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semiologia do idoso

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FPM III JULIANA 
1 
 
SEMIOLOGIA DO IDOSO 
EPIDEMIOLOGIA 
Envelhecimento populacional: um dos grandes desa-
fios a ser enfrentado nas próximas décadas. 
Transição demográfica: redução da mortalidade; au-
mento da expectativa de vida; diminuição das taxas de 
natalidade (pirâmide invertida). 
Transição epidemiológica: diminuição das doenças 
transmissíveis (infecciosas – antigamente, eram as res-
ponsáveis por grande parte das mortes numa socie-
dade); aumento das doenças não transmissíveis e cau-
sas externas (mortes violentas, homicídio, entre ou-
tros); aumento do risco de incapacidade. 
CONCEITOS 
Envelhecimento: processo dinâmico e progressivo, no 
qual há modificações morfológicas, funcionais, bioquí-
micas e psicológicas, as quais determinam perda da ca-
pacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, 
ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência 
de processos patológicos que terminam em levá-lo a 
morte. Inicia-se com a concepção e termina com a 
morte. 
Fenótipo: resultado de fenômenos intrínsecos ao orga-
nismo associados a fatores ambientais, estilo de vida, 
condições nutricionais e ocorrência de doenças. 
Idoso: de acordo com a OMS → a partir de 65 anos para 
países desenvolvidos e a partir de 60 anos para países 
em desenvolvimento, como o Brasil. Divididos em três 
grupos: 
1. Idosos jovens: 65 a 74 anos. 
2. Idosos velhos: 75 a 84 anos. 
3. Muito idosos: 85 anos ou mais – 80 anos ou mais 
em países em desenvolvimento. 
Senescência ou senectude: envelhecimento normal. 
Senilidade: causada por doenças que podem acometer 
os idosos (envelhecimento patológico). 
FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO 
Modificações sistêmicas 
Composição corporal: percentual de gordura corporal 
tende a aumentar, enquanto o de massa magra tende 
a cair; quantia de massa óssea diminui, assim como a 
água intracelular (desidratação natural – o que intensi-
fica a desidratação patológica nos idosos). Água extra-
celular tende a se manter. 
Observação: muitos medicamentos são lipossolúveis 
(depositados na gordura corporal), logo, demoram 
mais a serem metabolizados em organismos com maior 
gordura corporal. Medicamentos hidrossolúveis tam-
bém são melhores absorvidos em organismos jovens 
(relação com a farmacologia aplicada). 
 
Geral: 
1. Tecido subcutâneo diminui nos membros e au-
menta no tronco. 
2. Aumento dos diâmetros da caixa torácica e do crâ-
nio. 
3. A partir dos 40 anos: estatura diminui 1cm por dé-
cada; aumento das curvaturas da coluna vertebral, 
achatamento dos arcos dos pés e dos discos inter-
vertebrais. 
4. Albumina sérica diminui. 
5. Taxa do metabolismo basal diminui 10 a 20%. 
6. Modificações no sistema de regulação da tempera-
tura corporal – febre geralmente não ocorre, maior 
risco de hipotermia e hipertermia. 
7. Baixa imunidade celular – maior risco de infecções 
e neoplasias 
8. Maior predisposição a formação de auto anticor-
pos. 
Pele, subcutâneo e fâneros: envelhecimento x exposi-
ção a raios solares. 
Fotoenvelhecimento: alterações do colágeno e fibras 
elásticas – baixa espessura e elasticidade da epiderme 
e derme; menor espessura do tecido subcutâneo; 
maior flacidez, formando grandes pregas nos braços, 
coxas e abdome; menor quantidade e atividade das 
glândulas sudoríparas e sebáceas (pele mais rugosa e 
seca); diminuição de melanócitos – manchas hiper crô-
micas, planas e lisas (face e dorso das mãos) – mela-
nose senil. 
Fâneros: 
1. Homens: diminuição de pelos no corpo – exceção: 
nariz, sobrancelhas e orelhas; 
2. Mulheres: diminuição de pelos nas axilas, pernas e 
púbis; aumento no lábio superior e orelhas; 
FPM III JULIANA 
2 
 
