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livro alfabetização e letramento

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Unidade 1
Alfabetização e Letramento: 
uma Abordagem Geral
Alfabetização e Letramento
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
IRIA HELENA DUARTE 
MAURO JOSÉ KUMMER
AUTORIA
Iria Helena Duarte
Sou formada em Pedagogia, Especialista em Metodologia do 
Ensino da Língua Portuguesa e Estrangeira com uma experiência técnico-
profissional na área de ensino híbrido há mais de 10 anos. Concluinte em 
Psicopedagogia e especialização em Língua Espanhola. Iniciei minha 
carreira como docente em diversas escolas do Estado de São Paulo, 
Estado do Paraná e de Santa Catarina na área da Educação Infantil e Ensino 
Fundamental I. Em 2008 fui convidada por uma empresa em expansão 
em EAD a participar do departamento Pedagógico como Coordenadora 
Pedagógica em EAD e depois como professora conteudista na área 
da Pedagogia e ensino de Línguas. Também trabalhei para algumas 
faculdades, para a elaboração de trabalhos e materiais didáticos e 
preparatórios como ENADE. Atualmente sou sócia de uma escola EAD de 
ensino de cursos técnicos, profissionalizantes e idiomas e também atuo 
como mediadora do curso de Pedagogia e tutora virtual da Universidade 
Virtual do Estado de São Paulo. Amo a minha profissão e sou apaixonada 
pelo meu trabalho. Estou sempre em busca de novos conhecimentos 
porque acredito no poder da educação e da reciclagem. Adoro poder 
transmitir minha experiência para todos que estão iniciando em suas 
profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu 
elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte sempre comigo!
Mauro José Kummer
Mestre em educação pela PUCPR, Especialista em gestão da 
qualidade aplicada a educação pela Organização dos Estados Americanos. 
Trabalha na Educação a distância como professor conteudista e professor 
palestrante, além de tutor. Sua formação de base é em Engenharia de 
Produção. Além de professor também é revisor de textos, atuou em 
diversas instituições como UFPR, PUCPR, UniBrasil e Estácio. Professor 
para pós-graduação em gestão da qualidade aplicada a educação.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Conceitos e definições sobre Alfabetização e Letramento ...... 12
A Alfabetização ................................................................................................................................. 12
A Língua Falada e a Língua Escrita ................................................................. 15
O Letramento ..................................................................................................................................... 16
Definição de Letramento ........................................................................................ 18
Alfabetizado Letrado ................................................................................................. 19
Analfabetismo Funcional ........................................................................................ 19
Histórico e evolução das práticas de alfabetização .................... 21
A Cartilha de Comenius ............................................................................................................. 21
Emília Ferreiro ....................................................................................................................................22
A sala de aula como ambiente de alfabetização .................................24
O papel do professor .................................................................................................25
Ana Teberosky ...................................................................................................................................26
A Psicogênese da Língua escrita .....................................................................27
O analfabetismo .........................................................................................27
A prática alfabetizadora e os processos de apropriação da 
língua escrita ................................................................................................29
A prática pedagógica do ensino da língua escrita .................................................29
Lev Semyonovich Vygotsky ................................................................................ 30
O papel do professor e do ambiente familiar na aquisição da língua 
escrita....................................................................................................................................................... 31
O letramento na aquisição da escrita...............................................................................32
Práticas para o letramento da língua escrita ...........................................33
Estratégias da leitura - Parte I ............................................................... 35
A leitura como instrumentação cultural .........................................................................35
Aprendizagem coletiva ........................................................................................... 36
Monitorar a compreensão ..................................................................................... 36
Estrutura do enredo .................................................................................................. 36
Organizadores semânticos e gráficos ...........................................................37
Responder Perguntas ...............................................................................................37
Resumo................................................................................................................................37
9
UNIDADE
01
Alfabetização e Letramento
10
INTRODUÇÃO
Ainda nos dias de hoje, quando falamos em Alfabetização, muitos 
tem a ideia de um processo repleto de regras e práticas, o conceito real 
é muito mais amplo de deve ser discutido com muito cuidado. Procure 
lembrar da sua professora na primeira série do Ensino Fundamental. 
Você lembra das práticas que ela utilizou para alfabetizá-lo (a)? Quais 
foram os recursos que utilizou? Talvez ela tenha utilizado a famosa 
“Cartilha” no qual você sempre associava uma imagem com uma letra, 
até a formação das palavras? Ou usufruiu de outros recursos nos seu 
processo de alfabetização? Eu me recordo na minha formação, que a 
minha professora sempre utilizava o lúdico dentro da sala de aula e 
era sempre muito divertido quando estávamos aprendendo a formar 
as palavras porque ela utilizava muitos recursos visuais. No processo 
de alfabetização é tudo muito mágico para a criança, porque elas 
percebem que as letras se tornam palavras, cada palavra é um encontro, 
um encantamento, e quandoconseguem ir além, o descobrimento se 
torna real e parte integrante nesse tão rico. Porém, cabe ao professor 
alfabetizador instigar a criança ao novo, ser o facilitador, o mediador 
de uma etapa única na vida de cada um. Sempre fui muito grata aos 
teóricos e estudiosos da área porque se não fossem por eles e suas 
experiências de vida, não teríamos todo o conhecimento que temos 
hoje. O que é ser alfabetizado para você? O que é ser letrado para 
você? Esses questionamentos, gostaria que você os fizesse antes de 
iniciarmos essa nova jornada. Anote em um papel o que você entende 
por Alfabetização e Letramento e depois no término deste e-book, te 
convido a fazer uma releitura do que escreveu e refletir sobre tudo o 
que aprendeu. Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste 
universo de conhecimentos. Abordaremos a definição sobre o que é 
de fato Alfabetização e Letramento. Te convido a retornar ao passado 
um pouquinho para que possa compreender todos os processos e 
os “porquês” de todos os questionamentos atuais. Você estudará a 
importância das práticas da Alfabetização e também a introdução de 
estratégias de leitura. Bons estudos!
Alfabetização e Letramento
11
OBJETIVOS
Olá! Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 1, e o nosso objetivo 
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Identificar os conceitos de Alfabetização e Letramento no processo 
ensino-aprendizagem.
2. Compreender a importância da história na leitura, escrita e 
letramento e sua evolução até os dias atuais.
3. Reconhecer os processos educativos e suas metodologias de 
aquisição de leitura e escrita.
4. Conhecer as estratégias e os principais métodos utilizados para 
o melhor uso da leitura.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Alfabetização e Letramento
12
Conceitos e definições sobre Alfabetização 
e Letramento
OBJETIVO:
Qual a definição concreta sobre Alfabetização e 
Letramento? Existe alguma diferença entre os dois 
conceitos? Qual a importância quando falamos em 
alfabetização e letramento? Ao longo desta aula iremos 
discorrer sobre todos esses questionamentos, as 
definições baseadas nas teorias dos maiores teóricos do 
assunto. Caso tenha dúvidas, não se preocupe. Recorra 
ao fórum de dúvidas e discussões para socializar o seu 
conhecimento e esclarecer todas as suas dúvidas. Depois, 
desenvolva as atividades e questões sugeridas. Nós 
estaremos a sua disposição em caso de dificuldades!
