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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNICURITIBA ENGENHARIA QUÍMICA GABRIELLI MILANI JADNA SANTOS SIBELLE PORTES ESTUDO COMPARATIVO DE DIFERENTES MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS A PARTIR DO BAGAÇO DE UVA Orientador: Fernanda Mattioda Cesca CURITIBA 2021 GABRIELLI MILANI JADNA SANTOS SIBELLE PORTES ESTUDO COMPARATIVO DE DIFERENTES MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS FÉNOLICOS A PARTIR DO BAGAÇO DE UVA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Química do Centro Universitário Unicuritiba. Orientador(a): Fernanda Mattioda Cesca CURITIBA 2021 2 ESTUDO COMPARATIVO DE DIFERENTES MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS FÉNOLICOS A PARTIR DO BAGAÇO DE UVA GABRIELLI MILANI JADNA SANTOS SIBELLE PORTES Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Química pelo Centro Universitário Unicuritiba, e aprovado pela Banca Examinadora. ............................................................................................. Coordenador (a) de Curso Banca Examinadora integrada pelos Professores: ............................................................................................. Prof. Orientador(a) ............................................................................................. Prof. Banca Examinadora ............................................................................................. Prof. Banca Examinadora Dedicamos este trabalho á todas as pessoas que sonham em fazer do mundo um lugar melhor AGRADECIMENTOS Agradecemos a Deus por ter nos dado saúde e forças para superar os desafios. Aos pais e irmãos que sempre estiveram conosco, auxiliando, ajudando e nos incentivando a superar todas as barreiras que apareciam no meio do percurso. A todos os familiares que estiveram ao nosso lado nesta jornada, mandando energias positivas. Aos nossos amigos que sempre nos prestaram apoio. A nossa orientadora e mestre Fernanda Mattioda pela sabedoria e alegria com que nos guiou nesta trajetória. Pela sua amizade e companheirismo. A nossa Coordenadora de curso Juliana Oliveira, por ter sido uma amiga e nos apoiado e motivado em diversos momentos difíceis. A instituição de ensino Unicuritiba pela oportunidade. Aos professores que nos apoiaram nessa jornada e que nos passaram seus conhecimentos. Em especial os professores de engenharia química. Enfim, a todos os que por algum motivo contribuíram para a realização desta pesquisa. RESUMO A uva é a segunda fruta mais produzida no mundo, ocupando o quarto lugar no ranking de produção do Brasil. Cerca de oitenta por cento das uvas são destinadas a indústria de vitivinicultura, onde há uma significativa geração de biomassa. Essa biomassa possui grande quantidade de compostos fenólicos, portanto, o objetivo do trabalho é efetuar um estudo sobre os métodos disponíveis para extração destes compostos, a fim de encontrar o mais viável em questão de tempo e custo-benefício. Por meio de revisão bibliográfica, foi possível identificar os seguintes métodos: Extração por Micro- ondas, Sólido-Líquido, Fluído Super - Crítico, Ultrassom, Campo Elétrico Pulsátil – EPP e Líquido Pressurizado. Dentre as técnicas pesquisadas a que se mostrou mais vantajosa foi a extração por ultrassom, onde com uma única aplicação é possível se obter bons resultados utilizando apenas uma pequena quantidade de agentes extratores. Além disso, o presente trabalho apresenta possíveis aplicações dos derivados da biomassa, tais como, óleo de semente de uva, farinha da casca de uva e os compostos fenólicos. Palavras-chave: Vitivinicultura. Biomassa. Métodos de extração. Compostos fenólicos. ABSTRACT The grape is the second most produced fruit in the world, occupying fourth place in the ranking of production in Brazil. About eighty percent of the grapes are destined for the viticulture industry, where there is a significant generation of biomass. This biomass has a large amount of phenolic compounds, therefore, the objective of this work is to carry out a study on the available methods for extracting these compounds, in order to find the most viable in terms of time and cost-effectiveness. Through literature review, it was possible to identify the following methods: Microwave Extraction, Solid-Liquid, Super-Critical Fluid, Ultrasound, Pulsatile Electric Field – PEF and Pressurized Liquid. Among the researched techniques, the most useful was the ultrasound extraction, where with a single application it is possible to obtain good results using only a small amount of extracting agents. In addition, the present work presents possible applications of biomass derivatives, such as grape seed oil, grape skin flour and phenolic compounds. Keywords: Viticulture. Biomass. Extraction methods. Phenolic compounds. LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURAS Figura 1 - Fluxograma do processo de fabricação do vinho......................................13 Figura 2 - Representação de um bago de uva...........................................................14 Figura 3 - Esquema de CO2 em indústria de bebidas...............................................19 Figura 4 - Principais classes de compostos fenólicos................................................21 Figura 5 - Estrutura química dos Flavonoides............................................................22 Figura 6 - Diagrama esquemático do sistema de extração de fluído supercrítico......26 GRÁFICOS Gráfico 1 - Produção de uva industrial no Rio Grande do Sul....................................11 Gráfico 2 - Importações brasileiras de vinhos............................................................12 Gráfico 3 - Exportações brasileiras de vinhos............................................................12 QUADROS Quadro 1: Métodos de extração dos compostos fenólicos...........................................23 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................ 9 1. CENÁRIO DA UVA E PRODUÇÃO DE VINHO ............................................10 1.1 Produção de vinhos ............................................................................13 1.1.1 Recebimento da uva .......................................................................14 1.1.2 Fermentação e maceração .............................................................15 1.1.3 Estabilização do vinho ....................................................................17 1.1.4 Envase ...........................................................................................17 1.2 Geração de resíduos ..........................................................................18 1.2.1 Dióxido de carbono – CO2 ..............................................................18 1.2.2 Biomassa ......................................................................................20 2. COMPOSTOS FENÓLICOS ......................................................................... 