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Herança Autossômica Recessiva

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Universidade Nove de Julho Maria Lívia 
Herança Autossômica 
Recessiva 
Definições Importantes: 
• Herança monogênica é determinada por um 
alelo específico presente em 1 ou nos 2 
cromossomos homólogos;
• Locus: local ocupado pelo gene;
• Alelo: genes que ocupam o mesmo locus em 
cromossomos homólogos;
• Cromossomos Homólogos: aqueles que 
possuem genes para as mesmas características.
• Herança Monogênica ou Mendeliana:
‣ 1ª Lei de Mendel: Princípio da Segregação: 
cada organismo diploide tem 2 alelos para 
uma característica em particular (materno e 
paterno). Esses 2 alelos se segregam durante a 
formação dos gametas e cada um vai para um 
gameta, em proporções iguais.
‣ Recessividade: quando o alelo só expressa seu 
fenótipo aos pares. Desse modo, indivíduos 
heterozigotos NÃO expressam o fenótipo 
determinado pelo alelo recessivo.
Características da Herança: 
• Expressa-se em homozigose. Indivíduo deve 
herdar um alelo mutante de cada genitor.
• Em geral as características são menos comuns e 
menos variáveis em sua expressão se 
comparados às dominantes.
• Em heteroz igotos , a cóp ia se lvagem 
remanescente é capaz de compensar o alelo 
mutado e evitar a doença (Haplosuficiência).
• Um alelo mutado geralmente diminui ou 
extingue a função de um determinado produto 
gênico (mutação de perda de função).
• Doença expressa quando não há nenhum alelo 
normal presente (homozigotos recessivos) ou 
em casos de heterozigose composta.
• Como aumentar a chance de manifestar 
um caráter recessivo grave?
‣ Consanguinidade: o alelo mutante é herdado 
de um ancestral comum. Característica 
encontrada em caso de indivíduos portadores 
de doenças raras.
- Parentes de 3º grau: risco 3-5%;
- Parentes de 2º grau: 5-15%;
- Parentes de 1º grau: 10-40%.
‣ Casamento concordante (endogamia): 
indivíduos com perda auditiva encontra 
parceira com mesma mutação em rede social 
(não aparentado).
• Exemplos de características recessivas:
‣ Linha contínua na implantação capilar;
‣ Não conseguir enrolar a língua;
‣ Lóbulo aderente;
‣ Polegar direito sobre o esquerdo;
‣ Canhoto.
• Heredograma da Herança Autossômica 
Recessiva:
‣ Nem todas as gerações possuem afetados 
(saltos de geração);
‣ Homens e mulheres afetados;
‣ Afetados com pais normais;
‣ Ocorrência de casamento consanguíneo;
‣ Não há um padrão de preferência de 
transferência entre os sexos;
‣ O cruzamento típico é de heterozigotos 
consanguíneos com a chance de 25% de 
nascer uma criança afetada.
•
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Fenilcetonúria: 
• Erro inato do metabolismo, envolvido na falha 
da enzima Fenilalanina hidroxilase (PHA), 
responsável pela conversão de fenilalanina em 
tirosina.
• A mutação se localiza no braço longo do 
cromossomo 12.
• Por ser uma herança autossômica recessiva, o 
indivíduo para expressar a doença deve herdar o 
gene mutado nos 2 alelos.
• Fisiopatologia da Fenilcetonúria: 
‣ Dopamina é um neurotransmissor que, como 
a noradrenalina, é produzida na glândula 
adrenal. A dopamina tem diversas funções no 
cérebro, incluindo o comportamento, 
atividade motora, automatismos, motivação, 
recompensa, humor, produção de leite, 
regulação do sono, ansiedade, atenção, 
aprendizado. Muitos remédios que atuam na 
dopamina tem ação favorável em dores de 
cabeça.
‣ A ausência de tirosina acaba tendo outras 
consequências como a diminuição da 
pigmentação da pele devido ao déficit na 
produção de melanina.
• Quadro Clínico:
‣ Ocorrem dos 3 aos 6 meses de vida (sem 
tratamento):
- Vômitos;
- Eczema;
- Odor característico;
- Microcefalia;
- Convulsões;
- Hipertonia;
- Hiperatividade;
- Retardo do desenvolvimento e crescimento.
• Diagnóstico: costuma ser feito ainda na 
maternidade, por meio do teste do pezinho, que 
tanto em hospitais da rede pública quanto 
privada, deve ser obrigatoriamente realizado 
para pesquisar, no sangue do recém-nascido 
com mais de 48 horas de vida, a fenilcetonúria e 
o hipotireoidismo.
• Tratamento: início ideal até os 21 dias.
‣ Dieta restritiva e suplementação de tirosina.
Fibrose Cística: 
• Doença crônica herdada que afeta os pulmões e 
o sistema digestivo. É a causa genética mais 
comum de bronquictasia (dilatação crônica dos 
brônquios com catarro mucopurulento).
• Essa mutação ocorre no braço longo do 
cromossomo 7.
• Incidência 1:9.500 nascidos vivos.
