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Piometra Fechada em Cadela Lhasa Apso - Relato de Caso

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PIOMETRA FECHADA EM CADELA LHASA APSO: RELATO DE CASO
Diana Helena Miranda1; Sarah Aparecida Ludwig1; Alan Peruzzo Paganini2
1Acadêmicas do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Multivix polo Castelo – Castelo – ES. (diana.hm.99@hotmail.com); (sarah_ludwig123@hotmail.com)
2 Coordenador e docente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Multivix polo Castelo – Castelo - ES. (alan.paganini@multivix.edu.br).
RESUMO
Neste relato é descrito um caso de piometra fechada que, nada mais é do que uma infecção uterina. Elucida-se apresentar informações básicas sobre a infecção, o procedimento e como proceder perante a situação, seja tutor ou médico veterinário, ressaltando as técnicas utilizadas e método de diagnóstico. O estudo em questão tem como metodologia o tratamento cirúrgico por meio de ovariohisterectomia de uma cadela de 12 anos portadora de piometra fechada com ênfase em pontuar e discutir acerca da conduta realizada no diagnóstico e no tratamento.
Palavras-chave: ovariohisterectomia; castração; cirurgia;
INTRODUÇÃO
Definida como o acúmulo de secreção purulenta no lúmen uterino, a piometra ocorre principalmente em cadelas de meia idade a idosas e é considerada uma afecção de diestro que se estabelece em consequência a influência hormonal à virulência das infecções bacterianas, principalmente Escherichia coli. Essa patologia é apontada com duas apresentações: aberta ou fechada, sendo esta última mais grave e de caráter emergencial, pois pode evoluir para sepse e óbito se não tratada a tempo. (GARCIA et al., 2009; FOSSUM, 2014; JERICÓ, 2019; OLIVEIRA, 2018; SALES et al., 2017; SILVA, 2009)
Concordando com o fato que a paciente em questão apresenta um quadro caracterizado pela distensão abdominal e cérvix fechada, elucida-se relatar o quadro de piometra fechada em uma cadela da raça Lhasa Apso de aproximadamente 12 anos. Dessa forma, os objetivos específicos apresentados são abordar a suspeita clínica do médico veterinário, assim como os exames efetuados até o diagnóstico e a técnica operatória utilizada para o tratamento.
O conhecimento acerca da piometra, suas apresentações e tratamento é fundamental para discentes e profissionais da medicina veterinária já que esta é uma afecção de grande ocorrência na clínica de pequenos animais, no entanto, é necessário saber diagnosticá-la, conhecer a técnica cirúrgica de ovariohisterectomia para tratamento, além de indicar a castração eletiva como forma profilática. Desta forma, o relato em questão pode ser considerado de suma importância, uma vez que demonstra importante relevância para os discentes e apresenta linha direta com a disciplina de Clínica Cirúrgica.
ESTADO DA ARTE
Uma cadela da raça Lhasa Apso com aproximadamente 12 anos e 5,3 kg foi atendida na clínica Pet Saúde, situada na cidade de Domingos Martins – ES. Durante a anamnese, a tutora relatou que a cadela não era castrada e havia entrado no cio cerca de 60 dias atrás. Ao exame físico constatou-se distensão abdominal, desidratação, mamas inchadas e com secreção purulenta de coloração escura levando a suspeita clínica de um quadro de piometra, além disso, verificou-se a presença de um tumor na mama inguinal direita e uma possível cardiopatia durante ausculta cardíaca. De imediato recomendou-se a internação da paciente para correção da desidratação e a realização de hemograma, citologia do tumor, ultrassonografia abdominal e o eletrocardiograma. O animal foi submetido à citologia, hemograma e fluidoterapia intravenosa momentaneamente, sendo este liberado no fim do dia após a correção do quadro de desidratação. A ultrassonografia (US) e o eletrocardiograma só foram realizados seis dias após o atendimento inicial em consequência a fatores externos como a priorização por exames que fechariam o diagnóstico da suspeita clínica, o exame ultrassonográfico estar disponível apenas na cidade vizinha, feriados, final de semana e por um problema pessoal do responsável pelo exame, o que impossibilitou que o exame fosse executado imediatamente após a primeira consulta. A citologia foi inconclusiva e o eletrocardiograma mostrou sobrecarga de ventrículo esquerdo. O resultado do hemograma indicou anemia e leucocitose por neutrofilia e o laudo da US revelou útero aumentado e preenchido por líquido que, juntamente com a falta da secreção vaginal foi sugestivo para piometra fechada, assim, o médico veterinário recomendou o tratamento através da ovariohisterectomia (OH), no entanto, ciente da gravidade da condição da cadela, a tutora optou por esperar mais dois dias para efetuar a intervenção cirúrgica e posterior a uma longa conversa, a mesma autorizou a realização do procedimento, sendo este efetuado oito dias após o atendimento inicial. Para a OH a cadela foi submetida à anestesia geral e posicionada em decúbito dorsal na calha cirúrgica, procedeu-se a antissepsia da porção ventral do abdômen e efetuada a incisão retro-umbilical na linha média. Todas as ligaduras foram feitas com nylon 3-0. A cavidade foi fechada em três planos com fio nylon 2-0; Peritônio, fáscia e músculos através da sutura com padrão em “X”, no tecido subcutâneo utilizou-se padrão de sutura simples contínuo e na pele foi efetuada a sutura de Wolff. A intervenção cirúrgica foi realizada com êxito e após dez dias os pontos foram retirados. 
