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PONTIFÍCA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Curso de Administração Evelyn Yara Maruca Júlia Paixão Barreto Lara Rodrigues Corrêa Maria Laura dos Reis Coelho Sarah Vilas Boas Muniz Vilela Shammah Júlia Lopes Garcia Rosa RELATÓRIO DE ANÁLISE MACROAMBIENTAL Indicadores de Sustentabilidade da cidade de Poços de Caldas/MG – Eixo Planejamento e Desenho Urbano Poços de Caldas 2019 PONTIFÍCA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Curso de Administração Evelyn Yara Maruca Júlia Paixão Barreto Lara Rodrigues Corrêa Maria Laura dos Reis Coelho Sarah Vilas Boas Muniz Vilela Shammah Júlia Lopes Garcia Rosa RELATÓRIO DE ANÁLISE MACROAMBIENTAL Indicadores de Sustentabilidade da cidade de Poços de Caldas/MG – Eixo Planejamento e Desenho Urbano Relatório Técnico desenvolvido para apresentação às disciplinas do terceiro período do Curso de Administração da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, campus Poços de Caldas. Orientadora: Prof. Maria Teresa Mariano Prof. Fernando Santos Eduardo Prof. Henrique Maia Veloso Prof. Vinicius Generoso Monteiro Prof. João Carlos Bastos Gonzaga Poços de Caldas 2019 LISTA DE GRÁFICOS: Gráfico 1 - Gráfico Comparativo das Áreas de Poços de Caldas 13 LISTA DE TABELAS: Tabela 1: Série Histórica de Poços de Caldas 13 Tabela 2: Número total, em quilômetros quadrados (km²), da área do município 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 5 1.1 Justificativa 6 2.2 Objetivo Geral 6 2.3 Objetivos específicos 7 2 CARACTERIZAÇÃO DA CIDADE DE POÇOS DE CALDAS 7 3 REFERÊNCIAL TEÓRICO 8 3.1 Análise Macro Ambiente 8 3.2 Sustentabilidade e objetivos do desenvolvimento sustentável estabelecidos pela ONU 9 3.3 Descrição do Programa Cidade Sustentável 11 4. METODOLOGIA 12 5. DESENVOLVIMENTO 12 5.1 Área Urbana e Rural do Município 12 5.2 Calçadas Acessíveis 14 5.3 Consórcios Públicos e Parcerias Privadas 14 5.4 Déficit Habitacional 15 5.5 Edifícios novos e reformados com Certificação de Sustentabilidade 16 5.6 Planejamento integrado entre as Secretarias 17 5.7 Plano Diretor Participativo 17 6. CONCLUSÃO 19 REFERÊNCIAS 21 ANEXO A – ROTEIRO PESQUISA QUALITATIVA 24 ANEXO B – ENTREVISTA COM GESTOREs 25 5 1 INTRODUÇÃO A ideia de desenvolvimento sustentável surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de equilibrar o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. (WWF, s.d) Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, pode-se entender sustentabilidade como uma forma de atender as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as futuras gerações também terem suas necessidades supridas. A sustentabilidade é composta por três tripés, o social, o ambiental e o econômico. O papel social refere-se a sociedade e as condições de vida, como saúde, educação, segurança, e lazer, por exemplo. A parte ambiental trata dos recursos naturais do planeta e a forma com que eles são utilizados pela sociedade e empresas, e o âmbito econômico está relacionado a produção, distribuição e consumo de bens e serviços, considerando as questões sociais e ambientais. (Redação Pensamento Verde, 2018) Com o crescimento desenfreado da população em todo mundo, percebe-se que não é possível a humanidade permanecer com o atual modelo de desenvolvimento, visto que, se não houver mudanças, os recursos básicos para suprir as necessidades da população se esgotarão. Pensando em um modo de criar uma transição para um desenvolvimento sustentável, que integre as dimensões social, ambiental e econômica, surgiu o Programa Cidades Sustentáveis. (Programa Cidades Sustentáveis, s.d) De acordo com o site oficial do programa (Programa Cidades Sustentáveis, s.d) o órgão oferece aos gestores públicos uma agenda completa de sustentabilidade urbana, um conjunto de indicadores associados a esta agenda e um banco de práticas com casos exemplares nacionais e internacionais como referências a serem seguidas pelos municípios brasileiros, visando um desenvolvimento de forma econômica, social e ambientalmente sustentável. O Programa Cidades Sustentáveis, é composto por diversos indicadores de sustentabilidade, este trabalho por sua vez, tratará em específico o indicador de Planejamento e Desenho Urbano, que consiste além da aparência física, agregar valor social e cultural ao município, bem como assegurar a compatibilidade de usos do solo na área urbana, oferecendo equilíbrio entre empregos, moradia, transportes e habitação para a população. 6 Na sua fase inicial o trabalho apresentará sua justificativa e objetivos. No tópico 2, será descrito a caracterização da cidade de Poços de Caldas/MG. No tópico três será apresentado o referencial teórico e uma breve descrição sobre o Programa Cidades Sustentáveis. No 4° tópico, será descrito o tipo de metodologia utilizada e no 5° ocorrerá o desenvolvimento do trabalho, no qual os dados apresentados foram obtidos através de entrevistas com gestores do poder executivo e legislativo, e o representante da ONG Trama - Ação Urbana, tendo as informações complementadas e validadas por pesquisas bibliográficas e artigos científicos, permitindo uma análise ampla e completa sobre o tema abordado a fim de chegar a conclusão deste trabalho. 