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HOMEOPATIA X ALOPATIA

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HOMEOPATIA X ALOPATIA 
UMA ABORDAGEM SOBRE O ASSUNTO 
CELSO FERNANDES BATELLO 
batello@batello.med.br 
 
SUMÁRIO 
Prólogo 
Introdução 
I – Homeopatia e Holismo 
II – Homeopatia x Alopatia? 
III - Isto é correto? É científico? 
IV – Histórico da Medicina 
V – Sumário da História da Homeopatia no Brasil 
VI – Todo Inovador é Perseguido 
VII – Hahnemann, Pai da Homeopatia 
VIII – Algumas considerações etimológicas 
IX – Procedência dos medicamentos homeopáticos 
X – Diluições homeopáticas 
XI – O medicamento experimentado pelo homem são 
XII – Os níveis do tratamento homeopático 
XIII – Uma doença mais forte acaba com uma doença mais fraca 
XIV – Órgão débil ou "locus minoris restistentiae" 
XV – A febre – Uma reação favorável 
XVI – As diversas linhas do tratamento homeopático 
XVII – Lei de Cura – Lei de Hering 
XVIII – Medicamentos complementares 
XIX – Conceito falso: A homeopatia não é lenta 
XX – Princípios do tratamento homeopático 
XXI – A Homeopatia pode ser usada preventivamente? 
XXII – A homeopatia cura tudo? 
XXIII – Homeopatia: a importância de observar-se a si próprio 
XXIV – A alimentação correta ajuda no tratamento homeopático? 
XXV - Os canais de eliminação de toxinas 
XXVI – A segunda prescrição 
XXVII – A inércia dos homeopatas 
XXVIII – Os sintomas psíquicos 
XXIX – Medicina Agressiva 
XXX – Os diagnósticos em Homeopatia 
XXXI – Falsos homeopatas 
XXXII – Nosódios 
XXXIII – Homeopatia x Acupuntura 
XXXIV – Miasmas 
XXXV – Deve-se examinar o paciente? 
XXXVI – O medicamento homeopático 
XXXVII – O repertório 
XXXVIII – Oposições fundamentais entre a Homeopatia e a Alopatia 
XXXIX – Os florais de Bach 
XL – ABC da Homeopatia 
XLI – Conclusão 
Referências Bibliográficas 
 
 
 
PREFÁCIO 
Quando o Dr. Celso Fernandes Batello me pediu para fazer o prefácio de seu livro "Homeopatia x Alopatia?" 
fiquei muito satisfeito. Sei bem que um prefácio se destina a falar do livro em si, no entanto prefiro começar 
tecendo considerações sobre o autor. Conheço-o desde antes de cursar medicina Na Fundação ABC, onde fui 
seu professor. Depois disso, conheci-o melhor quando fez sua formação em anestesiologia clínica no hospital 
São Caetano, onde dirijo o serviço e a residência na área. O fato de o Dr. Batello convidar um não-homeopata 
para prefaciar seu livro dá uma dimensão daquilo que ele deseja alcançar. 
Sou alopata por formação e ele também o é; recebeu de nós alguns dos princípios que o norteiam até hoje: 
"Esteja você onde estiver, apenas está começando", "Primum non nocere", A percepção é finita, mas o 
conhecimento humano é infinito, e "Muita atenção em todos os atos médicos". De maneira jocosa e agradável 
ele resumia tudo isso com a expressão: "Olho de lince em todos os procedimentos". 
Durante a sua residência, por dois anos, verificamos que a sua capacidade de trabalho era muito grande, 
destacando-se por sua habilidade psicomotora, organização, pontualidade, cortesia, aparência, relacionamento 
com colegas, enfermeiras e superiores. Além disso, se destacava pela sua inteligência privilegiada, pelo 
interesse pelos conhecimentos adquiridos, cultura geral médica e, como virtude maior de todas, "carinho, 
dedicação e visão de cada paciente como um todo material, emocional e espiritual". Era um questionador inato 
de tudo e sempre queria saber os "porquês" da etiopatogenia das doenças, não aceitando facilmente o 
convencional. 
Com esse espírito fez sua formação médica, exerceu a especialidade alopática por alguns anos e a seguir se 
dedicou à Homeopatia. Por definição, as duas agem sobre as doenças por um método diferente, mas ele sempre 
viu o homem de uma forma holística, usando a empatia e a intuição como fatores básicos para um entendimento 
das doenças, independentemente do método aplicado. Em suas mãos, Alopatia e Homeopatia nunca serão 
divergentes e incompatíveis: a finalidade primordial é a cura do homem. 
Este livro define bem o que realmente são Homeopatia e a Alopatia, e aborda outras técnicas terapêuticas não 
muito claras a uma parte da população médica. Além disso, mostra que a Medicina é uma só. Para comprovar 
esse fato, parte da própria história da Medicina, procurando conceituar as bases fisiológicas da Homeopatia. 
Assim busca fundamentos para responder as questões controvertidas até mesmo entre os próprios 
homeopatas: por que a Homeopatia considera a febre como uma reação favorável do organismo; por que, 
segundo Maffei, o fenômeno da alergia é a base para o entendimento de toda a Medicina? Procurando 
estabelecer uma relação entre Psora e Alergia, traz uma luz a essa controvérsia, utilizando-se da imunologia 
para explicar o tema. O resultado desses estudos foi apresentado no Congresso Médico Pan–Americano de 
Homeopatia e foi aceito para apresentação e publicação nos Anais do XXII Congresso Brasileiro de Homeopatia. 
No capítulo Acupuntura chama a atenção para o fato de que a Homeopatia deve procurar conhecer bem essa 
técnica para evitar eventuais incompatibilidades entre Homeopatia e Acupuntura. Aborda, também, o uso dos 
Florais de Bach, que parecem ter uma ação sobre o organismo e, que, no entanto são usados 
indiscriminadamente, podendo, eventualmente, inverter os processos de cura do indivíduo. 
Ao mesmo tempo em que tece elogios, critica os excessos que existem não na Medicina em si, mas na sua 
prática. 
Quando faz alusão às oposições fundamentais entre as duas, esclarece tanto um quanto a outra, de maneira a 
melhor colocar o médico diante do indivíduo enfermo. 
Como isso não é comumente ensinado nas faculdades, e em livro, tem o mérito de posicionar os profissionais 
de saúde sobre o que é realmente o bem maior do ser humano que é a saúde e agir sobre ela. 
Dr.DeoclecioTonelli 
Chefe do Serviço de Anestesia do 
Hospital São Caetano e Responsável 
pelo Centro de Ensino e Treinamento 
de Anestesia ABC-HSC-SBA 
 
 
Prefácio 2
a
. Edição 
"O grande defeito dos educadores, é jamais 
se recordarem que também já foram crianças". 
Jacques de Lacretelle 
 
Sempre nutri uma admiração as pessoas que buscam a simplicidade na fala e escrita, especialmente num 
mundo, onde o "saber" é maquiado pelo marketing do intelectualismo presunçoso: mostrar ou aparentar que se 
sabe sobrepuja o conhecimento. 
Vejo como nobre aquele que busca facilitar o ensino e assim descomplicar as ciências – passando verdades 
acadêmicas de maneira prática e compreensível. 
Isto de fato é ser sábio. 
O caráter do autor deste livro pode ser admirado, através destas páginas – pois seu estilo sincero é também 
encontrado na didática de sua redação dos conhecimentos doutrinários e científicos desta centenária Medicina. 
Por isso tudo, parabenizo o Dr. Celso Batello e recomendo este trabalho. 
Carlos Brunini 
 
 
Dedico este livro a todos aqueles que foram ou são meus mestres, principalmente aos meus pacientes, com os 
quais muito aprendi, sobretudo da vida em si, principalmente àqueles que por um motivo ou por outro não pude, 
em determinado momento, dar o melhor de mim mesmo... 
A Caio Márcio e Marcella Helena, meus filhos. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço a Roseclair Freire Loula Campoi por ter orientado e organizado este livro. 
Agradeço ao Dr. Deoclécio Tonelli por ter me incutido, nos meus primeiros anos de formado, a responsabilidade 
e o respeito médico perante ao paciente e à Medicina. 
Agradeço a GAIA por ter me aceito no seu seio. 
 
 
PRÓLOGO 
Este livro visa prestar informações aos médicos e estudantes de Medicina que não tiveram uma formação sobre 
a Homeopatia. 
Apesar do seu conteúdo elementar, esta obra pode ser de alguma utilidade para aqueles que estãoiniciando 
seus passos na ciência legada por Samuel Hahnemann, pai da Homeopatia, porque ela oferece uma visão global 
e, ao mesmo tempo, pormenorizada deste assunto palpitante, uma vez que Hahnemann teve o mérito de ser um 
dos precursores da Medicina Psicossomática e da Ciência Experimental antes mesmo de Claude Bernard, além 
de fazer toda uma síntese do curar pelo semelhante, como veremos no decorrer do livro, complementou os 
ensinamentos legados por Hipócrates, contribuindo em muito para o entendimento do ser humano como sendo 
um ser único, global e individualizado. 
É um livro que analisa alguns pontos de divergência cruciais, tais como vacinações, casos graves etc., porém 
sem cunho de confronto, somente com finalidade de aprendizagem, porque, segundo Hahnemann, "em se 
tratando de saúde, deixar de aprender é crime" e, principalmente, porque a Medicina é uma só, o que difere é tão 
– somente os métodos terapêuticos. 
As divergências existem, e são salutares, até mesmo entre os integrantes de uma mesma especialidade, entre 
escolas diferentes, o que dirá entre as demais "medicinas" que existem no mundo inteiro. Que fiquem, porém, 
somente no campo das idéias, para redundar em benefício do saber humano e, conseqüentemente, dos 
pacientes, finalidade maior, senão única, da Medicina. 
Dentro desta idéia de que a Medicina é uma só deve-se estar atento e com mente aberta e receptiva para os 
pontos de convergência das mais diferentes abordagens existentes, uma vez que criticar sem conhecer não é 
nada científico. 
Como se diz em política, referindo-se ao nosso sistema de saúde, a doença não é federal, estadual ou municipal! 
O mesmo raciocínio vale para as diferentes escolas existentes, ou seja, o doente não pertence a nenhuma delas, 
o que ele quer é tão-somente sarar, não importa como. 
 
