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Planificacao da Educacao_

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Módulo de 
Planificação de 
Educação 
Curso de Licenciatura em Administração e Gestão da Educação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Pedagógica © 2015 
Ensino à Distância 
 
 
Direitos do autor (copyright) 
 
Este módulo não pode ser reproduzido para fins comerciais. Caso haja necessidade de reprodução, 
deverá ser mantida a referência à Universidade Pedagógica e aos seus Autores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Pedagógica 
Rua Joao Carlos Beirao, nº 135 
Telephone: 21-320860 /2 
Telephone: 21-306720 
Maputo - Moçambique 
 Website: www.up.ac.mz 
 
Centro de Educação Aberta e à Distância 
Bairro do Zimpeto, Av. de Moçambique, 
Condomínio Vila Olímpica, 
bloco 22 edifício 4, R/C 
Telephone: 82 3050353 
Maputo - Moçambique 
 Website: www.ceadup.ac.mz 
 
 
Agradecimentos 
 
À COMMONWEALTH of LEARNING (COL) pela disponibilização do Template usado na 
produção dos Módulos. 
Ao Instituto Nacional de Educação a Distância (INED) pela orientação e apoio prestados. 
Ao Magnífico Reitor, Directores de Faculdade e Chefes de Departamento pelo apoio prestado 
em todo o processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Tecnica 
 
Autores: Eduardo Moisés Humbane 
Revisão científica: Alípio Matangue 
Revisão de engenharia de EaD e do Desenho Instrucional: Suzete Buque 
Revisão Linguística: Paula Cruz 
Maquetização e Edição: Valdinácio Florêncio Paulo 
Ilustração: Valdinácio Florêncio Paulo 
 
 
 
 
 
Planificação de Educação i 
 
Índice 
Visão geral 1 
Bem-vindo ao módulo de Planificação de Educação ........................................................ 1 
Objectivos do Modulo ...................................................................................................... 2 
Quem deve estudar este manual? ...................................................................................... 2 
Como está estruturado este manual? ................................................................................. 3 
Ícones de actividade .......................................................................................................... 4 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 5 
Unidade n° 01 7 
A Planificação Estratégica na Educação ........................................................................... 7 
Introdução ................................................................................................................ 7 
Lição no 01 8 
A Planificação na Educação ............................................................................................. 8 
Introdução ......................................................................................................................... 8 
Sumário ........................................................................................................................... 11 
Auto-avaliação ................................................................................................................ 11 
Comentários .................................................................................................................... 12 
Lição no 02 13 
A Planificação Tradicional ............................................................................................. 13 
Introdução .............................................................................................................. 13 
Sumário ........................................................................................................................... 16 
Auto-avaliação ................................................................................................................ 17 
Comentários .................................................................................................................... 18 
Lição no 03 19 
O Planeamento Estratégico ............................................................................................. 19 
Introdução .............................................................................................................. 19 
Sumário ........................................................................................................................... 22 
Auto-avaliação ................................................................................................................ 22 
Comentários .................................................................................................................... 22 
Lição no 04 24 
O Planeamento EstratégicoO Planeamento Estratégico como Factor Crítico do Sucesso 
Escolar ............................................................................................................................ 24 
Introdução .............................................................................................................. 24 
ii 
 
 
Sumário ........................................................................................................................... 29 
Auto-avaliação ................................................................................................................ 30 
Comentários .................................................................................................................... 31 
Lição no 05 32 
O Papel do Director de Escola na Construção do Plano Estratégico da Escola ............. 32 
Introdução .............................................................................................................. 32 
Sumário ........................................................................................................................... 37 
Auto-avaliação ................................................................................................................ 38 
Comentários .................................................................................................................... 39 
Unidade n° 02 40 
A Elaboração do Plano Estratégico da Escola ................................................................ 40 
Introdução .............................................................................................................. 40 
Lição no 01 41 
Etapas de Elaboração do Plano Estratégico da Escola: a Pré-Planificação e o 
Diagnóstico ..................................................................................................................... 41 
Introdução .............................................................................................................. 41 
ETAPA 01: A PRÉ-PLANIFICAÇÃO ........................................................ 41 
ETAPA 02: O DIAGNÓSTICO .................................................................. 43 
Sumário ........................................................................................................................... 47 
Auto-avaliação ................................................................................................................ 48 
Comentários .................................................................................................................... 48 
Lição no 02 49 
Etapas de Elaboração do Plano Estratégico da Escola: Formulação, Elaboração e 
Implementação e Replanificação do Plano ..................................................................... 49 
Introdução .............................................................................................................. 49 
ETAPA 03: Formulação do plano................................................................ 50 
ETAPA 04: Elaboração do plano ................................................................. 50 
ETAPA 05: Implementação e execução do plano ....................................... 51 
ETAPA 06: Avaliação, revisão e replanificação (reformulação) do plano . 52 
Suamário .........................................................................................................................54 
Auto-avaliação ................................................................................................................ 54 
Comentários .................................................................................................................... 55 
Lição no 03 56 
A Elaboração do Plano Estratégico da Escola: Valores, Visão e Missão ....................... 56 
Introdução .............................................................................................................. 56 
I. Valores ................................................................................................. 57 
II. Visão do futuro .................................................................................... 58 
III. Missão ................................................................................................. 59 
 
Planificação de Educação iii 
 
Resumo ........................................................................................................................... 60 
Auto-avaliação ................................................................................................................ 61 
Comentários .................................................................................................................... 61 
Lição no 04 62 
A Elaboração do Plano Estratégico da Escola: Os Objectivos Estratégicos ................... 62 
Introdução .............................................................................................................. 62 
Sumário ........................................................................................................................... 65 
Auto-avaliação ................................................................................................................ 65 
Comentários .................................................................................................................... 65 
Lição no 05 66 
A Elaboração do Plano Estratégico da Escola: As Estratégias e Metas ......................... 66 
Introdução .............................................................................................................. 66 
Sumário ........................................................................................................................... 68 
Auto-avaliação ................................................................................................................ 69 
Comentários .................................................................................................................... 69 
Lição no 06 70 
A Elaboração do Plano Estratégico da Escola: O Plano de Acção ................................. 70 
Introdução .............................................................................................................. 70 
Sumário ........................................................................................................................... 73 
Auto-avaliação ................................................................................................................ 73 
Comentários .................................................................................................................... 73 
Bibliografia 74 
 
 
Planificação de Educação 1 
 
Visão geral 
Bem-vindo ao módulo de 
Planificação de Educação 
Caro estudante, bem-vindo ao módulo de Planificação de 
Educação, em que você terá a oportunidade de aprofundar os seus 
conhecimentos teóricos sobre a planificação de Educação mas 
também será convidado para a aventura de construir um plano 
estratégico de uma escola. Na verdade, um dos principais 
problemas apontados à escola em Moçambique e que está por 
detrás dos seus muito modestos resultados em termos de qualidade 
de ensino, prende-se com a ausência de uma planificação 
estratégica. 
Por isso, neste módulo você vai aprender que a forma tradicional de 
fazer planeamento, nas organizações, entrou em crise, porque se 
mostrava incapaz, por causa das suas características, de ajudar as 
organizações a desenvolverem-se nesta nossa sociedade cada vez 
mais complexa. Assim, emergiu um outro paradigma de 
planificação, a planificação estratégica. 
E esta forma de planificação tornou-se a forma moderna de fazer 
planificação, nas organizações em geral e na escola em particular e 
tem-se mostrado insubstituível para a promoção do sucesso. Na 
verdade ela permite que as organizações não só possam ter e 
manter uma direção como também que se relacionem 
convenientemente com o macro meio em que estão inseridas. 
Mas neste módulo nós vamos ficar apenas nestas interessantes 
discussões teóricas. Provavelmente para si, vamos fazer algo mais 
interessante ainda: a elaboração de um plano estratégico de uma 
escola. Deste modo, você, mais tarde, enquanto profissional da área 
de gestão e planificação escolar, poderá contribuir para municiar as 
2 
nossas escolas de instrumentos que as tornem capazes de progredir, 
o que, por sua vez, significa fazer progredir o nosso país. A tarefa é 
aliciante! 
 
Objectivos do Modulo 
Quando terminar o estudo do módulo de Planificação de Educação, 
você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos do módulo 
 Explicar a planificação estratégica como factor crítico para 
o sucesso da organização escolar; 
 Diferenciar a planificação tradicional da planificação 
estratégica; 
 Distinguir o plano da planificação; 
 Explicar os ganhos que uma escola obtém com boas 
práticas de planificação; 
 Explicar o papel que o director da escola desempenha no 
âmbito da construção de um plano estratégico da escola e 
 Construir um plano estratégico da escola, com o respectivo 
plano de suporte estratégico. 
Quem deve estudar este manual? 
Este módulo foi concebido para todos aqueles que estudam a 
disciplina de Planificação de Educação do curso de Administração 
e Gestão da Educação (AGE), em particular e aos que têm interesse 
pela gestão e planificação educacional, em geral. Entretanto, 
importa referir que estudantes de outros cursos que tenham o minor 
de AGE também poderão usar o módulo. 
 