1.1 JUSTIFICATIVA O trabalho é de suma importância para o grupo, para a sociedade e para a academia, pois considera-se que os parâmetros estabelecidos para se desenvolver uma cidade sustentável envolvem questões ambientais, econômicas, socioculturais e da saúde, visando melhorar e preservar a qualidade de vida humana e ambiental. É de extrema importância que estes indicadores sejam revisados e analisados conforme as novas necessidades e demandas das cidades e da população, uma vez que são pontos que contribuem para uma melhor qualidade de vida dos cidadãos. Outra questão que torna o projeto importante para o grupo é que, para estudantes e futuros administradores, acompanhar o desenvolvimento de uma cidade sustentável agrega conhecimento e permite compreender como funciona questões também da administração pública do município. Sendo assim, o trabalho pode contribuir de várias formas, dentre elas, ajudar os gestores responsáveis pela área a identificar déficits e implementar novos métodos e políticas públicas para aprimorar o indicador estudado neste projeto, resultando no desenvolvimento do município, e consequentemente, melhorando a vida dos moradores e de todos que usufruem dos atributos que a cidade pode oferecer. Contribui também para criar e aprimorar uma visão crítica aos alunos, cooperando com a vida acadêmica, e assim permitindo o crescimento como estudante e profissional. 7 2.2 Objetivo Geral O trabalho tem como objetivo geral entender o programa Cidade Sustentável e como o conceito se aplica no município de Poços de Caldas. Apresenta também o objetivo de capacitar os alunos a desenvolver uma análise macro ambiental. 2.3 Objetivos específicos Especificamente, procura-se descrever o conceito de cidade sustentável, direcionando para o entendimento específico do indicador de planejamento e desenho urbano e apresentar dados referentes ao planejamento e desenho implementado pela prefeitura de Poços de Caldas. 2 CARACTERIZAÇÃO DA CIDADE DE POÇOS DE CALDAS Segundo informações dadas pelo site IBGE (2018), a cidade de Poços de Caldas é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, localizada no sudeste do país. É o 15º município mais populoso do estado, contendo 166.111 habitantes. Sua história inicia-se no século XVIII, em relação as descobertas de suas primeiras fontes e nascentes localizadas às bordas uma caldeira vulcânica, um planalto elíptico, com área aproximada de 750 km², altitude média de 1300 m e campos suavemente ondulados, historiadores afirmam que o local surgiu há pelo menos 80 milhões de anos. O motivo pelo crescimento do município foram as águas raras com poderes de cura, gerando assim, o nome SantaRita das Águas Milagrosas dos Poços de Caldas. De acordo com o site IBGE (2018), em 1818, a região em que hoje situa Poços de Caldas, pertencia ao capitão José Bernardes Junqueira. Quando a desapropriação dos terrenos e poços de águas sulfurosas passaram a ser utilidade pública pela declaração do senador Joaquim Floriano Godoy, ocorreu a doação de 96 hectares para a fundação da cidade, o ato foi assinado no dia 6 de novembro de 1872, data em que se comemora o aniversário da cidade. Conforme o site da Prefeitura Municipal a história de Poços de Caldas, desde 1886, havia tratamento em um balneário de doenças cutâneas com águas sulforosa e termal da 8 fonte da praça Dom Pedro II, mais tarde fundado por Pedro Sanches, captadas pela fonte Pedro Botelho. Segundo o site medipedia “Doenças cutâneas são uma série de problemas em que as manifestações são exclusivas ou predominantemente cutâneas. Embora algumas destas doenças possam ser pontuais ou banais, existem outras que podem ter graves repercussões em todo organismo” ou seja, doenças na pele. Em outubro de 1886, para a inauguração da Estrada de Ferro Mogiana, Poços recebeu a visita de Dom Pedro II e a imperatriz Tereza Cristina. Após três anos, a cidade foi desmembrada do distrito de Caldas e passou a ser vila e município. Como as fontes eram poços utilizados por animais, surgiu-se o nome Poços de Caldas. Em 1931, foi construído as Thermas Antônio Carlos, um balneário com tratamentos corporais. Na era dos cassinos, década de 40, Poços recebeu visitas da aristocracia brasileira onde frequentavam os salões do Palace Casino e Palace Hotel. Havia um quarto especial para o presidente Getúlio Vargas no Palace Hotel, com a mesma decoração que utilizava no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. Até hoje, o quarto é preservado com móveis da época. Esteve presente Sílvio Caldas, Carmem Miranda, Orlando Silva e Carlos Galhardo, Rui Barbosa, Santos Dumont, o poeta Olavo Bilac, João do Rio o romancista, Benedito Valadares, e o presidente Juscelino Kubitschek, foram presenças constantes em Poços de Caldas. Com base nas informações do site da prefeitura da cidade de Poços de Caldas, as descobertas dos antibióticos e a proibição dos jogos, gerou um grande impacto no turismo e na economia da cidade em 1946. Sendo assim, superaram essa mudança com foco no turismo, abrigando indústrias para impulsionar na economia. Em 2006, a cidade foi tema enredo de Carnaval da escola samba carioca Beija Flor de Nilópolis. Hoje, a cidade possui um dos melhores índices de desenvolvimento humano do estado e grande fluxo de turistas, abrangendo no seu Distrito industrial, empresas multinacionais, e na agricultura, ganha-se destaque no café. Em maio de 2017, a cidade passou a pertencer à Associação Europeia Termal e Histórica. Ainda com as Termas Antônio Carlos como um dos principais pontos turísticos, o município realizou investimentos em atrações de vários estilos para seu público alvo. Hoje em dia, a cidade é procurada para saltos de paraglyder, trilhas especiais, cachoeiras e parques. O ponto forte da cidade também são os eventos culturais, como o teatro, festivais e exposições 9 3 REFERÊNCIAL TEÓRICO 3.1 Análise Macro Ambiente A análise Macro Ambiente refere-se ao contexto externo no qual uma organização está inserida (CHIAVENATO; SAPIRO, 2003). Esse ambiente externo pode ser caracterizado como dinâmico e mutável e aquele que possui as variáveis responsáveis