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Alcoolismo: Epidemiologia, Fatores de Risco e Tratamento

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1 
Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 4 – “Estou ficando pior quando não bebo” 
➱ Epidemiologia do alcoolismo 
➱ Fatores de risco 
➱ Fisiopatologia do abuso e abstinência do álcool 
➱ Quadro clínico da dependência do álcool 
➱ Efeito fisiológicos do álcool no organismo (SNC) 
➱ Diagnóstico e critérios diagnósticos dependência 
➱ Fluxograma de atendimento 
➱Diagnóstico diferencial 
➱Complicações da dependência 
➱Tratamento e reabilitação 
 
 
(Abuso do alcool) 
 
 Substancias psicoativas ou drogas, são substancias que alteram uma ou várias 
funções do SNC, produzindo efeitos psíquicos e comportamentais. Causam uma 
sensação de prazer ou excitação, que está relacionada com as áreas de recompensa do 
cérebro, como o núcleo accumbens, a área tegumentar e o locus ceruleus. 
 
 São classificadas de acordo com o efeito que causam no cérebro, em depressoras 
(álcool, inalantes, opióides, benzodiazepínicos, solventes), estimulantes (nicotina, 
anfetamina, cocaína/crack) e alucinógenas (LSD, maconha, mescalina, 
anticolinérgicos). 
 
• Uso de álcool: refere-se a qualquer ingestão de álcool. 
 
• Alcoolismo: perda da liberdade de escolher entre beber e não beber, considerado 
doença pela OMS. 
 
• Abuso: uso recorrente ou contínuo de uma substancia psicoativa, e este uso é 
lesivo ou mal-adaptativo, levando a prejuízos ou sofrimento significativo. É 
considerado ‘uso abusivo de álcool’, a ingestão de 4 ou mais doses entre as 
mulheres e 5 ou mais doses de bebidas alcoólicas entre os homens, em uma mesma 
ocasião, nos últimos 30 dias. 
 
• Dependência: o indivíduo continua fazendo o uso da substancia, ainda que ela 
traga consigo diversos malefícios. Ocorrem alterações funcionamento mental, 
comportamental e psicológico. 
 
Pode ser física, padrão de uso repetido que resulta na tolerância e abstinência. Ou 
psicológica, quando existe um comportamento compulsivo de consumo da droga. 
 
• Tolerância: diminuição do efeito de uma substancia após repetidas administrações. 
 
• Abstinência: alterações cognitivas e fisiológicas que ocorrem quando a 
concentração de uma substancia no sangue e nos tecidos diminuem em um 
indivíduo que manteve o uso prolongado e intenso da substancia. 
 
• Intoxicação: síndrome reversível específica (alterações comportamentais ou 
mentais), provocada pela recente ingestão ou exposição a uma substancia. 
 
• Uso nocivo: padrão de uso que causa dano a saúde física (esofagite, hepatite 
alcoólica, bronquite por tabagismo), ou mental (depressão). 
 
 O abuso de álcool é diferente do alcoolismo porque não inclui uma vontade 
incontrolável de beber, perda do controle ou dependência física. E ainda o abuso de 
álcool tem menos chances de incluir tolerância do que o alcoolismo (a necessidade de 
aumentar as quantias de álcool para sentir os mesmos efeitos de antes). 
 
Epidemiologia 
 
- Brancos tem o índice mais elevado de uso de álcool. 
 
- Homens tem mais probabilidade de desenvolver um consumo compulsivo e intenso, 
do que as mulheres. 
 
- Aproximadamente 70% dos adultos com ensino superior completo são consumidores. 
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Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 4 – “Estou ficando pior quando não bebo” 
- Os índices de uso compulsivo são semelhantes em diferentes escolaridades. 
 
- 80% da população consome alguma quantidade de álcool. 
 
- Consiste na terceira causa de morte que poderia ser evitada. 
 
- Estudos mostram que o consumo de bebidas alcóolicas, aumenta o risco de 
desenvolver diferentes tipos de câncer de boca, faringe, laringe, esôfago (aumenta em 
5 vezes), estomago, fígado, intestino (colón e reto) e mama. 
 
- Responsável por 50% das mortes em acidentes de trânsito e homicídios e 25% dos 
suicídios e violência sexual. 
 