 
INTRODUÇÃO 
Nunca saíram da minha memória as palavras do meu professor de Psiquiatria, Dr. Paulo Fraletti: "Para ser um 
bom médico é preciso ter duas faculdades: a Empatia e a Intuição". 
A empatia é a capacidade de sentir ou avaliar o sofrimento e a dor pelas quais o paciente esteja passando. 
A intuição, para poder perceber no paciente, o que deve ser tratado e escolher o método de tratamento correto. 
No meu entender se o ser humano se utilizasse mais destas faculdades, inevitavelmente o mundo seria melhor. 
Este livro tem como objetivo despertar nos profissionais de saúde a intuição e a empatia, para uso da 
Homeopatia, como sendo um dos poucos métodos terapêuticos que trata o indivíduo holisticamente, isto é, 
como um todo, física, mental e psiquicamente, proporcionando-lhe um tratamento mais pessoal e humano. 
Sabemos que, geneticamente, a saúde é dominante sobre a doença. 
Sabemos ainda, que a Homeopatia pode melhorar a nossa saúde, porque segundo o conhecimento supracitado 
nascemos para sermos saudáveis. 
E por que não sê-lo? 
A Homeopatia, esta "jovem" ciência emergente, está ai para nos ajudar a sermos mais felizes conosco mesmos 
e com aqueles que nos cercam, através de um método terapêutico que olha o ser humano de uma forma 
holística, global e não fragmentada, como se o homem pudesse ser tratado, grosseiramente falando, como se 
fosse apenas uma "unha encravada", por exemplo. 
Tanto a Alopatia como a Homeopatia têm as suas indicações precisas. 
Elas não são absolutamente incompatíveis entre si (tudo depende da indicação). 
 
 
I - HOMEOPATIA E HOLISMO 
Existe muita confusão sobre o que seja realmente a Homeopatia, entre a população, até por interesse dos 
grandes laboratórios farmacêuticos, que estão presenciando com grande preocupação a explosão da ciência 
legada por Samuel Hahnemann, o pai da Homeopatia. Estão preocupados a ponto de haver rumores de que irão 
fazer uma investida no sentido de aumentar esta confusão entre as pessoas e até entre os próprios médicos, 
que na sua maioria não conhecem o que seja Homeopatia, não por sua própria culpa, mas sim do sistema, que 
dificulta o ensino desta especialidade nas Escolas Médicas, e talvez mesmo por nosso erro, por sermos omissos 
em relação à divulgação desta arte de curar. 
A confusão é tão grande que os estudantes de Medicina, na sua maioria, não sabem as diferenças entre Alopatia 
e Homeopatia. 
Etimologicamente, Alopatia (all = diferente; patia = doença) significa curar através de um método que usa um 
sistema diferente da doença que está ocorrendo. Antigamente, diante de um abscesso cerebral, procedia-se à 
inoculação de um corpo estranho num tecido vegetativamente de menor importância do que o cérebro, como os 
músculos da coxa, com o intuito de desviar para este local a ação dos anticorpos, diminuindo, desta maneira, a 
formação do abscesso naquela região nobre que é o cérebro. Trata-se, portanto, de um sistema de derivação do 
organismo. 
A Enantiopatia (enathio = contrário; patia = doença) consiste em tratar uma doença através dos contrários: por 
exemplo, diante de uma febre, administra-se um antifebril, e diante de uma infecção bacteriana, usa-se um 
antibiótico (anti = contra; bio = vida), e assim por diante. 
Entretanto, consagrou-se chamar Alopatia o que na realidade consiste na Enantiopatia. 
Desejamos ressaltar que respeitamos a chamada Alopatia, que a rigor, como vimos, deveria se chamar 
Enantiopatia, posto que ela tem o seu grande lugar de importância na prática médica! 
A Homeopatia (homeo = semelhante; patia – doença), como o próprio nome indica, significa curar pelo 
semelhante, isto é, a mesma substância que experimentada no homem são provoca sintomas neste indivíduo é 
o mesmo medicamento que irá curar a sua enfermidade; por exemplo, o uso da Ipeca contra vômitos, quando 
sabemos que ela, administrada no homem sadio, pode provocar vômitos. Somente a genialidade de Hahnemann 
percebeu que, se diluísse ainda mais este medicamento, a cura seria mais rápida e com menor efeito tóxico. 
Para a Homeopatia, não existem doenças e sim indivíduos doentes; por exemplo, diante de um caso agudo de 
pneumonia, para se medicar o paciente leva-se em consideração não somente o diagnóstico clínico, como 
também o modo como aquele indivíduo adoeceu, ou seja, conforme a sua individualidade, se a enfermidade 
cursa com febre ou sem febre; com sede ou sem sede; com transpiração ou sem transpiração. Assim também o 
estado psíquico do paciente, ou seja, sempre se leva em consideração a sua totalidade, o seu aspecto mais 
global. Uma das poucas exceções é o sarampo, que possui um curso bem definido. 
A palavra "cirurgia" deriva da palavra grega chirus que quer dizer "mão". A cirurgia é um procedimento que se 
utiliza das mãos, como finalidade terapêutica. Logicamente a coisa não é tão simples assim, por isso que a 
Clínica Cirúrgica, que visa estudar o paciente cirúrgico com o intuito de indicar ou mesmo contra – indicar uma 
cirurgia, bem como conferir rigorosamente as variações do funcionamento daquele organismo antes, durante e 
após a cirurgia. Como vimos, a cirurgia não é um procedimento nem Alopático, nem Homeopático. É cirurgia 
mesmo! Hahnemann já dizia: "O que é cirúrgico deve ser tratado cirurgicamente!" 
Já nos casos crônicos, além disto tudo, consideram-se também os fatos que marcaram a vida do indivíduo, tais 
como: morte de entes queridos, humilhações, perda de emprego etc., constituindo a Biopatografia (bio = vida; 
pato = doença; graphia = gravar). 
Os medicamentos são extraídos dos três Reinos da Natureza: animal, vegetal e mineral. 
A Homeopatia é diferente da Fitoterapia, que trata somente pelas plantas. É um método válido, porém não é 
Homeopatia! 
A confusão que se tenta estabelecer é fazer com que uma coisa seja tomada pela outra. 
Outra inverdade é dizer que a Homeopatia é lenta. Ao contrário, é tão rápida como qualquer outro método 
terapêutico. Só é lento naqueles casos crônicos considerados de difícil cura pelo tratamento clássico. 
AHomeopatia é mais profunda, uma vez que trata o indivíduo física, psíquica e mentalmente, e embora não cure 
tudo, encontra uma vastíssima área de aplicação terapêutica. 
Apesar do paradigma da Homeopatia ser diferente da Alopatia, acho que a Medicina, esta nobre arte e ciência de 
curar, é uma só, o que difere é tão – somente o método terapêutico. 
O Holismo, palavra grega que significa "todo", "o inteiro", diz respeito a uma teoria, preconizada pelos gregos 
antigos, onde o universo dever ser visto como algo global, isto é, como um todo e não em partes separadas, 
numa visão macrocósmica. Já numa visão microcósmica, onde se insere o Homem, este mesmo Homem deve 
ser visto por inteiro, e não por partes ou segmentado, ou seja, física, mental, espiritual e psiquicamente. 
Nesta concepção o todo é maior que a soma das partes. 
Este modo de conceber o Universo e o Homem, visão holística, prevaleceu até a visão dos contrários ou das 
partes (Enantiose). Tal raciocínio, como não poderia deixar de acontecer, tomou conta da Medicina, que 
atualmente vê o Homem de uma forma fragmentada, haja vista o grande número cada vez mais crescente de 
superespecialidades. Não que estas não tenham valor, muito pelo contrário, são importantíssimas. O que se 
questiona é o desaparecimento do médico generalista, que tem a função de juntar o indivíduo enfermo, num 
todo individual, como bem quer a Homeopatia e como queria também, a bem da verdade, Hipócrates, o pai da 
Medicina. 
Como vimos, a Homeopatia, ao longo dos séculos, sempre viu o ser humano holisticamente, sendo portanto tão 
antiga como a própria humanidade, que nos seus primórdios se preocupou com o semelhante e com o Universo, 
posto que sabe-se que o todo depende, para manter o seu equilíbrio, da harmonia das partes. 
No entanto, apesar do paradigma da Homeopatia ser diferente do da Alopatia, ambos se tocam e interpenetram, 
uma vez que a Medicina é uma só, o que difere é tão – somente o método de tratamento e a forma de ver o 
indivíduo enfermo. Não está longe da chamada lógica cientifica, uma vez que está plenamente inserida nos 
conceitos mewtonianos que regem a ciência atual. Basta ler o Organon da Arte de Curar, de Hahnemann, que 
este fato fica bem evidente. 
Segundo Samuel Hahnemann: "A mais alta e única missão do médico é restabelecer a saúde dos doentes, que é 
o que se chama Curar", bem como, "O ideal máximo da Cura é o restabelecimento rápido, suave e duradouro da 
saúde, ou remoção e aniquilamento da doença, em toda a sua extensão, da maneira mais curta, mais segura e 
menos nociva, agindo por princípios facilmente compreensíveis". Princípios estes plenamente exeqüíveis pela 
Homeopatia. 
Celso Fernandes Batello 
Chefe do Setor de Homeopatia do Centro de Atenção Integral à Saúde da mulher, da Disciplina de Ginecologia e 
Obstetrícia do Departamento de Saúde Materno Infantil da Faculdade de Medicina do ABC 
Diretor do Instituto Constantine Hering 
 
 
II - HOMEOPATIA X ALOPATIA? 
A despeito desta pretensa rivalidade entre os defensores de ambas as técnicas terapêuticas, quero dizer que o 
que deve ser combatido é tão – somente os excessos que às vezes reinam tanto numa como na outra. 
Não deve e não pode o homeopata criticar a terapia alopática, porque a vi, muitas vezes, fazer verdadeiros 
milagres, como, por exemplo, na área da Unidade de Terapia Intensiva e da Anestesiologia, onde militei por 
vários anos. Isto sem falar no diabetes juvenil, onde a insulina desempenha um papel vital para o indivíduo 
doente. 
Recentemente um eminente homeopata teve uma prostatite que, de tão dolorosa que era, obrigou-o a buscar 
socorro nos analgésicos alopáticos. 
Então, não há que radicalizar! 
Existem ainda aqueles que, aproveitando a explosão homeopática no mundo, procuram tirar proveito de 
situações. 
No entanto esta situação está se revertendo, haja vista o número cada vez maior de médicos e parentes de 
médicos que estão cada vez mais procurando se consultar com homeopatas. 
E, se Deus quiser, no futuro não vai mais existir esta disputa e sim uma somatória de esforços, com o objetivo 
de obter benefícios aos pacientes e à humanidade. 
Finalizando o capítulo, transcrevo o artigo abaixo, publicado no Jornal do Comércio em 18 de abril de 1846, na 
íntegra: 
"Comunicado 
Quando terão fim todas essas vergonhas contendas entre os Srs. Alopathas e Homeopathas? O que têm elas 
produzido e têm ainda a produzir? É sagrado dever do médico velar sobre a humanidade sofredora, procurar o 
alívio dos seus males por meios mais promptos e fáceis. E será com discussões vagas e indignas de tal 
profissão? Este juiz competente em todas as causas sociais só visa nesta questão sórdidos interesses. Cumpre 
pois aos litigantes discutir, porém cientificamente. Ex.: prenda cada um seus princípios internos adaptados, a 
inércia dos homeopatas, a compreensão de todos e de um tal modo se cumprem as obrigações inerentes à 
profissão e ao mesmo tempo presta-se um serviço à humanidade. 
Dr. Augusto Wigana afirma que esta disputa somente cessará quando a Homeopatia fizer parte do currículo nas 
Faculdades de Medicina". 
 
