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LIVRO Propostas Pedagógicas em Artes

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2019
ProPostas Pedagógicas 
em artes
Profª. Adriana Beatriz Pacher Raach
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Profª. Adriana Beatriz Pacher Raach
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
R111p
 Raach, Adriana Beatriz Pacher
Propostas pedagógicas em artes. / Adriana Beatriz Pacher Raach. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 222 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0266-2
1.Artes – Estudo e ensino - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo 
Da Vinci.
CDD 371.9
III
aPresentação
Olá, acadêmico! É com grande prazer que desejo boas-vindas e me 
apresento como autora desta disciplina. Formada em Artes Plásticas, com 
pós-graduação em História da Arte, Mídias na Educação e Mestrado em 
Educação. Como professora conteudista, apresentamos este livro com teorias 
e práticas importantes para serem estudadas e desenvolvidas em sala de 
aula. Como professora atuante na disciplina de Arte, nossa prática diária é 
lecionar arte para alunos desde a educação infantil até o ensino médio, com 
isso desenvolvendo aulas teórico-práticas sempre embasadas numa teoria, 
fazendo referência à abordagem triangular de Barbosa, que será apresentada 
neste livro de estudos.
A disciplina PROPOSTAS PEDAGÓGICAS EM ARTES trata de 
diversas proposições pedagógicas em artes visuais e tem como principais 
objetivos trazer reflexões sobre as ações didático-pedagógicas atuais, com 
abordagens teóricas e práticas, a fim de ampliar as experiências educacionais 
na formação do docente de Artes. Também estudar as diferentes concepções 
de arte e da sua relação com o ensino para criar ambientes de aprendizagem 
a partir de projetos que contemplam propostas pedagógicas embasadas 
na criação/produção; percepção/análise; conhecimento e contextualização 
conceitual-histórico-cultural da produção artístico-estético da humanidade.
Assim, caro acadêmico, ao final desta disciplina, é preciso que 
tenha conhecimento sobre as abordagens teóricas e práticas do ensino 
de artes; ter conhecido as propostas pedagógicas atuais em artes; saber 
compreender os modos de aprender dos educandos; entender o processo 
criativo; ter conhecido os projetos de ensino de arte; conhecer o processo 
de criação das diversas ferramentas que são utilizadas nas aulas de artes; 
estudar os materiais visuais e as visualidades da escola; entender os espaços 
e práticas de criação, de percepções, de identidades, de subjetividades e de 
reflexão crítica; explorar outras áreas da Arte, outras linguagens artísticas 
desenvolvendo assim, a transversalidade; e aprender práticas metodológicas 
voltadas para a Educação Básica.
Para isso, acadêmico, é preciso fazer as leituras e atividades propostas 
e aproveitar as leituras complementares para auxiliar em sua prática diária de 
sala de aula. Organize seu tempo, faça sua agenda semanal para aproveitar ao 
máximo esta disciplina. Se precisar de ajuda ou mesmo dúvidas, fale com seu 
IV
tutor. Temos muitas inquietações que se manifestam no cotidiano das aulas, nas 
leituras e atividades, mas estamos aqui para proporcionar subsídios de leituras 
e atividades que possam ajudar você, que são adaptadas sempre ao espaço 
escolar e a sua realidade de ensino e aprendizagem. Assim, o livro de estudos 
está dividido em três unidades, com seus tópicos e subtópicos que abordam as 
propostas pedagógicas em Arte, que são direcionadas para a sala de aula.
Na primeira unidade será apresentado o conhecimento artístico através 
dos conceitos referentes à contextualização, fruição e produção, subdivididos 
em dois tópicos. O primeiro tópico descreve a teoria e a prática do ensino 
de artes, conhecendo as abordagens teóricas e práticas, as linguagens da 
arte e os campos conceituais a partir da abordagem triangular de Barbosa, a 
contextualização, fruição e produção. O segundo tópico apresenta experiências 
educacionais na formação do docente em Arte, trazendo os modos de aprender 
dos educandos através de uma reflexão crítica. 
Na segunda unidade, você, acadêmico, encontra os projetos no ensino 
de Arte, descritos em três tópicos. O primeiro se refere aos projetos de ensino, 
os projetos na escola, os projetos artísticos em ação. No segundo tópico, 
encontramos as experiências práticas na elaboração de projetos de pesquisa 
em educação sobre a própria experienciação na prática artística, os espaços 
de práticas artísticas com sugestões de atividades, além da transversalidade 
do conhecimento. No terceiro tópico, você estudará o processo criativo, os 
espaços de práticas artísticas através da subjetividade.
Na terceira unidade, veremos as propostas pedagógicas em Artes, 
desenvolvidas em três tópicos. No primeiro, as propostas pedagógicas atuais 
em arte para serem desenvolvidas na educação básica, desde a educação 
infantil até o ensino médio, com propostas pedagógicas inclusivas e sobre a 
metodologia de ensino e aprendizagem. No segundo tópico, você conhecerá 
as propostas sobre a cultura visual. No terceiro tópico, encontra-se o processo 
de criação das ferramentas e materiais utilizados nas aulas de artes.
 Lembramos que todas as unidades apresentam resumos dos tópicos 
e autoatividades para serem desenvolvidas, sugestões em UNIs, além de 
leituras complementares.
Desejamos a você, acadêmico, bons estudos, boas leituras, para que 
surjam novas ideias e muita criação para as práticas em sala de aula! 
Prof. Ma. Adriana Beatriz Pacher Raach
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
VI
VII
UNIDADE 1 – CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, 
 FRUIÇÃO E PRODUÇÃO .........................................................................................1
TÓPICO 1 – TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES .......................................................3
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3
2 CONHECENDO AS ABORDAGENS TEÓRICAS E PRÁTICAS DO 
 ENSINO DE ARTES ...........................................................................................................................4
3 AS LINGUAGENS DA ARTE ..........................................................................................................14
3.1 A LINGUAGEM DAS ARTES VISUAIS .....................................................................................18
3.2 A LINGUAGEM DAS ARTESCÊNICAS (TEATRO E DANÇA) ............................................30
3.3 A LINGUAGEM DA MÚSICA ....................................................................................................31
4 CAMPOS CONCEITUAIS DA ARTE .............................................................................................33
4.1 LEITURA DE IMAGEM (FRUIÇÃO/ANÁLISE).......................................................................37
4.2 CONTEXTUALIZAÇÃO .............................................................................................................40
4.3 FAZER ARTÍSTICO (CRIAÇÃO/ PRODUÇÃO) .......................................................................42
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................44
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................45
TÓPICO 2 – EXPERIÊNCIAS EDUCACIONAIS NA FORMAÇÃO DO 
 DOCENTE EM ARTES ..................................................................................................47
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................47
2 MODOS DE APRENDER DOS EDUCANDOS ...........................................................................48
3 APRENDENDO A APRENDER .......................................................................................................54
4 REFLEXÃO CRÍTICA .........................................................................................................................58
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................62
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................66
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................67
UNIDADE 2 – PRÁTICAS DE CRIAÇÃO NOS PROJETOS DE ENSINO DE ARTE .............69
TÓPICO 1 – PROJETOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM ........................................................71
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................71
2 PROJETOS NA ESCOLA ..................................................................................................................72
3 PROJETOS ARTÍSTICOS .................................................................................................................81
4 PROJETOS EM AÇÃO .......................................................................................................................86
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................92
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................93
TÓPICO 2 – EXPERIÊNCIAS NA ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE ARTES ......................95
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................95
2 EXPERIENCIAÇÃO NA PRÁTICA ARTÍSTICA .........................................................................95
3 SUGESTÕES DE ATIVIDADES PRÁTICAS ................................................................................99
4 TRANSVERSALIDADE DO CONHECIMENTO .......................................................................112
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................120
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................121
sumário
VIII
TÓPICO 3 – ESPAÇOS DE PRÁTICAS ARTÍSTICAS QUE RESULTAM NO 
 PROCESSO CRIATIVO E SUBJETIVO .....................................................................123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123
2 ESPAÇOS DE PRÁTICAS ARTÍSTICAS .......................................................................................123
3 PROCESSO CRIATIVO .....................................................................................................................126
4 PROCESSO DE SUBJETIVIDADE .................................................................................................133
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................137
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................142
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................143
UNIDADE 3 – PROPOSTAS PEDAGÓGICAS EM ARTES .........................................................145
TÓPICO 1 – PROPOSTAS PEDAGÓGICAS ATUAIS EM ARTES .............................................147
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................147
2 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS DE ARTES NA EDUCAÇÃO BÁSICA ................................147
3 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS .............................................................................178
4 METODOLOGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM ARTE .............................................182
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................188
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................189
TÓPICO 2 – CULTURA VISUAL E PROPOSTAS PEDAGÓGICAS ..........................................191
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................191
2 CONHECENDO AS IMAGENS .....................................................................................................191
3 PROCESSOS CULTURAIS ..............................................................................................................195
4 RECURSOS REFERENTES À CULTURA VISUAL .....................................................................199
5 CONHECENDO PROPOSTAS PEDAGÓGICAS QUE ENVOLVEM A 
 CULTURA VISUAL ...........................................................................................................................200
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................203
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................204
TÓPICO 3 – PROCESSO DE CRIAÇÃO DAS FERRAMENTAS E MATERIAIS 
 UTILIZADOS NAS AULAS DE ARTES ....................................................................205
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................205
2 CONHECENDO AS FERRAMENTAS E MATERIAIS VISUAIS ............................................205
3 PRODUZINDO FERRAMENTAS E MATERIAIS VISUAIS .....................................................210
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................215
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................217
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................218REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................219
1
UNIDADE 1
CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO 
CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E 
PRODUÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir dos estudos desta unidade, você será capaz de:
• conhecer as abordagens teóricas e práticas do ensino de Artes;
• refletir sobre as diversas linguagens da Arte;
• compreender sobre os campos conceituais da Arte: produção, fruição e 
contextualização;
• identificar os modos de aprender dos educandos;
• refletir sobre a formação do docente em Artes através da reflexão crítica.