por influenciar o resultado, como por exemplo: - Ambiente Demográfico: A compreensão estatística da população em termos de tamanho, densidade, localização, sexo, idade, ocupação e etc. ; - Ambiente Econômico: Cenário econômico (inflação, taxa de juros, taxa de câmbio, políticas adotadas e etc.); - Ambiente político/legal: Decisões governamentais, legislação nas esferas federais, estaduais e municipais; - Ambiente Sociocultural: Entendimento sobre os grupos sociais, sua cultura e questões relevantes para a população; - Ambiente Tecnológico: Compreender os sistemas, acompanhar as inovações e as tendências para o desenvolvimento; - Ambiente de Recursos Naturais: Compreensão dos recursos naturais, bem como, a responsabilidade ambiental existente; A importância dessa análise se deve ao fato de que compreender a realidade ambiental é essencial para a formulação de um planejamento estratégico eficiente e vital para que seja possível mapear todas as variáveis pertinentes, antecipando futuros problemas e detectando ameaças, restrições, oportunidades, incentivos e etc. (FILHO, 1979). 3.2 Sustentabilidade e objetivos do desenvolvimento sustentável estabelecidos pela ONU De acordo com (BOFF, 2014), ao buscar uma definição para sustentabilidade, nos deparamos com a história desse conceito pré-histórico que surgiu a partir da percepção da escassez e que foi utilizado oficialmente pela primeira vez na Assembleia Geral das Nações Unidas em 1979. Após ser assumido pelos governos e debatido por especialistas, no documento Nosso Futuro Comum (publicado em 1987), ele apareceu com a definição clássica: “sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades". 10 Nos anos seguintes, o conceito de sustentabilidade foi incorporado não apenas na dimensão ambiental, mas também nos pilares econômicos e sociais, pois segundo (ALVES, 2015) “o tripé do desenvolvimento sustentável pretende ser, concomitantemente, socialmente justo, economicamente inclusivo e ambientalmente responsável” Em razão disso, a sustentabilidade em suas três dimensões encontrou espaço para ser debatida em 1990 em diversas conferências que produziram documentos com listas de propostas e reivindicações que ainda não tinham um programa de monitoramento para o progresso atingido. Portanto, em 2000, o secretário geral da ONU, Kofi Annan, organizou a Cúpula do Milênio, que gerou os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), no qual estabeleceu-se oito pontos que deveriam ser atingidos por diversos países ao redor do mundo até 2015. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), vieram após os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e foram apresentados na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20), que aconteceu em 2012. Essa agenda é formada por 17 objetivos, que devem ser concretizados por todos os países do mundo, até o ano de 2030. Os objetivos são: I. acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares; II. acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável; III. assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades; IV. assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos; V. alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas; VI. assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos; VII. assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos; VIII. promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos; IX. construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação; X. reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles; 11 XI. tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros e sustentáveis; XII. assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis; XIII. tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos; XIV. conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável; XV. proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradaçãoda terra e deter a perda de biodiversidade; XVI. promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis; XVII. inclusivas em todos os níveis e fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável. 3.3 Descrição do Programa Cidade Sustentável No ano de 2010 a Rede Nossa São Paulo e a Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis lançaram a Plataforma Cidades Sustentáveis. Inicialmente ela tinha o objetivo de servir como referência e inspiração para os gestores na hora de planejar programas e políticas públicas. Nesse mesmo momento uma carta compromisso também foi criada para que os candidatos ao governo do Estado e ao Senado Federal se comprometessem em dar sequência nesse processo. Em 2011 foi realmente lançado o Programa Cidades Sustentáveis, fruto de uma parceria da Rede Nossa São Paulo, a Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis e do Instituto Ethos, no qual a plataforma de 2010 foi incorporada. Tal programa reúne várias ferramentas que visam contribuir e promover o desenvolvimento sustentável nos municípios brasileiros, buscando atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) descritos acima, tentando incorporar de maneira 12 integrada o social, ambiental, político, cultural e econômico, abordando diferentes áreas da gestão pública em 12 eixos temáticos. Participam do Programa cidades espalhadas por todo o Brasil. As cidades participantes do estado de Minas Gerais totalizam 28 cidades, sendo elas: Conceição das Alagoas, Matipó, Ipatinga, Barão de Cocais, Itabira, Timóteo, Santana do Paraíso, Coronel Fabriciano, Caratinga, Rio Piracicaba, Caxambu, Nova Lima, Marliéria, Belo Oriente, Betim, Manhuaçu, Santa Bárbara, Nova União, São Gonçalo do Rio Abaixo, Bom Despacho, Santana de Garambéu, Manhumirim, Itacambira, João Monlevade, Poços de Caldas, Bela Vista de Minas, Inhapim e Ipaba. O eixo temático para o qual este trabalho dará ênfase será o de Planejamento e Desenho Urbano, que se subdivide nos seguintes tópicos abaixo, os quais serão melhor explorados na parte do Desenvolvimento do Trabalho: - Área urbana e rural do município - Calçadas acessíveis - Consórcios públicos e Parcerias Público Privadas - Déficit habitacional - Edifícios novos e reformados com certificação de sustentabilidade ambiental - Planejamento integrado entre todas as secretarias - Plano Diretor participativo - População residente em aglomerados subnormais - Propriedade de imóveis 4. METODOLOGIA Esta pesquisa é de caráter descritivo pois foi buscado fatos existentes sobre o indicador de Planejamento e Desenho Urbano no programa Cidades Sustentáveis, implementado pela prefeitura de Poços de Caldas/MG. Os fatos foram analisados, registrados e interpretados sem que haja interferência pessoal. A abordagem utilizada foi qualitativa e como instrumento de coleta de dados foram aplicados questionários a representantes do Poder Executivo, Legislativo e de uma ONG. A entrevista realizada com o vereador e com o arquiteto da Secretaria do Planejamento foi uma conversa formal, nos respectivos locais de trabalho, sobre o Programa Cidade Sustentável. Eles responderam um questionário com oito questões abertas afim de 13 identificar seus conhecimentos sobre os indicadores e entender como o programa está sendo aplicado na área de planejamento e favorecendo o município. Já a entrevista realizada com o representante da ONG Trama Ação Urbana, foi bem menos informal, onde os dados foram obtidos através de uma conversa descontraída e significativa em uma cafeteria do Município de Poços de Caldas/Mg. Desta forma, o tema é decorrido com embasamento teórico e histórico, por meio de pesquisas bibliográficas, entrevistas e questionários, observando os fatos da maneira que eles acontecem. 5. DESENVOLVIMENTO 5.1 Área Urbana e Rural do Município • Fórmula: Número total, em quilômetros quadrados (km²), da área do município por tipo ÷ Número total, em quilômetros quadrados (km²), da área do município × 100 • Disponibilidade de dados: Cidade • Meta ODS: Sem vínculo com metas dos ODS. Tabela 1: Série Histórica de Poços de Caldas Períod o Número total, em quilômetros quadrados (km²), da área do município por tipo Número total, em quilômetros quadrados (km²), da área do município Valor da Fórmula 2016 87,67 546,67 16,04 2017 87,67 546,67 16,04 2018 87,67 546,67 16,04 Fonte: site Cidades Sustentáveis (2018) 14 Tabela 2: Número total, em quilômetros quadrados (km²), da área do município Período Soma das faixas 2016 100 2017 100,003 2018 100 Fonte: site Cidades Sustentáveis (2018) Gráfico 1 - Gráfico Comparativo das Áreas de Poços de Caldas Fonte: site Cidades Sustentáveis (2018) Os dados que constam no site do programa, Gráfico 1, apresentam o contexto atual da cidade de Poços de Caldas em relação as suas áreas urbana e rural, predominando a área urbana, não tendo grandes alterações durante os anos. Segundo um dos entrevistados, representante da ONG Trama Ação Urbana – Mário Carvão, os bairros da periferia de Poços de Caldas tem uma qualidade bem pior que a do centro e da zona oeste da cidade. Ele salienta também que existem algumas ocupações de baixa renda pontuais, fora da malha urbana da cidade não autorizadas pelo poder público, apesar de existirem também residências de pessoas com alta renda que ainda continuam ilegais da mesma forma, a exemplo do Bortolan ou de ocupações próximas a mata do cristo 15 que são muitas vezes proibidas pela prefeitura no início, mas que depois acabam sendo legalizadas. 5.2 Calçadas Acessíveis O valor pode ser obtido pelo percentual de quilômetros de calçadas acessíveis sobre a extensão total em quilômetros de calçadas da cidade. É considerada calçada acessível: rampa, corrimão, sinal sonoro, iluminação, faixa, piso tátil e em bom estado de conservação. • Fórmula: Número de quilômetros de calçadas acessíveis ÷ Quantidade total de quilômetros de calçadas × 100 • Disponibilidade de dados: Cidade • Meta ODS: Meta 11.7: até 2030, proporcionar o acesso universal a espaços públicos seguros, inclusivos, acessíveis e verdes, particularmente para as mulheres e crianças, pessoas idosas e com deficiência, de acordo com Cidades e comunidades sustentáveis (ODS 11) – Organização das Nações Unidas (ONU). Uma matéria divulgada no site da Prefeitura de Poços em abril de 2018, mostra que várias ações foram feitas para melhorar a mobilidade na cidade. A mesma diz que foram construídas onze faixas elevadas no centro da cidade, que foram corrigidas irregularidades nas calçadas e foram colocadas rampas nas esquinas, além de rebaixamento de guias. As rampas também foram construídas em bairros, foram feitas mais de 800 rampas de acessibilidade, apesar de que na zona rural ou nos bairros menos favorecidos não tenham tanta prioridade para que isso aconteça, como foi discutido durante a entrevista com Mário Carvão. Em relação a este item, não existe nenhum dado no site do programa. 5.3 Consórcios Públicos e Parcerias Privadas Este item procura mapear a existência de consórcio público, convênio de parceria, apoio do setor privado ou de comunidades nas áreas de desenvolvimento urbano, emprego/trabalho, educação, saúde, cultura, turismo e meio ambiente na comunidade. • Fórmula: Consórcio público, convênio de parceria, apoio do setor privado ou de comunidades nas áreas de desenvolvimento urbano, emprego ÷ trabalho, educação, saúde, cultura, turismo e meio ambiente? Quais? 