 
III - ISTO É CORRETO? É CIENTÍFICO? 
Tivemos há alguns anos uma vacinação em massa contra a meningite, quando me posicionei contrário à 
utilização de vacina cubana, através de artigos publicados em jornais, como o reproduzido abaixo: 
"A eficácia da vacinação antimeningocócica 
Como sabemos, estamos vivendo em São Paulo uma situação que caracteriza uma epidemia de meningite 
contra a qual não existem vacinas. 
Ninguém sabe ao certo o comportamento desta epidemia. 
Mas algumas coisas sabemos, quais sejam: atingem preferencialmente crianças e indivíduos que vivem em 
grandes centros. 
Em acréscimo, sabemos que as vacinas dadas na infância não são de todo inócuas. 
No mínimo provocam reações inerentes a elas, como uma produção de células de defesa (anticorpos) no sentido 
de se imunizar o organismo contra o microorganismo que está sendo inoculado neste mesmo organismo, ou 
seja, as defesas orgânicas se voltam, preferencialmente, contra este agente agressor. 
Se a vacina consistir em um vírus, ocorrerá por parte do sistema de defesa (sistema imunitário) uma resposta a 
este vírus. Desviando, quiçá, uma eventual proteção que o organismo possui contra a bactéria do meningococo 
tipo B para combater o agente contido na vacina da campanha. 
Como dissemos anteriormente, ninguém sabe corretamente o comportamento desta epidemia, que dirá se 
agravarmos este processo promovendo uma vacinação em massa contra a paralisia infantil, que se realizará no 
dia 13 próximo, mesmo porque, num esquema de vacinação em massa, não é praxe se examinar corretamente a 
criança antes de vaciná-la. 
Creio que a campanha deveria ser protelada até que se tenha controle desta epidemia de meningite. 
Principalmente pelo fato de que, em São Paulo, já houve uma campanha recente neste sentido. Portanto, a 
população não correria grandes riscos se esta nova campanha fosse transferida para uma data mais oportuna. 
Seria imprudência, a meu ver, se esta campanha ocorresse nestas circunstâncias. 
Gostaria que a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo interviesse no sentido de melhor estudar o assunto. 
Com relação à hipótese de se utilizar a vacina cubana, contra o meningococo tipo B, de efeito ainda 
controvertido, gostaria de sugerir o uso do nosódio homeopático `meningococcinum’, como foi utilizado na 
Cidade de Guaratinguetá (SP), na epidemia de meningite de 1974, pelos médicos David de Castro (livre – docente 
em Clínica Homeopática pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro) e George W. Galvão Nogueira 
(capitão – médico do Exército brasileiro). 
Neste trabalho exposto no livro Homeopatia e Profilaxia, de David Castro, os autores mostram que através do 
esquema adotado por eles houve uma incidênciasignificativamente menor na população de Guaratinguetá que 
tomou o nosódio homeopático "meningococcinum". 
É por isso que, diante de uma vacina de efeitos duvidosos como a cubana, gostaria de sugerir às nossas 
autoridades que se inteirassem deste trabalho supracitado e promovessem também, além de protelar esta 
campanha de vacinação contra a poliomielite, uma reavaliação dos resultados obtidos em Guaratinguetá (SP). 
No mínimo sairia mais barato em comparação à vacina cubana de efeitos não muito claros e cumpriria os 
preceitos de Hipócrates: "Primum non nocerum", isto é, primeiro não fazer mal, ou primeiro não lesar. 
Finalizando, devemos evitar incorrer no axioma citado por Voltaire: "A medicina consiste em se injetar 
substâncias que não se conhecem num organismo que se conhece menos ainda". 
Na época houve algumas críticas à oposição que adotei. 
Tentei explicar que segundo fontes do Instituto Adolfo Lutz a vacina cubana não tinha eficácia para o povo 
brasileiro e que havia divergências entre os próprios alopatas, conforme publicações em jornais da época. 
Mesmo assim houve quem achasse que a vacina deveria ser dada, como aconteceu. A famigerada vacina 
cubana foi utilizada, embora houvesse parecer contrário da Comissão de Meningite, do Ministério da Saúde, 
conforme artigo publicado no Jornal do Conselho Federal de Medicina do mês de abril de 1993. 
A vacina cubana foi totalmente ineficaz e causou reações preocupantes, como febre alta, dor de cabeça e 
vômito, conforme relatado por um eminente pediatra num jornal de grande circulação de São Paulo. 
A vacinação foi realizada a despeito de já estar havendo um declínio natural de epidemia. 
Esta vacinação ineficaz custou aos cofres públicos a quantia de 30 milhões de dólares gastos inutilmente. 
Este fato veio demonstrar que eu, como homeopata, não quero enganar a população. Na época alertei para o 
crime que se estava cometendo, tanto é que hoje existe, dentro do Ministério da Saúde, uma comissão para 
apurar tamanha aberração, assim como no Congresso Nacional foi instituída uma CPI (Comissão Parlamentar de 
Inquérito), para apurar por que foram gastos 30 milhões de dólares nesta "brincadeira", quando poderiam ter 
encontrado melhor destinação. 
Como homeopata, da mesma forma que uma grande parcela dos homeopatas, não sou radicalmente contra as 
vacinas, mas somente contra a época, forma, número e como as vacinas são administradas, porque não posso 
ficar calado vendo o povo brasileiro servindo de cobaia de experimentação de remédios e vacinas de terras 
alheias, pois esta vacina cubana foi literal e comprovadamente testada nas crianças e jovens brasileiros, 
conforme artigo publicado no Jornal de Conselho Federal de Medicina no mês de abril de 1993, abaixo 
transcrito: 
"Vacina contra a corrupção" 
O ex-ministro Alceni Guerra livrou-se das barras dos tribunais e ainda promete escrever um livro para coroar a 
sua triunfal volta à política em 1994. Assim é o Brasil: o homem que quase dizimou a saúde brasileira não tem 
mais por que responder pelos danos e desmandos que cometeu conscientemente. 
Ainda agora, o Jornal do CFM desnuda a questão das vacinas cubanas descobertas na Fiocruz, com prazo de 
validade vencido. Foram 30 milhões que escorreram pelo ralo da corrupção e da incompetência. Para rememorar 
a triste história, o governo Collor, por insistência de Alceni, comprou US$ 30 milhões de vacinas cubanas contra 
a meningite B. Setores técnicos do Ministério da Saúde advertiram, à época: as vacinas eram caras, não se 
esperava uma incidência forte da doença nos meses seguintes e seu tipo teria baixa eficácia para o caso 
brasileiro. 
De nada adiantou. Alceni comprou as vacinas. Elas foram encontradas, pelo novo governo, ainda envasadas em 
frascos de 20 litros. O ministro Jamil Haddad anuncia ter conseguido o quase impossível: renegociou o lote com 
o governo cubano, trocando-o por vacinas com prazo de validade atualizado. 
O ministro parece criar-se um impasse de grave responsabilidade. As vacinas compradas a Cuba não têm 
eficácia comprovada para o caso brasileiro, atestou competente comissão técnica criada pelo próprio ministro 
Haddad. O problema não era apenas o prazo de validade. As vacinas só são aceitáveis se tiverem eficácia 
comprovada e recomendada pela comissão técnica do Ministério da Saúde. Este fato merece uma resposta clara 
e insofismável. 
A despeito disto, as investigações devem continuar, para saber o que estava por trás de tão esdrúxula compra. 
Fere a consciência moral do Brasil imaginar que, mais uma vez, vingará a repugnante prática de deixar impunes 
os culpados". 
"Comissão culpa Alceni por perda de vacinas" 
A comissão de sindicância aberta pelo Ministério da Saúde para investigar a perda da validade de cinco milhões 
de doses da vacina cubana contra meningite tipo B responsabilizou o ex – ministro Alceni Guerra pela 
importação desnecessária do produto. O prejuízo aos cofres públicos com a perda da vacina chega a US$ 30 
milhões. 
 
De acordo com o relatório da comissão, o ex – ministro autorizou a importação mesmo depois de diversos 
pareceres técnicos do próprio Ministério da Saúde contra – indicarem tecnicamente a compra. Alceni Guerra 
baseou-se, ao contrário, em documentos apresentados pelo então secretário executivo Luiz Romero de Farias, 
que é irmão de Paulo César Farias, e pela então presidente da Fundação Nacional de Saúde, Isabel Stefano. 
 