- A OMS estima que o consumo nocivo do álcool foi responsável por 3,3 milhões de 
mortes em 2012, ou seja, 5,9% do total de óbitos no mundo. 
 
- O consumo de álcool, está entre os 5 principais fatores de risco para incapacidades, 
principalmente entre jovens. 
 
Fatores de risco 
 
• Teoria psicológica: baixas doses, provocam o relaxamento muscular, diminui a 
tensão e ansiedade, diminui o nervosismo, ajuda a lidar com o estresse, promove 
uma sensação de bem-estar e desinibição. Altas doses, a tensão muscular e 
nervosismo aumentam. 
 
• Teoria sociocultural: influenciam em até 40% o alcoolismo. Em populações que o 
consumo e pouco, uso familiar, sem chegar à embriaguez, os níveis de alcoolismo 
são baixos. Ex: judeus. 
 
• Teoria infantil: uma história infantil de transtorno de déficit de 
atenção/hiperatividade, transtorno de conduta, personalidade antissocial, 
aumenta o risco de o desenvolvimento de algum transtorno relacionado ao álcool 
na idade adulta. 
 
• Teoria genética: a maioria dos transtornos relacionados ao álcool apresenta 
algum grau de predisposição genética. 
 
- Risco 3 a 4 vezes maior de desenvolver problemas graves, para indivíduos que 
tem parentes próximos alcoolistas. 
 
- O índice de problemas com álcool aumenta com a quantidade de parentes 
alcoolistas, com a severidade e a proximidade genética. 
 
- Filhos e pais alcoolistas, ainda que não sejam criados pelos pais biológicos, tem 
um risco elevado de desenvolver problemas com álcool. 
 
 
Fisiopatologia 
 
 Dessa forma, o abuso de álcool pode produzir sintomas psicológicos temporários 
graves, incluindo depressão, ansiedade e psicoses. Em longo prazo, níveis cada vez 
maiores de consumo de álcool podem produzir tolerância, bem como adaptação do 
corpo tão intensa que a interrupção do uso pode precipitar uma síndrome de 
abstinência normalmente caracterizada por insônia, evidência da hiperatividade do 
sistema nervoso autônomo e ansiedade. 
 
• Absorção do álcool: 
 
 Aproximadamente 10% do álcool consumido é absorvido no estomago, o restante no 
intestino delgado. O pico da concentração de álcool no sangue é atingido após 30 a 90 
minutos. Se o estomago estiver vazio e a ingestão rápida, reduz o tempo. 
 
 O corpo tem alguns mecanismos de proteção contra grandes quantidades de álcool, 
se a concentração de álcool no estomago se eleva de mais, o corpo secreta muco e a 
válvula pilórica se fecha, reduzindo a absorção e impedindo que o álcool vá para o 
intestino delgado. Sendo assim, grande quantidade de álcool pode permanecer no 
estomago por horas, o piloroespasmo, pode resultar em náusea e vomito. 
 
 Assim que ele é absorvido na circulação é distribuído por todos os tecidos do corpo. 
 
• Metabolização do álcool: 
 
 Aproximadamente 90% do álcool absorvido é metabolizado por meio de oxidação no 
fígado, os 10% restantes são excretados inalterados pelos rins e pulmões. A taxa de 
oxidação do fígado é constante e não depende das exigências do corpo. 
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Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 4 – “Estou ficando pior quando não bebo” 
 
 O álcool é metabolizado por duas enzimas: álcool desidrogenase (ADH) e aldeído 
desidrogenase. A ADH catalisa a conversão de álcool em acetaldeído, que é tóxico; a 
aldeído desidrogenase catalisa a conversão de acetaldeído em ácido acético. 
 
 Existem estudos que afirmam que as mulheres apresentam uma concentração 
sanguínea de ADH menor do que homens. A redução do funcionamento de enzimas 
metabolizadores de álcool em alguns indivíduos asiáticos também pode levar a 
intoxicação mais fácil e a sintomas tóxicos. 
 
• Alterações no SNC: 
 
 O álcool promove a liberação de dopamina no núcleo acumbens, promovendo a 
sensação de prazer, nos estimulando todas as vezes que realizamos temos esperiencias 
boas e gratificantes. Isso ocorre também frente a um alimento, parceiro sexual ou água. 
 