3. Canície: medula dos cabelos se enche de ar e o cór-
tex perde o pigmento (cabelo branco); 
4. Calvície: diminuição da quantidade de bulbos capi-
lares; 
5. Unhas crescem mais lentamente e tornam-se es-
pessas e curvas (onicogrifose). 
Sistema osteoarticular e muscular: 
Ossos: diminuição da massa óssea (homens a partir de 
60 anos; mulheres pós menopausa); sinostose dos os-
sos do crânio; desgaste de ossos maxilar e mandíbula; 
caixa torácica perde elasticidade e mobilidade; acen-
tuam-se as curvas da coluna vertebral. 
Músculos: sarcopenia – perda de 1-2% da massa mus-
cular ao ano a partir de 60 anos – aumenta risco de 
quedas, declínio funcional, redução da mobilidade, in-
capacidade e dependência. 
Sistema nervoso: perda neuronal – peso e volume do 
cérebro diminuem; acúmulo de lipofuscina (pigmento), 
substância beta-amilóide na parede dos vasos e forma-
ção de algumas placas senis em determinadas regiões, 
como hipocampo (excesso – Alzheimer); funções men-
tais preservadas até o final da vida; memória para fatos 
recentes e capacidade de reter novas informações po-
dem diminuir com a idade, mas sem causar perda fun-
cional; neurotransmissores diminuem (acetilcolina e 
dopamina), mas sem causar disfunção; velocidade de 
condução nervosa diminui – diminuição dos reflexos 
tendinosos profundos, principalmente patelar e aqui-
leu; sono – redução do tempo total do sono – diminui-
ção da duração e frequência da fase 4 do sono não REM 
– aumentam os despertares noturnos. 
Sentidos especiais: 
Audição: pavilhão auricular aumentam com a idade, 
principalmente os lóbulos; articulações entre martelo, 
bigorna e estribo calcificam-se. Audição diminui com a 
idade, principalmente para sons agudos – presbiacusia 
– pode ser necessário prótese auditiva. 
Visão: hiperpigmentação edema de pálpebra inferior; 
ptose palpebral superior por perda muscular; opacifi-
cação do cristalino – catarata; presbiopia; depósitos de 
lipofuscina na retina; diminuição do humor vítreo; de-
generação macular senil. 
Olfato: diminuição dos receptores olfatórios e do ol-
fato. 
Paladar: atrofia das papilas gustativas; diminuição do 
paladar, principalmente alimentos salgados. 
 