Baixa eficácia – Entre os pareceres contrários, está o da Comissão Nacional de Meningite que, reunida em 
maio de 1990, concluiu que não haveria um aumento abrupto da doença nos meses seguintes e reiterou que a 
vacina seria comprada por um preço muito alto, tornando-a proibitiva para vacinação em massa ou mesmo de 
rotina’. Em seminários pelo País, a mesma comissão alertou diversas vezes que a eficácia da vacina cubana 
seria muito baixa no caso brasileiro. Dois anos depois, afirmações forma comprovadas: técnicos de diferentes 
instituições de saúde, com base nas vacinações feitas em oito estados brasileiros, entre 1989 e 1990, chegaram 
à conclusão de que não houve redução na incidência da doença que pudesse ser relacionada ao uso da vacina 
cubana contra a meningite B. 
Ao investigar as vacinas, além disso, a comissão de sindicância encontrou o lote importado de Cuba ainda nos 
vidros de 20 litros utilizados no transporte do produto para o Brasil. De acordo com o relatório, depois de 
comprar as vacinas, o Ministério não autorizou o envase das mesmas, apesar das várias solicitações da 
Fundação Athaulfo de Paiva, de Belo Horizonte, onde as vacinas estavam armazenadas. Isso, concluiu a 
comissão, contribuiu decisivamente para a perda de validade do produto e o prejuízo de US$ 30 milhões. 
Troca – Para evitar este rombo, o ministro Jamil Haddad conseguiu negociar com o governo de Cuba a troca 
das cinco milhões de doses vencidas por outro lote na mesma quantidade, mas com o prazo atualizado. Haddad 
pretende, a princípio, usar a vacina cubana em casos de epidemia e só incluí-la em campanhas de rotina quando 
for comprovada sua total aplicabilidade para o caso brasileiro. Estudos recentes, realizados em São Paulo e 
publicados pela revista científica The Lancet , mostraram que na faixa etária de maior ocorrência da doença – em 
crianças menores de quatro anos – a vacina é ineficaz para o uso em campanhas de vacinação. O imunizante 
cubano foi testado no Brasil entre crianças e adolescentes com idade entre três meses e 19 anos ( Wagner 
Oliveira, RJ)". 
O que existe, portanto, são determinados procedimentos que ferem a dignidade do conhecimento médico e da 
população em geral, piorando o caos institucional em que vive o País, quando se fere um dos mandamentos de 
Hipócrates que pode ser estendido a tudo que se refere à nação, ou seja, "primum non nocerum", isto é, 
primeiro não lesar, ou primeiro não fazer mal.IV - HISTÓRICO DA MEDICINA 
A tentativa de aliviar e curar as dores e o sofrimento data dos tempos imemoriais e se confunde com a própria 
história da humanidade. 
Para se entender a Homeopatia é muito importante que antes de mais nada se entenda a evolução e a história da 
Medicina. 
Convém ressaltar que não existe a medicina homeopática. A medicina é uma só. O que difere ente a Homeopatia 
e a erroneamente chamada Alopatia é a forma de tratamento; esta trata pelos contrários e aquela pelos 
semelhantes, como veremos mais à frente. 
Segundo a mitologia grega, na Antigüidade clássica, no período heróico, vivia no Olimpo * o deus Apolo, 
relacionado com a Medicina. 
Apolo era também chamado de Alexikakos, aquele que afasta as doenças, através de suas flechas. 
Alexikakos, da mesma forma, curava usando a raiz da peônia, uma planta que cresce na Europa. Por esse 
motivo os médicos eram chamados de Filhos de Pean. 
Conta a lenda que Apolo e sua irmã Artemisa ensinaram a Chiron, filho de Saturno, a arte da Música e da 
Medicina. 
Chiron, por sua vez, transmitiu esses conhecimentos a Esculápio, filho de Apolo com a ninfa Coronis. 
 espécie de céu. 
Esculápio tornou-se tão bom médico e hábil cirurgião, que diminuiu o número de pessoas que morriam, 
provocando a ira de Plutão, deus da profundidades e do inferno, que reclamou a Zeus* a morte de Esculápio, um 
semi – deus. 
Zeus atendeu a Plutão e fulminou Esculápio com um raio. 
Em homenagem a Esculápio criaram-se templos chamados Asclépias, onde os doentes depositavam as 
chamadas Tábuas Votivas, que relatavam o motivo de suas queixas, a duração da doença e finalmente como 
saravam, e que serviram de modelo de aprendizagem. 
Nestes templos havia um misto de filosofia e magia, e naqueles rituais de cura era hábito imolar um galo, razão 
pela qual esse animal passou a representar o símbolo da medicina. 
Nessa época dois Asclépias se sobressaíram pelas suas tábuas votivas, o de Cós e Cnido. 
Cós e Cnido tornaram-se verdadeiros templos da observação médica, que serviram de modelo às nossas 
escolas médicas atuais. 
Esculápio tinha duas filhas Hygea e Panacea, que alimentavam as serpentes sagradas dos templos. 
Hygea deu origem à Higiene e Panacea à Farmácia. 
Hygea era associada pelos romanos a Salus que era representada por uma taça. Daí a Farmácia ser 
representada por uma taça envolvida por uma serpente. 
* Deus dos deuses. 
Mas foi através de Hipócrates, que viveu de 460 a 373 a C., em pleno século de Péricles, época de grandes 
nomes como Sófocles e Eurípedes, Aristófanes e Píndaro. Sócrates e Platão, Heródoto e Teuclides, Rhide e 
Polignoto, era dotado de elevado espírito de observação e conhecimento médico, que lhe possibilitou utilizar 
todos os dados destes pensadores, que serviram como base para os conhecimentos médicos atuais. 
Esta compilação recebeu o nome de Aforismas. 
Por este motivo Hipócrates é chamado de o Pai da Medicina. 
Como dissemos anteriormente, Hipócrates criou a Medicina Científica. 
Com este cabedal de conhecimentos enunciou o preceito básico de cura, qual seja: 
"Similia similibus curantur" (os semelhantes se curam pelos semelhantes). Diferente do "Contrario contrarius 
curantur" (os contrários se curam pelos contrários). 
Se a medicina não fosse algo único, englobando a Alopatia e a Homeopatia e outras técnicas terapêuticas 
existentes, após enunciar o princípio dos semelhantes, reclamaríamos Hipócrates como sendo Pai da 
Homeopatia. 
A cura pelos contrários foi defendida por Galeno. Por este método utiliza-se o "anti", isto é, diante de uma febre 
administra-se um antifebril; da presença de um verme, um "anti – verme"(anti – helmíntico); e de uma bactéria, 
um antibiótico (anti = contra, bio = vida) etc. 
A cirurgia vem de chirus (mãos). Portanto, a cirurgia não é nem Homeopatia, nem Alopatia. É cirurgia mesmo. 
Não se pode olvidar o valor da cirurgia atual, na cura de determinadas moléstias. 
A cura pelos semelhantes foi definida por Hipócrates, quando enunciou o seguinte Aforisma: 
"A doença é produzida pelos semelhantes, e pelos semelhantes que a produziram ... o paciente retorna à saúde. 
Desse modo, o que provoca a estrangúria* que não existe, cura a estrangúria que existe: a tosse, como 
estrangúria, é causada e curada pelo mesmo agente. 
Dando um exemplo prático, Hipócrates cita um caso de cura de cólera** com Veratrum album, que produz no 
homem sadio, violenta gastroenterite*** com tendência à algidez, semelhante ao ataque colérico. 
Há os que acham que Hipócrates sequer existiu, entretanto, existem provas de que ele nasceu em Cós no ano de 
460 d.C. e faleceu em 377 a C. Dizem alguns que os Aforismas e prognósticos foram escritos através de várias 
gerações de médicos, entretanto, contra esta hipótese está a maior parte dos escritores modernos que vêem 
nesta obra uma unidade e uma uniformidade que só pode ser atribuída a um único homem! 
Hipócrates descendia de Esculápio, por linhagem paterna, e de Hércules, pelos antepassados da mãe. 
Entre os seus ancestrais contavam alguns reis e três célebres médicos, quais sejam, Pródico e Cós, Hipócrates 
primeiro e seu pai Heráclito, que lhe ensinou as primeiras noções científicas. 
Era, portanto, filho de Heráclito e Fenavita ou Praxitea, da família dos Asclepíades, que vinham exercendo a 
Medicina por dezoito gerações. 
Hipócrates era, sem dúvida alguma, um sábio, como Sócrates e outros. 
* estrangúria – espécie de dificuldade para urinar 
* cólera – enfermidade que produz no indivíduo uma gastroenterite, com diarréia intensa 
* gastroenterite – inflamação de estômago e intestinos. 
 
 
V - SUMÁRIO DA HISTÓRIA DA HOMEOPATIA NO BRASIL 
Foi através do francês Benois Jules Mure, no dia 21.11.1840, que a Homeopatia foi introduzida no Brasil. 
Por isso nesse dia é comemorado o Dia da Homeopatia no Brasil. 
Nessa época foram criadas, como o Instituto Homeopático Brasileiro, o Instituto Hahnemanniano do Brasil 
(1859). 
Um fato marcante, que determinou a instalação da Homeopatia no Brasil, foi a cura obtida pelo Dr. Joaquim 
Murtinho no então ministro de Guerra, o Marechal João Nepomuceno de Medeiros Mallet, apesar deste estar 
desenganado pelas sumidades terapêutica oficial. 
Porém, foi com a criação de uma escola de Homeopatia, a Faculdade Hahnemanniana e o Hospital 
Hahnemanniano, reconhecidos pelo governo federal, a Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, em 
1957, que a Homeopatia tomou maior impulso. 
Foi em 1918, através do Decreto nº 3.530, de 25 de setembro, que se reconheceu o Instituto Hahnemanniano do 
Brasil, como entidade de utilidade pública, no artigo que diz: "Além das medicinas fornecidas pelas escolas 
oficiais ou equiparadas, a clínica homeopática será exercida pelos profissionais habilitados pelo Instituto 
Hahnemanniano". 
Em 1952, pelo Decreto n.º 1.552, de 8.7.1952, o ensino de Farmacotécnica Homeopática foi tornado obrigatório 
em todas as faculdades de Farmácia do Brasil. 
Foram realizados vários Congressos, Jornadas etc. 
Atualmente existem várias associações nos vários estados do País, porém a oficialização se deu de fato no 
governo federal há pouco mais de uma década. 
Um fato relevante dentro desta história foi a aceitação da Homeopatia como sendo um departamento da 
conceituada Associação Paulista de Medicina, o que veio dignificar a Homeopatia. 
 
