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Aula 4 - Fisiologia do envelhecimento e sistema locomotor

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Processos do Envelhecimento
Aula 4: Fisiologia do envelhecimento e sistema locomotor
Apresentação
Separar as doenças na velhice dos processos relacionados ao próprio envelhecimento parece ser cada vez mais difícil.
Acredita-se que sejam doenças mais falsas que reais, concorda? Quais seriam as doenças que decorrem do processo
natural do envelhecimento?
Essas perguntas trazem desa�os. Sempre nos vêm à mente a catarata, a aterosclerose, a demência senil, a osteoporose,
dentre outras doenças que nos incapacitam quando envelhecemos.
E o aparelho locomotor? O tecido ósseo? As cartilagens das articulações? Os músculos? Precisamos de todos esses
mecanismos para nossas atividades diárias.
As mudanças no sistema ósseo, nas articulações e na força física durante todo o envelhecimento são basicamente
mudanças mais quantitativas que qualitativas. Pequenos declínios gradativos de força ocorrem até aproximadamente os
60 anos, quando, então, ocorre um declínio mais acentuado.
Objetivos
Identi�car o envelhecimento do aparelho locomotor e suas consequências para o indivíduo;
Relacionar as atividades cotidianas e as disfunções acometedoras de sua independência;
Valorizar a manutenção da força e resistência muscular para a preservação das atividades laborais e sociais.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Autonomia e independência na Terceira Idade
Diferenciamos as Atividades de Vida Diária (AVDs) das Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs), e ambas:
"[...] representam as habilidades que as pessoas geralmente precisam ter para viver como
adultos independentes. As AVDs são tarefas básicas de autocuidado, parecidas com as
habilidades que aprendemos na infância."
- SOCIEDADE BRASILEIRA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA, 2015
Podemos citar como exemplo locomover-se e transferir-se da cama para cadeira de rodas, alimentar-se, fazer uso do banheiro,
escolher sua roupa, arrumar-se e cuidar da higiene pessoal, dentre outras atividades. Essas atividades “são geralmente
mencionadas por pro�ssionais de geriatria e gerontologia” (SOCIEDADE BRASILEIRA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA, 2015).
"As atividades instrumentais de vida diária (AIVDs) são um pouco mais complexas e
necessárias para se viver de maneira independente."
- SOCIEDADE BRASILEIRA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA, 2015
Se olharmos para nosso desenvolvimento, essas atividades são:
"[...] aprendidas durante a adolescência. Incluem gerenciar as finanças, lidar com
transporte (dirigir ou utilizar o transporte público), fazer compras, preparar suas
refeições, fazer usos de meios de comunicação, gerenciar medicações e manter as tarefas
domésticas e da casa."
- SOCIEDADE BRASILEIRA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA, 2015
Para todas essas atividades temos que ter saúde funcional, psicológica e social. Isto está relacionado à autonomia, que é a
capacidade de decisão, de comando; e de independência, como a capacidade de realizar algo com seus próprios meios. Vários
signi�cados são encontrados na literatura, além dos dois citados, os quais podem tornar mais fácil a compreensão e
importância do tema.
Autonomia é o estado de ser capaz de estabelecer e seguir as próprias regras e, para um idoso, ela é mais útil que a
independência como um objetivo global, pois pode ser restaurada por completo, mesmo quando o indivíduo continua
dependente.
Assim, uma senhora que, após fratura de fêmur �cou restrita à uma cadeira de rodas, poderá exercer sua autonomia, apesar de
não ser totalmente independente. Compreendeu?
Independência e dependência são conceitos ou estados que só podem existir em relação à alguma outra coisa. Na mesma
pessoa é possível identi�car, por exemplo, independência �nanceira e dependência física, ou afetiva.
O que se busca para um idoso é manter ou obter a manutenção da autonomia e o máximo de independência possível. Em
última análise, a qualidade de vida. Isso só pode ser conseguido com desempenho físico, psíquico (cognitivo e afetivo) e social
(FREITAS; PY, 2016).
Focando na saúde e independência física funcional, níveis moderados de força são necessários para um número
surpreendente de atividades cotidianas e instrumentais. Levantar de uma cadeira, caminhar, subir escadas, ir ao mercado e
trazer suas compras para casa requer força e resistência muscular, além de movimentos nas articulações e ossos sadios.
Um dos primeiros sinais da velhice é a menor capacidade de trabalho. Essa
menor capacidade afeta a capacidade laboral, a adaptabilidade ao ambiente
e a atividade motora (ROSSI; SADER, 2002).
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
O tecido ósseo
Como sabemos, o tecido ósseo é um sistema orgânico em remodelagem contínua. É resultado dos processos de formação
pelos osteoblastos e reabsorção pelos osteoclastos. Nos primeiros 20 anos de vida, prevalece a formação óssea e o aumento