16 • Disponibilidade de dados: Cidade • Meta ODS: Meta 11.a: apoiar relações econômicas, sociais e ambientais positivas entre áreas urbanas, peri-urbanas e rurais, reforçando o planejamento nacional e regional de desenvolvimento. No site da Prefeitura de Poços de Caldas encontra-se dados sobre um planejamento turístico feito em 2017, parte do Programa de ParceriasPúblico Privadas (PPPs), que visava privatizações ou concessões dos pontos turísticos da cidade e revitalização inicialmente seis espaços. Tal iniciativa teve apoio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Neste período, a Secretaria de Turismo aguardava uma posição do BDMG sobre cada um dos espaços para ver quais seriam os principais antes de começar as negociações com as empresas. Para este indicador foram encontrados apenas informações fora do site sobre o setor de turismo, sendo que, sobre tal indicador, também não existe nenhum dado no site do programa Em geral, no município de Poços de Caldas, de acordo com um dos entrevistados deste trabalho – Joaquim (da farmácia), grande parte da ajuda vem do estado, apesar de ser papel do poder executivo. 5.4 Déficit Habitacional Meta ODS: Meta 11.1: Até 2030, garantir o acesso de todos a habitação segura, adequada e a preço acessível, e aos serviços básicos. Urbanizar as favelas. De acordo com a nota do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o indicador Déficit Habitacional, presente no eixo Planejamento e Desenho Urbano é o responsável por auxiliar na formulação e avaliação da política habitacional, visto que orienta a gestão pública na especificação das necessidades das moradias. O objetivo do indicador é orientar os responsáveis pela política habitacional na elaboração e implantação de programas eficazes para suprir a demanda nas distintas esferas de governo: municípios, Distrito Federal, estados e União. Segundo a metodologia desenvolvida pela fundação João Pinheiro em parceria com o Ministérios das Cidades, o Déficit Habitacional é calculado a partir de quatro componentes: 17 - Domicílios precários (rústicos ou improvisados): A precariedade também é evidenciada quando a moradia é considerada improvisada, ou seja, não é revestida de alvenaria ou madeira emparelhada, mas sim de outros materiais que representam risco. - Situação de coabitação: Família que reside no mesmo domicílio com outras famílias e que tem a intenção de se mudar, caracterizada como convivente. - Excedente de aluguel: Quando o valor do aluguel ultrapassa 30% da renda domiciliar total. - Adensamento excessivo: Isso acontece quando mais de três habitantes utilizam o mesmo cômodo de forma permanente como dormitório. Conforme informações presentes no site da Prefeitura Municipal de Poços de Caldas, a ação atual em prol desse indicador é a construção de 246 apartamentos pelo Programa Minha Casa Minha Vida, serão beneficiadas famílias da faixa 1 (inscritas no cadastro da Secretaria Municipal de Promoção Social). Todos os inscritos no Programa Municipal de Habitação, de 1990 a 2009, foram convocados para a atualização cadastral, visto que somente os cadastros atualizados estão aptos para a seleção do programa, juntamente com a atualização do Cadastro Único. De acordo com o secretário de Planejamento, Tiago Cavelagna, outros processos como este também estão em andamento, juntamente ao Ministério das Cidades com o objetivo de reduzir o déficit habitacional no município. 5.5 Edifícios novos e reformados com Certificação de Sustentabilidade • Fórmula: Número de edifícios novos e reformados que têm avaliação em termos de critérios de sustentabilidade ÷ Número total de edifícios novos e projetos de reforma × 100. • Disponibilidade de Dados: Cidade • Meta ODS: Meta 11.c: apoiar os países menos desenvolvidos, inclusive por meio de assistência técnica e financeira, para construções sustentáveis e resilientes, utilizando materiais locais. A sustentabilidade possui um vasto conceito nas certificações de novas construções ou projetos de reforma, mas o principal objetivo da construção sustentável é 18 satisfazer as necessidades da população atual, sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem as suas necessidades. Atualmente no Brasil, conquistar uma certificação de edifício sustentável requer um longo caminho e muitas etapas a serem cumpridas do projeto à entrega da obra. No entanto, a recompensa é notável pois pesquisas mostram que edifícios sustentáveis reduzem em 30% o consumo de energia e em 50% o consumo de água. Existem várias entidades certificadoras, como por exemplo: AQUA, BREEAM, CASA AZUL, PROCEL EDIFICA, DGNB e o LEED. Dentre essas certificadoras, o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é o que possui mais reconhecimento internacional e o mais utilizado em todo o mundo, inclusive no Brasil. Não é suficiente apenas aproveitar os recursos naturais, como energia solar e ventilação natural para reduzir os impactos ambientais, mas é necessário também que o edifício seja economicamente viável pois a sustentabilidade dos edifícios envolve a consideração de todo o ciclo de vida da construção, incluindo a qualidade ambiental e funcional. Na cidade de Poços de Caldas, algumas construtoras privadas já estão investindo na construção de edifícios sustentáveis, inclusive em projetos Minha Casa Minha Vida. No entanto, não foi possível obter informações de ações em andamento pela Prefeitura da cidade. 5.6 Planejamento integrado entre as Secretarias De acordo com o site (Programa Cidades Sustentáveis, s.d), planejamento integrado é a organização de tarefas e ações para atingir metas estipuladas, ou seja, de atingir um desejo, objetivo determinado. A meta deste indicador é que em até 2030, a urbanização inclusiva e sustentável seja predominante em todos os países, assim como as capacidades para o planejamento e gestão de assentamentos humanos participativos e integrados. 