 
VI - TODO INOVADOR É PERSEGUIDO 
Como todo inovador, Hahnemann foi perseguido, e continua sendo, até os dias atuais, por aqueles que mesmo 
sem conhecer a Homeopatia a detratam, contrariando o espírito científico que dizem possuir. 
Porém a verdade, ou aquilo que é verdadeiro, não perece, haja vista que, na França, quando um grupo de 
pessoas procurou um ministro para proibir o uso da Homeopatia, recebeu a resposta de que tudo que não tem 
resultado perece por sipróprio e que, se a ciência de Hahnemann não tivesse fundamento, ela desapareceria por 
si só, caso não tivesse bases sólidas. 
Como sabemos, ela perdura até hoje e em franca ascensão. 
Outros sábios, pesquisadores, reformadores que tiveram o mérito de descobrir algo, desde logo foram cobertos 
de calúnias e críticas infundadas. 
Parece que se uma pessoa galga algum degrau sempre aparece alguém para tentar perturbá-lo, e às vezes, 
mesmo sem saber porquê. 
As boas coisas parecem enfrentar um obstáculo natural, até que sejam reconhecidas, como cita Burnett no seu 
livro 50 Razões para ser Homeopata. 
Roger Bacon, rebelando-se contra as idéias dominantes na época, viu-se compelido a viver 24 anos recluso. 
O impertinente Vesálio, que ousou desacreditar Galeno, despertou contra si calúnias subterrâneas, que o 
obrigaram a deixar Pádua e a recolher-se à Espanha. 
Serveto teve destino mais trágico: foi arder na fogueira armada por Calvino. 
Paracelso rebelou-se contra a medicina do seu tempo, divulgou-lhe novos rumos, estarreceu espetacularmente 
a Basiléia queimando os livros de Galeno e Avicena, mas despertou com essas idéias reformadoras as primeiras 
fagulhas do seu martírio e preparando o seu próprio desdito. 
Harvey, estabelecendo noções exatas sobre a circulação sangüínea, foi tido como charlatão e até mesmo louco. 
A clientela o abandonou e estaria irremediavelmente perdido, se não fosse a proteção de Carlos I da Inglaterra. 
E Galileu? Por que foi parar nas mãos dos poderosos da época? Por que sofreu em idade avançada tantas 
torturas? 
Porque derrubou as teorias de Aristóteles e Ptolomeu; porque reviveu as idéias de Copérnico, demonstrando-as, 
dando-lhes nova vida; porque destronou a Terra, arrancando-a de sua posição do Centro do Universo, afirmando 
que era ela quem girava em torno do sol. Em suma, verdades acima da compreensão dos sábios da época. 
Ambroise Paré sucumbiu na luta contra a Faculdade, no entanto é hoje tido como pai da cirurgia moderna. 
Pasteur, no dizer de Lister, "ergueu o véu que durante séculos cobria as doenças infecciosas". 
Qual foi porém a atitude dos cientistas de então? 
Cercaram-no de hostilidades impiedosas, cobriram-no com inventivas sarcásticas, deram-no como sonhador. A 
classe médica, a qual não pertencia, combateu-o asperamente. 
Janner descobriu a vacina contra a varíola. 
Quando pela primeira vez, em Londres, levou ao conhecimento dos pares que certos vaqueiros que tinham 
contraído o cow-pox ficavam isentos da varíola, os seus colegas advertiram-no solidariamente de que não 
voltasse mais aos debates com semelhante impertinência, se não quisesse ser afastado de seu cargo. 
O tempo, contudo, fez de Jenner não só um herói da sua pátria, como o consagrou benfeitor da Humanidade e a 
varíola deixou de ser flagelo universal. 
Levantaram-lhe uma estátua em "Trafalgar Square", mas alguns anos mais tarde a sua estátua foi transportada 
para um lugar obscuro e substituída por um obscuro general. 
Houve protestos, o general saiu, mas Jenner não voltou. 
Erlich foi um sábio. Graças à descoberta do 606, foi possível a cura de sífilis. Em sinal de gratidão foi-lhe 
erguida, em sua pátria, uma estátua em Frankfurt. Contudo, certa manhã, a estátua foi encontrada pintada de 
pixe e coberta de penas. 
Erlich era judeu ...! 
Não admiro que Hahnemann fosse perseguido e mal compreendido até os dias atuais. 
Que o mundo científico se curve diante de Hahnemann, porque antes mesmo de Claude Bernard, o pai da 
Homeopatia introduziu a Ciência Experimental, através de experimentação no homem são! 
 
 
VII - HAHNEMANN, PAI DA HOMEOPATIA 
Se coube à Hipócrates o mérito de codificar a Medicina, coube a Christian Friedrich Samuel Hahnemann 
codificar, desenvolver e metodizar a Homeopatia. 
Hahnemann, nascido em Meissen (Saxen), Alemanha, em 1755, cursou Medicina em Leipzig. 
Após diplomar-se, o seu desapontamento com a medicina da época foi tão intenso, que a princípio contentou-se 
com uma simples terapêutica, que ficava à mercê da Natura medicatrix*, para posteriormente abandoná-la. 
Como falava 14 idiomas, passou a fazer traduções para sobreviver. 
Certo dia, ao traduzir sobre a célebre Matéria Médica, de Cullen, lhe chamou a atenção o fato da quinina 
provocar febre nas pessoas sadias. 
Diante desse fato, experimentou a droga em si próprio e em outros, e observou que a febre provocada em 
indivíduos sadios tinha a mesma características da febre em pacientes enfermos, febre esta curada pela própria 
quinina. 
Hahnemann vislumbrou que isto poderia ser feito com outras substâncias e procedeu a novas experimentações 
com a Beladona, a Digital e o Coque do Levante, que resultaram afirmativas. 
Com esta descoberta, voltou a praticar a Medicina, utilizando-se desta terapêutica não – agressiva e não – 
pesada, como ele se referia à medicina da época. 
Como todo inovador, o pioneiro Hahnemann não escapou às críticas e perseguições daquelas pessoas 
retrógradas e reacionárias da época, principalmente dos farmacêuticos, obrigando-o a refugiar-se em Leipzig 
ate’1820. 
* Natura Medicatrix é uma teoria de que o próprio organismo pode sozinho, sem qualquer ajuda, se curar. 
Este tempo de refúgio permitiu-lhe escrever várias obras sobre a teoria e a técnica desta doutrina emergente. 
Já em 1820, devido à inexorável oposição, teve que abandonar Leipzig e fugir para Coethen, sob a proteção do 
Duque Ferdinando, onde foi pessimamente recebido pela população. 
Em contrapartida, quando deixou Coethen par residir em Paris, a pedido de seus discípulos, teve que fazê-lo na 
calada da noite, de tão grande que era o seu prestígio, uma vez que o povo queria, por toda força, que ele 
ficasse. 
Faleceu em Paris com 88 anos. 
Os seus restos mortais encontram-se no Cemitério Père Lachaise, em Paris, cidade que se orgulha de guardar 
os despojos deste imortal humanista. 
 
 
VIII - ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ETIMOLÓGICAS 
A medicina é uma só, o que difere é, tão somente, a técnica terapêutica. Para confirmar este fato deve-se 
reportar a história da Medicina. 
Para melhorar a compreensão do significado das palavras, bem como seu conceito, se estudará algumas 
definições, legadas pelo próprio Hahnemann, sobre o que seja a Homeopatia, Alopatia e Enantiopatia, expressas 
no livro A Teoria e a Técnica da Homeopatia, do Dr. Henry Duprat. 
"A Enantiopatia (enanthios = contrários; pathos = sofrimento) consiste em dar ao paciente a substância capaz 
de determinar um estado contrário ao distúrbio que constituiu a própria doença. 
Exemplo químico: emprego de um alcalino contra perturbações produzidas por um meio estomacal hiperácido. 
Exemplo físico: injeção de água fisiologicamente salgada, para fazer subir a pressão circulatória, que uma 
hemorragia profusa fez baixar exageradamente. 
Exemplo farmacodinâmico: emprego do ópio contra a insônia, pois o ópio provoca, no homem são, um sono 
artificial. 
A Opoterapia* pode ser considerada um processo enantiopático quando faz o enfermo absorver o órgão animal 
correspondente ao que nele é diferente ou foi suprimido. A transfusão de sangue pertence também à enantopia, 
posto que substitui parcialmente o sangue viciado, biologicamente falando negativo, por outro lado sadio, 
positivo, ou então compensa quantitativamente uma perda hemorrágica. Dessa terapêutica 
 Opoterapia – processo pelo qual se utiliza de substância de determinados órgãos no sentido de curar a 
deficiência desses mesmos órgãos no ser vivo. Por exemplo: diante de uma deficiência de secreção por 
parte da glândula hipófise, pode-se administrar o opoterápico hipófise. 
enantiopática, fazem parte alguns processos que denominarei de terapêutica higiênica, porque desempenham, 
no momento exato do ato patológico, o que a higiene realiza com o objetivo de prevenir tal ato: lutam contra a 
causa mórbida.É a parte mais lógica senão a mais completa e mais prática da enantiopatia. 
Exemplos: anti-sepsia interna para a destruição dos agentes microbianos em atividade patogência no corpo. 
Purgação e Sangria, esta eliminando as substâncias tóxicas de que o sangue se acha carregado (uremia), aquela 
provocando expulsão do bolo alimentar quantitativa e qualitativamente nocivo. 
A Homeopatia (homoios = semelhantes; pathso = sofrimento) é o oposto do processo emantiopático. Consiste 
em dar ao doente uma substância medicamentosa capaz de produzir no organismo sadio, um estado semelhante 
ao da doença que se quer curar. Esta terapêutica funciona do ponto de vista físico e principalmente 
farmacodinâmico. 
Exemplo físico: bebidas quentes em caso de queimaduras da mucosa estomacal. 
Exemplos farmacodinâmicos: ópio administrado contra um estado de sonolência doentia comatosa, ou, por 
exemplo, Ipeca prescrita contra vômitos, por produzi-los no homem sadio. 
A Homeopatia se relaciona à Isopatia (isos = idênticos; pathos = sofrimento), que se vale de uma semelhança 
mais perfeita levada até a identidade (vírus mórbidos, secreções e excreções mórbidas, produtos microbianos, 
proteínas e alergenos diversos) contra as enfermidades causadas por esses mesmos micróbios e proteínas. Na 
escola oficial, o método é praticado e tem nomes de vacinoterapia, proteinoterapia etc. 
A Alopatia (allos = diversos; pathos = sofrimento) emprega um medicamento que visa produzir um estado 
diferente daquele que constitui o estado mórbido. 
É ela que introduz o sistema de derivação. Exemplo: a purgação, no caso de congestão cerebral, a fim de 
desviar para a mucosa intestinal o afluxo sangüíneo que aflige o cérebro: o abscesso de fixação, que, por meio 
de introdução de um corpo estranho num tecido vegetativamente inútil (os músculos da coxa), se destina a fixar 
naquele ponto o esforço microbiano que perigosamente se desenvolve num órgão importante. 
Essas foram as três formas terapêuticas universalmente utilizadas no tempo e no espaço, e os títulos de 
ancianidade da Homeopatia não são os menos válidos, como veremos no capítulo seguinte. 
É, portanto, a Enantiopatia que representa o oposto da Homeopatia. O uso, porém, consagrou a substituição do 
termo Enantiopatia pelo Alopatia, que designa e reúne todos os processos de ação contrária, e de derivação 
utilizados na medicina oficial. E para não prejudicar a clareza contrariando velhos hábitos de linguagem, 
continuarei a empregar neste trabalho a palavra Alopatia em seu sentido corrente. 
Como já se salientou, a cirurgia deriva da palavra chiro (mãos), não sendo, a rigor, nem Homeopatia e nem 
Alopatia, tratando-se de procedimentos manuais para fins terapêuticos. 
A clínica cirúrgica visa estudar as mudanças fisiológicas ocorridas antes, durante e após a cirurgia e o modo de 
se corrigir estas alterações no sentido de se beneficiar os pacientes. 
Quem pode se opor a uma apendicectomia, a uma cesariana, a uma colecistectomia ou a uma correção 
ortopédica traumática ou não! 
O próprio Hahnemann, no seu Organon da Arte de Curar, diz que o que é cirúrgico deve ser resolvido com a 
cirurgia. 
Existia no entender de Hahnemann, um outro método de cura que foi chamado de Isopatia (isso = igual; pathos = 
sofrimento/doença), isto é, o idêntico é curado pelo idêntico; é a própria causa mórbida que cura a enfermidade 
que ela produz. 
A Escola Alopática de Pasteur adotou o nome de Vacino-terapia. 
A partir das considerações etimológicas que foram feitas, pode-se compreender que a Medicina é uma só e o 
que difere entre a Homeopatia e a erroneamente chamada Alopatia é, tão – somente, a forma de tratamento, isto 
é, o modo terapêutico. 
 