A Alfabetização
A alfabetização em sua principal definição é o processo de 
aquisição da leitura e escrita através do sistema alfabético e ortográfico. 
Entendemos que esse processo não é simples, pois inclui muitos fatores 
internos e externos. Felizmente, podemos afirmar que, esse processo 
vem sendo altamente discutido por profissionais da educação, pois há 
muito tempo professores enfrentam diariamente problemas relacionados 
à alfabetização como as dificuldades de aprendizagem, alto índice de 
reprovação nas séries iniciais e também a evasão escolar. 
O termo é amplo e não pode ser visto unicamente como um único 
processo, estamos falando de etapas multifacetadas, de uma grande 
diversidade de fatores e não podemos nos ater somente em uma única 
definição. É o que sugere Soares, (2003, p.16):
“Não parece apropriado nem etimológica nem 
pedagogicamente que o termo alfabetização designe 
tanto o processo de aquisição da língua quanto em seu 
desenvolvimento: etimologicamente o termo alfabetização 
não ultrapassa o significado de “levar a aquisição do 
Alfabetização e Letramento
13
alfabeto” , ou seja, ensinar o código da língua escrita, ensinar 
as habilidades de ler e escrever; pedagogicamente, atribuir 
um significado muito amplo ao processo de alfabetização 
seria negar-lhe a especificidade, com reflexos indesejáveis 
na caracterização da sua natureza, na configuração das 
habilidades básicas de leitura e escrita, na definição da 
competência em alfabetizar.”
Vivemos na era de muitas facilidades de comunicação . Ocorre 
comunicação a qualquer hora e de diversas maneiras diferentes. As pessoas 
têm acesso a informação de uma forma muito rápida. Em contrapartida, 
ainda é muito comum vivenciarmos escolas com métodos de alfabetização 
antigos que não se adequam aos dias de hoje e também não são compatíveis 
com as necessidades reais do dia a dia. Sabemos que não existe uma 
metodologia perfeita, cada qual tem a sua característica principal, porém 
também é certo afirmar que existem sim, muitos métodos de alfabetização 
que hoje funcionam e outros nem tanto. Infelizmente algumas escolas 
ainda tratam essa questão de uma forma não muito articulada, com poucos 
recursos e arcaicos. Essa defasagem conclui a incompetência instituicional 
quando ela não procura as múltiplas possibilidades de acesso na aquisição 
da fala, leitura e escrita. Segundo Cagliari, (1994, p.9): “Por fim, a falta de 
visão de muitos, associada à ausência de conhecimentos linguísticos, 
tem atribuído o fracasso escolar ora ao aluno visto como um ser incapaz, 
carente cheio de deficiências, ora ao professor”. Para ampliarmos essa 
reflexão recorremos às reflexões de Soares (2003, p.15), que assim explica:
Sem dúvida não há como fugir, em se tratando de um 
processo complexo, como a alfabetização, de uma 
multiplicidade de perspectivas, resultante da colaboração 
de diferentes áreas de conhecimento, e de uma pluralidade 
de enfoques, exigida pela natureza do fenômeno, que 
envolve atores (professores e alunos) e seus contextos 
culturais, métodos, material e meios.
Entretanto, essa multiplicidade de perspectivas e essa 
pluralidade de enfoques não trarão colaboração realmente 
efetiva enquanto não se articularem em uma teoria 
coerente de alfabetização que concilie resultados apenas 
aparentemente incompatíveis, que articule análises 
provenientes de diferentes áreas do conhecimento, que 
integre estruturadamente estudos sobre cada um dos 
componentes do processo.
Alfabetização e Letramento
14
Nesse sentido, é correto afirmar que o acesso ao processo 
de aquisição de leitura e escrita modificou-se e não mais atende às 
necessidades do passado. A leitura do mundo é outra. O que precisamos 
compreender é que o processo de alfabetização, na sua complexidade, 
interfere significativamente na vida educacional do indivíduo. A 
alfabetização é, sem dúvida, o momento mais importante da formação 
escolar de uma pessoa...” (CAGLIARI, 1994, p.10).
Figura 1: Alfabetização infantil
Fonte: Janeb13, Pixabay (2019).
É fato dizer que uma das principais etapas do processo de 
alfabetização é a representação de fonemas em grafemas e grafemas 
em fonemas, porém não podemos descartar a importância do código 
da escrita através da compreensão. Essa expressão de significados 
nos dá uma ideia mais ampla e diretiva, pois o processo não se destina 
exclusivamente no desenvolvimento dos códigos e fonemas da leitura e 
escrita, ele rege outras etapas que não podem ser descartadas.
Segundo Magda Soares (ano?), uma das maiores pesquisadoras do 
país sobre o tema, as etapas não são tão simples como podemos imaginar 
e requerem muito cuidado. Nesse processo de aquisição de leitura e 
escrita, o indivíduo deve participar ativamente e não somente como um 
indivíduo que recebe as informações. 
Alfabetização e Letramento
15
A Língua Falada e a Língua Escrita
Pense na sua língua mãe. Você acredita que a língua escrita tem 
as mesmas características da língua falada? Ou seja, você escreve 
exatamente como você fala? É óbvio que não!
O conceito de língua falada chega a ser até abstrato, pois existem 
tantas diversidades que a compõem e a cada dia, ela vem modificando. 
Podemos dizer que é uma língua viva, que modifica e se adequa de 
acordo com a sua necessidade. 
A língua falada é viva e está em constante adaptação com o seu 
meio social.É o que explica com mais ênfase Bagno, (2001, p.09):
“Temos de fazer um grande esforço para não incorrer no 
erro milenar dos gramáticos tradicionalistas de estudar a 
língua como uma coisa morta, sem levar em consideração 
as pessoas vivas que a falam.”
Nesse pressuposto, constata-se que a língua falada não se 
enquadra nas regras da língua escrita, pois o processo de aquisição dessa 
língua, também é outro.
Nossa intenção é que você possa compreender a complexidade 
de todo o processo, portanto quando falamos em língua escrita, não 
estamos falando apenas em regras gramaticais pois ela não deve ser vista 
apenas como um registro de fonemas da língua oral, há também a sua 
importância sintática, semântica e morfológica. É o que explica Soares, 
(2003, p.18):
“...não se escreve como se fala, mesmo quando se escreve 
em conceitos informais.”
Embora muitos ainda acreditam que o processo de alfabetização é 
individual, não podemos esquecer que ele também é social. Pensamos 
em duas escolas em regiões completamente diferentes uma da outra. 
