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Disciplina - Práticas de Alfabetização e Letramento segundo a BNCC

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INSTITUTO PROMINAS
FACULDADE ÚNICA
PÓS-GRADUAÇÃO EM PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMEN-
TO
UNIDADE 1
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO SEGUNDO A BNCC
PROFESSORA
RENATA DE LUCA
2019
FICHA CATALOGRÁFICA
Pós-Graduação: Práticas de Alfabetização e Letramento
Módulo 01: Alfabetização e Letramento segundo a BNCC
Professora/autora: Renata de Luca Gallo
Data da atualização: 20/04/2019
Revisão ortográfica: Naiana Leme Camoleze - Junho/2019
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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de 
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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RESUMO DA UNIDADE
Esta unidade analisará o processo de aprendizagem da língua escrita por meio dos 
estudos sobre Alfabetização e Letramento e ainda, o que a Base Nacional Curricu-
lar Comum homologada em 2018 traz de contribuições e mudanças para esta fase 
tão importante da vida escolar das crianças. Especificamente, foram enfocadas: a) 
reflexão sobre o conceito de alfabetização e letramento, b) métodos de alfabetiza-
ção no Brasil, c) o processo de construção da escrita segundo Emília Ferreiro, d) 
contribuições de Magda Soares, e) mudanças no processo de alfabetização e letra-
mento segundo a BNCC, f) práticas de alfabetização e letramento e, g) formação de 
professores. Trata-se de um módulo voltado para formação e atualização de profes-
sores que estão atuando no ciclo de alfabetização e também, àqueles professores 
que não estão atuando diretamente no ciclo, mas que compreendem a importância 
de se entender o processo para o desenvolvimento de habilidades subsequentes ao 
processo ou habilidades prévias para o desenvolvimento da escrita. Justifica-se por 
causa da sua real e persistente relevância, dado que o contexto social e educacional 
que a sociedade brasileira tem enfrentado, nos últimos anos, claramente impacta nas 
relações de ensino. Os resultados revelam que o desenvolvimento da alfabetização 
se apresenta ainda nos dias de hoje com resultados que preocuparam a todos os 
envolvidos em educação. Eles mostram também que somente por meio de estudo, 
planejamento e políticas públicas que esta realidade pode ser alterada.
Palavras- chave: Direito do Trabalho. Contrato de Trabalho. Tecnologia. Internet.
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ÍNDICE
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO
CAPÍTULO 1 – ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
1.1 Reflexão sobre os conceitos de Alfabetização e Letramento
1.2 Breve histórico dos métodos de alfabetização no Brasil
1.3 Qual o melhor método de alfabetização para as crianças?
RECAPITULANDO
CAPÍTULO 2 – O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA ESCRITA
2.1 Contribuições de Emília Ferreiro
2.2 Contribuições de Magda Soares
RECAPITULANDO
CAPÍTULO 3 – BNCC: O QUE MUDA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E 
LETRAMENTO
3.1 Alfabetização e Letramento segundo a BNCC
3.2 Práticas de Alfabetização e Letramento
3.3 Refletindo sobre a formação de professores
RECAPITULANDO
FECHANDO A UNIDADE
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APRESENTAÇÃO DO MÓDULO
Nos últimos anos vivenciamos inúmeros desafios na busca da garantia de 
uma escola democrática, na qual todos os alunos tenham acesso a uma educação 
de qualidade, que perpasse o desafio da decodificação de letras e símbolos, mas 
que seja capaz de formar alunos leitores, críticos e conscientes de seu papel como 
cidadão.
Aprender a ler e escrever é um direito de todos e necessita ser garantido por 
meio de uma prática educativa baseada em princípios relacionados a uma escola 
inclusiva, que esteja preparada para traçar um plano individual de ensino que atenda 
a especificidade de cada educando.
Muito embora há inúmeras pesquisas e discussões acerca do processo de al-
fabetização, é de conhecimento de todos que temos muito a caminhar para que con-
sigamos atingir índices de maior notoriedade e respeito quando se refere a alfabeti-
zação, as avaliações externas realizadas apontam que o que o Brasil ainda produz 
nos dias de hoje analfabetos funcionais, pessoas capazes de decodificarem o siste-
ma de escrita por meio da leitura, todavia, não compreendem o que leem e portanto, 
não possuem a habilidade de interpretar e usar a língua de maneira consciente. 
A implantação da BNCC - Base Nacional Curricular Comum – nos permite 
perceber que o processo de alfabetização nos dois primeiros anos do Ensino Funda-
mental deve ser o foco da ação pedagógica docente em todo o país. 
Aprender a ler e escrever oferece aos estudantes algo novo e surpreendente: 
amplia suas possibilidades de construir conhecimentos nos diferentes componentes, 
por sua inserção na cultura letrada, e de participar com maior autonomia e protago-
nismo na vida social (BRASIL, 2018, p. 63)
Dentro deste paradigma é de extrema importância a formação continuada do 
professor alfabetizador, pois, somente investindo no desenvolvimento profissional do 
docente juntamente com ações de políticas públicas, o cenário descrito e vivido até 
o presente momento poderá ser alterado visando melhorias. Este módulo busca dia-
logar com o professor alfabetizador trazendo um pouco do conhecimento da alfabeti-
zação em nosso país e ainda, o conhecimento teórico de pesquisadoras renomadas 
na área da alfabetização e por fim, a contribuição que a BNCC propõe ao educador.
Compreender conceitos como alfabetização e letramento, tão comuns ao meio 
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do educador, tão próximos e ao mesmo tempo impregnados de concepções, que 
embora caminhem lado a lado se distanciam ao ser definidas é necessário para se 
apropriar da compreensão do processo de aquisição da língua escrita pelas crianças. 
Assim como é fundamental para o educador se ater a história do processo de alfa-
betização no Brasil. Por meio da história, quatro grandes momentos foram divididos 
didaticamente para apresentar os métodos em vigor durante cada período e suas 
implicações para os dias atuais.
Cabe ao educador também, conhecer um pouco das pesquisas de Emília Fer-
reiro e sua contribuição sobre o processo de construção da escrita, pois, a partir dos 
estudos da Psicogênese da Língua Escrita são desvendados os mecanismos pelos 
quais as crianças aprendem a ler e a escrever. Assim, as contribuições de Magda 
Soares vêm promover a importância de o letramento acontecer concomitante ao pro-
cesso de aquisição da língua escrita.
Em seguida, será discutido o que muda no processo de alfabetização e letra-
mento após a implementação da Base Nacional Comum Curricular e quais são as 
diretrizes que o professor alfabetizador precisa se apoiar ao desenvolver seu traba-
lho pedagógico: práticas de alfabetização e letramento, e também, considerações 
sobre a rotina pedagógica para garantir boas situações de aprendizagem, contribuin-
do assim no processo de aquisição da língua escrita pela criança. Por fim, o módulo 
faz uma reflexão sobre a formação inicial e contínua dos professores, bem como as 
consequências diretas deste mecanismo para a sala de aula.
É importante frisar que este assunto não se esgota nas páginas deste trabalho 
e há muito o que pesquisar e produzir de conhecimento sobre esta área tão impor-
tante aos educadores.
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CAPÍTULO 1
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
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CAPÍTULO 1: ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
O primeiro capítulo deste módulo busca elucidar aos profissionais da área da 
Educação conceitos tão repetidos e difundidos nos dias atuais, e que ao mesmo tem-
po, sãotão complexos pelas semelhanças que possuem. 
Pesquisadores e teóricos como Emília Ferreiro e Magda Soares se apropria-
ram destes conceitos numa tentativa de esclarecer o processo de aquisição da lín-
gua escrita pelas crianças. Distinguindo cada um dos termos, o professor é capaz de 
compreender a importância de cada um no desenvolvimento do processo de escrita 
pelo qual as crianças perpassam.
Dando seguimento aos estudos sobre o tema, este capítulo abordará um bre-
ve histórico do processo de alfabetização no Brasil. Ao se apropriar da história, nos 
deparamos com quatro grandes momentos que retratam didaticamente os métodos 
em vigor durante cada período e suas implicações para os dias atuais.
Conhecer os métodos utilizados ao longo da história da alfabetização no Brasil 
colabora com o entendimento de que algumas práticas antigas, mecânicas, voltadas 
para o exercício repetitivo e o treino constante são tão presentes na atual educação 
brasileira.
1.1 Reflexões sobre os conceitos de Alfabetização e Letramento
Considera-se a alfabetização como um dos temas mais polêmicos no Brasil. 
De um lado por uma interminável guerra de métodos: fônico x construtivista que ve-
remos mais à frente uma definição para cada um, do outro lado, a luta incansável de 
alguns teóricos em contribuir com a educação no sentido de conciliar a reflexão sobre 
o sistema alfabético, não descartando o caminhar das crianças ao aprender sons e 
letras, mas inserindo-as no mundo letrado.
Aprender um sistema de representação bastante abstrato é um desafio para 
criança, transformar os sons em letras, é um processo que o professor precisa conhe-
cer como se dá em cada aluno. Para isso, o professor precisa entender fundamentos 
e conceitos diversificados, tais como, os psicológicos, fonológicos, linguísticos e so-
ciolinguísticos que a formação inicial do professor infelizmente ainda não contempla 
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e quando contempla não é suficiente e adequada para preparar o professor.
É preciso atentar-se que para se ter a aprendizagem inicial da língua escrita 
é necessário ter clareza sobre dois conceitos: alfabetização e letramento. Alfabetiza-
ção é o processo de aprendizagem do sistema de representação dos sons da fala, 
ou seja, como transformamos os sons (fonemas) em letras (grafemas). É a aquisi-
ção de uma ferramenta, o sistema alfabético e ortográfico, é ainda, deixar de operar 
com representações simbólicas e fazer o registro silábico das palavras. Para isso, a 
criança se apropria de processos próprios, tais como, entender que escrevemos da 
esquerda para a direita de cima para baixo, que utilizamos letras e não números e 
assim, por diante.
