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1 Ester Ratti ATM 25 Tolerância imunológica LB A tolerância dos linfócitos B é necessária para manter a não responsividade aos autoantígenos timo-independentes, como polissacarídeos e lipídeos. A tolerância das células B também desempenha um papel na prevenção de respostas dos anticorpos a antígenos proteicos MECANISMOS DE TOLERÂNCIA CENTRAL DE LB • EDIÇÃO DOS RECEPTORES: LB que reconhecem autoantígenos na medula óssea (maioria são imaturos) com alta afinidade mudam sua especificidade (edição) ou são deletados (deleção) Os LB que reconhecem autoantígenos na MO muitos receptores antigênicos em cada célula B fazem ligações cruzadas, transmitindo fortes sinais para as células. Uma consequência disso é a Reativação dos genes RAG1 e RAG2 e início de uma nova rodada de recombinação da cadeia leve da imunoglobulina. Esse é um importante mecanismo para eliminação da autorreatividade do repertório de células B maduras • DELEÇÃO: Se a edição falhar, as células B imaturas podem morrer por apoptose. • ANERGIA Se células B em desenvolvimento reconhecerem autoantígenos fracamente (p. ex.: se o antígeno é solúvel e não realiza muitas ligações cruzadas com receptores antigênicos, ou se os BCRs reconhecerem o antígeno com baixa afinidade), as células tornam-se funcionalmente não responsivas (anérgicas) e saem da medula óssea nesse estado de não responsividade. A anergia decorre da regulação negativa da expressão do receptor antigênico, assim como a um bloqueio na sua sinalização MECANISMOS DE TOLERÂNCIA PERIFÉRICA DE LB LB maduros autorreativos em tecidos periféricos na ausência de LTh são não-responsivos ou podem morrer por apoptose Os sinais das células T auxiliares podem estar ausentes se essas células T tiverem sido deletadas ou estiverem anérgicas, ou se os autoantígenos forem antígenos não proteicos. Autoantígenos geralmente não induzem respostas inatas LB não é ativado sem co-sinalização de LT ou de receptores de complemento ou receptores de reconhecimento de padrões moleculares (PAMP e DAMP) Desse modo, assim como ocorre com as células T, o reconhecimento de antígeno na ausência de estímulos adicionais resulta em tolerância. Estimulação repetida por autoantígenos: leva a anergia Ligação de alta avidez: podem sofrer apoptose pela via mitocondrial. Sinalização pelos receptores de inibição. As células B que reconhecem autoantígenos podem ser impedidas de responder por meio do acoplamento de vários receptores de inibição. A função desses receptores inibidores é definir um limiar para ativação da célula B e assim permitir respostas a antígenos estranhos, porque estes tipicamente elicitam sinais fortes provenientes da combinação do BCR, de correceptores, receptores da imunidade inata e células T auxiliares (para antígenos proteicos), mas não respostas a autoantígenos, as quais acoplam apenas o BCR. TOLERÂNCIA A ANTÍGENOS EXTERNOS Antígenos estranhos podem ser administrados de maneira que induzam preferencialmente a tolerância, em vez de respostas imunológicas. 2 Ester Ratti ATM 25 Princípio da imunoterapia – tratamento de hiperssensibilidades com doses crescentes e controladas daquele antígeno para que o organismo se acostume com aquele antígeno, para que torne os mecanismos de exposição repetida que levam a anergia funcionantes A provável razão para isso é que os adjuvantes estimulam respostas imunológicas inatas e a expressão de coestimuladores nas APCs, enquanto que, na ausência desses segundos sinais, as células T que reconhecem o antígeno podem tornar-se anérgicas, morrer ou diferenciar- se em Tregs. Antígenos proteicos administrados por via cutânea em dose baixa com adjuvantes: elicitam resposta imune (principio da vacinação) • Adjuvantes estimulam respostas inatas e ↑ expressão de coestimuladores nas APCs Doses altas de antígenos