Sistema cardiovascular: artérias tornam-se enrijecidas 
e tortuosas – aumento do colágeno, diminuição de fi-
bras elásticas e depósitos de cálcio; dilatação da porção 
proximal da aorta; miocárdio – depósito de lipofuscina 
e substância amilóide, acúmulo de gordura, fibrose e 
calcificação; pericárdio e endocárdio – espessamento; 
valvas – degeneração com espessamento, fibrose e cal-
cificação – principalmente aórtica e mitral. Redução da 
quantidade de células do nó sinusal e atrioventricular – 
arritmias (doença do nó sinusal). Aumento da PA sistó-
lica – aumento do risco de doença cerebrovascular. 
Sistema respiratório: enrijecimento e calcificações das 
cartilagens traqueais e brônquicas; diminuição da elas-
ticidade dos bronquíolos e pulmões; dilatação de al-
guns alvéolos com formação de cistos por ruptura de 
septos interalveolares; aumento do volume residual 
(VR); capacidade pulmonar total mantida (CPT); capa-
cidade vital diminui. Pressão parcial de oxigênio arte-
rial diminui (PO2). Pressão parcial de CO2 mantida. Me-
canismos de limpeza brônquica – velocidade de bati-
mento ciliar, produção de muco e eficácia da tosse – 
sofrem alterações – aumento do risco de infecções. 
Sistema digestório: perda de dentes – má higiene e do-
ença periodontal; reabsorção óssea e deslocamento da 
Mandíbula; mucosa oral perde a elasticidade e resis-
tência – mais vulnerabilidade a traumas e infecções; 
glossodínia é comum (sem causa aparente); diminuição 
das células secretoras das glândulas digestivas – saliva-
res, mucosa gástrica, pâncreas, bile; atrofia da túnica 
muscular de todo o tubo digestivo – diminuição da mo-
tilidade, formação de divertículos (hérnia fisiológica); 
parte distal do esôfago – substituição do epitélio esca-
moso por epitélio colunar; atrofia das microvilosidades 
intestinais; depósitos de lipofuscina e diminuição dos 
hepatócitos. 
Sistema urinário: redução do tamanho e peso dos rins; 
a partir da quarta década de vida, o fluxo plasmático 
renal e a filtração glomerular diminuem 10% por dé-
cada –diminuição da CICr 8 a 10 ml/min/1,73 m2. Al-
terações tubulares renais somadas à diminuição da ca-
pacidade de concentração e diluição da urina em con-
dições de sobrecarga e restrição hídricas aumentam a 
chance de hipernatremia, hiponatremia e desidratação 
e diminuem a capacidade de excretar ácidos. Excreção 
de potássio diminui – diminuição da secreção de renina 
e redução da filtração glomerular. Complacência da be-
xiga diminui – aumento do volume residual. Hipertrofia 
prostática comum. 
FPM III JULIANA 
3 
 
 
Sistema endócrino: atrofia da tireoide, hipófise, para-
tireoides e suprarrenais sem diminuição da função. 
Tendência a formação de nódulos na tireoide. Atrofia 
acentuada do timo. Involução e calcificação da glân-
dula pineal – diminuição da secreção de melatonina. 
Diminuição progressiva da produção de testosterona e 
interrupção da produção de estrogênio – aumento de 
FSH/LH. Resistência à insulina e diminuição da tolerân-
cia a glicose – dificulta diagnóstico de diabetes. Redu-
ção de 50% da secreção do hormônio de crescimento e 
resposta a estímulos. Redução do sulfato de desidroe-
piandrosterona (DHEA) – consequências não compre-
endidas e não indicado o uso, apenas como coadju-
vante da insuficiência adrenal clínica e laboratorial-