Quando o ensino das primeiras letras é muito dissociado dos 
usos da leitura na vida social, muitas vezes o aluno conclui que 
se aprende ler e a escrever para passar de ano e para copiar os 
exercícios dados pela professora. No entanto, se a alfabetização 
for conduzida de forma a demonstrar que a leitura e a escrita têm 
função aqui e agora, e não apenas num futuro distante, é provável 
que o indivíduo se sinta mais motivado para o esforço que a apren-
dizagem exige.(CARVALHO, 2010, p. 14)
Por outro aspecto, como aponta Marlene Carvalho, não basta a criança apren-
der a decodificar as letras que levará a criança a dominar a língua escrita no seu uso 
social, é esse o desafio do processo, levar a criança a desenvolver habilidades do 
uso da ferramenta escrita no contexto social e cultural de que as pessoas vivem, que 
vai muito além da simples identificação e decodificação simbólica. A esse recurso dá-
-se o nome de letramento, habilidade que a criança adquire de saber o que escrever, 
para quem escrever, em que contexto escrever, identificando e lidando com os mais 
variados tipos de gêneros e suas práticas sociais.
Embora sejam processos distintos para se definir, na aprendizagem inicial da 
língua escrita eles devem caminhar lado a lado de forma simultânea, a criança deve 
ser alfabetizada dentro de um contexto de letramento. Por isso, é importante que o 
professor alfabetizador reconheça esses processos para possibilitar que a criança 
esteja num contexto de alfabetização e letramento que ocorrem ao mesmo tempo. 
O letramento se dá a partir da experiência da criança com o uso social, algo 
que ela convive vai tomando um status diferente. Alfabetizar letrando ou letrar al-
fabetizando vai se entretecendo de modo que um não pode caminhar sem o outro. 
Diz respeito, a exposição das crianças a sociedade letrada, pois, a criança anda nas 
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ruas, vê televisão e recebe diversos estímulos que a ajudam no processo do letra-
mento e que não podem ser deixados de lado pelo professor. Para Magda Soares:
é necessário reconhecer que alfabetização – entendida como a 
aquisição do sistema convencional de escrita – distingue-se de le-
tramento – entendido como o desenvolvimento de comportamen-
tos e habilidades de uso competente da leitura e da escrita em 
práticas sociais: distinguem-se tanto em relação aos objetos de 
conhecimento quanto em relação aos processos cognitivos e lin-
guísticos de aprendizagem e, portanto, também de ensino desses 
diferentes objetos. Tal fato explica por que é conveniente a distin-
ção entre os dois processos. (SOARES, p. 97, 2004)
O conceito de letramento vai além da alfabetização, ou seja, daquilo que a 
gente entende como apropriação do sistema de escrita para tratar dos usos sociais 
da escrita na sociedade. A ideia de letramento veio no sentido de enriquecer o uso 
social da alfabetização, é alfabetizar-se pensando no horizonte de uso social para a 
esta tecnologia. Não basta uma condição alfabetizada do ponto de vista tradicional, 
quer era aprender a ler e escrever, aprender a decodificar e a codificar, embora essa 
condição seja fundamental ela não é suficiente para formar sujeitos letrados.
É interessante perceber que o conceito de letramento surge no Brasil, a partir 
de 1980, inclusive observa-se em dicionários anteriores a década de 80 que a acep-
ção do verbete letrando passou por uma transformação, anteriormente indicava a 
pessoa que era erudita, versada em letras, um literato. E mais recentemente, indica 
também, a pessoa que é capaz de se inserir em eventos de letramento, de usos da 
escrita, com autonomia. É nesse sentido que a escola deve pensar em letramento, 
oportunizando momentos de inserção de práticas letradas, de práticas de uso da 
escrita. 
Assim, se inicia a discussão sobre letramento, diante das práticas de leitura 
e escrita na sociedade contemporânea que leva os estudiosos a elaborarem novos 
conceitos que colaborem com a prática do professor em sala de aula. Numa socieda-
de urbana, onde a escrita é cada vez mais presente, é impossível pensar em pessoas 
que não façam uso da escrita, sejam elas alfabetizadas ou não. As pessoas estão 
a todo momento tendo contato com materiais escritos, as pessoas leem placas de 
ônibus, leem nomes de produtos nos supermercados, leem placas, faixas, enfim, a 
escrita é totalmente presente em nossa sociedade. 
No entanto, o fundamental é o olhar do professor para essas questões de ma-
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neira perspicaz, entendendo que a fundamentação teórica que o professor adquirir 
deve ser traduzida numa prática pedagógica adequada.
O processo de letramento escolar se inicia a partir do primeiro ano, de ma-
neira sistematizada, mas ele acontece muito antes da entrada da criança na escola, 
antes mesmo da educação infantil, por meio do contato e estímulo familiar, a criança 
ao chegar na escola já carrega consigo um conhecimento sobre esse processo. Se-
gundo Telma Weisz:
perdemos de vista o aprendiz. Estávamos tão ocupados com a 
mão, o olho, os ouvidos que esquecemos que no comando há 
sempre um ser pensante. Alguém que diante da escrita se pergun-
ta: a) Para que serve? b) O que representa? c) Quais as proprie-
dadesobserváveis deste objeto? d) Todas as palavras escritas são 
iguais? e) O que determina a diferença entre elas? f) E as seme-
lhanças?(WEISZ, p. 116, 1985)
Ser letrado é ser capaz de participar das situações de interação na sociedade 
em que os textos de diversos gêneros estão presentes, neste sentido, não é preciso 
que a criança seja alfabetizada para que ela seja letrada, as crianças desde muito 
cedo podem participar de eventos de letramento diversos. 
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PARA SABER MAIS SOBRE ESSE ASSUNTO, ACESSE:
O link abaixo apresenta uma entrevista com a pesquisadora 
Emília Ferreiro que discute a cisão entre alfabetização e letra-
mento.
https://novaescola.org.br/conteudo/4118/emilia-ferreiro-cisao-
entre-alfabetizacao-e-letramento
Salienta-se aqui que os termos: letramento e alfabetização, são separados 
para fi ns didáticos, mas isso não pode dar margem ao que ocorria anteriormente 
aos estudos da psicogênese, onde se acreditava que os anos iniciais do ensino fun-
damental eram para aprender sobre o sistema de escrita e que somente após essa 
sistematização a criança avançaria uma etapa e estaria pronta para ter contato com 
o texto.
Por algum tempo, os conceitos de alfabetização e letramento foram vistos 
como se um não dependesse do outro, hoje cada vez mais essa percepção vem 
sendo rediscutida. No Brasil, uma das maiores pesquisadoras sobre o tema é Magda 
Soares que afi rma
O que se propõe é, em primeiro lugar, a necessidade de reconheci-
mento da especifi cidade da alfabetização, entendida como proces-
so de aquisição e apropriação do sistema da escrita, alfabético e 
ortográfi co; em segundo lugar, e como decorrência, a importância 
de que a alfabetização se desenvolva num contexto de letramento 
– entendido este, no que se refere à etapa inicial da aprendizagem 
da escrita, como a participação em eventos variados de leitura e 
de escrita, e o conseqüente desenvolvimento de habilidades de 
uso da leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a 
língua escrita, e de atitudes positivas em relação a essas práticas. 
(SOARES, 2004, p.12)
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IMPORTANTE
 Alfabetização e letramento são conceitos que na prática se 
apresentam de forma indissociáveis e que possuem o mesmo 
propósito. No fi nal, o que se deseja é que essas crianças es-
tejam alfabetizadas para participar de uma forma mais íntegra 
na vida social. Então, esse é o objetivo maior. 
Quando se pensa nos conceitos apresentados, é necessário refl etir também 
sobre articulação. A articulação entre alfabetização e letramento está posta inde-
pendente dos professores terem ou não este conceito pedagogicamente resolvido, 
porque a cultura escrita está presente na escola, pois, a criança vai para a escola 
independentemente do lugar que se origina com representações do que e de onde 
se usa a escrita. 
Estes processos geram atividades didáticas diferenciadas em sala de aula, 
atividades mais voltadas para o processo de alfabetização e atividades mais voltadas 
para o processo de letramento, por isso, é tão importante que o professor consiga 
articular e tenha clareza de como usar essas práticas em sala de aula. Estes concei-
tos precisam ser complementares em sala de aula, a escola deve se preocupar tanto 
em levar a criança a compreender o valor da escrita e a cultura escrita em suas mais 
variadas formas, como fazer o investimento grande para a compreensão do funcio-
namento do sistema alfabético.
As atividades de alfabetização nos primeiros anos do ensino fundamental, de-
vem se pautar, primeiramente, por estimular os alunos a usar a língua escrita na sala 
de aula. Atividades que estimulam a leitura, escrita, tanto de palavras, frases e textos, 
atividades que serão mais efetivas didaticamente se articularem o uso, com a refl e-
xão e análise dos elementos que compõem o sistema de escrita. Do ponto de vista 
mais estrito, tem que ser atividades que desafi em a criança a pensar sobre o sistema 
de escrita, sobre textos escritos, pensar sobre o uso destes textos e funcionamento 
da escrita de modo geral.
É possível alfabetizar aos seis anos, muitos trabalhos nos mostram isso, que 
as crianças muito cedo têm condição de organizar textos com as possibilidades que 
elas têm naquele momento, ainda com lacunas, mas já pensarem sobre a organiza-
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ção da linguagem escrita e não só da língua escrita. Sabe-se que com o letramento e 
com a difusão da escrita no contexto social, a criança é capaz de se alfabetizar bem 
antes dos seis anos de idade. 