Supondo que uma escola está situada em uma região rural e outra central, 
você acredita que os processos de alfabetização das duas escolas se 
dão da mesma maneira? Mesmo que ambas utilizem do mesmo método 
alfabetizador o desenvolvimento seria igual?
Alfabetização e Letramento
16
A sociedade tem um peso muito grande quando falamos sobre a 
alfabetização pois em algumas sociedades esse tema pode até parecer 
algo não muito constante. Em algumas regiões é muito comum as crianças 
serem alfabetizadas a partir dos 4 anos de idade, em outras a partir dos 7 
anos, difere muito para cada região e sua cultura. 
Como você pode notar, alfabetizar uma criança vai muito além 
do que transmitir a informação à criança na aquisição de leitura e 
escrita. Depende de muitos fatores tanto como culturais, econômicos e 
tecnológicos.
O Letramento
Você aprendeu que a alfabetização é a aquisição da língua (seja 
ela oral e escrita) através de um sistema alfabético, ortográfico e também 
cultural. Também vimos que o processo de alfabetização é complexo 
e exige muitos fatores. Não é somente ensinar a criança a formar as 
palavras e depois partir para a leitura. O processo é lento, prático e exige 
habilidades tanto da parte do professor quanto do aluno.
Você também aprendeu a importância da comunicação de forma 
rápida e prática nos dias de hoje. O uso das tecnologias nos proporciona 
acesso rápido às informações e consequentemente nossa comunicação 
caminha no mesmo sentido. Aquele que hoje não acompanha toda essa 
evolução tecnológica infelizmente não consegue ter o mesmo domínio 
de comunicação.
Figura 2: Leitura Infantil
Fonte: Victoria_Borodinova, Pixabay, 2019. 
Alfabetização e Letramento
17
REFLITA:
1. Você, professor dentro da sala de aula, se depara com 
um aluno do 3º ano do Ensino Fundamental I com algumas 
dificuldades na atividade de compreensão de texto. Na 
atividade, você pede para o aluno responder as perguntas 
simples sobre o texto que ele acabou de ler. O aluno faz 
a leitura diversas vezes e mesmo assim, não compreende 
nenhuma das perguntas. Ele somente consegue responder 
aquelas óbvias como: Qual o nome do personagem 
principal? ou “Aonde se passa nossa história? Perguntas mais 
complexas ele simplesmente não consegue responder. O 
que você pensa sobre isso?
2. Na sala de aula do 5º ano do Ensino Fundamental I a 
professora pede para os alunos fazerem uma redação 
sobre o descobrimento do Brasil. No final da atividade, ela 
percebe em um aluno a dificuldade em fazer a atividade 
escrita. Ela então vai até esse aluno e nota que sua redação 
é empobrecida, que o aluno não segue uma lógica textual 
e que existem erros gramaticais e ortográficos gritantes. 
Reflita, por que isso acontece?
Essas duas situações são muito comuns nos dias de hoje. 
Infelizmente, conforme anteriormente dito, ainda existem muitos 
problemas no processo de aquisição da leitura e escrita e aqueles que 
não atendem à demanda da rapidez tecnológica e da comunicação na era 
da Globalização, acabam sendo altamente prejudicados.
Segundo Soares, (2003, p.20), “só recentemente passamos a 
enfrentar essa nova realidade social em que não basta apenas ler e 
escrever, é preciso também faze o uso do ler e escrever, saber responder 
às exigências de leitura e escrita que a sociedade faz continuamente”. 
O interlocutor deve ter o domínio não somente dos códigos como 
também uma visão ampliada, que seja capaz de compreender todo o 
discurso, assim na interpretação de elementos históricos, e científicos. Ele 
deve dominar todos os elementos da textualidade que constituem o uso 
discursivo oral e escrito como os elementos de codificação (letras e sons).
Alfabetização e Letramento
18
Definição de Letramento
Em meados do ano de 1980, a invenção de letramento se deu 
no Brasil assim como simultaneamente em outros países. A ideia era 
compreender os problemas enfrentados na aquisição da língua escrita e a 
sua deficiência. Porque algumas crianças simplesmente não conseguiam 
fazer uma simples interpretação de um texto ou até mesmo escrever um 
texto comum? Nos países desenvolvidos foi constado essa deficiência 
de sua população, que embora alfabetizadas, não eram competentes o 
suficiente para fazer uma simples redação ou leitura.
Segundo SOARES, (2000, p. 18): “Letramento é, pois, o resultado da 
ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou a condição 
que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-
se apropriado da escrita”. Para ampliar ainda mais essas ideias, citamos as 
reflexões de Klein (2000, p.11), que assim relata:
Não há dúvida que o letramento é, hoje, uma das 
condições para a realização do cidadão: ela o insere num 
círculo extremamente rico de informações, sem as quais, 
ele, inclusive nem poderia exercer livre e conscientemente 
sua vontade (...) o homem contemporâneo é afetado por 
outros homens, fatos e processos por vezes tão distantes 
de seu cotidiano que somente uma rede muito complexa 
de informações pode dar conta de situá-lo, minimamente, 
na teia de relações em que se encontra inserido. Neste 
universo, tá mais vasto e complexo, a escrita assume 
relevante função, registrando e colocando ao alcance das 
informações que podem esclarecê-lo melhor”
Nesse sentido, a definição de letramento é vasta e está 
intrinsecamente interligada à alfabetização, apesar de ocorrer distinções 
entre os dois temas. Quando falamos de letramento, nos referimos 
às competências que o individuo deve possuir para construção do 
entendimento de leitura e escrita. É uma visão mais ampla, mais 
minuciosa que exige do interlocutor um direcionamento mais preciso. 
Além de possui competências linguísticas, ele deve também adquirir 
conhecimentos suficientes para a formação de novos conhecimentos, 
sejam eles culturais, históricos, ideológicos e científicos.
Alfabetização e Letramento
19
De nada adianta saber apenas ler e escrever e não ter domínio 
sobre a leitura e escrita. Não saber como escrever, como fazer uma 
interpretação. É o domínio do uso da língua no seu sentido amplo, geral.
Alfabetizado Letrado
Alfabetizado letrado é aquele que conhece o sistema e as regras 
ortográficas e gramaticais e, ainda, se coloca como um efetivo usuário da 
língua em seu contexto social.
Figura 3: Dúvida de leitura
Fonte: Victoria_Borodinova, Pixabay, 2019.
Analfabetismo Funcional
Analfabeto funcional é aquele que não consegue fazer o bom uso 
da leitura e escrita nas atividades cotidianas. Ou seja, embora ela saiba ler 
e escrever, não consegue fazer uma interpretação de um texto porque não 
compreende toda a estrutura textual e também tem muitas dificuldades 
em escrever.
Lembramos do nosso aluno do 3º ano do Ensino Fundamental citado 
no início do tema. Ele não consegue fazer a interpretação do texto com 
mais complexidade. Ele lê, mas não compreende. No segundoexemplo, 
o outro aluno não consegue fazer a redação sobre o descobrimento do 
Brasil porque não tem domínio sobre as palavras, simplesmente não 
consegue fazer o bom uso da língua escrita.
