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Módulo 4 MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

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26/10/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/23
Módulo 4 – Conciliação: Origem, Conceituação e Fundamentos Históricos da Conciliação. Mudança
de Paradigma. Princípios da Conciliação. Atitudes do Conciliador. Aplicabilidade da Conciliação.
Procedimento de Conciliação.
 
CONCILIAÇÃO
 
1 – Introdução Resolução 125/2010 do CNJ
A conciliação e a mediação são instrumentos efetivos de pacificação social, solução e prevenção de
litígios, e sua apropriada disciplina em programas já implementados no país tem reduzido a
excessiva judicialização dos conflitos de interesses, a quantidade de recursos e de execução de
sentenças.
 
A organização dos serviços de conciliação, mediação e outros métodos consensuais de solução de conflitos
deve servir de princípio e base para a criação de Juízos de resolução alternativa de conflitos, verdadeiros
órgãos judiciais especializados na matéria.
 
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) delibera, através de seu Pleno, a Resolução nº 125, de 29 de
novembro de 2010, que dispõe sobre a Política Judiciária de tratamento adequado dos conflitos de
interesses no âmbito do Poder Judiciário.
 
Esta política pública de tratamento adequado de conflitos está fundamentado nos seguintes princípios
constitucionais:
Princípio do acesso à Justiça e pacificação social
Princípio da dignidade da pessoa humana
 
Aos órgãos judiciários incumbe oferecer, além da solução adjudicada, outros mecanismos de solução
de controvérsias por via consensual, como a conciliação e mediação.
 
Dentre outras, o CNJ tem como principais funções a organização de programas de incentivo à
autocomposição de litígios e à pacificação social por meio da conciliação e da mediação, promover o
estímulo à conciliação nas demandas que envolvam matérias sedimentadas pela jurisprudência e
promover a mudança de mentalidade.
 
26/10/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/23
Este programa será constituído por órgãos do Poder Judiciário e através de parcerias com entidades
públicas e privadas, inclusive universidades e instituições de ensino, pela criação de disciplinas que
propiciem o surgimento da cultura da solução pacífica dos conflitos.
 
Os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) são unidades do Poder
Judiciário responsáveis pela realização das sessões de conciliação e mediação pré-processuais, que
estejam a cargo de conciliadores e mediadores, bem como pelo atendimento e orientação ao
cidadão. Deverão ser instalados nos locais onde exista mais de um Juízo, Juizado ou Vara com pelo
menos uma das competências, como cível, fazendária, de família ou dos Juizados Especiais Cíveis e
Fazendários.
Atuam nos Cejuscs:
Na administração e supervisão do serviço de conciliadores e mediadores:
Um juiz coordenador
Um juiz adjunto, se necessário
Servidores
Na conciliação e mediação:
Conciliadores (certificado do Curso de capacitação, treinamento e aperfeiçoamento)
Mediadores (certificado do Curso de capacitação)
Outros especialistas em métodos consensuais de solução de conflitos
 
Em cada unidade dos Cejuscs haverá:
Setor de solução de conflitos pré-processual
Setor de solução de conflitos processual
Setor de cidadania
 
O Setor de solução de conflitos pré-processual pode recepcionar casos que versem sobre direitos
disponíveis em matéria:
Cível
Família
Previdenciária
Competência dos Juizados Especiais
 
Os casos no Setor de solução de conflitos pré-processual acima mencionado tem início
pela provocação do interessado através da apresentação de sua reclamação por e-mail ou
pessoalmente no setor, solicita o agendamento de sessão para tentativa de acordo. Logo após, é
emitida a carta convite à parte contrária, através de qualquer meio idôneo de comunicação,
informando a data, hora e local da sessão de conciliação ou mediação.
 
26/10/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Obtido acordo na sessão, este será homologado judicialmente por sentença. O termo de acordo será
arquivado em meio digital e os documentos devolvidos aos interessados.
 
Não obtido acordo, os interessados serão orientados para buscar a solução do conflito nos Juizados
Especiais ou na Justiça Comum.
 
Descumprido o acordo, o interessado munido com o termo, poderá ajuizar ação de execução de título
judicial.
 
O Setor de solução de conflitos processual receberá processos já distribuídos e despachados pelos
magistrados, que indicarão o método de solução de conflitos a ser seguido, retornando sempre ao
órgão de origem, após a sessão, obtido ou não o acordo, para extinção do processo ou
prosseguimento dos trâmites processuais normais.
 
O Setor de cidadania prestará serviços de:
Informação
Orientação jurídica
Emissão de documentos
Serviços psicológicos
Assistência social, etc.
 
Análise Preliminar da Conciliação
O artigo 165, do novo Código de Processo Civil, prevê os métodos de resolução de conflito da mediação e
conciliação. O referido artigo dispõe, que, ‘os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de
conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo
desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. § 1º A
composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo tribunal, observadas as normas do
Conselho Nacional de Justiça. § 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não
houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de
qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. § 3º O mediador, que atuará
preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a
compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da
comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos’.
 
O novo Código de Processo Civil não conceitua e diferencia os métodos da conciliação e mediação. É
possível verificar parte de seus conceitos quando define a figura do conciliado e do mediador.
 