Esta unidade de estudos será apresentada em dois tópicos. Em cada um 
deles, você encontrará, ao final dos tópicos, um resumo e autoatividades 
para auxiliá-lo na compreensão dos conteúdos estudados.
TÓPICO 1 – TEORIA E PRÁTICA DO ENSINO DE ARTES
TÓPICO 2 – EXPERIÊNCIAS EDUCACIONAIS NA FORMAÇÃO DO 
DOCENTE EM ARTES
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
1 INTRODUÇÃO
Estamos iniciando a disciplina chamada Propostas Pedagógicas em Artes. 
Assim, caros acadêmicos, precisamos conversar sobre a teoria e a prática do ensino 
de Artes e o conhecimento artístico nos campos conceituais da contextualização, 
fruição e produção artística.
Lembramos que o ensino de artes se tornou disciplina obrigatória no 
currículo escolar nos diversos níveis de ensino desde a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação (LDB) n° 9.394, de dezembro de 1996, referenciando sobre a formação 
específica nas diversas linguagens da arte (visual, cênica e musical).
Os professores têm o desafio de atender aos currículos propostos nas 
escolas, mas não serem polivalentes, cada um com sua formação específica irá 
trazer a arte para dentro da sala de aula. Assim, a formação em artes acontece 
pela pesquisa, pelo ensino, por estudos diários. A aprendizagem acontece pelas 
indagações, pela busca do novo.
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres 
se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino, continuo 
buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei e me 
indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo 
educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e 
comunicar ou anunciar a novidade (FREIRE, 1996, p. 32).
 Assim, o ensino de arte, através da teoria e da prática, da pesquisa 
intermitente, vem aprimorar as diversas habilidades, competências e 
conhecimentos. Como professores, precisamos planejar e organizar as propostas 
pedagógicas relacionadas ao ensino de artes. O processo deve ser significativo, 
trazendo sentido ao que está sendo desenvolvido e criado em sala de aula. 
É necessário desenvolver práticas de ensino de artes em uma perspectiva 
que contemple a Proposta Triangular de Ana Mae Barbosa, que envolva a 
produção artística, a fruição e a contextualização. 
Neste primeiro tópico dedicaremos nossos estudos às abordagens teóricas 
e práticas do ensino de artes, ajudando você, acadêmico, em suas reflexões e 
pesquisas, pois não há ensino sem pesquisa, como Freire já nos falava.
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
4
2 CONHECENDO AS ABORDAGENS TEÓRICAS E PRÁTICAS 
DO ENSINO DE ARTES
As aulas de artes desenvolvidas nas escolas nos remetem aos bons 
momentos da realização do fazer artístico, quando os alunos demonstram gosto 
pelas atividades que realizam, pelas produções feitas na sala de aula. Segundo 
Barbosa (2010, p. 27), “se a arte não fosse importante não existiria desde os tempos 
das cavernas, resistindo a todas as tentativas de menosprezo”. 
São as propostas de práticas artísticas que se tornam destaque em sala de 
aula, resultando em muitas produções artístico-visuais. Para isso, vale lembrar 
de enfatizar com os alunos o embasamento teórico da atividade que é proposta, 
por exemplo, referenciando uma obra de arte, relatando, muitas vezes, a vida de 
um artista, de um período histórico, ou obras produzidas, fazendo relações ao 
momento atual em que vivemos. Para Bell (2008, p. 6): 
Os seres humanos contam histórias e fabricam objetos que fascinam os 
olhos. Por vezes suas histórias dizem respeito a esses objetos. Esse tipo 
de narrativa, a história da arte, é habitualmente motivado pelo desejo 
de uma pessoa de imaginar como seria viver numa outra época e de 
refletir sobre o que outras mãos fizeram. Além disso, os historiadores 
da arte por vezes tentam explicar por que os objetos são feitos de 
diferentes maneiras, segundo a época e o lugar.
Assim, estamos diante de muitos objetos, muitas imagens visuais em nosso 
cotidiano que trazem diversas interpretações de mundo, que nos fazem associar 
com nossa realidade, criando sentidos e maneiras de pensar, nos concedendo 
uma imaginação criadora. Tudo relacionando com eixos de aprendizagem. 
Barbosa (2010, p. 33) fala o seguinte: “Quando falo de conhecer arte, falo de 
um conhecimento que nas artes visuais se organiza inter-relacionando o fazer 
artístico, a apreciação da arte e a história da arte”.
Contudo, o ensino da arte não ocorre de maneira isolada, é todo um 
conjunto de ações e aprendizagens que transcorrem entre alunos e professores, 
todos aprendem e ensinam, trocam ideias, como podemos ver na pintura de 
Chardin, a seguir, um afeto entre aprendiz e educador. 
Há um cuidado no ato de ensinar, e a imagem a seguir, faz refletir em um 
ensino solitário. O professor apenas ensina e transmite o conhecimento. Contudo, 
atualmente, o ensino acontece de maneira coletiva, com muitos alunos em sala de 
aula e o professor se torna mediador nas propostas pedagógicas.
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
5
FIGURA 1 – OBRA: A JOVEM PROFESSORA, C. 1736/7, ÓLEO SOBRE TELA, 62 X 66 CM, JEAN-
BAPTISTE SIMEÓN CHARDIN, NATIONAL GALLERY, LONDRES
FONTE: <https://meilycass.wordpress.com/2011/09/10/video-aula-1-as-revolucoes-
educacionais/a-jovem-professora-chardin/>. Acesso em: 26 maio 2018.
DICAS
Caro acadêmico! Acesse e explore este site do Arte na escola, aproveite as 
dicas de leitura! Vamos lá! Lembre-se de que como professores precisamos estar sempre 
atualizados, pesquisando, estudando, divulgando e mostrando as criações artísticas 
desenvolvidas nas aulas de artes. FONTE: <http://artenaescola.org.br/sala-de-leitura/>. 
Acesso em: 12 dez. 2018.
Nas escolas, o ensino de arte é apresentado em diferentes métodos e 
sistemas. As aulas acontecem em grupos de alunos que, dependendo da faixa 
etária, tem-se um número máximo por turma, por exemplo, uma turma de 1º ano 
do ensino médio terá até 40 alunos na sala de aula. Pensando nisso, as atividades 
de artes podem ser desenvolvidas de diversas maneiras, como atividades 
individuais e atividades coletivas. 
Portanto, as atividades que atualmente se encontram no ensino de arte se 
mostram muito variadas e acontecem por meio de abordagens teóricas ou apenas 
práticas, dependendo da formação do professor, das suas experiências e da sua 
realidade escolar, como podemos perceber a seguir: 
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
6
• As atividades consideradas como propostas de arte de temáticas livres, os 
chamados “desenhos livres” são feitos por meio de desenhos e pinturas em 
folhas de tamanho A4 ou A3.
• As apresentações teatrais realizadas na escola acontecem relacionadas a um 
tema didático, por exemplo, teatros especialmente criados para homenagens 
ao dia das mães ou dia dos pais.
• Professores trazendo desenhos prontos, impressos ou mimeografados apenas 
para serem pintados.
• Também encontramos atividades de pesquisa sobre a vida e obra de artistas ou 
de períodos da história da arte. 
• Encontramos releituras de obras de artistas famosos por meio das linguagens 
da arte.
• A criação de murais, na maioria das vezes, é feita referente às datas 
comemorativas e não de um conteúdo desenvolvido em aula.
• As músicas que são inseridas nas aulas,como cantos para rotina, por exemplo, 
são cantadas na hora do lanche.
Lembrando que a linguagem da música já está inserida nas escolas. Assim, 
o professor de artes visuais apenas se apropria de alguns conceitos das outras 
linguagens artísticas e desenvolve nas suas aulas.
Pensando mais sobre o ensino de arte, as abordagens teóricas e práticas 
precisam ser desenvolvidas com fundamento teórico/prático, sem esquecer-se de 
falar da importância da arte fora dos muros escolares, como é o caso da cultura 
visual que está em nosso cotidiano, em nosso dia a dia, nas ruas, nos parques etc.
A arte é importante na escola, principalmente porque é importante 
fora dela. Por ser um conhecimento construído pelo homem através 
dos tempos, a arte é um patrimônio cultural da humanidade, e todo 
ser humano tem direito ao acesso a esse saber (MARTINS; PICOSQUE; 
GUERRA, 2010, p. 12).
Assim, cada atividade proposta em sala de aula precisa ter objetivo, 
trazendo sua teoria, seu conteúdo. Apenas realizar uma prática sem embasamento 
acaba esvaziando a importância da arte no contexto escolar. Para Barbosa (2010, 
p. 33), “o conhecimento em artes se dá na interseção da experimentação, da 
decodificação e da informação”. É preciso deixar a arte passar de mera atividade 
para uma disciplina que apresente objetivos, conteúdos, metodologias e avaliação, 
através de ações que tragam vivências práticas.