Alfabetização e Letramento
20
REFLITA:
Faça uma reflexão prática sobre alfabetização e letramento. 
Como você, como professor, lidaria com alunos iletrados? 
Qual seria o maior desafio para você para lidar com uma 
situação dessas?
RESUMINDO:
Estudamos que as definições tanto de alfabetização como 
letramento são muito mais amplas, complexas e trabalhosa. 
Em síntese, podemos concluir que:
Alfabetização é o processo de aquisição da língua (oral 
e escrita) por meio do sistema alfabético e ortográfico e 
cultural;
Letramento é o processo de desenvolvimento da língua 
(oral e escrita). O desenvolvimento de habilidades de uso 
da tecnologia.
Alfabetização e Letramento
21
Histórico e evolução das práticas de 
alfabetização
OBJETIVO:
Vamos iniciar nesse capítulo uma reflexão profunda 
sobre o desenvolvimento histórico e sua influência nos 
dias atuais. Faremos uma análise sobre Comenius e a 
sistematização da aprendizagem por meio da cartilha e os 
pensamentos de autores que influenciaram diretamente 
para essa evolução.
A Cartilha de Comenius 
Tudo se iniciou por um pastor protestante, chamado por Joao Amós 
Comênio, mais conhecido por Comenius, no qual foi considerado o pai da 
pedagogia moderna. Em meados do século XVII, Comenius fundamentou 
a escola que conhecemos até hoje, foi o percursor da organização do 
trabalho pedagógico baseado em elementos manufatureiros, presentes 
na sociedade da sua época.
Com a ideia de “ensinar tudo a todos”, Comenius deu ao professor 
a sua primeira definição e aderiu à ele, o material didático pedagógico 
como instrumento de trabalho. O livro didático por sua vez, difere dos 
livros científicos. A ideia era que o livro didático não fosse tão aprofundado 
de fontes originais, mas que fosse um direcionador de conhecimentos.
Surge então um livro exclusivamente pedagógico que propõe o 
ensinamento de ler e escrever por meio de figuras ou ilustrações ao lado 
das palavras, das sílabas e do alfabeto. É o que conhecemos de Cartilha, 
que ainda hoje é utilizada em muitas instituições de ensino. 
O objetivo era que as crianças pudessem fazer associação tanto 
visual quanto motora das palavras. Note que a cartilha que conhecemos 
a criança se depara com figuras referente às iniciais da letra que está 
sendo estudada. Por exemplo: Na letra I, existe a figura de um Ipê. Há 
essa associação da palavra com a letra e depois a intenção que a criança 
Alfabetização e Letramento
22
possa internalizar por meio de expressões motoras, como contorno da 
letra, fazer colagem sobre a letra, etc.
Outro fato bastante interessante é a classe heterogênea, ou mais 
conhecida como instrução simultânea. Os alunos aprendiam ao mesmo 
tempo em graus e atividades diferenciadas. Isso facilitaria a aquisição do 
conhecimento e pouparia esforços. Colocaria em prática então, a ideia de 
ensinar “tudo a todos”.
Segundo ALVES, (2001,p.11): “Comenius está na origem da escola 
moderna. A ele, mais do que nenhum outro, coube o mérito de concebê-la. 
Nessa empreitada, foi impregnado pela clareza de que o estabelecimento 
escolar deveria ser pensado como uma oficina de homens; foi tomado 
pela convicção de que a escola deveria fundar sua organização tendo 
como parâmetro as artes.”
Para Comenius a didática deveria ser foco principal de experimento 
porque acreditava que o processo estava na prática e o ensinamento 
deveria fazer parte desse pensamento. Considerando que a sua fervorosa 
religiosidade ter subsidiado consideravelmente em suas teorias, ele 
enfatizava o ensino como algo que deveria ser atingido por todos e que 
as pessoas deviam se capacitar para um novo conhecimento.
Foi um dos primeiros a defender a ideia da educação para crianças 
pequenas, aloca-las em um ambiente em que elas fossem expostas 
a todo o tipo de conhecimento, podemos dizer que surge a ideia do 
maternal. Ele acreditava que por meio do conhecimento, o ser humano 
podia alcançar sabedorias divinas. Por esse motivo ele queria que todos 
tivessem uma educação, porque além dos conhecimentos terrenos, eles 
também podiam adquirir uma ascensão nos céus.
Emília Ferreiro
Nenhum nome teve mais influência no que se diz respeito de 
alfabetização do que Emília Ferreiro, uma psicolinguista argentina, aluna 
e companheira de trabalho de Jean Piaget, revolucionou a história da 
alfabetização. Em meados de 1980 seus livros começaram a ser divulgados 
no Brasil e causou um grande impacto na concepção de alfabetização.
Alfabetização e Letramento
23
Famosa pela obra: “Psicogênese da Língua escrita”, o livro não 
apresenta nenhuma metodologia pedagógica, apenas processos 
de aprendizados nas crianças, colocando em questão até então, em 
métodos utilizados. Suas pesquisas revelam mecanismos relacionados à 
leitura e escrita e passa a discutir toda a sua teoria baseada em métodos 
construtivistas.
Para Emília, a criança tem um papel totalmente ativo no processo 
de alfabetização, pois ela constrói o próprio conhecimento. Calcada em 
teorias e práticas construtivistas, avalia o conhecimento por meio de 
experiências na prática. O aluno que é ativo no seu processo de formação 
é mais exigente e também precisa ter o seu espaço único para que ocorra 
o desenvolvimento. Por esse motivo, há uma grande preocupação pela 
escola, pois ela deixa de ser somente fonte de informações e passa 
ser cenário de um processo prático de formação. Quando falamos em 
alfabetização, para Emília, a criança deve apropriar-se de todo o ambiente 
educacional, deve fazer parte de um todo e o professor é o facilitador 
deste processo. 
Antes de sua chegada, havia apenas uma grande preocupação com 
a aprendizagem quando a criança não conseguia aprender, porém Emília 
nos trouxe uma visão contrária. A preocupação deveria acontecer desde o 
início, de quais fatores levavam aquela criança aprender e como era esse 
processo. O importante era a trajetória e não o resultado que se esperava.
Piaget outrora já tinha citado que os princípios do processo de 
conhecimento deveriam ser graduais, pois cada conquista cognitiva 
depende de uma assimilação e acomodação desses processos e que 
levaria um tempo. As crianças não apenas repetem o que ouvem, mas 
internalizam o aprendizado baseado nas experiências sejam elas boas ou 
ruins.
Para a alfabetização isso foi processo, pois até então os erros 
eram vistos como algo a ser punido ou até mesmo escondido. Não havia 
nenhum benefício no ato de fazer algo de errado. Para o construtivismo, 
nada mais desafiador para a mente do que os erros, pois eles tornam 
em evidência a releitura do indivíduo com o mundo. O erro faz parte no 
processo de conhecimento e é ponte para os futuros acertos.
