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Contracultura Movimento catalisador e questionador da cultura ocidental de espírito libertário. Mudanças nas músicas acompanhadas do movimento hippie. O termo “Contracultura” foi inventado pela imprensa norte-americana nos anos 60, para designar um conjunto de manifestações culturais novas que floresceram nessa década, uma cultura marginal. Cultura é um produto histórico, e é essencialmente Arte. A contracultura foi certamente propiciadas pelas próprias doenças de nossa cultura tradicional, tal doença é teorizada por Marx como “alienação” (resultado psicológico da exploração econômica) e por Freud como “neurose” (produto social da repressão dos instintos). A contracultura surge como forma de confrontar e romper com a cultura vigente. Tratava-se, naquele momento, de combater uma sociedade que se vinha constituindo como meramente tecnocrática , voltada exclusivamente para a busca de um ideal do máximo de modernização, racionalização e planejamento, privilegiando os aspectos técnico-racionais, em detrimento dos sociais e humanos, reforçando uma tendência crescente para a burocratização da vida social. O termo aglutinava tanto pela imprensa mais ou menos poderosa, era um fenômeno que assumia cada vez mais proporções maiores, e continha em si mesmo uma carga expressiva de informação a respeito do movimento que designava. Nos anos de 1938, químicos suíços Albert Hofmann e Arthur Stoll sintetizaram o LSD pela primeira vez em um grande programa de pesquisa o qual tinha o fim de descobrir derivados da ergolina úteis para a medicina. O primeiro a experimentar os efeitos da droga foi o próprio Dr. Hofmann. Uma pequeníssima parte da substância foi absorvida por sua pele de forma acidental. Sentindo sensações estranhas e confusas, o mesmo teve que ir embora para casa. Percebendo que o responsável por aquelas sensações seria justamente a dietilamida do ácido lisérgico, Hofmann testou em si mesmo uma dose maior da substância, o que o levou a ter alucinações estranhíssimas. A partir destas primeiras experiências, os Laboratórios Sandoz passaram a vender a substância para ser usada no tratamento de diversos tipos de distúrbios psiquiátricos. Em 1961, Ken Kesey, um desconhecido escritor, ofereceu-se como coabaia para os testes com o ácido realizados por psiquiatras da Universidade de Stanford, Califórnia, viajando a bordo de um ônibus escolar pintado com as cores berrantes que via sob efeito do LSD. Em vez de escrever novos romances, Kesey viveu seu próprio romance, transformando sua vida em um roteiro alucinado de vitórias e fracassos, o que inclui diversas prisões, anos no exílio e as famosas festas de louvação aos psicodélicos, que ficaram conhecidas como acid test e deram início à onda hippie que tomou conta dos anos 1960. Kesey trabalhou em um hospital psiquiátrico e dessa experiência nasceu seu livro mais célebre, Um estranho no ninho, a história de um desajustado social que se faz de louco para escapar da vida dura em uma colônia penal, indo cumprir sua pena em um hospício, pode ser interpretada de várias maneiras, suscitando inúmeras discussões. Nos anos 60, um psicólogo busca testar os efeitos de drogas na mente humana, o nome dele era Timothy Leary, professor em Havard, Leary em seu laboratório, procurava alunos para se voluntariar na pesquisa, em 1963, distribuiu 3.500 doses a 400 alunos e acabou expulso da universidade, não pela distribuição da droga, mas por seu envolvimento com o misticismo que tomava conta dos adeptos do LSD. Leary falava sobre liberdade de expressão e em como não devíamos deixar o governo guiar nossas ações. Entre os jovens norte-americanos, vigorava nesse período a “filosofia” do drop out (cair fora), lema do famoso “guru” da contracultura, o professor de psicologia da Universidade de Harvard, Timothy Leary (1920-1996), que incitava os jovens com o seu lema: turn on, turn in, and drop out(se ligue, sintonize e caia fora). A juventude engajada na contracultura dos anos 60 buscava, através desse conjunto de ideias e comportamentos, cair fora do Sistema. Jovem e juventude passaram a ser sinônimos de contestação. O rock, nos anos 60, foi uma das principais fontes inspiradoras das mudanças de comportamento da juventude. Essa transmutação dos valores na década de 60 foi resumida, em seus aspectos gerais, pela célebre tríade: sexo, drogas e rock'n'roll. Outro fato considerável dessa década é que uma boa parcela da juventude se desenvolveu, intelectualmente, estudando as idéias de Hebert Marcuse, filósofo alemão pertencente à Escola de Frankfurt , e um dos mais respeitados analistas da sociedade industrial desenvolvida. Para Marcuse, a revolta dos jovens era na realidade uma revolta contra a sociedade produtivista e os simulacros de valores que ela engendra. A tecnocracia trata-se de uma sociedade voltada na busca ideal de um máximo de modernização, racionalização e planejamento, com o privilégio dos aspectos técnicos-racionais sobre os sociais e humanos, apoiado sobre o dogma da ciência. Nesse sentido, a tecnocracia se afirma como imperativo cultural incontestável dominando boa parte da população do final do século XX. Diante disso, a