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MARIANA AFONSO COSTA – MEDICINA: 2º PERÍODO EMBRIOLOGIA ESPECIAL – SISTEMA GENITAL MASCULINO E FEMININO DATA: 19/08/2021 REFERÊNCIAS: MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia clínica. 10. ed. São Paulo: Elsevier, 2016; GARCIA, S. M. L.; HERNANDEZ, C. G. Embriologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012; MAIA, G. D. Embriologia humana. São Paulo: Atheneu, 2007. EMBRIOLOGIA DO SISTEMA GENITAL INTRODUÇÃO O espermatozoide possui 23 cromossomos, 22 deles autossômicos e 1 sexual (X ou Y). A partir daí o embrião vai diferenciar seus gametas, dependendo de qual espermatozoide (X ou Y), se desenvolvendo em masculino ou feminino. Sendo o embrião XY, ele desenvolve em algumas regiões o testículo (gônadas), epidídimo, canal deferente, uretra e também as vesículas seminais, próstata e glândulas bulbo uretrais, além do próprio pênis e da bolsa escrotal – desenvolvimento promovido pela presença do cromossomo Y. E, sendo o embrião XX, seu sistema reprodutor contém os ovários (gônadas), tuba uterina e as fimbrias, útero e o canal vaginal. Existe uma tendencia embrionária no sistema reprodutor de se desenvolver como masculino devido a presença do cromossomo Y, ou de determinado gene desse cromossomo, e de se desenvolver como feminino na sua ausência. Os sistemas reprodutores são formados pelas gônadas e outros componentes. Essas gônadas possuem uma origem embrionária diferente dos outros componentes. FORMAÇÃO DA GÔNADA INDIFERENCIADA O mesoderma é formado durante a 3ª semana de gestação e se organiza em 3 regiões: mesoderma paraxial (ao lado da notocorda), mesoderma lateral (na extremidade) e o mesoderma intermediário (entre as outras). A mesoderme paraxial origina os somitos e no mesoderma lateral surge o celoma, sendo separado em mesoderma somático e esplâncnico. Já o mesoderma intermediário é o local que dá início ao desenvolvimento do sistema excretor e do sistema genial. Nesse mesoderme surge a crista urogenital, que formará parte do sistema urinário e sistema genital, onde se encontra o mesotélio, mesênquima (próprio mesoderma) e também as células germinativas primordiais (primeiras células sexuais indiferenciadas) provenientes da vesícula vitelínica. As células germinativas primordiais provenientes da vesícula vitelínicas se aglomeram formando cordões gonadais, que, a partir daí, se diferenciam formando as futuras espermatogônias e ovogônias. A crista gonadal vai formar, inicialmente, uma gônada indiferenciada. O mesoderma intermediário é o local onde acontece a formação da gônada indiferenciada, na crista gonadal. Nessa crista, a presença do cromossomo Y (gene Sry – quando ativado transforma as células indiferenciadas em células do testículo) se diferencia em gônada masculina. A medida que essas células vão se desenvolvendo, elas desempenham suas funções – a células de Leydig produz a testosterona que induz a formação do canal deferente, epidídimo e vesícula seminal e também no desenvolvimento do próprio testículo e vai promover a formação da próstata, bolsa escrotal e pênis. Simultaneamente ocorre a inibição do desenvolvimento das estruturas que dariam origem ao sistema reprodutor feminino (degeneração de estruturas femininas = ductos müllerianos). SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO Na crista gonadal, existem o epitélio, os cordões das células e as células primordiais. Se o embrião possui cromossomo Y, existe um gene (SRY) que vai codificar a proteína TDF (fator de diferenciação testicular), que induz a expressão de genes responsáveis por transformar a crista em um testículo, para que isso aconteça, acontece o desenvolvimento da medula (interna) e a atrofia do córtex (medula e córtex da crista). Como consequência os cordões formam os túbulos seminíferos próximo as células. Sem o gene do cromossomo Y, e sem o TDF o córtex é desenvolvido e a medula atrofia resultando na formação do ovário. Todo esse processo de diferenciação é promovido pela ativação dos hormônios. Sox-9 faz com que a medula cresça – desenvolvimento da testosterona e o desenvolvimento do restante do sistema reprodutor masculino. O desenvolvimento masculino começa como a migração das células germinativas, e, à medida que isso vai acontecendo, surgem as células de Leydig que secretam a testosterona que estimula processos e o próprio crescimento da genitália. Próximo a crista urogenital, transformadas em testículos, o mesênquima se diferencia em ducto mesonéfron ou ducto de Wolff (que se atrofia e origina o metanéfron – futuramente). O ducto mesonéfron com a presença do TDF e da testosterona, se diferencia em epidídimo e ducto deferente. Ao lado desses, existe o ducto paramesonéfrico (ou mülleriano) responsável por originar o sistema reprodutor feminino, e, para isso não acontecer, há a produção de uma molécula – substância inibidora mülleriana – pelas células de Sertoli que impede o desenvolvimento dos ductos paramesonéfrons (originariam as estruturas reprodutoras feminino). O seio urogenital é dividido em três partes: vesical – responsável pela formação da bexiga; pélvica – responsável por formar a uretra e a próstata; e parte fálica – responsável por formar o pênis e seus componentes. PRÓSTATA A próstata é uma glândula mucosa proveniente do seio urogenital, tem origem embrionária endodérmica com o tecido que a reveste de origem mesodérmica. MIGRAÇÃO TESTICULAR – DESCIDA DOS TESTÍCULOS À medida que o testículo vai sendo formado na região pélvica, a partir da 6ª semana de gestação, algumas estruturas se desenvolvem e puxam o testículo para a bolsa escrotal em formação, associada a presença dos hormônios e ao crescimento dos órgãos abdominais, que ajudam a “empurrar” o testículo. Além disso, também está relacionado a regressão do gubernáculo, um ligamento que diminui de tamanho e ajuda a “puxar” o testículo. Esse evento, onde o testículo sai da cavidade abdominal e vai para fora do corpo, é chamado de descida testicular e se completa por volta da 40ª semana. CRIPTORQUIDIA Caso isso não aconteça, o testículo se desenvolve na cavidade abdominal e não desce, sendo chamado de criptorquidia. E, como consequência, pode haver a alteração na espermatogênese, lesões histológicas, além de poder apresentar consequências estéticas e psicológicas. Também se aumenta o risco de torsão testicular e de falhas na formação dos ductos gonadais. DATA: 26/08/2021 SISTEMA GENITAL FEMININO Pela não presença da testosterona (ausência do fator TDF), o embrião tende a desenvolver o genital feminino. O ovário é proveniente da gônada indiferenciada e as tubas uterinas, o útero e o canal vaginal possuem uma origem embrionária diferente. A partir do primeiro trimestre se inicia a síntese de estradiol, hormônios que forma o canal vaginal, já o útero é desenvolvido pela ausência da substância inibidora mülleriana (SIM). A ausência do TDF permite a formação do ovário através do desenvolvimento do córtex (onde estão os folículos) e da atrofia da medula (tec. conj. frouxo vascularizado). Simultaneamente ocorre a ativação e inibição de genes. Ex.: para formar o ovário há a inativação da Sox9 e a ativação de outros genes. A formação do útero a partir dos ductos paramesonéfricos independe de hormônios e dos ovários sendo iniciada pela ausência de testosterona e da SIM possibilitando a regressão dos ductos mesonéfricos.na quarta semana, com o dobramento lateral parte dos ductos paramesonéfricos se fundem originando o útero, e a parte que não se funde forma a tuba uterina e parte do canal vaginal.
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