Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DOR AGUDA E INFLAMAÇÃO Fisiopatologia e Manejo Rayane Aguiar e Sarah de Pádua LADA Setembro de 2021 Fisiopatologia Experiência sensorial e emocional desagradável, associada a dano tecidual real ou potencial. Associação Internacional para o Estudo da Dor Dor (BAGATINI et al., 2016) Aquela que tem início súbito e duração limitada, com causa e localização temporoespacial bem estabelecidas. Dor Aguda (BAGATINI et al., 2016) PÓS-TRAUMÁTICA QUEIMADURA PÓS-OP OROFACIAL ISQUÊMICA CLASSIFICAÇÃO DA DOR AGUDA QUANTO AO NEXO CAUSAL MUSCULOESQUELÉTICA OSTEOARTICULAR VISCERAL INCIDENTAL (BAGATINI et al., 2016) FISIOPATOLOGIA DA DOR AGUDA 01 TRANSDUÇÃO 02 03 MODULAÇÃO 04 PERCEPÇÃO TRANSMISSÃO (GAMERMANN; STEFANI; FELIX, 2017) FISIOPATOLOGIA DA DOR AGUDA 01 TRANSDUÇÃO 02 03 MODULAÇÃO 04 PERCEPÇÃO TRANSMISSÃO Compreende o primeiro evento que origina o fenômeno sensitivo doloroso é a transformação dos estímulos físicos ou químicos periféricos em potenciais de ação pelos nociceptores TRANSDUÇÃO (GAMERMANN; STEFANI; FELIX, 2017) Os nociceptores são terminações nervosas aferentes livres, distribuídas amplamente nos tecidos superficiais, profundos e vísceras. TRANSDUÇÃO (GAMERMANN; STEFANI; FELIX, 2017) FISIOPATOLOGIA DA DOR AGUDA 01 TRANSDUÇÃO 02 03 MODULAÇÃO 04 PERCEPÇÃO TRANSMISSÃO TRANSMISSÃO Fibra A-Delta 5 a 30 m/s Fibras C < 2m/s Fibra A-Alfa 80 a 120 m/s Fibra A-Beta 35-75 m/s (BAGATINI et al., 2016) (Google Imagens) TRANSMISSÃO Fibra A-Delta 5 a 30 m/s Fibras C < 2m/s Fibra A-Alfa 80 a 120 m/s Fibra A-Beta 35-75 m/s (Google Imagens) (BAGATINI et al., 2016) TRANSMISSÃO A grande maioria está relacionada às estimulações termo-mecânicas e químicas, ao calor e ao frio em alta intensidade. As fibras termomecânicas C são comuns nos aferentes cutâneos, evocam sensação de queimor. Um número menor reage à estimulação mecânica de baixa intensidade na faixa não nociva. Fibras C (BAGATINI et al., 2016) TRANSMISSÃO Os nociceptores do tipo I reagem à estimulação térmica intensa em torno de 52 oC e à capsaicina, e são sensibilizados pela lesão térmica do tegumento. Os do tipo II reagem ao calor moderado de aproximadamente 43°C e à capsaicina, no entanto não são sensibilizados pelo calor intenso. Fibra A-Delta (BAGATINI et al., 2016) TRANSMISSÃO (Google Imagens) FISIOPATOLOGIA DA DOR AGUDA 01 TRANSDUÇÃO 02 03 MODULAÇÃO 04 PERCEPÇÃO TRANSMISSÃO Consiste na alteração (ampliação ou inibição) da transmissão neural aferente ao longo da via da dor, por influências locais ou superiores. O cérebro tem uma notável capacidade de modular a dor de acordo com fatores fisiológicos, psicológicos e sociais. MODULAÇÃO (GAMERMANN; STEFANI; FELIX, 2017) MODULAÇÃO INIBITÓRIA Corno dorsal da medula Pode ser mediada por estímulos não nociceptivos periféricos, interneurônios GABA e da glicina, projeções descendentes bulboespinhais e cerebrais superiores como distração e estímulos cognitivos. MODULAÇÃO (BAGATINI et al., 2016) MODULAÇÃO INIBITÓRIA São ativados de forma endógena através de neurotransmissores, tais como as endorfinas, encefalinas, noradrenalina, para reduzir as respostas excitatórias da atividade persistente das fibras C. Mecanismos semelhantes são a base de muitos agentes analgésicos exógenos. Assim, a analgesia pode ser alcançada estimulando a inibição pelos opioides, clonidina e antidepressivos, ou reduzindo a