gradativo de sua massa. Após a soldadura das epífises ósseas, normalmente ao �nal do crescimento, ainda prevalece a
formação óssea, mas em menor ritmo. Geralmente, o homem apresenta maior massa óssea aos 35 anos.
A partir daí, praticamente estabiliza-se a taxa de formação. E a reabsorção aumenta. Analisando o processo, veri�ca-se que há
a ocorrência de perda óssea progressiva e absoluta: É a osteopenia fisiológica ― quando a massa óssea é de 10 a 25% menor
que a considerada normal.
Quando a perda de massa óssea é maior, tem-se o diagnóstico clínico de osteoporose.
"A osteoporose é uma doença sistêmica. Ela resulta em reduzida massa óssea e
deterioração da microarquitetura do tecido ósseo. Leva, com isso, à fragilidade mecânica
e, consequente, há maior predisposição a fraturas com trauma mínimo. Atinge a todos,
com especial atenção e predomínio em mulheres após a menopausa. Atualmente, é
considerada uma questão de saúde pública mundial. Isso devido a sua alta prevalência e,
também, a seus efeitos devastadores na saúde física e psicossocial. Leva a grandes
prejuízos financeiros. Causa invalidez pelas deformidades e incapacidades dos indivíduos
afetados."
- CARVALHO; FONSECA; PEDROSA, 2004
Habitualmente, essa mudança das estruturas ósseas é observada em exames radiológicos ou, mais especi�camente, com o
exame de densitometria óssea. Esta manifestação é uma evidência clara de que o osso está mais fraco ou �no.
Por isso é fundamental que haja um correto diagnóstico e acompanhamento pro�ssional da área de saúde, especialmente em
pacientes idosos, pois as fraturas são mais recorrentes. Com a idade, é mais difícil recalci�car o osso fraturado.
Se analisarmos sob o ponto de vista de saúde:
"[...] há um demorado tratamento das fraturas decorrentes da enfermidade, que gera um
gasto com saúde elevado. As fraturas de quadril reduzem o tempo de vida em 36% para
homens e 21% para mulheres. A morte ocorre, na grande maioria, nos primeiros seis
meses depois da fratura de colo do fêmur. Em pacientes com desordens psiquiátricas, a
taxa de mortalidade chega a 50% após a fratura. [...] 
No Brasil, a população propensa a desenvolver osteoporose aumentou de 7,5 milhões
em 1980 para 15 milhões no ano 2000. Chega a acometer 35% a 52% das mulheres com
mais de cinquenta anos e uma proporção de 19% a 39% dos homens. Vinte entre cada
cem mulheres são portadoras de doenças osteoporóticas, com 4 milhões e 400 mil casos.
O gasto financeiro gira em torno de mais de 1 bilhão e 300 milhões de reais/ano. 
A etiologia da perda de massa óssea é complexa, multifatorial, inclui hereditariedade,
etnia, idade avançada, sexo feminino, baixo peso corporal, deficiência hormonal,
excessivo consumo de álcool, inatividade física, tabagismo, e fatores nutricionais."
- CARVALHO; FONSECA; PEDROSA, 2004
As mulheres com 45 anos ou mais tornam-se mais expostas à osteopenia por causa da alteração hormonal na menopausa
devido à baixa de produção do hormônio estrógeno. Esse hormônio protege os ossos e, se diminui, pode provocar osteopenia.
A osteoporose, que é uma etapa mais avançada, acontece mais cedo em mulheres do que nos homens (WEINECK, 1991). Mas
também é provávelque fatores extrínsecos, como dieta pobre em cálcio e falta de exercícios físicos, ajam em conjunto para
in�uenciar a perda óssea (HAYWOOD; GETCHELL, 2004).
Saiba mais
A prevenção é possível com alimentação adequada, prática de exercícios físicos e exposição ao sol. Assim, com essas atitudes,
obtemos a vitamina D (considerada um hormônio). Além de uma boa alimentação, por meio da produção endógena da pele
quando exposta ao sol, conseguimos nos precaver da osteoporose.
Vale salientar que:
"Um programa de educação em osteoporose contribui para o aumento do nível de
conhecimento, atenção e cuidados com a saúde óssea dos idosos. Há necessidade de
programas dessa natureza, pois a educação é um dos meios para vencer os desafios
impostos aos idosos. 
Na verdade, a educação possibilita aprendizado de novos conhecimentos e
oportunidades em busca do seu bem-estar físico e emocional, gerando qualidade de
vida. Os programas educacionais para idosos vêm procurando atender a essas
necessidades. Trabalham com diversos procedimentos pedagógicos, e com isso
despertam a consciência crítica para a busca de um envelhecer melhor e com mais
saúde. 
Esse processo de aprendizagem não ocorre somente com estratégias formais de
ensino/aprendizagem. Ele pode estar presente em todos os espaços sociais de
convivência de idosos ― casas de convivência, grupos de apoio."
- CARVALHO; FONSECA; PEDROSA, 2004
É importante pensar nesses espaços para trabalhar com os idosos. Cada um deles deve ser sempre um “ambiente acolhedor e
facilitador”. Isso possibilita desenvolver junto aos idosos “o autocuidado, para que possam adquirir novos comportamentos que
conduzam à saúde” (CARVALHO; FONSECA; PEDROSA, 2004).
Como vemos, a prevenção é fundamental! Há muitos fatores que contribuem para evitarmos essa resposta durante o processo
de envelhecimento. Entre esses fatores estão:
Menor mobilidade.
Uso de vários agasalhos com menor exposição voluntária
ao sol.
Maior tempo em espaços internos.