Alfabetização e Letramento
24
Nesse pressuposto, Emília sempre criticou a posição tradicional 
da alfabetização, porque não dá condições para a concreta aquisição 
da leitura e escrita. Na prática tradicional a criança é exposta a escrita 
por meio de avaliação de percepção e de motricidade. Nesse sentido, a 
criança acaba por desenhar a letra, ao invés de apropriar-se da palavra. Os 
métodos tradicionais propõem aos alunos leituras com palavras simples e 
sonoras, como por exemplo: bebê, papa etc. O contato da criança com a 
organização da escrita é colocado após esse processo. Segundo Ferreiro, 
a alfabetização é também uma maneira de se apropriar das funções 
sociais da escrita. De acordo com suas reflexões, o acesso a textos lidos e 
escritos desde os primeiros anos de vida influenciam muito mais do que 
simples processos pedagógicos repetitivos.
Figura 4: Sala de aula rica em recursos visuais
Fonte: Eldewsio, Pixabay (2019).
A sala de aula como ambiente de alfabetização
Um dos marcos de Emília Ferreiro em nossas salas de aula foi o 
extermíniodo uso das cartilhas. Segundo ela, a compreensão social da 
escrita deve ser instigada com o uso de livros e periódicos da atualidade 
e o uso da cartilha além de não desafiar a criança para o conhecimento do 
novo, também oferecem uma instrução desinteressante e artificial. 
O ambiente se torna alfabetizador quando ele concede à criança 
todas as ferramentas que ela precisa para usufruir daquele espaço. Com 
Alfabetização e Letramento
25
o uso de livros e periódicos, a sala de aula passa ser ambiente real de 
alfabetização e estimula os alunos a conquistar novos conhecimentos. O 
processo deve ser utilizado por vários recursos e não somente um único 
recurso, como por exemplo, o uso da cartilha.
O papel do professor
Para Emília Ferreiro o papel do professor é fundamental, pois ele é o 
guia para que o aluno possa atingir seus conhecimentos. Ele deixa de ser 
o principal agented no processo e passa a ser o mediador, aquele que irá 
auxiliar a criança sem que a mesma perca a sua individualidade.
Ela também enfatiza em muitas entrevistas que o docente deve 
estar sempre em processo de construção de conhecimentos por meio 
da reciclagem. O novo se torna parte do desenvolvimento do docente. 
Imagine que você tenha um professor que não está adaptado com os 
conhecimentos de hoje e ensinaria as crianças nos métodos antigos. 
Nos dias de hoje seria muito difícil lidar com docentes que não 
estão atualizados, mesmo que tenha muitos conhecimentos e não 
consiga transmiti-los de maneira que todos consigam compreender, de 
nada valem tais conhecimentos.
REFLITA:
Pense em algumas situações e baseado em todo material 
estudado até o momento faça uma análise da situação.
Sabemos que muitos são os fatores que desencadeiam os 
problemas da alfabetização e letramento, peço que você imagine dois 
cenários completamente distintos um do outro:
1. Uma sala de aula com 32 alunos da 4ª série do Ensino Fundamental 
apresenta muitos problemas, porém o que mais preocupa a 
professora é que mais da metade dos seus alunos são incapazes 
de fazer uma leitura de um texto de maneira que consigam 
compreendê-lo. Essa professora, utiliza métodos tradicionais para 
instruí-los e os alunos, para ela, devem ser receptores passivos. As 
Alfabetização e Letramento
26
atividades que ela realiza geralmente não mudam, toda a semana 
é sempre a mesma atividade. Na atividade de escrita ela realiza o 
ditado e também percebe que muitos alunos não desenvolvem 
adequadamente..
2. Na mesma escola, uma outra professora com a mesma 
experiência do que a primeira citada também tem problemas 
parecidos com os seus alunos, porém ela analisa caso a caso para 
que possa tentar diminuir tantos analfabetos funcionais. Ela tem 
conhecimento que os alunos possuem essa deficiência e quando 
está realizando alguma atividade, sempre foca nos alunos que 
mais precisam de atenção. Utiliza a tecnologia em sala de aula 
sempre que pode e permite que seus alunos sejam ativos no seu 
processo de conhecimento por meio de debates, exercícios que 
estimulam outras habilidades. 
REFLITA:
Você, como aluno, gostaria de ter a professora da primeira 
história ou a professora da segunda história? Por que?
O docente deve ser parte integrante na sala de aula, porém como 
papel de coadjuvante, pois o protagonista é o seu aluno. Não pense nele 
como alguém que recebe as informações apenas, e sim aquele que deve 
aprender a fazer questionamentos, que pode errar e encontrar no seu erro 
uma resposta, porque por meio do erro o aluno é direcionado ao oculto, 
ou seja, errar também faz parte do processo. Quando ele erra, ele aprende 
outras habilidades e procura todos os recursos para encontrar um acerto. 
Ao contrário do aluno passivo, para ele, o erro é algo muito ruim e que ele 
pode ser punido por isso.
Ana Teberosky
Além de Emília Ferreiro, Ana Teberosky é uma das pesquisadoras 
mais conceituadas quando falamos em alfabetização. Segundo Ana, a 
responsabilidade do fracasso escolar no que diz respeito à alfabetização 
é o próprio sistema e não apenas do professor. Quando a escola acredita 
Alfabetização e Letramento
27
que o processo de alfabetização se dá em etapas, ou seja, primeiro a 
junção das letras e palavras para depois a concepção de escrita, ela mina 
o poder do conhecimento. Se há a separação entre ler e escrever, depois 
fica mais complicado fazer a ligação desses termos.
A Psicogênese da Língua escrita
Na década de 70, Emília Ferreiro e Ana Teberosky desenvolveram 
por meio de experiência o livro “A Psicogênese da Língua Escrita”. O livro 
traz novos elementos para explicar o processo vivenciado pelo aluno que 
está aprendendo a ler e escrever. 
Passa a compreender a alfabetização não como um simples método, 
mas um processo complexo e multifacetado que ocorre quando a criança 
tem a apropriação do sistema da escrita alfabética. Não prescreve uma 
metodologia milagrosa. A criança internaliza e se apropria do seu próprio 
conhecimento, pois até então, o método tradicional impõe a criança 
técnicas e ritmos de aprendizagem. A ideia é que a criança internalize e 
tenha a sua escrita espontaneamente.
Para ambas pesquisadoras, a criança passa por várias hipóteses em 
relação ao sistema da língua escrita antes mesmo de compreender de 
fato o sistema alfabético. Todo o processo tem um início, um caminho a 
ser seguido e que a criança passa ser leitor antes mesmo de ter o domínio 
da leitura. Em seu aspecto construtivista, o indivíduo passa a ser sujeito da 
história e não objeto em sua própria aprendizagem.