É necessário que o professor de artes traga a teoria e a prática com reflexão 
e ação, pois entende-se que os dois princípios de formação profissional precisam 
caminhar juntos para desenvolver a criação, a percepção, o imaginário, a intuição 
e demais conhecimentos sensíveis e inteligíveis. 
É importante ressaltar que o ensino de artes tem sua relevância no 
currículo escolar, como todas as outras disciplinas curriculares, sendo que não 
está em menor nível. Os professores precisam:
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
7
[...] em primeiro lugar, de sólidos conhecimentos teóricos acerca das 
teorias da Arte Educação, e de um modo de pensar acerca da Arte que 
possa ajudá-los a definir as atividades artísticas na escola e a Arte na 
sociedade moderna, sua função e praticalidade (BARBOSA, 1975, p. 94).
 Lembramos que murais e enfeites podem ser feitos com fundamento 
teórico, ou seja, trabalhando com os alunos conteúdos, obras de artistas, 
contextualizando-as. O fazer artístico é apresentado em forma de uma exposição 
ou em um mural, por exemplo.
DICAS
Livro: A reflexão e a prática no ensino – Artes (2013). 
Este livro foi organizado por Dália Rosenthal e Maria Christina de 
Souza Lima Rizzi. É uma coleção que tem várias disciplinas, em 
que o volume 9 apresenta Artes. O livro orienta com práticas 
para o professor e, trazendo para o ensino fundamental, teorias 
e práticas, numa linguagem simples e direcionando dicas para o 
trabalho em sala de aula.
No caso, as abordagens teóricas e práticas nas aulas de arte devem 
caminhar juntas, trazendo significado e relacionando ao cotidiano, fazendo com 
que os estudantes reflitam, pensem sobre suas criações e exposições. Segundo 
Raach (2016, p. 29):
Evidenciamos a necessidade de ressignificar as práticas pedagógicas a 
fim de propormos uma educação que abra espaços para a comunicação, 
a curiosidade e a criatividade, para que os sujeitos possam fazer das 
suas construções, também reconstruções. 
Os alunos, sujeitos ativos, curiosos, precisam de espaço para suas criações, 
construções artísticas e o professor precisa dispor de práticas que contemplem 
a produção, fruição e contextualização. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCN), a teoria e a prática no ensino de arte demonstram que:
Na prática das salas de aula, observa-se que os eixos do produzir e 
do apreciar já estão de alguma maneira contemplados, mesmo que 
o professor o faça de maneira intuitiva e assistemática. Entretanto, 
a produção e a apreciação ganham níveis consideravelmente mais 
avançados de articulação na aprendizagem dos alunos quando estão 
complementadas pela contextualização (BRASIL, 1997, p. 50).
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
8
O professor de arte tem acesso aos conteúdos e, assim, pode fazer escolhas 
de conceitos e atividades essenciais para a aula e para determinada turma. A 
teoria e a prática podem transformar e trazer resultados, podendo contribuir para 
um processo de aprendizagem mais significativo. 
Assim, Barbosa (1978, p. 15) diz que “o ensino artístico no Brasil só agora, 
e muito lentamente, se vem libertando do acirrado preconceito com a qual a 
cultura brasileira o cercou durante quase 150 anos que sucederam à implantação”. 
É preciso mostrar o ensino de arte com propriedade, com fundamentação teórica, 
trazendo seu significado, sua importância para a sala de aula, não apenas o fazer 
por fazer uma atividade.
DICAS
Acadêmico! Para que aprofunde seus conhecimentos 
sobre teoria e prática, recomendamos este livro para leitura:
O livro Teoria e prática do ensino de Arte foi produzido pelas 
autoras Mirian Celeste Martins, Gisa Picosque e Maria Terezinha 
Telles Guerra, em 2010. O livro contém 208 páginas que percorrem 
nas linguagens da arte, trazendo obras de artistas e produções 
próprias que enfatizam a teoria e prática no ensino de Arte.
Segundo Iavelberg (2003, p. 10), “aprender arte envolve a ação em 
distintos eixos de aprendizagem: fazer, apreciar e refletir sobre a produção social 
e histórica da arte, contextualizando os objetos artísticos e seus conteúdos”. 
Nesse sentido, surge a abordagem triangular de Barbosa (1998), nas 
palavras do fazer artístico, leitura de imagem e contextualização, sem estarem em 
uma ordem linear, mas que sugerem como prática em sala de aula, relacionando 
com a teoria. São campos conceituais que nos ajudam a desenvolver nossas 
propostas pedagógicas em sala de aula. 
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
9
DICAS
DICAS
Caro acadêmico! Segue mais uma dica de espaço de pesquisa virtual. Estão 
disponíveis os períodos históricos da arte, leituras de imagens, dicas de filmes, entre outros 
conteúdos. Aproveite! Explore este espaço virtual. FONTE: <https://www.historiadasartes.
com/>. Acesso em: 23 nov. 2018.
É preciso muita pesquisa, muita leitura, estudos teóricos para uma prática 
embasada, não deixando acontecer o fazer artístico de maneira livre, sem mediação. 
Como sugestão leia este livro que traz o conceito 
do que é Arte para um aprofundamento teórico.
O que é arte, de Jorge Coli
O livro foi escrito por Jorge Coli, em 1995, e editado pela 
Editora Brasiliense e apresenta a pergunta o que é arte fazendo 
relações com obras renomadas de todos os tempos, instigando 
sobre o que é e o que não é arte. Vale a pena conferir!
Continuando a conversa sobre teoria e prática em sala de aula, veremos 
a seguir algumas sugestões e explanações sobre situações de aprendizagem que, 
por vezes, acontecem no cotidiano escolar. Segundo Raach (2016, p. 30):
Faz-se necessária a socialização em espaços de compartilhamento de 
informações, contextualizando esses conhecimentos com o cotidiano, 
rompendo as fronteiras entre escola e sociedade, fazendo conexões 
com o mundo. 
Você já deve ter ouvido falar sobre atividades de releitura, revisitação ou 
até reprodução de obras de arte desenvolvidas em sala de aula. Com isso, vale 
lembrar do cuidado com a atividade, para que não seja solicitado aos alunos para 
“copiarem” a obra de arte e sim instigá-los a pensar sobre a obra, com perguntas 
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
10
como: o que poderia ser de outra maneira na imagem, talvez outro cenário? Sobre 
a época que foi pintada ou criada, como seria esta obra nos dias de hoje? Discutir 
com os alunos sobre a imagem, suas características, fazendo novas leituras, 
novas interpretações. Assim, é possível criar uma nova composição artística, uma 
releitura da obra apresentada de maneira contextualizada.
Podemos utilizar comoexemplo uma atividade desenvolvida de maneira 
contextualizada em sala de aula. Os alunos de uma turma de anos iniciais do 
ensino fundamental e outra do ensino médio conheceram a obra “Natureza-morta 
com maçãs e laranjas” (1895-1900) do artista francês Paul Cézanne, uma pintura 
em óleo sobre tela com dimensões de 74x93 cm. O artista Cézanne, ao pintar suas 
naturezas-mortas, estudava os detalhes dos objetos que iria desenhar e pintar.
FIGURA 2 – NATUREZA MORTA COM MAÇÃS E LARANJAS, DE PAUL CÉZANNE. 1895-1900, 
OST, 74 X 93CM
FONTE: <http://artenarede.com.br/blog/wp-content/uploads/2014/08/Macas-e-laranjas-
Cezanne.png>. Acesso em: 1 nov. 2018.
A obra “Natureza morta com maçãs e laranjas”, do artista Paul Cézanne, 
foi apresentada em uma atividade de gincana, quando os alunos do ensino 
médio tinham o desafio de montar o quebra-cabeça da obra. Depois de montado, 
tinham que utilizar seus celulares para pesquisa e realizar a busca da imagem na 
internet, verificando qual foi o artista que pintou, explicando a vida e a obra como 
atividade de gincana escolar.
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
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FIGURA 3 – MONTANDO QUEBRA-CABEÇA DA OBRA “NATUREZA MORTA COM MAÇÃS E 
LARANJAS” DO ARTISTA PAUL CÉZANNE
FONTE: Acervo pessoal da autora. (2018)
FONTE: Acervo pessoal da autora. (2018)
Outra atividade que foi desenvolvida com o ensino fundamental nos 
anos iniciais apresentava a obra através da leitura de imagem, conversando com 
a turma de alunos sobre a vida do artista e características da obra. Os alunos 
realizaram a dobradura de papel no formato que lembrasse uma maçã.
FIGURA 4 – RELEITURA COLETIVA DA OBRA NATUREZA-MORTA COM MAÇÃS E LARANJAS 
(1895-1900) DO ARTISTA PAUL CÉZANNE
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
12
Na figura, percebemos relações com a obra original. Os alunos seguiram 
os passos da construção de uma dobradura em que a forma lembrasse uma maçã, 
a fruta que mais aparece na obra de arte estudada. Assim, cada aluno criou suas 
maçãs imaginárias, usando tipos de linhas, cores e formas. Estas maçãs não 
poderiam existir para comprar. Todas as maçãs criadas através da dobradura 
foram mostradas na composição coletiva, um painel único com a participação dos 
alunos, compondo assim uma releitura da obra analisada.
Barbosa (2010, p. 20) relata que “nossa ideia de leitura da imagem é 
construir uma metalinguagem da imagem. Não é falar sobre uma pintura, mas 
falar a pintura num outro discurso, às vezes silencioso, algumas vezes gráfico, e 
verbal somente na sua visibilidade primária”.
Assim, atividades contemplam a leitura de imagem utilizando materiais 
simples do cotidiano, como criações com materiais recicláveis, por exemplo, utilizando 
rolinhos de papel higiênico ou pratos de papelão. Vejamos, a seguir, alguns exemplos 
de atividades que mostram criações feitas com determinados materiais.
FIGURA 5 – SILHUETAS PINTADAS EM PRATOS DE PAPELÃO
FONTE: Acervo pessoal da autora. (2018)
Para a criação foi usada uma silhueta (apenas contorno de uma imagem 
recortada), prato de papelão e uma esponja, fazendo esponjado com a tinta 
guache. O uso do prato de papelão mostrou um ótimo resultado, e a tinta guache 
aderiu muito bem. Lembramos que o material é de fácil acesso. Em realidades 
mais distantes podem até usar pedaços de papelão, como retirar partes de uma 
caixa, por exemplo.
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
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FONTE: Acervo pessoal da autora. (2018)
Na figura a seguir, as crianças construíram pássaros com rolinhos de papel 
higiênico. A atividade foi desenvolvida através da observação e contextualização 
das pinturas do artista brasileiro Aldemir Martins, analisando a obra pássaro e 
outros animais que o artista pintou usando as cores primárias.
FIGURA 6 – PÁSSARO COM ROLINHOS DE PAPEL HIGIÊNICO
Na atividade do pássaro, o próprio corpo do animal foi construído com 
um rolinho de papel higiênico. Os alunos da educação infantil montaram seu 
próprio pássaro com partes já pré-desenhadas, depois pintaram, recortaram e 
montaram seu trabalho, assim, o pássaro criado pode ser um brinquedo ou até 
um móbile.
Os alunos precisam de oportunidades de contato com outros materiais em 
sala de aula, variando as atividades de arte, não apenas só o uso dos lápis de cores e 
dos papéis. Segundo Raach (2016, p. 31), “os sujeitos reconstroem o conhecimento, 
os professores têm o desafio de reconstruir as práticas pedagógicas”. Para Barbosa 
(2010, p. 20):
Nossa concepção de história da arte não é linear, mas pretende 
contextualizar a obra de arte no tempo e explorar suas circunstâncias 
em lugar de estarmos preocupados em mostrar a chamada “evolução” 
das formas artísticas através do tempo. Pretendemos mostrar que a 
arte não está isolada de nosso cotidiano, de nossa história pessoal.
A partir das abordagens teóricas e práticas trazidas pelo professor em sala 
de aula, são nas produções artísticas que os alunos têm possibilidade de escolhas, 
tanto de cores, materiais, e assim, testar tudo isto, ter ideias e muitas vezes, até 
mudando a ideia inicial pensada. São momentos de experimentações quando aos 
poucos os alunos descobrem seus próprios gostos e estilos de criações, criando seu 
próprio percurso artístico. Tudo isso remete ao aluno o contato com as diferentes 
linguagens da arte que estudaremos a seguir.
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
14
3 AS LINGUAGENS DA ARTE
A disciplina de arte é subdividida em áreas de conhecimento. As diferentes 
áreas estão subdivididas em: artes visuais, artes cênicas (teatro), dança e música. 
Agora, caro acadêmico, veremos um pouco de cada linguagem artística com 
sugestões de atividades, mas em especial iremos observar estratégias pedagógicas 
nas artes visuais. 
Assim, “são as linguagens da arte que fazem vivenciar na vida e na sala 
de aula a emoção, a sensibilidade, o pensamento, a criação, seja através de nossa 
própria produção, seja através das obras dos mais diversos autores e artistas” 
(MARTINS; PICOSQUE; GUERRA, 2010, p. 9).
Contudo, o que seria a linguagem? Para Martins, Picosque e Guerra (2010, 
p. 32), “pode-se dizer que linguagem é um sistema simbólico e toda linguagem é 
um sistema de signos”. A linguagem é uma representação do mundo, refletindo 
a nossa realidade. Por exemplo, a palavra casa. Temos sobre determinado objeto 
a própria casa, desenhos de casas, fotografias de casas, maquetes de casas. São 
signos ou símbolos da palavra casa. 
“Arte é uma forma de criação de linguagens – a linguagem visual, a 
linguagem musical, a linguagem do teatro, a linguagem da dança e a linguagem 
cinematográfica, entre outras” (MARTINS; PICOSQUE; GUERRA, 2010, p. 35).
Temos muitas linguagens que se cruzam nas linguagens artísticas, que se 
articulam, que se transformam. “Toda linguagem artística é um modo singular 
de o homem refletir– reflexão/reflexo – seu estar no mundo. Quando o homem 
trabalha nessa linguagem, seu coração e sua mente atuam juntos em poética 
intimidade (MARTINS; PICOSQUE; GUERRA, 2010, p. 35). E o que você, caro 
acadêmico, entende das linguagens artísticas? Reflita um pouco!
ATENCAO
Pense sobre a pergunta “O que são linguagens artísticas?” e converse com 
seus colegas sobre a questão. Anote em seu caderno as suas reflexões e compartilhe-as.
Pensando mais nas linguagens artísticas, iniciamos com a fala de Barbosa 
(2010, p. 4), que diz que a “arte não é enfeite. Arte é cognição”. Assim, a arte 
apresenta-se em seus diversos espaços e tempos, através das diversas linguagens 
que propõem novos diálogos, novas poéticas.
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
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A linguagem da arte nos permite ver o mundo mostrando-o de 
modo condensado e sintético, extrapolando o que é previsível e o 
que é conhecido. É no modo de pensamento do fazer da linguagem 
da arte que a intuição, a percepção, o sentimento/pensamento e o 
conhecimento se condensam. Nessa construção, o artista percebe, relê 
e repropõeo mundo, a vida e a própria arte, produzindo imagens 
únicas, inconfundíveis e insubstituíveis, imagens poéticas (MARTINS; 
PICOSQUE; GUERRA, 2010, p. 39).
Na imagem a seguir, podemos perceber a materialidade de maneira 
diferente, as poéticas possíveis, fazendo referência à linguagem das artes visuais.
FIGURA 7 – MARIO CEROLI: CHINA (1966). MADEIRA PERFILADA. 10X10M. ROMA. 
PROPRIEDADE DO AUTOR
FONTE: Argan (1992, p. 585)
A arte surge a partir da criação humana. Os primeiros registros foram feitos 
nas paredes de cavernas, considerada como arte rupestre. Assim, a arte comunica-
se pela estética, pelo visual, trazendo emoções e sensações ao espectador, como 
na pintura, na escultura, no teatro e na dança. 
Criar arte é uma necessidade do ser humano, muitas vezes também é o 
reflexo de uma situação social, registrando e mostrando algo histórico ou cultural 
ocorrido em uma determinada sociedade/época.
A Arte está presente no cotidiano da vida infantil. Ao rabiscar e desenhar 
no chão, na areia e nos muros, ao utilizar materiais encontrados ao 
acaso (gravetos, pedras, carvão), ao pintar os objetos e até mesmo seu 
próprio corpo, a criança pode utilizar-se das linguagens da arte para 
expressar experiências sensíveis (BRASIL, 1998a, p. 85).
Portanto, a arte está presente no cotidiano do ser humano. No início, a arte 
era apenas imitação da realidade, mas com o passar do tempo, surgiram os diversos 
períodos artísticos que influenciaram nas produções do ser humano. As produções 
apresentaram transformações com o passar do tempo que continuam até os dias 
de hoje, como podemos ver na pintura a seguir, considerada arte contemporânea.
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
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FIGURA 8 – ARTISTA BEATRIZ MILHAZES: PINTURA, 1997. ACRÍLICA SOBRE TELA, 179.50 CM X 
300.00 CM. ACERVO BANCO ITAÚ (SÃO PAULO, SP)
FONTE: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra36295/menino-pescando>. 
Acesso em: 25 jun. 2018.
Como sugestão, a atividade referente à pintura da artista Beatriz Milhazes 
é uma pintura de flores diversas com tintas e pincel sobre pratos de papelão, 
fazendo relações com tipos de flores, cores, formas e linhas. Temos o resultado 
tanto para o figurativo quanto para o abstrato, como podemos observar na 
imagem a seguir.
FIGURA 9 – FLORES PINTADAS COM TINTAS NO PRATO DE PAPELÃO A PARTIR DAS OBRAS DA 
ARTISTA BEATRIZ MILHAZES
FONTE: Acervo pessoal da autora. (2018)
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
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Arte contemporânea: O que é? Diversos estudos mostram que em 1960 iniciam-
se os movimentos artísticos chamados pop art e minimalismo, criações artísticas diversas, 
rompendo com a arte moderna. As barreiras se rompem, não são apenas pinturas ou esculturas, 
mas articulam diversas linguagens, que se cruzam, como a dança, música, pintura, teatro, 
escultura etc., desafiando os padrões de arte tradicionais, surgindo a arte contemporânea.
Você encontra mais informações no link a seguir: FONTE <http://enciclopedia.itaucultural.
org.br/termo354/arte-contemporanea>. Acesso em: 23 nov. 2018. 
Também fica como sugestão um vídeo do Youtube chamado Arte Contemporânea – Isso é 
arte? FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=c7WAbSnINuQ>. Acesso em: 23 nov. 2018.