Observa-se que há:
"[...] um grande desconhecimento da população a respeito da osteoporose e dos
cuidados que se deve ter para melhorar e controlar a progressão da perda da massa
óssea. A pouca informação sobre a doença mostra a dificuldade na prática de saúde de
se estabelecer uma melhor forma de controle e tratamento."
- CARVALHO; FONSECA; PEDROSA, 2004
Na fase anterior aos 50 anos, ocorre perda óssea nos ossos trabeculares . Após os 50 anos, a perda ocorre principalmente
nos ossos corticais (ROSSI; SADER, 2002).
Como já vimos na aula 2, os discos vertebrais dos idosos,
na maioria das vezes, perdem água (importante para
absorção de choques), tornando-se mais �brosos. Essas
mudanças somadas a alterações de densidade mineral
óssea (osteopenia – osteoporose) nas vértebras ocasionam
a compressão dos discos, que, por sua vez, in�uencia na
redução da coluna vertebral, causando a subsequente perda
de altura (GALLAHUE; OZMUN, 2005).
A perda da capacidade de reter água pelo organismo,
associada a outros fatores devido ao envelhecimento, causa
alterações degenerativas articulares, já que a cartilagem
tem menor capacidade de absorver o impacto.
 Cartilagem óssea do joelho e osteoartrose no joelho. (Fonte: Carlosfranciozi.com
<//carlosfranciozi.com/site/wp-content/uploads/2017/02/Entenda-o-que-é-a-artrose01-
1024x843.jpg> ).
https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0373/aula4.html
https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0373/aula4.html
https://carlosfranciozi.com/site/wp-content/uploads/2017/02/Entenda-o-que-%C3%A9-a-artrose01-1024x843.jpg
A cartilagem é uma forma de tecido conjuntivo mais rígido que se adere às superfícies articulares dos ossos, mas também é
encontrada na orelha e na ponta do nariz. O tecido serve para revestir superfícies articulares (Figura 2). Ele protege, organiza a
forma e sustenta algumas partes do corpo. Tem menor rigidez que os ossos e também serve para prevenir o atrito entre eles
quando nos movimentamos.
Estudos comprovam o efeito do envelhecimento sobre a cartilagem, o que explica, em parte, a associação entre idade e
osteoartrite (OA). Envelhecimento e degeneração da cartilagem na osteoartrite são processos diferentes, como já evidenciado
cienti�camente.
Modi�cações também são evidentes, com o envelhecimento, no sistema muscular. O sistema musculoesquelético, quando
visto em proporção corporal, é a maior massa tecidual do corpo humano. Com o envelhecimento, a massa muscular vai
diminuindo de forma lenta e gradativa. Esse tecido é substituído por colágeno e gordura.
Então, faz-se notável a perda de massa muscular e elasticidade dos tendões e ligamentos (tecidos conectivos) e da
viscosidade dos �uidos sinoviais (DE VITTA, 2000). Já é comprovado um declínio de massa muscular iniciada por volta da
quinta década de vida (JANSSEN et al., 2000).
Depois dos 30 anos, ocorre uma redução na secção transversal do músculo, com maior conteúdo gorduroso intramuscular e
colágeno. Essas alterações na musculatura (atro�a) são detectadas mediante perdas gradativas e seletivas das �bras