Outra característica muito importante é a ideia que a aprendizagem 
da escrita não tem vínculos com a fala e mesmo que a criança já tenha 
uma relação entre escrita e fala, não condiz a nenhuma ligação.
O analfabetismo
Tanto o analfabetismo como o fracasso escolar não são problemas 
individuais e sim sociais. Enfatiza que a desigualdade social tem influência 
direta nesses problemas e que podem provocar ainda mais desigualdades 
educacionais.
Alfabetização e Letramento
28
Portanto, para as pesquisadoras, esses problemas podem ser 
melhorados por meio de outros métodos de ensino. A reprovação escolar 
é um exemplo desse fracasso e não deve ser analisada apenas em um 
contexto, mas em muitos. Existem soluções para o fracasso escolar e até 
mesmo a evasão, propõe uma nova reflexão e estudo sobre o assunto e 
mudanças de comportamentos. 
Todos os indivíduos, independente de classe ou meio social 
possuem capacidades suficientes para aprender, é o que explica em 
Ferreiro, (1986, p.22):
“Os filhos do analfabetismo são alfabetizáveis; não 
constituem uma população com uma patologia específica, 
que deve ser atendida por sistemas especializados 
de educação; eles têm o direito a serem respeitados, 
enquanto sujeitos capazes de aprender.”
ACESSE:
Para se aprofundar no assunto, Clique aqui.
RESUMINDO:
Muitos outros fatores aconteceram durante todo o processo 
educativo e é claro, as contribuições de estudiosos são 
inúmeras, porém a ideia é que você tenha em mente que 
o processo evolutivo da alfabetização se deu ao logo dos 
anos, através de muitas teorias e também de experiências 
vividas. Não estamos julgando aqui o certo ou o errado, 
apenas relatando marcos da história da alfabetização que 
nos influenciam até hoje. Cada profissional se adequa 
com um método, nisso não há nenhuma discussão, o que 
você, como futuro professor não pode esquecer é que, 
segundo palavras de Magda Soares, a alfabetização é 
“multifacetada”, isto é, não existem apenas um conceito e 
sim diversos dentro desse universo de conhecimentos tão 
rico e vasto.
Alfabetização e Letramento
https://www.youtube.com/watch?v=WF5S9Ic4nmY
29
A prática alfabetizadora e os processos 
de apropriação da língua escrita
OBJETIVO:
Neste capítulo abordaremos práticas alfabetizadoras e 
todo os processos que norteiam a aquisição da língua 
escrita. Iniciaremos com o pressuposto da importânciae 
complexidade da alfabetização, fatores e circunstâncias 
que permeiam todo o desenvolvimento de linguagem 
escrita. Já vimos que a aquisição da língua escrita se dá por 
diversos conhecimentos, sejam eles internos ou externos.
A prática pedagógica do ensino da língua 
escrita
 No capítulo anterior estudamos sobre alguns teóricos na área e 
também algumas ressalvas que fizeram ao longo de anos de estudos e 
de experiência na área. Quando falamos em prática, nos referimos a toda 
instrumentação utilizada para se obter um resultado final. Vimos que a 
primeira prática pedagógica no processo de alfabetização foi o uso da 
cartilha. O uso da cartilha por sua vez foi considerado por muitos um 
processo limitador, pois exclui o ensino da língua escrita e as produções 
textuais, ou seja, existe uma separação entre a metodologia utilizada pela 
cartilha do ensino da língua escrita e consequentemente a sua produção.
Segundo estudos de Emília Ferreiro, a criança aprende de fato com 
a interação com o real e não com o subjetivo. É um processo de ação com 
a língua escrita na construção da fala e escrita. Em SOARES, (1999.p.52) a 
autora nos traz a seguinte reflexão:
Consideremos a interferência desses dois fatores – a 
influência da psicolinguística e a concepção psicogenética 
da aprendizagem da escrita- em duas faces do 
processo ensino e aprendizagem da língua escrita, aqui 
destacada para fins de melhor clareza da exposição, 
já que não representam momentos sucessivos , mas 
contemporâneos, não são processos independentes, mas 
Alfabetização e Letramento
30
inseparáveis: uma face é a aquisição do sistema da escrita 
(...) ; a outra face é a utilização do sistema de escrita para a 
interação social, isto é, o desenvolvimento de habilidades 
de produzir textos.
Nesse sentido, a alfabetização é um processo estritamente histórico 
social e multidisciplinar. Não podemos menosprezar as ciências linguísticas 
da aquisição, pois também faz parte. A aquisição de leitura e escrita é 
ampla e esse processo deve caminhar com ambas as especificidades.
Lev Semyonovich Vygotsky
Vygotsky foi um psicólogo russo, protagonista do conceito de que o 
desenvolvimento intelectual das crianças se dá pelo seu meio social, por 
meio das interações sociais e condições de vida.
Segundo seus estudos, as funções patológicas são bastantes 
complexas, por exemplo: a ato de respirar passa por muitos mecanismos 
e adequações dependendo de sua situação real, quem dirá quando 
falamos sobre o desenvolvimento psicológico, no qual seria muito mais 
complexo ainda em pensarmos no homem em seu meio sociocultural.
Quando se trata no processo da aquisição da língua escrita, Vygotksy 
afirma que é um fator social, de caráter histórico e que deve envolver 
muita interatividade. A aprendizagem da escrita dá-se por um conjunto 
de signos que são utilizados como instrumentos das necessidades 
socioculturais. A escrita então, deve ser considerada um produto cultural 
e não somente um instrumento de aprendizagem escolar. 
Sabemos que em alguns casos não é bem isso que acontece. 
Algumas escolas ainda estão muito distantes dessa realidade, 
simplesmente não existe a funcionalidade da escrita. Vygotsky cita que:
Até agora a escrita ocupou um lugar muito estreito na 
prática escolar, em relação ao papel fundamental que 
ela desempenha no desenvolvimento cultural na criança. 
Ensina-se as crianças a desenhar letras e a construir 
palavras com elas, mas não se ensina a linguagem escrita. 
Enfatiza-se de tal forma a mecânica de ler o que está 
escrito que acaba-se obscurecendo a linguagem como 
tal. (1998, p139)
Alfabetização e Letramento
31
A escola, no entanto, precisa pensar o processo de alfabetização 
como um processo dinâmico. Pode-se perceber que o desenvolvimento 
da escrita na criança está relacionado as suas práticas do dia a dia. Oliveira 
nos dá uma melhor posição sobre o assunto: 
Por isso, é de fundamental importância que, desde o início, 
a alfabetização se dê num contexto de interação pela 
escrita. Por razoes idênticas, deveria ser banido da prática 
da prática alfabetizadora todo e qualquer discurso (texto, 
frase, palavra, “exercício”) que não esteja relacionado com 
a vida real ou o imaginário das crianças, ou em outras 
palavras, que não esteja por elas carregado de sentido. 