 O núcleo acumbens faz parte da via dopaminérgica 
(mesolímbica), quando a dopamina é liberada em 
grande quantidade ele avalia o comportamento ou a 
substancia que desencadeou, sinalizando para que 
outras regiões repitam o comportamento. 
 
 Um sistema de reforço deve desempenhar duas 
funções: detectar a presença de um estímulo e 
fortalecer as conexões entre os neurônios que detectam os estímulos significativos (ver 
um copo de pinga) e aqueles que provocam uma resposta instrumental (beber a pinga). 
 
 Ainda que o consumo de álcool á noite ajude a adormecer, o seu uso está relacionado 
com a diminuição do sono do movimento rápido dos olhos (sono REM, ou sono com 
sonhos) e do sono profundo (estágio 4) e maior fragmentação do sono, com episódios 
mais frequentes e mais longos de vigília. 
 
 O consumo crônico de álcool leva a um risco aumentado de perda neuronal, 
neurotoxicidade, atrofia do neocórtex, sistema límbico e cerebelo. 
 
 
 
 
Quadro clínico 
 
▪ Intoxicação: alterações na fala (arrastada), tontura, incoordenação motora, ataxia, 
nistagmo, prejuízos na memória e atenção, visão turva, comportamento 
inapropriado, ou coma. 
 
▪ Abuso: necessidade de uso diário de grandes quantidades de álcool para o 
funcionamento adequado, incapacidade de reduzir ou interromper o consumo, 
períodos de amnésia, ingestão de álcool não potável, como combustível, 
dificuldades no funcionamento social e ocupacional. Prejuízos significativos no 
trabalho, negligencia no cuidado com os filhos; dirigir embriagado, desacato a 
autoridades. 
 
▪ Abstinência: Inclui convulsões e hiperatividade autonômica. O tremor é o sintoma 
mais comum, podem estar presentes sintomas psicóticos e de percepção (delírios, 
alucinações), convulsões, delirium tremens. Além de irritabilidade, sintomas 
gastrintestinais (náusea, vomito), ansiedade, excitação, sudorese, rubor facial, 
midríase, taquicardia, insônia, náuseas, vomitos e hipertensão leve. 
 
▪ Intoxicação: prejuízo na consciência, alterações cognitivas, beligerância, 
agressividade, euforia, flutuações de humor, desinibição social, nistagmo, disartria, 
rubor facial, taquicardia e midríase. 
 
▪ Dependência: consiste no surgimento de sintomas, após uma parada abrupta. No 
início os sintomas são espaçados e leves, causam pouca incapacitação, porém com 
o aumento da dependência, são mais frequentes e graves. 
 
• Pode ser classificada em diversos subtipos, sendo que um deles é em: 
 
 Dependência do tipo A: início tardio, poucos fatores de risco na infância, 
dependência leve, poucos problemas com o álcool e pouca psicopatologia. Respondem 
a psicoterapia. 
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Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 4 – “Estou ficando pior quando não bebo” 
 Dependência tipo B: muitos fatores de risco na infância, dependência grave, início 
precoce de problemas relacionados com o álcool, história familiar de abuso, uso 
frequente de várias substancias, situações graves. Tratamento com habilidades de 
enfrentamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• O alcoolismo afeta de três formas o indivíduo: 
 
1. Dimensão física: alterações na saúde física devido ao uso do álcool, como 
gastrite, esofagite, hepatite, pancreatite, cirrose, neuropatia periférica, 
síndrome da abstinência de álcool, delirium tremens, síndrome de Wernicke-
Korsakoff, alterações cognitivas e demência alcoólica. 
 
2. Dimensão psicológica: irritabilidade, ansiedade, depressão, agressividade, 
insônia, perda de autoestima. 
 
3. Dimensão social: problemas matrimoniais, familiares, dificuldades no trabalho 
e estudos (faltas), acidentes de transito, problemas legais, perda do senso 
crítico e julgamento, isolamento social. 
 
 
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Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 4 – “Estou ficando pior quando não bebo” 
Complicações 
 
Intoxicação alcoólica: 
 
 O álcool tem um efeito inibitório devido a ação antagonista ao receptor NMDA 
(N-Metil-D-Aspartato) de Glutamato (principal neurotransmissor excitatório) e á 
potencialização dos receptores GABA (principal neurotransmissor inibitório). A 
medida que a concentração de álcool aumenta, passam a predominar sinais de 
depressão do SNC, levando ao coma, hiporexia, depressão respiratória e 
hipotensão arterial. Deve ser avaliada a glicemia capilar, além de pesquisar a 
presença de intoxicação por outras drogas. 
 