IMPORTANT
E
No entanto, para Martins, Picosque e Guerra (2010, p. 47):
Na linguagem da arte, há criação, construção, invenção. O ser humano, 
por meio dela, forma, transforma a matéria oferecida pelo mundo da 
natureza e da cultura em algo significativo. Atribui significados a 
sons, gestos, cores, com uma intenção, num exercício que mais parece 
um jogo de armar, um quebra-cabeça no qual se busca a forma justa. 
Vários caminhos são percorridos, várias soluções são experimentadas, 
num processo de ir e vir, um fazer/construir lúdico/estético.
Os vários caminhos da criação, experimentação, dos processos de construir 
e desconstruir são vistos nas obras da artista Lygia Clark, como no exemplo da 
imagem a seguir.
FIGURA 10 – OBRA “SÉRIE BICHOS” DA ARTISTA LYGIA CLARK (1960)
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/prazer-em-conhecer/lygia-clark/>. Acesso em: 25 maio 2018.
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
18
A obra de Lygia Clark traz o novo conceito, uma arte participativa, que 
dialoga. O processo de experimentação pode ser apreciado, manipulado pelo 
espectador, surgindo novas criações/composições. 
DICAS
Como sugestão, é possível encontrar mais sobre a trajetória da artista Lygia 
Clark no seguinte material: FONTE: <http://artenaescola.org.br/uploads/dvdteca/pdf/arq_
pdf_51.pdf>. Acesso em: 23 nov. 2018.
Seguindo as leituras, veremos mais sobre as particularidades das 
linguagens das artes visuais, das artes cênicas (teatro), dança e da música.
3.1 A LINGUAGEM DAS ARTES VISUAIS
Vamos iniciar um diálogo pela linguagem das artes visuais, também 
conhecidas como Artes Plásticas. Você, acadêmico, irá se identificar com algumas 
práticas já desenvolvidas e outras servem de inspiração para que em sua trajetória 
como educador possa explorar e adaptar para cada realidade de escola e alunos. 
Segundo Martins, Picosque e Guerra (2010, p. 51):
A criação artística desvela em imagens – sonoras, visuais, cênicas – o 
nosso modo singular de captar e poetizar a realidade. Cada um de nós, 
combinando percepção, imaginação, repertório cultural e histórico, lê 
o mundo e o apresenta à sua maneira, sob o seu ponto de vista, por 
meio de formas, cores, sons, movimentos, ritmo, cenário.
A linguagem das artes visuais apresenta o mundo imagético, as criações 
artísticas através das cores e das formas. Contudo, não engloba apenas os desenhos 
e as pinturas em si, apresenta também a expressão, a visualidade, isto é, não só 
a área da plasticidade. Está relacionada a tudo que se vê, como as esculturas, 
arquiteturas, fotografias, entre tantas outras. 
Lembramos que o surgimento da tecnologia e o desenvolvimento da 
sociedade fizeram com que muitas criações novas aparecessem e consideradas 
também como linguagem das artes visuais. Podemos ver na arte digital, nas 
histórias em quadrinhos, entre outras. Segundo Martins, Picosque e Guerra 
(2010, p. 125-126), para que o aluno consiga “poetizar, fruir e conhecer” a 
linguagem das artes visuais, o professor necessita propiciar:
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
19
• O pensamento visual tornado visível, materializado, por meio da 
forma e da materialidade.
• A pesquisa e a leitura da estrutura da linguagem visual e da 
articulação de seus elementos constitutivos: ponto, linha, forma, 
cor, textura, dimensão, movimento, volume, luz, planos, espaços, 
equilíbrio, ritmo, profundidade etc...
• A experimentação e a leitura dos diferentes modos da linguagem 
visual: assemblage, bodyart, cerâmica, colagem, desenho, escultura, 
fotografia, grafite, gravura (metal, xilogravura, serigrafia etc.), 
happening, HQ, instalação, landart, livro de artista ou livro-objeto, 
performance, pintura (mural, têmpera, óleo, acrílico, aquarela etc.), 
ready-made, site specific, tapeçaria, videoarte, webart, desenho de 
animação etc...
• O manuseio e a seleção de matérias, ferramentas, suportes e 
procedimentos e suas especificidades como recursos sígnicos 
expressivos.
• Os processos de criação em artes visuais, percebendo os trajetos, 
as escolhas, o perseguir ideias, os repertórios pessoais e culturais 
tanto em poéticas pessoais como em processos colaborativos como 
se vê hoje na arte contemporânea com a autoria dos denominados 
“coletivos”.
• O patrimônio cultural das artes visuais, incluindo monumentos, 
edifícios, museus e seus acervos, sítios arqueológicos etc...
• As relações com outras linguagens, como arquitetura, cenografia, 
cinema, design gráfico, figurino, moda, ourivesaria, publicidade etc.
No entanto, apresentaremos algumas definições (conceitos) com práticas já 
desenvolvidas em sala de aula. Lembramos que todo livro de estudos referenciará 
as propostas pedagógicas em artes, em especial,nas artes visuais.
DICAS
Linguagem das Artes Visuais (2012)
O livro faz parte de uma coleção chamada 
Metodologia do ensino de artes, da editora IBPEX, 
contém 152 páginas e foi escrito por Luciana 
Estevam Barone Bueno. A autora propõe reflexões a 
respeito das imagens que estão ao nosso redor, das 
inúmeras informações que encontramos através 
dos elementos da linguagem visual, fazendo assim, 
ter um novo olhar para as artes.
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
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Nas aulas de arte, é preciso que os professores tragam propostas 
diferenciadas. Não deve ser comum ficar sempre nas mesmas manifestações 
artísticas. É preciso mostrar e deixar o aluno experienciar. As artes visuais na 
educação, no espaço escolar, despertam os alunos para uma análise estética mais 
crítica, estimulando a criatividade e a reflexão.
A seguir será apresentada uma sequência de manifestações artísticas da 
linguagem visual que pode ser direcionada ao espaço escolar, trabalhadas nas 
aulas de arte:
Desenho: a linguagem do desenho se constrói através do uso da linha, 
pelas direções e intensidades, mostrando a ideia, a composição. É parte do 
processo artístico. Muitas vezes são realizados desenhos (esboços ou rascunhos) 
para uma pintura ou escultura, por exemplo. Um artista que usa muito o desenho 
é Escher, como podemos ver na imagem:
FIGURA 11 – DESENHOS DE ESCHER
FONTE: <http://webpages.fc.ul.pt/~ommartins/seminario/escher/desenhando-se.html>. 
Acesso em: 2 jun. 2018.
Para as aulas de artes, o desenho pode ser apresentado de diversas 
maneiras, sendo dirigido e mediado pelo professor ou não. Apresente materiais 
diferentes, explore as possibilidades com os alunos. O uso de imagens de revistas 
ajuda a trabalhar o desenho, trazendo os elementos da linguagem visual, como 
linhas, formas, texturas. 
A figura a seguir é um exemplo de desenho feito a partir de uma imagem 
de revista e o preenchimento foi com uso de linhas, formas, texturas.
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
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FIGURA 12 – DESENHOS PRODUZIDOS A PARTIR DA IMAGEM DE REVISTA
FONTE: Acervo pessoal da autora. (2018)
DICAS
No canal YOUTUBE encontramos um vídeo chamado: O DESENHO NÃO 
TEM FIM.
Este vídeo mostra a partir da desmontagem de uma instalação da artista Sandra Cinto. O 
documentário fala sobre questões que movem seu trabalho. A temporalidade de projetos 
contemporâneos inspira uma discussão poética sobre o início e o fim das coisas. A origem 
da expressão do artista e o valor do que vai ser necessariamente apagado.
FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=DQyZARscYAk>. Acesso em 3 nov. 2018.
• Pintura: é uma prática muito desenvolvida, em que se exploram as cores, 
diferentes tons, formas, linhas e texturas. É possível realizar em diferentes 
superfícies e materiais. Temos muitas pinturas em destaque, mas a obra a 
seguir, uma pintura de Toulouse Lautrec, nos remete a observar as luzes e 
texturas que a tinta (cor) apresenta.
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
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FIGURA 13 – HENRI DE TOULOUSE-LAUTREC: A TOALETE (1896); ÓLEO SOBRE PAPELÃO, 
0,67X0,54M. PARIS, MUSÉE D`ORSAY
FONTE: Argan (1992, p. 129)
Para criar pinturas em sala de aula com os alunos, explore o uso das tintas 
e materiais. Como sugestão, use caixas de tampa de sapato vazias para serem 
“telas” e explore uma pintura com tintas e cotonetes. É possível fazer criações 
relacionando com períodos e estilos artísticos, como é o caso da técnica do 
pontilhismo do artista Georges Seurat.
FIGURA 14 – PONTILHISMO COM COTONETES E TINTA
FONTE: Acervo pessoal da autora. (2018)
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
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• Escultura: para a linguagem da escultura, explora-se o uso da matéria, ou seja, 
os altos e baixos relevos, os volumes e, assim, faz-se a moldagem. A escultura 
pode ser feita com diversos materiais, como: argila, madeira, gesso, sabão, 
massinha de modelar.
DICAS
O escultor australiano Ron Mueck, que faz esculturas gigantes de fibra de 
vidro, é considerado um artista hiper-realista.
FONTE: <http://artesemfronteiras.com/esculturas-gigantes-de-ron-mueck/>. 
Acesso em: 25 jun. 2018.
Encontre mais sobre o trabalho do artista no Youtube: “Ron Mueck – Esculturas humanas – 
Genial – Jornal Hoje”. 
FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=Im6goyEZYPw>. Acesso em: 23 nov. 2018.
Para explorar a escultura em sala de aula, temos algumas possibilidades 
de uso do sabonete, sabão ou argila. Na imagem a seguir, temos esculturas de 
argila feitas por alunos do ensino fundamental. Após secagem natural das peças, 
pintaram com tinta guache. Os alunos exploraram a argila através da modelagem 
do alto e baixo relevo e, assim, vivenciaram também os conceitos do bidimensional 
e tridimensional.
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
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FIGURA 15 – ESCULTURA DE ARGILA FEITA POR ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
FONTE: Acervo pessoal da autora. (2018)
O que é bidimensional e tridimensional?
Bidimensionalidade: são criações como desenhos e pinturas, pois apresentam altura e largura.
Tridimensionalidade: é uma criação que apresenta largura, altura e profundidade. A criação 
pode ser observada de todos os lados, ângulos, como um objeto por exemplo.
IMPORTANT
E
• GRAVURA: consiste no uso de uma matriz (base). São feitas várias impressões, 
várias cópias da matriz. Lembra inicialmente um carimbo, e é usada a tinta 
para impressão do desenho que está na matriz. A gravura é feita de diferentes 
materiais, como xilogravura (madeira) gravura em metal (placa de metal); 
litogravura (pedra calcária).
Na escola, a técnica artística poderá ser trabalhada com bandejas de 
isopor, relacionando com a técnica da xilogravura, pois o desenho precisa ser 
bem marcado na matriz. O desenho é feito diretamente na bandeja de isopor, 
apertando o lápis, fazendo marcas de baixo relevo. Depois é só passar um rolinho 
de tinta e fazer a impressão.
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
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FONTE: Acervo pessoal da autora. (2018)
FIGURA 16 – ISOPORGRAVURA FEITO NA ESCOLA POR UMA ALUNA
A partir da proposta da técnica da gravura feita em isopor, podemos fazer 
relações com as outras técnicas de gravura, como é o caso do artista Iberê Camargo, 
que fez criações com diversas técnicas, como mostra a figura da gravura de metal.
FIGURA 17 – IBERÊ CAMARGO – CARRETÉIS, GRAVURA EM METAL
FONTE: <http://www.bolsadearte.com/oparalelo/o-carretel-de-ibere-camargo>. 
Acesso em: 25 jun. 2018.
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
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DICAS
Neste link encontra-se um material educativo das obras do artista Iberê 
Camargo! Aproveite e baixe seu material! FONTE: <http://www.iberecamargo.org.br/site/
uploads/multimediaExposicao/270320130044_Ibere%20Camargo%20o%20carretel%20
meu%20personagem.pdf>. Acesso em: 23 nov. 2018.
• Fotografia: é uma linguagem artística atual. O registro do momento é o 
resultado de uma composição artística. Há um artista brasileiro muito 
conhecido chamado Vik Muniz, sendo que seu trabalho é mostrado através do 
registro da fotografia. Em sala de aula, a fotografia poderá ser feita através do 
uso dos aparelhos celulares. 
FIGURA 18 – VIK MUNIZ – SÉRIE CATADORES DE LIXO DE GRAMACHO QUE ORIGINOU O 
DOCUMENTÁRIO “LIXO EXTRAORDINÁRIO” – DUQUE DE CAXIAS – RIO DE JANEIRO – BRASIL
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/prazer-em-conhecer/vik-muniz/#jp-carousel-5929>. 
Acesso em: 25 jun. 2018.
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
27
DICAS
A partir das composições que Vik Muniz realizou na série catadores de lixo, 
pode-se explorar com os alunos a observação das imagens e construir em grupos de 
alunos composições com diversos materiais. Após o desenvolvimento do trabalho 
é necessário realizar o registro do resultado final utilizando a fotografia.
FIGURA 19 – MONTAGEM DE UMA COMPOSIÇÃO COM MATERIAIS DIVERSOS
FONTE: Acervo pessoal da autora. (2018)
Filme Lixo extraordinárioO filme Lixo extraordinário é um documentário 
de 99 minutos, que foi produzido no ano de 
2010, mostrando um dos maiores aterros 
sanitários do mundo, o Jardim Gramacho, no 
Rio de Janeiro, com a participação do artista 
plástico Vik Muniz. O artista explora o espaço 
e constrói obras a partir do lixo com a ajuda 
dos catadores e o resultado se dá através das 
fotografias.
Veja o filme completo no Youtube. 
FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=61eudaWpWb8>. Acesso em: 23 nov. 2018.
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
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• Arquitetura: é a linguagem da arte que se apresenta no uso de espaços e está 
presente em nosso cotidiano. Como importante arquitetura atual, temos o 
prédio da Fundação Iberê Camargo – localizada em Porto Alegre/RS, feito pelo 
arquiteto contemporâneo português Álvaro Siza Vieira.
FIGURA 20 – FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/fundacao-ibere-camargo/>. 
Acesso em: 25 jun. 2018.
Como sugestão de atividade, apresente em sala de aula uma retrospectiva 
em imagens sobre a arquitetura desde a pré-história até a atualidade. No fazer 
artístico, deixe os alunos produzirem com papéis, dobraduras, recorte e colagem 
ou até técnica mista, isto é, mistura de vários materiais.
FIGURA 21 – CRIAÇÃO FEITA POR ALUNOS NO ANO DE 2018
FONTE: Acervo Clara Schley, (2018).
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
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• Artes gráficas: criadas pelo surgimento da tecnologia, referem-se às criações por 
meio de programas e aplicativos de computador. Atualmente são considerados 
como artes gráficas animações, videoarte, performances, entre outros.
FIGURA 22 – OBRA: UBU TELLS THE TRUTH [UBU CONTA A VERDADE], 1997, FILME DE 
ANIMAÇÃO EM 35 MM COM FOTOS DOCUMENTAIS E FILME DE ARQUIVO EM 16 MM 
TRANSFERIDO PARA VÍDEO
FONTE: <http://iberecamargo.org.br/wp-content/uploads/2018/07/Material-Dida%CC%81tico_
William-Kentridge-%E2%80%93-fortuna.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2018.
DICAS
No material educativo a seguir, encontramos a biografia do artista William 
Kentridge e obras de arte que estavam na exposição do museu em Porto Alegre no ano de 
2013. Também há sugestões de atividades que podem ser desenvolvidas em sala de aula 
com os alunos. Uma atividade que se encontra neste material e que pode ser adaptada às 
artes gráficas é o uso de revistas e jornais. 
Os alunos desenham a cada dia ou nas aulas de artes um personagem sobre uma folha de 
jornal, criando desenhos (personagens) com pequenos movimentos, isto é, são pequenas 
alterações no personagem do desenho. Após uma série de desenhos é possível fotografar 
um a um e colocar movimento, usando um aplicativo (de sua escolha) para transformar 
as fotos em um vídeo de animação. FONTE: <http://iberecamargo.org.br/wp-content/
uploads/2018/07/Material-Dida%CC%81tico_William-Kentridge-%E2%80%93-fortuna.pdf>. 
Acesso em: 23 nov. 2018.
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
30
DICAS
Caro acadêmico! É preciso pesquisar sempre, pois a cada dia surgem novas 
obras de arte com a utilização de novos materiais em espaços diversos.
3.2 A LINGUAGEM DAS ARTES CÊNICAS (TEATRO E DANÇA)
As artes cênicas envolvem o corpo em sua expressão, em seus movimentos 
e apresenta-se através de um palco, de um cenário. O fato se refere ao teatro, que 
se subdivide em trágico (imita a vida), comédia (lado irônico e contraditório), 
dramático (refere-se aos conflitos humanos), musical (através de músicas) e dança 
(expressões vindas da mímica). Acontece por meio da representação, através de 
um espaço e, assim, é visto pela plateia, pelos espectadores. (LOPES, s.d.)
Para Martins, Picosque e Guerra (2010, p. 50), o teatro e a dança remetem 
ao corpo. “O corpo projeta imagens, sensações, pensamentos. O corpo é ao mesmo 
tempo autor e intérprete que, em cena, apresenta ações-movimentos por meio das 
mediações e nas relações entre o externo e o interno”. Qualquer que seja o tipo 
de apresentação é preciso ter alguém que coordena, que seja um diretor de cena.
Tornar sensível a criança aos signos da linguagem teatral é também 
criar contextos significativos para a conversa sobre conceitos do teatro 
e de sua história, bem como sobre aqueles que exercem o ofício teatral, 
como o ator, o dramaturgo, o diretor, o encenador, o cenógrafo, o 
figurinista e tantos outros que mantêm viva a magia teatral (MARTINS; 
PICOSQUE; GUERRA, 2010, p. 124).
São atividades que podem ser desenvolvidas nas aulas de artes como esquetes 
teatrais, teatros de sombras, teatro com fantoches. Como sugestão de atividade na 
educação infantil e anos iniciais, uma proposta pedagógica como teatro de fantoches 
poderá contemplar o fazer artístico pela confecção de fantoches de meia.
FIGURA 23 – FANTOCHES DE MEIA
FONTE: <https://www.artesanatopassoapassoja.com.br/como-fazer-fantoches-de-meia/>. 
Acesso em: 25 jun. 2018.
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
31
DICAS
Quer um plano da linguagem teatral na pré-escola? Acesse o link e veja! 
FONTE: <https://novaescola.org.br/conteudo/6451/linguagem-teatral-na-pre-escola>. 