(Oliveira, 1998. pp.70-71)
REFLITA:
Segundo Vygotsky, algumas escolas não ensinam de 
fato a criança a “ linguagem escrita”, o que elas fazem é 
simplesmente ensinar as crianças a desenhar as letras e na 
construção das palavras, mas de fato, não ensinam a sua 
real funcionalidade. Você teve alguma experiência parecida 
ou conheceu alguma instituição que promovesse essa 
prática?
O papel do professor e do ambiente 
familiar na aquisição da língua escrita
Você já estudou a importância do papel do docente em todo o 
processo educacional, porém não falamos ainda sobre outro fator muito 
importante, que é a participação do ambiente familiar.
Há alguns anos, quando falávamos de fracasso escolar, o problema 
estava praticamente todo relacionado ao professor, ou seja, ela era o 
grande responsável pelo bom ou mal andamento dos seus alunos. Com 
o passar do tempo, vimos que são inúmeros os problemas que norteiam 
essa situação e não somente o despreparo ou incompetência de um 
professor. Sabemos que o docente pode ser um forte influenciador no 
desenvolvimento da criança, mas não é o único norteador.
Alfabetização e Letramento
32
O professor é a peça principal nesse processo, cabe a ele ser o 
norteador do ambiente de alfabetização, porém não podemos esquecer 
do ambiente familiar, que é tão importante quanto o ambiente educacional. 
Já foi a época em que se acreditava que a criança adquire conhecimentos 
somente através da escola. O ambiente familiar também tem caráter 
social e se dá também pela interação, por isso a família também é 
responsável para o melhor desenvolvimento educacional da criança. 
Dentro do contexto social e família da criança podem ocorrer práticas da 
língua escrita de forma natural e espontânea.
Quando fazemos uma simples leitura de uma estória para 
nossos filhos antes de dormir, não somente estamos estimulando o 
desenvolvimento como direcionando a criança ao seu aprendizado 
natural. Lembra quando Emília Ferreiro disse que a criança se torna leitora 
antes mesmo de ser? Isso mesmo, a leitura dentro do ambiente familiar 
impulsa a criança a ser um leitor antes de ser alfabetizado.
Outro fator importante no ambiente familiar é o estímulo aos 
desenhos e suas representações ou até mesmo ensinar as crianças a 
escreverem seus próprios nomes, ou até mesmo o conceito de numerais. 
Todo esse conhecimento adquirido dentro de casa pode ser o reflexo do 
que a criança irá aprender no ambiente escolar.
O letramento na aquisição da escrita
Se a pratica da língua escrita é influenciada por diversos fatores, é 
fato que o letramento decorre dessa participação, das práticas cotidianas, 
das vivência e situações reais de leitura e escrita. Atos costumeiros como 
ler revistas ou jornais, escrever um bilhete, ler um livro, contribuem para 
que as crianças possam aprender as diferentes formas do texto escrito. 
Kleiman afirma que:
Assim, nesse contexto, o letramento é desenvolvido 
mediante a participação da criança em eventos que 
pressupõem o conhecimento da escrita e o valor do 
livro como fonte fidedigna de informação e transmissão 
de valores, aspectos esses que subjazem ao processo 
de escolarização com vistas ao letramento acadêmico. 
Note-se que para a criança cujo letramento se inicia no 
Alfabetização e Letramento
33
lar, no processo de socialização primária, não procede 
a preocupação sobre se ela aprenderá ou não, muito 
presente, entretanto, nos pais de grupos marginalizados. 
(KLEIMAN, 1998.p 183)
Quando fazemos uma reflexão sobre o letramento na língua 
escrita, podemos mencionar alguns fatores muito importantesque 
possam contribuir para que a criança tenha o domínio do conteúdo e 
da informação. Muitos pesquisadores sobre o assunto são unânimes 
em dizer que quando se trata da linguagem escrita, há ainda mais um 
empobrecimento nos dias atuais. Isso devido também ao uso abusivo da 
tecnologia, muitos jovens são incapazes de redigir um texto porque não 
possuem mais bases gramaticais suficientes para tal. A linguagem escrita 
entre eles é escassa e muitas crianças não conseguem nem ao menos 
fazer uma simples redação. O problema é tão grande que muitas crianças 
não conseguem fazer a leitura de um livro, mas conseguem ler um texto 
pequeno de uma revista de fofocas.
Práticas para o letramento da língua escrita
É claro que existem muitas práticas que favorecem a boa utilização 
da língua escrita. Segundos alguns pesquisadores, as práticas mais 
estimulantes são:
1. Leitura de um livro: embora essa prática infelizmente não esteja 
enraizada em nossa cultura, essa é, sem dúvidas a melhor 
maneira de aquisição de escrita, ou seja, quando lemos um livro, 
apropriamos de novas palavras, novos vocabulários e até mesmo 
de regras ortográficas e gramaticais;
2. Leitura de periódicos: os jornais e revistas também são fontes de 
muito conhecimentos;
3. Escrever um e-mail: Antigamente as pessoas passavam horas 
escrevendo cartas umas para as outras. Todo o processo era 
muito prazeroso, pois criava-se uma expectativa desde o início. 
Era muito comum as pessoas escreverem várias páginas. Hoje em 
dia, sabemos que não é bem isso que acontece e a comunicação 
Alfabetização e Letramento
34
para quem está distante é por e-mail. Escrever um e-mail pode 
sim, estimular o desenvolvimento da língua escrita;
4. Escrever um bilhete: Muitos professores ainda praticam com seus 
alunos o uso do bilhete na sala de aula, porque além da interação 
que ele propõe entre os alunos, as crianças podem treinar técnicas 
e vivenciar sua língua. Os bilhetes geralmente são mais objetivos e 
por isso facilita o desenvolvimento da escrita
VOCÊ SABIA?
Em Nova York é muito comum as crianças passarem suas 
férias dentro de uma biblioteca. A leitura é muito estimulada 
em países desenvolvidos, por isso é muito comum espaços 
destinados a públicos diferentes. No Reino Unido e em 
alguns países da Europa mais da metade da população 
fazem o uso da leitura e leem mais de um livro por mês.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o 
acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: 
Artigo: “Prática pedagógica alfabetizadora: aquisição da 
língua escrita como processo sociocultural” (BRITO, A.E). 
Clique aqui.
Alfabetização e Letramento
https://docplayer.com.br/1043960-Pratica-pedagogica-alfabetizadora-a-aquisicao-da-lingua-escrita-como-processo-sociocultural.html
35
Estratégias da leitura- Parte I
OBJETIVO:
Vamos dar início a algumas técnicas ou regras que podem 
ser usadas no uso da leitura dentro e fora da sala de aula 
ou até mesmo atividades sugeridas que facilitarão no 
processo de formação. Vimos que a leitura é tão importante 
para a formação do indivíduo e estimula também outros 
conhecimentos. O bom leitor dispõe de muitos recursos 
e tem domínio sobre algumas regras e normas que só a 
leitura pode proporcionar.