20 3. MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS FENOLICOS .......................23 3.1 Extração Sólido-Líquido ....................................................................24 3.2 Extração por fluídos Supercríticos ...................................................25 3.3 Extração por ultrassom .....................................................................273.4 Extração por micro-ondas .................................................................28 3.5 Extração por campo elétrico pulsátil – EPP ....................................29 3.6 Extração por líquido pressurizado ...................................................29 4. DESTINAÇÃO E APLICAÇÃO DA BIOMASSA E DERIVADOS .................30 4.1 Industria de cosmeticos ....................................................................31 4.2 Indústria alimentícia ...........................................................................31 4.3 Área da saúde .....................................................................................33 4.4 Energias Renováveis .........................................................................33 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................35 REFERENCIAS ............................................................................................36 ANEXOS .......................................................................................................40 9 INTRODUÇÃO A uva é a segunda fruta mais produzida no mundo e grande parte da sua produção é destinada para a vitivinicultura, atividade relacionada à produção de vinhos. O cultivo de uma boa uva para a produção de vinhos requer atenção nas etapas desde o plantio da uva, espécie, condições climáticas que a uva fica exposta e a sua colheita. Somente assim é possível obter uma boa qualidade e os mais variados tipos de vinhos (GAUTO; ROSA, 2011). No processamento da uva para obtenção de vinho, o objetivo é extrair o suco da uva e macerar esse suco para utilizá-lo em processos fermentativos que irão contribuir para a produção do vinho (GAUTO; ROSA, 2011). Como resultado da produção do vinho, existe um rejeito denominado biomassa, composto por matéria orgânica como bagaço da uva, talos, restante de sementes e demais resíduos sólidos (HUERTA, 2018). A biomassa contém uma quantidade expressiva de compostos fenólicos, os quais possuem inúmeros benefícios para produtos na área da saúde e farmacológica, indústria de cosméticos, indústria de alimentos e para a geração de energia e a produção de fertilizantes (HUERTA, 2018). Com a grande quantidade de biomassa proveniente da produção de vinho, encontrou-se a necessidade de estudar os compostos fenólicos e os meios para destinação correta deste resíduo. O presente trabalho apresenta uma revisão dos métodos para extração dos compostos fenólicos, realizado atraves de revisão bibliográfica, a fim de encontrar o mais viável em questão de tempo e custo-benefício. O tema abordado é relevante para a sociedade, que se encontra num período de forte tendência de estudos que visam o reaproveitamento e beneficiamento de resíduos, onde é aplicado um valor agregado a ele e retirado do meio ambiente. Com isto, o estudo e aplicação técnica visando um novo destino para a biomassa, proveniente da produção de vinho, pode trazer inúmeros benefícios tanto ambiental como financeiro. 10 1 CENÁRIO DA UVA E PRODUÇÃO DE VINHO A vitivinicultura, atividade que envolve o cultivo de vinhas e a produção de vinhos, é uma das áreas que mais cresce no Brasil. A transformação que ocorreu na última década é muito significativa para o cenário econômico, auxiliando na geração de empregos, bem como, no desenvolvimento de algumas regiões do Sul do país. Por outro lado, o fácil acesso a vinhos do mercado exterior associado ao aumento do poder de compra do brasileiro, abalou a indústria de vitivinicultura (MELLO, 2013). Uma das regiões com a maior área de cultivo de videiras é a serra gaúcha. E um dos principais fatores para a existência da centralização nessa região é o clima, pois a temperatura é um fator primordial no desenvolvimento dessa matéria prima e impacta diretamente no sucesso da colheita (MELLO, 2013). A temperatura do ambiente varia de acordo com as estações do ano e cada uma delas apresenta características diferentes em que há um impacto direto nas fases de desenvolvimento da videira. As baixas temperaturas, durante o inverno, são importantes para que seja quebrada a fase de dormência das gemas e para iniciar o processo de brotação. Locais que não apresentam baixas temperaturas, tendem a necessitar de tratamentos para alcançar uma quantidade de brotação satisfatória (EMBRAPA, 2003). Na primavera há o desenvolvimento vegetativo e é importante atentar para as geadas que podem estar presentes nessa estação do ano, causando a destruição dos órgãos herbáceos da planta. No verão ocorre a maior fase fotossintética, onde a temperatura ideal é de 20-25°C, considerando o período de maturação das uvas. Temperaturas elevadas podem afetar diretamente no aumento de teor de açúcar da uva e na diminuição da sua acidez. O outono afeta no ciclo vegetativo da videira onde ocorre a maturação dos ramos e o acúmulo de reservas realizadas pela planta (EMBRAPA, 2003). A colheita das uvas é realizada no primeiro trimestre de cada ano, período em que as atividades relacionadas aos vinhedos se intensificam. E a qualidade da safra pode variar de acordo com as situações climáticas em que os vinhedos sofreram no período de plantio do ano vigente (CONAB, 2020). 11 De acordo com dados disponibilizados pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul na safra de 2018/2019 foram colhidas cerca de 614,3 mil toneladas de uvas, ficando abaixo da colheita da safra anterior, isso se deve ao impacto das adversidades climáticas no ano em questão (Gráfico 1) (CONAB, 2020). Gráfico 1 – Produção de uva industrial no Rio Grande do Sul Fonte: CONAB, 2020. Nota-se que em 2016 houve a maior quebra já registrada no estado (Gráfico 1), segundo os dados disponibilizados pela Agencia Brasil (2016). E o maior motivo pelo qual houve essa baixa produtividade da safra foram os fatores climáticos, como os excessos de chuvas e geadas que ocorreram. Houve também a crise econômica em 2015 que corroborou para que a produção ficasse mais cara, forçando os pequenos produtores a diminuírem o plantio. No mesmo ritmo em que a produção de vinhos cresceu no país, mesmo após o registro da quebra histórica em 2016, as importações também aumentaram. A partir de 2017 o Brasil importou mais de 100 milhões de litros de vinho anualmente (Gráfico 2) mostrando que o mercado de vinhos importados está tomando um espaço sólido na economia do país. Entre os países que mais exportam para o Brasil temos: Chile, Portugal, Argentina, Itália e Espanha. 