contestação da juventude vai ser basear na individualidade. É de suma importância falar sobre os Estados Unidos como pioneiro no movimento da contracultura. O surgimento de uma tradição boêmica nos anos 50 (beatniks) que se interessavam pelo desregramento dos sentidos e possibilidades ilimitadas de serem eles mesmos. Surge nesse contexto, a poesia beat, à qual se liga Allan Ginsberg, líder e inspirador do flower power. Seu poema Howl foi objeto de um processo de obscenidade em São Francisco, o berço dos beatniks – “ I saw the best minds of my generation destroyed by madness”. Norman Miler quem vai chamar atenção para um outro fenômeno de contestação contemporânea, os hipsters, que é uma atitude de revolta ou de conformismo diante do status quo das então modernas sociedades tecnocratas. Delinquência juvenil, exaltação do ego. Era nos Estados Unidos que as novas formas de contestação e luta política iam encontrar um solo mais fértil, eles tinham um background radical de esquerda bem menos sólido. Ao contrário do Rock ‘n roll dos anos 50, criado por músicos mais velhos para jovens, o rock dos anos 60 era criado por jovens para jovens. Nomes da época: Beatles, Bob D’ylan, Rolling Stones. Principalmente durante a segunda metade dos anos 60, os grandes acontecimentos do movimento da contracultura eram os festivais. Os principais eram o Woodstock (Peace and love) e Altamont (Tom agressivo). Altamont serve como o final simbólico da positividade dos anos 60 – um aviso de que otimismo e idealismo não seriam suficientes. Que ser jovem, engajado e idealista só poderia nos levar até certo ponto. Que os jovens que pareciam prontos para tomar o poder não podiam apagar a história da raça nos EUA. Por volta de meados dos anos 1965, surgiam diversas marchas pacifistas de hippies. Aumenta nos Estados Unidos, a recusa ao pagamento de impostos por parte daqueles que discordavam do destino que estes impostos tinham, como armamento para guerra. Cresce a resistência à prestação do serviço militar, entre outras como forma de repúdio à guerra do Vietnã. A inspiração de jovens na figura de Che Guevara O verdadeiro sentido da crítica do movimento hippie à repressão, que do seu ponto de vista, caracterizava o modo de vida do Ocidente: a busca às vezes desesperada e nem sempre muito consciente de um novo espaço onde fosse possível viver outra vida. 1967, figura do yippies, um hippie politizado. Segundo Roszak (1972), como não é bom que aos jovens caiba tamanha responsabilidade em criar ou imaginar soluções para toda uma sociedade, essa tarefa é grande demais para que tenham êxito. Nesse sentido, foi que eles contaram, também, com uma saída psicológica. Com isso, numa organização social com propostas notadamente desumanizadoras serãoindicadas terapias humanistas. O que Foucault fez, principalmente com a sua “genealogia”, foi analisar o poder para denunciá-lo mostrando como esse poder produzido pelas sociedades capitalistas age discriminando e objetivando as pessoas. Pode-se fazer uma aproximação entre a ideia de resistência de Foucault e o que os jovens dos anos 60 pretendiam. O projeto de psicologia humanista, de um modo geral, pode ser interpretado também como mais uma resposta, um eco às insatisfações manifestadas pelos jovens desse período contra os aspectos mecanicistas, materialistas e autoritários da cultura ocidental contemporânea. Esse projeto de psicologia nasce pretendendo, com suas propostas, contribuir para a constituição de um novo homem que possibilitasse um outro modelo social, menos controlador, mais atento às necessidades tidas como intrínsecas aos seres humanos; defendia os ideais de auto-realização e criatividade, com relações pessoais mais abertas, autênticas, auto-expressivas e prazerosas. Psicologia Humanista Criticavam os psicanalistas freudianos daquele momento por só estudarem pessoas perturbadas mentalmente - neuróticos e psicóticos. Suas críticas centravam-se, sobretudo, naquilo que eles consideravam como sendo “uma visão pessimista, determinista e psicopatologizante atribuída à teoria de Freud” (BOANAIM JR., 1998:25). Segundo os psicólogos humanistas, o reconhecimento do homem individual, em sua totalidade, em contraste com o homem universal, é a marca registrada dessa modalidade de psicologia. O projeto humanista em psicologia foi oficialmente iniciado em 1961, com o lançamento e publicação do primeiro número de uma revista que, depois de vários encontros, discussões e sugestões, recebera o título de Revista de Psicologia Humanista, título esse que definiu o nome da nova proposta em psicologia. O sucesso da revista foi tão grande que levou, em 1963, à criação da Associação Americana de Psicologia Humanista. Segundo o Journal of humanistic psychology (1961), a consolidação do movimento se deu definitivamente, em 1964, quando, em um encontro realizado na cidade de Old Saybrook, grandes nomes da psicologia daquele momento compareceram em aberta adesão. Todos os psicólogos do movimento humanista, tiveram alguma participação no movimento do potencial humano. Um dos exemplos é Maslow. Porém, é necessário dissociar o movimento humanista do potencial humano.
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