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qTutoria 2 – módulo 1: Alimentação infantil e imunizações 1. DIFERENCIAR OS TIPOS DE ALEITAMENTOS · Exclusivo: até 6 meses · Predominante: além do leite, tem chás, água, sucos · Complementado: quando o bebê recebe alimentos sólidos, para de fruta, papas salgadas (até 2 anos) – recomenda-se dos 6 meses até os 2 anos · Misto/Parcial: leite materno mais outro leite qualquer (vaca ou fórmula) O Ministério da Saúde (MS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) concordam com a OMS no que diz respeito à duração ideal da amamentação ser exclusiva até os 6 meses e complementada até os 2 anos ou mais. 2. CONHECER OS BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO ATÉ O SEXTO MÊS · Evita mortes infantis (13% de mortes no mundo em menores de 5 anos por infecção); · Evita diarreia (quem mama tem diarreia menos grave); · Evita infecções respiratórias: pneumonia, otite, bronquiolite; · Diminui o risco de alergias · Principalmente alergia à proteína do leite de vaca · Diminui o risco de rinite, dermatite, asma, sibilância, HAS, dislipidemia e diabetes · Reduz risco de obesidade · Bebê melhor amamentado tem uma melhor programação metabólica, uma regulação da ingestão de alimentos · Melhor nutrição · Efeito positivo na inteligência · Melhor desenvolvimento da cavidade bucal · Benefícios para a mãe: · Proteção contra câncer de mama; · Evita nova gravidez – eficácia de 98%, se a mulher ainda tiver em amenorreia · Promoção do vínculo afetivo mãe e filho; · Menor custo financeiro; · Melhor qualidade de vida 3. ENTENDER A ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR A PARTIR DO SEXTO MÊS Até os 6 meses o aleitamento materno exclusivo é capaz de suprir todas as necessidades nutricionais do bebê. Assim, a alimentação complementar deve prover suficientes quantidades de água, energia, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais, por meio de alimentos seguros, culturalmente aceitos, economicamente acessíveis e que sejam agradáveis à criança. · Por volta dos 6 meses a criança tem desenvolvido os reflexos necessários para a deglutição, como o reflexo lingual, manifesta excitação à visão do alimento, sustenta a cabeça, facilitando a alimentação oferecida por colher e tem-se o início da erupção dos primeiros dentes, o que facilita na mastigação. · A criança com 6 meses consegue desenvolver ainda mais o paladar e, consequentemente, começa a estabelecer preferências alimentares, processo que a acompanha até a vida adulta. · Assim, além de complementar as necessidades nutricionais, a introdução de alimentos, em idade oportuna, aproxima progressivamente a criança dos hábitos alimentares da família e ou cuidados e proporciona uma adaptação do bebê a uma nova fase do ciclo de vida, na qual lhe são apresentados novos sabores, cores, aromas e texturas. · DEZ PASSOS DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL (segundo a OMS e a Sociedade Brasileira de Pediatria) 1. Dar somente leite materno até os 6 meses; 2. A partir dos 6 meses, oferecer de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os 2 anos de idade; 3. A partir dos 6 meses, dar alimentos complementares 3 vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver sem aleitamento materno; 4. A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, respeitando o apetite da criança; 5. A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher. Começar com consistência pastosa, até aumentar a mesma e chegar a alimentação da família; 6. Oferecer a criança diferentes alimentos ao dia; 7. Estimular consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições; 8. Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Cuidado com o uso do sal. 9. Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; 10. Estimular a criança doente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus preferidos, respeitando sua aceitação. · APÓS OS 6 MESES · Deve-se ser introduzido, em conjunto com o leite materno, água, frutas e papinha com aumento progressivo da consistência, sendo que até 1 ano a criança deve receber a mesma alimentação da família. Além disso, lembrar que apenas aos 2 anos deve-se retirar o aleitamento materno. · De 0 a 2 anos, evitar industrializados, e a alimentação deve ser variada, como carnes, ovos, frutas, legumes e vegetais, não contendo muito sal e açúcar. · 4. CONHECER OS CASOS EM QUE O ALEITAMENTO MATERNO NÃO SERIA INDICADO · Contraindicações absolutas: · Mães infectadas pelo HIV, HTLV1 e HTLV 2 · Uso materno de medicamentos: antineoplásicos e radiofármacos · Recém nascido com galactosemia · Contraindicação temporária · Infecção herpética nas mamas · Varicela materna de 5 dias antes do parto até 2 dias após · Doença de chagas aguda ou se sangramento · Abscesso mamário · Uso de drogas de abuso · Falsas contra-indicações · Tuberculose, hanseníase, hepatite B e C, dengue, tabagismo, consumo de álcool 5. DIFERENCIAR AS COMPOSIÇÕES DO LEITE DE VACA, LEITE ARTIFICIAL, DE CABRA E LEITE MATERNO · LEITE MATERNO · Fatores imunológicos: · IgA secretora: reflexo das infecções gastrointestinais e respiratorias · Anticorpos IgM e IgG: reflexo de infecções e imunizações · Lactoferrina · Lisozima · Fator bífido: favorece o crescimento do lactobácilo e dificulta a presença de bactérias intestinais que favorecem a diarreia grave. · FÓRMULAS INFANTIS · Maioria é elaborada a base de leite de vaca; · Tem adaptação com relação aos carboidratos, proteínas e vitaminas · Mas os fatores anti-infecciosos e bioativos encontrados no leite materno não são encontrados nas fórmulas; · Proteína: As formulas infantis possuem em sua maioria como fonte proteica o leite de vaca com proporção variável de proteínas do soro e caseína; · Essas proteínas podem estar sob forma intacte (FI polimérica), hudrolisada (FI parcialemente ou extensamente) ou na forma de aminoácidos livres (fórmulas elementares); lactentes saudáveis e com trato intestinal íntegro devem receber fórmulas com proteína intacta. · Somente aqueles com alergia ao leite de vaca e/ou síndrome de má absorção podem necessitar de formulas extensamente hidrolisadas ou à base de aminoácidos. · Carboidratos · Principal fonte é a lactose, seguida pela maltodextrina e os polímeros de glicose; · FI para lactentes saudáveis devem conter lactose como carboidrato predominante, a lactose tem importante efeito bifidogênico e é um facilitador da absorção de cálcio no trato gastrointestinal. · Gorduras · As FI possuem uma mistura de óleos vegetais (milho, açafrão, soja, girassol) para o fornecimento de ácido graxos em quantidade e qualidade adequados para o crescimento do lactente. · LEITE DE CABRA · O leite de cabra para o bebê é uma alternativa quando a mãe não pode amamentar e em alguns casos quando o bebê tem alergia ao leite de vaca. Isso porque o leite de cabra não tem a proteína Alfa S1 caseína, que é a principal responsável pelo desenvolvimento de alergia ao leite de vaca. · O leite de cabra é semelhante ao leite de vaca e tem lactose, mas é mais facilmente digerido e tem menos gordura. Porém, o leite de cabra tem baixo teor em ácido fólico, assim como deficiência de vitamina C, B12 e B6. Por isso, pode ser a suplementação de vitaminas, que deve ser recomendada pelo pediatra. · Para dar o leite de cabra é preciso tomar alguns cuidados, como ferver o leite por pelo menos 5 minutos e misturar o leite com um pouco de água mineral ou com água fervida. · Além disso, o leite de cabra contém quantidades adequadas de cálcio, vitamina B6, vitamina A, fósforo, magnésio, manganês e cobre, mas possui baixos teores de ferro e ácido fólico, o que aumenta o risco de desenvolver anemia. 