12 Gráfico 2 – Importações brasileiras de vinhos Fonte: CONAB, 2020. No cenário das exportações, o país teve um recuo em 2019 comparado a safra anterior (Gráfico 3). Entre os motivos que levaram a essa baixa na exportação, está a grande procura por suco de uva, e as vinícolas começaram a destinar a matéria prima para a fabricação dessa bebida, a fim de abranger todos os públicos e ganhar um espaço mais sólido. Entre os países que o Brasil mais exporta o vinho temos: Paraguai, Estados Unidos, China, Colômbia e Reino Unido (CONAB, 2020). Com isso, podemos verificar que a maior parte da produção do vinho é para consumo nacional. Gráfico 3 – Exportações brasileiras de vinhos Fonte: CONAB, 2020. 13 1.1 Produção de vinhos O vinho provém do processo de fermentação do suco extraído da uva (Figura 1), onde cada classe de vinho possui características diferentes que o tornam único (GAUTO, ROSA, 2011). Safra, terroir, cepa e cultivo são os quatro elementos que influenciam diretamente na qualidade do vinho. A Safra são as intempéries e condições climáticas em que a videira enfrenta durante o período de crescimento até a colheita. O terroir éo local onde a videira é cultivada. A cepa é a característica daquela espécie de uva, ou seja, a herança genética que nela habita. O cultivo é todo o acompanhamento do processo, até a supervisão do envase. Essas características são responsáveis pelas diferentes classes de vinhos que temos disponíveis hoje no mercado. A Instrução Normativa nº14 (2018) dispõe dos padrões físico-químicos que cada classe de vinho deve atingir para pertencer a um tipo de classificação. Dentre eles temos: Vinho de mesa, Vinho fino, Vinho nobre (anexo 1), Vinho frisante (anexo 2), Vinho gaseificado (anexo 3), Vinho leve (anexo 4), Espumantes (anexo 5), Licoroso (anexo 6) e Vinho composto (anexo 7) sendo os mais comuns. Também são classificados pela cor, como vinho tinto, rose e branco e pelo teor de açúcar, como vinho seco, meio doce e suave. Para se adquirir um vinho de qualidade e que se enquadre nas classificações acima, é necessário que a sua matéria prima principal, a uva, atinja os padrões de qualidade descritos na IN14. Onde deverá ser colhida quando atingir um bom estado de maturação para dar segmento nos processos seguintes, também deve-se considerar o teor de açúcar, acidez, compostos fenólicos e o aspecto físico desejado (GAUTO; ROSA, 2011). Figura 1: Fluxograma do processo de fabricação do vinho Fonte: Silva (2019) 14 O processamento para a obtenção do vinho deve ser acompanhado desde a colheita da uva até o envase, onde segue para o consumidor final (GAUTO; ROSA, 2011) 1.1.1 Recebimento da uva A principal matéria prima para a fabricação do vinho é a uva, e após a sua colheita, deve ser envasada em caixas de plástico, ou material atóxico, com capacidade de máxima de 500 kg. Essas caixas devem conter aberturas na parte inferior ou laterais, para que ocorra um arejamento das uvas. Mas, essas aberturas devem estar cobertas por lonas também atóxicas, até a sua destinação final (IN 14, 2018). No recebimento, as uvas são avaliadas visualmente para a verificação dos aspectos sanitários em que chegam, a fim de confirmar se foram transportadas seguindo as Boas Práticas de Fabricação. Após isso, é realizada a pesagem e confirmação da espécie das uvas. Nesse momento é necessário que seja coletada uma amostra do lote e realizado as análises conforme exigidas pelo Decreto nº 8.198, de 20 de fevereiro de 2014, para que a matéria prima possa ser liberada para as próximas etapas (EMBRAPA, 2006). Na máquina desengaçadeira-esmagadeira é realizada a separação do engaço (eixo central da estrutura), conforme a estrutura apresentada na Figura 2. O engaço afeta negativamente no sabor do vinho, deixando o gosto amargo e adstringente na composição química do mosto que será formado depois (EMBRAPA, 2006). Figura 2: Representação de um bago de uva 15 Fonte: Embrapa (2018) Nesse mesmo equipamento é realizado o esmagamento da uva, onde ocorre o rompimento da casca para que seja liberado o suco ali presente. A partir disso já se inicia o processo de contribuição para a maceração do suco da uva, agora denominado de mosto, onde ocorre a dispersão das células de levedura presente na casca da uva, que auxilia na futura fermentação alcoólica em que será exposta. Após isso, o mosto é enviado para o local onde ocorrerá a fermentação (GAUTO; ROSA, 2011). Quando acontece a produção de vinho branco, a casca é retirada antes do processo de esmagamento, pois é a casca que dá cor ao vinho tinto (EMBRAPA, 2018) 1.1.2 Fermentação e maceração A fermentação é a operação unitária mais importante desse processo, onde a mesma ocorre juntamente com a maceração do mosto. Para que ocorra a fermentação alcoólica é necessária a participação dos agentes microbiológicos e é de extrema importância que o ambiente tenha uma condição sanitária adequada, para que não tenha a interferência de outras bactérias e prejudique o produto. Além disso, é necessário que o espaço destinado para esse processo seja adequado para que se consiga dar continuidade nas operações seguintes (GAUTO; ROSA, 2011). Os equipamentos que serão utilizados nessa etapa, são: Pipas (podendo ser amadeirado ou de polipropileno), bombas para bagaço e remontagens, prensas, caracol ou esteiras e mastelas (recipientes pequenos) (EMBRAPA, 2006). Para o processo fermentativo ter início é necessário adicionar a levedura seca ativa (Saccharomyces cerevisiae), onde é analisado duas vezes ao dia para que seja monitorado o teor de açúcar presente naquele mosto e a determinação da densidade. Vale lembrar que a temperatura é muito importante nesse processo e deve ser mantida entre 25°GL e 35°GL (Gay-Lussac, é escala utilizada pelo equipamento de medição do teor alcoólico, Alcoômetro) equivalente a 20°C a 30°C (EMBRAPA, 2006). Após a adequação da temperatura, se inicia a fase de maceração que vêm depois da fermentação denominada ‘tumultuosa’ onde começa uma grande geração de bolhas, por conta do CO2 liberado decorrente da reação. Nesse processo, as cascas que ainda se encontram presente no mosto, começam a boiar e devem ser 16 mantidas na superfície por no máximo 6 dias. Esse processo de maceração é importante para que sejam extraídas as substâncias que dão cor as cascas das uvas, decorrente da ação do álcool etílico gerado e começam a fazer parte do mosto dando ao produto uma cor mais típica e adequada, além de contribuir para o aroma característico (GAUTO; ROSA, 2011). A fermentação concluída quando acontece o desprendimento de CO2, o teor de açúcar total for inferior a 3,0 g/L e as análises laboratoriais forem finalizadas. Após isso, a etapa seguinte é a fermentação malolática, onde ocorre a mudança de