Ao participar de situações de leitura e escrita, a criança vai compreendendo o 
sistema de escrita, e cabe a escola sistematizar esse conhecimento que ela já vem 
ao longo de sua infância construindo no contexto social.
SAIBA MAIS:
Filme sobre o assunto: Central do Brasil (Walter Salles, 113 min, 
Europa Filmes)
Acesse os links: 
Alfabetização e contextos letrados 
Parte 1: https://www.youtube.com/watch?v=f9yimX5eDDc
Parte 2: https://www.youtube.com/watch?v=GN34JkItA34
Parte 3: https://www.youtube.com/watch?v=rABzHlxXOiY
Parte 4: https://www.youtube.com/watch?v=my3pyKW6MT0
Parte 5:https://www.youtube.com/watch?v=uQEvUxA9NzI
OBSERVAÇÃO
Assistir o fi lme Central do Brasil faz com que repensemos a 
importância da alfabetização para todas as pessoas, princi-
palmente, as pessoas pertencentes às classes mais humildes.
Já os links sugeridos tratam da alfabetização e dos contextos 
letrados e elucida o que o capítulo aborda, discutindo as dife-
renças e complementando o que já foi descrito.
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1.2 Breve Histórico dos Métodos de Alfabetização no Brasil
A alfabetização passou a ser estudada no Brasil em suas múltiplas facetas, 
sendo uma delas, a histórica. Estudar alfabetização pelo viés da história permite en-
tender os problemas das difi culdades de as crianças aprenderem a ler e escrever, 
bem como do professor ensinar as crianças. 
A história da alfabetização do Brasil pode ser dividida em quatro grandes mo-
mentos que se baseiam conforme os métodos em vigor durante o período. Maria 
Rosário Longo Mortatti afi rma que:
Em nosso país, a história da alfabetização tem sua face mais visí-
vel na história dos métodos de alfabetização, em torno dos quais, 
especialmente desde o fi nal do século XIX, vêm-se gerando tensas 
disputas relacionadas com “antigas” e “novas” explicações para 
um mesmo problema: a difi culdade de nossas crianças em apren-
der a ler e a escrever, especialmente na escola pública. (MORTA-
TTI, p. 1, 2006).
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A linha do tempo abaixo descreve os principais momentos da 
Alfabetização no Brasil.
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O primeiro momento da história da alfabetização no Brasil se dá do descobri-
mento do Brasil até 1890. Este período é marcado pelas características que se tinha 
da escola. A escola ainda não era a que conhecemos nos dias atuais, esse espaço 
ainda não organizado era chamado de casa escola. As vezes pago pela administra-
ção da época, mas muitas vezes essa casa era paga pelo professor que desejava ter 
seu espaço, tinha somente um professor (unidocente) e não tinha as características 
de mobiliário que conhecemos hoje em dia. Nesse período ainda estávamos orga-
nizando o sistema escolar que só vai se concretizar depois do momento da primeira 
república. De acordo com Mortatti: 
Para o ensino da leitura, utilizavam-se, nessa época, métodos de 
marcha sintética (da “parte” para o “todo”): da soletração (alfabéti-
co), partindo do nome das letras; fônico (partindo dos sons corres-
pondentes às letras); e da silabação (emissão de sons), partindo 
das sílabas. Dever-se-ia, assim, iniciar o ensino da leitura com a 
apresentação das letras e seus nomes (método da soletração/al-
fabético), ou de seus sons (método fônico), ou das famílias silá-
bicas (método da silabação), sempre de acordocom certa ordem 
crescente de difi culdade. Posteriormente, reunidas as letras ou os 
sons em sílabas, ou conhecidas as famílias silábicas, ensinava-se 
a ler palavras formadas com essas letras e/ou sons e/ou sílabas 
e, por fi m, ensinavam-se frases isoladas ou agrupadas. Quanto à 
escrita, esta se restringia à caligrafi a e ortografi a, e seu ensino, 
à cópia, ditados e formação de frases, enfatizando-se o desenho 
correto das letras. (MORTATTI, p. 5, 2006).
Em 1876, foi publicada em Portugal a Cartilha Maternal, escrita pelo poeta 
português João de Deus, assim como outros pensadores portugueses também fi ze-
ram. Essa cartilha foi um marco por coincidir com a Proclamação da República. O 
positivista Silvio Jardim, professor, advogado da escola normal de São Paulo foi o 
grande defensor e responsável por propagar esse novo método aqui no Brasil, que 
foi chamado de Palavração, classifi cado como analítico, trazia a palavra como um 
ponto de partida para o aprendizado, do todo para a parte, contrariando o que acon-
tecia antes com a soletração, que era um método sintético, pois começava pela parte 
para chegar ao todo, da letra até a palavra.
O segundo momento da história da alfabetização se deu em meados dos anos 
1890 até 1920. Este momento teve início com a Reforma da Instrução Pública no 
estado de São Paulo que reorganizou o currículo dos grupos escolares. Alterando 
horário tornando-o mais rígido, currículo programático defi nido, fi scalização por parte 
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do diretor do grupo mais intensa, racionalidade da distribuição das matérias. Organi-
zações que faziam sentido a adoção de um método. 
Sob forte influência da Pedagogia norte americana, o que se discute nesta 
época é o ensino da leitura e escrita pelo método analítico, contrariando o sintéti-
co, este método tinha por característica o ensino da leitura pelo todo, para somente 
depois esmiuçar suas partes constitutivas. O todo refere-se a palavra, sentença ou 
historieta que era o conjunto de frases relacionadas entre si por meio de associações 
lógicas. Mortatti aponta que:
a ênfase da discussão sobre métodos continuou incidindo no en-
sino inicial da leitura, já que o ensino inicial da escrita era enten-
dido como uma questão de caligrafia (vertical ou horizontal) e de 
tipo de letra a ser usada (manuscrita ou de imprensa, maiúscula 
ou minúscula), o que demandava especialmente treino, mediante 
exercícios de cópia e ditado. (MORTATTI, p. 8, 2006).
O terceiro momento da história da alfabetização, se dá no período de 1920 a 
1980 e fica marcado com o decreto de Antônio de Sampaio Dória, que pressupõe 
a autonomia didática, a partir daí surge o relativismo pedagógico e então, o método 
deixa de ser obrigatório, oficializado e determinado e passa ser algo a critério do pro-
fessor e de sua didática. 
A tendência de relativização do método decorreu especialmente dos estudos 
de Lourenço Filho, grande pensador brasileiro, desfoca, descentraliza a questão da 
alfabetização, tendo como necessário um método rigoroso que necessite ser segui-
do com rigidez, pois, ele traz como contribuição da área da Psicologia a questão da 
maturidade necessária para aprender a ler e a escrever. E então ele apresenta oito 
tipos diferenciados de testes que as crianças deviam se submeter, com o objetivo de 
homogeneizar a salas de aula para alfabetização.
Nesta época, o que acontecia nos ambientes escolares eram os conhecidos 
períodos preparatórios, onde as crianças se submetiam a atividades de coordenação 
motora, acuidade visual e auditiva, esquema corporal e lateralidade que denomina-
vam como atividades de prontidão. Os alunos cujo desenvolvimento era melhor iam 
para a primeira classe e assim sucessivamente, até chegar as crianças que tiveram 
um resultado insatisfatório, de modo que os alunos da sala tivessem mesmo desen-
volvimento, tornando dessa forma, a sala homogênea. 
Esse período ficou marcado pela publicação de muitas cartilhas. O ensino era 
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centralizado no professor e na cartilha. Após a realização das atividades da cartilha 
entendia-se que o aluno estava apto a partir de então, manusear o livro didático e 
outros instrumentos gráficos.
O quarto momento da história da alfabetização no Brasil se dá a partir de 1980 
até os dias atuais. Inicia-se no final da década de 70 e início de 80, um movimento 
muito importante pela democratização da escola, e ainda, um movimento de crítica 
ao livro didático. Concomitante a isso, começam a surgir as ideias de Emília Ferreiro 
que propaga que o importante não é o método, mas o que a criança já construiu e 
está disposta a construir.
O trabalho pedagógico inicia-se então com o aluno sendo o ponto de partida 
e cabe ao professor, conhecer o que seu aluno já sabe para realizar o seu planeja-
mento e avançar os saberes deste aluno realizando a mediação. Nesta visão, a sala 
heterogênea é essencial para o desenvolvimento de todos. 
Como os métodos deixaram de ser importante, alguns equívocos marcaram 
esse período, por exemplo, muitos pensaram que o alfabeto não tinha mais impor-
tância, que dividir palavras em sílabas não ajudaria o aluno a aprender a escrita. E 
os estudos na contramão vieram para desmistificar essas crenças e fazer com que o 
educador entendesse que decorar alfabeto como no século XIX se fazia não acres-
centa em nada, se feita para classificar, segregar, assim como, decorar as famílias 
silábicas sem estabelecer relações, mas o ensino do alfabeto, a relação grafemas e 
fonemas é importante para que a criança entenda como se constitui uma linguagem 
escrita da sociedade letrada. 
Desde a Proclamação da República, há mais ou menos 120 anos, que se nota 
um discurso reafirmado na necessidade de combater o tradicional e antigo como a 
causa dos males do presente e difundir o novo. 
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IMPORTANTE
Ao longo dos quatro momentos cruciais da história da alfa-
betização, é possível perceber que a disputa entre o novo e o 
antigo, que até hoje se manifesta entre o novo e o tradicional, 
indica que o tradicional tem que ser constantemente identifi -
cado como antigo, vazio de sentido, homogêneo, origem dos 
males do presente para que o discurso novo e revolucionário 
possa se sobrepor e ganhar hegemonia. 
