada. Com o desuso mais prolongado, as 
fibras musculares esqueléticas diminuem em 
número (devido à apoptose), bem como em 
tamanho; essa atrofia pode ser acompanhada por 
aumento da reabsorção óssea,levando à 
osteoporose por desuso. Perda da inervação 
(atrofia por denervação). E diminuição do 
suprimento sanguíneo - Uma redução do 
suprimento sanguíneo (isquemia) para um tecido 
em consequência de doença oclusiva arterial que 
se desenvolve lentamente resulta em atrofia do 
tecido. Na senescência, o cérebro sofre atrofia 
progressiva, principalmente por causa da redução 
do suprimento sanguíneo causada pela 
aterosclerose. Isso é denominado atrofia senil, 
que afeta também o coração. Nutrição inadequada 
- Uma desnutrição proteico-calórica profunda 
(marasmo) está associada ao uso das proteínas 
do músculo esquelético como fonte de energia, 
após o esgotamento de outras reservas, como o 
tecido adiposo. Isso resulta em consumo muscular 
acentuado. Perda da estimulação endócrina - 
Muitos tecidos que respondem a hormônios, como 
a mama e os órgãos reprodutores, dependem da 
estimulação endócrina para sua função e 
metabolismo normais. Compressão - A 
compressão tecidual por um certo período pode 
causar atrofia. Um tumor benigno em crescimento 
pode causar atrofia nos tecidos normais 
circundantes. A atrofia nesse caso é, 
provavelmente, o resultado de alterações 
isquêmicas causadas por comprometimento do 
suprimento sanguíneo devido à pressão exercida 
pela massa em expansão. 
 
• Metaplasia 
É uma alteração reversível na qual um tipo celular 
diferenciado (epitelial ou mesenquimal) é 
substituído por outro tipo celular. Muitas vezes 
representa uma resposta adaptativa em que um 
tipo de célula sensível a um determinado estímulo 
nocivo é substituído por outro tipo de célula que é 
capaz de suportar o ambiente adverso. A 
metaplasia não resulta de uma alteração do 
fenótipo de um tipo celular já diferenciado; ao 
contrário, ela é o resultado de uma reprogramação 
de células-tronco que sabidamente existem nos 
tecidos normais ou de células mesenquimais 
indiferenciadas presentes no tec. conjuntivo 
Ex: No fumante habitual de cigarros, as células 
epiteliais normais, colunares e ciliadas da traqueia 
e brônquios, são, com frequência, substituídas por 
células epiteliais escamosas e estratificadas; A 
deficiência de vitamina A (ácido retinóico) induz 
metaplasia escamosa no epitélio respiratório; 
embora essa metaplasia no trato respiratório faça 
com que o epitélio fique mais resistente, os 
importantes mecanismos de proteção contra 
infecções – a secreção do muco e movimento ciliar 
são perdidos.

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