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• As mutações podem ocorrer em diversas porções 
do gene o que pode comprometer a proteína de 
formas diferentes.
• Fisiopatologia: acúmulo de muco em 
diversos órgãos (pulmão, pâncreas, intestino, 
fígado e testículos).
• Diagnóstico: as mudanças nas proteínas de 
transporte de cloro resultam em dificuldade de 
transporte de cloro pelas glândulas sudoríparas, 
o que resulta em entrada de sódio e suor 
excessivamente salgado.
Hemoglobinopatias: 
• A OMS estima que mais de 5% da população 
mundial é portadora de variantes genéticas de 
distúrbios de hemoglobina.
• Gene das Globinas: no cromossomo 16 há 4 
genes alfa, enquanto no cromossomo 11 há 2 
genes beta. Pode haver mutação em apenas 1, 
em 2, 3 e assim sucessivamente.
• Traço Falcêmico e Anemia Falciforme 
(HbAS e HbSS):
‣ Genótipos: quando o pai e a mãe são 
portadores do traço falciforme, em cada 
gravidez a chance de nascer um filho com a 
doença é de 25% e um filho portador do traço, 
semelhante aos pais, é de 50%.
‣ Pai e mãe com traço;
‣ Mãe com traço e pai 
com a doença;
‣ Mãe e pai com a doença;
‣ Mãe com traço e pai 
normal;
‣ Mãe com a doença e pai 
normal.
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‣ Gene: é uma unidade funcional hereditária, 
normalmente correspondendo a um segmento 
de DNA que codifica uma única proteína.
‣ Genoma: toda a sequência de DNA de um 
organismo.
‣ Genótipo: o conjunto específico de alelos que 
formam o genoma de um indivíduo.
‣ Fenótipo: a característica visível de um 
indivíduo.
‣ Anemia falciforme é uma mutação de ponto 
no gene da subunidade β (11p15.4) que leva à 
substituição de glutamato por valina.
‣ A mutação Glu6Val na globina β diminui a 
solubilidade da hemoglobina desoxigenada e 
faz com que ela dorme uma estrutura 
gelatinosa de polímeros fibrosos rígidos e que 
distorcem a célula, levando à falcização do 
eritrócito.
‣ Estes eritrócitos falcêmicos obstruem os 
capilares e causam infartos;
‣ A remoção de eritrócitos da circulação excede 
a capacidade de produção da medula e causa 
anemia hemolítica.
‣ Principais características fenotípicas: 
- Idade de início: infância;
- Anemia;
- Infarto e sequestro esplênico;
- Episódios dolorosos;
- Síndrome torácica aguda;
- AVC;
- Osteonecrose e osteopenia;
- Priapismo (ereção prolongada);
- Retinopatia proliferativa;
- Úlceras dos membros inferiores;
- Cálculo biliar;
- Crise aplástica;
- Doença pneumocócica e sepse.
• Talessemia:
‣ Características Fenotípicas:
- Idade de início: infância;
- Anemia microcítica hipocrômica;
- Hepatoesplenomegalia;
- Hematopoiese extramedular
‣ Talessemia alfa: deficiência de globina alfa
- Gene - globina alfa (16p13.3).
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- Formas de Talassemia alfa:
• Deleção 4 genes alfa: formação de γ4 -> Hb 
Barts -> forma major -> hidroplasia fetal;
• Deleção 3 genes alfa: tetrâmero β4 -> doença 
da Hb H -> precipitam na hemácia -> 
destruição e anemia hemolítica;
• Deleção 2 genes alfa: anemia leve (traço 
talassêmico);
• Deleção 1 gene alfa: portador silencioso.
- Sintomas: 
• Essas doenças provocam um defeito na 
síntese de hemoglobina que provoca a 
destruição prematuro das hemácias e que 
acaba resultando em anemia hipocrômica 
microcítica;
• Cansaço e fraqueza;
• Palidez e icterícia;
• Atraso no crescimento;
• Abdômen desenvolvido;
• Aumento do baço;
• Alterações ósseas.
‣ Talessemia beta: deficiência de globina beta
- Gene - globina beta (11p15.4);
- Síntese reduzida da cadeia beta (beta +) ou 
não há síntese(beta zero);
- Aumento compensatório da produção da 
cadeia alfa, que leva à precipitação e à 
hemólise.
- Formas de Talassemia beta:
• Deleção de 2 genes beta: talassemia leve 
(anemia leve);
• Deleção de 1 gene beta: talassemia major com 
anemia severa;
• Talassemia β maior: anemia severa 
apresentada no início da vida, transtorno 
homozigótico, desequilíbrio significativo 
de cadeias de globinas alfa-beta, necessita 
de transfusões de RBC ao longo da vida e 
se não for tratada, leva à morte;
• Talassemia β intermediária: várias interações 
genéticas, produção da cadeia de globinas 
moderadamente prejudicada, anemia leve, 
diagnosticada no final da infância e 
transfusões de sangue ocasionais;
• Talassemia β menor: assintomática, 
condição heterozigótica e pode requerer 
aconselhamento genético.

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