musculares. Ela diminui aproximadamente 50% (dos 20 aos 90 anos) ou 40% (dos 30 aos 80 anos) (FECHINE; TROMPIERI,
2012).
E essa perda de tecido muscular resulta numa diminuição de força
muscular e há um declínio até por volta dos 70 anos (GALLAHUE;
OZMUN, 2005). O declínio da massa muscular com o envelhecimento
leva a uma perda progressiva da força e da resistência aeróbia no
idoso (SHEPARD, 2003), levando à cansaço e dores musculares
observadas em pequenos esforços.
Já é comprovado cienti�camente que esse declínio funcional está diretamente relacionado com a diminuição da força
muscular junto ao envelhecimento. Observou-se que a força do quadríceps ― músculo anterior da coxa ― aumenta
progressivamente até os 30 anos, começa a declinar após os 50 e diminui acentuadamente após os 70. Isso di�culta subida de
escadas e desaceleração da marcha em descidas íngremes.
 Sarcopenia
 Clique no botão acima.
Esse declínio muscular com a idade é denominado sarcopenia. É um termo que demonstra o complexo processo do
envelhecimento muscular, que está relacionado a reduções da massa, da força e da velocidade na contração
musculares.
O grau de sarcopenia não é o mesmo para diferentes músculos. Ele varia muito quanto ao local e entre os indivíduos. É
imprescindível para a ortostase ― �car e manter-se de pé, ou seja, o equilíbrio ― e a marcha dos idosos. O declínio
muscular nos membros inferiores é sempre maior do que nos superiores.
Após os 60 anos, estima-se que a sarcopenia prevaleça 30% junto aos indivíduos sadios. Ela aumenta muito com o
envelhecimento. A partir dos 75 anos, seu grau indica a chance de sobrevivência do indivíduo.
Se formos observar a postura dos idosos, veri�camos que há alterações posturais importantes junto ao
envelhecimento. Entre elas, podemos citar:
A anteriorização da cabeça com o aumento da cifose torácica.
A redução da lordose lombar com o desenvolvimento de �exão nos quadris.
A �exão de cotovelos.
A diminuição do balanceio dos braços que interferem consideravelmente na marcha humana.
Isso possibilita maior perda de equilíbrio. O padrão da marcha do idoso é muito diferente do adulto. Como alterações,
podemos citar:
Menor comprimento dos passos.
Menor extensão de ambos os joelhos.
Menor força na flexão plantar dos tornozelos, o que facilita os tropeços, com baixa velocidade dos passos.
 Alterações na postura do idoso na marcha. (Fonte: brainmind).
Importante salientar que há relação entre a força muscular e a velocidade de marcha em ambos os sexos e isso pode ser um
fator de risco para quedas. A velocidade de marcha correlaciona-se com a capacidade funcional e equilíbrio. Tem o potencial
para prever o estado de saúde futuro, e o declínio funcional, incluindo internação, alta e mortalidade. É um fator discriminante
na determinação do potencial para recuperação funcional e auxilia na previsão de quedas.
Caminhar é uma atividade funcional complexa. Suas variáveis incluem:
Atenção! Aqui existe uma videoaula,acesso pelo conteúdo online