Planificação de Educação 3 
 
Como está estruturado este 
manual? 
Todos os módulos dos cursos produzidos pela Universidade Pedagógica 
encontram-se estruturados da seguinte maneira: 
Páginas introdutórias 
Um índice completo. 
Uma visão geral detalhada do módulo, resumindo os aspectos-chave 
que você precisa conhecer para completar o estudo. Recomendamos 
vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu 
estudo. 
 
Outros recursos 
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista 
de recursos adicionais que pode explorar. Estes recursos podem incluir 
livros, artigos ou sites na internet. 
 
Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação 
As tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada 
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para 
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes 
elementos encontram-se no final do manual. 
 
Comentários e sugestões 
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários 
sobre a estrutura e o conteúdo do módulo. Os seus comentários serão 
úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este módulo emviando para o –
email: up.cead@gmail.com 
 
mailto:up.cead@gmail.com
4 
Conteúdo do módulo 
Unidades Lições 
Unidade I: 
A Planificação 
Estratégica Na 
Educação 
 
Licão N° 01: A Planificação na Educação 
Licão N° 02: A Planificação Tradicional 
Licão N° 03: O Planeamento Estratégico 
Licão N° 04: O Planeamento Estratégico como Factor Crítico do 
Sucesso Escolar 
Licão N° 05: O Papel do Director de Escola na construção do 
Plano Estratégico da Escola 
Unidade II : 
A Elaboração Do 
Plano Estratégico 
Da Escola 
 
Licão N° 01: Etapas de Elaboração do Plano Estratégico Da 
Escola: A Pré-Planificação e o Diagnóstico 
Licão N° 02: Etapas de Elaboração do PlanoEstratégico da 
Escola: Formulação, Elaboração, Implementação e Replanificação 
do Plano 
Licão N° 03: A Elaboração do Plano Estratégico da Escola: 
Valores, Visão E Missão 
Licão N° 04: A Elaboração do Plano Estratégico da Escola: Os 
Objetivos Estratégicos 
Licão N° 05: A Elaboração do Plano Estratégico da Escola: As 
Estratégias e Metas 
Licão N° 06: A Elaboração do Plano Estratégico da Escola: O 
Plano de Acção 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das 
folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo 
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma 
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. 
 
Planificação de Educação 5 
 
No manual encontrará ícones que identificam as actividades, dicas, 
sumárias e actividades de auto-avaliação. 
Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, cada 
um com uma descrição do seu significado e da forma como nós 
interpretámos esse significado para representar as várias actividades ao 
longo deste módulo. 
 
Comprometimento/ 
perseverança 
Actividade 
 
Resistência, 
perseverança 
Auto-avaliação 
 
“Qualidade do 
trabalho” 
 
(excelência/ 
autenticidade) 
Avaliação / 
Teste 
 
“Aprender através 
da experiência” 
Exemplo / 
Estudo de caso 
 
Paz/harmonia 
Debate 
 
Unidade/relações 
humanas 
Actividade de 
grupo 
 
Vigilância / 
preocupação 
Tome Nota! 
 
“Eu mudo ou 
transformo a minha 
vida” 
Objectivos 
 
“[Ajuda-me] deixa-
me ajudar-te” 
Leitura 
 
“Pronto a enfrentar 
as vicissitudes da 
vida” 
 
(fortitude / 
preparação) 
Reflexão 
 
“Nó da sabedoria” 
Terminologia 
 
Apoio / 
encorajamento 
Dica 
Tabela 1: Ícones 
 
Precisa de apoio? 
Se você tiver dificuldades, tem o Centro de Recursos à sua disposição, 
perto do local da sua residência. Não hesite em recorrer a esse centro, 
pois ele foi criado para si. Com efeito, lá encontrará literatura e outros 
materiais de consulta. 
 
Planificação de Educação 7 
 
Unidade n° 01 
A Planificação Estratégica na 
Educação 
Introdução 
Caro estudante, bem-vindo à primeira unidade do seu módulo de 
Planificação de Educação, em que você terá a oportunidade de 
aprofundar os seus conhecimentos teóricos sobre a Planificação de 
Educação. Com efeito, você vai aprender que a crise do paradigma 
tradicional de planificação, por causa das suas limitações, levou à 
emergência de um outro paradigma de planificação, a planificação 
estratégica. E esta, forma moderna de fazer planificação, nas 
organizações em geral e na escola em particular, tem-se mostrado 
indispensável para a promoção do sucesso. Na verdade ela permite 
que as organizações não só possam ter e manter uma direcção 
como também permite que se relacionem melhor com o macro 
meio em que estão inseridas. 
Esta unidade é composta por cinco lições, cada uma delas com 45 
minutos de estudo. As lições desta unidade abordam os seguintes 
tópicos: a planificação tradicional versus a planificação estratégica, 
o planeamento estratégico como factor crítico do sucesso escolar e, 
finalmente, o papel do director de escola na construção de um 
plano estratégico da escola. 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
 
Objectivos da unidade 
 Diferenciar a planificação tradicional da planificação 
estratégica; 
 Distinguir o plano da planificação; 
 Explicar os ganhos que uma escola obtém com boas práticas de 
planificação e 
 Explicar o papel que o director da escola desempenha no 
âmbito da construção de um plano estratégico da escola. 
8 
Lição no 01 
A Planificação na Educação 
Introdução 
Esta lição, basicamente, constitui revisão do módulo de 
“Introdução à Planificação de Educação”, que vimos no período 
anterior. Naquele módulo estudámos que o acto de planear faz 
parte da nossa história e vida. Na verdade, nós, os seres humanos, 
na nossa existência individual e colectiva, sempre manifestamos o 
desejo de transformar sonhos em realidade o que nos leva à 
actividade de planear. Assim, nesta lição vamos rever todo um 
conjunto de conceitos que nos ajudarão a perceber as matérias que 
abordaremos adiante, no módulo. 
Ao completar esta lição, você será capaz de: 
 
Objectivos da lição 
 Definir o planeamento; 
 Explicar a importância do planeamento em geral e na educação 
em particular; 
 Explicar quais as circunstâncias que tornam a planificação 
indispensável. 
 
No módulo “Introdução à Planificação de Educação”
1
 aprendemos 
que o acto de planear fazia parte da nossa história e vida. Você 
ainda se recorda porque é que dissemos isso? Porque no nosso 
quotidiano, sempre enfrentamos situações que necessitam de 
planificação o que não quer dizer que o façamos sempre, pelo 
menos de uma forma explícita. Efetivamente há actividades que já 
pertencem ao contexto da nossa rotina, em que agimos 
aparentemente sem um exercício prévio de planificação. 
 
1
 Reveja a Unidade 04 do Módulo Introdução à Planificação de Educação 
 
Planificação de Educação 9 
 
Na nossa vida, individual e colectiva, no entanto, há situações, 
como estudámos no mudulo anterior, em que a planificação se 
torna um imperativo, sob o risco de fracassarmos nos nossos 
propósitos. São exemplo de algumas destas situações: a realização 
de actividades que não nos são familiares ou então novas; a 
realização de tarefas ou alcance de objectivos complexos; a 
necessidade de nos adaptarmos a situações que estão envoltas num 
ambiente crítico, envolvendo alto risco ou alto custo; a realização 
de actividades em parceria com outros actores, etc. 
O que é então a Planificação? Ela é o lado racional da acção. 
Tratando-se portanto de um processo de reflexão, abstracto, 
explícito que escolhe e organiza acções, antecipando os resultados 
esperados. Esta reflexão busca alcançar, da melhor forma possível, 
objectivos pré-definidos. PADILHA (2001) citado por Baffi (2002) 
vê o Planeamento, no sentido amplo, como um processo que visa 
dar respostas a um problema, estabelecendo fins e meios que 
apontem para a sua superação, de modo a atingir objectivos antes 
previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro, mas 
considerando as condições do presente, as experiências do passado, 
os aspectos contextuais e os pressupostos filosófico, cultural, 
económico e político de quem planeja e com quem se planeja. 
Logo, o autor citado percebe o planeamento como um processo de 
busca de equilíbrio entre meios e fins, entre recursos e objectivos, 
visando o melhor funcionamento de empresas, instituições, sectores 
de trabalho, organizações grupais e outras actividades humanas. O 
acto de planejar, ainda na perspectiva do autor referenciado, é 
sempre um processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a 
acção; processo de previsão de necessidades e racionalização de 
emprego de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, 
visando a concretização de objectivos, em prazos determinados e 
etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações. 
Então, quais serão os casos em que recorremos à planificação? 
Recorremos à planificação nos casos em que a situação o exige, 
10 
isto é, quando lidamos com uma realidade complexa, sistémica, 
dinâmica, de enorme importância social, que envolva avultados 
recursos humanos, financeiros, materiais, etc. A educação, ou 
organização escolar ou sistema educativo, como é evidente, 
apresenta estas características, logo, a planificação é um 
imperativo, sob o risco do sistema não responder às suas 
obrigações, que são as de providenciar serviços de educação à 
sociedade, para a promoção do desenvolvimento individual e social 
dos países. 
TEIXEIRA, (s/d), referindo-se à questão da planificação de 
educação, explica que a educação é actualmente concebida como 
factor de mudança,renovação e progresso e que, por isso, o seu 
planeamento se impõe, como recurso de organização. É o 
fundamento de toda a acção educacional. O autor considera, 
igualmente, que a inovação ou mudança suscitam resistências e que 
o planeamento é também a forma de gerenciar essas mudanças, 
para que haja o mínimo de resistências. E, muito importante, o 
Planeamento Educacional potencia o sector de Educação, 
integrando-o, ao mesmo tempo, no progresso global do país. O que 
é então o o Planeamento Educacional? 
COARACY, J (1972) citado por TEIXEIRA (s/d) define como 
sendo o processo contínuo que se preocupa com o “para onde ir” e 
“quais as maneiras adequadas para chegar lá”, tendo em vista a 
situação presente e possibilidades futuras, para que o 
desenvolvimento da Educação atenda tanto às necessidades do 
desenvolvimento da sociedade, quanto às do indivíduo”. A 
planificação de educação é, portanto, um processo de abordagem 
racional e científica dos problemas da Educação, incluindo 
definição de prioridades e levando em conta a relação entre os 
diversos níveis do contexto educacional. 
 
 
Planificação de Educação 11 
 
Sumário 
Nesta lição estudámos que a planificação é um processo de 
reflexão, abstracto, explícito que escolhe e organiza acções, 
antecipando os resultados esperados. Esta reflexão busca alcançar, 
da melhor forma possível, objectivos pré-definidos e à ela 
recorremos nos casos em que a situação o exige, quer dizer, quando 
lidamos com realidades complexas, sistémicas, dinâmicas, de 
enorme importância social, que envolvam avultados recursos 
humanos, financeiros, materiais, etc. Finalmente estudámos que a 
educação ou organização escolar ou sistema educativo, apresenta 
essas características e, por isso, nela, a planificação é um 
imperativo, sob o risco do sistema não responder às suas 
obrigações: providenciar serviços de educação à sociedade, para a 
promoção do desenvolvimento individual e social dos países. 
 
Auto-avaliação 
 
 
Exercícios 
Para a sua autoavaliação, responda, preferencialmente em grupo, às 
questões que se seguem: 
1. Porque é que se afirma que a planificação tem a ver com o 
“lado racional” da acção? 
2. Explique porque é que a educação configura um dos casos 
em que, sem planificação, as possibilidades de sucesso são 
praticamente inexistentes. 
 
 
 
12 
Comentários 
Confronte as suas respostas com os comentários que lhe 
apresentamos abaixo. Se na sua resposta você teve em consideração 
estes aspectos é porque ela está correcta, mas se não os teve, então, 
continue a estudar o módulo e a discutir com os seus colegas. 
 
1. A planificação tem a ver com o “lado racional” da acção 
porque ela é um exercício mental, de “pensamento” em que 
reflectimos de forma intencional sobre como fazer para 
alcançar os nossos objectivos. Portanto, nesse processo 
escolhemos e organizamos acções, antecipando os resultados 
esperados, buscando alcançar, da melhor forma possível, 
objectivos pré-definidos. 
2. Uma escola ou um sistema educacional no seu todo, são 
realidades complexas, sistémicas, dinâmicas, de enorme 
importância social, que envolve avultados recursos humanos, 
financeiros, materiais, etc. Sem boas práticas de planificação 
não conseguiríamos conjugar todos estes elementos e 
característica para conduzir ou orientar a escola ou um sistema 
educacional rumo ao alcance de seus propósitos: providenciar 
serviços de educação à sociedade, para a promoção do 
desenvolvimento individual e social dos países. 
 
 
Planificação de Educação 13 
 
Lição no 02 
A Planificação Tradicional 
Introdução 
Na sessão passada estudámos a planificação educacional e vimos 
que ela é um processo de reflexão e tomada de decisão sobre a 
acção a ser empregue, para o alcance de objectivos. Nesta sessão, 
como forma de introduzir a planificação estratégica, a nossa 
abordagem vai centrar-se particularmente na planificação 
tradicional, onde teremos a oportunidade de abordarmos as 
limitações que ela carrega consigo. 
 
Ao completar esta lição, você será capaz de: 
 
Objectivos da lição 
 
 Explicar o contexto de surgimento do planeamento tradicional; 
 Caracterizar o planeamento tradicional e 
 Indicar as limitações do planeamento tradicional. 
 
 
INA (s/d) explica que o conceito de planeamento estratégico vem 
do meio militar e só na década de 60 é que foi adoptado pelas 
empresas, com vista a reforçar a competitividade, “em 
consequência das suas dificuldades de desenvolvimento, face à 
evidência das limitações do planeamento tradicional” (INA, 
s/d:29). Efectivamente, o paradigma de planeamento tradicional 
caracteriza-se por possuir um elevado nível técnico e de se basear 
em modelos matemáticos sofisticados. Ele parte do pressuposto de 
que é possível fazer a previsão perfeita e quantificar os fenómenos 
sociais, não tem em conta os actores sociais, ou seja, a 
complexidade das relações sociais que se desenvolvem na 
organização. 
14 
Segundo SILVA (s/d: 6), citando SANTANA et al (1986), este tipo 
de planeamento, em termos de contexto de surgimento, emergiu 
com a crescente secularização do conhecimento, a diversificação da 
estrutura económica e racionalização do trabalho. Igualmente, 
contribuiu para o seu surgimento a crescente burocratização das 
entidades económicas, processo que foi acompanhado pela 
“tecnificação”, isto é, pela crescente aplicação da ciência (com 
carácter disciplinar ou especializado) no quotidiano. 
 
O planeamento tradicional, ainda segundo explicação de SILVA 
(s/d), tem um enfoque racional ou normativo, dado que subentende 
que o homem necessita de prescrições e normas para regular as 
suas acções. Assim, ela vai ser uma planificação muito prescritiva, 
indicando minuciosamente aos actores organizacionais “o que” e 
“como fazer”, independente de valores e da motivação deles. 
Portanto, trata-se duma planificação com forte carácter burocrático, 
no sentido em que ela se processa de “de cima para baixo” e se 
baseia no método racional (linearidade das etapas). Enfim, trata-se 
de uma planificação mecânica, marcado pela concepção 
tecnocrática e economicista. 
 
 E como será que este paradigma de planificação olha para a figura 
do planificador? Ele é visto técnico ou perito, cuja preparação 
exige “objectividade” científica para a tomada de decisão e também 
que ele possua conhecimento e domínio de estratégias e técnicas 
específicas. 
 
Como você já se deve ter apercebido, esta planificação é 
“problemática”, no sentido em que possui limitações. Quais serão, 
no seu ponto de vista, algumas dessas limitações? Entretanto 
vejamos algumas. 
 
 
 
Planificação de Educação 15 
 
a) Limitações da planificação tradicional 
 
Então, tendo em conta a caracterização acima, a planificação 
tradicional, também conhecida como clássica, caracteriza-se por ser 
praticada a partir de uma visão fraccionada ou parcial da realidade, 
tornando-se, portanto, isolada, fragmentada. Noutros termos, é uma 
planificação que não tem em consideração o todo organizacional, 
mas partes específicas da organização e, também, não leva em 
consideração a dinâmica social, quer dizer, não pondera 
convenientemente o comportamento dos actores, influenciado por 
variáveis de natureza cultural, psicológica, política, etc. 
 
Esta planificação apresenta, por conseguinte, as seguintes 
limitações: 
 
1. É uma planificação rígida, inflexível. Ela não prevê 
modalidades de ajustamentos, caso se mostrem necessários. 
Portanto, é um tipo de planificação para funcionar num mundo 
ideal, sem crises, sem contingências em que tudo acontece 
como deveria acontecer. E nós sabemos que a realidade não é 
bem assim! Por isso, é razoável afirmar que os planos que 
resultam desta planificação servem mais para se dizer que há 
planificação, legitimando assim as actividades realizadas do 
que para, deveras,guiar os actores organizacionais. 
 
2. Reflecte esta planificação, em geral, a realidade ou a visão dos 
que planeiam (gestores, dirigentes) e não de todos os actores, 
particularmente dos actores dos escalões mais baixos. Idem, 
não tem em consideração o ambiente externo em que a 
organização está inserida. 
 
3. Relacionado com a anterior limitação, os planos que resultam 
desta planificação são aplicados mecanicamente, 
rotineiramente, sem um exercício de reflexão. São planos 
16 
relativamente fáceis de aplicar a curto prazo, mas vão-se 
mostrando cada vez mais inadequados com o passar do tempo. 
 
4. Estes planos até podem levar ao alcance dos objectivos, mas 
não promovem a mudança qualitativa da organização; muitas 
vezes, mesmo tendo sido alcançados os objectivos, verifica-se 
mais tarde regressão ao estado anterior. 
 
Sumário 
Nesta lição estudámos que o planeamento tradicional tem um 
carácter racional, prescritivo, burocrático portanto, sem a 
necessária consideração dos aspectos socioculturais e surgiu nas 
organizações com a burocratização das mesmas, o que foi 
acompanhado pela “tecnificação”, isto é pela crescente aplicação 
da ciência, cada vez mais com carácter disciplinar ou especializado. 
Esta planificação, entre outras, apresenta como limitações o fato de 
ser rígida, inflexível, dela resultarem planos para serem aplicados 
mecanicamente, sem um exercício de reflexão e, finalmente, 
reflecte mais a realidade ou a visão dos que planeiam e não dos 
actores organizacionais e, como corolário, ela não promove 
mudanças qualitativas na organização. 
 