ácido málico para lático e com isso, é reduzido a acidez total. As bactérias responsáveis por esse processo são as bactérias láticas. As bactérias da fermentação malolática utilizam como substrato o ácido málico e o açúcar residual da fermentação alcoólica (EMBRAPA, 2006). Há fatores que interferem na etapa da fermentação malolática, sendo eles: Temperatura, acidez, oxigênio, antissépticos e presença de borras. A temperatura é essencial em todos os processos de fermentação, independente do produto. Para a fermentação inicial do vinho a temperatura indicada é de 25°C a 30°C, mas nessa temperatura é gerada uma acidez acentuada. Por isso, para a fermentação malolática é indicado que a temperatura seja de 15°C a 18°C com o objetivo de não permitir que a acidez volátil do produto e a evaporação do vinho aumente. É recomendado que a temperatura não seja menor que 12°C, pois pode prejudicar a fermentação malolática e até interrompê-la (EMBRAPA, 2006). A acidez é considerado um fator muito importante, pois define qual bactéria será utilizada para a fermentação malolática, sendo a acidez baixa a que mais contribui para esse tipo de fermentação (EMBRAPA, 2006). O oxigênio deve ser considerado, tendo em vista que as bactérias láticas necessitam de pouco oxigênio durante seu processo de fermentação e geralmente é suprido pelo oxigênio dissolvido no vinho. No caso de recipientes de madeira, é suprido pela passagem dos poros que facilita a circulação do oxigênio externo. Em caso de utilização de recipientes de aço inox é necessário se atentar a este item, pois pode inativar a fermentação pela falta de oxigênio (EMBRAPA, 2006). O uso de antissépticos auxilia na fermentação, fazendo com que haja a mudança de ácido lático para ácido málico, onde é utilizado a adição de pequenas 17 quantidades que tem por objetivo impedir a atividade das bactérias láticas dando espaço para as bactérias málicas. É comumente utilizado o dióxido de enxofre para esta finalidade (EMBRAPA, 2006). E por fim, a presença de borras é considerada um aspecto positivo para a produção de novos vinhos, colaborando para a fermentação malolática.Em outros casos, pode ser prejudicial, pois ele reduz a estrutura do vinho sendo responsável pelo gosto de ácido sulfídrico nos vinhos. Quando isso ocorre, a borra deve ser separada imediatamente do restante do produto (EMBRAPA, 2006). 1.1.3 Estabilização do vinho Ao final da fermentação malolática todos os resíduos provenientes daquela operação ficam depositadas no fundo do tanque. Tais como bactérias, leveduras, o restante da matéria orgânica e demais resíduos sólidos. E para que não seja alterada as características desejadas é necessário que seja feita a remoção desses resíduos, denominados também de biomassa. Para isso, os processos utilizados são de trasfegas, atestos, filtrações e estabilização tartárica para que se possa garantir a estabilização desejada (EMBRAPA, 2006). A trasfega constitui basicamente em mover o líquido para outro recipiente, a fim de tirar o contato que ele tem com os resíduos citados acima. O atesto é o preenchimento do tanque ao nível desejado, decorrente da evaporação que o produto vai sofrer, por isso, esse processo é necessário que seja realizado periodicamente (EMBRAPA, 2006). A estabilização tartárica ocorre após a 3ª trasfega ou antes do envase. Onde é reduzida a temperatura em que o vinho se encontra, por um período de 8 a 10 dias. É realizado esse processo para que ocorra a insolubilização e precipitação dos sais, principalmente o bitartarato de potássio e para que seja possível seguir com o envase do produto (EMBRAPA, 2006). 1.1.4 Envase O envase do produto, consiste basicamente em depositar o líquido dentro do recipiente, a garrafa de vidro neste caso, onde é deixado um espaço vazio para que 18 haja uma eventual dilatação e também para a aplicação da rolha, que é o item de vedação desta garrafa (EMBRAPA, 2006). A rolha utilizada no processo de vedação, é a rolha de cortiça, onde auxilia na conservação do produto, evitando contaminações bacterianas e possíveis oxidações. É também utilizado uma capsula no bico da garrafa, que juntamente com a rolha evita o aparecimento de microrganismos (EMBRAPA, 2006). 1.2 Geração de resíduos Como em qualquer outro processo industrial, a fabricação de vinho resulta em uma grande quantidade de resíduos. Que, em muitos casos, não tem uma destinação correta. Segundo Cataneo et al (2008), para 100L de vinho produzido, é gerado cerca de 31,7kg de resíduos dos quais 20kg são bagaços da fruta e o restante são sementes, dióxido de carbono e demais resíduos sólidos. Além disso, de acordo com a EMBRAPA (2006), resíduos como leveduras, bactérias e a matéria orgânica também, são resultantes do processo de fermentação. 1.2.1 Dióxido de carbono – CO2 Atualmente o dióxido de carbono, juntamente com o gás metano, está sendo considerado um grande vilão, no que diz respeito ao meio ambiente. Que corrobora para o efeito estufa em que estamos vivendo, mas em contrapartida, são gases necessários. O CO2 faz parte do mecanismo biológico de diversos seres, tais como, de sobrevivência das plantas que respiram CO2 e liberam O2 (KRAUSE, 2010). Há atualmente inúmeros processos químicos em que o CO2 apresenta uma grande importância. Podemos utilizar o processo de resfriamento como exemplo da aplicabilidade de CO2. No entanto, esses processos não são capazes de utilizar todo o CO2 gerado, pois ele provém principalmente do processo da queima de resíduos fósseis (KRAUSE, 2010). No ramo alimentício, mais especificamente de bebidas alcoólicas, podemos ver que não há como evitar a geração de CO2, que é o principal resíduo liberado pelos agentes de fermentação (KRAUSE, 2010).Onde a levedura consome o açúcar presente no mosto e libera CO2 para o ambiente (EMBRAPA, 2006). 19 Como há uma crescente onda de sustentabilidade no mundo, está começando a ser implantado nas indústrias fabricantes de bebidas alcoólicas, projetos nos quais há a captação de CO2 gerado pela fermentação, para que esse gás seja tratado e possa ser aplicado na mesma indústria que o gerou. Segundo Krause (2010), o gás é capturado através de tubulações, lavado, comprimido a alta pressão e temperatura e após isso, é resfriado. Logo após o resfriamento, ele é desidratado e filtrado, para que seja então um gás puro. Assim que atingido a pureza adequada ele é condensado e armazenado para uso posterior. Podemos analisar o esquema na figura 3 abaixo. Figura 3 - Esquema de CO2 em indústria de bebidas Fonte: KRAUSE (2010) Na indústria da vitivinicultura o CO2 em sua forma sólida (gelo seco), pode ser utilizado para o resfriamento das uvas, logo após a colheita. Onde tem por objetivo evitar a fermentação antecipada dos levedos que estão presentes na casca da uva. Um dos benefícios de se utilizar o gelo seco (CO2(s)) invés do gelo normal (H2O(s)) é que se evita a geração de água desse processo, que pode afetar a quantidade de açúcar presente na uva, no qual, afetaria também no teor alcoólico do vinho (KRAUSE, 2010). 