mente comprovadas. 
Sistema genital feminino: atrofia dos ovários. Mamas 
flácidas e pendentes, tecido glandular substituído por 
tecido fibroso. Vagina diminui em comprimento e lar-
gura, mucosa atrofia e resseca. Útero perde peso e li-
gamentos afrouxam-se, favorecendo a ptose. 
Sistema genital masculino: diminuição dos testículos, 
vesículas seminais e dimensões do pênis, que perde 
sua elasticidade. Volume prostático aumenta, mas suas 
glândulas diminuem. Capacidade reprodutiva diminui 
com a idade. 
SEMIOLOGIA DO IDOSO 
PRINCÍPIOS BÁSICOS 
• Idade cronológica com pouca ou nenhuma relação 
com as condições clínicas e prognóstico do paci-
ente (grupo heterogêneo); 
• Quanto maior a idade, maior o risco de invalidez; 
• Preconceitos em relação à velhice – outras pessoas 
ou do próprio idoso; 
• Envelhecer não é tornar-se criança novamente; 
• Respeitar a opinião do paciente; 
• Na maioria das vezes, os sintomas não são explica-
dos por uma única doença. 
ASPECTOS PRÓPRIOS DO PACIENTE IDOSO 
• Tendência a ter múltiplas doenças; 
• Tendência a ter doenças crônicas; 
• Os sintomas da doença atual podem ser alterados 
por doenças preexistentes; 
• As primeiras manifestações de uma doença podem 
aparecer somente em fases avançadas; 
• Tendência a ter doenças agudas mais graves e de 
recuperação mais lenta; 
• Tendência a ter doenças com apresentação clínica 
atípica; 
• Tendência a ter deficiências funcionais que com-
prometem a capacidade de viver independente-
mente; 
• Maior risco de sofrer iatrogenia. 
ANAMNESE 
Sobre a anamnese em idosos: pode parecer difícil; his-
tória geralmente é longa e demanda vários encontros 
para ser completada; algumas vezes a entrevista por si 
só pode ser terapêutica; ideal – equipe multiprofissio-
nal; assegurar-se da confiabilidade das informações; 
medicamentos usados atualmente e recentemente 
(perguntar insistentemente sobre automedicação). 
DIFICULDADES DA ANAMNESE 
1. O paciente informa pouco sobre sua doença (por 
acreditar que é inevitável por conta da idade bioló-
gica): a doença é aceita como inevitável e é consi-
derada uma consequência natural do processo de 
envelhecimento; o paciente é intimidado por um 
médico apressado; o paciente nega que esteja do-
ente; o paciente tem medo de fazer grandes gastos 
caso esteja doente; o paciente teme as consequên-
cias de informar os sintomas (exames, medicamen-
tos, cirurgias). 
2. Doenças de apresentação atípica: limiar aumen-
tado para dor faz parte do processo de envelheci-
mento; o paciente restringe as atividades físicas, 
por isso, não apresenta sintomas. 
3. Apresentações inespecíficas das doenças agudas: 
infecções, insuficiência cardíaca, infarto agudo do 
miocárdio manifestando-se somente com confu-
são mental (delírio = normalmente, possui uma 
causa orgânica), queda ou incontinência. 
4. Barreiras de comunicação: desconforto, proble-
mas de linguagem, deficiências sensoriais e defici-
ências cognitivas. 
5. História extensa e queixas mal caracterizadas: 
múltiplas doenças interagindo. 
QUEIXAS QUE MERECEM ATENÇÃO 
Queixas comuns: diminuição de memória (quem re-
clama? – paciente ou familiares; saber o que está 
sendo esquecido diariamente; como essa falta de me-
mória é percebida e como ela afeta o idoso – compro-
metimento funcional); distúrbios de comportamento 
FPM III JULIANA 
4 
 