5.7 Plano Diretor Participativo O plano diretor deve ser um instrumento que orienta todas as ações concretas de intervenção sobre o território, independentemente do fato dessas ações serem levadas a cabo 19 pelos indivíduos, pelas empresas, pelo setor público ou por qualquer outro tipo de agente. O documento deve ser aprovado pela Câmara Municipal. Portanto: Plano diretor é um documento que sintetiza e torna explícitos os objetivos consensuados para o Município e estabelece princípios, diretrizes e normas a serem utilizadas como base para que as decisões dos atores envolvidos no processo de desenvolvimento urbano convirjam, tanto quanto possível, na direção desses objetivos. (SABOYA, 2007, p.39). Através do estabelecimento de princípios, diretrizes e normas, o plano deve fornecer orientações para as ações que, de alguma maneira, influenciam no desenvolvimento urbano. Essas ações podem ser desde a abertura de uma nova avenida, até a construção de uma nova residência, ou a implantação de uma estação de tratamento de esgoto, ou a reurbanização de uma favela. Essas ações, no seu conjunto, definem o desenvolvimento da cidade, portanto é necessário que elas sejam orientadas segundo uma estratégia mais ampla, para que todos possam trabalhar (na medida do possível) em conjunto na direção dos objetivos consensuados. O zoneamento é um instrumento importante nesse sentido, já que impões limites às iniciativas privadas ou individuais, mas não deve ser o único. É importante também que estratégias de atuação sejam definidas para as ações do Poder Público, já que essas ações são fundamentais para qualquer cidade. A escolha do local de abertura de uma via, por exemplo, pode modificar toda a acessibilidade de uma área e, por consequência, seu valor imobiliário. Conforme a Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal e estabelece diretrizes gerais da política urbana, o Plano Diretor de Poços de Caldas (lei 5488), de 4 de janeiro de 1994, nos quais os objetivos citados no artigo 2° são: [...] I - garantir o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade; II - assegurar que o crescimento econômico do Município seja fator de promoção do bem-estar social; III - preservar, proteger e recuperar o meio ambiente e o patrimônio cultural, histórico, paisagístico e artístico municipal; IV - promover a adequada distribuição doscontingentes populacionais, conciliando-a às diversas atividades urbanas instaladas; https://leismunicipais.com.br/a/mg/p/pocos-de-caldas/lei-ordinaria/1994/548/5488/lei-ordinaria-n-5488-1994-este-ato-ainda-nao-esta-disponivel-no-sistema 20 V - promover a estruturação de um sistema municipal de planejamento e gestão urbana democratizado e integrado. Além disso, o artigo 4° da lei 5488, determina que as propriedades urbanas respeitem as funções sociais ligadas ao desenvolvimento e preservação do município, respeitando os dispositivos legais assegurados, sendo eles: I - o aproveitamento socialmente justo e racional do solo; II - a utilização adequada dos recursos naturais disponíveis, bem como a proteção, a preservação e a recuperação do meio ambiente; III - o aproveitamento e a utilização compatíveis com a segurança e a saúde dos usuários e dos vizinhos. Por meio de artigos e parágrafos únicos, o plano diretor do munícipio planeja o desenvolvimento da estrutura urbana em diversas áreas - econômica, social, ambiental, espacial – podendo citar ações de melhorias na prestação de serviços públicos, busca pela industrialização e fortalecimento do comércio e do turismo, controlar as construções e os possíveis impactos que podem trazer ao meio ambiente, preservar os recursos naturais e revitalizar áreas degradadas, envolver a população na gestão política urbana, promover a acessibilidade, entre outros. Com isto, entende-se que os órgãos públicos têm diretrizes claras que devem ser consideradas para alavancar o processo de desenvolvimento de Poços de Caldas e assim, torná-la uma referência em estrutura e qualidade de vida para o Sul de Minas Gerais, já sendo reconhecida nacionalmente pelo seu aconchego e pacificidade. 6. CONCLUSÃO O Programa Cidades Sustentáveis existe em várias cidades brasileiras. No estado de Minas Gerais, totalizam 28 municípios, sendo um deles a cidade de Poços de Caldas. O intuito do Programa é promover a sustentabilidade como uma forma de atender as necessidades da sociedade presente e futura. O projeto foi criado para diminuir os custos ambientais acumulados pela humanidade pois com o ritmo atual a escassez de insumos é certa. 21 A partir da análise dos dados coletados por meio de pesquisas bibliográficas, científicas e entrevistas realizadas com representantes do poder executivo, legislativo e da ONG Trama Ação Urbana, foi possível observar que os gestores possuem uma noção básica sobre o que é sustentabilidade e reconhecem a importância da implementação desse programa na gestão atual. Entretanto, apesar de o programa ser um projeto vigente no plano diretor participativo, ele não tem sido aplicado na atual administração, devido dentre outros fatores, a pouca adesão da ideia pelos gestores e pelos próprios cidadãos que esperam melhorias, mas não apresentam nenhuma proposta. Dessa forma, é necessário que a população e os atuais gestores públicos, deixem de ter uma visão individualista a respeito do desenvolvimento sustentável e passem a agir de forma coletiva, buscando melhorar a qualidade de vida atual, sem eliminar a possibilidade de as gerações futuras também terem suas necessidades supridas. 