administradas sem adjuvantes: induzem tolerância Tolerância oral: administração oral de um antígeno proteico leva à supressão das respostas imunológicas humorais e mediadas por célula sistêmicas em resposta à imunização com esse mesmo antígeno Antígenos proteicos administrados por via oral tem capacidade de induzir tolerância imunológica, ate porque maior parte da nossa alimentação é feita por eles, tanto animal quanto vegetal MECANISMOS DA AUTOIMUNIDADE Ativação de linfócitos autorreativos Falha na autotolerância Gatilhos • Genética • Epigenética • Estímulo ambiental: lesão tc, infecções • Alterações na microbiota Associação genes HLA com doenças autoimunes Associação genes não-HLA com doenças autoimunes 3 Ester Ratti ATM 25 Mutações de gene único CARACTERÍSTICAS DAS DOENÇAS AUTOIMUNES Sistêmicas ou órgão-específicas: • Depende da Distribuição dos autoantígenos Por exemplo, a formação de imunocomplexos circulantes compostos de autoantígenos e anticorpos específicos tipicamente produz doenças sistêmicas, como o lúpus eritematoso sistêmico (LES). Ao contrário, respostas de autoanticorpos ou de células T contra autoantígenos com distribuição tecidual restrita levam a doenças órgão- específicas, como a miastenia grave, diabetes tipo 1 (T1D, do inglês, type 1 diabetes) e esclerose múltipla. Diferentes mecanismos efetores são responsáveis pela lesão tecidual em diferentes doenças autoimunes, esses mecanismos incluem imunocomplexos, autoanticorpos circulantes e linfócitos T autorreativos Influências hormonais Tendência a cronificação, progressão e de autoperpetuação (propagação do epítopo) CARACTERÍSTICAS DAS DOENÇAS AUTOIMUNES Autotolerância defeituosa. Eliminação ou regulação inadequadas das células T ou B, levando ao desequilíbrio entre ativação e controle de linfócitos, é a causa subjacente a todas as doenças autoimunes. • Apoptose inadequada de linfócitos autorreativos maduros • Erro nos números e na função LT reg • Anormalidades nos receptores inibitórios • Erros na deleção (seleção negativa) de LB e ÇT ou na edição de receptor em CB durante a sua maturação Exibição anormal de autoantígenos. Esse tipo de anormalidade pode incluir a expressão aumentada e a persistência de autoantígenos que são normalmente removidos, ou alterações estruturais nesses antígenos resultantes de modificações enzimáticas, de estresse ou lesão celular. Se essas alterações levarem à exibição de epítopos antigênicos que normalmente não estão presentes, o sistema imune pode não ser tolerante a esses “neoantígenos”, permitindo dessa forma o desenvolvimento de respostas contra o próprio. Inflamação ou uma resposta imune inata inicial. Evento autoimune gera sinais que amplificam a autoimunidade • Ativação da imunidade inata é essencial para a propagação da ativação dos LT autorreativos 4 Ester Ratti ATM 25 PAPEL DAS INFECÇÕES NA AUTOIMUNIDADE Infecções e lesão tecidual alteram a forma como os autoantígenos são apresentados para o sistema imunológico. Infecções virais e bacterianas podem contribuir para o desenvolvimento e exacerbação da autoimunidade. Na maioria desses casos, o microrganismo infeccioso não está presente em lesões nem mesmo é detectável no indivíduo quando a autoimunidade se desenvolve. Portanto, as lesões da autoimunidade não se devem ao agente infeccioso por si só, mas resultam das respostas imunes do indivíduo, que podem ser desencadeadas ou desreguladas pelo microrganismo. As infecções podem promover o desenvolvimento da autoimunidade por meio de dois mecanismos principais: Infecções de tecidos particulares podem induzir respostas imunológicas inatas locais que recrutam leucócitos para os tecidos e resultam na ativação de APCs teciduais. Essas APCs passam a expressar coestimuladores e secretar citocinas ativadoras de células T, resultando na quebra da tolerância da célula T. Assim, a infecção