Síndrome da abstinência: 
 
 A ingestão aguda de álcool leva a liberação de opióides endógenos, causando 
euforia e reforço para manter o uso. Em seguida há ativação dos receptores 
inibitórios GABA a, causando efeitos sedativos, ansiolíticos e descoordenação e 
inibição dos receptores excitatórios de Glutamato tipo NMDA, causando mais 
sedação, intoxicação e distúrbios cognitivos. 
 
 Em longo prazo, com o uso crônico do álcool ocorrem alterações no número e 
na função dos receptores como resposta compensatória aos efeitos depressivos do 
álcool. Ocorrendo a diminuição (down regulation) nos receptores GABA tipo A e 
aumento (up regulation) nos receptores de Glutamao NMDA, levando a 
excitabilidade com a suspensão dos efeitos agudos da ingestão contínua de álcool. 
 
 O tremor é o sinal mais precoce (24 a 36 horas da última dose), acompanhado de 
sinais de hiperatividade autonômica, como taquicardia, rubor facial e hiperreflexia, 
relacionados aos níveis elevados de catecolaminas séricas e urinárias e níveis 
aumentados de seusmetabólitos no líquor. 
 
 Dois ou mais dos seguintes sintomas: sudorese, tremor, insônia, náusea/vomito, 
alucinação/ ilusão, ansiedade, convulsão. 
 
Delírium tremens: 
 
 Confusão acentuada, alucinações, tremor, hiperpirexia e hiperatividade simpática. 
Alucinose alcóolica: 
 
 Quadro de alucinações auditivas, sons tipo cliques, rugidos, barulho de sinos, vozes. 
Pode também ser visual e tátil. Não estão presentes alterações no nível de consciência, 
tremores ou desorientação. 
 
Demência: 
 
 - Neuropatia alcoólica: distúrbio neurológico mais comum relacionado com o 
abuso de álcool. Ocorre a degeneração axonal, desmielinização. Surge após 
vários anos de ingestão alcoólica, os sintomas incluem fraqueza, dor, 
parestesias, cãibras, ataxia de marcha e disestesias em membros inferiores. 
São susceptíveis á compressão de nervos periféricos. 
 
- Pelagra: deficiência de ácido nicotínico ou de seu precursor, triptofano, pode 
causar demência em pacientes etilistas. As manifestações sistêmicas 
incluem:diarreia, glossite, anemia, lesões cutâneas eritematosas em áreas 
fotoexpostas. 
 
- Degeneração hepatocerebral adquirida: demência associada a atenção e 
concentração reduzidas, ataxia cerebelar, disartria, tremor, coreotetose. 
Quadro irreversível. 
 
- Encefalopatia de Wernicke (transtorno amnésico): anormalidades 
oculomotoras (nistagmo, paralisia do nervo abducente e do olhar conjugado), 
ataxia da marcha (origem cerebelar) e estado confusional (encefalopatia). As 
alterações acometem principalmente a substancia cinzenta do tálamo, 
hipotálamo, tronco encefálico e cerebelo. Geralmente os pacientes possuem 
um estado de desnutrição associado. 
 
O mecanismo da doença está relacionado com a deficiência de tiamina 
(vitamina B1), devido da absorção e ingestão menor dessa vitamina devido ao 
álcool. 
 
- Síndrome alcoólica fetal: o álcool inibe o crescimento uterino e 
desenvolvimento pós-natal, além de predispor a microcefalias, malformações 
craniofaciais, falhas cardíacas e nos membros. 
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Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 4 – “Estou ficando pior quando não bebo” 
Critérios diagnósticos 
 
