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Úlceras de membros inferiores • Diferencie as úlceras de membro inferior de origem ARTERIAL e VENOSA As úlceras das pernas são um problema crescente em todo o mundo e representam uma grande carga de cuidados de saúde. Os pacientes com úlceras nas pernas são gerenciados por médicos em múltiplas especialidades, incluindo atenção primária, cirurgia vascular, cirurgia plástica, podologia e dermatologia (PETERTSON, 2020). Uma úlcera na perna é um achado físico que pode resultar de múltiplas etiologias. Assim, a determinação da causa é essencial para selecionar o tratamento adequado e determinar a necessidade de uma avaliação posterior. As causas mais comuns de úlceras nas pernas são insuficiência venosa, insuficiência arterial e doença neuropática (PETERTSON, 2020). Focando nas etiologias vasculares, as principais diferenças entre elas estão representadas na figura. Figura 1. Principais diferenças entre úlceras arteriais e venosas FONTE: PETERTSON, 2020. A insuficiência venosa crônica é caracterizada pela presença de refluxo valvar em veias superficiais ou profundas, obstruindo o sistema profundo e consecutivamente causando a insuficiência da bomba muscular da panturrilha. O refluxo é originado pela incompetência das válvulas das veias superficiais e perfurantes, e que mantêm um fluxo patológico no sentido do sistema venoso profundo para o superficial (DA SILVA NERI, 2020). A Úlcera Venosa (UV) reflete o estágio mais avançado da insuficiência venosa crônica, endo as feridas com maior prevalência, correspondendo 70% a 90% das úlceras dos membros inferiores apresentando alto índice de recorrência. É um sério problema de saúde pública, uma vez que é responsável por considerável impacto econômico, em razão do tratamento de longa duração; e por afastar a pessoa com a lesão de suas atividades laborais (DA SILVA NERI, 2020). Na UV, a pele imediatamente acima do maléolo medial ou lateral é o local mais comum, com o aspecto medial afetado com mais frequência. As úlceras são tipicamente rasas com bordas irregulares com exsudato amarelo e fibrinoso ao redor do leito da ferida. A dor é leve a moderada. Pulsos arteriais estão normais a menos que haja insuficiência arterial concomitante (PETERTSON, 2020). Figura 2. Ulceração venosa sobre o aspecto lateral da extremidade inferior esquerda FONTE: ARMSTRONG e MEYR, 2021 A dor associada à doença venosa é tipicamente pior quando em pé, ou quando sentada com os pés dependentes por períodos prolongados de tempo, e melhora com a elevação dos membros e a caminhada, o que a diferencia da doença venosa crônica da doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), na qual, os pacientes geralmente referem piora da dor ao caminhar (claudicação intermitente) e melhora com o repouso (KABINICK, 2020). A doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), manifestação da aterosclerose, e é a principal causa de úlceras de origem arterial. Exemplos de fatores de risco para DAOP incluem diabetes, tabagismo, hipertensão e hiperlipidemia. Os pacientes podem ter histórico de infarto do miocárdio, angina ou derrame (PETERTSON, 2020). As úlceras arteriais também podem ser chamadas de isquêmicas e são causadas pela obstrução das artérias: o sangue não consegue chegar adequadamente aos tecidos para nutrir e oxigenar as células. Isso resulta em morte celular e, consequentemente, lesões (DA SILVA NERI, 2020). O paciente muitas vezes reclama de dor na extremidade em repouso e aumento da dor com elevação da extremidade e atividade. Os pacientes normalmente experimentarão algum alívio dos sintomas com a extremidade em posição dependente, e o rubor dependente característico pode ser visto. Além disso, são caracterizadas por uma camada de ferida que pode ser pálida, cinza ou amarela com pouca evidência de novo crescimento tecidual ou tecido de granulação e mínio exsudato. São localizadas sobre áreas ósseas proeminentes e outras áreas onde há potencial para pressão e escoamento de pele (ARMSTRONG e MEYR, 2021). Figura 3. Ferida isquêmica no antepé FONTE: ARMSTRONG e MEYR, 2021 REFERÊNCIAS: • ARMSTRONG, G David; MEYR, Andrew J. Clinical assessment of chronic wounds. UPTODATE, 2021. • DA SILVA NERI, Cleonice Ferreira; FELIS, Keila Cristina; SANDIM, Lucíola Silva. Úlceras venosas: A abordagem do enfermeiro na consulta de enfermagem. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 5, p. 30682-30694, 2020. • KABNICK, Lowell S. Overview of lower extremity chronic venous disease. UPTODATE, 2020. • PETERTSON, Marta J. Approach to the differential diagnosis of leg ulcers. UPTODATE, 2020.
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