transmissão excitatória por anestésicos locais e cetamina. MODULAÇÃO (BAGATINI et al., 2016) FISIOPATOLOGIA DA DOR AGUDA 01 TRANSDUÇÃO 02 03 MODULAÇÃO 04 PERCEPÇÃO TRANSMISSÃO Consiste na representação cerebral da dor em suas dimensões sensorial-discriminativa, afetivo-motivacional e cognitivo-avaliativa. Ocorre integração dos estímulos com áreas do córtex somatosensorial e límbico. A relação da percepção com o estímulo é variável, dependendo não apenas do estímulo propriamente dito, mas também das expectativas e crenças prévias, do estado cognitivo e emocional PERCEPÇÃO (GAMERMANN; STEFANI; FELIX, 2017) Reação do organismo frente a lesão tecidual. Inflamação (BAGATINI et al., 2016) Aumento da sensibilidade dos nociceptores aos estímulos mecânicos e térmicos causado por substâncias algiogênicas produzidos por mastócitos, neutrófilos, plaquetas e fibroblastos presentes na área lesada. (BAGATINI et al., 2016) Substâncias algogênicas Sensibilizam os nociceptores e causam hiperalgesia e alodinia termomecânica primária e vasodilatação (BAGATINI et al., 2016) SERVICES 02 You could enter a subtitle here if you need it SERVICES 02 You could enter a subtitle here if you need it Inflamação Resposta ao estímulo lesivo Mediadores inflamatórios Exacerbação da resposta ao estímulo doloroso SBA MANEJO MANEJO DA DOR AGUDA ANAMNESE 01 ANALGESIA MULTIMODAL 03 02 04 ESCALAS DA DOR DROGAS (BAGATINI et al., 2016) Pontada, choque, queimação, cólica etc Região primária afetada e irradiação Localização Anamnese Circunstância s associadas ao início da dor Caráter (BAGATINI et al., 2016) Náuseas, vômitos, prurido, parestesias etc Fatores desencadeantes, agravantes e atenuantes Anamnese Intensidade Sintomas associados Em repouso, durante o movimento e em relação ao tempo (duração, hoje, no dia, na última semana), se é contínua ou intermitente, paroxística ou não (BAGATINI et al., 2016) Morbidades associadas, antecedentes prévios de dor e distúrbios psiquiátricos preexistentes (TDM, TAG etc) Sono, humor, atenção, atividades físicas e mentais, trabalho, relações familiares etc Interferência Anamnese Tratamento AP Medicações prévias e atuais, doses, frequência, eficácia, efeitos adversos (BAGATINI et al., 2016) ESCALAS PARA AVALIAÇÃO DA DOR ESCALA ANALÓGICA VISUAL ESCALA VISUAL NUMÉRICA ESCALA DE DESCRITORES VERBAIS ESCALA NUMÉRICA VERBAL (BAGATINI et al., 2016) ESCALAS PARA AVALIAÇÃO DA DOR ESCALA DE EXPRESSÃO FACIAL (BAGATINI et al., 2016) (BAGATINI et al., 2016) (BAGATINI et al., 2016) (BAGATINI et al., 2016) ESCALA NUMÉRICA VERBAL (BAGATINI et al., 2016) (BAGATINI et al., 2016) TERAPÊUTICA MULTIMODAL Medicações de princípios farmacológicos diversos, com o intuito de obtenção de efeito aditivo e/ou sinérgico entre elas. Proporciona redução das doses individuais dos analgésicos, e, portanto, menor incidência de efeitos adversos. A associação medicamentosa é mais eficaz do que a monoterapia (BAGATINI et al., 2016) ESCADA ANALGÉSICA OMS DOR INTENSA Acréscimo de um opioide potente, como morfina e derivados, ao regime de AINEs e adjuvantes. Pode-se também empregar em conjunto outros analgésicos, como gabapentinoides e cetamina DOR INSUPORTÁVEL Introdução de métodos invasivos, como analgesia controlada pelo paciente, bloqueios regionais e outros, DOR LEVE Administração de AINEs, associados ou não a adjuvantes como paracetamol e dipirona DOR MODERADA Adição de um opioide