 
Planificação de Educação 17 
 
Auto-avaliação 
 
Exercícios 
Para a sua autoavaliação, responda, preferencialmente em grupo, às 
questões que se seguem: 
1. Refira-se ao contexto de surgimento da planificação do 
planeamento tradicional. 
2. O planeamento tradicional tem poucas possibilidades de 
promover mudanças qualitativas nas organizações. Explique 
porquê. 
 
18 
Comentários 
Confronte as suas respostas com os comentários que lhe 
apresentamos abaixo. Se na sua resposta você teve em consideração 
estes aspectos é porque ela está correcta, mas se não os teve, então, 
continue a estudar o módulo e a discutir com os seus colegas. 
1. Quanto ao contexto de surgimento, a planificação 
tradicional apareceu com a burocratização das 
organizações, processo que foi acompanhado pela crescente 
secularização do conhecimento, que por sua vez pressupôs a 
“tecnificação”, isto é, pela crescente aplicação da ciência, 
com carácter disciplinar ou especializado. 
2. O planeamento tradicional tem poucas possibilidades de 
promover mudanças qualitativas nas organizações na 
medida em que ela é uma planificação muito matemática, 
“idealizada”, ela tem a crença de que é possível fazer 
previsões perfeitas e de que se podem quantificar os 
fenómenos sociais. Quer dizer, não é uma planificação que 
parta do princípio de que os sujeitos do plano são homens, 
daí ser importante considerar os seus valores, crenças, 
motivações, entenda-se a complexidade das relações sociais 
que se desenvolvem na organização. Outrossim, é uma 
planificação que não visualiza convenientemente o todo 
organizacional e a relação da organização, como um todo, 
com o macro meio onde a organização se insere. Em 
síntese, esta planificação não alcança a complexidade da 
organização! 
 
 
Planificação de Educação 19 
 
Lição no 03 
O Planeamento Estratégico 
Introdução 
O planeamento tradicional, pelas suas características (limitações), 
não constituía um instrumento capaz de levar as organizações ao 
progresso. Ela, como estudámos na lição anterior, na verdade dava 
muito poucas possibilidades às organizações de promoverem 
mudanças qualitativas. Tal originou que, a partir dos anos 70, 
surgisse uma crise com o planeamento tradicional, dai terem 
emergido inúmeras teorias com vista a que a planificação 
alcançasse a complexidade das organizações, transpondo-se desse 
modo as limitações encontradas no paradigma tradicional de 
planeamento. Nesta lição vamos estudar o paradigma do 
planeamento estratégico, surgido como resposta à crise do 
paradigma tradicional. A nossa abordagem irá enfatizar as escolas. 
Ao completar esta lição, você será capaz de: 
 
Objectivos da lição 
 
 Definir o planeamento estratégico; 
 Diferenciar o planeamento estratégico do tradicional. 
 
A partir dos anos 70 surge a crise do planeamento tradicional, daí 
terem surgido inúmeras teorias, “exigindo um pensamento voltado 
para a complexidade, tentando ultrapassar as limitações 
encontradas no paradigma racionalista de planeamento, e 
anunciando a emergência de um novo paradigma – o planeamento 
estratégico”. (INA s/d:04) 
 
Na verdade, a planificação tradicional não se mostrava capaz de 
municiar as organizações para responder aos desafios com que 
20 
estavam cada vez mais confrontadas: a crescente concorrência entre 
elas, os utentes ou consumidores cada vez mais exigentes, o mundo 
cada vez mais globalizado, etc. 
 
Uma questão então se impõe: O que será então o planeamento 
estratégico? Segundo ARGUIN (2000), citado por PERFEITO 
(2007:56) o planeamento estratégico “é um processo de gestão que 
apresenta, de maneira integrada, o aspecto futuro das decisões 
institucionais, a partir da formulação da filosofia da instituição, sua 
missão, sua orientação, seus objectivos, suas metas, seus programas 
e as estratégias a serem utilizadas para assegurar a sua 
implantação”. 
 
Analisemos a definição acima. Nela, primeiro vemos que o 
planeamento estratégico é diferente do tradicional que é 
fraccionado ou isolado. O que quererá isto dizer? Ele apresenta-se 
como integrado, quer dizer, visa o todo organizacional e não a 
partes especificas. Nesta perspectiva, um plano estratégico de uma 
escola, por exemplo, é um plano de toda a escola e não um plano só 
da direcção ou da área pedagógica, da direcção administrativa ou 
da secretaria. O plano estratégico é integrado, ele incorpora todas 
as vertentes da escola, desde a curricular, à financeira, a infra-
estrutural, de recursos humanos, etc. 
 
Vemos igualmente nesta definição que a planificação estratégica é 
um esforço consistente, destinado a produzir decisões e 
consequentes acções que guiem a organização escolar rumo ao 
futuro desejado. Quer dizer, a planificação estratégica permite à 
escola tomar decisões com base numa visão de futuro ou a partir de 
uma ideia muito clara sobre onde se pretende chegar. 
 
Mais ainda, percebemos que os resultados a obter, baseiam-se 
numa visão de futuro, isto é, nesta planificação a motivação não é 
apenas a gestão do quotidiano, do imediato mas também, há um 
compromisso com a mudança para o melhor, com o 
 
Planificação de Educação 21 
 
desenvolvimento da escola. Portanto o planeamento estratégico está 
projectado para um futuro qualitativamente melhor. 
 
O planeamento estratégico é assim um processo gerencial que 
permite estabelecer uma direcção a ser seguida pela escola, com o 
fim de optimizar (tirar maiores benefícios ou proveito) dos recursos 
disponíveis (professores, infra-estruturas, equipamentos, etc.) e, por 
via disso, melhor servir a sociedade. Neste sentido, o planeamento 
estratégico também pode ser vista como a forma pela qual a escola 
define como se mobiliza (organização, disposição, motivação), 
como um todo, com vista a alcançar os seus próprios objectivos. 
 
Há ainda um outro aspecto de importância capital nesta definição. 
O planeamento estratégico não é somente um exercício de análise e 
tomada de decisões, ela não termina nestas decisões, ela inclui 
planos operacionais de acção, que indicam as acções concretas que 
cada uma das unidades (o director da escola, o sector pedagógico, a 
secretaria, a contabilidade, etc.) deve implementar para o alcance 
dos objectivos estratégicos. 
 
Em jeitode síntese, as organizações incluindo as escolas, no âmbito 
da planificação estratégica, procuram responder às seguintes 
questões: Porque é que existimos? O que fazemos? Como fazemos? 
Onde queremos chegar? Como devemos lá chegar? As respostas a 
estas perguntas, no caso da escola, vão resultar no Plano 
Estratégico da Escola, que será um guia ou referência para toda a 
escola, uma espécie de bússola da escola. Entretanto, importa 
referir que o Plano Estratégico da Escola também é conhecido 
como Plano de Desenvolvimento da Escola, por isso, neste módulo, 
doravante, iremos designar a este plano de “PEE/PDE”. 
 
22 
Sumário 
O planeamento tradicional entrou em crise devido às suas 
limitações. Em seu lugar surgiu o planeamento estratégico, que é 
um processo de gestão que apresenta, de maneira integrada, o 
aspecto futuro das decisões institucionais. Mais do que isso, 
desembocam em planos operacionais, para assegurar a sua 
implantação. Esta planificação, diferente da tradicional, é 
integrada, quer dizer, refere-se ao todo organizacional e não a 
partes específicas e procura articular o todo com o macro ambiente. 
 
Auto-avaliação 
 
Exercícios 
 
Para a sua autoavaliação, responda, preferencialmente em grupo, às 
questões que se seguem: 
1. Diferencie (dois elementos) o planeamento estratégico do 
tradicional, mostrando como o primeiro supera o segundo. 
2. No texto, numa metáfora, o planeamento estratégico da 
escola foi visto como uma bússola. Você concorda com essa 
metáfora? Explique o seu ponto de vista. 
 
 
 
Comentários 
Confronte as suas respostas com os comentários que lhe 
apresentamos abaixo. Se na sua resposta você teve em consideração 
estes aspectos é porque ela está correcta, mas se não os teve, então, 
continue a estudar o módulo e a discutir com os seus colegas. 
 
