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Cirurgia Prática 08 - Técnica anestésica local

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Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2021.1 – 4º semestre 
 
INTRODUÇÃO 
Os anestésicos locais são substâncias que levam à interrupção na 
condução do estímulo através do bloqueio dos canais de sódio na 
membrana do nervo pelas fibras nervosas, e assim, interrompe o potencial 
de ação (despolarização) dessas fibras. A eficácia dos anestésicos depende 
de: 
 Volume: Quanto maior o volume injetado, maior a área anestesiada; 
 Concentração: Quanto maior a concentração, maior potência 
anestésica e menor tempo de latência; 
 Solubilidade lipídica: Quanto maior a solubilidade, maior a 
passagem através da membrana nervosa e, consequentemente, 
maior e mais rápida a ação; 
 PKa: Os anestésicos são bases fracas, e, ao serem injetados, se 
comportarão em um equilíbrio entre formas não ionizadas (ativas) 
e ionizadas (não ativas). Os anestésicos possuem pKa altos, ou seja, 
em ambientes de pH neutro, se apresentam mais na forma ionizada 
do que não ionizada. Assim, quanto menor o pKa do anestésico, 
maior sua potência, pois maior será sua proporção de forma ativa. 
ANESTÉSICO LOCAL IDEAL 
 Ação em área delimitada; 
 Ação reversível; 
 Baixa agressão tecidual; 
 Início de ação rápida e duração suficiente; 
 Grau reduzido de toxidade; 
 Potente (o suficiente para anestesiar); 
 Boa penetração tecidual; 
 Não desencadear reações alérgicas. 
PR INCIPAIS ANÉSTESCIOS 
 Lidocaína (Xilocaína) com apresentação de 1% e 2%: 
o Ação efetiva e segura; 
o Uso tópico (gel ou spray) ou infiltração local; 
o Droga antiarrítmica; 
o pH próximo da neutralizante, logo tem uma baixa reação 
tecidual. 
o Baixa latência (1-2 min); 
o Média duração (1 a 2 horas); 
o Baixa toxicidade (no SNC, ex.: convulsões); 
o Dose máxima 7mg/Kg, e caso associada a vasoconstrictor 
deverá ser aumentada até 10mg/Kg. 
 Bupivacaína (Marcaína) – 0,5% e 0,75% 
o Anestésicos (altas doses) e analgésicos (baixas doses); 
o Infiltração local e bloqueio peridural; 
o Alta potência; 
o Média latência (2-10 min); 
o Longa duração (2-5h após injeção epidural, e até 12 horas, após 
bloqueios nervosos periféricos); 
o Média/alta toxicidade (SNC e cardiovascular); 
o Dose máxima 2mg/Kg, e caso associada a vasoconstrictor 
poderá ser aumentada até 4mg/kg. 
EFEITOS ADVENTOS 
 Reações alérgicas; 
 Efeito cardiovascular: 
o Arritmias; 
o Parada cardiorrespiratória. 
 Efeito neurológico: 
o Parestesia perioral; 
o Zumbidos e estocomas visuais; 
o Tonturas; 
o Abalos musculares; 
o Convulsões localizadas e generalizadas (coma). 
PREVENÇÃO 
 Aspiração antes da injeção: 
o Pode detectar punção vascular inadvertidas. 
 Conhecimento da dose máxima segura; 
 Adição epinefrina: 
o Diminui absorção. 
 Figura 1: 
“Partes das 
seringa e agulha”: 
 
 
 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2021.1 – 4º semestre 
 
 Figura 2: Tipos de Bisel e uso: 
 
1. Bisel longo – Intramuscular e entrar com 12°-14°; 
2. Bisel curto – Intravenosa e entrar com 15°-19°; 
3. Intradérmica e entrar com 30°; 
4. Ponta plana e entrar com 45°; 
5. Ponta curva (Huber); 
6. Ponta cega e entrar com 90° (tecido sensível, friável, ex.: 
fígado). 
Quanto menor o grau, mais comprida a agulha e vice-versa. 
TÉCNICA DE INJEÇÃO 
PRÉ 
1. Uso de luvas de procedimento; 
2. Lembrar da antissepsia: 
o Lavagem (água e sabão em sabão/soro fisiológico), 
degermante, se for pele - solução alcoólica: PVPI tintura ou 
clorexedina: 
 Mucosa: PVPI tópica e clorexedina aquoso. 
3. Vias de administração: 
 Intradérmica, subcutânea, intramuscular e intravenosa. 
Figura 3: Vias de administração e grau de entrada. 
A administração intravenosa tem a finalidade, principalmente, de 
medicamentos (quando um medicamento é administrado por via 
intravenosa, ele chega imediatamente à corrente sanguínea e tende a 
apresentar efeito mais rapidamente do que quando administrado por 
qualquer outra via) e para exames de sangue. A angulação é de 25º. 
INTRADÉRMICA 
 Injetar de no máximo 0,5 ml; 
 Baixa absorção sistêmica: 
o Predominância de efeito local. 
 