6. DISCUTIR AS CONSEQUÊNCIAS DO USO PRECOCE DO LEITE DE VACA Já foi evidenciado que a introdução precoce de leite de vaca é associada à baixa escolaridade materna e ao baixo nível socioeconômico da família No âmbito de saúde pública, a elevada frequência de consumo de leite de vaca em todas as idades pode ser um dos fatores que contribuempara a manutenção dos elevados índices de anemia observados no país.6 O consumo de leite de vaca em idades precoces e durante a infância aumenta o risco de as crianças desenvolverem anemia.21-23 A introdução precoce de leite de vaca causa impacto negativo nos estoques de ferro das crianças por causa da baixa quantidade e da biodisponibilidade do ferro presentes nesse alimento, além de provocar microenterorragias devido à imaturidade do trato gastrintestinal, provocando perdas sanguíneas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o leite de vaca não é um alimento recomendado para crianças menores de um ano.10 Este apresenta elevada quantidade de proteínas, inadequada relação entre a caseína e as proteínas do soro, elevados teores de sódio, de cloretos, de potássio e de fósforo, e quantidades insuficientes de carboidratos, de ácidos graxos essenciais, de vitaminas e de minerais para a faixa etária. Além de não ser nutricionalmente adequado, o leite de vaca é um alimento muito alergênico para crianças, e seu consumo tem sido associado ao desenvolvimento de atopia. ARTIGO DO JORNAL DE PEDIATRIA (2013) – · ARTIGO 2015: Rev. Brasileira de promoção à saúde · O consumo de leite de vaca integral por crianças menores de um ano é nutricionalmente inadequado, pois apresenta quantidade limitada de vitaminas, carboidratos, ferro, zinco, cálcio e elevadas quantidades de proteína com inadequada relação entre a caseína e as proteínas do soro. Além disso, seu consumo regular pode levar à sensibilização precoce da mucosa intestinal e induzir hipersensibilidade às proteínas do leite de vaca, predispondo ao surgimento de doenças alérgicas e de pequenas hemorragias na mucosa intestinal, colaborando para o aumento da deficiência de ferro e maior suscetibilidade à anemia. Além disso, ainda há evidências de que esse consumo pode predispor ao aparecimento de doenças como câncer, diabetes mellitustipo I, refluxo gastroesofágico e problemas neurológicos 7. COMPREENDER COMO SE DÁ A ORIENTAÇÃO DA MÃE SOBRE O PROCESSO DE AMAMENTAÇÃO (PEGA, RACHADURA) · POSIÇÃO ADEQUADA: · Mãe confortável · Barrriga com barriga · Corpo do bebe alinhado · Mãe sempre apoia o bebê · PEGA · Boca bem aberta do bebê · Oferecer peito em forma de C · Nariz livre para respirar · Lingua sobre a gengiva inferior · Mandibulas se movimentando · SINAIS DE TÉCNICA INADEQUADA · Bochechas encovadas a cada sucção · Ruídos de língua · Mama esticada ou deformada na mamada · Dor na amamentação · Mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas quando o bebê solta · TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO · Aleitamento materno em livre demanda: 8 – 12 vezes ao dia · Não existe “leite fraco” –leite que vem primeiro tem mais água e proteínas, depois vem leite mais gordurosa · Esvaziar a mama · Não ofertar água ou chá · Não utilizar mamadeira/chupeta: confusão de bicos, e problemas de estimulo à sucção · Recomendações para a lactante · Consumo extra de 500 cal/dia · Dieta variada · Consumi mais ou igual a 3 porções de leite/dia · Moderação no café 8. CONHECER O CALENDÁRIO DE IMUNIZAÇÃO ATÉ OS 14 ANOS E EFEITOS ADVERSOS (BCG E ANTI-HEPATITE B) · REAÇÕES ADVERSAS E EFEITOS COLATERAIS DA VACINA BCG A pápula formada pela injeção intradérmica permanece por 15 a 30 minutos. Duas ou três semanas depois, pode observar-se um nódulo vermelho, cujas dimensões aumentam durante as duas semanas seguintes. Em alguns casos forma-se um pequeno abscesso que logo se transforma numa pequena úlcera. Passadas algumas semanas a úlcera fecha espontaneamente sem tratamento. A úlcera é eliminada completamente de três a seis meses após a aplicação da vacina, ficando uma pequena cicatriz. Depois de aplicada, a vacina pode ocasionalmente, levar a uma dilatação dos linfonodos axilares que regridem espontaneamente passados alguns meses. Em casos raros, uma supuração persistente pode acompanhar a dilatação dos linfonodos e ser indicada uma quimioterapia anti-tuberculose. Não se recomenda