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ESTUDO DIRIGIDO DE PATOLOGIA | ESTHER ANDRADE | TURMA 85 ESTUDO DIRIGIDO – PATOLOGIA HEPÁTICA BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA: 9a edição Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças 9a edição Bogliolo Patologia 1. Descrever as principais características microscópicas da Hepatite Aguda e da Hepatite Crônica. Hepatite aguda: infiltrado inflamatório linfoplasmocitário no espaço NÃO- portal, acomete todo o lóbulo, necrose de hepatócitos com acúmulo de macrófagos e apoptose com linfócitos T adjacentes. Hepatite crônica: infiltrado inflamatório linfoplasmocitário concentrado no espaço portal, fibrose entre o espaço porta e a veia centrolobular, reação ductular e cirrose. 2. Identificar os principais agentes etiológicos relacionados às Hepatites virais e montar uma tabela onde constem o tipo do vírus, forma de transmissão, capacidade de evoluir para cronicidade e aspectos microscópicos característico (quando houver). Tipo HVA HVB HVC HVD HVE Vírus RNA fita simples DNA circular RNA fita simples RNA circular RNA fita simples Trasmissão Oro-fecal Parenteral, contato sexual, perinatal Parenteral Parenteral Oro-fecal Cronicidade Raramente 10%. É um precursor importante para o desenv. de carcinoma hepatocelular 80% 5% (coinfecção ); ≤70% para superinfecç ão Raramente Microscopia x Hepatócitos em vidro fosco (o citoplasma fica liso, sem granulação); Infiltrado linfoplasmoci tário periportal ( na hepatite crônica ) Agregados e folículos linfoides portais; esteatose. x x ESTUDO DIRIGIDO DE PATOLOGIA | ESTHER ANDRADE | TURMA 85 3. Identificar os principais tipos de Hepatites NÃO-infecciosas e montar uma tabela onde constem a etiologia, capacidade de evoluir para cronicidade e aspectos microscópicos próprios de cada tipo. Tipo Hepatite Autoimune Esteato-hepatite alcoólica Esteato-hepatite não alcoólica Etiologia Predisposição genética. Etiologia não conhecida. Consumo de Etanol Diabetes tipo 2, obesidade, resistência à insulina, hipertensão arterial Capacidade de cronificar Sim Sim Sim Aspéctos microscópico s 1-Atividade necroinflamatória grave (hepatite lobular e de interface, necrose confluente ou em ponte, colapso do parênquima) 2-Predomínio de plasmócitos no infiltrado leucocitário (característica mais importante) 3- Rosetas hepatocitárias nas áreas de atividade acentuada 1-Balonização e necrose dos hepatócitos por acúmulo de água e gordura 2- Corpúsculos de Mallory Denk 3- Reação neutrofílica no lóbulo hepático e ao redor dos hepatócitos em degeneração 1- Balonização e acúmulos intracelulares 2- Esteatose (acumulo de gordura) 3- Colestase (acúmulo de bilirrubina) 4. Identificar e explicar os mecanismos de Lesão do tecido hepático. Degeneração dos hepatócitos e acúmulos intracelulares (na tentativa de acabar com o patógeno que está causando a lesão), apoptose (morte 'ativa' programada: encolhimento da célula, picnose (condensação da cromatina), cariorrexe (fragmentação nuclear, corpos acidófilos (ou apoptóticos): fragmentação celular), necrose (tumefação e aglomeração de macrófagos), inflamação (direciona células específicas para atuarem no local que está inflamado), regeneração (redução da fibrose quando há a remissão da doença) e fibrose (a morte dos hepatócitos causam extinção do parênquima e formação de septos fibrosos que terminam em cicatrizes fibrosas hepáticas). 5. Definir as áreas de necrose hepática quanto a sua distribuição. Necrose confluente: Perda zonal em torno da zona 3 do lóbulo (em torno da veia centrolobular). Normalmente o dano é agudo e encontramos macrófagos, restos celulares e reticulina. Necrose em Ponte: Perda da zona que une a veia centrolobular e a tríade portal. Ocorre morte de hepatócitos e o espaço deixado cicatriza causando fibrose. Normalmente o dano é crônico. 6. Identificar e explicar os mecanismos de Reparo do tecido hepático. Regeneração de hepatócitos: Ao sofrerem qualquer tipo de agressão os hepatócitos podem se regenerar ou morrer, levando a fibrose. Morte de hepatócitos contíguos causam extinção do parênquima e formação de septos fibrosos que terminam em cicatrizes fibrosas hepáticas (cirrose). As células estreladas quiescentes presentes no espaço de Disse se diferenciam em miofibroblastos e preenchem com fibras colágenas o espaço vazio deixado pela morte dos hepatócitos. Se a lesão que causa o dano ESTUDO DIRIGIDO DE PATOLOGIA | ESTHER ANDRADE | TURMA 85 hepático for interrompida (por exemplo: eliminação da infecção viral ou interrupção do uso de álcool), a ativação das células estreladas hepáticas também cessa, as cicatrizes condensam, afinam e podem se romper: REGRESSÃO DA LESÃO. Se a agressão ao tecido hepático permanece, a fibrose torna-se difusa e irreversível: PROGRESSÃO E CIRROSE. 