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Entrevista Médica

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Entrevista Médica
Estrutura da Consulta
Fase Inicial
● Preparação
● Primeiros passos
Fase Intermediária
● Exploração, análise e contextualização
● Avaliação
● Plano
Fase Final
● Encerramento
● Reflexão Final
Fase Inicial
1- Preparação:
● Organização do consultório: Proximidade do
médico- paciente, para criação de um vínculo,
talvez sem uma mesa que os separe, materiais
necessários de fácil acesso, limpeza,
ambientação.
● Autopercepção rápida: Sentimentos, emoções,
pausa se necessário para regulação emocional.
Necessidades fisiológicas a serem supridas e
prezar pelo bem estar físico.
● Ler o prontuário: confirmação de nome e idade,
leitura das solicitações anteriores e se atentar
ao nome social.
2- Primeiros Minutos:
● Chamar o paciente: Ir de encontro ao paciente,
chamar pelo nome, contato visual obrigatório e
contato físico opcional. Direcionar o paciente
até a sala e observação da postura, marcha,
linguagem não- verbal. Desenvolvimento da
percepção do estado emocional do paciente.
● Estabelecer contato inicial: Cumprimento,
apresentação e explicação do seu papel,
demonstrando interesse e respeito.
● Identificar o motivo da consulta: Contato
visual, postura relaxada com tórax levemente
para frente e mãos sobre a mesa.
● Pergunta inicial aberta: “qual o motivo da
consulta hoje?”/ “em que posso te ajudar?”/“o
que te traz aqui hoje?”. Não interromper a fala
do paciente nos 3 minutos de ouro, mantendo
o contato visual e utilizar estimulantes de fala
(aceno de cabeça, “hum”, "aham"),
confirmação de escuta, sustentação do
silêncio, parafraseamento etc.
● Término da fala livre: confirmar entendimento e
verificação de demandas aditivas (“tem mais
alguma coisa que você queira olhar hoje?”/“e o
que mais?”/ “algo mais?), para evitar síndrome
da maçaneta.
● Após identificação de todos os motivos:
sumarização das demandas, avaliação de
prioridade de acordo com o paciente,
gravidade, tempo e efetividade, pactuando a
agenda da consulta com o paciente. A gestão
do tempo é uma ferramenta INDISPENSÁVEL.
Fase de Exploração e Contextualização
Tipos de perguntas durante a exploração
Da maior gama de informações obtidas à menor
→ Pergunta aberta: “me conte mais sobre esse
incômodo?"
→ Pergunta focada: “Sobre essa dor, poderia
descrever melhor?”
→ Pergunta fechada: “A dor é pior que horas?”
→ Pergunta dirigida: “A dor é pior a noite?”
→ Pergunta composta: “A dor é pior a noite, não é?”
3- Entendendo a história do motivo da consulta:
● Iniciar com uma pergunta aberta: “me conta
mais sobre..."
● Avaliar se é necessário mais informações:
perguntas focadas
● Investigar dados importantes: serve para o
entendimento da doença por meio das
perguntas fechadas (“Quando começou?”, “Tem
um horário que piora?”) ou com as 7
dimensões do sintoma.
4- Entendendo a experiência do motivo da consulta:
● IPE’s & PSO’s
S= Sentimento da pessoa a respeito de seus
problemas.
I= Ideias sobre o que está errado.
F= Funcionamento diário afetado pela doença?
E= Expectativa do tratamento.
5- Transição para exploração do contexto:
Tudo aquilo que contextualiza o motivo da consulta
● Pergunta propiciatória: “vou fazer algumas
perguntinhas agora”
● Conector de discurso: sinalizar a mudança para
o entendimento do todo
● Sinalizar registro
6- Exploração do contexto pessoal:
● História de saúde: morbidades, uso de
medicamentos, cirurgias, internações,
alergias, tabagismo, etilismo, uso de drogas
ilícitas, atividade física, alimentação, hábitos
de vida no geral.
● História psicossocial: ocupação, com quem
mora, dinâmica familiar, rotina, lazer, carga
horária, dinâmica familiar.
● História familiar: doenças cardiovasculares,
câncer, doenças genéticas e etc.
Dicas gerais:
Fase Final
7- Transição da exploração para avaliação:
● Exame físico: paciente na maca e, enquanto
faz o exame, inicia-se o raciocínio clínico,
importante para o diagnóstico.
8- Avaliação:
● Lista de problemas ou “hipóteses
diagnósticas”: entrevista médica + exame
físico + exames complementares.
● Explicação ao paciente: usar linguagem
acessível, porém real; dar nome aos problemas
(”de acordo com o que me trouxe eu
identifiquei aqui no seu exame que o que você
tem é ...”); verificar os conhecimentos prévios
do paciente e explicar a ela de forma
organizada (“já ouviu falar disso?") justificar
sua avaliação com respaldo científico; prover o
tipo e quantidade de informações adequadas;
utilizar ferramentas visuais ou metáforas. Por
fim, sumarizar e avaliar a concordância do
paciente.
9- Plano:
● Proposta de plano: junção do que é esperado
da consulta e do que é o melhor para o
paciente, baseado na medicina baseado em
evidências e no contexto da pessoa.
● Apresentação do plano: linguagem acessível,
porém real; apresentar alternativas ao plano
principal; explicar prós e contras de cada
opção, cientificamente; avaliar necessidade de
ações de promoção e prevenção. Por fim,
avaliar a concordância e expectativas de
ambos os papéis (médico e paciente).
● Finalização: estimular participação,
responsabilização e autonomia do paciente;
verificar rede de apoio; evitar conselhos e
tranquilizações prematuros; negociar metas e
prioridades; pactuar próximos passos a curto,
médio e longo prazo, de forma viável (“Você
acha que isso é algo que você vai fazer?”). Por
fim, sumarização e reiteração pelo paciente.
10- Encerramento:
● Verificar entendimento: “tem alguma dúvida
sobre alguma coisa que conversamos?”.
● Se mostrar disponível: disponibilizar telefone,
email, retorno em aberto.
● Despedida: acompanhar até a porta, contato
visual obrigatório e físico (opcional)
11- Reflexão Final:
● Avaliação da consulta: reflexão do médico com
ele mesmo, buscando se auto avaliar e
melhorar. Auto percepção rápida do seu estado
emocional e físico.

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