Planificação de Educação 23 
 
 
1. (i.) O planeamento estratégico, diferente do tradicional, 
procura mobilizar toda a organização (recursos humanos, 
matérias, organizacionais, etc.) com vista ao alcance dos 
objectivos. Portanto, ela preocupa-se também com os 
actores organizacionais, o que vale dizer com as suas 
preocupações, motivações, etc. Noutros termos, é uma 
planificação atenta à complexidade da organização, dando 
também atenção às dinâmicas sociopsicológicas que 
ocorrem na organização. (ii.) No planeamento estratégico, 
diferente do tradicional, as decisões e acções e por isso os 
resultados a obter, baseiam-se numa visão de futuro, quer 
dizer, num estágio qualitativamente melhor. Portanto, nesta 
planificação a motivação não é apenas a gestão do 
quotidiano, do imediato mas há sim um compromisso com a 
mudança para o melhor, logo com o desenvolvimento. Não 
se trata, por conseguinte, de uma gestão mecânica, rotineira, 
como no planeamento tradicional, mas de uma acção 
norteada por uma ideia muito clara de um “ futuro melhor”, 
que se pretende alcançar. 
2. A bússola, como sabemos, é um instrumento de orientação 
geográfica, que permite aos viajantes, particularmente 
àqueles que conduzem embarcações, encontrar ou 
determinar a direção correcta para se chegar ao destino ou 
“bom porto”. É um instrumento indispensável para um 
navegador. Tal como a bússola, o planeamento estratégico é 
todo um exercício que tem em vista produzir um plano, que 
irá orientar os esforços organizacionais, incluindo o uso dos 
recursos disponíveis, com vista a chegar a “bom porto”, ou 
seja alcance de objetivos predefinidos. Também é 
indispensável para um gestor. 
24 
Lição no 04 
O Planeamento EstratégicoO 
Planeamento Estratégico como 
Factor Crítico do Sucesso Escolar 
Introdução 
Na lição anterior, estudamos o planeamento estratégico e vimos 
que ele tinha inúmeras vantagens por comparação com a 
planificação tradicional, o que a leva a dar mais possibilidades às 
organizações de se desenvolverem. Nesta lição vamos aprofundar 
um pouco essa questão. Com efeito, você vai aprender que a 
organização escolar, nas sociedades modernas, tem como grande 
desafio e exigência formar cidadãos à altura dos desafios sociais 
nas suas múltiplas dimensões e que, para que tal suceda, torna-se 
indispensável que a escola conheça muito bem o seu ambiente 
interior bem como o envolvente, e que se tenha as competências 
necessárias para realizar os ajustes e mudanças, de acordo com as 
necessidades e demandas emergentes, o que só pode ser feito com 
boas práticas de planificação. 
Ao completar esta lição, você será capaz de: 
 
Objectivos da lição 
 
 Explicar porque o planeamento educacional é visto como factor 
crítico do sucesso escolar; 
 Explicar o princípio da flexibilidade no planeamento 
estratégico; 
 Diferenciar o “plano” da “planificação” e 
 Referir-se à postura do gestor escolar, no contexto do 
planeamento. 
 
Iniciemos a nossa lição falando, de forma bem breve, sobre a 
organização escolar, essa agência criada pela sociedade para 
realizar a educação formal. Uma questão inicial seria a de sabermos 
 
Planificação de Educação 25 
 
qual o desafio com que actualmente a escola está confrontada. Ela, 
, nas sociedades modernas, tem como grande desafio e exigência de 
formar cidadãos à altura dos desafios sociais nas suas múltiplas 
dimensões, por outras palavras, fazer dos alunos cidadãos 
emancipados e qualificados para o trabalho. 
Para que ela seja bem-sucedida, logicamente, “torna-se 
imprescindível que se conheça a realidade e que se tenha as 
competências necessárias para realizar os ajustes e mudanças nos 
contextos educacionais, de acordo com as necessidades e demandas 
emergentes no contexto da realidade externa e no interior da 
escola”. LÜCK (2009:16) 
 A partir de LÜCK (2009), como você já deve ter depreendido, 
vemos que as escolas lidam não só com um objecto (a educação) 
que já é complexo, como também têm que atingir os seus 
objectivos dentro de um contexto, a própria escola e a sociedade, 
igualmente bastante complexa. Daqui decorre, como não poderia 
deixar de ser, que a planificação educacional se mostra um 
instrumento crítico para que a escola seja bem-sucedida, na medida 
em que ela lida com uma realidade complexa e sistémica (realidade 
composta por muitos elementos que se inter-relacionam), dinâmica 
(sempre “em movimento”, algo vivo, que muda e se transforma), 
de enorme importância social e que envolve avultados recursos 
humanos, financeiros, materiais, etc. 
o planeamento [escolar] tem por finalidade “ 
fazer algo vir à tona, fazer acontecer, concretizar, 
e para isto é necessário „amarrar‟, „condicionar‟, 
estabelecer as condições – objectivas e 
subjectivas – prevendo o desenvolvimento da 
acção no tempo (o que vem primeiro, o que vem 
em seguida), no espaço (onde vai ser feita), as 
condições materiais (que recursos, materiais, 
equipamentos serão necessários) e políticas 
(relações de poder, negociações, estruturas), bem 
como a disposição interior (desejo, mobilização), 
para que aconteça.” (VASCONCELLOS , 2000 ) 
citado por (SILVA, s/d: 11). 
 
26 
Que ilações poderemos tirar do extracto acima? Que o planeamento 
se mostra extremamente útil para a escola, na medida em que ela 
lhe dá unidade, fazendo emergir um ambiente psicológico de 
coesão (e mesmo de motivação) dos actores escolares e também da 
direcção. Por outras palavras, a planificação faz com que a escola, 
como um todo, tenha uma direcção. 
Entretanto vários autores chamam a atenção para que a planificação 
que gere estes múltiplos ganhos à escola, o exercício de 
planificação não deva ser uma actividade mecânica, ou então, os 
planos produzidos não devam ser considerados uma “camisa-de-
força” que forçosamente deve servir a todos. Por exemplo, LÜCK 
(2009: p.35), critica a ideia tão comum de que planear corresponde 
à elaboração de um plano ou projeto, “com um valor em si 
mesmo”. 
E qual é a proposta da autora? Que planear vai para além disso, atéporque planos e projectos “constituem-se apenas em documentos 
em que registam os resultados do processo de planeamento, de 
modo a não se perder a sua riqueza de detalhes e variedade de 
aspectos envolvidos, sua sequenciação, etc.” (idem). Planear, na 
verdade, é um processo de reflexão, dado que quem o faz 
”diagnostica e perspectiva, mediante o qual se pondera a realidade 
educacional em seus desdobramentos e se propõe intervenções 
necessárias” (ibidem). 
SILVA (s/d), a propósito desta discussão, mostra-se contrária ao 
planeamento normativo (tradicional), por ter caráter determinístico, 
ao tender a prescrever as formas de acção dentro de uma 
programação mais fechada e pro-activa e defende um planeamento 
mais participativo, interactivo ou situacional. Segundo argumenta 
as organizações são manejadas por pessoas, cuja 
percepção do que é possível e desejável depende 
da situação em que são colocadas.[...] o 
planeamento é interativo no sentido de que a 
organização (e as pessoas que nela atuam) é o 
sujeito do plano e, na busca de seus objetivos, ela 
própria se modifica e encoraja transformações 
 
Planificação de Educação 27 
 
(também das pessoas). (SANT‟ANNA et al 
(1986), citados por SILVA, s/d: 3). 
 
O planeamento mecânico, o plano “camisa-de-força” ou seja estas 
práticas que se aproximam do planeamento tradicional, como você 
já deve ter concluído, dificilmente levam a escola à alcançar os 
seus propósitos, considerando o seu carácter sistémico, dinâmico e 
de grande pluralidades de actores. Pelo contrário, o planeamento 
participativo, considerado o seu carácter interactivo, quer dizer ao 
estar de certo modo centrado nos actores organizacionais, o activo 
principal da organização, e, ao procurar responder “em tempo real” 
às dinâmicas organizacionais parece ser o mais adequado. 
 
Um plano ou projeto educacional, por mais bem 
delineado que seja, não consegue prever todas as 
condições e situações da dinâmica educacional, 
não deve ser considerado como uma camisa de 
força que tolha iniciativas necessárias para fazer 
face a situações não previstas e emergentes; deve 
também prever a necessidade de adaptações, a 
partir do princípio de flexibilidade […] essa 
característica que exprime uma condição de 
sucesso ao exercício do trabalho escolar, também 
demanda do diretor um posicionamento claro, 
porém flexível e compreensivo em relação aos 
fenômenos e circunstâncias inerentes à dinâmica 
social. (LÜCK, 2009, p. 34) 
 
O princípio da flexibilidade, parece-nos central no planeamento 
estratégico educacional. Como já bem sugere LÜCK (2009), exige-
se que os gestores (directores de escolas), aqueles a quem cabe 
gerir a implementação dos planos adoptem este princípio, dado que 
a realidade é dinâmica, mutável e deve-se estar permanentemente 
atento a ela, ademais, as organizações é que se devem transformar 
para acompanharem as novas exigências e não o inverso, o que 
seria contraproducente. 
Esta ideia é igualmente reforçada por SILVA (s/d, p. 12) ao sugerir 
que “o planeamento escolar é também um processo reflexivo”. 
Mais ainda, ela distingue o “plano” que é um produto e refere-se a 
um determinado momento do planeamento, que é “processo 
28 
contínuo, dinâmico que incita uma determinada intervenção na 
realidade”. Neste sentido, a autora chama-nos a atenção para não 
confundir estes dois conceitos, “plano” e “planeamento”. O 
primeiro não significa o esgotar de todo o processo de planificação, 
ele não é mais do que a síntese (no papel) de uma reflexão feita 
num determinado momento, contudo, esta reflexão (o planeamento) 
deve ser contínua, porque a realidade na qual se vai fazer a 
intervenção não é estática, mas dinâmica, cheia de variáveis 
“movediças”, transformando-se sempre. 
LÜCK (2009) tem uma análise muito próxima de SILVA (s/d). 
Segundo desenvolve, quem planeia, examina e analisa dados, 
comparando-os criteriosamente, estuda limitações, dificuldades e 
identifica possibilidades de superação das mesmas. Esse processo 
de análise, comparação, dentre outros processos mentais, fazem do 
planeamento um processo de reflexão diagnóstica e prospectiva
2
, 
mediante o qual se pondera a realidade educacional em seus 
desdobramentos e se propõe intervenções necessárias. “O 
planeamento será, portanto, tanto mais eficaz quanto mais cuidada 
for a reflexão promovida: rigorosa, crítica, de conjunto e livre de 
tendências e de ideias preconcebidas. LÜCK (2009:35 
Em suma, a partir de LÜCK (2009) e SILVA (s/d), vemos que uma 
boa prática de planificação necessariamente deve ser reflexiva. Mas 
o que é que isto quer dizer? Que ela, a planificação, deve ser 
baseada numa interacção ou diálogo entre os atores 
organizacionais, dado que tal permitirá que continuamente (ou 
sempre que necessário) se faça o redimensionamento ou 
replaneamento, com vista a dar respostas adequadas e em tempo 
útil às dinâmicas da escola. E, como foi bem vincado, todo este 
processo só chegará a “bom porto” se se respeitar o princípio da 
flexibilidade, quer dizer se se optar por um processo de análise de 
tomada de decisões e implementação das mesmas, rigoroso, crítico, 
 
2
 Relaciona-se com análise do que será do “agora” para o futuro. É a estimação 
do que irá acontecer no futuro face às intervenções realizadas no presente. 
 