Nessa disputa, na luta por enfrentar o fracasso da escola bra-
sileira no processo de alfabetização, um dos elementos que 
mudou consideravelmente o entendimento, foi a divulgação 
da teoria da psicogênese da escrita, a partir de 1980. E o que 
sobressai disso em todos os momentos é a questão dos mé-
todos de alfabetização, com a seguinte refl exão: de como en-
sinar a criança a ler e escrever.Trataremos deste tema mais 
adiante.
SAIBA MAIS:
Filme sobre o assunto: Histórias de um Brasil Alfabetizado 
Este documentário tem por objetivo conscientizar sobre a im-
portância da alfabetização e educação na vida das pessoas. 
Mostrar o esforço e persistência de jovens e adultos para se 
alfabetizarem. Além disso, mostra ainda como a alfabetização 
e educação muda a vida dessas pessoas, dando-lhes conhe-
cimento de sua cidadania e de seus direitos em diferentes re-
giões do Brasil. 
Disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=
ewgREnDv_w4
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1.3 Qual o melhor método de alfabetização para as crianças?
Desde muito tempo existe uma discussão sobre qual é o melhor método para 
alfabetizar as crianças: método fonético ou métodos ligados ao construtivismo. Para 
uns a garantia é o foco no ensino nas relações entre sons e letras, para outros a 
abordagem deve se dar a partir de textos reais para que as crianças possam de-
senvolver seu conhecimento sobre a escrita. É importante dizer que essas questões 
nunca foram esgotadas e muitas pesquisas são realizadas sobre as diferenças entre 
os métodos e sua melhor eficácia. Mortatti afirma que
Grandes são os riscosde abordar o presente. Maior, porém, é a 
responsabilidade de fazê-lo, quando se considera que a história 
não é caracterizada nem por ciclos de apogeu e decadência, nem 
por “eternos retornos”, nem por trajetória lineares de progresso em 
direção ao fim da evolução, e que a abordagem histórica, no âm-
bito científico, visa primordialmente a compreender, sem disputar 
julgamentos de valor apriorísticos. E muito maior, ainda, é a res-
ponsabilidade de fazê-lo com o objetivo de oferecer uma parcela 
de contribuição para um debate que deve ser sobretudo rigoroso e 
conseqüente. (MORTATTI, p. 109, 2009)
Nenhuma pesquisa em seu fim determina o melhor método de ensino, o que 
essas pesquisas normalmente apontam é que qualquer método de alfabetização 
pode ser importante para um determinado momento da vida da criança ou um deter-
minado tipo de aprendizagem da criança.
O processo de alfabetização acontece a partir da formação da consciência lin-
guística que dá origem à oralidade, à tentativa espontânea de escrita e que dá origem 
a uma ampliação de vocabulário, no entanto, qualquer que seja o início do processo 
de alfabetização, vai se cristalizar no momento em que a criança pode fazer uso de 
um vocabulário muito mais amplo para expressar uma ideia. 
Quando a criança for capaz de usar um vocabulário muito mais amplo para 
emitir uma ideia, essa ampliação de vocabulário pra produzir uma frase, ou um tex-
to, é o tão esperado momento que se dá a alfabetização com critérios de crítica, de 
discernimento, de posicionamento de ideias, portanto, quando a criança amplia um 
vocabulário ela usou uma metodologia para chegar a essa ampliação. 
Se a ampliação do vocabulário é um critério utilizado para entender que a 
criança está alfabetizada, é necessário compreender como se dá este processo de 
ampliação. E neste ponto que se dá a resposta para criança, pois cada uma tem a 
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ampliação do vocabulário a partir de uma metodologia, de um material, de um condu-
tor, de um professor e de um educador. 
Muitas crianças, sobretudo aquelas que apresentam muitas dificuldades no 
processo de alfabetização tendem a ter resultados melhores no processo fonético de 
alfabetização. Pois, se a ampliação de vocabulário é um dos critérios de alfabetiza-
ção, imagine que se a criança tem a consciência de uma palavra, de um som fonético 
e busca-se a rima ou a aliteração (repetição de fonemas idênticos) deste som, é mais 
fácil por aproximação para a criança construir relações que ampliem seu vocabulário.
Todavia, essa condição não é igual para todas as crianças. Cada criança tem 
resultados diferentes a partir do uso de métodos diferentes. Há crianças que, durante 
o processo de alfabetização por métodos globais e mais psicodinâmicos, apresentam 
resultados extraordinariamente bons, em comparação com métodos fonéticos e até 
mesmo silábicos. 
Por isso, é que se diz que não há um melhor método, pois, o adequado é 
aquele em que a criança e seu potencial se associam a um método e o materiais e 
os recursos que esse método se apresenta. 
Segundo a BNCC
Assim, alfabetizar é trabalhar com a apropriação pelo aluno da 
ortografia do português do Brasil escrito, compreendendo como 
se dá este processo (longo) de construção de um conjunto de co-
nhecimentos sobre o funcionamento fonológico da língua pelo es-
tudante. Para isso, é preciso conhecer as relações fono-ortográ-
ficas, isto é, as relações entre sons (fonemas) do português oral 
do Brasil em suas variedades e as letras (grafemas) do português 
brasileiro escrito. Dito de outro modo, conhecer a “mecânica” ou 
o funcionamento da escrita alfabética para ler e escrever significa, 
principalmente, perceber as relações bastante complexas que se 
estabelecem entre os sons da fala (fonemas) e as letras da escrita 
(grafemas), o que envolve consciência fonológica da linguagem: 
perceber seus sons, como se separam e se juntam em novas pa-
lavras etc. Ocorre que essas relações não são tão simples quanto 
as cartilhas ou livros de alfabetização fazem parecer. Não há uma 
regularidade nessas relações e elas são construídas por conven-
ção. Não há, como diria Saussure, “motivação” nessas relações, 
ou seja, diferente dos desenhos, as letras da escrita não represen-
tam propriedades concretas desses sons. (BRASIL, p. 92, 2008)
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Sendo assim, o professor alfabetizador deve ter clareza que para cada criança 
um método terá um efeito melhor, por isso, conhecer todos eles e utilizar diferen-
tes possibilidades com as crianças que apresentam uma determinada dificuldade é 
possibilitar que elas avancem no processo de escrita dando condições para isso, de 
nada adianta insistir no método “mais moderno” ou “mais eficiente” se o mesmo não 
apresenta resultado com determinada criança.
A criança é um ser plural e em cada uma o desenvolvimento se dá de uma 
determinada maneira. É importante refletir que isto não significa caminhar entre os 
métodos de forma desenfreada, o professor alfabetizador precisa ter uma linha de 
trabalho que faça uma previsão consistente do que se deseja que a criança alcance, 
para garantir seu desenvolvimento e avanço no processo de escrita.
Isso não significa, porém, que se deva ensinar a ler e escrever “de 
qualquer jeito”. Por ser um processo escolarizado, sistemático e 
intencional, esse ensino (como o de todas as matérias escolares) 
não pode prescindir de método, ou seja, de uma seqüência de 
passos planejados e organizados para o professor ensinar e as 
crianças conseguirem aprender a ler e escrever. Se a questão dos 
métodos é importante, não é, porém, a única, nem a mais impor-
tante, e não pode ser tratada com efeitos pirotécnicos, desviando 
a atenção do que é essencial: o fato de que um método de ensino 
é apenas um dos aspectos de uma teoria educacional relacionada 
com uma teoria do conhecimento e com um projeto político e so-
cial. Trata-se, assim, de pensar mais seriamente em todos os as-
pectos envolvidos nesse processo complexo e multifacetado que é 
a alfabetização e nesse que continua sendo nosso maior desafio: 
a busca de soluções rigorosas, conseqüentes e relativamente du-
radouras para se enfrentarem as dificuldades de nossas crianças 
em aprender a ler e escrever e de nossos professores em ensiná-
-las. (MORTATTI, p.112, 2009)
Ao pensar no enfoque de alfabetização construtivista e na perspectiva do le-
tramento que possuem ideais baseados aos estudos da psicogênese da língua, ob-
serva-se que estes se divergem em um ponto em comum que é a relação entre a fala 
e a escrita. O que ocorre é que para os estudiosos do construtivismo, a língua escrita 
possui um sistema de representação que é paralelo e independente ao sistema de 
representação da fala, a partir disso, que defendem a ideia de que ao ensinar as 
crianças não é necessário apenas estudar as relações de sons e letras.
Por outro lado, os estudiosos e adeptos do letramento, ressaltam a importân-
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cia do ensino sistemático dessas relações entre sons e letras. Fazer com que a crian-
ça se atente aos sons, sílabas, segmentações e, consequentemente, em fonemas 
representados por letras, promove o desenvolvimento da consciência fonológica tão 
essencial para garantir os avanços da criança no processo. Observa-se que o enfo-
que desta perspectiva está na leitura, enquanto a ênfase do outro se dá no processo 
de escrita.
Um professor que tenha clareza sobre as diferentes perspectivas, sobre os 
diferentes métodos e sobre os estudos em torno desta temática é capaz de utilizar 
toda essa variedade como mecanismos de opções para garantir o processo de ensi-
no. É essencial que os professores conheçam profundamente as diferentes ideias e 
teorias sobre alfabetização, pois, somente assim, terão capacidade de analisar cada 
uma e utilizar o que for pertinente para seu dia a dia, descartando o que for velho e 
ultrapassadopara sua sala de aula. Desta forma, o professor consegue determinar 
quais práticas são mais efetivas a seus alunos e quais devem acontecer em cada 
momento, direcionando o que de fato é viável.
Somente come esses cuidados e esses rigores que o professor alfabetizador 
garantirá a seus alunos que o direito de aprender esteja acima de qualquer método, 
modismo e práticas contaminadas por falta de conhecimento.