Na autoria de LUMB & JONES (2018), é citada a necessidade de cuidados e atenção para com pacientes que apresentam alterações cardíacas antes e durante todo procedimento para prevenir congestão de vasos ou possíveis arritmias com o auxílio da eletrocardiografia. Concordando com o descrito em literatura, foi efetuado o eletrocardiograma e mediante obtenção dos resultados, levando em consideração a idade do animal e a alteração encontrada, estas foram analisadas a fim de manter o débito cardíaco e perfusão tecidual de forma cautelosa e correta na anestesia a qual a paciente foi submetida. 
Outro autor a demonstrar atenção para com exames físicos criteriosos é OLIVEIRA (2018), que discorre a necessidade de estabilização do animal pós diagnóstico para que possa ser feito o procedimento. Sendo assim, caso houvesse outras alterações físicas, químicas, sistêmicas ou de qualquer outra natureza no organismo da paciente encontradas durante os exames, seriam mais empecilhos que possivelmente teriam de ser resolvidos previamente a cirurgia, ocasionando no retardo da intervenção cirúrgica em mais de dois dias pós resultados e consequentemente permitindo a evolução da infecção na paciente.
Segundo BAINES (2014), quando o tutor revela que a cadela que não foi submetida a ovariohisterectomia deve-se sempre considerar a presença da piometra e anuindo com JERICÓ (2019), animais com essa condição podem não demonstram sinais por um período após o surgimento da infecção, principalmente devido a incapacidade da piometra fechada de liberar secreção vaginal. Ele destaca ainda a importância da US, não somente como um método para o diagnóstico, mas sim o método ideal para confirmar a suspeita clínica em casos de piometra. No entanto, sabendo a gravidade de uma piometra fechada e que é considerada estado emergencial, é certo que seja dado destaque ao tempo decorrido entre o dia da consulta, a data em que foi feita a US e a intervenção cirúrgica, ressaltando a necessidade da realização desse exame o mais rápido possível a fim de confirmar a suspeita clínica e fechar o diagnóstico, consequentemente, acelerando o tratamento e evitando qualquer possibilidade de sepse e até morte pela infecção, citadas por FOSSUM (2021), e evidente a demora de dois dias pós realização da US para submeter a cadela a OH em decorrência a ações da tutora. 
A intervenção cirúrgica foi efetuada de acordo com a técnica descrita por FOSSUM (2021), ele ainda sugere o uso de fio absorvível (0 a 3-0) para as ligaduras, no entanto, o cirurgião utilizou fio inabsorvível nylon (3-0 e 2-0) ao realizar as ligaduras. De acordo com BAINES (2014), há estudos que indicam que o uso do padrão de sutura contínuo no subcutâneo resulta em melhor aparência da pele após aOH e concordando com o descrito, o padrão escolhido pelo cirurgião para fechar o subcutâneo foi a sutura contínua. 
CONCLUSÃO
Certamente que a melhor forma de se tratar a piometra é fazendo a prevenção. Dito isso é certo afirmar que a ovariohisterectomia é de suma importância para a saúde do animal e extremamente necessária uma vez que haja possibilidade de patologias no sistema reprodutivo ou secundárias a ocorrida, tanto para a resolução das mesmas, como principalmente para preveni-las. Destacando o cuidado com a saúde e bem estar do animal, deve-se procurar sempre se atentar as questões que demonstram necessidade de prioridade para que tudo ocorra de forma propícia, eficiente e sejam evitados problemas adjacentes.
REFERÊNCIAS
FERREIRA, F.; ORSATO, D.; CESARO, M. P.; KOLLING, G. J. OVÁRIOSALPINGOHISTERECTOMIA EM UMA CADELA - RELATO DE CASO. Rio Gande do Sul: IMED.
FOSSUM, T. W. Cirurgia de pequenos animais, 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.
GARCIA, C. Z.; NOGUEIRA, A. R.; PINHEIRO JÚNIOR, O. A. Piometra aberta em cadela: Relato de caso. São Paulo: Revista Eletrônica de Medicina Veterinária, ano VII, n.13, 2009.
JERICÓ, M. M. Tratado de medicina interna de pequenos animais. 1 ed. Rio de Janeiro: Roca, 2019.
LUMB & JONES. Anestesiologia e analgesia em veterinária 5. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2017.
OLIVEIRA, A. D. A. Técnicas cirúrgicas em pequenos animais. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.
SALES, K. K. S.; RODRIGUES, N. M.; RUFINO, A. K. B.; LUZ, P. M. S. Piometra e hiperplasia vaginal em cadela: Relato de caso. Paraná: Revista PUBVET, v.11, n.1, p.78-81, 2017.
SILVA, E. E. P. Piometra canina. Trabalho de conclusão (bacharelado em Medicina Veterinária) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Botucatu, 2009.

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