o estado de saúde do indivíduo;

o controle motor;

desempenho muscular e condição musculoesquelética;

função sensorial e perceptiva;

resistência e nível de atividade habitual;

estado cognitivo;

motivação e saúde mental;

características do ambiente em que a pessoa caminha.
A velocidade de marcha é facilmente mensurável. Veremos
isso em uma aula futura –– que apresentará algumas
escalas de avaliação do idoso.
A musculatura esquelética do idoso produz menos força.
Com isso, todas as suas funções mecânicas e funcionais
são mais lentas. A redução da força muscular em toda a
cintura pélvica e, principalmente, nos extensores dos
quadris, causa maior di�culdade para processos como
impulsão e o simples ato de levantar-se de uma cadeira. A
impulsão para levantar-se de uma cadeira e iniciar a marcha
é fundamental para a marcha, propriamente dita. Já a
redução da força da mão e do tríceps di�culta a utilização
de bengalas ou muletas para locomoção.
 Fases de la marcha humana. (Fonte: Elsevier.es).
Vale salientar que idosos longevos e fragilizados têm menor musculatura esquelética, fruto do desuso, doenças, subnutrição e
efeitos acumulativos da idade que interfere em todo esse processo. Além disso, alterações na força muscular podem afetar os
grupos musculares que auxiliam a respiração, in�uenciando a função pulmonar e oxigenação dos tecidos, já discutida na aula
3.
Uma das descobertas mais evidentes na literatura sobre força,
exercício e envelhecimento é que o desuso o acelera. De fato, a maior
parte do declínio observado na força e na resistência muscular, pelo
menos até os 70 anos, deve-se mais ao desuso do sistema
neuromuscular do que ao envelhecimento propriamente dito.
Evidencia-se aí uma necessidade de se traçar estratégias para a prevenção e preservação da massa muscular junto ao
envelhecimento. A atro�a muscular, além de ser uma característica do envelhecimento, está ligada à inatividade física. Já é
comprovado que os idosos que não fazem exercício físico apresentam maior percentagem de gordura e menor teor de massa
muscular quando comparados aos idosos que pratica atividade física regularmente (FECHINE; TROMPIERI, 2012).
Assim, a prática de exercícios diários previne as fraquezas funcionais musculares que são observadas com a idade. Por
exemplo, os exercícios aeróbicos melhoram a capacidade funcional e reduzem o risco de desenvolver o diabetes tipo 2 e a
hipertensão na velhice.
Já os exercícios de resistência muscular, como a musculação, fortalecem e aumentam a massa muscular no idoso, prevenindo
quedas e até mesmo revertendo um quadro de síndrome de fragilidade física ― síndrome da imobilidade ― comum nos mais
idosos.
Clique nos botões para ver as informações.
Os exercícios aeróbicos trabalham uma grande quantidade de músculos de forma rítmica. Eles usam o oxigênio no
processo de geração de energia dos músculos, e também para queimar gordura e glicose que produzem adenosina
trifosfato, responsável por transportar energia para as células.
São feitos em um determinado nível de intensidade, por um período contínuo, e estimulam a função dos sistemas
cardiorrespiratório, vascular e o metabolismo. São exemplos de exercícios aeróbicos: a caminhada, o ciclismo, a natação,
a corrida.
Os adultos que praticam regularmente exercícios aeróbicos podem manter uma capacidade funcional superior por muitos
anos, uma conquista que os permite continuar a trabalhar, se assim o desejarem, e a manter sua independência.
Exercícios aeróbicos 
Já os exercícios de força e resistência muscular – exercícios anaeróbicos – permite aos indivíduos manter maiores níveis
de força durante muitos anos. Um programa de treinamento de força muscular é particularmente importante para a
prevenção da perda de massa muscular. Embora mesmo um treinamento de exercícios de força diário não consiga adiar
inde�nidamente a deteriorização da massa muscular (SPIRDUSO, 2005).
Exercícios de força e resistência muscular 
Comentário
O treinamento de força associado a exercício aeróbio pode prevenir o declínio relacionado à idade tanto nas �bras de contração
rápida quanto de contração lenta. O número de �bras musculares não aumenta com programas normais de treinamento de força,
porém o tamanho das �bras musculares ativas aumenta em ambos os sexos.
O treinamento muscular frequente tem também efeitos bené�cos sobre os neurônios que inervam o músculo ativo. As �bras
neurais atro�am quando seu músculo alvo não é usado.
Além disso, a atividade física e os exercícios apropriados podem ser utilizados para manter a força nos músculos que
sustentam a coluna vertebral e o tórax nesses idosos debilitados (GALLAHUE; OZMUN, 2005). Exercício é tudo!
