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17/08/2021 Clínica médica - Gastroenterologia Natalia Lisboa 
Helicobacter pylori 
É um importante cofator nas doenças gástricas como úlcera péptica, câncer gástrico e linfoma MALT 
É uma infecção muito prevalente, principalmente em regiões de menor nível socioeconômico e em locais com 
baixo saneamento 
Em geral, a transmissão é pessoa-pessoa, mas pode ser através de alimentos contaminados (via oral), além 
de ser intrafamiliar 
Bacteriologia e patogênese 
É uma bactéria gram negativa e microaerófila, com formato espiral e múltiplos flagelos unipolares que 
permitem com que ela se mova através da camada de muco para a proteção contra do pH gástrico. 
Fatores de adaptação: 
• Motilidade 
• Expressão de fatores de adesão 
• Urease: é uma enzima que promove a hidrolise da ureia, levando a produção de amônia, que opera 
como receptor de íons H+, neutralizando o ácido ao redor do organismo. 
• Interação-chave entre as bactérias e o epitélio gástrico 
• Segmento do DNA bacteriano 
• Gene vacA: codifica a produção de toxina vacuolizante e é um fator importante de virulência 
A infecção causa uma inflamação gástrica em todos os infectados. Isso leva a uma hipocloridria que ajuda na 
sobrevivência do organismo. 
Mecanismos responsáveis pela lesão: 
• Produção de toxinas que lesam a mucosa, como a urease que converte ureia em bicarbonato e amônia 
• Resposta imune da mucosa que causa uma inflamação local crônica e atrai fatores quimioatráticos 
• A quantidade de gastrina aumenta e gera aumento da secreção gástrica, por redução da produção da 
somatostatina. Com isso, ocorre aumento da produção de ácido clorídrico no antro gástrico, mecanismo 
responsável por muitos casos de úlcera péptica duodenal. 
Os estágios iniciais se encontram no antro gástrico, e a evolução gera uma gastrite do corpo e atrofia gástrica. 
Diagnóstico 
Testes endoscópicos (mais invasivos): 
• Teste rápido da urease: rápido, fácil realização, baixo custo, boa acurácia. Na presença da urease 
produzida pela H. pylori, a ureia é convertida em amônia resultando em mudança do pH e da cor da 
solução. A amostra é coletada do antro e do corpo 
• Histologia: boa acurácia, identifica inflamação, atrofia, metaplasia intestinal ou neoplasia. São 
necessárias 3 biopsias, sendo uma na incisura angular, uma na grande curvatura do corpo e a última 
do antro. 
• Cultura: biopsia da mucosa gástrica, mas não é muito utilizada (somente se o paciente tem muita 
reinfecção para fazer o antibiograma). Possui uma ótima especificidade, mas tem uma sensibilidade 
variável e é um método complexo e dispendioso. 
Testes não invasivos: 
• Sorologia: método ELISA, que detectam o IgG (não define infecção ativa), tem uma boa sensibilidade 
e especificidade. Não é indicado para controle pós-tratamento, mas sim para estudos 
• Teste respiratório da ureia com 13C ou 14C: é o método não invasivo de escolha para diagnóstico e 
confirmação da erradicação da bactéria. O teste se baseia na hidrolise bacteriana da ureia marcada 
17/08/2021 Clínica médica - Gastroenterologia Natalia Lisboa 
com um isótopo de carbono administrado oralmente. Gera amônia e CO2 marcado. É detectado em 
amostras de ar expirado. 
• Pesquisa de Ag fecais por ensaios imunoenzimáticos (ELISA): também é o de escolha para 
diagnóstico e confirmação da erradicação da bactéria (controle de tratamento). Contudo, só é escolhido 
se o teste respiratório estiver indisponível 
OBS: não é feito tratamento empírico de H. pylori, só é feito tratamento se constatada a presença da bactéria. 
Principais manifestações extra-digestivas relacionadas com H. pylori 
 
Indicações para teste e tratamento 
• Doença ulcerosa péptica 
• Ácido acetilsalicílico e AINES 
• Doenças extra-gástricas 
• Câncer gástrico prévio ou familiar 1º grau 
• Linfoma MALT gástrico 
• Dispepsia não investigada 
• Dispepsia funcional 
• Uso prolongado de IBP 
• Pangastrite grave, gastrite atrófica e metaplasia intestinal 
Doença ulcerosa péptica: 
• Úlcera duodenal 
• Hiperacidez associada a colonização do antro leva a metaplasia gástrica do duodeno, que por ser 
colonizado 
• A pesquisa e a erradicação da H. pylori são fundamentais 
• Qualquer fase da doença (ativa, cicatrizada, complicada e não complicada) deve iniciar o tratamento 
AAS e AINEs: 
• É considerado um fator de risco independente para doença ulcerosa péptica 
• Erradicar H. pylori antes de iniciar o uso de AAS e AINEs 
• Mandatório em pacientes com histórico de úlcera péptica 
• O uso prolongado de AAS e AINEs é um dos casos que se faz uso contínuo de IBP (uso indiscriminado), 
já que o uso crônico de AAS e AINEs pode levar ao desenvolvimento de úlceras 
17/08/2021 Clínica médica - Gastroenterologia Natalia Lisboa 
Doença extra-gástrica: 
• Purpura trombocitopênica 
• Anemia ferropriva 
Câncer gástrico: 
• A infecção por H. pylori é considerado o maior fator de risco para o desenvolvimento do adenocarcinoma 
gástrico (agente carcinogênico) 
• A erradicação da bactéria reduz o risco de câncer gástrico e do aparecimento de lesões metaplásicas 
mesmo após a remoção de neoplasia precoce 
• Estratégia de prevenção: história familiar (pais e filhos), após gastrectomia subtotal, história pessoa de 
câncer gástrico precoce por endoscopia ou cirurgia, pangastrite, gastrite atrófica e/ou metaplasia 
intestinal 
• 
Linfoma MALT: 
• A erradicação do H. pylori é a primeira linha de tratamento. 
Dispepsia não investigada: 
• Testes não invasivo 
• Indicações: adultos <50-55 anos, sem sinais de alarme (emagrecimento, anemia), sem história familiar 
de câncer gástrico 
Dispepsia funcional: 
• A bactéria pode ser uma causa de sintomas e sua erradicação esta associada ao controle de sintomas 
Tratamento 
 
• Risco de falha de tratamento 
• Se o paciente puder não usar fórmulas manipuladas é melhor 
• Resistência microbiana à claritromicina e imidazólicos 
• Falha na adesão ao tratamento 
• Afeitos adversos em até 50% (leves) 
Controle de erradicação 
Deve ser realizado pelo menos após 4 semanas. 
• Para não errar: esperar 3 meses. 
O teste respiratório é o método não invasivo ideal para controle de erradicação 
Controle endoscópico com estudo histológico e teste da urease

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