Acesso em: 23 nov. 2018.
Como linguagem artística, o teatro se expressa pela cenografia, pela 
contação de histórias, pela dramatização, pela performance, pelo teatro de 
bonecos, tudo através da representação teatral.
Na linguagem da dança, percebemos atualmente um distanciamento 
das aulas de artes. A disciplina de educação física, muitas vezes, abre o espaço e 
realiza situações de aprendizagem com a dança, como em eventos escolares, com 
apresentações dos alunos. 
Assim, para Martins, Picosque e Guerra (2010, p. 128), “o acesso a 
espetáculos de dança erudita, popular, clássica, moderna, contemporânea ou 
qualquer outro modo de dança permitirá ao aprendiz uma experiência estética, 
além de proporcionar-lhe a apreciação significativa da arte do movimento”.
3.3 A LINGUAGEM DA MÚSICA
A linguagem musical se expressa através das músicas, suscitando 
pensamentos e emoções que muitas vezes nem compreendemos pela letra da 
canção que se está ouvindo ou cantando. Faz parte da cultura humana e em 
diferentes épocas foi vista em rituais, com funções distintas.
A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes 
de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por 
meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o 
silêncio. A música está presente em todas as culturas, nas mais diversas 
situações: festas e comemorações, rituais religiosos, manifestações 
cívicas, políticas etc. Faz parte da educação desde há muito tempo, 
sendo que, já na Grécia antiga, era considerada como fundamental 
para a formação dos futuros cidadãos, ao lado da matemática e da 
filosofia. A integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos 
e cognitivos, assim como a promoção de interação e comunicação 
social, conferem caráter significativo à linguagem musical. É uma das 
formas importantes de expressão humana, o que por si só justifica sua 
presença no contexto da educação, de um modo geral, e na educação 
infantil, particularmente (BRASIL, 1998a, p. 45).
 
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
32
Assim, a melodia, o ritmo e a harmonia se compõem na linguagem 
musical, pois os sons só acontecem e necessitam sempre de alguém que execute, 
que tenha intenções. Sobre as intenções da arte, Martins, Picosque e Guerra (2010, 
p. 48) vão dizer que:
[...] tudo na obra de arte tem uma intenção. Há uma intenção em cada 
gesto, cor, movimento, postura. Com alguma intenção, um compositor 
faz predominar os sons graves sobre os agudos em determinada 
composição. A ação intencional do autor/artista é que define seu 
trabalho, mesmo quando opta pela música aleatória ou por jogar tinta 
sobre a tela.
A atmosfera criada através da música pode estar junto às representações 
teatrais e da dança. Em sala de aula, a música precisa ser desenvolvida além de 
canções de cantigas de rodaou outros cantos com gestos. Precisa também explorar 
a sonoridade, trazendo o contato com os instrumentos musicais, mostrar e ouvir 
produções musicais que já existem através dos tempos. Para o ensino de arte em 
música, é interessante apresentar compositores clássicos como Bach e Beethoven, 
oportunizando aos alunos ouvirem e conhecerem suas músicas.
DICAS
Sugestões de planos de aula. Os links a seguir falam da música erudita e 
popular no Brasil, enfatizando a apreciação significativa da linguagem musical. Leia e imagine 
sua aula também! 
FONTE: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=23297> e <http://
portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=23295>. Acesso em: 23 nov. 2018.
Como sugestão de atividade para sala de aula, podemos usar conceitos sobre 
o que é arte e para que ela serve, explorando o assunto através de uma apresentação 
feita por uma paródia. A paródia é uma nova interpretação, uma releitura de uma 
composição musical ou literária podendo ter ironia ou deboche. Os alunos escolhem 
a música favorita e organizam a escrita da letra da música trazendo conceitos 
estudados. A apresentação do grupo através da paródia criada é uma maneira de 
realizar uma aprendizagem mais significativa de um conteúdo estudado.
Conhecer e compreender a música como uma produção cultural supõe 
também a criação de contextos significativos para a conversa sobre os 
conceitos e a história da linguagem musical – nas diferentes culturas, 
no decorrer do tempo – e sobre seus produtores – compositor, 
intérprete (instrumentista ou cantor), maestro, disc-jóquei etc., muitos 
deles habitantes do universo da criança (MARTINS; PICOSQUE; 
GUERRA, 2010, p.122).
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
33
DICAS
Explore e aproveite para conhecer mais sobre a história da música. 
FONTE: <http://www.portaldarte.com.br/linguagemmusica.htm>. Acesso em: 23 nov. 2018.
O importante é estar atento às diversas linguagens artísticas e propor 
maneiras diferentes de explorar em sala de aula. “A instalação, o videoclipe e a 
performance, por exemplo, são algumas das produções artísticas que combinam 
elementos do teatro, dança, música e artes visuais” (MARTINS; PICOSQUE; 
GUERRA, 2010, p. 128).
Caro acadêmico! Use a criatividade e explore as linguagens artísticas, 
lendo, pesquisando, criando e mostrando o que aprendeu!
4 CAMPOS CONCEITUAIS DA ARTE
Neste tópico serão apresentados os três campos conceituais que envolvem 
o ensino da arte: a criação/produção, a percepção/análise e o conhecimento e 
contextualização conceitual-histórico-cultural da produção artístico-estética da 
humanidade, que trazem considerações importantes que permeiam a abordagem 
triangular de Barbosa, nos eixos de aprendizagem do fazer artístico, da leitura e 
contextualização. 
Assim, também os “três campos conceituais estão presentes nos PCN-Arte 
e, respectivamente, denominados de produção, fruição e reflexão” (MARTINS; 
PICOSQUE; GUERRA, 2010, p. 12). No ensino da arte também é preciso planejar 
e pensar sobre as aulas: 
Pensar na leitura e produção na linguagem da arte é um modo único 
de despertar a consciência e novos modos de sensibilidade. Isso 
pode nos tornar mais sábios, seja sobre nós mesmos, o mundo ou as 
coisas do mundo, seja sobre a própria linguagem da arte (MARTINS; 
PICOSQUE; GUERRA, 2010, p. 39).
No processo de ensino e aprendizagem nas aulas de artes, o professor 
junto com os alunos fará associações ao cotidiano, buscando na memória 
múltiplas leituras e percepções, novos modos de sensibilidade. Portanto, 
independentemente do conteúdo escolhido para ser desenvolvido na aula de 
artes, ele poderá propor o fazer artístico com associações à realidade do aluno, 
estimulando a criação artística através da fruição e da contextualização.
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
34
Lembramos também da importância de mostrar atividades realizadas 
nas aulas de arte em exposições internas ou externas, painéis, murais ou de 
registrar os momentos criativos, fotografando e postando em espaços virtuais, 
compartilhando os conhecimentos construídos e estimulando o aluno pelo 
gosto por sua criação artística. Assim, os três campos conceituais podem ser 
contemplados e ensinados nas aulas de arte.
Neste livro de estudos, a conversa acontecerá por meio da exploração dos 
campos conceituais da arte a partir da abordagem triangular de Barbosa. Os campos 
conceituais ou eixos de aprendizagem, como também são chamados, se referem ao 
fazer artístico, à leitura de imagem e à contextualização. A abordagem é uma ótima 
referência de apoio para o professor em seu planejamento e nas ações da sala de aula.
Através da abordagem triangular de Barbosa, explanando os termos do 
fazer artístico, da leitura de imagem e da contextualização, estes não são aplicados 
nas aulas de arte de maneira linear, isto é, não têm uma ordem. Lembrando que 
os campos conceituais podem ser aplicados às diversas linguagens da arte, em 
especial nas artes visuais.
Assim, o ensino de arte, para ser desenvolvido nas escolas de maneira 
efetiva, necessita que os professores trabalhem a partir de sua formação específica 
(artes visuais, música, teatro e dança), trazendo suas experiências e pesquisas. 
Para Barbosa (2010, p. 33), “só um fazer consciente e informado torna possível 
a aprendizagem em arte”, isto é, a partir de sua formação específica é possível a 
construção do conhecimento. Segundo Barbosa (2010, p. 33):
Nem a arte/educação como investigação dos modos pelos quais se 
aprende arte nem a arte/educação como facilitadora entre a arte e 
público podem prescindir da inter-relação entre história da arte, 
leitura da obra de arte, fazer artístico e contextualização.
Agora, iniciamos nossa conversa sobre os principais termos que encontramos 
nas leituras dos livros de arte, que trazem as terminologias da metodologia ou da 
proposta, que atualmente é vista como Abordagem Triangular de Barbosa (1998).
A Abordagem Triangular foi divulgada com o nome de Metodologia 
Triangular através do livro A imagem do Ensino da Arte publicado 
pela Editora Perspectiva em 1991. Posteriormente, em 1998, publicou-
se um capítulo revisando-a no livro Tópicos Utópicos. As revisões 
da Metodologia Triangular, em 1998, foram conceituais, práticas e 
bastante incisivas, mudando até o nome para Abordagem Triangular 
(BARBOSA; CUNHA, 2010, p. 9).
A abordagem triangular surge de uma preocupação que os profissionais 
de arte sentiram em sua prática diária, pois na década de 1970, apenas tinham-
se produções artísticas, o fazer por fazer, surgindo as chamadas escolinhas de 
arte. Para Barbosa (1998, p. 35), a abordagem triangular vem para atender a uma 
necessidade na educação, nas aulas de arte, isto é, a de “instrumentalizar o aluno 
para o momento em que vivemos”.