uma extirpação cirúrgica. A administração negligente da vacina pode provocar abscessos e cicatrizes maiores. A BCG quase sempre deixa uma cicatriz característica, com até 1 cm de diâmetro, no local em que foi aplicada – como rotina, no braço direito. Essa reação é esperada! A resposta à vacina demora cerca de três meses (12 semanas), podendo se prolongar por até seis meses (24 semanas), e começa com uma mancha vermelha elevada no local da aplicação, evolui para pequena úlcera, que produz secreção até que vai cicatrizando. EVENTOS ADVERSOS POSSÍVEIS: úlceras com mais de 1 cm ou que demoram muito a cicatrizar; gânglios ou abscessos na pele e nas axilas; disseminação do bacilo da vacina pelo corpo, causando lesões em diferentes órgãos. Segundo o Ministério da Saúde (MS), os gânglios surgem em cerca de 10% dos vacinados. · Contraindicação: Pessoas imunodeprimidas e recém-nascidos de mães que usaram medicamentos que possam causar imunodepressão do feto durante a gestação. · Contraindicação absoluta: imunodeficiências congênitas e adquiridas. Crianças com exposição perinatal ao vírus da imunodeficiência humana (HIV) devem receber a vacina ao nascimento, porém, aquelas que chegam ao serviço ainda não vacinadas, devem receber a BCG somente se sintomáticas e sem sinais de imunossupressão. · Contraindicação relativa: prematuros, até que atinjam 2 kg de peso. · ANTI-HEPATITE B · Vacina inativada, não tem como causar a doença; · Faz parte da rotina de vacinação das crianças, devendo ser aplicada, de preferência, nas primeiras 12-24 horas após o nascimento, para prevenir hepatite crônica – forma que acomete 90% dos bebês contaminados ao nascer. · ESQUEMA DE DOSES: Para a vacinação rotineira de crianças, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) adotou o esquema de quatro doses: uma dose em formulação isolada ao nascimento e doses aos 2, 4 e 6 meses de vida, incluídas na vacina pentavalente de células inteiras. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam os esquemas de quatro doses (adotado pelo PNI) ou de três doses: ao nascimento, em formulação isolada, e aos 2 e 6 meses de vida, como parte da vacina hexavalente acelular. Aos 4 meses é recomendada a vacina penta acelular, que não contém o antígeno hepatite B em sua formulação. · Para crianças mais velhas, adolescentes e adultos não vacinados no primeiro ano de vida, o PNI, a SBP e a SBIm recomendam três doses, com intervalo de um ou dois meses entre primeira e a segunda doses e de seis meses entre a primeira e a terceira. Efeitos e eventos adversos: · Em 3% a 29% dos vacinados pode ocorrer dor no local da aplicação; endurecimento, inchaço e vermelhidão acometem de 0,2% a 17% das pessoas. · Em relação às manifestações gerais, de 1% a 6% dos vacinados apresentam febre bem tolerada e autolimitada nas primeiras 24 horas após a aplicação; cansaço, tontura, dor de cabeça, irritabilidade e desconforto gastrintestinal acometem de 1% a 20%. · A ocorrência de púrpura trombocitopênica idiopática após administração da vacina hepatite B é um evento raro, registrado em menos de 0,01% dos vacinados, e até hoje não foi bem estabelecido se esses poucos casos estão de fato relacionados à vacina ou se foi apenas coincidência. Nestes casos, as manchas roxas ou avermelhadas na pele e a diminuição da contagem de plaquetas que caracterizam a doença surgiram poucos dias a até dois meses depois da vacinação. · Anafilaxia também é muito rara: um caso em 600 mil adolescentes e adultos vacinados, sendo mais rara ainda em crianças. · Tais eventos adversos estão relacionados à vacina hepatite B isolada. Aqueles associados às vacinas combinadas com componente hepatite B podem ser encontrados nos tópicos que tratam de cada uma especificamente: DTPa-VIP-HB/Hib e DTPw-HB/Hib e vacina combinada hepatite A e B. · Contraindicações da Hepatite B: · Reação anafilática prévia a qualquer componente da vacina e púrpura trombocitopênica pós-vacinal;
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