Planificação de Educação 29 
 
sobretudo livre de tendências e de ideias preconcebidas, por 
conseguinte com abertura para a construção e reconstrução do que 
já terá sido postado no plano, num processo dialogado que envolve 
todos os actores, independente dos seus escalões. 
 
Sumário 
Nesta lição estudámos que uma escola, dada a sua complexidade, 
para que funcione a contento e atinja os seus objetivos, desse modo 
se desenvolvendo, imperiosamente, deve ter boas práticas de 
planificação. Na verdade, estas é que vão fazer com que a escola 
tenha unidade e direcção, ao fazer emergir nela um ambiente 
psicológico de coesão e de motivação de todos os segmentos ou 
vertentes da escola. Entretanto, para que assim seja, o processo de 
planificação estratégico, o que pressupõe ser situacional, 
interactivo e dialogado e os planos dele resultantes não serem 
encarados como uma “camisa-de-forças” que, forçosamente, deve 
servir a todos, pelo contrário, embora a sua implementação deva ser 
rigorosa mas também deve ser crítica e livre de tendências e de 
ideias preconcebidas. Em última análise, no processo de 
planificação deve imperar o princípio da reflexividade e 
flexibilidade. 
 
 
30 
Auto-avaliação 
 
Exercícios 
 
Para a sua autoavaliação, responda, preferencialmente em grupo, às 
questões que se seguem: 
1. Explique a importância dos princípios da reflexividade e 
flexibilidade. 
2. Relacione o plano “camisa- de-forças” com o planeamento 
tradicional. 
3. Diferencie o “plano” da “planificação” . 
 
 
 
Planificação de Educação 31 
 
Comentários 
Confronte as suas respostas com os comentários que lhe 
apresentamos abaixo. Se na sua resposta você teve em consideração 
estes aspectos é porque ela está correcta, mas se não os teve, então, 
continue a estudar o módulo e a discutir com os seus colegas. 
1. Um plano ou projeto educacional, por mais bem esboçado que 
seja, não pode prever todas as condições e situações passíveis 
de acontecer no ambiente escolar, pelo que se deve estar aberto 
a iniciativas que levarão a ajustes, como forma de se fazer face 
a estas situações não previstas e emergentes. Portanto, exige-se 
dos implementadores do plano uma postura maleável e 
compreensiva em relação aos fenómenos e circunstâncias 
inerentes à dinâmica social. 
 
2. O plano “camisa-de-forças” é aquele que não respeita os 
princípios da reflexividade e flexibilidade, ou seja, pretende-se 
que ele seja implementado independentemente do que sucede 
na dinâmica organizacional, nas suasdiferentes vertentes. Este 
tipo de plano enquadra-se no planeamento tradicional, que se 
caracteriza por ser burocrático, normativo, fechado, etc. 
 
3. O “plano” é um documento no qual se regista a reflexão e as 
decisões feitas no acto da planificação, logo ele é produto que 
tem a ver com um determinado momento do planeamento. É 
algo acabado na sua construção, num dado momento. 
Diferentemente, o planeamento é processo contínuo, dinâmico. 
Assim, plano não significa o esgotar de todo o processo de 
planificação, ele não é mais do que a síntese (no papel) de uma 
reflexão feita num determinado momento, sendo que esta 
reflexão deve ser contínua, porque a realidade na qual se vai 
fazer a intervenção não é estática, mas dinâmica. 
32 
Lição no 05 
O Papel do Director de Escola na 
Construção do Plano Estratégico 
da Escola 
Introdução 
A escola é uma agência social especializada em providenciar 
educação à sociedade e nela interagem uma pluralidade de actores, 
como gestores, professores, alunos, pais e encarregados de 
educação, comunidade e parceiros que, de forma organizada, 
trabalham para alcançar objectivos. Nesta lição você vai estudar 
quem são estes actores escolares, com destaque para o director da 
escola (doravante neste módulo DE), enquanto gestor cimeiro da 
escola, por conseguinte aquele a quem cabe, em última análise, 
governar a escola e que, por isso, deve possuir competências no 
campo do planeamento e organização da escola, sob o risco de 
fracassar na sua função de levar a escola a atingir os seus 
propósitos. 
Ao completar esta lição, você será capaz de: 
 
Objectivos da lição 
 
 Indicar os actores escolares 
 Explicar o papel do DE gestor escolar enquanto gestor cimeiro 
da escola 
 Referir-se às competências do DE ao nível da planificação e 
organização do trabalho escolar 
 
A escola, como você já estudou, é uma agência social especializada 
em providenciar educação à sociedade. Assim, nela interagem uma 
pluralidade de actores que você certamente conhece como gestores, 
professores, alunos, pais e encarregados de educação, comunidade 
e parceiros, que trabalham de forma estruturada para alcançar 
 
Planificação de Educação 33 
 
objectivos. Estes actores têm cada um suas funções e 
características. 
 
1. Os actores escolares 
Como afirmámos no parágrafo antecedente, na escola há actores 
que interagem, com vista a que haja a “efectiva aprendizagem dos 
alunos”. Quem são esses actores? Segundo LUCK (2009), são os 
professores, os funcionários, comunidade e parceiros, os próprios 
alunos e os gestores escolares. A partir das ideias de LUCK 
(2009:21-22), passamos a sistematizar quem é cada um deles com 
maior destaque para o DE. 
a) Professor - é o profissional que actua directamente na formação 
dos alunos. A partir de seu desempenho, que é baseado em 
conhecimentos, habilidades e atitudes, sobretudo por seus 
horizontes pessoais, profissionais e culturais, orienta de forma 
competente os seus alunos, numa actuação aberta, com forte 
liderança e perspectivas positivas orientadas para o sucesso. 
b) Funcionários - são os colaboradores directos da construção do 
ambiente educacional e na efectivação dos seus processos 
educacionais. A qualidade da contribuição dos funcionários é 
determinante para o trabalho educativo, dado que eles estão 
presentes nos vários segmentos da escola. Um funcionário não 
é um mero assalariado, ele é um dos fazedores do ambiente 
educativo mas também, ele próprio, é um educador. 
c) Gestores escolares - são os profissionais responsáveis pela 
organização e orientação administrativa e pedagógica da escola, 
da qual resulta a formação da cultura e ambiente escolar, que 
devem ser mobilizadores e estimuladores do desenvolvimento 
das aprendizagens e formação dos alunos. Na equipa de gestão 
destaca-se o DE, responsável principal pelo direccionamento do 
modo de ser e de fazer da escola e seus resultados. Fazem 
34 
também parte da equipa de gestão os directores adjuntos, os 
coordenadores pedagógicos e os gestores administrativos. 
d) Os alunos - constituem os protagonistas da finalidade da escola. 
São a razão de ser da Escola. Estes contribuem com o seu saber 
e constituem o centro da atenção por parte dos professores na 
sua formação integral e desenvolvimento harmonioso das suas 
capacidades diversas. 
e) Pais, encarregados de educação e comunidade – são actores que 
actuam dentro e fora da escola. A boa educação dos alunos 
depende em grande medida da participação dos pais e 
encarregados de educação e da comunidade na vida da escola. 
Recordemo-nos, a educação e socialização primária ocorrem 
em casa, numa certa comunidade que tem as suas características 
culturais; assim, a participação destes actores, numa relação de 
parceria com a escola, no processo educativo, mostra-se de 
capital importância. 
f) Parceiros - estes são todos stakeholders da escola. Na 
elaboração dos PEE/PDE, deve-se dar espaço à participação 
destes (podem ser antigos alunos, trabalhadores, professores da 
escola, instituições do estado ou privadas que se encontrem ao 
redor da escola ou aquelas com que a escola mantém acordos 
de cooperação). 
 
2. Funções do DE no âmbito do PEE/PDE 
Acabamos de ver que na equipa de gestão da escola tem papel de 
destaque o DE, que é o responsável principal pelo governo da 
escola. A ele compete zelar pela realização dos objectivos 
educacionais, pelo bom desempenho de todos os participantes da 
comunidade escolar e alcance dos padrões de qualidade definidos 
pelo sistema de ensino e legislação vigente. 
 