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
35
IMPORTANT
E
Vamos conhecer um pouco mais 
sobre a autora Ana Mae Barbosa:
Professora de pós-graduação da Escola de 
Comunicações e Artes da Universidade  de 
São Paulo – ECA, Ana Mae Barbosa é uma das 
principais referências brasileiras em arte-educação 
e, embora já aposentada, ainda é disputada 
pelos alunos da instituição como orientadora. 
Desenvolveu, influenciada diretamente por Paulo 
Freire, o que chamou de abordagem triangular 
para o ensino de artes, concepção sustentada sobre a contextualização da obra, sua 
apreciação e o fazer artístico. A pesquisadora foi, também, a primeira a sistematizar o ensino 
de arte em museus, quando dirigiu o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de 
São Paulo – MAC.
FONTE: <http://www.iea.usp.br/pessoas/pasta-pessoaa/ana-mae-barbosa>. Acesso em: 28 
nov. 2018.
No entanto, na sala de aula era preciso mais que o fazer artístico, era necessário 
ter momentos de análise e discussão das criações feitas pelos alunos, relacionando 
teoria e enfatizando o sentido das criações. Segundo Barbosa (2002, p. 34-35):
A produção de arte faz a criançapensar inteligentemente acerca da 
criação de imagens visuais, mas somente a produção não é suficiente 
para a leitura e o julgamento de qualidade das imagens produzidas por 
artistas ou do mundo cotidiano que nos cerca [...]. Temos que alfabetizar 
para a leitura da imagem. Através da leitura das obras de artes plásticas, 
estaremos preparando a criança para a decodificação da gramática 
visual, da imagem fixa e, através da leitura do cinema e da televisão, 
a prepararmos para aprender a gramática da imagem em movimento. 
Essa decodificação precisa ser associada ao julgamento da qualidade do 
que está sendo visto aqui e agora e em relação ao passado.
Para Barbosa (1991), os três eixos da abordagem triangular são articulados 
como: leitura de imagem ou apreciação; o fazer artístico ou produção; história da 
arte ou reflexão. Assim, a abordagem triangular é contemplada nas aulas de arte 
através de ações interligadas. “Os três eixos de aprendizagem artística delimitam 
claramente conjuntos possíveis de ações complementares e interconectadas” 
(BARBOSA; CUNHA, 2010, p. 64).
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
36
Os campos conceituais de arte caminham para processos de criação, de 
análise e de contextualização. Criamos algo relacionando com o que aprendemos, 
assim, contextualizando através de uma leitura crítica do que estamos 
desenvolvendo. Segundo Barbosa (2010, p. 33):
O que a arte/educação contemporânea pretende é formar o 
conhecedor, fruidor, decodificador da obra de arte. Uma sociedade 
só é artisticamente desenvolvida quando ao lado de uma produção 
artística de alta qualidade há também uma alta capacidade de 
entendimento desta produção pelo público.
O professor de arte precisa explorar em sala de aula a história da arte, 
os conteúdos essenciais por faixa etária através dos eixos de aprendizagem que 
norteiam a prática artística. Para Barbosa (2010, p. 36):
Um currículo que interligasse o fazer artístico, a análise da obra de arte 
e a contextualização estaria se organizando de maneira que a criança, 
suas necessidades, seus interesses e seu desenvolvimento estariam 
sendo respeitados e, ao mesmo tempo, estaria sendo respeitada a 
matéria a ser aprendida, seus valores, sua estrutura e sua contribuição 
específica para a cultura.
A prática do fazer artístico é a própria produção do aluno. No momento 
da leitura de imagem, na análise e observação, os alunos aprendem conceitos, a 
própria história da arte. “Esse eixo trata das ações que envolvem o exercício da 
percepção” (BARBOSA; CUNHA, 2010, p. 65).
DICAS
Abordagem triangular no ensino das artes e culturas 
visuais (2010).
Este livro foi organizado por Ana Mae Barbosa e Fernanda Pereira 
da Cunha. O livro traz as principais pesquisas, teorias e discussões a 
respeito da abordagem triangular em qualquer área do conhecimento 
que também era chamada de metodologia ou proposta.
Prezado acadêmico, a seguir será apresentada, em subtópicos, a 
descrição sobre os campos conceituais da arte, os três eixos de aprendizagem da 
abordagem triangular de Barbosa, com atividades que podem ser desenvolvidas 
nas aulas de artes.
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
37
4.1 LEITURA DE IMAGEM (FRUIÇÃO/ANÁLISE)
Ler é apreciar, observar, analisar, conhecer. Nas aulas de arte, a leitura de 
imagem está por toda parte, desde as obras artísticas até imagens do cotidiano. 
Estamos analisando, apreciando, lendo, imaginando sobre tudo o que vemos. A 
apreciação/análise/fruição fazem parte da aula de arte, conhecer a obra e o artista, 
saber como foi feita, quais materiais utilizados.
Precisamos educar o olhar do nosso estudante, mostrando e conhecendo 
as diversas linguagens e manifestações artísticas. Assim, para você acadêmico, 
apresentamos sugestões relacionadas às leituras de imagem, levando o aluno para:
• Ver sites de museus virtuais, visitando e apreciando obras de artistas.
• Visita pedagógica a museus, galerias e exposições da própria cidade ou estado.
• Mostrar filmes e reproduções de obras de arte (imagens impressas ou 
projetadas).
• Convidar artistas para visita em uma escola em uma aula de arte para mostrar 
seu trabalho e dialogar sobre sua criação artística.
• Analisar imagens de livros, revistas, redes sociais, outdoors, TV, arte na rua e 
entre outros, expandindo o campo de visualidade cultural.
No entanto, o eixo artístico da leitura de imagem refere-se à contemplação, 
fruição, análise e interpretação. Para Iavelberg (2003, p. 75):
[...] o desenvolvimento da compreensão estética é saber apreciar 
objetos de arte com a propriedade que é possível a cada momento 
conceitual dos sujeitos que compõem o público de apreciadores. Ainda 
podemos supor que, quando o fazer arte está associado à apreciação, 
ela se enriquece e amplia os conhecimentos de arte do público.
 
Portanto, para Iavelberg (2003), destacam-se os seguintes níveis de 
desenvolvimento da compreensão estética de leitura de imagem:
a) Para Edmund Feldman (1970), o processo de leitura envolve a descrição, a 
análise, a interpretação e o julgamento da obra.
b) Para Abigail Housen (1983), o processo é narrativo, construtivo, classificatório, 
interpretativo e recreativo.
c) Robert William Ott (1984) sugere descrever, analisar, interpretar, fundamentar 
e revelar a leitura da obra.
d) Para Michael Parsons (1987), a leitura envolve a preferência, beleza e realismo, 
expressividade, estilo e forma, autonomia.
 
Para entender melhor, temos a seguir um exemplo de proposta prática 
referente à leitura de imagem. A leitura de imagem foi apresentada por Barbosa 
em seu livro A imagem no ensino da arte (2010) e adaptada à obra de Pablo Picasso.
UNIDADE 1 | CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO CONTEXTUALIZAÇÃO, FRUIÇÃO E PRODUÇÃO
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FIGURA 24 – OBRA DE ARTE: TRÊS MÚSICOS DE PABLO PICASSO (1921)
FONTE: <https://www.moma.org/collection/works/78630>. Acesso em: 8 jun. 2018.
A obra Os três músicos, de Pablo Picasso, pode ser apresentada instigando 
o processo de leitura que envolve a descrição, a análise, a interpretação e o 
julgamento da obra como Feldman sugere. Para o desenvolvimento da atividade 
de leitura de imagem, o professor poderá instigar o grupo de alunos fazendo 
perguntas como:
• Descrição: o que você vê? O que identifica na imagem? Observe a ficha técnica 
do trabalho. Descreva tudo o que identifica organizando uma lista de coisas.
• Análise: como a obra está organizada? Quais são as cores e formas que se 
destacam? Que personagens são retratados na pintura? Verifique os elementos 
visuais usados na obra.
• Interpretação: o que está acontecendo na imagem? O que será que o artista 
queria dizer nesta criação? É possível ouvir alguma coisa ou identificar a 
música que estão tocando? Escreva contando o que acha.
• Julgamento: você gosta da temática da criação? O que pensas acerca da obra de 
Pablo Picasso?
As perguntas ajudam os alunos a analisar e refletir sobre a imagem. Assim, 
“a leitura da obra de arte deve propor problemas e não somente dar soluções” 
(BARBOSA, 2010, p. 67). A leitura de imagem faz pensar, fruir, e é um exercício 
que exige muita atenção.
Barbosa (2010, p. 66) sugere ainda a seguinte atividade do fazer artístico: 
“proporia aos alunos experimentarem representar um objeto da mesma maneira 
que Picasso representou a mesa, colocando na representação vários momentos da 
percepção do objeto à medida que andamos em volta dele”.
Portanto, a leitura de imagem abrange a interpretação e contextualização 
em seu fazer artístico. “Cada pessoa, em cada época, tem direito à interpretação, 
desde que justificável formalmente; portanto, é necessário ler claramente os 
elementos formais e de composição primeiro” (BARBOSA, 2010, p. 79). 
TÓPICO 1 | TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ARTES
39
Os elementos formais e de composição são os chamados elementos da 
linguagem visual como: o ponto, a linha, as formas, as texturas, as cores, as direções, 
os tons, o contraste, a escala, as dimensões, o movimento.

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