7. Descrever o conceito de Cirrose hepática e seus critérios anatomo- patológicos diagnósticos (macro e microscópicos). É o resultado final de anos de agressão ao tecido hepático que é substituído por nódulos regenerativos de um tecido hepático com fibrose ao redor. Macroscopia: Acometimento difuso do fígado com diminuição do seu tamanho e presença de nódulos parenquimatosos difusos. Microscopia: Nódulos parenquimatosos com hepatócitos regenerados cercados por faixas densas de cicatriz e graus variados de derivações vasculares (shunts) e linfócitos com papel destrutivo. 8. Descrever o quadro clínico da Cirrose hepática. Sintomas não específicos como anorexia, perda de peso, fraqueza e insuficiência hepática. Sintomas específicos incluem icterícia crônica com prurido intenso, hiperestrogenismo, eritema palmar por vasodilatação, aranhas vasculares, hipogonadismo, ginecomastia. 9. Descrever as principais consequências e complicações da Cirrose hepática. Insuficiência hepática, levando a um quadro de encefalopatia, ascite e coagulopatia. Hipertensão Portal, é o aumento resistência ao fluxo sanguíneo da veia porta. Formação de neoplasias (carcinoma hepatocelular) por conta do estímulo constante à produção de novas células. 10. Descrever Hipertensão Portal com seus sinais e sintomas clínicos e citar as principais causas. É o aumento da resistência ao fluxo sanguíneo portal causado pela contração dos sinusóides e interrupção do fluxo por cicatrizes e nódulos podendo levar a: Ascite: acúmulo de líquido em excesso na cavidade abdominal. Formação de derivações venosas portossistêmicas (shunts): o aumento da pressão portal causa um fluxo invertido da via porta para a circulação sistêmica causando dilatação de vasos colaterais e formação de novos vasos no reto (hemorróidas), esôfago (varizes esofagianas), ligamento falciforme do fígado e retroperitôneo (cabeça de Medusa). Esplenomegalia congestiva: causa sequestro de leucócitos, hemácias e plaquetas (pancitopenia) Encefalopatia-hepática: devido a diminuição do fluxo portal para o fígado, diminuindo o processo de metabolismo hepático. Causa espectro de alterações na consciência; sinais neurológicos como hiperrreflexia e rigidez; asterixis; alterações neuronais e edema cerebral devido ao nível elevado de amônia. Suas principais causas são pré hepáticas (trombose da veia porta, aumento do fluxo portal...), hepática (cirrose, doença venoclusiva...) e pós hepáticas (trombose da veia hepática, obstrução da membrana da veia cava inferior...). ESTUDO DIRIGIDO DE PATOLOGIA | ESTHER ANDRADE | TURMA 85 11. Definir Insuficiência Hepática Aguda e Crônica e suas principais causas. Insuficiência hepática Aguda: Doença hepática aguda associada com encefalopatia hepática e coagulopatia que ocorre dentro de 26 semanas após lesão hepática inicial,sem uma doença hepática prévia. Principais causas são: Ingestão de acetaminofeno (50 % das IHA), outros medicamentos e toxinas, hepatite autoimune e hepatite aguda por vírus da hepatite A e B. A insuficiência hepática crônica é a patologia causada por injúrias ao tecido hepático por longos períodos. Principais causas são: Hepatite B crônica, hepatite C crônica, doença hepática Alcoólica e doença hepática não-alcoólica. 12. Listar a origem celular das neoplasias primárias do fígado. Originado dos Hepatócitos: Carcinoma hepatocelular (CHC). É o principal e 90% dos casos se desenvolvem em fígados cirrótico e o fator de predisposição seria a inflamação crônica e a regeneração dos hepatócitos. As principais causas são Hepatite B e C crônica, cirrose alcoólica, esteato-hepatite não alcoólica e hemocromatose. O outro tipo de câncer hepático primário mais comum é o colangiocarcinoma, originado de células das vias biliares. 13. Descrever as principais diferenças (sejam macroscópicas ou clínicas) entre neoplasia primária e metastática no fígado. Normalmente as neoplasias primárias do fígado se desenvolvem a partir de nódulos displásicos de alto grau com pequenas células em fígados cirróticos. Podem ser uni ou multifocais. As neoplasias metastáticas são muito mais comuns que as primárias e podem se original de qualquer órgão, principalmente do intestino, mama, pulmão e pâncreas. Elas podem ser com nódulo único, mas tipicamente são nódulos neoplásicos múltiplos. 14. Correlacionar Cirrose hepática e Carcinoma hepatocelular, e principal forma de investigação diagnóstica. Na maioria dos casos, o CHC se desenvolve a partir de fígados cirróticos: nódulos displásicos de alto grau com pequenas células. O fator de predisposição seria a inflamação crônica e a regeneração celular, pois há uma grande atividade mitótica ocorrendo. O aparecimento de uma lesão focal maior que 2 cm num fígado cirrótico deve levantar suspeita de um CHC. A TC de contraste em 3 fases é capaz de revelar um realce na fase arterial (característico do CHC).
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