20 1.2.2 Biomassa Segundo Huerta (2018), a uva é a segunda fruta mais produzida no mundo e em quarto lugar como fruta mais produzida no Brasil. Anualmente cerca de 9 milhões de toneladas de resíduos são produzidos mundialmente, proveniente do processo do vinho e do suco, o que ocasiona um grande problema ambiental no mundo. Todo esse resíduo da indústria vinícola é denominado de biomassa e é composta pela matéria-orgânica do bagaço de uva, resto de sementes, talos ou qualquer outro resíduo orgânico proveniente da fabricação do vinho (ROIG; et al. 2009). Já existem alguns tipos de destinação para essa biomassa, onde é principalmente voltado para a produção de ração animal, mas também como combustível para caldeiras e fertilizantes. Mesmo com essa destinação, uma boa parte dos resíduos ainda são descartados de maneira ineficaz, contribuindo ainda mais para a poluição ambiental (HUERTA, 2018). A biomassa pode ser utilizada também na indústria de alimentos, como adição em pré-mixes na área de panificação (HUERTA, 2018). E na indústria de energias renováveis, pois no processo de queima da biomassa, ocorre a liberação de CO2 que é o mesmo elemento químico que as plantas utilizam em sua fotossíntese, para gerar outros componentes e consequentemente gerando o oxigênio para o meio ambiente. Contudo, a geração de energia através de um resíduo orgânico contribui para a redução do efeito estufa, do aquecimento global e não traz nenhuma alteração na composição atmosférica (ROIG, et al, 2009). 2 COMPOSTOS FENÓLICOS Segundo Abe et al (2007), os compostos fenólicos podem estar presentes em diversos tipos de plantas, vegetais e frutos. As uvas são consideradas uma das maiores fontes de compostos fenólicos, consequentemente a biomassa gerada na produção de vinho e sucos, são ricos em compostos fenólicos, quando comparado com o restante das plantas. Porém, as quantidades desses compostos variam de acordo com a espécie da safra, o que auxilia nas diferenças das características. 21 Segundo Carvalho et al. (2017), os compostos fenólicos são resultantes do processo de metabolismo das plantas, com a principal função de desenvolver o fruto e proteger contra radiação e patógenos. Eles possuem uma estrutura química bem comum, com ao menos um anel aromático, no qual, se ligam a grupos de hidroxilas. Os compostos fenólicos são divididos em duas classes, flavonóides e não-flavonóides (Figura 4). Figura 4: Principais classes de compostos fenólicos Fonte: Carvalho, et al (2017). Flavonóide é o maior grupo de compostos fenólicos, tendo sido já identificados mais de 5 mil tipos na natureza, sendo encontrados em hortaliças, frutas, cereais e entre outros, auxiliando no perfil sensorial. São constituídos basicamente por 15 átomos de carbonos, formando dois anéis aromáticos ese ligando a um terceiro heterocíclico (MEREGALLI, 2017). Há atualmente 6 classes de compostos Flavonoides onde são subdividas de acordo com o estado de oxidação da cadeia heterocíclica (Figura 5). 22 Figura 5 – Estrutura química dos Flavonoides Fonte: MEREGALLI, 2017. Os flavonóides auxiliam no processo antiinflamatório, antiviral, antioxidante, antimicrobiano entre outros. Isso se dá porque no organismo humano pode ocorrer o processo oxidativo, relacionado á maus hábitos e também podendo ser ligado ao processo de produção de radicais livres (MEREGALLI, 2017). Radicais livres são estruturas que podem ter um ou mais elétrons não- pareados, tornando-se muito instáveis e reativos. Podendo prejudicar as reações bioquímicas do corpo, como no combate aos patógenos e desintoxicação de substâncias presentes em alimentos (MEREGALLI, 2017). As principais doenças relacionadas á presença excessiva dos radicais livres são: diabetes, catarata, envelhecimento precoce, alguns tipos de câncer, disfunção cerebral e cardíaca, asma dentre outras (MEREGALLI, 2017). Os compostos são capazes de neutralizar os radicais livres, pela doação de um elétron da sua molécula. Fazendo com que não ocorra a reação oxidativa sobre os aminoácidos e lipídios (MEREGALLI, 2017). Os compostos Não-flavonóides possuem em sua estrutura química a variação de carbonos, podendo ser C6-C1 especifica dos ácidos hidroxi-benzoicos, gálico e elágico. Estruturas C6-C3, específicas dos ácidos cafêico e hidroxi cinamicos. E estrutura C6-C2-C6 específico do resveratrol (DEGASPARI; WASZCZYNSKYJ, 2004). O resveratrol é um dos compostos fenólicos mais importantes que tem demonstrado grande capacidade de diminuição dos níveis de lipídeos no sangue e agregação plaquetária, auxiliando no aumento do colesterol HDL e diminuição do colesterol LDL, além de auxiliar na obstrução das artérias (CARVALHO et al, 2017). Esse composto, segundo Prado (2013), pode ser encontrado nas videiras ou nas 23 raízes, nas sementes e nos engaços, mas a maior concentração deste composto está na casca da uva. Todas as classes presentes no grupo dos não- flavonóides possuem características que auxiliam nas atividades antioxidantes dos ácidos fenólicos e seus ésteres. A variação da quantidade presente desses compostos ocorre pelas diferentes espécies de frutas e também de acordo com as situações climáticas em que foram expostas (DEGASPARI; WASZCZYNSKYJ, 2004). 3 MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS FENOLICOS O método de extração dos compostos fenólicos é realizado a partir da função de composição que se deseja no extrato. Para a escolha do método para extração dos compostos fenólicos é levado em consideração a preservação do meio ambiente e a saúde humana, ou seja, são escolhas menos nocivas (CAMPOMANES, 2012). Para a extração dos compostos fenólicos podem ser utilizados alguns métodos de extração, como por exemplo, extração sólido- líquido, líquido supercrítico, ultrassom, micro- ondas, campo elétrico pulsátil e líquido pressurizado (Quadro1). Quadro 1: Métodos de extração dos compostos fenólicos Método de extração Agente extrator Vantagem Desvantagem Sólido- líquido Solvente (água, metanol e acetona ou acetato de etila Dependendo do tamanho da partícula, o tempo de extração é reduzido Tempo de extração tamanho de partícula, quantidade de agente extrator Liquido Supercrítico Dióxido de Carbono (CO2) Rápida extração de compostos fenólicos, menor quantidade de utilização de agente extrator Utilização de altas pressões e temperaturas Ultrassom Água Extração dos compostos fenólicos com apenas uma aplicação Não há um padrão para aplicação de frequência de ondas mecânicas Micro- ondas Metanol em água Tempo de extração em 10 minutos de exposição Porcentagem elevada de agente extrator 24 Campo elétrico pulsátil Acido clorídrico (HCl) Não ocorre alteração de ph, teor alcoólico