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A conciliação é um método de autocomposição na qual um terceiro imparcial – conciliador – sem vínculo
anterior com as partes manifestará, a partir do caso em concreto, a solução justa e adequada do conflito,
estabelecendo os termos do acordo. Assim, trata-se de meio não jurisdicional de solução de conflitos em
que o conciliador, terceiro sem vínculo anterior com as partes que se encontram em conflito, soluciona a
demanda sem se vale de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação.
 
A respeito do tema Eduardo Cambi e Alisson destacam que ‘a conciliação é importante técnica voltada à
solução de conflitos para a pacificação social. Auxiliados na tomada de decisão pelo conciliador, mediante
concessões mútuas, os interessados estabelecem entre si a solução que melhor atenda suas necessidades
e interesses, sem que haja total renúncia ou submissão de uma parte à outra. Difere da justiça tradicional,
pois estimula o diálogo direto entre os envolvidos e permite a maior participação dos contendores. Por isso,
é um poderoso instrumento de participação popular na administração da Justiça e de democracia
participativa. A conciliação pode ser praticada no âmbito judicial e extrajudicial. A conciliação judicial ou
processual é dever do juiz. Pode e deve ser praticada a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição,
conforme prevê a regra geral contida no art. 125, IV, do CPC. De qualquer modo, o Código de Processo
Civilestimula a conciliação em vários momentos, como na audiência prevista nos arts. 277 e 331, as quais,
por óbvio, não privam o juiz de nova tentativa em outras fases do procedimento, como previsto, por
exemplo, nos arts. 447 a 449 do CPC. [...] A conciliação é importante técnica voltada à solução de conflitos
para a pacificação social. Auxiliados na tomada de decisão pelo conciliador, mediante concessões mútuas,
os interessados estabelecem entre si a solução que melhor atenda suas necessidades e interesses, sem
que haja total renúncia ou submissão de uma parte à outra. Difere da justiça tradicional, pois estimula o
diálogo direto entre os envolvidos e permite a maior participação dos contendores. Por isso, é um poderoso
instrumento de participação popular na administração da Justiça e de democracia participativa. A
conciliação pode ser praticada no âmbito judicial e extrajudicial. A conciliação judicial ou processual é dever
do juiz. Pode e deve ser praticada a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, conforme prevê a
regra geral contida no art. 125, IV, do CPC. De qualquer modo, o Código de Processo Civil estimula a
conciliação em vários momentos, como na audiência prevista nos arts. 277 e 331, as quais, por óbvio, não
privam o juiz de nova tentativa em outras fases do procedimento, como previsto, por exemplo, nos arts. 447
a 449 do CPC. Portanto, conciliar é uma das vias mais interessantes para se vencer a crise da Justiça e
alcançar a pacificação social dos conflitos. [CAMBI, Eduardo; FARINELLI, Alisson. Conciliação e mediação
no Novo Código de Processo Civil (PLS 166/2010). Revista de Processo, São Paulo, RT, v. 194, p. 277, abr.
2011.].
 
2 – Centros Judiciários de Solução Consensual de Conflitos (NCPC, arts. 165 e ss.)
 
Os tribunais têm por incumbência criar os Centros Judiciários de Solução Consensual de Conflitos
(Cejuscs), com composição e organização, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
sem exclusão de outras formas de conciliação e mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais
ou realizadas por intermédio de profissionais independentes, que poderão ser regulamentadas por lei
específica.
 
Os Cejuscs realizarão sessões e audiências de conciliação e mediação, com o objetivo de desenvolver
programas de auxílio, orientação e autocomposição.
 
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Atuação do Conciliador:
 
 
atuar em casos que não houver vínculo anterior entre as partes
sugerir soluções para o litígio
vedado qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para conciliação das partes
 
Atuação do Mediador:
 
atuar preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes
auxiliar a compreensão das questões pelos interessados (conflitantes), para que eles próprios
cheguem a solução consensual de benefícios mútuos.
 
O conciliador na conciliação proporciona uma boa oportunidade para as partes conflitantes tentarem
se compor amigavelmente, podendo até sugerir proposta conciliatória; enquanto que na mediação,
o mediador além de proporcionar o encontro das partes conflitantes, também as subsidia com
informações adicionais sobre o objeto conflitante, as orienta no que for necessário.
 
Princípios que regem a conciliação e mediação:
 
independência
imparcialidade
autonomia da vontade (inclusive quanto à definição de regras procedimentais)
confidencialidade (a todas as informações produzidas no procedimento)
oralidade
informalidade
decisão informada
 
Conciliadores, mediadores e câmaras privativas de conciliação e mediação poderão se inscrever em
cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá
registro dos profissionais habilitados, com indicação da área de atuação.
 
Requisitos para atuação como conciliador e mediador, e características:
 
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Certificado de capacitação emitido por curso de capacitação realizado por entidade credenciada,
conforme parâmetro definido pelo CNJ e pelo Ministério da Justiça.
 
Inscrição de conciliadores e mediadores no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou
de tribunal regional federal.
 
Registro poderá ser efetivado por concurso público, caso opte o tribunal por quadro próprio de
conciliadores e mediadores.
 
Se advogados, estão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas
funções (NCPC, art. 167, § 5º).
 
Remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal.
 
