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Júlia Matos – 75A VIAS SENSITIVAS (AFERENTES) MEDULARES Vias aferentes são cadeias de neurônios funcionalmente relacionados, responsáveis por enviar estímulos internos e externos para o giro sensitivo do cérebro, ou seja, o giro pós-central. Os neurônios sensitivos, ou seja, aqueles que captam informações internas e externas e enviam para a medula, sempre se encaminham para o corno posterior da medula, pois esses neurônios formam a raiz posterior dos nervos espinhais. VIA DE DOR E TEMPERATURA (NEOESPINOTALÂMICA): Estímulos de dor (PRECISA/AGUDA/BEM LOCALIZADA) e temperatura captados pelas terminações nervosas livres são encaminhados para o neurônio I, que é a raiz posterior do nervo espinhal e responsável por levar esse estímulo até o corno posterior da medula. No corno posterior, o neurônio I encontra com o neurônio II, o qual realiza a decussação da via até o funículo lateral da medula, a nível de entrada do estímulo. Além disso, o neurônio II percorre o trato espino talâmico lateral, passa pelo lemnisco espinhal e chega ao tálamo, onde passa o estímulo para o neurônio III. O neurônio III passa pela capsula interna e leva o estimula até o giro pós-central do cérebro. Pelo fato de a decussação ocorrer a nível de entrada do estimulo, lesões no hemisfério direito da medula ou da cápsula interna causam a perda de sensibilidade a dor e temperatura em todo o lado esquerdo do corpo abaixo da lesão. Outro fato importante dessa via é a estratificação do trato espino talâmico lateral, ou seja, a disposição das fibras dessa via, pois, quanto mais baixo é segmento medular, mais cortical a fibra de dor e temperatura caminham no trato. Desse modo, lesões superficiais no funículo lateral causam perda de sensibilidade de dor e temperatura nos segmentos medulares mais inferiores. Júlia Matos – 75A VIA DE DOR E TEMPERATURA (PALEOESPINOTALÂMICA): Estímulos de dor (CRÔNICAS/DIFUSAS/QUEIMAÇÃO) e temperatura captados pelas terminações nervosas livres são encaminhados para o neurônio I, que é a raiz posterior do nervo espinhal e responsável por levar esse estímulo até o corno posterior da medula. No corno posterior, o neurônio I encontra com o neurônio II. O neurônio II leva esse estimulo tanto para o hemisfério em que eles recebem o estimulo, quanto para o hemisfério oposto (hipselateralmente e contralateralmente), levando o estimulo sensitivo para os dois giros pós-centrais simultaneamente. VIA DE TATO PROTOPÁTICO E PRESSÃO: Estímulos de tato protopático e pressão captados pelos corpúsculos de Meissner e Rufini (tato e pressão) e pelos folículos pilosos (tato) são encaminhados para o neurônio I, que é a raiz posterior do nervo espinhal e responsável por levar esse estímulo até o corno posterior da medula. No corno posterior, o neurônio I encontra com o neurônio II, o qual realiza a decussação da via até o funículo anterior da medula do hemisfério oposto, a nível de entrada do estímulo. Além disso, o neurônio II percorre o trato espino talâmico anterior, passa pelo lemnisco espinhal e chega ao tálamo, onde Júlia Matos – 75A passa o estímulo para o neurônio III. O neurônio III passa pela capsula interna e leva o estimula até o giro pós-central do cérebro. Assim como na Via Neoespinotalâmica, pelo fato de a decussação ocorrer a nível de entrada do estimulo, lesões no hemisfério direito da medula ou supramedulares causam a perda de sensibilidade a tato e pressão em todo o lado esquerdo do corpo abaixo da lesão. Por esse motivo, a nível prático, podemos considerar que as duas vias são uma só, ou seja, se perdemos tato protopático e pressão do lado esquerdo, também perdemos dor e temperatura desse lado. VIA DE TATO EPICRÍTICO, SENSIBILIDADE VIBRATÓRIA E PROPRIOCEPÇÃO CONSCIENTE: Estímulos de tato epicrítico, vibração e propriocepção captados são encaminhados para o neurônio I, que é a raiz posterior do nervo espinhal e responsável por levar esse estímulo até o corno posterior da medula. O neurônio I percorre toda a medula pelo funículo posterior e encontra o neurônio II somente no nível do tubérculo grácil e cuneiforme. O neurônio II realiza a decussação da via para o tálamo do hemisfério oposto ao estímulo, onde encontra o neurônio III, que passa pela cápsula interna e leva o estímulo até o giro pós-central. Desse modo, a decussação dessa via não ocorre a nível de entrada do estímulo! Os estímulos dessa via são captados pelos corpúsculos de Meissner e Rufini (tato), pelos folículos pilosos (tato), pelos corpúsculos de Vater Paccini (vibração) e pelos músculos, tendões e articulações (propriocepção). Pelo fato de a decussação não ocorrer a nível de e;ntrada do estímulo, ao contrário das outras vias sensitivas medulares, caso ocorra uma lesão no hemisfério direito da medula, o paciente perde a sensação de tato epicrítico, vibração e propriocepção também no lado direito do corpo abaixo da lesão. Porém, caso ocorra lesões supramedulares, a perda de sensibilidade ocorre no lado contrário da lesão. Júlia Matos – 75A REVISÃO: