Buscar

Importância do Sono na Prática Médica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Vitória Ferreira – Psiquiatria 
 
“A doença existe, quando sono ou vigília são 
excessivos” – Hipócrates 
• Alterações dos padrões de sono são comuns na 
pratica medica e com frequência fazem parte dos 
critérios diagnósticos de vários transtornos 
psiquiátricos 
• Avaliar se existe o transtorno primário de sono, 
doença clinica ou psiquiátrica, alterações 
relacionadas ao envelhecimento ou ate mesmo 
uma variação do sono normal 
FUNÇÕES DO SONO 
• O sono é um estado ativo, governado pelo 
sistema nervoso, caracterizado por uma perda 
reversível da consciência com redução das 
funções sensoriais e motoras que ligam o cérebro 
ao meio 
• Tem como função conservação de energia, 
maturação do sistema nervoso, reposição de NT, 
remodelagem das sinapses e receptores do SNC, 
aprendizado com consolidação da memoria, 
qualidade restaurativa 
IMPORTÂNCIA 
• 1/3 da vida 
• Processo ativo 
• Ocorrem em várias patologias psiquiátricas 
Histórico 
• Hypnos e morfeu: gêmeos da mitologia (hypnos 
responsável pelo sono e morfeu pela morte) 
TIPOS DE SONO 
• Sono não REM: processo passivo do SNC – sono 
profundo 
• Sono REM: período que acontece os sonhos, 
processo ativo do SNC (movimento de olhos 
rápidos) 
• Os períodos se alternam 
➔ Não REM 
• Composto por 4 estagios 
• Diminuição das funções vitais (hipoatividade) 
• Movimentos corporais esporádicos 
• O despertar de 30 a 1 hora de sono não REM faz 
com que as pessoas fiquem desorientadas 
• A desorganização durante o despertas dos 
estágios 3 ou 4 pode resultar em problemas 
específicos, incluindo enurese, sonambulismo e 
pesadelos ou terrores noturnos do estagio 4 
• Fase 3 e 4 - descarga de NORADRENALINA 
• Imipramina – melhore enurese noturna (relação 
com transtorno de ansiedade) 
➔ REM 
• Latência de 90 minutos 
• Alto nível de atividade cerebral 
• Sono paradoxal 
• Na narcolepsia (relaxa musculatura e perde a 
consciência rapidamente) e depressão ocorre o 
encurtamento da latência do REM 
• Pulso, respiração e pressão arterial nos seres 
humanos ficam todos elevados durante o sono 
• Ereção peniana – importante pra diferenciar 
problemas orgânicos e psicológicos 
• Paralisia dos mm esqueléticos (posturais) 
• Em razão dessa inibição motora, o movimento 
corporal é ausente durante o sono REM 
Sonhos: a interpretação dos sonhos é, de fato, a 
estrada real para o conhecimento do inconsciente, a 
base mais segura da psicanálise. Freud 
NT REGULADORES DO SONO 
• Serotonina: marca o tempo e o bem estar do sono 
(hipotálamo) – depressão baixa serotonina e 
insônia 
• Noradrenalida – importante para acordar e 
transição do sono não REM para o REM (favorece 
vigília) 
• Acetilcolina – ativa o sono REM (favorece vigília) 
 
Noradrenalina, Acetilcolina, Histamina: mantem 
acordado (agem no hipotálamo no núcleo túbero 
Vitória Ferreira – Psiquiatria 
 
mamilar e núcleo pre optico ventrolateral – depende 
da luz) 
Melatonina: sensação de adormecer – indução do 
sono 
Luz azulada suprime melatonina e estimula serotonina 
 
 
 
Serotonina tem dupla ação: durante o dia trabalha 
com cortisol e a noite com melatonina 
 
 
Cafeína bloqueia adenosina 
Efeitos da cafeína: antagonista da adenosina – 
bloqueia sono 
PRIVAÇÃO DO SONO 
• Períodos prolongados de privação do sono podem 
levar a desorganização do ego, alucinação e 
delírios 
• Pacientes privados de sono REM podem exibir 
irritabilidade e letargia 
• Algumas pessoas tem sono naturalmente curto, 
necessitando de menos de 6 horas por noite para 
funcionar de modo adequados 
• Pessoas com sono longo precisam dormir mais de 
9 horas por noite para funcionamento adequado 
• A necessidade de sono aumenta com o trabalho 
físico, exercício, doença, gravidez, estresse mental 
geral e atividade mental adequada 
• Os períodos REM aumentam após estímulos 
psicológicos forte, como situações difíceis de 
aprendizado e estresse, e após o uso de fármacos 
ou drogas que reduzem as catecolaminas do 
cérebro 
ANAMNESE 
• Detalhada incluindo avaliação do padrão de sono 
e sintomas ao longo das 24h 
• Verificar a variabilidade em dias da semana, 
feriados e férias 
• Se é continua ou intermitente 
• Perguntar ao acompanhante – idosos 
• Grua de satisfação 
• Sensação de cansaço ao longo do dia 
• Presença de sonolência diurna (cochilo) 
• Uso de medicamento 
• Consumo de álcool, cafeína, tabaco, drogas ilícitas 
• Hábitos de higiene de sono: quarto escuro, sem 
ruido, sem eletrônicos 
Vitória Ferreira – Psiquiatria 
 
• Sinais e sintomas associados: ronco, apneia, 
cefaleia matinal (marcador de sono ruim), 
cataplexia, alucinações hipnagpogicas, paralisia do 
sono, comportamentos automáticos 
• Sintomas que possam afetar o sono: rinite, tosse, 
dispepsia, queimação retroesternal, dispneia, 
respiração bucal, dor, prurido, parestesias 
Escalas 
• Escala de sonolência de Epworth 
• Escala de Pittsburgh para avaliação da qualidade 
do sono 
EXAMES COMPLEMENTARES 
• POLISSONOGRAFIA (PSG) 
Parâmetros avaliados 
• Latência de sono NÃO REM – é o tempo que leva 
desde o apagar as luzes ate o inicio do sono; o 
valor normal para adultos jovens é 30 min 
• Latência de sono REM – é o tempo entre o inicio 
do estagio 2 e o inicio do primeiro episodio REM 
durante a noite. Valor normal: 70-12LE0 min 
o É um dado utilizado na PSG desde o 
trabalho de Kupffer em 1976, 
descrevendo o encurtamento da latência 
de sono REM em transtornos depressivos 
• Eficiência do sono- quantidade do tempo total de 
sono em relação ao tempo total de registro com 
valor normal >85% no adulto jovem 
• Porcentagem e distribuição das fases de sono – no 
adulto saudável é de 20 a 25% do sono REM 
o Ate 8% de estágio N1 
o 50 a 55% N2 
o 15 a 25% de N3 – ondas lentas 
• Índice – vários eventos são descritos através dele, 
define o numero desse evento por hora de sono 
• Índice de eventos respiratórios (apneias-
hipopneias), é o numero de pausas respiratórios 
dividido pelo numero de horas de sono 
 
 
 
 
• Índice de movimentos periódicos de membros 
inferiores 
 
 
 
 
 
 
• Índice de microdespertar – eventos com duração 
entre 3 e 15 segundos – normal: 10 a 15/hora 
• Arritmias cardíacas 
• Alteração de gases sanguíneo – saturação arterial 
• Hipnograma – gráfico da noite durante sono 
• Antidepressivos são supressores do sono REM e 
benzodiazepínicos e barbitúricos podem 
aumentar o numero de pausas respiratórias 
durante o sono 
• Indicações – sonolência diurna e transtornos 
respiratórios do sono 
• Padrão alfa-delta (SAD) – associa a quadros de 
fibromialgia, síndrome de fadiga crônica e 
sensação de sono leve 
PATOLOGIAS DO SONO 
• Insônia é a mais comum – 20% 
 
Distúrbios do sono 
• Respiratórios: apneia e hipopneia 
• Do ritmo: avançado ou atraso de fase 
• Hipersonia: narcolepsia e síndrome de Kleine-
Levin 
• Distúrbio do movimento: movimento periódico 
dos membros 
• Parassoniasa: despertar confusional, terror 
noturno, sonambulismo, pesadelos, bruxismo 
LEVE – 5 a 15/hora 
MODERADO – 5 a 30/hora 
GRAVE > 30/hora 
 
LEVE – 5 a 15/hora 
MODERADO – 25 a 50/hora 
GRAVE > 50/hora ou >25/hora quando 
associado a microdespertar 
 
Vitória Ferreira – Psiquiatria 
 
• Insônia- dificuldade de iniciar sono, despertar 
precoce, sono interrompido e não reparador com 
prejuízo nas atividades diárias – 10% da 
população 
Classificação da insônia 
• Transitória 1 mês ou menos – causa são fatores 
externos estressantes e resolve após isso 
• Subaguda – dura entre 1 e 6 meses 
• Crônica – dura mais que 6 meses 
 
Obs: insônia 3x ou mais por semana é 
significativamente clinica 
Fatores de risco 
• Mulher 
• Menopausa 
• Idade – 50% nas pessoas com mais de 65 anos 
• Divorciados e viúvos 
• Baixo nível de educação e socioeconômico 
• Desempregados 
ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA 
• Fatoresde personalidade – descontentes, menos 
relações interpessoais satisfatórias, dificuldade 
em lidar com problema 
• Traços presentes: humor depressivo, ruminação, 
ansiedade crônica, inibição das emoções e 
inabilidade em expressar raiva 
• Condições clinicas: dor crônica, doença 
cardiovascular (ICC), DPOC, asma, ulcera 
duodenal, IR, tireoide, Parkinson, cefaleia 
• Uso de substancias: cigarro, álcool, beta 
bloqueador, ISRS, neurolépticos, anfetamina, 
cocaína, crack, abstinência de benzodiazepínico 
Fisiopatologia 
• Aumento na secreção de ACTH e cortisol 
• Insônia tem sido associada a aumentar o risco de 
hipertensão, obesidade visceral, síndrome 
metabólica e osteoporose 
• Também transtornos psiquiátricos: distimia, 
depressão maior, transtorno afetivo bipolar, 
ciclotimia, transtorno de ansiedade e abuso e 
dependência de substancias psicoativas 
• Aumento da FC, vasoconstrição periférica, 
aumento temperatura retal 
• Déficit cognitivo – memoria alerta e concentração 
• Interleucina 6 – marcador inflamatório, pessoa 
que não dorme direito envelhece 
Sintomas diurnos da insônia 
 
Tratamento 
• Medidas de higiene do sono 
o Quarto escuro 
o Exercício físico 
o Não dormir de dia 
o Técnicas comportamentais 
o Não usar cigarro, álcool e cafeia 
• Tratamento farmacológico 
o Agonistas seletivos GABA A – zolpidem, 
eszopiclone, zopiclone, zaleplon 
o Benzodiazepínicos – clonazepam, 
alprazolam, lorazepam, estazolam 
o Agonistas MT1 e MT2 – Ramelteon 
o Antipsicóticos – quetiapina 
o Antidepressivos: amitriptlina, tradozona, 
doxepina, mirtazapina

Mais conteúdos dessa disciplina