Conciliação e mediação podem ser realizadas como trabalho voluntário (sem remuneração, gratuito).
 
Conciliador e mediador ficam impedidos por 1 ano, contado do término da última sessão em que
atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes (NCPC, art. 172).
 
Credenciamento das câmaras privativas de conciliação e mediação, por meio de avaliação de sua atuação
pelo tribunal.
 
Procedimento:
 
As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara privada de
conciliação e de mediação.
 
O conciliador ou o mediador poderá ou não estar cadastrado no Tribunal.
 
Inexistindo acordo quanto à escolha do conciliador ou mediador, haverá distribuição entre aqueles
cadastrados no registro do tribunal.
 
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Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou conciliador.
 
Os tribunais determinarão o percentual de sessões não remuneradas que deverão ser suportadas
pelas câmaras privadas de conciliação e mediação, para atender processos beneficiários da
gratuidade da justiça, como contrapartida de seu credenciamento.
 
Conciliador e mediador poderão estar impedidos ou suspeitos.
 
No caso de impedimento, o conciliador ou mediador deve comunicar, por meio eletrônico, e devolver
os autos ao juiz do processo ou ao coordenador do Centro, devendo ser realizada nova distribuição
(NCPC, art. 170).
 
Se o impedimento for apurado quando já iniciado o procedimento, a atividade será interrompida,
lavrando-se ata com relatório do ocorrido e solicitação de distribuição para novo conciliador ou
mediador (NCPC, art. 170, § único).
 
No caso de impossibilidade temporário do exercício da função, o conciliador ou mediador deve
informar o fato por meio eletrônico, para que durante o período haja novas distribuições (NCPC, art.
171).
 
Exclusão do cadastro de conciliadores e mediadores (NCPC, art. 173 e ss):
 
Agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou mediação sob sua responsabilidade ou violar
qualquer dos deveres: independência, imparcialidade, autonomia da vontade (inclusive quanto à
definição de regras procedimentais), confidencialidade (a todas as informações produzidas no
procedimento), oralidade, informalidade e decisão informada.
 
Atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido ou suspeito.
 
Os casos serão apurados em processo administrativo.
 
O juiz do processo ou o juiz coordenador do Centro que verificar atuação inadequada do mediador ou
conciliador, poderá afastá-lo de suas atividades por 180 dias, por decisão fundamentada, informando
o tribunal para a instauração do respectivo processo administrativo.
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A União, Estados, o DF e os Minicípios criarão câmaras de mediação e conciliação, com atribuições
relacionadas à solução consensual de conflitos no âmbito administrativo, como:
 
Dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública.
 
Avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, pormeio de conciliação, no âmbito
da administração pública.
 
Promover a celebração de termo de ajustamento de conduta, quando couber.
 
A Lei nº 13.140/2015 dispõe sobre a mediação, como meio de solução de controvérsias, entre
particulares e também sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública.
 
3 - Conciliação
 
A conciliação ou mediação ativa tem como objetivo o acordo, sendo o conciliador o agente capaz de
conduzir a conversa entre os conflitantes acerca dos direitos e deveres legais das partes. Pode-se observar
que há um prestígio da autocomposição no ordenamento jurídico pátrio como forma de resolução de
conflitos. Para Keith Rosenn, isto se justificaria em razão do brasileiro agir com sentimentalismo, ou seja,
ele aceita e tolera solidariamente as debilidades humanas. Por esta razão, o autor entende que a
conciliação é um "jeito" em nossa cultura jurídica.
 
Todavia, tal argumento deve ser revisto, na medida em que a conciliação figura como um efetivo
instrumento de pacificação social, como ocorre, por exemplo, na "Semana da Conciliação" promovida pelo
Conselho Nacional de Justiça. As críticas do referido autor devem ser levadas em consideração, no que
tange à forma como a conciliação está sendo empregada pelos juristas e demais operadores do Direito. Isto
significa dizer, que para a conciliação não se tornar uma forma de "jeito" de resolver os litígios, é necessária
a criação de estruturas capazes de garantir a efetividade dos direitos com celeridade e técnica.
 
2.1 – O que é conciliação?
 
É um meio alternativo de resolução de conflitos em que as partes confiam a uma terceira pessoa (neutra), o
conciliador, a função de aproximá-las e orientá-las na construção de um acordo. O conciliador é uma
pessoa da sociedade que atua, de forma voluntária e após treinamento específico, como facilitador do
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acordo entre os envolvidos, criando um contexto propício ao entendimento mútuo, à aproximação de
interesses e à harmonização das relações.
 
2.2 - E conciliação judicial?
 
A conciliação é judicial quando se dá em conflitos já ajuizados, nos quais pode atuar como conciliador o
próprio juiz do processo ou conciliador treinado e nomeado.
 
A conciliação é posta no sistema processual civil (NCPC) como uma das duas formas nele previstas para a
resolução dos conflitos que são levados à apreciação do Judiciário. A outra, é a forma impositiva, via
sentença/acórdão.
 
A conciliação é a forma preferida de resolução de conflitos no nosso sistema processual porque ela é a
melhor das duas: é mais rápida, mas barata, mais eficaz e pacífica. E nela não há risco de injustiça, na
medida em que são as próprias partes que, conciliadas, mediadas e auxiliadas pelo juiz/conciliador,
encontram a solução para o conflito de interesses. Nela não há perdedor.
 