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RECAPITULANDO
QUESTÕES DE CONCURSOS
Questão 1
Ano: 2015 Banca: CISCOPAR Órgão: CISCOPAR Prova: CISCOPAR – 2015 - CIS-
COPAR - Pedagogo.
Sobre alfabetização e letramento, é CORRETO afirmar:
a) Quando uma criança é alfabetizada, isto é, aprende a ler e a escrever, é automa-
ticamente letrada.
b) O processo de aprendizagem de leitura e escrita na escola não tem finalidade de 
preparar o sujeito para a realidade na qual se insere.
c) A estrutura educacional brasileira tem formado mais ledores que leitores.
d) Letrar é uma tarefa exclusiva dos professores de Língua Portuguesa.
e) Alfabetizar e letrar têm o mesmo significado, pois ambas as práticas ensinam a ler 
e a escrever
Questão 2
Ano: 2015 Banca: EXATUS-PR Órgão: Prefeitura de Nova Friburgo – RJ Prova: EXA-
TUS-PR – 2015 - Prefeitura de Nova Friburgo – RJ - Professor.
Assinale a alternativa INCORRETA em relação a alfabetização:
a) a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita pelo indivíduo ou grupos de indi-
víduos.
b) a alfabetização deve se desenvolver em um contexto de letramento como início da 
aprendizagem da escrita.
c)a alfabetização é o exercício do aprendizado automático e repetitivo, baseado na 
descontextualização.
d) a alfabetização é a ação de fazer com que a pessoa se aproprie de habilidades 
que levam a leitura e a escrita.
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Questão 3
Ano: 2015 Banca: Prefeitura de Betim – MG Órgão: Prefeitura de Betim – MG Prova: 
Prefeitura de Betim - MG – Professor.
Sobre os conceitos de alfabetização e letramento, só NÃO é correto o que ser afirma 
em:
a) Alfabetização e letramento são dois processos distintos, mas inseparáveis.
b) Nas práticas de ensino, o ideal é alfabetizar, letrando.
c) Os professores deveriam ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas so-
ciais da leitura e da escrita;
d)Para letrar um sujeito, basta ensiná-lo a estrutura da base alfabética.
Questão 4
Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: Prefeitura de São Luís - MA Prova: CESPE - 
2017 - Prefeitura de São Luís - MA - Professor Nível Superior/PNS-A/Professor Nível 
Médio PNM-A- 1º ao 5º ano
Acerca de alfabetização, assinale a opção correta.
a) O professor que adota o método de alfabetização freireano centraliza as estraté-
gias de ensino na utilização do livro didático.
b) Na perspectiva construtivista, a alfabetização deve enfatizar, inicialmente, os sons 
das letras e das sílabas.
c)A alfabetização concretiza-se quando o indivíduo alcança o domínio da tecnologia 
da escrita.
d) De acordo com a psicogênese da língua escrita, o atingimento da escrita a nível 
silábico é suficiente para que uma criança seja considerada alfabetizada.
e) O letramento constitui uma metodologia que privilegia o ensino de sílabas e pala-
vras na alfabetização.
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Questão 5
Ano: 2015 Banca: EXATUS-PR Órgão: Prefeitura de Nova Friburgo – RJ Prova: EXA-
TUS-PR – 2015 - Prefeitura de Nova Friburgo – RJ - Professor.
Sobre a alfabetização e o letramento analise as afirmativas abaixo:
I - A alfabetização é apenas um processo baseado em perceber e memorizar para 
aprender a ler e escrever. O aluno precisa construir um conhecimento de natureza 
conceitual.
II - O letramento surge a partir das novas relações estabelecidas com as práticas de 
leitura e escrita na sociedade, ao passo que não basta apenas saber ler e escrever, 
mas que funções a leitura e a escrita assumem em decorrência das novas exigências 
impostas pela cultura letrada.
III - A alfabetização refere-se à aquisição da escrita enquanto aprendizagem de habi-
lidades pela leitura, escrita e as chamadas práticas de linguagem.
IV - A alfabetização é simplesmente a relação entre o método utilizado e o estado de 
“maturidade” ou de “prontidão” da criança. Está CORRETO o que se afirma em:
a) Apenas as afirmativas I, II e III.
b) Apenas as afirmativas II, III e IV.
c) Apenas as afirmativas II e III.
d) Apenas as afirmativas III e IV.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Nessa disputa de métodos, na luta por enfrentar o fracasso da escola brasileira no 
processo de alfabetização, um dos elementos que mudou consideravelmente o en-
tendimento, foi a divulgação da Teoria da Psicogênese da Escrita, a partir de 1980. E 
o que sobressai disso em todos os momentos é a questão dos métodos de alfabeti-
zação, com a seguinte reflexão: de como ensinar a criança a ler e escrever. Sobre o 
enunciado, comente acerca da Teoria da Psicogênese da Escrita e a sua aplicação 
processo de alfabetização da criança.
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TREINO INÉDITO
Sobre as atividades de alfabetização nos primeiros anos do ensino fundamental, 
deve se primeiramente:
a) Estimular os alunos a usar a língua escrita na sala de aula.
b) Levar o aluno a diferenciar a língua escrita dos desenhos e garatujas.
c) Fazer o aluno decorar as letras do alfabeto.
d) Estimular os alunos a usarem as sílabas para escrever.
e) Intensificar o trabalho com o silábario.
NA MÍDIA
ALFABETIZAÇÃO ESTÁ ENTRE AS AÇÕES PRIORITÁRIAS DOS CEM DIAS DE 
GOVERNO
O Ministério da Educação (MEC) incluiu no pacote de projetos prioritários para 
os cem dias de governo Bolsonaro uma ação específica na área de alfabetização. A 
ideia é banir métodos globais de ensinar a ler e escrever, que costumam ser asso-
ciadas à teoria construtivista de desenvolvimento cognitivo, para promover o método 
fônico.
No fônico, a aprendizagem começa das letras e sílabas até chegar às palavras. 
Nos métodos globais, o caminho costuma ser inverso, partindo de textos e experiên-
cias sobre as funções da linguagem para se chegar às letras e sons, mas focando na 
compreensão da leitura.
No Brasil, em geral se adota a abordagem construtivista, mas não há regra 
única. Especialistas divergem sobre a eficácia da medida planejada pelo governo e 
apontam que a combinação de diferentes técnicas com alfabetizadores bem forma-
dos é o mais importante.
Fonte: O GLOBO
Data: 04 jan. 2019.
Leia a notícia na íntegra: 
https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/alfabetizacao-esta-entre-as- 
acoes-prioritarias-dos-cem-dias-de-governo-23347807
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NA PRÁTICA
É com grande preocupação que esta notícia vinculada na mídia chega aos profis-
sionais da educação. É preciso se atentar que todas as vezes que se deseja inovar 
apagando tudo que foi feito durante o passado está fadado ao erro. É preciso que as 
mudanças considerem o que já foi estudado, feito e desenvolvido e, a partir disso, 
trace novos horizontes de experiência e prática.
Quando se contrapõe métodos, um versus o outro, cria-se uma distância muito gran-
de, na qual se intensifica uma rivalidade. O importante é que o professor saiba quais 
ações praticadas dentro de cada método é eficiente para levar o aluno à reflexão. 
Há de se considerar que a criança precisa aprender a palavra, e que associar esta 
aprendizagem a leitura de textos, ao uso social, a práticas da linguagem é a maneira 
mais funcional de se alfabetizar, principalmente, nas camadas mais baixas onde as 
crianças não possuem contato com o mundo letrado.
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CAPÍTULO 2
O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA ESCRITA
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CAPÍTULO 2: O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA ESCRITA 
Este capítulo traz ao leitor, um recorte das pesquisas de Emília Ferreiro e 
sua contribuição sobre o processo de construção da escrita. A partir dos estudosda 
Psicogênese da Língua Escrita são desvendados os mecanismos pelos quais as 
crianças aprendem a ler e a escrever. Ao mudar a ótica condutora da aprendizagem, 
as ideias da pesquisadora argentina trouxeram muitas implicações nas práticas dos 
professores alfabetizadores.
 Posteriormente, o capítulo abordará as contribuições de Magda Soares sobre 
alfabetização e letramento, por meio de sua prática e de suas pesquisas é possível 
compreender a importância do letramento acontecer concomitante ao processo de 
aquisição da língua escrita de forma a garantir que as crianças desenvolvam a habi-
lidade de leitura e escrita com competência para o uso social.
2.1 Contribuições de Emília Ferreiro
Inicialmente, é necessário apresentar a autora que este capítulo abordará. 
Emília Ferreiro, argentina, nascida em 1936, psicolinguística, pedagoga, pesquisa-
dora, doutorou-se na Universidade de Genebra sobre orientação de Jean Piaget. 
Na sua trajetória profissional publicou vários livros. Dedicou-se à educação e hoje 
ainda atua como professora titular do Centro de Investigação e Estudos Avançados 
do Instituto Politécnico Nacional, na Cidade do México. Considera-se mais relevante 
em suas pesquisas, o fato dela descobrir como a criança pensa no processo de alfa-
betização.
Em suas pesquisas, ela descobriu e descreveu a Psicogênese da Língua Es-
crita que mostra como em um processo evolutivo a criança constrói o conhecimento 
da escrita e assim, desvendou os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a 
ler e a escrever. 
Suas descobertas trouxeram um novo olhar para o fazer pedagógico em sala 
de aula. Se antes da psicogênese, o foco do processo de ensino aprendizagem se 
dava em torno do “como se ensina?”, após a Psicogênese o foco passa para o “como 
se aprende?”. Essa reflexão levou os educadores a repensarem drasticamente seus 
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métodos de ensino.