e acidez. Tempo elevado para extração Líquido Pressurizado Água e glicol Utilização baixa de solventes Em baixas pressões dificulta a extração de compostos fenólicos Fonte: O autor, 2021 3.1 Extração Sólido-Líquido A extração sólido-líquido pode ser definida como um fenômeno de massa que é transportada para a fase do solvente. A mudança e o rendimento da extração são levados em consideração o tamanho da partícula, temperatura, presença de substância que podem interferir e tempo de extração (FONTANA et al, 2013). Krygier et al. (1982), realizou a extração utilizando misturas de solventes, sendo estas compostas por água, metanol e acetona (v/v/v) em temperatura ambiente. Neste método, os ácidos fenólicos foram extraídos com éter etílico, o extrato foi tratado com NaOH 4 M sobre nitrogênio em temperatura ambiente. Os resíduos da extração de metanol e água foram hidrolisados com NaOH nas mesmas condições do éter etílico. Logo após, ocorreu a acidificação e centrifugação, e os sobrenadantes foram removidos com hexano, e em seguida com acetato de éter (KRYGIER et al, 1982). Bonilla (1999), realizou a extração utilizando acetato de etila para extrair compostos fenólicos do bagaço de uva. Observou que no período de 10 minutos com o bagaço (biomassa) moído obteve-se um melhor resultado de concentração de fenóis extraídos. A realização da análise verificada por Bonilla (1999), percebe-se que ocorreu a extração de compostos fenólicos com quantidade menor de solventes do que a proposta de Kryegier (1982). Ou seja, é possível analisar que o tipo de solvente é fundamental para se obter uma resposta rápida para a extração dos compostos fenólicos. A extração utilizando sólido-liquido observa-se que o tamanho da partícula influência diretamente no tempo de extração de compostos fenólicos, ou seja, para partículas menores o tempo de extração será reduzido. Em contrapartida para 25 partículas maiores a quantidade de agente extrator utilizado tornará o método custoso (Quadro 1). 3.2 Extração por fluídos Supercríticos A extração por fluído supercrítico (EFS) é considerado o método ideal para extração de compostos fenólicos, devido à sua seletividade, rapidez, automação, e segurança ambiental, pois diminui a utilização de solventes orgânicos (PALENZUELA, 2004). A técnica utiliza o dióxido de carbono (CO2) como agente extrator para extrair compostos fenólicos, pois é considerado um solvente ideal, onde é possível operar com moderadas pressões entre 100 a 450 bar, a uma baixa pressão crítica (74 bars) e em temperatura ambiente (OLIVEIRA, 2014). Qualquer substância tem seus três estados físicos como sólido, líquido e gasoso. Quando uma substância é submetida a uma pressão e temperatura que vai além de seu ponto crítico, portanto quando a substância atinge sua temperatura (Tc) e pressão (Tp) e não há como distinguir a fase gasosa e líquida é considerado como estado supercrítico (OLIVEIRA, 2014). Para utilizar o dióxido de carbono nessa técnica é necessário a utilização de um co-solvente em baixa quantidade como metanol e/ou etanol, tornando assim possível a seletividade e melhorando o rendimento da técnica (OLIVEIRA, 2014). Segundo Oliveira (2014), o sistema é composto por um tanque de fase móvel, que contém CO2, uma bomba para pressurizar o gás, para o co- solvente existe um recipiente e uma bomba, há também um forno com um recipiente para a extração do material e para controlar a pressão elevada dentro do sistema existe um controlador e uma câmara de separação. Para que haja um controle de medição de fluxo e medição do gás seco/ úmido que circula no sistema, é adicionado à diferentes tipos de medidores A extração funciona através da pressurização do CO2, que é transportado no estado líquido através do compressor, que sequencialmente passa por um pré- aquecedor, que eleva atemperatura desse fluído e desse modo ele passa do estado líquido para o estado supercrítico (Figura 6) (OLIVEIRA, 2014). O CO2 vai fluindo pelo sistema e logo passa pela matriz sólida que está localizada na câmara de extração, logo é misturado ao fluido um soluto-solvente onde é sujeitado a uma expansão quando passar pela válvula de expansão. A temperatura 26 e pressão são reduzidas e assim o material a ser extraído irá se precipitar no frasco coletor (OLIVEIRA, 2014). Figura 6: Diagrama esquemático do sistema de extração de fluído supercrítico. Autor: OLIVEIRA, 2014. A eficiência deste método de extração depende de alguns parâmetros que necessitam ser controlados, como densidade, temperatura, vazão do solvente, proporção e tipo de modificador, propriedades do soluto, tamanho da partícula da amostra e umidade da amostra (OLIVEIRA, 2014). Segundo Oliveira (2014), as vantagens desse método é que o fluído supercrítico possui uma maior penetração na matriz da amostra e assim há uma facilidade para a transferência de massa. Contudo, o tempo para a extração é reduzido se comparada a outros métodos e assim é possível a extração de uma pequena amostra. O refluxo que o fluído supercrítico promove na amostra realiza uma extração completa, a temperatura ambiente é uma condição ideal para seletividade. A técnica utiliza uma quantidade pequena de solvente orgânico (Quadro 1), que caracteriza essa técnica como tecnologia limpa, sendo possível a reutilização desse solvente, diminuindo o desperdício. É possível o acoplamento de sistema on-line para processo cromatográficos, para se obter uma melhor análises dos compostos (OLIVEIRA, 2014). Por outro lado, dependendo do tempo em que a amostra ficará exposta em altas temperaturas e pressões, poderá ocasionar degradação dos compostos fenólicos, não podendo ser mais utilizado tão pouco reaproveitado (Quadro 1). 27 3.3 Extração por ultrassom A técnica utilizada por ultrassom é considerada eficaz, pois é possível extrair os compostos em uma única extração (Quadro 1). A extração envolve o fenômeno de cavitação, pois são formadas implosões de bolhas no meio líquido durante o processo da radiação por ultrassom (FONTANA et al, 2013). As bolhas geradas proporcionam rápida compressão adiabática dos gases e vapores, dentro de bolhas ou das cavidades formadas, consequentemente são produzidas altas temperaturas e pressões. Com o aumento da pressão, a eficiência do transporte entre o sólido e a matriz da fase liquida são melhoradas (FONTANA et al, 2013). Conforme Mazza (2017), o método por ultrassom são ondas mecânicas que quando utilizadas frequências entre 20 kHz a 100 kHz, as ondas formadas propagam- se em meios líquidos, sólidos ou gasosos. A frequência das ondas mecânicas utilizadas neste método é diferenciada dos métodos de ultrassom utilizados em diagnósticos. A passagem das ondas em meio líquido, por exemplo, fazem a implosão das bolhas formando cavidades, e estas cavidades realizam a elevação da temperatura e pressão, ocorrendo desta forma a