 
Planificação de Educação 35 
 
Para que a escola consiga realizar com sucesso as suas atribuições, 
muitos desafios se colocam ao seu director. O DE deve, acima de 
tudo, conseguir com que o ambiente escolar efectivamente leve ao 
desenvolvimento de aprendizagens significativas, que possibilitem 
o desenvolvimento dos alunos. Portanto, o foco principal da 
actividade do DE deve ser o de os alunos terem sucesso na escola, 
quer dizer que desenvolvam as saberes que era suposto 
desenvolverem. Note bem, não estamos dizendo que “conseguir 
com que o ambiente escolar efectivamente leve ao 
desenvolvimento de aprendizagens significativas” signifique 
necessariamente que o DE se concentre na sala de aulas, que ele vá 
para a sala de aula. Ao DE , na verdade, cabe, agindo em toda a 
estrutura da escola, criar este ambiente que propicie as 
aprendizagens significativas dos alunos. 
 
a) Competências do DE ao nível da planificação e organização 
do trabalho escolar 
 
Antes, comecemos por ver o que será uma competência. Segundo 
LUCK (2009: 12) ela “constitui capacidade de executar uma acção 
específica ou dar conta de uma responsabilidade específica em um 
nível de execução suficiente para alcançar os efeitos pretendidos. A 
competência envolve conhecimentos, habilidades e atitudes 
referentes ao objecto”. No seu ponto de vista, a partir da sua 
experiência ou como profissional de educação ou como utente das 
escolas, quais seriam as competências de um DE? 
Segundo o ponto de vista da autora que temos vindo a citar, para 
um DE ser bem-sucedido, deve revelar várias competências, como, 
por exemplo, de planificação e organização do trabalho escolar, de 
monitoria e avaliação, de gestão de resultados educacionais, de 
gestão democrática e participativa, de gestão de pessoas na escola, 
entre outras. 
36 
Pelos nossos interesses didácticos, referir-nos-emos apenas à 
competência de planificações e organização do trabalho escolar. O 
DE, como já exposto, é o responsável máximo pela direcção que a 
escola toma e para que ele saiba qual a direcção e como manter 
essa mesma direcção, a escola deve ter boas práticas de 
planificação. Sem plano, a acção dos actores escolares (professores, 
funcionários, alunos e stakeholders) é descoordenada e a avaliação 
das suasactividades mostra-se praticamente impossível. 
Então, a questão que se coloca é: o que deve fazer o DE, no âmbito 
da planificação e organização do trabalho escolar, para que a escola 
tenha direcção e mantenha essa mesma direcção, por forma a 
promover a coordenação e posterior avaliação das suas actividades? 
Assim, o DE: 
 Estabelece na escola a prática do planeamento como um 
processo fundamental de gestão, organização e orientação 
das acções em todas as áreas e segmentos escolares, de 
modo a garantir a sua materialização e efectividade. 
 
 Promove a construção da visão, missão e valores com os 
participantes da comunidade escolar e a sua tradução em 
planos específicos de acção, de modo a integrá-los na 
organização e modo de fazer das diferentes áreas de 
actuação da escola. 
 
 Reforça e orienta a prática de planeamento em diversos 
níveis e âmbitos de acção como instrumento de orientação 
do trabalho quotidiano, de modo a dar-lhe unidade, 
organização, integração e operacionalidade. 
 
 Promove e lidera a elaboração participativa, do PEE/PDE e 
o seu Projeto Político-Pedagógico, com base em estudo e 
adequada compreensão sobre o sentido da educação, suas 
finalidades, o papel da escola, diagnóstico objectivo da 
 
Planificação de Educação 37 
 
realidade social e das necessidades educacionais dos alunos 
e as condições educacionais para atendê-las. 
 
 Promove a realização sistemática de diagnóstico da 
realidade escolar, avaliação institucional e compreensão dos 
seus desafios e oportunidades, como subsídios para a 
elaboração de planos de melhoria. 
 
Uma análise a estas competências, sinalizam, tal como estudado 
nas lições anteriores, que o processo de planificação deve ser 
situacional, interactivo e dialogado. Noutros termos, o DE deverá 
ser capaz de trazer para a dinâmica de planificação todos os actores 
escolares, dado que cada um, com as suas características e funções, 
é que fazem o ambiente escolar, e sem eles a escola não existe ou 
pelo menos seria problemática. Mais ainda, o DE deverá conseguir 
que a prática de planificação, que inclui os princípios de 
reflexividade e flexibilidade, passe a fazer parte da cultura de 
trabalho de todas as secções da escola. 
 
Sumário 
Nesta lição estudámos que a escola é uma agência social 
especializada em providenciar educação à sociedade, sendo que 
interagem uma pluralidade de actores que, de forma organizada, 
trabalham para alcançar objectivos. No conjunto destes actores 
destaca-se o DE, enquanto gestor cimeiro da escola, por 
conseguinte aquele a quem cabe em última análise governar a 
escola e que por isso deve possuir competências no campo do 
planeamento e organização da escola, sob o risco de fracassar na 
sua função de levar a escola a atingir os seus propósitos. Fazem 
parte dessas competências estabelecer na escola a prática do 
planeamento como um processo fundamental de gestão, promover 
e liderar a elaboração participativa dos diversos planos que existam 
38 
na escola, promover a realização sistemática de diagnóstico da 
realidade escolar, que deverão servir de ponto de partida para 
futuras actividades de planeamento, entre outras. 
 
 
Auto-avaliação 
 
Exercícios 
 
Para a sua autoavaliação, responda, preferencialmente em grupo, às 
questões que se seguem: 
 
1. Os alunos são a razão de ser da escola, logo, conhecer as suas 
expectativas, necessidades, avaliação mostra-se fundamental 
para que a escola logre encontrar a direcção que a faça atingir 
os seus propósitos. Considera importante que os alunos e 
famílias sejam também incluídos? Justifique a sua resposta. 
2. Para que uma escola tenha direcção e consiga mantê-la, deve ter 
boas práticas de planificação. Explique a afirmação, se possível 
com exemplos. 
3. Procure uma escola e analise as suas práticas de planificação. 
Procure ver de que forma elas se relacionam com o 
sucesso/insucesso dessa mesma escola. 
 
 
 
Planificação de Educação 39 
 
Comentários 
Confronte as suas respostas com os comentários que lhe 
apresentamos abaixo. Se, na sua resposta, você teve em 
consideração estes aspectos é porque ela está correcta, mas se não 
os teve, então, continue a estudar o módulo e a discutir com os seus 
colegas. 
1. A escola, sob liderança do DE, deve acima de tudo conseguir 
com que o ambiente escolar leve ao desenvolvimento de 
aprendizagens significativas, que possibilitem o 
desenvolvimento dos alunos. O foco principal da actividade do 
DE deve ser o dos alunos aprenderem, com qualidade. Assim, é 
indispensável que as expectativas, anseios, preocupações, 
avaliações, etc. dos alunos venham sempre ao de cima quando 
na escola se realizem acções de planificação. Em relação às 
famílias, a escola, como você aprendeu, é um subsistema de um 
sistema maior, a sociedade. A escola educa os alunos para 
depois os “devolver” à sociedade, logo, mostra-se essencial que 
a escola tenha em conta os saberes que os alunos já trazem da 
sociedade (socialização primária) e os saberes que a sociedade 
espera que eles adquiram na escola, sob o risco dela 
desenvolver um ensino irrelevante. 
2. Ao elaborar um PEE/PDE, a escola define uma visão e os 
respectivos planos operacionais, para a concretizarem. Assim, a 
visão será a direcção da escola e vai mantê-la a partir de todo 
exercício de implementação do plano. No entanto, importa 
referir que a implementação do plano, ou seja, da visão ou 
direcção embora deva ser rigorosa, não deve ser mecânica mas 
crítica, quer dizer reflexiva e flexível, pelo que 
aperfeiçoamentos, ajustes, poderão ser realizados, sempre que 
necessários. 
3. O professor e o tutor deverão enquadrar melhor a actividade, 
em função da realidade objectiva. 
40 
Unidade n° 02 
A Elaboração do Plano 
Estratégico da Escola 
Introdução 
Caro estudante, bem-vindo à segunda unidade do seu módulo. Ele 
constitui continuidade das lições da unidade anterior, mas com uma 
diferença: enquanto na unidade precedente o foco foi para questões 
conceptuais ou teóricas à volta da planificação da Educação, com 
realce para a planificação estratégica, nesta unidade a preocupação 
estará centrada na produção do plano estratégico da escola. Assim, 
fora questões conceptuais, estudaremos o como elaborar o plano. 
Esta unidade é composta por seis lições, cada uma delas com 45 
minutos de estudo. As lições desta unidade abordam os seguintes 
tópicos: as etapas de elaboração do plano estratégico da escola e a 
elaboração do plano estratégico da escola, que observa duas 
grandes componentes, a visão estratégica e o plano de suporte 
estratégico. 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
 
Objectivos da unidade 
 Indicar as etapas a serem seguidas na elaboração do plano 
estratégico da escola; 
 Fazer o diagnóstico de uma escola, baseando-se na metodologia 
do FOFA; 
 Mostrar a relação ou interdependência entre os ciclos de 
planificação; 
 Indicar a estrutura geral de um plano estratégico da escola; 
 Construir uma visão estratégica no contexto do plano 
estratégico da escola e 
 Elaborar um plano de suporte estratégico no contexto do plano 
estratégico da escola. 
 