22 REFERÊNCIAS ADEQUAÇÕES em calçadas e vias melhoram mobilidade em Poços. Site da Prefeitura Municipal de Poços de Caldas. Publicado em 06/04/18. Disponível em <https://pocosdecaldas.mg.gov.br/noticias/adequacoes-em-calcadas-e-vias-melhoram-mobilid ade-em-pocos/> acesso em 15/04/19. ALVES, José. 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Disponivel em: <https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustenta vel/>. https://indicadores.cidadessustentaveis.org.br/br/MG/pocos-de-caldas/deficit-habitacional https://indicadores.cidadessustentaveis.org.br/br/MG/pocos-de-caldas/deficit-habitacional 25 ANEXO A – ROTEIRO PESQUISA QUALITATIVA Entrevista com os gestores Objetivo: Determinar, pela visão desses gestores, se o Programa Cidades Sustentáveis vem sendo aplicado no Munícipio de Poços de Caldas/MG e se os mesmo têm conhecimento da existência desse método de gestão sustentável. Nome do entrevistado: Cargo/ocupação: Data da entrevista: / / 1. Como o senhor entende sustentabilidade? 2. Na sua opinião, o que seria uma cidade sustentável? 3. Conhece os objetivos do desenvolvimento sustentável? 4. Tem conhecimento do programa Cidade Sustentável? 26 5. Conhece algum dos indicadores de sustentabilidade escolhidos pela administração atual? 6. Tem conhecimento de como o programa vem sendo aplicado na área de planejamento e desenho urbano? ANEXO B – ENTREVISTA COM GESTORES Entrevista com os gestores Nome do entrevistado: Joaquim Sebastião Alves (Joaquim da Farmácia) Cargo/ocupação: Vereador – Poder Legislativo Data da entrevista: 17/04/2019 1. Como o senhor entende sustentabilidade? Uma forma de melhorar a cidade para a população, com calçadas mais largas, rampas de acesso, ruas pavimentadas, transporte público bom, avenidas com ciclovias, entre outras coisas. 2. Na sua opinião, o que seria uma cidade sustentável? Uma cidade com uma boa qualidade de vida para a população, com saúde e educação. 27 3. Conhece os objetivos do desenvolvimento sustentável? Sim, é ter uma melhor qualidade de vida para a população, levando em conta o meio ambiente, a qualidade dos solos e da água. 4. Tem conhecimento do programa Cidade Sustentável? Tem. Não teve acesso direto, mas o programa passará pela câmara. 5. Conhece algum dos indicadores de sustentabilidade escolhidos pela administração atual? Não. 6. Tem conhecimento de como o programa vem sendo aplicado na área de planejamento e desenho urbano? Bairros melhores planejados, visando o desenvolvimento urbano, de acordo com o plano diretor. Pergunta extra: Existe no município consórcio público, convênio de parceria, apoio do setor privado ou de comunidades nas áreas de desenvolvimento urbano, emprego, trabalho, educação, saúde, cultura, turismo e meio ambiente? Quais? Recebe ajuda do estado, porém esse papel cabe ao órgão executivo da cidade. 28 Entrevista com os gestores 2 Nome do entrevistado: Lucas Cargo/ocupação: Arquiteto da Secretaria de Planejamento – Poder Executivo Data da entrevista: 15/05/2019 1. Como o senhor entende sustentabilidade? A noção de sustentabilidade parte de uma opção de crítica ao modelo de desenvolvimento corrente, feita principalmente com base em argumentos da ecologia e da economia, que são os campos disciplinares que polarizam os debates em torno do tema, e que cada vez mais assume uma importância política, dada a sua interiorização nas agendas públicas locais, regionais, nacionais e internacionais, e sua apropriação como causa por diferentes grupos sociais com diferentes orientações ideológicas, que lhe imprimem diferentes significados e a usam para justificar suas práticas. A sustentabilidade, 29 conceitualmente, é uma construção híbrida, com a constituição, de forma geral, de três campos discursivos que vinculam essa ideia, sempre a partir de um posicionamento frente à forma como a sociedade se organiza para a reprodução de suas condições materiais de existência. O primeiro discurso é o da sustentabilidade como adequação ao mercado. Nessa abordagem, não há um plano de fundo propriamente ecológico e sua elaboração é estritamente fundada no pensamento econômico clássico, que entende a economia como a alocação eficiente de recursos escassos e estabelece que o mercado é o mecanismo ótimo para tal fim, e dentro dessa concepção, os problemas ambientais aparecem pelo fato de que o meio ambiente ainda não foi completamente integrado à análise econômica. Logo, a sustentabilidade se dará pela extensão do mercado a todos os aspectos do meio ambiente, de modo que este, a partir de suas dinâmicas internas, possa corrigir as distorções das atividades econômicas e conduzir ao desenvolvimento sustentável: nesse caso, para se desenvolver o problema da poluição, deve-se atribuir preço à poluição, para resolver o problema da emanação excessiva de carbono, deve-se taxar o carbono, e assim por diante. Esse é o discurso sobre a sustentabilidade, que pode ser visualizado postulados presentes em documentos internacionais como o Protocolo de Kyoto, que apresenta, em síntese, o receituário da agenda neoliberal de desenvolvimento sustentável. O segundo discurso é o da sustentabilidade como superação do mercado, que parte de uma premissa geral, a de que o desenvolvimento sustentável é totalmente incompatível com o modelo econômico vigente, posto que a economia capitalista não se pauta pelo respeito à capacidade limitada da natureza em prover as necessidades humanas na medida em que explora os recursos naturais e degrada o meio ambiente em um ritmo e em uma escala maior do que a capacidade dos sistemas naturais se regenerarem, e portanto, esse modelo deve ser substituído por um outro que concilie o desenvolvimento das atividades humanas com os limites