REFLITA:
Mesmo que nossa cultura não estimule o uso da leitura, 
todos sabem quão importante é para nosso crescimento. 
Nesse pressuposto, você se considera um leitor assíduo?
A leitura como instrumentação cultural
Sabemos que o ato de ler é um ato extremamente cultural. Quanto 
mais somos motivados a leitura, maiores são as chances de nos tornarmos 
leitores fervorosos. Infelizmente, a grande maioria dos brasileiros não 
possuem o hábito da leitura e os que possuem, muitas vezes não tem 
acesso aos materiais, sejam livros ou periódicos. A leitura é um processo 
ativo e dinâmica, quem faz o bom uso da leitura está sujeito a muitas 
possibilidades e tem a maior capacidade de criação. Quanto menos o 
indivíduo lê, menos ele é integrado no mundo letrado.
A compreensão da leitura é um processo que se inicia desde o 
nascimento, como as leituras de histórias que nossos pais nos contam 
antes de dormir. Esse processo não é automático e precisa ser ensinado e 
praticado desde cedo. Ao longo de muitos anos, diversos pesquisadores 
da área persistiram em dizer que a leitura era um processo individual, 
porém quando fazemos o uso da leitura em conjunto, o desenvolvimento 
pode ser ainda maior.
Alfabetização e Letramento
36
Existem estratégias que podem facilitar a compreensão de textos 
nas crianças e também em alunos mais velhos. É válido pensar que todas 
as abordagens de leitura são utilizáveis e que podemos, como professores, 
fazer uma adaptação a cada uma delas de acordo com a nossa turma.
Baseadas no texto da Universidade de Londres, e Roger Beard, 
faremos uma análise de algumas estratégias a seguir:
Aprendizagem coletiva
Todos os alunos uma leitura coletiva e depois discutem sobre a 
compreensão do texto. Nessa abordagem, os alunos participam desde o 
inicio da leitura no seu modo coletivo.
Trabalhei em uma escola construtivista em que era muito comum 
essa abordagem. Sentávamos todos no chão em círculo e cada aluna fazia 
a leitura de uma parte do texto. Após o término do capítulo, discutíamos 
sobre a compreensão da história e dávamos inicio novamente a leitura. 
Desta maneira, os alunos participavam ativamente da história e não havia 
nenhum tipo de distração. A aprendizagem coletiva pode ser feita:
Monitorar a compreensão
O leitor deve fazer uma compreensão do texto enquanto realiza 
a leitura, ele pode fazer uma releitura para melhorar a compreensão do 
texto. No processo de monitoramento, o leitor faz uma analise central do 
texto para depois usufruir de fato desse processo. 
Estrutura do enredo
Nessa estratégia o leitor é colocado em alguns posicionamentos 
nos qual deve responder ou perguntar: a quem; o quê; onde; quando; por 
quê. Após o leitor fazer a leitura do texto, ele usufrui desse processo de 
forma mais regrada, ou seja, para a sua compreensão, ele deve de fato 
responder as perguntas que ele mesmo indagou.
Não é muito comum essa abordagem nos dias de hoje porque 
demanda muito tempo de compreensão.
Alfabetização e Letramento
37
Organizadores semânticos e gráficos
O professor pede ao aluno a representar o texto em forma de 
figuras, sejam gráficos ou desenhos.
Todas as formas de expressão são consideradas texto, até mesmo 
figuras ou desenhos. Nessa abordagem, o aluno deve criar dentro do 
contexto proposto o texto por meio da imagem que tiver em mente, ou 
seja, ele irá fazer uma representação do texto através de figuras. É um 
texto em outra forma.
Responder Perguntas
Essa é a pratica mais comum utilizada nas escolas. O aluno deve 
responder as perguntas baseadas na compreensão do texto.
Muitas escolas ainda adotam esse único método de leitura. 
Geralmente as perguntas são de fáceis compreensão dentro do texto ou 
muito óbvias. 
Caso você queira também utilizar esse método com seus alunos, 
faça perguntas que instiguem uma reflexão e que o aluno tenha que fazer 
uma releitura do texto. 
Muitas universidades utilizam essa forma de interpretação, porém a 
resposta está intrínseca no texto e não exposta.
Resumo
Muito usual também nas escolas. Após a leitura o leitor deve colocar 
no papel as principais ideias contidas no texto.
O resumo serve para que o aluno faça uma releitura e aponte os 
pontos principais do texto. Pode ser muito útil em muitos casos, porém 
não podemos esquecer que muitos alunos se sentem desmotivados com 
essa prática. Deve haver uma proposta diferente, uma inovação, só assim 
haverá estímulo.
Alfabetização e Letramento
38
REFLITA:
Dentre as abordagens de leitura, qual a que você utilizaria 
mais em sala de aula?
O uso da metodologia se dá pela forma como o docente passa 
a informação ou atividade, portanto vale ressaltar que o que pode darcerto em uma sala, pode não dar certo em outra. Você, como professor, 
deverá conhecer seus alunos e só assim poderá fazer uma separação 
de abordagem. Algumas abordagens podem estimular alguns alunos 
enquanto outras podem simplesmente criar um pânico de leitura para 
eles. Faça uma analise da turma, converse com eles, conte quais são seus 
objetivos para tal posicionamento. Procure entendê-los e fazer com que 
eles falem a “mesma língua” que você. Não adianta você escolher uma 
abordagem muito criativa, porém o livro os desestimula. Lembre-se que 
você é aquela pessoa que irá dar o leme para eles remarem, você não 
pode remar por eles, deixe os fazer isso sozinhos, cada um a seu tempo 
e sua individualidade.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o 
acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: 
Artigo: “Como estimular a leitura na alfabetização” 
(MANSANI,MARA). Clique aqui.
RESUMINDO:
Você estudou sobre letramento e alfabetização, 
compreendeu que se trata de dois conceitos muito 
próximos entre si e que em algumas vezes são confundidos. 
historicidade desde a cartilha de Comenius até os trabalhos 
de os estudos de Emília Ferreiro a Ana Teberoski. Depois 
você passou para o socioconstrutivismo de Vigotski e sua 
interpretação quanto a formação para a leitura e finalizou 
nos estudos sobre as práticas socioconstrutivista. A seguir 
viu as estratégias e práticas para a leitura.
Alfabetização e Letramento
https://novaescola.org.br/conteudo/12674/blog-de-alfabetizacao-como-estimular-a-leitura-na-alfabetizacao-com-diferentes-textos
39
REFERÊNCIAS
CAGLIARI, L. C. Alfabetização e Linguística. São Paulo: Scipione, 
1994om.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1004.
COMENIUS, J. A. Didática Magna: tratado da arte universal de 
ensinar tudo a todos. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1985
FERREIRO, E. Reflexões sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 1984.
SOARES, M. Alfabetização e Letramento. São Paulo: Contexto,2003
VIGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins 
Fontes, 2001.
Alfabetização e Letramento

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