 
IX - PROCEDÊNCIA DOS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS 
Os medicamentos homeopáticos provêm dos três reinos existentes na natureza: animal, mineral e vegetal. 
Como exemplo do reino animal, citamos o veneno da cobra surucucu (Lachesis); do reino mineral, o cobre 
(Cuprum) ; o ouro (Aurum) e o mercúrio (Mercurius) ; e finalmente, do vegetal, a beladona, extraída da atropa 
Belladona, popularmente conhecida como "comigo ninguém pode". 
É preciso fazer distinção entre Homeopatia e Herboterapia (tratamento pelas ervas), ambas de grande valia no 
tratamento do indivíduo enfermo. 
A diferença reside, como dissemos acima, em que a Homeopatia utiliza as substâncias dos três reinos na 
natureza e, principalmente, pelo fato do medicamento homeopático ser diluído, perdendo de fato sua toxidade. 
A despeito de seus efeitos terapêuticos incontestáveis, algumas ervas ou plantas, por possuírem substâncias 
farmacologicamente ativas, podem apresentar efeitos tóxicos. Efeitos estes aproveitados pela indústria 
farmacêutica para, em conhecendo a falta de esclarecimento da população a respeito, tentarem denegrir a 
Homeopatia, uma vez que estão sentindo o grande avanço da ciência que cura pelos semelhantes e preconiza 
uma cura rápida, suave e duradoura e menos nociva, como queria Samuel Hahnemann. 
 
 
X - DILUIÇÕES HOMEOPÁTICAS 
Hahnemann, no seu Organon da Arte de Curar, enunciou: "o ideal máximo da cura é o restabelecimento rápido, 
suave e duradouro da saúde, ou remoção e aniquilamento da doença, em toda sua extensão, da maneira mais 
curta, mais segura e menos nociva, agindo por princípios facilmente compreensíveis". 
 
Para cumprir os preceitos supracitados, ele percebeu que, além de semelhantes, os medicamentos deveriam ser 
diluídos, isto é, tornarem-se menos "pesados" e menos tóxicos. Fato este conseguido por um processo de 
diluições sucessivas, caracterizando as Doses Mínimas. 
Os medicamentos do reino animal e vegetal são preparados, geralmente, com uma parte da substância fresca e 
outras quartas partes de álcool a 95º, que pode ser substituído por soro fisiológico nas primeiras diluições, para 
não perderem o seu efeito medicamentoso, quando se usa o veneno de algum animal, como o Lachesis, para, a 
partir da terceira ou quarta diluições, serem preparados com álcool. 
Já os produtos de origem mineral dever ser rigorosamente triturados, para, depois, serem diluídos. 
Estas substâncias, assim preparadas, são chamadas tintura-mãe. 
A primeira diluição decimal é obtida diluindo-se uma parte dessa tintura em mais nove partes de solução 
alcoólica. Já a Segunda decimal é derivada da diluição de uma parte desta primeira decimal em nove partes de 
álcool. 
O mesmo método é válido para as diluições centesimais, onde primeiramente se dilui, por exemplo, 1 gota de 
tintura-mãe em 99 gotas de solução alcoólica, obtendo a primeira diluição centesimal. 
Já a Segunda centesimal obtém-se diluindo-se, por exemplo, 1 gota da primeira centesimal em 99 gotas de 
álcool. 
 
As diluições decimais recebem a letra D seguidos dos números que as caracterizam, por exemplo: Belladona D1, 
para a primeira decimal, Belladona D2, para a segunda decimal e assim sucessivamente. 
As diluições centesimais, analogicamente, recebem a sigla C, seguidas, da mesma forma, do número que lhe 
dão ordem, por exemplo: Mercurius silubilis C1, e Mercurius solubilis C2 para a primeira e Segunda diluição 
centesimal, respectivamente. 
Para melhor ilustrar o método, exemplificaremos a seguir: 
 
Existe ainda uma outra diluição, a cinqüenta milesimal, desenvolvida por Hahnemann, comumente representada 
pela letra L (maiúscula), ou pela associação L e LM (maiúsculas), que corresponde a uma diluição elevadíssima, 
que só o gênio criativo do pai da Homeopatia podia idealizar. 
 
 
XI - O MEDICAMENTO EXPERIMENTADO PELO HOMEM SÃO 
Um dos princípios da Homeopatia, como citamos, é a experimentação no homem são, ou seja, o mesmo 
medicamento que causa sintomas no sadio é que vai curar o enfermo pela lei da semelhança. 
Hahnemann experimentou em si próprio e em outras várias pessoas diversos medicamentos e, após rigorosaobservação, catalogou os sintomas e sinais produzidos por estas substâncias no seu livro Matéria Médica Pura. 
Diante deste conhecimento, pode-se medicar a pessoa enferma de uma forma pessoal e individual, segundo o 
seu modo de adoecer. 
Por exemplo: diante de uma amigdalite (inflamação de amígdalas) deve-se levar em consideração o que mudou 
no doente. 
Há pacientes que nestes casos não apresentam febre, outros que a apresentam, acompanhadas de delírio, 
outros que transpiram durante o calor febril, outros que não transpiram, outros que não apresentam calafrio. 
Há pacientes nestes casos que, apesar de uma inflamação intensa na garganta, não sentem dor, entretanto, 
existem aqueles que não conseguem sequer engolir a saliva, devido à dor ocasionada por este ato. 
Vimos que o homeopata, além do diagnóstico clínico, deve proceder a um diagnóstico do medicamento, que 
deve ser individual. 
Daí concluímos que um medicamento que cura uma amigdalite numa pessoa pode não servir para curar uma 
outra. 
No caso discutido, amigdalite, poderíamos fazer a análise do medicamento em função do conhecimento da 
Matéria Médica Homeopática da seguinte forma: 
Sinais e sintomas Medicamentos que cobre 
estes sintomas 
Amigdalite 
Dor de garganta ao engolir 
Transpiração durante a febre 
Calafrio durante a febre 
Delírio durante a febre 
XYZ – Mercurius 
XY – Mercurius 
Y – Mercurius 
Y – Mercurius 
Y - 
Vimos que restou somente o medicamento Y, devendo portanto ser usado, no caso. 
Vimos, também, que a eleição do medicamento se faz por um processo de exclusão. 
Observamos que geralmente devemos utilizar um único medicamento de cada vez, isto é, o Medicamento Único , 
aquele que cobre a totalidade do indivíduo, física e psiquicamente. 
Com relação ao que pode ser considerado Homem Sadio é uma questão que gera muitas discussões, que não 
cabe no contexto deste livro, todavia, penso que o entendimento deste fato passa pelo conhecimento do que 
seja constituição e órgãos de choque segundo Maffei. 
A experimentação no homem são, sem sombra de dúvida, supera e muito o método alopático, que experimenta 
os remédios em animais de laboratório, que sabidamente possuem reações distintas às dos seres humanos sem 
falar das experiências in vitro (tubos de ensaios), que não levam em conta os mecanismos de defesa do ser vivo, 
como se o organismo fosse um simples campo de batalha entre o antibiótico e a bactéria, por exemplo. 
Com estes conhecimentos prévios e pela lei da semelhança, pode o médico homeopata refutar as palavras de 
Voltaire (1694/1778): "A medicina consiste em se introduzir medicamentos que não se conhecem em um 
organismo que se conhece menos ainda". 
 