Nos Juizados Especiais, a conciliação é um dos seus fundamentos. Todas as causas iniciam pela
conciliação (Lei 9.099/95).
 
A Conciliação é um método de solução de conflitos em que as partes resolvem a controvérsia por meio de
um acordo, através da ajuda de uma terceira pessoa imparcial, o conciliador.
 
Apesar de não possuir uma lei específica, a conciliação está prevista na legislação brasileira, em vários
ramos do direito, como no direito processual do trabalho, direito processual civil.
 
No âmbito do Direito Processual do Trabalho, Carlos Henrique Bezerra Leite dispõe que o princípio da
conciliação, apesar de ter sido suprimido do art. 114 da Constituição Federal pela Emenda Constitucional nº
45, continua sendo amplamente previsto no plano infraconstitucional, como ocorre nos arts. 625-A, 764,
831, 846, 847 850, 852-E, 862 e 863 da CLT. Tamanha é a importância da conciliação, que uma vez não
observada nos procedimentos ordinário e sumaríssimo, poderá haver nulidade absoluta dos atos
posteriores, sob a justificativa de que a mesma trata de matéria de ordem pública.
 
O Novo Código de Processo Civil (NCPC), no Capítulo V, do Título I, do Livro I “Parte Especial”, artigos 334
e seguintes, disciplina a conciliação e à mediação judiciais, e atribui ao mediador e conciliador o status de
auxiliares de justiça. Para reger a atuação e conduta dos operadores destas vias alternativas, devem ser
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observados os princípios da independência, neutralidade, autonomia da vontade, confidencialidade,
oralidade e informalidade. Ademais, há uma inovação normativa no que diz respeito à pretensão de
profissionalizar os operadores das vias alternativas de resolução de litígios, como por exemplo, a
remuneração, cadastro de registro, e cursos de formação de mediadores e conciliadores.
 
O NCPC dispõe sobre a audiência de conciliação ou de mediação, na qual as partes devem estar
acompanhadas de seus advogados ou defensores públicos. O art. 334 dispõe que, se a petição inicial
preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência do pedido, o juiz designará audiência
de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 dias, devendo ser citado o réu com pelo
menos 20 dias de antecedência. Os §§ 2º e 4º do art. 334 dispõem que poderão ocorrer mais de uma
sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 meses da data de realização da
primeira sessão, exceto se houver desinteresse das partes na composição amigável ou não se o objeto do
conflito não admitir a autocomposição. O § 6º dispõe que se houver litisconsórcio, o desinteresse na
realização da audiência deve ser manisfestado por todos os litisconsortes. O § 8º dispõe que o não
comparecimento injustificado das partes (autor ou réu) à audiência de conciliação é considerado ato
atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até 2% da vantagem econômica
pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. Dispõe o § 11º que a
autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença.
 
A conciliação está prevista, ainda, nos arts. 2, 20 e 26 da Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais (Lei
9.099/95). Ademais, a referida lei prevê a possibilidade da transação penal, conforme previsão do art. 76 da
Lei 9.099/95.
 
Em consonância com este entendimento, o Conselho Nacional de Justiça, órgão responsável pelo controle
da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário, editou a Resolução nº 125 para instituir Política
Pública de Tratamento Adequado de Conflitos de interesses no âmbito do Judiciário. A referida resolução
visa estimular, apoiar e difundir a sistematização e o aprimoramento das práticas de pacificação social,
destacando-se a conciliação e a mediação. Além disso, pretende vincular os órgãos judiciários para criação
de Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania, Núcleos Permanentes de Métodos
Consensuais de Solução de Conflitos e Juízos de Resolução Alternativos de Conflitos. Para isso,
estabelece conteúdo programático mínimo para cursos de capacitação de conciliadores e mediadores,
conforme anexo I da resolução. Destaca-se, ainda, o anexo III da referida norma, que versa acerca do
Código de Ética de Conciliadores e Mediadores Judicias, dispondo acerca de princípios que norteiam a
prática e conduta dos operadores destes meios de pacificação social.
 
2.3 - Quais as características da Conciliação?
Este método tem por principal característica a celeridade, ocorrendo geralmente em uma única reunião.
Ressalte-se, também, que na Conciliação inexiste entre as partes relacionamento significativo no passado
ou contínuo no futuro.
 
2.4 - Qual a função do Conciliador?
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A função do Conciliadoré de aproximar e propiciar as partes na construção de um acordo.
2.5 - A Conciliação tem alguma relação com a via judicial?
Sim, a Conciliação guarda uma estreita relação com a via judicial, haja vista que por diversas vezes possui
previsão nos diplomas legais do ordenamento pátrio. Exemplo é o artigo 846, da CLT que dispõe: "Aberta a
audiência, o juiz ou o presidente proporá a conciliação".
 
3 – Técnicas de Conciliação
 
A técnica de conciliação é um conjunto de procedimentos e estratégias que otimizam a realização da
audiência/sessão de conciliação, no sentido de torná-la produtiva. Visa contribuir para o alcance dos
objetivos propostos de forma mais ágil e eficiente.
 