 
Planificação de Educação 41 
 
Lição no 01 
Etapas de Elaboração do Plano 
Estratégico da Escola: a Pré-
Planificação e o Diagnóstico 
Introdução 
Nesta lição vamos ver como a escola se deve organizar e quais os 
passos que ela deve dar para elaborar o seu PEE/PDE. 
Concretamente, vamos estudar as etapas iniciais, a primeira a pré-
planificação, em que a escola se prepara para o exercício de 
planificação e o Diagnóstico fase em que ela se preocupa em saber 
qual o ponto de situação em que a escola se encontra, nos seus 
diversos domínios. 
Com efeito, ao completar esta lição, você será capaz de: 
 
Objectivos da lição 
 Indicar as etapas de elaboração do PEE/PDE, a serem seguidas 
pela escola; 
 Explicarcomo a escola se deve organizar para elaborar o seu 
PEE/PDE e 
 Fazer o diagnóstico de uma escola, a partir da metodologia do 
FOFA 
 
Como a escola se organiza para realizar a planificação e quais os 
passos que ela deve dar para elaborar o seu PEE/PDE. As etapas de 
planificação foram retiradas de NHAVOTO (2005). 
 
ETAPA 01: A PRÉ-PLANIFICAÇÃO 
A expressão “pré-planificação” certamente remete-o para uma certa 
ideia. Qual seria? Esta etapa consiste na criação de pressuposto, 
condições para a atividade de planificação. Nela se faz a construção 
da equipa técnica que vai ser o núcleo duro da construção do PEE. 
42 
O DE é quem orienta directamente o processo da construção desta 
equipa. Fazem parte desta equipa, logicamente, os membros da 
direcção da escola, mas não são só eles, já que o que se pretende é 
a construção participativa ou inclusiva do PEE/PDE, o que 
significa que a direcção da escola não deve construir sozinha o 
plano, mas devem estar envolvidos outros segmentos ou 
sensibilidades. 
Assim, poderão estar representados na equipa do PEE/PDE um ou 
dois professores, de preferência os que conhecem bem a escola (por 
exemplo os mais antigos) ou aqueles que, na sua formação, 
aprenderam a fazer planificação estratégica. Igualmente deve estar 
representado um ou dois funcionários da escola para além de um ou 
dois pais encarregados de educação. Os elementos de “fora da 
escola” devem participar? Claro que sim, não se deve vedar a 
participação de elementos de “fora da escola” que mostrem 
interesse em colaborar com a escola. 
É importante realçar que os membros desta equipa não são os 
únicos a lidar com o plano. A eles cabe conceber o PEE que depois, 
será implementado por todos os actores da escola.A escola deverá 
decidir sobre quantos elementos no global terá a equipa técnica 
(não se aconselha uma equipa enorme) e os procedimentos para a 
escolha dos seus integrantes, fora os membros da direcção da 
escola, que são membros por inerência de funções. Será 
coordenador da equipa o director da escola. 
Construída a equipa, ainda no âmbito da pré-planificação, deve ser 
reunida
3
 e estudadas matérias básicas sobre a planificação 
estratégica, a legislação nacional (regulamentos e outras normas), 
os planos do sector de educação aos mais diversos níveis (Plano 
 
3
 Dentro das possibilidades de espaço da escola, poderia haver uma sala ou 
gabinete da equipa do PEE, onde seriam guardados todo este material, o que 
permitiria o seu fácil acesso e manuseio no âmbito da construção do PEE. 
 
Planificação de Educação 43 
 
Estratégica de Educação, plano da Direcção Distrital, plano da 
Direcção Provincial, etc.). 
Finalmente no âmbito da pré-planificação a equipa deve reunir 
informação estatística (dados pedagógicos) sobre o funcionamento 
da escola dos últimos três a cinco anos, para além de todo outro 
tipo de avaliação que tenha sido feita à escola, quer internamente 
quer por qualquer entidade externa. Estatísticas mais gerais, 
atinentes ao sistema educativo nacional podem eventualmente ser 
necessárias. 
 
ETAPA 02: O DIAGNÓSTICO 
Uma vez a equipa cumprida a etapa anterior, quer dizer, a equipa 
ou o núcleo duro do do PEE formada e estando operacional, ela 
deve proceder a uma avaliação da escola no seu todo, noutros 
termos, deve realizar o diagnóstico ou a análise situacional da 
escola. Dissemos acima que a equipa técnica é somente núcleo 
duro, ou seja é o grupo que faz o levantamento da informação e a 
sua sistematização e, mais tarde, a redacção do plano. Mas não 
trabalha sozinha. 
Para efeitos do diagnóstico, a equipa deve recolher informações 
junto de outros actores escolares, podendo observar os seguintes 
passos: i. definir que informação é necessária; ii. definir a 
metodologia da colecta dessa informação (reuniões, questionários, 
entrevistas, etc.) e iii. sistematizar a informação recolhida. 
Actualmente nas organizações, para se fazer o diagnóstico ou a 
análise situacional usa-se a metodologia FOFA ou SWOT em 
inglês, que significa: strengths, as forças ou pontos fortes, 
weakness as fraquezas ou pontos fracos, opportunities, 
oportunidades e theats, as ameaças. Na construção de PEE/PDE 
esta metodologia é também comumente usada. Trata-se de um 
instrumento de análise que permite diagnosticar a situação interna 
44 
da escola bem como o ambiente externo que a envolve, com o 
objectivo de, inicialmente, identificar, nomeadamente: 
 
Forças ou pontos fortes: São as capacidades, habilidades e 
conhecimentos que a escola possui. Também é o que vem sendo 
feito muito bem pela escola. Igualmente, as forças, ou pontos 
fortes, podem ser vistas como as vantagens da escola em relação ao 
alcance dos seus objectivos. 
 Fraquezas ou pontos fracos: São as áreas em que a escola 
possui menores capacidades e habilidades. É o que não vem 
sendo bem feito pela escola. Igualmente, podem ser vistas 
como as desvantagens da organização em relação ao 
alcance dos seus objectivos. 
 Oportunidades: São actos ou possibilidades que ocorrem 
no meio exterior à escola, que podem ser de natureza 
política, económica, social, tecnológica, legal, etc. que 
existem na comunidade, na sociedade e no mundo em geral 
e que podem ser aproveitados pela escola em seu beneficio. 
A escola, não tem controlo sobre estas ocorrências, as 
oportunidades. São aspectos positivos do ambiente com 
potencial para trazer vantagens à organização. 
 Ameaças: São actos ou tendências externas à escola que lhe 
podem causar prejuízos, impedir ou perturbar o seu 
desenvolvimento e/ou crescimento. Igualmente, são 
aspectos que estão fora do controlo da organização. 
Ameaças, noutros termos, são aspectos negativos do 
ambiente que envolve a escola com potencial para 
comprometer as vantagens que ela possui. No entanto, se 
conhecidas a tempo, pode-se minimizar o seu impacto. 
 
Identificadas as FOFA, no segundo passo do processo de 
diagnóstico ou análise situacional, deve-se identificar o potencial 
 
Planificação de Educação 45 
 
(capacidade) interna a preservar ou ressaltar, as fraquezas a corrigir 
ou eliminar, as oportunidades a aproveitar e ameaças a considerar 
ou minimizar ou prevenir. Mas vejamos cada um dos elementos: 
Feito o exercício anterior, segue-se o cruzamento ou análise 
conjugadas entre o ambiente interno (forças e fraquezas) com o 
ambiente externo (oportunidades e ameaças), do qual resultam as 
potencialidades (capacidades) internas a preservar; as fraquezas 
internas a eliminar ou reduzir; as oportunidades externas a 
aproveitar e as ameaças externas a considerar ou prevenir. Você 
certamente tem ligação com uma ou várias escolas, ou como 
servidor ou como utente. Imagine uma escola que lhe é familiar e 
procure descortinar as suas forças, fraquezas, oportunidades e 
ameaças. 
 
Em seguida, entretanto, num exercício hipotético, veja um exemplo 
de aplicação da FOFA numa escola. 
 
 
 
 
Análise do 
ambiente 
interno 
da escola 
Forças ou pontos fortes Fraquezas ou pontos fracos 
 A escola dispõe de Internet de boa 
qualidade, que pode ser utilizada 
quer para a gestão quer para PEA 
 Existência de alguns professores 
com muita experiência de trabalho 
 Existência do ADE
4
 
 Existência de um corpo docente 
jovem, que pode progredir 
 Existência da legislação que cria o 
Conselho da Escola 
 
 Os alunos não adquirem as 
competências que deveriam adquirir 
 A maior parte dos docentes tem 
baixo nível académico e não tem 
formação psicopedagógica 
 Más práticas de planificação: não há 
metas para ninguém e não se 
exigem resultados 
 A comunidade não participa na vida 
da escola 
 Mau ambiente de trabalho, 
caracterizado pela desconfiança e 
intriga 
 
4
 Programa Apoio Directo às Escolas 
46

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