 
XII - OS NÍVEIS DO TRATAMENTO HOMEOPÁTICO 
O tratamento constitucional ou de fundo só pode ser realizado por um médico competente. 
Antes de mais nada, cumpre definir o que seja constituição. 
Segundo o Prof. Maffei: "A constituição é o conjunto dos caracteres anatômicos e funcionais de um indivíduo a 
partir de um momento dado da sua vida". 
"Assim compreendida, a constituição é fundamentalmente determinada pela hereditariedade, mais ou menos 
modificada pelos fatores modificadores já descritos e ambientais, por conseguinte, a constituição é a 
manifestação fenotipo individual, entretanto, no recém-nascido não é possível estabelecer-se o tipo 
constitucional, pois este se delineia durante a evolução do indivíduo". 
A partir destas considerações podemos inferir que o medicamento constitucional é aquele que atende ao 
indivíduo de uma forma global, física, mental e psiquicamente. 
Levando-se em consideração, principalmente, a sua história biopatográfica (bio = vida ; pathos = sofrimento; 
grafia = gravar), ou seja, os sofrimentos físicos, psíquicos e mentais, que marcaram a sua existência. 
Existe uma discussão muito grande entre os próprios homeopatas, sobre o que seja Homeopatia de 1º, 2º e 3º 
níveis. 
A meu ver, o tratamento que leva em consideração a constituição do indivíduo poderia ser enquadrado no 
chamado nível 3º. 
O medicamento que eventualmente poderia ser enquadrado no 1º nível seria aquele usado, por exemplo, numa 
epidemia onde se administra uma mesma substância para toda a população sem levar em conta as 
individualidades de cada um. Isto caracteriza o que chamamos "Gênio Epidêmico" de medicamentos. 
Nestes casos leva-se me consideração somente os sintomas gerais da população. 
Hahnemann debelou grandes epidemias, utilizando-se desta forma de tratamento. 
O medicamento que poderia ser colocado no 2º nível é aquele que, na mesma epidemia acima citada, atendesse 
a individualidade do enfermo. Além dos sintomas gerais, como por exemplo, febre, diarréia etc., leva-se em 
conta também as mudanças que se processaram nesta pessoa que a distingue dos demais, tais como: aumento, 
diminuição ou ausência de sede, desejo de ficar só ou em companhia durante a doença e outras coisas mais. 
Apesar de idealmente, dever-se tratar as pessoas de uma forma constitucional, não se deve, em hipótese 
alguma, colocar em segundo plano as técnicas a meu ver erroneamente chamadas de 1º e 2º níveis, posto que é 
um procedimento por demais discriminatório. 
 
 
XIII - UMA DOENÇA MAIS FORTE ACABA COM UMA DOENÇA MAIS FRACA 
Muitas vezes uma moléstia se torna crônica porque os seus mecanismos defensivos estão debilitados por um 
fenômeno de pouca reatividade ou baixa Alergia, que não consegue estabelecer a imunidade. 
Outras vezes, uma outra doença se sobrepõe à já existente, solicitando uma resposta de maior intensidade por 
parte do organismo, que tenta vencer a agressão. É como se todas as forças orgânicas convergissem para lutar 
contra uma doença mais potente. 
Se o sistema defensivo consegue vencer esta segunda agressão, não é incomum desaparecer a primeira 
doença. 
Senão vejamos, quantas vezes uma Asma Brônquica é curada depois do indivíduo contrair uma Pneumonia ou 
então uma coqueluche. 
A sabedoria popular sabe deste fato, e tenho visto inúmeras vezes enfermeiras, com muitos anos de profissão, 
tecerem comentários neste sentido. 
No livro Moléstias Infecciosas Contagiosas, do eminente Prof. Veronesi, há uma citação de que a melhora da 
Asma Brônquica que ocorre após uma criança contrair coqueluche é apenas uma coincidência. 
Podemos inferir, pelo exposto, que, longe de ser uma coincidência, a melhora de uma moléstia, depois de uma 
moléstia, mais forte, pode ser antes de tudo até uma lei que merecesse ser melhor entendida e compreendida. 
O medicamento homeopático age de forma e maneira semelhante à de uma doença mais forte, despertando uma 
força diferente e mais potente, daí as reações de agravação que podem ocorrer após a administração deste 
medicamento, como exemplificarei a seguir. 
 
O exemplo acima mostra que o medicamento homeopático acrescenta um "caudal" energético à reação 
orgânica, provocando uma reação diferente e mais potente por parte do organismo e promovendo a cura da sua 
energia vital. 
É difícil aos olhos dos colegas alopatas se falar em força vital, todavia no seu livro Aforismos y Prognósticos, 
tradução de Antônio Gagaya, Madrid, 1904, Hipócrates admite um princípio vital, que ele denomina natureza, 
força de essência ignorada, que se manifesta nas funções de todos os órgãos, atraindo a cada órgão o que lhe é 
proveitoso e eliminado dele o que lhe é funesto. Na presença de uma causa mórbida, esta energia se desprende 
e adquire um desenvolvimento ainda maior... 
 
 
XIV - ÓRGÃO DÉBIL OU "LOCUS MINORIS RESISTENTIAE" 
Muito se fala sobre o órgão débil, portanto, vamos tentar descrevê-lo para melhor compreensão do fato. 
São mais fracos, porque não atingiram o seu desenvolvimento pleno durante os estágios embriológicos, quando 
no útero materno, justificando o axioma da medicina organicista que diz "Ninguém fica doentedo que quer e sim 
do que pode". 
Por exemplo, uma criança com febre reumática só seria susceptível a ter um problema na válvula cardíaca, se 
ela já apresentasse um defeito anatômico congênito, ou então contrair uma glomerulonefrite, em decorrência de 
uma piodermite (infecção de pele), se ela possuir um rim lobulado etc. 
Pelo mesmo raciocínio, uma criança que tem a espinha bífida, ou seja, uma ausência de soldadura de uma 
vértebra, é mais suscetível a contrair a poliomielite anterior aguda (paralisia infantil), porque concomitantemente 
à espinha bífida ocorrem alterações microscópicas em nível de medula espinhal, que predisporia a instalação e 
ação do vírus da pólio neste local. 
Este processo pode ocorrer em qualquer órgão do organismo, como o cérebro, útero, próstata, fígado etc. 
Por isso mesmo, serão estes órgãos que sofrerão as conseqüências se houver um desequilíbrio orgânico, 
devido a fatores vários tais como stress, desnutrição, susto, morte de entes queridos, separações etc. 
Quem já não ouviu falar em pessoas que ficaram diabéticas depois de um desgosto, mágoa etc.? 
É que, provavelmente, "o órgão de choque" ou locus minoris resistentiae era o pâncreas endócrino. 
Neste particular é importante frisar que uma alimentação que forneça os nutrientes que os diferentes órgãos 
precisam é fundamental para o seu bom funcionamento, tornando-se mais resistente às enfermidades. 
Sabemos que a doença evolui como se descesse uma escada, e para que haja a cura é necessário percorrer este 
caminho de volta, e os nutrientes são a matéria-prima indispensável para que a cura aconteça ad integrum, isto 
é, sem deixar seqüelas, como na ilustração abaixo: 
 
A propósito deste processo de reconstituição orgânica e, de que o órgão de choque é aquele que não atingiu 
seu desenvolvimento pleno nas fases embriológicas, lanço a hipótese, se é que não lançaram alhures, de que 
muitas vezes este atraso de desenvolvimento pode ser completado nas fases pós – embriológicas, como 
podemos constatar pela evolução de ovários policísticos após o tratamento homeopático. 
Se tal teoria pode gritar alto na razão de muitos, é só atentar que cientistas conseguiram reproduzir numa 
bactéria o código genético de uma múmia de 5.000 anos, o que não é possível a um organismo vivo fazer? 
Finalizando este capítulo, citamos o Prof. Maffei, quando faz uma analogia do órgão minoris resistentiae com a 
sabedoria grega: "Aliás, já na mitologia grega, encontra-se a concepção de órgão sensível na conhecida História 
de Acquiles. Quando este herói da guerra de Tróia nasceu, a sua mãe Tetis mergulhou-o nas águas da lagoa 
Estígia, o que o tornou invulnerável, exceto no calcanhar, por onde ela o segurou e, portanto, esse ponto não foi 
banhado, mais tarde foi morto por uma seta lançada por Páris que o acertou neste ponto. Como se vê, trata-se 
de um simbolismo significando que todo o indivíduo possui o seu ponto sensível. 
No mínimo, quando o Prof. Maffei cita a palavra funcional, penso que, melhorando a função do órgão das 
pessoas, por tabela contribuímos para melhorar a sua constituição, e isto pode ser feito através da Homeopatia, 
também através do fornecimento de vitaminas e sais minerais específicos a estes órgãos, ou através de uma 
orientação alimentar ou mesmo com suprimentos alimentares, caminhadas, exercícios físicos etc. 
É clássico, entre aqueles que assistiram as famosas autópsias do Prof. Maffei, que antes mesmo de "abrir" o 
cadáver, já sabia de antemão, da sua causa mortis pelas suas características morfológicas, como, por exemplo, 
implante de orelha e sua relação embriológica com os órgãos internos. 
Com relação à experimentação no homem são, a Profª. Ana Kossak, numa palestra proferida na Associação 
Paulista de Homeopatia, disse que deve haver uma predisposição para que o indivíduo apresente sintomas na 
experimentação. Penso que este processo passa pelo conhecimento do que realmente seja constituição geral e 
constituição parcial, representada pelos órgãos de choque, já que "ninguém fica doente do que quer e sim do 
que pode", por analogia, "ninguém responde a uma experimentação do que quer e sim do que pode", segundo 
os seus órgãos de choque e estados que se encontram, porque se eles não existissem, pelo fato do organismo 
ser uma máquina teoricamente perfeita, não haveria a morte. Porém todos temos um Calcanhar de Aquiles. O 
medicamento homeopático deve agir neste ponto. 
 