 Atividade
1. Leia, abaixo, as a�rmativas sobre osteoporose com atenção:
I. Osteoporose é uma doença metabólica, sistêmica, que acomete os ossos.
II. A prevalência da osteoporose, acompanhada da morbidade e mortalidade de suas fraturas, diminui a cada ano.
III. Punho, região proximal do úmero, região do fêmur e coluna são as áreas que mais acometidas por fragilidade óssea em
pacientes acima de 65 anos.
IV. Estima-se que a proporção da osteoporose para homens e mulheres seja de seis mulheres para um homem a partir dos
50 anos e duas para um acima de 60 anos.
Podemos a�rmar que estão corretas:
a) I e III
b) I e II
c) I e IV
d) I, II e III
e) I, III e IV
2. Apresente três considerações sobre a presença da osteoporose no idoso, quanto à sexo, diagnóstico, fatores de risco e
prevenção.
3. Cite os efeitos dos exercícios aeróbicos e anaeróbicos sobre o envelhecimento do aparelho locomotor.
Notas
Ossos trabeculares
O osso trabecular (esponjoso) é encontrado na porção interna dos ossos longos, corpos vertebrais e pelve. É mais ativo
metabolicamente que o cortical e fornece suprimento inicial nos estados de de�ciência mineral, sendo perdido mais
rapidamente na osteoporose que o osso cortical.
Ossos corticais
O osso cortical é denso e compacto e compõe cerca de 80% da parte externa de todas as estruturas esqueléticas, e sua
principal função é fornecer força mecânica e proteção, embora também possa participar de respostas metabólicas quando
ocorre um dé�cit mineral severo e/ou prolongado. Desta maneira, veri�ca-se que, com o envelhecimento, a atro�a óssea não
ocorre homogeneamente (ROSSI; SADER, 2002).
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da
pessoa idosa. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.  
CARVALHO, C. M. R. G.; FONSECA, C. C. C. F.; PEDROSA, J. I. Educação para a saúde em osteoporose com idosos de um
programa universitário: repercussões. In: Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(3):719-726, mai-jun, 2004.  
DE VITTA, A. Atividade física e bem-estar na velhice. In: A. L. Neri e S. A. Freire. (orgs.) E por falar em boa velhice. Campinas, SP:
Papirus, p. 25-38, 2000.  
FECHINE, B. R. A.; TROMPIERI, N. O processo de envelhecimento: as principais alterações que acontecem com o idoso com o
passar dos anos. In: Revista Cientí�ca InterSciense Place, ed. 20, v. 1, art. 7, jan-mar., 2012. Disponível em: . Acesso em: jun.
2019.  
FREITAS, E. V.; PY, L. Tratado de geriatria e gerontologia. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.  
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3 ed. São
Paulo: Phorte, 2005.  
HAYWOOD, K. M.; GETCHELL, N. Desenvolvimento motor ao longo da vida. Porto Alegre: Artmed, 2004.  
JANSSEN, I. et al. Skeletal muscle mass and distribution in 468 men and women aged 18-88 years. In: Journal of Applied
Psysiology, v. 89, n.1, p.81-88, 2000.  
KENDALL, F. P. et al. Músculos: provas e funções com postura e dor. 4. ed. Barueri (SP): Manole, 2007.
PAPALÉO NETTO, M. Tratado de gerontologia. São Paulo: Atheneu, 2007.
REEVES, N.D.; MAGANARIS, C. N.; NARICI, M. V. Strength training alters the visco elastic properties of tendons in the elderly
humans. In: MuscleNerve, v. 28, p. 74-81, 2003.
ROSSI, E. E; SADER, C. S. Envelhecimento do sistema osteoarticular.In: FREITAS, E. V. et al, Tratado de geriatria e gerontologia.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 508-514, 2002.
SHEPHARD, R. J. Envelhecimento, atividade física e saúde. São Paulo: Phorte, 2003.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA. Atividades da Vida Diárias – o que são? São Paulo: SBGG, 2015.
SPIRDUSO, Waneen. Dimensões físicas do envelhecimento. Barueri (SP): Manole, 2005.
SPIRDUSO, W. W.; CRONIN, D. L. Exercise dose-response effects on quality of life and independent living in older adults. In:
Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 33, n. 6, p. 598-608, 2001.
WEINECK, J. Idade e esporte. In: WEINECK, J. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, parte VI, 1991, p. 320-351.
Próxima aula
Quedas;
Fatores de riso para quedas;
Importância da prevenção de quedas para o idoso.
Explore mais
Leia a matéria e assista à reportagem intitulada Prevenção da osteoporose é feita com alimentação, exercícios e sol
<//g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/12/prevencao-da-osteoporose-e-feita-com-alimentacao-exercicios-e-sol.html> .
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/12/prevencao-da-osteoporose-e-feita-com-alimentacao-exercicios-e-sol.html

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