impostos pela natureza para tais atividades. Essa concepção da sustentabilidade é baseada em uma visão ecossistêmica da natureza rebatida para sociedade, onde não há uma separação entre economia e ecologia – fala-se em economia ecológica – uma vez que as atividades humanas integram e se refletem no conjunto de dinâmicas naturais que, em seu equilíbrio, são responsáveis por manter a vida na terra. O diagnóstico feito é de que, desde a primeira industrialização até a atualidade, tudo o que a humanidade fez foi deprezar e destruir a natureza em nome de interesses mesquinhos, socialmente nefastos e com resultados ambientais potencialmente catastróficos, e a solução para por uma completa revisão da organização produtiva e dos fins do uso da tecnologia, enfim, de se estabelecer uma nova racionalidade econômica, social e política. Essa abordagem está presente nos discursos movimentos ambientais e sociais, empregados com enfoques políticos e proposições práticas diferenciadas – eco socialismo, ecologia profunda, etc. – mas que em comum assumem o 30 compromisso de orientar suas práticas e suas lutas para a superação da economia capitalista e a construção de um novo projeto de sociedade, o que pode ser visto em documentos como a Carta Final da Cúpula dos Povos. E o terceiro discurso é o da sustentabilidade pela disciplina do mercado que, por não ser nem radical ao ponto de propor uma nova organização social nem conservador por aceitar o status que, é chamado de terceira via. A ideologia defendida é a de que, a partir de algumas mudanças superficiais no capitalismo, é possível dirigir o seu rumo para uma forma de desenvolvimento compatível com a conservação do meio ambiente mantendo o crescimento econômico. Trata-se de se promover uma substituição tecnológica e de matriz energética para que os setores produtivosmantenham a sua estrutura, mas operem consumindo menos recursos, energia e gerando menos resíduos, de se educar a população para o consumo consciente, de se incentivar a produção de bens “ecologicamente corretos”, enfim, de esverdear o capitalismo a partir da adoção de medidas microestruturais. É o discurso adotado pelos Partidos Verdes, pelo PNUMA e pela Agenda 21. 2. Na sua opinião, o que seria uma cidade sustentável? Enquanto instituição do Poder Público ligada ao desenvolvimento urbano, o conceito de cidade sustentável que se aplica às nossas práticas no âmbito do planejamento é aquele delineado no inciso I do art. 2º do Estatuto da Cidade, Lei Federal 10.257/2001 e alterações: I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações; 3. Conhece os objetivos do desenvolvimento sustentável? Conforme Agenda 21, sim. 4. Tem conhecimento do programa Cidade Sustentável? Existe uma grande variedade de programas que lidam com o tema da sustentabilidade urbana, de modo que não é possível precisar, por esta pergunta, a qual o programa especificamente se está a referir: se o da Rede Cidades Sustentáveis, se o do Instituto Ethos, se o do Ministério do Meio Ambiente, dentre os programas existentes com este nome. 5. Conhece algum dos indicadores de sustentabilidade escolhidos pela administração atual? 31 Não há a nível local uma política de indicadores desempenho e monitoramento de ações de sustentabilidade urbana implantados pela administração pública de forma oficial e sistematizada. 6. Tem conhecimento de como o programa vem sendo aplicado na área de planejamento e desenho urbano? Não há este tipo de coordenação a nível local. Perguntas extras: 1. Qual a importância do planejamento urbano? O planejamento urbano não é o fim e sim um meio que pensa no custo de vida equacionado (economia, bem-estar das pessoas, distribuição de benefícios e malefícios da urbanização). Exemplo: Enchentes de 2016 que geraram efeitos desiguais para a população. 2. Como está o andamento/aplicação das certificações sustentáveis dos edifícios? Nada está sendo aplicado até o momento, pois não é uma obrigatoriedade. Entrevista com os gestores 3 Nome do entrevistado: Mário Carvão Cargo/ocupação: Representante da Ong Trama Ação Urbana Data da entrevista: 17/05/2019 1. Como o senhor entende sustentabilidade? 32 Maneira de continuar o desenvolvimento da cidade, sem esgotar os recursos naturais. 2. Na sua opinião, o que seria uma cidade sustentável? Uma cidade com menos resíduos e preocupada com a água e o solo. Por exemplo, menos de 20% da rede de esgoto de Poços de Caldas é tratada. 3. Conhece os objetivos do desenvolvimento sustentável? Promover o bem-estar da população, prejudicando o menos possível a natureza, evitando assim, que os recursos naturais sejam totalmente esgotados. Um exemplo comum dessa falta de cuidado é o fato de as construtoras construírem grandes prédios sem muito critério, o plano diretor na prática, não leva as águas muito em consideração, ocasionando a seca de diversas fontes. 4. Tem conhecimento do programa Cidade Sustentável? Não tenho. 5. Conhece algum dos indicadores de sustentabilidade escolhidos pela administração atual? Não. 6. Tem conhecimento de como o programa vem sendo aplicado na área de planejamento e desenho urbano? Não. Pergunta extra: Como surgiu a Ong Trama Ação Urbana? No ano de 2014 um grupo de arquitetos e urbanistas decidiram se juntar a fim de criar uma maior conscientização da população em relação a mobilidade urbana, tratando principalmente assuntos como o preço do transporte público e aumento do número de carros no município de Poços de Caldas. A estratégia do grupo sem foi passar as ideias para a 33 prefeitura, uma vez que a população exige mudanças, mas não se preocupa em apresentar propostas de melhoria.
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