 
XV - A FEBRE – UMA REAÇÃO FAVORÁVEL 
A convulsão só ocorre em que tem tendência, que diminui, à medida que o sistema nervoso central atinge a sua 
maturidade, principalmente através da mielinização do sistema nervoso como um todo. 
Geralmente, a convulsão febril ocorre em crianças de 6 meses a 6 anos de idade, nas primeiras 24 horas da 
febre e não deixa seqüelas. 
A febre constitui uma reação favorável do organismo, seja de alarme ou de defesa, frente a um agente agressor. 
Durante a febre ocorre uma maior produção de anticorpos contra o agente infeccioso, como veremos a seguir. 
O "abaixar" febre representa diminuir em "plena batalha" e na iminência da vitória, os anticorpos responsáveis 
pela defesa do organismo. Representa, a meu ver, um rebote falso, uma agressão contra a homeostasia, que 
segundo o fisiologista norte-americano Walter Bradford Cannon é a "propriedade hereditária do ser vivo de 
perdurar no tempo, mantendo o equilíbrio morfológico e funcional das suas células e tecidos". A homeostasia 
por sua vez é mantida por outra propriedade hereditária que é auto–regulação. 
A auto – regulação se manifesta, por exemplo, quando a temperatura do ambiente é elevada, provocando uma 
dilatação dos capilares a fim de se eliminar calor do organismo. 
A homeostasia e a auto – regulação do organismo constituem os mecanismos de adaptação e compreensão do 
organismo aos diversos agentes externos, influindo assim não só na época da manifestação de uma moléstia, 
como também no modo de evolução e ação terapêutica (Maffei). 
A febre, bem como os sinais que a caracterizam, tais como sudorese, calafrios etc., fazem parte da tentativa do 
organismo de manter a sua homeostasia e auto – regulação frente à agressão e alteração que está sofrendo. 
A sudorese se processa através do mecanismo de vasodilatação, quando o organismo não necessita mais da 
febre para vencer o agente agressor. 
O calafrio, pelo contrário, representa uma tentativa do organismo, através da sua auto – regulação de manter o 
calor, pela vasoconstricção. Este mecanismo é de fundamental importância na defesa contra uma infecção viral, 
posto que é um dos únicos mecanismos próprios que o organismo dispõe contra a ação dos diferentes vírus 
que acometem o ser humano. Aliás, o Prof. Maffei cita que o organismo dispõe de um mecanismo natural que 
lhe confere uma imunidade contra os microorganismos existentes na atmosfera terrestre que, se somados, 
representam o próprio peso da terra. 
É atribuído a Hipócrates o seguinte aforisma: "Dá-me uma febre, que curarei qualquer doença". 
Costuma-se dizer, em Medicina Organicista, que ninguém fica doente do que quer e sim do que pode, isto é, em 
função de quais sejam os seus órgãos de menor resistência, ou seja, aqueles que nasceram mais fracos. 
Dentro deste raciocínio, a convulsão ocorre em quem tem tendência, e quando se tem tendência convulsiona-se 
com 37ºC. 
Sabe-se também que, à medida que o sistema nervoso atinge a sua maturidade, diminui a tendência à 
convulsão, tanto que é raríssimo um adulto convulsionar por febre. 
Existem alguns autores que acham que a convulsão que ocorre durante um processo infeccioso não ocorre em 
função da febre, e sim durante a própria infecção, por isso a inutilidade de se diminuir a febre. 
São famosos os casos do Prof. Maffei, quando provocava febre artificial em pacientes "desenganados", 
principalmente os desnutridos, alcoolistas e criançasportadoras de moléstias infecciosas que cursam sem 
febre. Nestes casos, quando a febre ocorre, aumenta a chance de sobrevivência desses pacientes, caso 
contrário, evoluem sempre de forma fatal. 
Para tanto cito as suas palavras contidas no livro Os fundamentos da Medicina, p. 870, no parágrafo, 
"significação da febre": "a febre, porém, constitui a reação dos mecanismos do organismo ao agente mórbido, 
pois o aumento da temperatura estimula a atividade fagocitária dos leucócitos e a produção de anticorpos, 
atestado pelo aumento das gamaglobulinas. O que está em relação com o aumento da destruição das toxinas 
bacterianas. De fato, nos indivíduos desnutridos, como acontece nos alcoolistas, as moléstias infecciosas 
evoluem sem febre e até com hipotermia e, por isso mesmo, são sempre fatais. São também graves as moléstias 
que em certos indivíduos evoluem com febre baixa, quando habitualmente deveriam ter febre elevada, 
demonstrando a precariedade dos seus mecanismos defensivos. 
Por isso mesmo, diversas moléstias são tratadas provocando-se febre artificial, pela injeção de substâncias 
dotadas destas propriedades. 
Não obstante, se a febre for excessivamente elevada, acima de 40ºC, já passa a ser patológica, pois está 
indicando que os centros termorreguladores não conseguem mais controlar a temperatura do organismo, e 
então resultam alterações graves dos diversos órgãos e até a morte. Como a febre representa o descontrole do 
centro termorregulador do hipotálamo, não se deve dar banho no doente, principalmente quando se trata de 
criança, pois, devido à labilidade dos mecanismos da adaptação, nesses casos, pode resultar colapso e morte". 
Se um organismo não faz febre diante de um agente infeccioso, e sabendo-se que a febre á a resultante do 
choque entre o microorganismo e os anticorpos, conforme a equação, por exemplo: 
 
bactéria x anticorpos = febre 
pode-se supor que, se este produto resulta igual a zero, pode-se também inferir que um dos produtos é igual a 
zero, ou seja, se for a bactéria igual a zero, fica: 
 
Bactéria zero x anticorpos = ausência de 
febre 
Ou o inverso: 
 
Bactéria x anticorpos zero = ausência de 
febre 
Por isso que diante de um quadro de pneumonia, por exemplo, se existe o vírus ou a bactéria, por que não ter 
febre, já que existe o agente agressor? 
É porque existe uma baixa produção de anticorpos e o prognóstico quase sempre é ruim: daí o Prof. Maffei 
tentar provocar febre artificial nestes casos, numa tentativa de provocar, através da estimulação dos centros 
termorreguladores, uma produção maior de anticorpos. 
Como se vê, a Homeopatia não é contra o alopata, quando insiste que não deve diminuir a febre, porque este 
conhecimento transcede a própria Homeopatia, posto que pertence à Medicina, que como já vimos engloba a 
Homeopatia. 
De fato, na minha experiência ao longo dos anos de Homeopatia, nunca tive problemas em não "abaixar" a febre 
de meus pacientes, muito pelo contrário, só tive motivos de alegria, ao ver muitos casos rotulados como 
incuráveis serem resolvidos após um episódio febril. 
Devo ressaltar que apesar da citação de que a febre não deve ultrapassar 40ºC, já tive pacientes, inclusive meu 
próprio filho, em que isto ocorreu sem problema algum para eles. 
É muito importante se atentar para uma eventual indústria da febre, se assim não fora, não caberia a 
recomendação do Instituto de Pesos e Medidas de se comprar somente termômetros de determinadas marcas 
idôneas, conforme artigo publicado no jornal Folha de São Paulo , do dia 20 de outubro de 1989, que noticia a 
apreensão de vários lotes de termômetros que marcavam para mais, levando as pessoas a ficarem preocupadas. 
Será que não existe um esquema montado para aumentar o consumo de antitérmicos? 
Segundo Maffei, "... as crises que se manifestam por ocasião de uma moléstia infecciosa ou intoxicação, fato 
este que se verifica em certas crianças, sendo então atribuídas à febre e, por isso, comumente designadas 
convulsões febris, conforme se vê, as convulsões, nesses casos, são consideradas como sintoma da moléstia, 
mas, na realidade, trata-se de heterozigotos epilépticos e a infecção é apenas o desencadeante das crises". 
É de fundamental importância que os estudantes de Medicina reflitam sobre o que foi escrito e passem a encarar 
a febre segundo as suas próprias conclusões, e não como querem as indústrias farmacêuticas! 
 
 
XVI - AS DIVERSAS LINHAS DO TRATAMENTO HOMEOPÁTICO 
Existem muitas correntes dentro da própria Homeopatia. 
Há os que defendem o uso de medicamento único. São os chamados unicistas, que apregoam que um único 
medicamento pode curar todos os males. 
Existem os alternistas, que como o próprio nome diz alteram os medicamentos, isto é, administra-se 
primeiramente uma substância para depois, alternadamente, fornecer um outro medicamento. 
Particularmente, acho que medicamentos devem ser administrados um de cada vez. Porque, como saber qual o 
medicamento que surtiu efeito e, eventualmente, aumentar-lhe a potência aumentando o seu efeito no sentido de 
consolidar a cura. 
Não é de bom alvitre usar potências elevadas indiscriminadamente. 
O Dr. Arthur de Almeida Rezende Filho, numa de suas palestras a que assisti, diz o que o homeopata não deixa 
de ser um unicista se usar um medicamento de cada vez, mesmo que tenha que complementá-lo com um outro. 
Com relação às potências, existem aqueles que as usam de forma elevada, são os altistas e há aqueles que as 
usam de forma baixa, são os baixistas. 
De um modo geral considera-se potência baixa aquela que vai até 12ª centesimal, mas alguns homeopatas 
acham que a 30ª centesimal ainda pode ser considerada baixa. 
Entretanto existe um consenso de que 30ª centesimal é considerada uma potência média. 
A partir de 200ª centesimal, considera-se potência elevada. 
As potências baixas são mais usadas quando quer se curar a parte física; já as elevadas, usa-se, mais 
comumente, para tratar de sintomas mentais. 
Isto não quer dizer que as potências baixas não melhorem os sintomas mentais. 
Em crianças as potências baixas agem muito favoravelmente nos sintomas mentais, tais como: medos, terror 
noturno, sonambulismo, briquismo (ranger os dentes), roer unhas etc. 
O próprio Hahnemann recomenda começar com potências baixas. 
Tenho visto, principalmente técnicos em farmácia, leigos que não tiveram formação homeopática, como um 
farmacêutico que cursou Faculdade de Farmácia e pós-graduação em Homeopatia, receitarem potências 
elevadíssimas, como a dez mil centesimal, como se fossem água, aos pacientes. 
Isso cabe a um médico com formação homeopática fazê-lo, mesmo assim após criterioso exame do paciente. 
O medicamento homeopático não é de todo inócuo. Pode-se produzir sintomas mentais no paciente, que só um 
homeopata experiente pode reverter. 
Assisti recentemente um curso proferido pelo Dr. Mikail Antouniuk que preconiza o uso de medicamentos 
"menores", que, junto com os grandes medicamentos (policrestos), agiriam como drenadores de toxinas do 
organismo, indo muito de encontro com o pensamento da escola francesa. 
Convém não radicalizar posições que só serviria para desunir os homeopatas, bem do interesse de 
multinacionais da doença. 
 
 
XVII - LEI DE CURA – LEI DE HERING 
Antes de abordarmos este capítulo, convém elucidarmos que segundo a eminente Profª. Anna Kossak o termo 
Lei é inadequado, posto que na realidade o correto seria fenômeno de Hering. 
Existe um conceito em Homeopatia que diz: "O que ficou mal curado ou suprimido pode voltar". É a chamada 
"volta dos sintomas antigos". 
Hering, médico homeopata, enunciou que esta volta de sintomas antigos se faz da seguinte maneira: "de dentro 
para fora, de cima para baixo e na ordem inversa do seu aparecimento". 
É importante ressaltar que Hering, um alopata

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