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1 Retroviroses Felinas: FIV Resumo por: Denise Ramos Pacheco Profa Dra Aline Santana da Hora Medicina Veterinária UFU (2021) Etiologia • Família: Retroviridae. • Subfamília Orthoretrovirinae. • Gêneros: • Gammaretrovirus: Vírus da Leucemia felina (Feline Leukemia Virus – FeLV). • Lentivirus: Vírus da Imunodeficiência felina (Feline Immunodeficienty Virus – FIV). • Envelopado (não são muito resistentes no ambiente); para FeLV: cuidado com utensílios do felino contaminados. • Vírus RNA, duas moléculas idênticas de fita simples (+) – possuem duas cópias do genoma (exceção, pois os vírus possuem somente uma). • Enzima RT (transcriptase reversa) → transcreve o genoma RNA em DNA, quando infecta a célula do hospedeiro. • NÃO SÃO ZOONOSES!!!! Fonte: Aline da Hora. • Provírus: invade a célula do hospedeiro. • O vírus carrega a transcriptase reversa, que permite a síntese de um DNA a partir de um RNA. • Enzima integrase corta a célula/genoma do hospedeiro para inserir o genoma viral, esse corte é aleatório (inserção aleatória). Pode ocorrer essa inserção do provírus próximo a um oncogene, fazendo com que haja expressão do oncogene, resultando em uma neoplasia. 2 • FeLV: quando há replicação viral há manifestações clínicas, mas na FeLV isso é uma excessão, pois mesmo sem produzir partículas virais ocorrem sinais clínicos (pois o provírus da FeLV na célula do hospedeiro entra em latência). Fonte: Aline da Hora. • FIV: presença de Ac indica infecção, já que é permanente (não é eliminado). • Prevalência mundial: FeLV 3 a 14% e FIV 5 a 16%. FIV – Vírus da Imunodeficiência Felina Epidemiologia: • Distribuição mundial. • Principal transmissão: por meio de brigas entre os felinos. • Felídeos domésticos e selvagens. • Prevalência: • 1 (sem sinais clínicos) a 44% (com sinais clínicos). • Comportamento: machos, vida-livre e alta densidade populacional. Transmissão: • Inoculação de saliva ou sangue pela mordida (brigas). • Transmissão horizontal em colônias bem estabelecidas pode não ser tão frequente. • Diferente de FeLV (não há inoculação se saliva ou sangue); FIV cursa com baixa carga viral, na maior parte do tempo de infecção (menores chances de transmissão). Na FeLV, a carga viral é bem elevada na saliva, só de compartilhar o mesmo pote por exemplo os felinos podem se infectar. • Venérea → não há relatos de infecção natural, só infecção experimental. • Intrauterina ou durante o parto → rara. • Transmamária. • Transfusão sanguínea (testar todos os doadores). • Material médico contaminado (fio de sutura, bolsa de sangue, instrumental cirúrgico, etc). • Fêmea na fase aguda → até 70% dos filhotes se tornarão infectados. • FIV pode ser excretado em altas concentrações no leite. • Fêmea soropositiva e saudável: poucos filhotes se tornarão infectados. 3 Patogenia: • Tropismo celular • Linfócitos T CD4+ e CD8+ • Linfócitos B • Macrófagos • Astrócitos • Células microgliais Fonte: Aline da Hora. • Quantidade de vírus x tempo. • Fase terminal: felino pode vir a óbito, mas essa fase nem sempre acontece. Fonte: Aline da Hora. • Título de anticorpos x tempo. • Fase assintomática longa com taxa de anticorpos alta. • A produção de Ac demora em média 60 dias pós-infecção. • Os anticorpos reduzem em quantidade na fase terminal. • Fase assintomática: dura vários anos ou a vida toda. O animal pode morrer por outras causas e não por FIV. • Infecção persistente: anticorpos indicam a presença do vírus. 4 Subtipos FIV: A, B, C, D e E → região variável ao gene env (gene de envelope). Brasil: subtipo E (forma mais branda). Mais frequentes: A e B (América do Norte e Europa). Sinais Clínicos - FIV Fase aguda/primária: • Febre; • Letargia; • Neutropenia; • Esses três sinais iniciais podem desaparecer em poucos dias. • Linfoadenopatia transitória => pode persistir por semanas ou meses. Fase assintomática: • Alguns gatos podem nunca desenvolver sinais relacionados com a infecção por FIV. Fase terminal: • Imunodeficiência (favorece infecções crônicas secundárias ou oportunistas, por vírus, bactérias, fungos ou protozoários) e/ou Imunoestimulação (doença imunomediada). • Diminuição CD4+/CD8+; • Perda de peso e linfoadenopatia generalizada; • Dermatopatias (parasitas/fungos); • Enterite; • Oftalmopatias (uveíte, degeneração de retina, hemorragia de retina, glaucoma); • Neoplasias e distúrbios neurológicos (principalmente alteração de comportamento – raro); • Rinite crônica; • Glomerulonefrite imunomediada → proteinúria importante → DRC; • Gengivite/estomatite crônica → em qualquer fase da infecção, achado comum, reduz muito a qualidade de vida, animal não quer se alimentar, ptialismo (atb, corticoide, gabapentina, remoção dentária parcial ou total); • Neoplasias (linfossarcomas de cls B, doença mieloproliferativa, carcinoma de cls escamosas); • Lesão de reabsorção odontoclástica: reabsorção de raíz dentária, extração dentária ao menor sinal de reabsorção na radiografia; • Dermatofitose, demodicose (não é comum no gato saudável). 5 Complexo gengivite estomatite crônica. Fonte: Aline da Hora. Perda de raíz dentária. Fonte: Aline da Hora. Demodicose e conjuntivite. Fonte: Aline da Hora. • Não necessariamente ter essas doenças é patognomônico de FIV! Diagnóstico – FIV • Sinais clínicos inespecíficos; • Fase aguda: neutropenia e linfopenia (transitórias); • Fase assintomática: hemograma e bioquímica normais OU leucopenia, neutropenia, trombocitopenia e/ou anemia arregenerativa; • Hiperglobulinemia; • Azotemia; • Inversão da relação CD4+/CD8+ (na medicina humana, dosa muito em pacientes com 6 HIV) → na medicina felina não é patognomônico, nem prognóstico → NÃO UTILIZA ESSA DOSAGEM PARA FELINOS. Fonte: Aline da Hora. • Fase aguda → RT-PCR 5-10 dias PI. • Fase assintomática → teste rápido: Ac 60 dias PI. O RT-PCR não é tão bom pela carga viral baixa (falso negativo). • Fase terminal → RT-PCR. O teste rápido para Ac não é indicado, pois os Ac estão baixos (falso negativo). Os testes de Ac podem ser falso negativos, pois há diminuição de Ac e aumento da carga viral na fase terminal, formando complexo antígeno anticorpo e não tem anticorpo livre para reagir com o teste rápido. • Nunca eutanasiar um felino com base em teste positivo. • Anticorpos maternos permanecem até 6 meses no filhote, as vezes o animal não é positivo, pode ser os Ac maternos. • Filhotes de fêmeas assintomáticas geralmente são negativos. • RT-PCR pode ser útil, caso tiver dúvidas no teste negativo. • Animais vacinados: • EUA (até 2015), Canadá, Japão e Nova Zelândia. • Ac vacinais podem permanecer até 7 anos. • VACINA É CONTRA-INDICADA (não são recomendadas pois não há resposta, no Brasil é um subtipo diferente).
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