Transtorno por Uso de Álcool 
 
A. Um padrão problemático de uso de álcool, levando a comprometimento ou sofrimento clinicamente 
significativos, manifestado por pelo menos dois dos seguintes critérios, ocorrendo durante um período de 
12 meses: 
1. Álcool é frequentemente consumido em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o 
pretendido. 
2. Existe um desejo persistente ou esforços malsucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso de 
álcool. 
3. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção de álcool, na utilização de álcool ou na 
recuperação de seus efeitos. 
4. Fissura ou um forte desejo ou necessidade de usar álcool. 
 5. Uso recorrente de álcool, resultando no fracasso em desempenhar papéis importantes no trabalho, na 
escola ou em casa. 
 6. Uso continuado de álcool, apesar de problemas sociais ou interpessoais persistentes ou recorrentes 
causados ou exacerbados por seus efeitos. 
7. Importantes atividades sociais, profissionais ou recreacionais são abandonadas ou reduzidas em virtude 
do uso de álcool. 
8. Uso recorrente de álcool em situações nas quais isso representa perigo para a integridade física. 
 9. O uso de álcool é mantido apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente 
ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado pelo álcool. 
 10. Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos: 
 a. Necessidade de quantidades progressivamente maiores de álcool para alcançar a intoxicação ou 
o efeito desejado. 
 b. Efeito acentuadamente menor com o uso continuado da mesma quantidade de álcool. 
11. Abstinência, manifestada por qualquer um dos seguintes aspectos: 
 a. Síndrome de abstinência característica de álcool (consultar os Critérios A e B do conjunto de critérios 
para abstinência de álcool, p. 499-500). 
 b. Álcool (ou uma substância estreitamente relacionada, como benzodiazepínicos) é consumido para 
aliviar ou evitar os sintomas de abstinência. 
 
Especificar se: Em remissão inicial: Após todos os critérios para transtorno por uso de álcool terem sido preenchidos 
anteriormente, nenhum dos critérios para transtorno por uso de álcool foi preenchido durante um período mínimo de 
três meses, porém inferior a 12 meses (com exceção de que o Critério A4, “Fissura ou um forte desejo ou necessidade 
de usar álcool”, ainda pode ocorrer). Em remissão sustentada: Após todos os critérios para transtorno por uso de álcool 
terem sido satisfeitos anteriormente, nenhum dos critérios para transtorno por uso de álcool foi satisfeito em qualquer 
momento durante um período igual ou superior a 12 meses (com exceção de que o Critério A4, “Fissura ou um forte 
desejo ou necessidade de usar álcool”, ainda pode ocorrer). Especificar se: Em ambiente protegido: Este especif icador 
adicional é usado se o indivíduo se encontra em um ambiente no qual o acesso a álcool é restrito. Código baseado na 
gravidade atual: Nota para os códigos da CID-10-MC: Se também houver intoxicação por álcool, abstinência de álcool 
ou outro transtorno mental induzido por álcool, não utilizar os códigos a seguir para transtorno por uso de álcool. No 
caso, o transtorno por uso de álcool comórbido é indicado pelo 4o caractere do código de transtorno induzido por álcool 
(ver a nota para codificação para intoxicação por álcool, abstinência de álcool ou um transtorno mental específico 
induzido por álcool). Por exemplo, se houver comorbidade de intoxicação por álcool e transtorno por uso de álcool, 
apenas o código para intoxicação por álcool é fornecido, sendo que o 4o caractere indica se o transtorno por uso de 
álcool comórbido é leve, moderado ou grave: F10.129 para transtorno por uso de álcool leve com intoxicação por álcool, 
ou F10.229 para transtorno por uso de álcool moderado ou grave com intoxicação por álcool. 
 
 
Intoxicação por Álcool 
 
A. Ingestão recente de álcool. 
B. Alterações comportamentais ou psicológicas clinicamente significativas e problemáticas (p. ex., 
comportamento sexual ou agressivo inadequado, humor instável, julgamento prejudicado) desenvolvidas 
durante ou logo após a ingestão de álcool. 
C. Um (ou mais) dos seguintes sinais ou sintomas, desenvolvidos durante ou logo após o uso de álcool: 
 1. Fala arrastada. 2. Incoordenação. 3. Instabilidade na marcha. 4. Nistagmo. 5. Comprometimento da 
atenção ou da memória. 6. Estupor ou coma. 
D. Os sinais ou sintomas não são atribuíveis a outra condição médica nem são mais bem explicados por 
outro transtorno mental, incluindo intoxicação por outra substância. 
 
 Nota para codificação: O código da CID-9-MC é 303.00. O código da CID-10-MC depende da existência de 
comorbidade com transtorno por uso de álcool. Se houver transtorno por uso de álcool leve comórbido, o 
código da CID-10-MC é F10.129, e se houver transtorno por uso de álcool moderado ou grave comórbido, 
o código daCID-10-MC é F10.229. Caso não haja comorbidade com transtorno por uso de álcool, então o 
código da CID-10-MC é F10.929. 
 