Conhecer as técnicas de conciliação e o uso correto das mesmas possibilita o conciliador ter mais
facilidade, firmeza, segurança ao conduzir a audiência/sessão de conciliação. Naturalmente, apenas a
prática irá assegurar
o domínio delas.
 
3.1 - Preparação para audiência/sessão de conciliação
 
3.1.1 - Momento Prévio
 
Para promover uma atmosfera de respeito entre as pessoas envolvidas na audiência/sessão de conciliação
e contribuir para que a reunião seja bem sucedida, é importante que o conciliador chegue ao local da
conciliação antes do horário da audiência/sessão, a fim de se preparar adequadamente, concentrando-se e
imbuindo-se do sentimento de sua função.
 
Rever as técnicas, estratégias e ferramentas que deseja empregar durante a sessão, assim como a
organização prévia do ambiente (mobiliário/material), colabora para que as pessoas se sintam bem
acolhidas.
 
O conciliador deve centrar-se no caso em questão buscando conhecer de antemão a natureza do conflito, o
que o auxilia a ter mais segurança na condução da conciliação, podendo, se necessário, esclarecer
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possíveis dúvidas com juízes, coordenadores e conciliadores-orientadores.
 
3.1.2 - Como proceder anteriormente à chegada dos participantes
 
Antes dos envolvidos chegarem, o conciliador deverá:
 
1. Preparar o local no qual será realizada a conciliação: mesa, iluminação, temperatura ambiente,
privacidade, água, café, local de espera, materiais de escritório, entre outros.
 
2. TÉCNICA:
1. Conhecimento prático
2. Conjunto de métodos e pormenores práticos essenciais à execução perfeita de uma arte ou profissão.
3. Revisar todas as anotações feitas sobre o caso e, se possível, memorizar o nome das partes. Quando for
possível saber o nome das partes somente durante a Conciliação; anotá-los pode ser de utilidade.
4. Caso haja mais de um conciliador, é fundamental que se preparem quanto ao modo como cada um
deverá atuar. É interessante que eles dividam, entre si, as informações a serem apresentadas às pessoas e
estabeleçam que um realizará toda a apresentação e o outro completará os demais aspectos. De qualquer
modo, uma divisão igualitária é recomendável, pois evitará o direcionamento do diálogo para apenas um
dos conciliadores, e também permitirá uma melhor percepção, pelas partes, da harmonia do trabalho por
eles realizado.
 
3.1.3 - Posicionamento das partes à mesa durante a conciliação
 
Alguns preparativos no local da audiência/sessão de conciliação e na organização do trabalho podem
auxiliar no êxito da conciliação. Portanto, uma verificação prévia das condições físicas da sala de
conciliação e conhecimento do conflito a ser trabalhado são itens indispensáveis para o alcance desse
êxito.
 
Na audiência/sessão de conciliação, todos devem se sentir fisicamente confortáveis, concentrados e
seguros, dentro de um ambiente que garanta a privacidade das partes. 
 
A disposição dos assentos e a forma como serão ocupados durante a audiência/sessão de conciliação
transmite muito mais informações do que se possa imaginar. Trata-se de uma forma de linguagem não
verbal que deve ser bem analisada, a fim de que se possa perceber o que os envolvidos podem esperar da
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conciliação e como irão se comportar nesse ambiente. A disposição física dos presentes deverá se dar
conforme o número de pessoas e o grau de animosidade entre elas. 
 
O posicionamento do conciliador em relação às partes também é de grande importância, já que a
qualidade, imparcialidade, aptidão e liderança podem ser transmitidas, em muito, por esses aspectos.
Dessa maneira, ele deve se posicionar com igual distanciamento em relação às partes. Quanto à liderança,
seu posicionamento deve se dar de modo a conseguir administrar e controlar todo o desenvolvimento da
audiência/sessão de conciliação.
 
No caso de uma audiência/sessão de conciliação ser conduzida por mais de um conciliador é importante
que se sentem próximos um do outro, para facilitar a comunicação entre eles.
 
3.1.4 - Como receber as pessoas
 
O conciliador deve recepcionar as pessoas, procurando estabelecer um ambiente de cordialidade e
acolhimento. Deve, também, cumprimentar cada uma delas para que se sintam calmas e confortáveis.
Contudo, não deve conversar em demasia para manter certo grau de objetividade. 
 
3.2 - Abertura
 
A abertura da audiência/sessão de conciliação deve ser realizada de forma clara e objetiva, esclarecendo
às pessoas sobre a proposta e a dinâmica da conciliação.
 
É o momento onde se explica como a conciliação se desenvolve, quais as regras que deverão ser
seguidas, sempre no intuito de deixar as pessoas confortáveis e seguras quanto ao desenvolvimento da
conciliação.
 
O conciliador deve ter o cuidado de não direcionar mais atenção a uma das pessoas do que à outra,
conversando - por exemplo - ou se portando mais amigavelmente com uma delas. Caso isso venha a
ocorrer, uma das partes, provavelmente, terá a impressão de que o conciliador está sendo parcial.
 