reação química existente no procedimento da extração (PINGRET et al, 2013) . Segundo Gobo (2015) , a análise realizada pelo método de ultrassom mostrou- se eficiente para a extração de compostos fenólicos, quando a potência do ultrassom foi aumentada para 510 W cm-². González-Centeno et al. (2014), verificaram que em 25 minutos de extração utilizando água como agente extrator obteve-se um resultado melhor de compostos fenólicos, resultando em aproximadamente 32 mg EAG/ 100g, sendo o EAG a unidade de medida utilizada por eles, com frequência de 40 Hz. De acordo com Mazza (2017), o método de extração por ultrassom possui vantagens como “menor tempo de processo, maior penetração e baixo consumo do solvente, maior rendimento, boa reprodutibilidade”, quando comparadas com outros métodos de extração (Quadro 1). Em contrapartida para a extração utilizando ultrassom não há um padrão para aplicação das frequências das ondas mecânicas, ou seja, para cada procedimento de 28 extração de compostos fenólicos, é ajustado a frequência de acordo com a amostra que será aplicado (Quadro 1). 3.4 Extração por micro-ondas De acordo com Araujo (2012), o método por micro-ondas é utilizado para estabilizar moléculas de compostos fenólicos. Sendo realizados em sistemas fechados para que não ocorra a perda de solventes durante o processo. As micro-ondas são ondas eletromagnéticas que penetram em amostras e materiais, dissipando as ondas eletromagnéticas e convertendo em energia térmica, reduzindo significativamente o tempo de exposição do material em análises laboratorial, e obtendo-se uma resposta de verificação da quantidade de degradação do ácido fenólico (BALL, 2016, apud ARAUJO, 2012). A análise da quantidade de compostos fenólicos extraídos e avaliados são conduzidos em forno micro- ondas, pois leva-se em consideração que este equipamento têm temperatura e pressão constantes (ARAUJO, 2012). Conforme Araujo (2012), os estudos para a extração do ácido fenólico com 5 minutos de exposição ao forno micro-ondas obteve-se um resultado inexpressivo, ou seja, verificou-se uma perda de 2%. Porém, logo após 10 minutos de exposição obteve-se valores de degradação em torno de 98%, sendo este um valor importante para a verificação da degradação do ácido fenólico. Na análise proposta por Liazid et al. (2011), resultou da seguinte forma, em 2 gramas de casca de uva, utilizou-se 40% de metanol em água como solvente, utilizando uma temperatura de 100°C, com 500W de potência, extraindo 25 mL expresso em volume. O tempo de extração foi de 5 minutos, utilizando a agitação magnética durante a extração. Conforme Liazid et al. (2011), foi estudado as variações dos experimentos sendo, solventes entre 50 a 80% de metanol em água, agitação magnética, temperaturas variando entre 50 a 100°C, tempo entre 5 a 20 minutos, potência entre 100 a 500 W e volume do solvente de 25 a 50 mL. Observa-se que a extração utilizando micro-ondas obtêm tempos reduzidos de exposição da amostra, ou seja, com o tempo de 10 minutos de exposição da amostra, observou-se uma porcentagem elevada de compostos fenólicos. Porem, esta é uma 29 técnica que utiliza-se uma porcentagem elevada de agente extrator, pois dependendo da quantidade de amostra não é viável este tipo de método de extração (Quadro 1). 3.5 Extração por campo elétrico pulsátil - EPP O método de extração por campos elétricos podem ser definidos como a quebra da estrutura da membrana. Ocorrendo primeiramente nas duas faces da membrana uma força eletrostática, logo após há diminuição do volume da membrana e aumento da área em formato esférico, considerando que a célula está indo em direção ao campo elétrico (BRYANT, WOLFE, 1987). Lopez et al. (2009), realizou a análise de compostos fenólicos totais utilizando o método dos pulsos de campos elétricos na biomassa, verificando que a concentração foi maior do que a maceração, visto que os valores contidos pelo EEP no bagaço foram aproximadamente de 22.7%, 21.1%, e 45.2% no tempo de 48 horas. Sendo que no processo de maceração iriam ocorrer no tempo de 72, 96 e 298 horas, utilizando como extrator o ácido clorídrico (HCl). O processo utilizando campos de pulsos elétricos não afetam na alteração do ph, teor alcoólico e na acidez, considerando a análise do vinho fresco (LOPEZ et al. 2009). O método descrito é considerado viável, visto que não ocorre nenhuma alteração nas características da biomassa, considerando a temperatura, o tempo de processo e intensidade de energia específica utilizado durante a extração o processo (HEINZ et al.2003). Analisando o tempo em que leva-se para se extrair os compostos fenólicos, pode-se observar que esta técnica é moroso, ou seja, leva horas para se obter porcentagem de compostos fenólicosbaixos e o tempo de exposição é elevado, podendo ocorrer degradação indesejada (Quadro 1). 3.6 Extração por líquido pressurizado O método de extração por líquido pressurizado consiste na extração realizada a altas temperaturas mantendo os solventes líquidos. Ou seja, as altas temperaturas 30 são essenciais para obtenção uma melhor extração dos compostos (HERRERO et al. 2013). A utilização de altas pressões favorece na elevação das temperaturas, facilitando à penetração do solvente nos poros da matriz, exercendo a quebra da matriz, realizando desta forma a passagem da massa do analito para o solvente, ou seja, a extração dos compostos será realizada em quantidades maiores (MUSTAFA, TREVINO, TURNER, 2012). A quantidade de solventes requeridos nesta técnica são baixas, pois são levados em consideração as temperaturas e pressões elevadas. Conforme Corrales et al. (2008), utilizaram água a 80% de volume e glicol a 20% de volume para a realização da análise. As amostras foram pressurizadas a uma pressão de 600 MPa e 70°C durante 3 hora de exposição considerando que a proporção entre sólido/ liquido teve um aumento de 1:20 (CORRALES et al. 2008). Considerando desta forma o método eficaz para a extração de compostos fenólicos e antocianinas da uva. Segundo Mendoza (2016), a extração com liquido pressurizado pode ocorrer de duas formas, estático ou dinâmico. Na forma estática, a amostra e o solvente ficam parados sob a ação da pressão e temperatura. Já na forma dinâmica, o solvente flui entre a amostra. A pouca quantidade de agente extrator utilizado na extração de compostos fenólicos por liquido pressurizado é um dos pontos mais vantajosos em que pode ser observado, atentado ao fato de que são aplicadas altas pressões e temperaturas. Todavia, para pressões baixas é possível observar que a extração dos fenólicos será dificultada (Quadro 1). 