(agitação, agressividade, mudança de gostos e perso-
nalidade) e deambulação excessiva; tonturas (detalhar 
– rotatória ou vertigem, sensação de desmaio, sensa-
ção de queda, entre outros), alterações de marcha e 
quedas; perdas sensoriais; condições dos dentes e da 
boca; perda de peso (> 5% em um mês; 7% em três me-
ses; >10% em seis meses); modificações do sono; fa-
diga. 
Observação: detalhar todas as queixas. 
• Incontinência urinária e/ou fecal: mulheres – IUE 
(incontinência de urgência e esforço) por frouxidão 
da musculatura pélvica; homens – incontinência 
por transbordamento na HPB (hiperplasia prostá-
tica benigna). 
• Incontinência fecal: menos prevalente, geralmente 
acompanha a urinária. 
SÍNDROMES GERIÁTRICAS 
3 “Ds” da geriatria: delirium, demência e depressão. 
5 “Is” da geriatria: iatrogenia; instabilidade postural; 
insuficiente cognitiva; imobilidade e incontinência uri-
nária/fecal. 
Sexualidade: maneira como uma pessoa vivencia e ex-
pressa seu sexo; ato sexual – tabu, mito da velhice as-
sexuada; alterações por fatores orgânicos, emocionais, 
sociais e culturais; impasses orgânicos – problemas 
hormonais, doenças do aparelho geniturinário, doen-
ças cardiovasculares, doenças cerebrais, diabetes, 
DPOC, depressão e medicamentos; fatores sociocultu-
rais – viuvez, separação, doença do parceiro, desejo de 
renunciar à vida sexual; quatro fases de uma relação 
sexual: excitação (mais demorada), platô (melhor con-
trolado), orgasmo (orgasmo seco) e resolução (prolon-
gado – dias até semanas). 
Mais queixas comuns: 
1. Ansiedade e/ou depressão – apresentação atípica. 
2. Febre: idosos podem apresentar infecção sem fe-
bre; mais frequente ser acompanhada de confusão 
mental, delírios e alucinações. 
3. Dor: limiar de dor aumentado; quando tem dor, ní-
vel de tolerância menor e reação mais acentuada; 
manifestações atípicas e mal localizadas. 
4. Queixas relacionadas com as mudanças no ciclo 
de vida: menopausa, aposentadoria, doença ou 
morte do cônjuge e/ou filhos, diagnóstico de do-
ença incapacitante ou terminal e o “ninho vazio”; 
período para o ajustamento; fases pós diagnósticas 
de doença avançada: negação, raiva, barganha e 
introspecção até a aceitação (algumas alterações 
emocionais não devem ser medicadas; tolerância 
de seis meses para o idoso “se recuperar” sem me-
dicação). 
Antecedentes e hábitos de vida: estado de saúde dos 
descendentes; experiências, expectativas e atitudes do 
paciente em relação às doenças e à morte; hábitos ali-
mentares; condições de trabalho; prática de atividade 
física; vícios; tipo de habitação, existência de escadas, 
localização dos banheiros; paciente reside sozinho ou 
com familiares; condições financeiras e quem adminis-
tra as finanças; condições de saúde das pessoas que 
dão apoio ao idoso – estresse do cuidador. 
Observação: detalhar todas as informações. 
EXAME FÍSICO 
1. Mudança de postura (aumento da cifose e 
diminuição da lordose) e marcha. 
2. Fácies: algumas facies tipicas podem não ocorrer 
no idoso. 
3. Peso: aumenta até os 60 anos e em seguida reduz 
lenta e gradualmente. 
4. Altura: redução de 1cm por década a partir de 40 
anos. 
5. IMC: corte <22 para desnutrição. 
6. Hidratação: medida embaixo da língua. 
7. Pele:alterações decorrentes do envelhecimento, 
lesões sugestivas de maus tratos, úlceras por 
pressão, condições de higiene. 
8. Pressão arterial: hipertensão sistólica isolada do 
idoso (diastólica normal – ainda assim, requer 
tratamento). 
9. Hipotensão postural: PA em decúbito dorsal após 
dois a três minutos de repouso; PA com o paciente 
sentado e após ficar em pé, com intervalo de um a 
três minutos; contar a FC em todas as etapas 
(normal elevar 6 a 12 bpm na posição ereta. Sem 
alteração – dano SNA, aumento > 20 bpm – 
hipovolemia); pseudo-hipertensão – paciente 
piora quando a pressão melhora. 
Exame da cabeça e do pescoço: alterações do tamanho 
do crânio – Paget; condições dos dentes e das próteses 
(retirar para exame); pescoço – palpar tireóide, palpar 
e auscultar pulsos arteriais, palpar cadeias gangliona-
res e parótida. 
Exame do tórax: cifose e aumento do diâmetro ante-
roposterior; examinar mamas em mulheres; dados do 
exame pulmonar inalterados, no máximo diminuição 
do MV; palpação do ictus cordis cada vez mais difícil; 
bulhas cardíacas podem ser hipofonéticas; B4 pode 
FPM III JULIANA 
5 
 