 Finalidade: 
o Vacinas; 
o Testes de alergia; 
o PPD: Teste Tuberculínico. 
 Local: Face ventral do antebraço (fácil acesso e ausência de pelos). 
 Técnica: 
 
1. Antissepsia: 
o Algodão com álcool etílico 70%; 
o Sentido distal-proximal; 
o Esperar secar. 
2. Com a mão não-dominante segurar o antebraço do paciente e 
tracionar a pele com o polegar e com a mão dominante segurar a 
seringa com o bisel para cima e inserir a agulha (com 10º-15º) até 
que o bisel entre completamente sob a pele: 
 +- 3mm abaixo da epiderme. 
3. Injeção: 
o Deve ser lenta; 
o Haverá resistência e formação de vergão. 
4. Retirada da agulha com a mesma angulação na qual foi inserida; 
5. Não massagear. 
Figura 4: Administração 
intradérmica. 
 
 
SUBCUTÂNEA 
 Injetar de 0,5 a 2,0ml; 
 Soluções aquosas e suspensões não irritantes; 
 Absorção lenta; 
 Pouca chance de lesar vasos sanguíneos e nervos importantes; 
 Mínimo traumatismo tecidual; 
 Finalidade: 
o Insulina; 
o Heparina. 
 Locais: Abdome, braço, dorso, face anterior da coxa. 
 Técnica: 
1. Antissepsia: 
o Algodão com álcool etílico 70%; 
o Sentido distal-proximal; 
o Esperar secar. 
2. Com a mão não dominante fazer prega com dedos de 2,5 cm (pele + 
subcutâneo) e com a mão dominante segura seringa como caneta, 
bisel para cima e a angulação: 
o 30º para indivíduos magros; 
o 45º para indivíduos normais; 
o 60º para indivíduos obesos. 
3. Inserção da agulha: Movimento rápido, firme e único; 
Anna Beatriz Fonseca | MED UNIFTC 2021.1 – 4º semestre 
 
o Ao injetar: Aspirar para analisar o conteúdo (injetar somente 
se não for aspirado sangue) e injetar lentamente e soltar prega. 
4. Retirada da agulha com a mesma angulação na qual foi inserida; 
5. Cobrir o local com algodão seco: 
o Quando não contraindicado: Massagear o local delicadamente 
porque facilita a absorção. 
 Contraindicação: Heparina e insulina. 
Figura 5: 
Administração 
subcutânea. 
 
 
INTRAMUSCULAR 
 Injetar no máximo até 5ml; 
 Soluções aquosas e sem microcristais; 
 Absorção e ação sistêmica rápidas: 
o Região muito vascularizada. 
 Finalidade: 
o Medicamentos; 
o Vacinas. 
 Principais locais: Coxa, Glúteo e Deltoide: 
o Na coxa: 
 Muscular vasto-lateral: Adultos: 12 cm acima do côndilo 
femoral lateral, 12 cm abaixo do trocânter maior do fêmur 
 
 
Figura 6: Músculo vasto-lateral e aplicação intramuscular. 
o Deltoide: 
 2 dedos abaixo do processo 
acromial; 
 2 dedos acima do ângulo 
terminal do deltoide. 
 
Figura 7: Músculo deltoide e aplicação 
intramuscular. 
 
o Dorso: 
 Dorso Glútea: quadrante superior externo: 
 Delimitação: 
1. Horizontal: Linha que passa pela porção cranial da prega 
interglútea; 
2. Vertical: Linha que passa transversal à anterior e divide 
o glúteo em duas metades verticais. 
 Ventro-glútea: Entre dedo médio e o indicador: 
 Delimitação: 
1. Região tenar da mão sobre o trocâter maior do fêmur; 
2. Dedo médio apontando verticalmente; 
3. Indicador angulado em direção à crista ilíaca anterior. 
 
 
 
 
Figura 8: Aplicação intramuscular. 
 Técnica: 
1. Antissepsia: 
o Algodão com álcool etílico 70%; 
o Sentido distal-proximal; 
o Esperar secar. 
2. Com a mão não dominante segurar a pele no local da injeção e com 
a mão dominante pegada em caneta, bisel para cima com angulação 
de 90º; 
3. Inserção da agulha: Movimento rápido, firme e único: 
o Aspirar antes de imjetar. 
4. Injeção: 
o Lenta; 
o Somente se não for aspirado sangue. 
5. Retirada da agulha com a mesma angulação na qual foi inserida; 
6. Cobrir o local com algodão seco; 
7. Massagear.

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