As investigações evidenciam que o processo de alfabetização nada tem de 
mecânico do ponto de vista da criança que aprende. A autora, chama a atenção para 
a forma de se alfabetizar que se perpetuou por longos anos dentro das escolas e nos 
diz que, tradicionalmente, a alfabetização é considerada em função da relação entre 
o método e o estado de maturidade ou prontidão da criança. Isso significa que a ên-
fase do processo de ensino aprendizagem está no método do professor e que a ma-
turidade da criança não é pré-requisito para aprendizagem. Nas palavras de Morais:
[...] não existe “prontidão” para a alfabetização. Em lugar de excluir 
alunos porque não apresentariam habilidades não essências para 
o aprendizado da escrita [...], passamos a entender que todos têm 
direito a se alfabetizar, que precisamos partir do ponto em que 
as crianças se encontram (um belo princípio construtivista que se 
aplica a todas as áreas do conhecimento), mesmo que haja muita 
heterogeneidade dentro do grupo/classe. (MORAIS, 2012, p. 75)
Nesta forma de pensar a alfabetização os dois polos: quem ensina e quem 
aprende, têm sido caracterizados, mas só esses elementos não são suficientes, falta 
um terceiro elemento nesta relação, que é a natureza do objeto do conhecimento, a 
natureza da escrita.
Segundo Emília, a escrita pode ser concebida de duas formas muito distintas. 
A primeira como um código de transcrição gráfica das unidades sonoras e a segunda 
como um sistema de representação da linguagem e a forma que o professor alfabe-
tizador a considera implica diretamente em sua prática de sala de aula. 
Ao concebermos a escrita como um código de transcrição gráfica, que con-
verte os sons das letras em escrita das letras, coloca-se em primeiro plano a des-
criminação visual e auditiva como pré-requisito para alfabetização. Isso acontece 
porque se acredita que se a criança não tem dificuldade para discriminar entre duas 
formas visuais próximas, as letras, entre duas formas auditivas próximas, sons e 
não apresenta nenhuma dificuldade para desenhá-las, não deveria existir dificuldade 
para aprender a ler. Visto que, escrever se trata de uma simples transcrição do som 
para um código visual. Essa forma de conceber a escrita, está inserida na concepção 
tradicional de alfabetização, cujo o modo de considerar a escrita consiste em prestar 
atenção apenas nos aspectos gráficos das produções das crianças. Esses aspectos 
se referem à qualidade dos traçados das letras, orientações do tipo: escreve-se da 
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esquerda para a direita, de cima para baixo, etc, ignorando os aspectos construtivos 
no processo de aquisição da escrita.
Por um outro lado, ao concebermos a escrita como um sistema de represen-
tação, o problema se coloca em termos completamente diferentes. Embora a crian-
ça saiba falar adequadamente e faça todas as discriminações perceptivas isso não 
resolve o problema central da língua escrita. O problema consiste em compreender 
a natureza do sistema de representação da escrita, entender que alguns elementos 
essenciais da língua oral não estão presentes na representação escrita, por exem-
plo, a entonação da voz, isso acontece porque todas as palavras são tratadas como 
equivalentes na representação, apesar de pertencerem a classes distintas. 
A consequência dessa dicotomia, em relação à forma de conceber a escrita 
se expressa de maneira muito mais profundo. Se a escrita é concebida como código 
de transcrição, sua aprendizagem é compreendida apenas como aquisição de uma 
técnica de memorização, nesse caso, a criança precisa apenas memorizar o alfabe-
to, as sílabas e as palavras.
Se a escrita é concebida como um sistema de representação, sua aprendi-
zagem se converte em apropriação de um novo objeto do conhecimento, ou seja, 
numa aprendizagem conceitual. Nessa forma de pensar a escrita, levam-se em con-
sideração os aspectos construtivos, esses têm a ver com o que se quis representar 
e os meios utilizados para criar diferenciações entre as apresentações. Neste caso, 
as crianças realizam explorações para compreender a natureza da escrita e duran-
te todo o processo de evolução produzem escritas a partir da elaboração de suas 
hipóteses. Os indicadores mais claros dessas explorações são as suas produções 
espontâneas. 
Do ponto de vista construtivo, segundo a Emília, a escrita infantil segue uma 
linha de evolução extremamente regular e podem ser distinguidos três grandes perí-
odos de evolução. É importante observar como aponta Russo que:
Cada nível tem características que o definem. Contudo, mesmo 
atendendo às características principais, diferentes crianças em de-
terminado nível também ser mostram de muitas outras maneiras, 
fazendo representações muito particulares, de acordo com seus 
próprios saberes e concepções resultantes de um percurso interno 
e pessoal. (RUSSO, 2012, p. 32)
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IMPORTANTE
De acordo com as características que o defi nem, o primeiro 
período a criança faz distinção entre o modo de representa-
ção icônico (desenho) e não icônico (escrita). O segundo pe-
ríodo há uma construção de formas de diferenciação que se 
caracteriza pelo aparecimento de controle progressivo das 
variações sobre os eixos quantitativos e qualitativos. E o ter-
ceiro período há a “fonetização” da escrita que se inicia pelo 
período silábico e termina pelo período alfabético. 
No primeiro período, aparecem duas distinções básicas, sendo a primeira que 
a criança distingue o desenhar e o escrever. A segunda, a criança concebe a escrita 
como um conjunto de formas linear e arbitrária. 
No segundo período de evolução da escrita, Emília aponta a busca de diferen-
ciações entre as escritas produzidas para dizer coisas diferentes. Neste período, a 
criança pensa que palavras diferentes escreve de formas diferentes. Começa então, 
uma busca difícil e muito elaborada de modos de diferenciação da escrita, é um pe-
ríodo de grande esforço intelectual pois, a criança estabelece critériosde diferencia-
ção entre as escritas. 
Esses critérios se expressam sobre dois eixos: o quantitativo e o qualitativo. 
No eixo quantitativo, a criança apresenta variações da quantidade de letras de uma 
escrita para a outra, para obter escritas diferentes também estabelece a quantidade 
mínima de letras que a escrita deve ter para que se diga algo. No eixo qualitativo, 
a criança busca a qualidade da escrita, por isso, varia o repertório de letras de uma 
escrita para a outra, varia também a posição das mesmas letras sem modifi car a 
quantidade. 
No terceiro período, a criança começa por descobrir que a quantidade de le-
tras que irá escrever uma palavra pode ter correspondência com a quantidade de 
parte que se reconhece na emissão oral, essas partes da palavra são as suas síla-
bas, iniciando assim, o período silábico.
Nesse período, a criança escreve uma letra para representar cada sílaba da 
palavra, essa hipótese silábica é de maior importância por duas razões. A primeira 
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permite que a criança obtenha um critério geral para regular as variações da quan-
tidade de letra que devem ser escritas, uma letra para cada sílaba da palavra. A se-
gunda razão, a criança centra sua atenção nas variações sonoras entre as palavras, 
no entanto, a hipótese silábica cria condições de contradição. 
A primeira contradição aparece entre o controle silábico e a quantidade míni-
ma de letras para ser interpretável, por exemplo, as palavras monossílabas deveriam 
se escrever com uma única letra, mas se colocar uma letra só o escrito não se pode 
ler, essa contradição ocorre porque a criança acredita que, para ler palavras escritas 
tem que ter no mínimo três letras.
A segunda contradição refere-se à interpretação silábica e as escritas pro-
duzidas pelos adultos que sempre terão mais letras que a hipótese silábica permite 
antecipar. 
Quando a criança descobre que a sílaba não pode ser considerada como uma 
unidade ingressa no último passo do sistema da compreensão do sistema socialmen-
te estabelecido. A partir daí a criança descobre novos desafios, pelo lado quantitativo, 
não basta uma letra por sílaba, também não se pode estabelecer nenhuma regulari-
dade duplicando a quantidade de letras por sílabas, já que há sílabas que se escreve 
com uma, duas, três ou mais letras. Pelo lado qualitativo a criança enfrentará os pro-
blemas ortográficos que surgem, a identidade de som não garante a quantidade de 
letras e nem vice-versa, por exemplo, a palavra casa escrita com z, garante a iden-
tidade de som, mas não a identidade da letra, o que se constitui um erro ortográfico. 
Dentre as contribuições de Emília Ferreiro, foi possível compreender que não 
é necessário sequenciar o ensino da alfabetização, controlando ferozmente o que os 
alunos aprendem passo a passo dentro dos conteúdos. Segundo Morais:
Na hora de sequenciar o ensino da alfabetização, passamos a ver 
que é completamente inadequado “ensinar primeiro as vogais, de-
pois os ditongos, depois sílabas simples”, para só um dia deixar o 
aluno se deparar com irregularidades ortográficas ou silábicas que 
não são compostas por consoante ou vogal. Aprendemos que não 
é preciso controlar as palavras com que a criança se defronta, por-
que isso em nada assegura seu avanço. (MORAIS, 2012, p. 74)
E também, precisa-se compreender que o erro faz parte do processo de cons-
trução da língua escrita. Que escrever omitindo letra é característica de determinado 
nível hipotético e que é necessário levar a criança à reflexão para que possa evoluir 
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no processo. Assim como, repetir exaustivamente a forma de falar fonemas não é a 
forma adequada para que a criança sane as difi culdades ortográfi cas.
FIQUE ATENTO
A partir dos estudos da Psicogênese da Língua Escrita consi-
dera-se a evolução da escrita passando pelos níveis a seguir:
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Os inúmeros avanços e contribuições que o estudo da Psicogênese da Língua 
Escrita trouxe aos educadores, permitiu também algumas ideias fossem distorcidas 
e revelando assim, problemas graves que precisam de atenção e cuidado por parte 
do educador.