 
Diagnóstico 
 
 
• Teste de concentração de álcool no sangue: teste mais direto, avalia a 
concentração e estabelece a tolerância ao álcool. 
 
• Exames laboratoriais: gamaglutamiltransferase, trasnferrina deficiente em 
carboidrato, volume corpuscular médio, testes de função hepática (alanina 
aminotrasnferase e fosfatase alcalina), trigliceírdeos, colesterol, ácido úrico. 
 
• Exames complementares (disfunções ou danos orgânicos): eletrólitos (Ca, Mg, Na, 
K), hemograma completo, perfil hepático, coagulograma, albumina, proteína total, 
ureia, creatina, glicemia de jejum, eletrocardiograma, radiografia de tórax, 
sorologias para hepatite B e C, HIV e sífilis. 
 
Escalas: 
 
• CAGE: alternativa fácil, rápida e pouco intimidativa na detecção dos problemas 
relacionados ao uso de álcool. É voltado para realizar o diagnóstico da 
"Síndrome de Dependência do Álcool" (SDA). 
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Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 4 – “Estou ficando pior quando não bebo” 
 
 
 
Consideram-se: 
2 respostas positivas: alto risco de dependência do Alcool 
1 resposta positiva: alto risco de abuso de Alcool 
 
 
• CIWA – Ar (Clinical Institute Withdrawal Assement for Alcohol Revised): é uma 
escala aplicada para a avaliação de síndrome de abstinência alcoólica. Pergunta-se 
ao paciente sobre enjoos, vômitos, tremores, sudorese, coceiras/pinicações, ouve 
sons, as luzes ficam mais brilhantes e mudam de cor, nervosismo, dor, 
apagamento, tontura, agitação e orientação. 
 
• Alcohol use disorders identificativo test (AUDIT): instrumento de avaliação de 
padrão de uso voltado exclusivamente para a avaliação do uso de álcool. O AUDIT 
avalia diversos níveis de uso de álcool, desde o não uso até a provável dependência, 
além do consumo nos últimos 12 meses. Ele pode ser utilizado por toda a equipe 
de Saúde ou Assistência Social e em outros serviços, na forma de entrevista ou 
autoaplicação (o próprio paciente pode responder sozinho o questionário), e suas 
questões correspondem aos principais critérios diagnósticosda CID-10. O AUDIT é 
composto por 10 perguntas sendo que cada questão tem uma margem de 0 a 4, 
possibilitando uma pontuação final de 0 a 40 pontos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://aberta.senad.gov.br/medias/original/201612/20161213-100646-002/pagina-02.html#id_2
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Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 4 – “Estou ficando pior quando não bebo” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico diferencial 
 
 Nas convulsões de abstinência, o clínico deve estar atento a lesões cerebrais, 
infecções no SNC, neoplasias no SNC, além de investigar hipoglicemia, hiponatremia, 
hipomagnesemia, resultantes do consumo exagerado. 
 
 Transtorno por uso de sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos; transtorno de conduta na 
infância e transtorno de personalidade antissocial na idade adulta. 
 
 
Tratamento 
 
Existem três medidas gerais envolvidas no tratamento do indivíduo alcoolista, depois 
do diagnóstico: intervenção, desintoxicação e reabilitação. 
 
Intervenção: confrontação, ajudar o paciente a reconhecer as consequências adversas 
se não for tratado, deve aumentar a motivação para o tratamento e a continuidade da 
abstinência. 
 
Desintoxicação: os sintomas da abstinência ocorrem porque o cérebro se adaptou 
fisicamente a presença de um depressor cerebral e não consegue funcionar 
adequadamente em sua ausência. A maioria dos profissionais oferece 
benzodiazepínicos, como lorazepam (ação breve), clordiazepóxido e diazepam (ação 
prolongada). 
 
Reabilitação: esforços contínuos para manter e aumentar os níveis de motivação para 
abstinência, ajudar o paciente a viver sem o álcool, prevenir recaídas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Módulo 16 – Problemas mentais e do comportamento PROBLEMA 4 – “Estou ficando pior quando não bebo”

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