surgir sem significado patológico (surge pelo enrijeci-
mento da parede cardíaca); sopro ejetivo aórtico ou re-
gurgitativo mitral podem surgir sem alteração funcio-
nal; sopros diastólicos sempre patológicos. 
Exame do abdome: palpar e auscultar trajeto da aorta 
abdominal; palpação suprapúbica – bexigoma; toque 
retal – doenças prostáticas, fecalomas e neoplasias de 
reto. 
Exame das extremidades: deformidades, como arque-
amento da perna por alteração da tíbia – Paget; nódu-
los de Heberden e Bouchard; deformidades em pes-
coço de cisne e casa de botão, desvio ulnar dos dedos, 
atrofia dos músculos interósseos; sinais de inflamação 
e isquemia; trofismo muscular; palpar todos os pulsos; 
pesquisar edemas e veias varicosas. 
Exame neurológico: deve ser sempre realizado, inde-
pendente da queixa; avaliar função mental; examinar 
nervos cranianos, principalmente motricidade ocular 
(idosos apresentam maior dificuldade com o olhar ver-
tical, principalmente para cima); 30-40% apresentam 
rigidez de nuca decorrente de osteoartrose da coluna 
cervical; reflexos profundos podem estar diminuídos; 
sinais de comprometimento piramidal e extrapiramidal 
devem ser pesquisados; avaliar sensibilidade tátil, do-
lorosa, vibratória e proprioceptiva. 
AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA 
INTRODUÇÃO 
Definição: método multidimensional de avaliação do 
idoso; aborda os aspectos clínico, funcional, psicoló-
gico. 
Objetivo: planejamento do cuidado; acompanha-
mento a longo prazo. 
AGA x Exame Clínico Padrão: enfatizar a avaliação da 
capacidade funcional e da qualidade de vida; baseia-se 
em escalas e testes quantitativos. 
• OMS conceitua três domínios específicos que defi-
nem o objetivo da AGA: deficiência – perda da es-
trutura corpórea, aparência ou função de um ór-
gão; incapacidade – restrição ou perda da habili-
dade; desvantagem – restrições ou perdas sociais 
e/ou ocupacionais. 
BENEFICIOS E UTILIDADES DA AGA 
Nível individual: melhora a acurácia do exame clínico 
tradicional; estabelece o grau e a extensão da incapa-
cidade; identifica idosos em risco de declínio funcional. 
Nível populacional: instrumento utilizado em estudos 
clínicos para a avaliação da capacidade funcional e da 
qualidade de vida; identifica populações de risco; deve 
ser utilizado para o planejamento de políticas públicas 
para o envelhecimento. 
AUTONOMIA X INDEPENDÊNCIA 
Autonomia: poder de decisão; distúrbios de humor e 
cognição (demências, atrasos mentais) atrapalham. 
Independência: capacidade de execução; capacidades 
analisadas – mobilidade e comunicação. 
• Ambos os conceitos podem existir sem o outro. 
DIMENSÕES E SUBDIMENSÕES DA AGA 
Estado Funcional: equilíbrio e mobilidade; atividades 
da Vida Diária (AVD); atividades instrumentais da Vida 
Diária (AIVD). 
Condições médicas: lista ou mapa de problemas; co-
morbidades; gravidade das doenças; inventário de me-
dicamentos; deficiências sensoriais; avaliação nutricio-
nal. 
Saúde mental (cognição e humor): função cognitiva e 
rastreio para depressão. 
Funcionamento Social: disponibilidade e adequação 
de suporte familiar e social; condições ambientais. 
COMPONENTES BÁSICOS DA AGA 
Avaliação clínica: anam-
nese; saúde física (visão, 
audição e incontinência. 
 