É muito importante apresentar algumas palavras de encorajamento, por isso, é interessante que o
conciliador elogie o esforço de cada uma das partes de tentar resolver seu conflito ou dificuldade, utilizando
a conciliação. Ao mesmo tempo, ele deve cientificar as partes de que, nos processos conciliatórios, em
situações semelhantes à que elas estão vivenciando, têm-se logrado êxitos bastante expressivos, uma vez
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que, além de se solucionar o problema específico, também possibilita uma oportunidade para que as partes
saiam satisfeitas com o processo, e até consigam manter um relacionamento posterior satisfatório.
 
É na fase de abertura que o conciliador estabelece sua presença e sua autoridade como condutor da
audiência/sessão de conciliação, devendo se apresentar como um auxiliar e facilitador da comunicação
entre as partes. Seu objetivo – desde já deve ser explicitado – não é induzir ninguém a um acordo que não
seja satisfatório. Pelo contrário, o que se deseja é que as partes, em conjunto, cheguem a um acordo que
as faça se sentirem contentes com o resultado. Ao mesmo tempo, o conciliador deve deixar claro que
buscará fazer com que elas consigam explicitar suas metas e interesses e, desse modo, possam,
construtivamente, criar e encontrar suas próprias soluções. 
 
Para tanto, o conciliador deve portar-se de forma a despertar nas partes o sentimento de confiança em sua
pessoa e imparcialidade, sendo útil desse modo, que ao conversar, olhe para cada um dos presentes de
modo equilibrado e calmo. É importante dizer aos envolvidos que o conciliador não é juiz e, por isso, não irá
proferir julgamento algum em favor de uma ou outra pessoa envolvida no conflito. Ademais, deve ele frisar a
sua imparcialidade e confiança no sucesso da conciliação que está em curso. Um exemplo de como se
expressar: “Devo lembrá-los que não sou juiz e, portanto, nãoirei prolatar nenhuma decisão em favor de
uma ou outra parte. Minha atuação será imparcial, sempre no intuito de auxiliá-los a terem uma negociação
eficiente.”
 
O conciliador, portanto, deve agir como um educador no processo de conciliação e como condutor das
regras que deverão ser empregadas durante a conciliação.
 
Cabe ao conciliador explicar de forma objetiva como a audiência/sessão se desenvolverá, enfatizando, logo
no início, que cada um dos participantes terá a sua vez para se expressar. Durante a audiência/sessão, o
conciliador disciplina o diálogo cuidando para que um não interrompa o outro e diligenciando para que as
pessoas tenham a oportunidade de falar e ouvir umas às outras, sempre de forma cordata e organizada. 
 
Desde já, deve o conciliador combinar sobre a participação do advogado quando este estiver presente, uma
vez que o engajamento de todos é fundamental para a construção do acordo. 
 
É conveniente também que o conciliador faça uma previsão da duração da audiência/sessão de
conciliação, com base em sua experiência ou na política institucional do Tribunal. Todavia, é importante ter
em mente que cada caso tem suas particularidades e, que pode levar a uma reorganização do
planejamento dos trabalhos. Naturalmente, tratando-se de conciliação, há também a questão da pauta,
pois, uma audiência/sessão que se atrasa, afeta todas as demais daquele conciliador. 
 
Para um adequado desenvolvimento das técnicas autocompositivas, sugere-se que o tempo mínimo
planejado para cada conciliação seja de 30 a 45 minutos. Isto porque, em conciliações realizadas em
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menos de 15 minutos, o conciliador somente tem tempo para se apresentar, ouvir resumidamente os
envolvidos e apresentar uma proposta de solução - que se considera, como indicado anteriormente, uma
forma excessivamente precária de se conduzir uma conciliação.
 
Na fase de abertura - etapa fundamental do processo de conciliação – tem-se o propósito de deixar os
participantes da audiência/sessão cientes da dinâmica de trabalho, de estabelecer um tom ameno para o
debate das questões por elas suscitadas, de fazer com que o conciliador ganhe a confiança das pessoas e,
desde já, explicite as expectativas quanto ao resultado do processo que se está a iniciar. 
 
3.3. Exposição dos fatos pelos participantes
 
Após a abertura o conciliador propõe às pessoas envolvidas no conflito que exponham o motivo que as
levaram a procurar ajuda junto aos órgãos que promovem a conciliação.
 
Esse é o momento da escuta pelo conciliador dos fatos ocorridos de acordo com o ponto de vista de cada
um dos envolvidos.
 
Nessa fase, é comum as pessoas relatarem passagens de suas vidas que não estão diretamente
relacionadas ao problema, fugindo, assim, do assunto que as levou até a conciliação. 
 
O conciliador, de maneira calma e serena, porém firme, deve restringir a conversa para evitar a exposição
da vida dessas pessoas e objetivar a reunião de conciliação. 
 
Ele disciplina o diálogo, cuidando para que uma parte não interrompa a outra e diligenciando para que as
pessoas tenham a oportunidade de falar e de ouvir umas às outras, sempre de forma respeitosa e
organizada. Durante a exposição, porém, se necessário, deve relembrar, às partes, as regras a serem
cumpridas ao longo da conciliação.
 
3.4. Identificação e esclarecimento das questões, interesses e sentimentos
 
Um aspecto importante no processo da conciliação, consiste em conhecer os fatos e informações
importantes sobre o problema, procurando identificar o que realmente as pessoas pretendem resolver. 
 