Outrora não foi incomum ouvir e talvez, esteja ainda presente em alguns 
educadores a ideia equivocada de que para alguns não é necessário sistematizar a 
aprendizagem de palavras porque as crianças aprendem sozinhas cada qual ao seu 
ritmo. É evidente que o papel da escola está justamente neste ponto, de ser um es-
paço de reflexão para que a criança possa evoluir em seus saberes. 
Outra ideia que é necessária completa compreensão é em relação ao domí-
nio da correspondência letra-som. É preciso oportunizar para que a criança tenha 
evolução no processo de escrita, atividades que evidenciem as correspondências de 
grafema-fonema, principalmente, nos dois primeiros anos de alfabetização.
A caligrafia dos alunos, é mais um ponto que merece destaque. Escrever em 
caixa alta facilita no processo de leitura no início da alfabetização, todavia, é neces-
sário que haja evolução nesta forma de escrever. Não há nenhum ganho em manter 
a escrita da letra de imprensa em caixa alta até o terceiro, quarto ano do Ensino 
Fundamental de nove anos. É necessário que haja transição e evolução da letra de 
imprensa em caixa alta para a escrita com letra cursiva, que deve sim ser ensinada 
com o traçado de forma correta, pois, além dela ser escrita com maior velocidade, ela 
implica em uma maior persuasão de seus leitores quando não encontrada dificuldade 
para ler.
Nessa linha de questões que se tornaram polêmicas pelo não entendimento 
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dos educadores, está a ortografi a que para muitos foi associada a atividades tradi-
cionais, com caráter de repressão e humilhação daqueles que cometem desvios. É 
importante dizer, que o trabalho com ortografi a deve ser feito ao longo dos anos es-
colares, levando o aluno a compreender as regularidades e irregularidades da Língua 
Portuguesa de maneira refl exiva.
SAIBA MAIS:
Acesse os links:
Para conhecer a pesquisadora:
Emília Ferreiro, a professora do construtivismo.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=f
OPsB3IUWWg
Este link resume quem é a pesquisadora argentina que mu-
dou o paradigma da alfabetização.
Para conhecer suas ideias:
O ingresso na escrita e nas culturas do escrito.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=w193a
HXmmiw
Em respostas a tantas perguntas, Emília Ferreiro fala da ini-
ciação à leitura e à escrita.
Sugestão de Leitura: Refl exões sobre Alfabetização (FERREI-
RO, E.1993) 
Neste livro, Emília Ferreiro faz uma refl exão sobre alfabetiza-
ção fazendo o leitor repensar a própria prática escolar.
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2.2 CONTRIBUIÇÕES DE MAGDA SOARES
Um dos maiores nomes na área da alfabetização e letramento com ênfase 
em ensino-aprendizagem, Magda Soares, professora emérita da Faculdade de Edu-
cação (FAE) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pesquisadora do 
Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale). Além de ter uma inquestionável 
importância no cenário acadêmico, a especialista atua como consultora da rede mu-
nicipal de educação da cidade mineira de Lagoa Santa, onde desenvolve um trabalho 
ligado à formação de professores da rede pública. 
Magda Soares deixa marcas profundas na educação brasileira. 
Sempre engajada em seu tempo e com visão cosmopolita, vem-se 
incumbindo da elaboração de sínteses fundamentais e proposi-
ções pioneiras de temas e problemas educacionais, com destaque 
para a alfabetização e o ensino de língua portuguesa. Sua atuação 
profissional e sua produção intelectual vêm contribuindo decisiva-
mente para a formação de diferentes gerações de professores e 
pesquisadores brasileiros. (MORTATTI, p.33, 2011)
Com uma vasta publicação na área de alfabetização, as ideias de Magda 
Soares são essenciais para a práticana sala de aula já que a formação inicial não 
prepara as professoras para a grande responsabilidade de alfabetizar. É sempre um 
impacto muito grande fazer alunos de uma sala de aula tornar-se leitores. Para tanto, 
é necessário que os professores invistam em sua formação contínua, pois, a alfabeti-
zação se constitui de faces multifacetadas que para entender o processo é necessá-
rio se apropriar de diferentes conhecimentos e áreas. Para Magda Soares:
Pode-se concluir da discussão a respeito do conceito de alfabeti-
zação, que essa não é uma habilidade, é um conjunto de habilida-
des, o que a caracteriza como um fenômeno de natureza comple-
xa, multifacetado. Essa complexidade e multiplicidade de facetas 
explicam por que o processo de alfabetização tem sido estudado 
por diferentes profissionais, que privilegiam ora estas ora aquelas 
habilidades, segundo a área de conhecimento a que pertencem. 
Resulta daí uma visão fragmentária do processo e, muitas vezes, 
uma aparente incoerência entre as análises e interpretações pro-
postas. Uma teoria coerente da alfabetização exigiria uma articu-
lação e integração dos estudos e pesquisas a respeito de suas 
diferentes facetas. (SOARES, p. 21, 1985).
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Nas pesquisas e estudos da autora, os conceitos de alfabetização e letra-
mento são os pontos centrais, que o professor precisa compreender para garantir o 
desenvolvimento do processo de aprendizagem nas crianças e aquisição da língua 
escrita. Para ela, ao colocar a criança num ambiente de convívio com a escrita que 
possua portadores reais e uma circulação máxima de textos de uso social garante-se 
os princípios adequados para o acesso da criança a leitura e a escrita.
No que diz respeito à alfabetização e ao letramento, cada qual possui suas 
particularidades. A alfabetização no sentido específico, proporciona à criança apren-
der as relações da escrita, torna a criança capaz de ler palavras, escrever palavras, 
ler sentenças e escrever sentenças até chegar a escrever um texto. Tem fundamen-
tos próprios e metodologia próprias que são fundamentos linguísticos, fonológicos e 
cognitivos.
Por outro lado, ao desenvolver na criança as estratégias de leitura e escrita, 
gosto pela leitura, a compreensão de que existem vários gêneros que circulam na 
sociedade, vários portadores que nos rodeiam, são competências que o letramento 
dá conta de realizar.
Ao fazer parte do processo de alfabetizar letrando é necessário garantir que a 
criança compreenda que a escrita é a representação do som, assim como se faz ne-
cessário que ela compreenda também, que a escrita é usada para várias finalidades: 
que ela varia conforme o interlocutor, para quem você escreve, que a leitura possui 
diferentes objetivos, etc. Para alcançar esses objetivos, é necessário pensar nesse 
processo e fazer a aprendizagem de forma sistemática, sequencial, de modo que o 
professor compreenda a necessidade de trabalhar integradamente as duas coisas, 
sem desassociá-la. 
O emprego dos verbos integrar e articular retoma a afirmação an-
terior de que os dois processos – alfabetização e letramento – são, 
no estado atual do conhecimento sobre a aprendizagem inicial da 
língua escrita, indissociáveis, simultâneos e interdependentes [...]. 
Esse alfabetizar letrando, ou letrar alfabetizando, pela integração e 
pela articulação das várias facetas do processo de aprendizagem 
inicial da língua escrita, é, sem dúvida, o caminho para a supe-
ração dos problemas que vimos enfrentando nesta etapa da es-
colarização; descaminhos serão tentativas de voltar a privilegiar 
esta ou aquela faceta, como se fez no passado, como se faz hoje, 
sempre resultando em fracasso, esse reiterado fracasso da escola 
brasileira em dar às crianças acesso efetivo e competente ao mun-
do da escrita. (SOARES, 2004, p. 100) 
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 IMPORTANTE
Constitui-se como objeto de conhecimento para Magda So-
ares, a consideração referente a três desenvolvimentos que 
ocorrem simultaneamente no processo de alfabetização e 
letramento: o desenvolvimento psicogenético, o desenvolvi-
mento da consciência fonológica e o desenvolvimento do co-
nhecimento das letras.
Detalhando esses desenvolvimentos, entende-se que a criança na fase de al-
fabetização perpassa pelo desenvolvimento psicogenético, no qual, ela vai aos pou-
cos descobrindo e se apropriando do que a língua escrita representa socialmente. 
Concomitante a este processo, um aspecto que desenvolve é a descoberta das letras 
que caminha junto ao desenvolvimento da consciência fonológica, que é a criança 
ser capaz de compreender que é o som das palavras que é registrado pelos grafe-
mas. E então, adicionado a essas etapas, a criança aprende sobre o conhecimento 
das letras que é de caráter arbitrário, criado a partir de uma convenção.
Compreender o processo e saber como agir e atuar neste processo é a alter-
nativa adequada para os alfabetizadores atuarem em sala de aula. A psicogênese 
trouxe uma enorme colaboração ao apresentar o estudo das hipóteses silábicas que 
são as fases que as crianças perpassam para aprender a língua escrita.
A contribuição de Emília Ferreiro com a Psicogênese da Escrita se associada 
com os conceitos da Psicologia sociocultural de Vygotsky que traz a ideia da zona de 
desenvolvimento proximal, corrobora na compreensão da necessidade de as crian-
ças frequentarem o ambiente escolar.
As pesquisas da psicogênese da língua escrita mostraram que as crianças 
passam por fases bem defi nidas neste processo de aprendizagem. Isso não signifi ca 
que todos passam por todas as fases de maneira uniforme, o processo é dinâmico, 
ocorrem saltos e as crianças estão sempre em transição exigindo do educador aten-
ção e sensibilidade.
Pois, por meio do estudo das hipóteses silábicas que mapeia o processo pelo 
qual as crianças aprendem a língua escrita nos diz que a distância entre o nível 
de desenvolvimento atual, determinado pela capacidade de resolver um problema 
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sem ajuda, e suas possibilidades, determinado através de resolução de um proble-
ma sob a orientação do professor, basicamente é o caminhar dos alunos entre as 
hipóteses. Cada avanço rumo a alfabetização da criança se justifica por diversas in-
tervenções e orientações do professor capazes de fazê-la refletir, saindo de sua zona 
de conforto e alcançando um novo nível de conhecimento. 