Avaliação social e ambi-
ental (rede social, segu-
rança ambiental e avali-
ação do cuidador). 
Equilíbrio e marcha 
POMA (Tinetti). 
Saúde mental: cognição, 
humor e álcool. 
Avaliação nutricional. Capacidade funcional. 
AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA (AGA) 
Cognição: memória (capacidade de lembrar); função 
executiva (capacidade de agir, executar uma ação pla-
nejada); linguagem (comunicação oral ou escrita); pra-
xia (capacidade de coordenação); gnosia (capacidade 
de reconhecimento); função viso espacial. 
Humor: motivação (depressão, ansiedade, entre ou-
tros). 
Mobilidade: postura/marcha; capacidade aeróbia. 
Comunicação: visão; audição e fala. 
PARÂMETROS AVALIADOS NA AGA 
• Equilíbrio e mobilidade; função cognitiva; capaci-
dade de o indivíduo realizar as atividades básicas 
de vida diária; capacidade de o indivíduo realizar as 
atividades instrumentais de vida diária; condições 
emocionais; disponibilidade e adequação de 
FPM III JULIANA 
6 
 
suporte familiar e social; condições ambientais; es-
tado e risco nutricionais. 
EQUILÍBRIO E MOBILIDADE 
Aparelho locomotor sofre importantes modificações 
(diminuição na amplitude do movimento e alterações 
de marcha) → passos curtos e bem mais lentos (arras-
tar o pé); braços perdem a amplitude, ficam mais pró-
ximos do corpo (balanço diminui); centro de gravidade 
se adianta e a base de sustentação se amplia. 
Avaliação: Get Up and Go (timed up and go); Tinetti; 
Poma. 
 
• Avaliação subjetiva: 1 – normalidade; 2 – anorma-
lidade leve; 3 – anormalidade média; 4 – anormali-
dade moderada; 5 – anormalidade grave. 
• 3 ou + significa um risco aumentado de quedas. 
• < 10 segundos – independente sem alterações de 
equilíbrio; < 20 segundos – independente em 
transferências básicas; > 30 segundos – depen-
dente em muitas atividades de vida diária e na ha-
bilidade da mobilidade. 
 
 
SAÚDE MENTAL 
Síndromes demenciais: causas importantes de 
dependencia e institucionalização; várias escalas são 
usadas para avaliar a cognição – exemplos: MEEM 
(mini exame do estado mental) → fácil/rápida 
aplicação que testa os principais aspectos da função 
cognitiva; rastreio → teste complementar – teste 
relógio/nomeação de animais, reconhecimento, entre 
outros. 
 
FPM III JULIANA 
7 
 
Escore do MEEM: 30 – 27 → em déficit cognitivo; 26 – 
24 → déficit cognitivo moderado; corte para pacientes 
analfabetos: 19 pontos; com escolaridade > ou = 8 
anos: 24 pontos. 
Depressão: maior (prevalencia, duração e recorrência) 
→ GDS (escala de depressão geriátrica). 
 
A escala de depressão geriátrica em vesão reduzida de 
Yesavage (GDS-15) é amplamente utilizada como 
instrumento diagnóstico de depressão em pacientes 
idosos – teste para detecção de sintomas depressivos 
no idoso, com 15 perguntas negativas ou afirmativas 
em que o resultado de 5 ou + pontos diagnostica 
depressão, sendo que o escore = ou > 11 caracteriza 
depressão grave. 
CAPACIDADE FUNCIONAL 
• Adaptação para realizar determinada tarefa que 
lhe permita cuidar de si mesmo e ter uma vida in-
dependente. 
Atividades básicas de vida diária (autocuidado): Katz 
(mais simples e mais usada) e Barthel. 
Atividades instrumentais de viária diária (tarefas com-
plexas): Lawton (mais usada) e Pfeffer. 
 
Somatória: 6 – independência; 4 – dependência parcial; 
2 – dependência importante. 
 
 
Atividades avançadas de vida diária: dirigir, praticar 
esporte, pintar, serviços voluntários, vontade, desejo, 
motivação (sem escalas; avaliado através da anam-
nese).FPM III JULIANA 
8 
 
Avaliação comportamental: critérios de depressão se-
gundo o DSM-IV, inventário neuropsiquiátrico (NPI – 
Cummings), entre outros. 
 
 
 
Avaliação nutricional: inúmeros motivos podem levar 
ao quadro de desnutrição: viver sozinho, restrições 
funcionais (ir comprar/ cozinhar); condições sociais ad-
versas e sexo masculino são mais propensos. 
Mini Avaliação Nutricional: IMC diferente no idoso → 
22-27 normal, 27-29,9 sobrepeso, > 30 obeso. 
Fatores socioambientais: difícil ser quantificado; di-
mensão heterogênea → não é fácil intervir sobre essas 
condições; avaliar as necessidades especiais; adaptar o 
ambiente; considerar o estresse do cuidador. 
• Avaliar condições sociais; avaliar recursos disponí-
veis de suporte (social, financeiro, familiar); qual 
tipo de ajuda?

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