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A escuta atenciosa das partes é a chave para conhecer seus reais interesses e o meio de chegar a acordos
onde esses interesses sejam respeitados. O conciliador deve estar disponível para ouvir as pessoas com
atenção, disciplinando-se para não fazer julgamentos enquanto o outro fala.
 
Deve evitar ainda, interromper o pensamento do outro, não se precipitando
para concluir ou direcionar a discussão.
 
3.5. Negociação
 
A negociação é um processo de comunicação que tem por objetivo a construção de soluções para o
conflito. Ela é realizada pelas partes com a ajuda do conciliador que, neste sentido, participa da negociação
com a função de facilitar o diálogo, coordenar a discussão, organizar as propostas apresentadas e elaborar
a síntese das propostas apresentadas. 
 
Na negociação o conciliador estimula as partes a conversarem de forma objetiva sobre as alternativas para
a redução dos seus conflitos, o que proporciona soluções participativas e responsáveis, fazendo com que
os envolvidos se comprometam com a resolução de suas questões. 
 
Embora esteja presente onde há conflito, a negociação, para ser bem sucedida utiliza técnicas próprias e
específicas que ajudam a criar um clima de acordo onde a ética e o respeito ao outro sejam a tônica e que
os INTERESSES das partes possam ser atendidas sem prejuízo de nenhuma delas.
 
São técnicas da negociação:
 
• IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA 
Um ponto importante ao se deparar com uma questão de conciliação, consiste em identificar claramente
qual é o seu objetivo, ou seja, ter clareza do que se pretende resolver. Trata-se de buscar todos os fatos e
informações relevantes sobre o problema. Uma vez identificados, será possível descrever a situação
problemática de maneira clara, distinguindo as informações importantes das irrelevantes, separando os
fatos verdadeiros das suposições e interpretações não comprovadas.
 
• REFORMULAÇÃO
Dar uma nova formulação ao problema, mudando a perspectiva conceitual ou emocional em relação à
forma como é vivenciado pelas partes. Muda-se o significado atribuído à situação e não aos fatos ocorridos.
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• CONOTAÇÃO POSITIVA DO CONFLITO
Transformar fatos acusatórios em temas positivos e de interesse comum, ressaltando especialmente as
características e qualidades positivas das pessoas.
 
• FOCO NOS CONFLITOS E NÃO NAS PESSOAS
Frequentemente, as partes envolvidas num conflito sentem-se adversárias, envolvendo-se em questões
pessoais que não deveriam ser objeto da negociação naquele momento. Quando isso acontece, as
emoções se sobrepõem, aumentando as dificuldades para solucionar o problema.
 
• CONCENTRAR-SE NOS INTERESSES
Os interesses são os desejos e as preocupações das partes, e que na maioria das vezes aparecem numa
negociação encobertos por posições iniciais rígidas. Isso dificulta sobremaneira uma negociação, à medida
que não proporciona flexibilidade aos negociadores e a todo o processo da conciliação, além de, em muitos
casos, poder inclusive encobrir efetivamente o que se pretende atingir, ou seja, os interesses básicos que
estão por trás da negociação.
 
As posições são sempre claras. Os interesses nem sempre são expressos ou coerentes. Uma maneira de
descobri-los é perguntando: O que você pretende? Por que almeja?
 
• ENCONTRAR CRITÉRIOS OBJETIVOS
Outra ferramenta importante refere-se a encontrar critérios objetivos para a solução do problema. A busca
do melhor acordo possível deve passar pela mais vasta gama de soluções, sempre com a preocupação de
procurar interesses comuns que conciliem, de maneira criativa, os interesses divergentes das partes.
Porém como escolher a melhor opção dentro do amplo leque que frequentemente se consegue montar?
Nesse sentido, é importante que o acordo reflita algum padrão justo, razoável e que seja consenso entre as
partes envolvidas. Pode-se, por exemplo, tomar como referência o valor de mercado, uma opinião
especializada ou uma lei.
 
Assim, ao discutir as soluções,nenhum dos lados precisa ceder ao outro. Ambos devem, isto sim, acatar
uma solução justa, baseada em critérios previamente discutidos e aceitos. 
 
Para resolver interesses conflitantes, as pessoas devem acordar no que
seja, no mínimo, justo para ambas.
 
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• BUSCA DE OPÇÕES DE GANHOS MÚTUOS
Normalmente, as partes envolvidas numa negociação acreditam existir uma única alternativa para a solução
do problema, e caminham nessa direção. Isso se deve a alguns fatores: acomodação, ausência de
criatividade para buscar outras opções, falta do hábito de buscar diferentes soluções. Sendo assim, quanto
mais forem estimuladas a criarem alternativas de ganhos mútuos, mais facilmente chegarão a um acordo.
 
O conciliador deve estar sempre atento à forma de comunicação estabelecida entre as partes, pois esta
pode favorecer ou dificultar o desenvolvimento de uma negociação satisfatória entre elas. Atitudes como
julgamento prematuro, busca de uma resposta única, preocupação exclusiva com os próprios interesses
podem inibir a criação de opções alternativas para a solução do conflito.
 