pouco potente como tramadol, nalbufina ou codeína, ao regime de AINEs e adjuvantes. (BAGATINI et al., 2016) SERVICES 02 You could enter a subtitle here if you need it (BAGATINI et al., 2016) ANALGÉSICOS DIPIRONA Possui propriedades analgésicas, antitérmicas, antiespasmódicas e anti-inflamatórias; esta última, no entanto, é pouco potente. O efeito analgésico é dose-dependente. São utilizados 1,5g a 2 g ou 25-30 mg/kg em crianças, por via venosa ou oral, a cada 6 h, sendo a dose máxima diária de 8 g/dia. Sua administração potencializa a analgesia derivada de AINHs e reduz o consumo de opioides. (BAGATINI et al., 2016) ANALGÉSICOS PARACETAMOL Apresenta propriedades analgésica e antitérmica, sendo praticamente destituído de atividade anti-inflamatória. São utilizadas 500-750 mg, por via oral, a cada 6 h,com dose máxima diária de 3g a 4 g/dia. (BAGATINI et al., 2016) AINES O uso de AINEs e adjuvantes, como dipirona e paracetamol, potencializa a analgesia, diminuindo o consumo de opioides e a necessidade de medicações de resgate. (BAGATINI et al., 2016) CORTICOSTERÓIDES DEXAMETASONA - EV Dose igual ou superior a 0,1 mg.kg-1 reduz a intensidade da dor e o consumo de opioides no pós-operatório. Pode ser empregada na forma de bolus por via venosa de 4-10 mg ou 0,15 mg.kg-1 em crianças. Em caso de dor intensa ou refratária, pode ser mantida nas doses de 2-4 mg por via venosa a cada 6-8 h. (BAGATINI et al., 2016) OPIÓIDES É empregada na forma de bolus intermitentes de 2-3 mg por via venosa, repetidos a cada 5 min, até obtenção de analgesia satisfatória. O tempo para início do efeito é de 5-6 min. A maioria dos pacientes relata melhora da dor após, em média, 4 bolus, ou seja, 20 min após a dose inicial. Uma vez atingido o controle adequado, a duração média da analgesia é de 1,5-2 h. MORFINA - EV (BAGATINI et al., 2016) OPIÓIDES Comprimidos de liberação imediata, de 10 e 30 mg, com duração do efeito de 4 horas, e formulações de liberação prolongada, com 10, 30, 60, e 100 mg, cujo efeito persiste por 12h. As doses habituais são de 10-20 mg por via oral da apresentação controlada a cada 12h, e 10-20 mg por via oral da de liberação imediata a cada 3-4 horas, em caso de dor incidental. MORFINA (BAGATINI et al., 2016) OPIÓIDES O tempo para início da analgesia pela via oral é de 30-60 min. Por via venosa, o pico de concentração plasmática se verifica após 20 min. Sua meia-vida é de 5-6 horas Demonstra 1/10 da potência analgésica da morfina. O grau de analgesia é equivalente ao dos AINHs e da cetamina TRAMADOL (BAGATINI et al., 2016) OPIÓIDES Tem a mesma potência analgésica da morfina. Apresenta meia-vida longa, de 15-50 horas, e, portanto, risco de acúmulo com o uso prolongado. A dose usual é de 5-10 mg a cada 12 horas, por via oral ou venosa METADONA (BAGATINI et al., 2016) OPIÓIDES Apresenta o dobro da potência analgésica da morfina. Está disponível na forma de comprimidos de liberação cronogramada, com duração média de 8-12 horas e apresentação de 10, 20 ou 40 mg. Sua posologia é de 10-20 mg por via oral a cada 12 horas. OXICODONA (BAGATINI et al., 2016) Referências BAGATINI, A. et al. Bases do Ensino da Anestesiologia. 1. ed. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Anestesiologia, 2016. GAMERMANN, P., STEFANI, L., FELIX, E. Rotinas em anestesiologia e medicina perioperatória. Porto Alegre: Artmed, 2017. BOOM! Obrigada!
Compartilhar