A criança quando na fase pré-silábica não se deu conta ainda que ao escre-
vermos registramos o som das palavras e não significado das palavras. Fazer as 
crianças entenderem isso é permitir que elas deixem a fase icônica, possibilitando 
que a criança inicie o processo de desenvolvimento da consciência fonológica, por 
meio de um trabalho com parlendas, rimas, com enfoque no som.
Já os alunos quando na fase silábica, passam por uma significativa evolução. 
A criança quando silábica sem valor, entende que a consciência é marcada por uma 
letra para cada sílaba, ela percebeu o segmento, mas ainda não percebeu a natureza 
deste segmento.
Além disso, ela precisa entender que essa cadeia sonora que é a palavra é 
segmentável. O mais fácil para a criança num primeiro momento é segmentar em 
sílabas, entender que a palavra pode ser dividida em sílabas. É avançar da consci-
ência silábica (silábico sem valor) para consciência fonêmica (silábico com valor). 
Quando a criança alcança a hipótese de escrita silábica com valor é neces-
sário reformular a forma de trabalhar com essa criança, pois, ela já é capaz de en-
tender a representação silábica das palavras, mas ainda não adquiriu a consciência 
fonética pois, não somos capazes de pronunciar os fonemas. Para que haja evolução 
nesta fase, o aluno precisa ter seus saberes confrontados, questionar a criança so-
bre as diversas possibilidades que se pode escrever ao alternar as letras. Sempre 
comparar o aspecto sonoro ao da língua escritaaumentando sua consciência fono-
lógica. É possível ainda, explorar os saberes da turma dividindo os alunos em duplas 
produtivas, onde os alunos poderão colaborar um com a aprendizagem do outro a 
partir dos saberes que possuem.
Nesta fase ao comparar as possibilidades de escrita e que as trocas de letras 
permitem escrever, possibilita a criança a compreender e adquirir a consciência fo-
nética. Por exemplo, comparar a escrita da palavra boneca com a escrita da palavra 
soneca, faz com que a criança avance na construção do sistema de escrita. A pas-
sagem de uma hipótese da outra é feita com a explicitação da sonoridade da língua 
e da segmentação. 
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Magda Soares destaca a infl uência da psicogênese da língua escrita, cujas 
pesquisas apontam a necessidade de a criança aprender a ler e escrever por meio 
de práticas e materiais reais de leitura e escrita. A especialista defende que alfabeti-
zação e letramento envolvem duas aprendizagens distintas, mas que devem ocorrer 
de forma articulada, o que denomina como alfabetizar letrando.
Segundo Magda Soares, essa ideia também é uma contribuição da Psicogê-
nese, pois, Emília Ferreiro sempre insistiu que a criança aprenda a ler e escrever em 
situações reais de leitura e escrita com materiais próprios de leitura e escrita com uso 
social, isto é letramento. Não se trata apenas de aprender a tecnologia da escrita, 
discute-se como as crianças vão passando pelas etapas psicogenéticas e ao mesmo 
tempo desenvolvendo a consciência fonologia para aprender o sistema de represen-
tação. Sistema esse que serve para alguma coisa. Por isso, não se pode deixar para 
depois. A criança não aprende o sistema para depois estar apta a ler e escrever nos 
usos sociais a leitura e escrita.
FIQUE LIGADO
A defi nição de letramento apresentada por Magda Soares é 
para Emília Ferreiro uma defi nição inadequada. A pensadora 
discorda dessa denominação e para ela a coexistência dos 
dois termos não funciona, pois, letramento e alfabetização 
estão em consonância e ocorrem interligados. Já Magda So-
ares, defende essa terminologia porque para ela a defi nição 
de alfabetização defi ne o aspecto do sistema de escrita. Já o 
letramento engloba os usos da língua escrita.
Embora defi na os dois conceitos em suas particularidades, Magda Soares de-
fende a ideia de que é importante que as duas coisas ocorram de maneira simultânea 
sem desassociação.
Tem-se tentado, ultimamente, atribuir um signifi cado demasiado 
abrangente á alfabetização, considerando-a um processo per-
manente, que se estenderia por toda vida, que não se esgotaria 
na aprendizagem da leitura e da escrita.É verdade que, de certa 
forma, a aprendizagem da língua materna, quer escrita , quer 
oral,é um processo permanente, nunca interrompido. (SOARES, 
p. 15, 2012)
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O processo de alfabetização e letramento ocorre desde a educação infantil, e 
o que cabe a escola fazer é sistematizar um processo que já está acontecendo fora 
da escola. Sistematizar significa introduzir a criança no mundo da escrita de acordo 
com as condições que ela tem no momento, de acordo com sua idade e a fase em 
que está.
A educadora sublinha ainda o papel da literatura infantil e da cultura lúdica no 
processo de letramento da criança. Para ela, o material adequado ao processo de 
alfabetização que dá significado a aprendizagem da criança é o livro literário infantil.
A literatura é importante para o letramento porque ela permite ao aluno conhe-
cer outros textos e gêneros para além dos textos da vida cotidiana e prática, do ir e vir 
nas ruas e para o processo de alfabetização ela também cumpre o seu papel porque 
permite que a criança aprenda a ler de maneira prazerosa, de forma a exercitar muito 
da vida lúdica que ela vivencia.
Há muito tempo que se vincula aprender a ler e escrever a um sacrifício ter-
rível. Todavia, quando a professora desenvolve a consciência fonológica por meio 
de parlendas, ela está trabalhando de forma lúdica para um processo posterior que 
a criança vivenciará. Ler histórias para as crianças acompanhando o dedo mostra 
para criança o sentido da escrita e da leitura, mostra que o texto está no livro e não 
é inventado, além de muitos outros conhecimentos. São práticas inerentes a função 
de professor que em muito colabora no processo de aprendizagem da língua escrita.
Quando a criança inicia a vida escolar na Educação Infantil passa a receber 
informações sobre a escrita, quando brincam com os sons das palavras, na repetição 
dos versos das cantigas, reconhecendo semelhanças e diferenças entre os termos 
de maneira lúdica, manuseiam todo tipo de material escrito, como revistas, gibis, 
livros, etc., momento em que o professor lê textos ou histórias para os alunos e/ou 
escreve os textos que os alunos produzem oralmente dando voz aos mesmos. Essa 
familiaridade com o mundo dos textos proporciona maior interação na sociedade 
letrada, essa familiaridade que proporciona resultados nos anos iniciais do Ensino 
Fundamental, pois, a criança carrega consigo toda essa experiência vivenciada.
Segundo Morais (2012, p. 72) “[...] temos resultados de pesquisa demonstran-
do que o tipo de ensino praticado é um fator determinante para permitir que a maioria 
das crianças que estão no final da educação infantil cheguem ao primeiro ano (do 
ensino fundamental) com mais conhecimentos sobre o SEA”. Nesse sentido, quando 
o emprego de jogos de palavras (que promovem a consciência fonológica) e da re-
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fl exão sobre textos poéticos da tradição oral (quadrinhas, parlendas e cantigas) são 
feitos intencionalmente para propiciar o avanço das hipóteses de escrita, automati-
camente temos crianças que se alfabetizam de maneira rápida e efi ciente de forma 
natural.
A Pedagogia caberia ver conhecer todas as partes do conhecimento para or-
ganizar o ensino de modo a articular essas partes, de modo que o processo com-
plexo que a criança vivencie seja respeitado, desenvolvendo todas as partes destes 
processos.
O professor que não busca avançar dentro de seu conhecimento, que não 
ressignifi ca sua prática, que não é pesquisador e curioso sobre o aprender de seus 
alunos está fadado ao fracasso. Não há formação inicial que dê conta de tantas te-
orias e conhecimentos complexos. Somente a prática de sala de aula somada aos 
conhecimentos teóricos e muita refl exão proporcionará uma educação de qualidade.
SAIBA MAIS:
Conheça a plataforma desenvolvida pelo Cenpec em parceria 
com a professora emérita da Universidade Federal de Minas 
Gerais (UFMG), Magda Becker Soares. Nela, poderá conhecer 
o Projeto Alfaletrar, suas ações e materiais, desenvolvidos 
pela pesquisadora que entende que alfabetização e letramen-
to caminham de mãos dadas. 
Conheça o site:http://alfaletrar.org.br/
Acesse os links:
Alfabetização e letramento Magda Soares: https://www.youtu-
be.com/watch?v=aworj9UvHgk&t=1s
Alfaletrar - Ciclo Básico 1º e 2º anos: alguns procedimentos 
didáticos
https://www.youtube.com/watch?v=1KBDN04m-K8
Alfaletrar – Alfabetização e Letramento: O texto como eixo 
principal
https://www.youtube.com/watch?v=2Gc0kb0ehcU&list=PLfarCW-
FbZ2YbEypoe3g4NTyy8zfIghulw&index=3&t=4s
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RECAPITULANDO
QUESTÕES DE CONCURSOS
Questão 1
Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: SEE-AC Prova: FUNCAB – 2014–SEE – AC – 
Professor de Linguagens.
Segundo Jean Piaget (1970), Lev Semenovich Vygostky (2010) e Emilia Ferreiro 
(2004), a prática de montar os agrupamentos produtivos é muito significativa, pois a 
sala de aula é composta:
a) de forma homogênea.
b) de forma heterogênea.
c) por níveis de aprendizagem.
d) por níveis de conhecimento
e) por meritocracia.
Questão 2
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERH Prova: FUNCAB – 2016–EMSERH – 
Psicopedagogo.
A alfabetização, para Emília Ferreiro (1999), não é um estado ao qual

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