3.6. Síntese da sessão de conciliação
 
Uma vez que as partes tenham expressado sua visão do conflito, apresentado suas propostas, enfim,
negociado as soluções, o conciliador, após perguntar se elas têm algo mais a acrescentar, fará um resumo
do que escutou. Assim, ele resgata os pontos comuns entre as partes e aponta as possibilidades de acordo
que surgiram. 
 
Nessa fase, pode acontecer que o conflito apresentado passe a exigir conhecimentos técnicos quanto à
legalidade. É função do conciliador, nessa situação, prestar esclarecimentos às pessoas naquilo que tiver
conhecimento.
 
Quando não possuir o conhecimento exigido deve buscar assessoramento com o juiz e/ou coordenador. 
 
Em situações de muita dificuldade das pessoas para buscarem uma alternativa que satisfaça aos interesses
de ambas num acordo, o conciliador deve ser o mais claro e didático possível: apontar os diferentes
interesses das pessoas, proceder ao levantamento e análise dos problemas e das opções que cada uma
delas apresenta. Desta forma, terão oportunidade de raciocinarem sobre possibilidades de acordo que
levem em consideração a realidade presente e futura, bem como a viabilidade da concretização dos
objetivos da audiência/sessão conciliatória. 
 
3.7. Composição do acordo
 
Todas as alternativas levantadas para a solução do problema devem ser consideradas, cabendo ao
conciliador indicar outras que lhe ocorrerem, mas sempre com imparcialidade. Quanto mais opções
existirem para atender aos interesses dos envolvidos numa conciliação, maiores serão as chances de se
chegar a um acordo. 
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O conciliador deve sempre estar atento para que os acordos obtidos sejam realistas, devendo satisfazer ao
máximo as partes e prevenir questionamentos futuros, a fim de que sejam o mais duradouros possível. 
 
Após a síntese dos pontos comuns encontrados, cabe ao conciliador fazer um resumo do acordo de forma
compreensível para as partes, o que as auxiliará na escolha de soluções que atendam aos critérios da
realidade: um acordo que seja imparcial, sensato, eficiente e que aprimore o relacionamento entre as
pessoas envolvidas na conciliação. 
 
3.8. Encerramento e lavratura de termo
 
Finalizada a composição do acordo, o conciliador deverá registrá-lo em formulário específico (ata/termo de
acordo), numa linguagem clara contendo as condições e especificações tal como elas foram acordadas. É
importante fazer a leitura para os envolvidos na conciliação do que foi registrado, visando pleno
conhecimento e dirimindo dúvidas com relação à sua composição final.
 
Este momento também é propício para orientá-las sobre outras questões (quando for o caso: conta
bancária, mandado de averbação, encaminhamentos, etc.), para que finalizem os trabalhos de conciliação
esclarecidos e acolhidos em suas necessidades.
Exercício 1:
O Setor de cidadania dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania
(Cejuscs) não presta que tipo de serviço?
A)
Orientação jurídica.
B)
Exame pericial de documentos.
C)
Serviços psicológicos.
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D)
Emissão de documentos.
E)
Assistência social.
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Exercício 2:
A organização dos serviços de conciliação, mediação e outros métodos consensuais
de solução de conflitos deve servir de princípio e base para:
A)
a criação de Juízos de resolução alternativa de conflitos, sem prejudicar o acesso ao
Poder Judiciário.
B)
a criação de Juízos de resolução alternativa de conflitos, restringindo o acesso ao
Poder Judiciário somente àqueles que tentaram a concitação, mas que infrutífera.
C)
a criação de Câmaras privadas para resolução alternativa de conflitos.
D)
a criação de Juízos de resolução alternativa de conflitos, obrigatórios para o acesso
ao Poder Judiciário.
E)
a criação de Juizados mais céleres na instrução processual e no proferimento de
sentenças.
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Exercício 3:
Os Centros de Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do Poder
Judiciário são compostos por:
A)
um bacharel em direito, um juiz leigo, juiz togado e servidores.
B)
um estagiário em direito, um bacharel em direito, um juiz togado e servidores.
C)
um juiz coordenador, servidores, conciliadores, mediadores e árbitros.
D)
um juiz coordenador, servidores, conciliadores e mediadores.
E)
um estagiário, um bacharel em direito e um voluntário da sociedade.
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Exercício 4:
Os Centros de Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do Poder
Judiciário são organizados pelo seguintes setores:
A)
um setor de triagem de solução de conflitos pré-processual, um setor judicial de
solução de conflitos e um setor dos direito humanos.
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B)
um setor de solução de conflitos e um setor da cidadania.
C)
um setor de conciliação, um setor de mediação e um setor de arbitragem.
D)
um setor de triagem, um setor de distribuição por assunto conflitante e um setor de
conciliação.
E)
um setor de solução de conflitos pré-processual, um setor de solução de conflitos
processual e um setor da cidadania.
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Exercício 5:
Qual setor dos Centros de Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania do Poder
Judiciário tem competência para receber processos já distribuídos e despachados
pelos magistrados, que indicarão o método de solução de conflitos a ser a ser
seguido, retornando sempre ao órgão de origem, após a sessão, obtido ou não
acordo, para extinção do processo ou prosseguimento dos trâmites processuais
normais?
A)
setor de solução de conflitos pré-processual.
B)
setor de solução de conflitos processual.
C)
setor da cidadania.
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D)
setor de execução.
E)
setor de administração e coordenação.
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