4 DESTINAÇÃO E APLICAÇÃO DA BIOMASSA E DERIVADOS Com a enorme quantidade de biomassa gerada proveniente da indústria de vitivinicultura, encontrou-se a necessidade de destinar de maneira mais correta toda essa matéria orgânica. Assim, a busca por uma aplicação mais sustentável desses resíduos aumentou. Foi verificado que dessa simples biomassa era possível retirar vários compostos e produtos que poderiam ser aproveitados em outros setores. Tais como, o uso em área cosmética, uso como compostos bioativos, indústria alimentícia, farmacológica e geração de energia renovável (HUERTA, 2018). 31 Os derivados comumente extraídos da biomassa são os compostos fenólicos, a farinha da casca da uva e o óleo de semente de uva (EMBRAPA, 2018). A Farinha da casca de uva provém da biomassa, onde é efetuada a secagem e moagem da matéria orgânica. Já o óleo de semente de uva pode ser extraído através do processo de prensagem mecânica que tem um menor custo e um menor impacto ambiental (EMBRAPA, 2018; FREITAS, 2007; ROSSI, SANTOS, 2014). 4.1 Indústrias de cosméticos Na indústria de cosméticos os compostos fenólicos extraídos da biomassa, atuam como antioxidantes onde são utilizados como inibidores ou redutores das reações oxidativas do nosso corpo, impedindo a formação de radicais livres que são responsáveis pela etapa de iniciação do processo de oxidação e na etapa de propagação da oxidação é responsável por eliminar os radicais responsáveis por essa etapa (SOARES, 2002). Com isso, é possível que esses compostos sejam aplicados em diversos produtos destinados ao auto-cuidado. Como em linhas de cremes corporais, para cuidados capilares, tratamentos intensivos entre outros. Um bom exemplo de derivado da biomassa que já é muito difundido e utilizado na indústria cosmetologica é o óleo de semente de uva (SOARES, 2002). O extrato de uva ou óleo de semente de uva, possui em sua composição uma grande concentração de vitamina E (tocoferol) e o ácido linoleico, que são muito importantes para produtos onde se deseja obter uma boa hidratação, tonificação, condicionamento da pele, prevenção de celulites, estrias e rugas e pode ser utilizado como um agente estimulante para a produção de colágeno, onde é considerado um bom agente cicatrizante (SILVA, 2019). 4.2 Indústria alimentícia Na indústria alimentícia temos a utilização dos compostos fenólicos nas mais diversas aplicações, mas sendo como primordial na fabricação dos vinhos, sendo que no vinho esses compostos fenólicos infundem nas alterações das características sensoriais do vinho, sendo elas cor, adstringência, aroma e “corpo”, bem como o 32 tempo de vida útil da bebida pois os compostos fenólicos agem como bactericidas (ISHIMOTO; FERRARI; TORRES, 2006). O uso da biomassa na indústria alimentícia igualmente se destaca, pois apresenta um baixo preço de custo e contém um alto potencial nutricional. É rica em fonte de fibras dietéticas e a sua capacidade antioxidante é muito alta, podendo ser incorporada como fonte de fibras em dietas alimentares ou utilizada como antioxidante do meio que se encontra (HUERTA, 2018). Uma das principais aplicações da farinha da casca de uva é na área de panificação, onde pode fazer parte da composição de pães, cookies, bolos, massas e entre outros. Ela está sendo utilizada como substituto de farinha de trigo, pois essa substituição agrega ao produto um aumento dos valores de fibras e uma alta atividade antioxidante e também pode ser direcionada a produtos destinados a pessoa que tenham doença celíaca (HUERTA, 2018). Também pode ser incorporada como ingrediente de composição de iogurte, e molhos para saladas, pois foi verificado que quando adicionado essa matéria prima na produção de ambos produtos, houve um aumento dos valores de fibras e no teor de fenólicos totais, comparado aos produtos que são comumente comercializados (HUERTA, 2018). Na conservação dos alimentos é comum utilizar antioxidantes sintéticos, contudo os ácidos dos compostos fenólicos são caracterizados como antioxidantes naturais e são mais eficazes, sendo assim capazes de aumentar o tempo de vida útil dos alimentos de 15% a 200% e ajudarem na conservação de alimentos lipídicos (SOARES, 2002). Os alimentos que contenham substâncias lipídicas presentes ficam sujeitos a diversas reações que são responsáveis pela alteração de estruturas, valor nutricional, assim como afeta os padrões de qualidade como textura, odor, sabor e cor. As reações de deterioração ocorrem através da oxidação lipídica e essas reações influenciam o processamento, distribuição, armazenamento e deixa o alimento inapropriado para o consumo. Nesse caso, é importante a utilização desses compostos fenólicos para que o alimento seja considerado seguro para o consumo humano (SOARES, 2002). O óleo de semente de uva possui igualmente a presença de compostos fenólicos, sendo assim, é um subproduto natural que pode ser incorporado no lugar do óleo vegetal que utilizamos, pois ele apresenta uma maior digestibilidade que o 33 óleo de soja, que vai de 95% a 97%. Em dietas o óleo de semente de uva é um grande aliado para reduzir níveis de colesterol no sangue, evitando assim o surgimento de algumas doenças e trazendo ainda mais o benefício de alto poder nutricional (SILVA, 2019). 4.3 Área da saúde Um dos compostos fenólicos que tem sido mais explorados na área da saúde é o Resveratrol, pois ele possui ação antiinflamatoria, cardioprotetora, anti- cancerigeno entre outros benefícios. Com isso, fazer a suplementação desse composto pode combater o desenvolvimento de dezenas de doenças, pois a contribuição dele para á saúde humana é muito considerável (AMARAL, et al 2018). A farinha da casca de uva é outro subproduto que traz consigo inúmeros benefícios. Esta sendo utilizada para substituir a farinha de trigo em algumas receitas industriais, pois possui poder antioxidante e tem um alto teorde fibras e demais compostos que podem fazer o beneficiamento da saúde. Mesmo com o processo de secagem, foi verificado que a quantidade desses compostos continua significativa. Tendo a presença de antocianas, ácidos fenólicos, flavonóides entre outros (TONON, 2019). O óleo de semente de uva, já é muito difundido na indústria cosmetológica por conta dos inúmeros benefícios para a pele. Mas, também traz inúmeros benefícios quando consumido. Dentre os benefícios podemos citar a redução do estresse oxidativo, também auxilia na digestão onde reduz o acúmulo de colesterol ruim. A vitamina E (tocoferol) presente no óleo também é benéfica, pois bloqueia a reação de peroxidação lipídica, fazendo um importante papel antioxidante (TONON, 2019). 4.4 Energias Renováveis Nas atividades do processamento de uvas, para produção de produtos e subprodutos provenientes deste processo, têm-se a geração de rejeitos sendo composto por bagaço de uva úmido ou seco, talo da uva e borra de vinho e há também os efluentes gerados deste processo (BESINELLA et al, 2017). Segundo Besinella et al (2017), esses rejeitos em grande escala de quantidade se apresentam como um grande possível contaminante ambiental, pois na sua 34 composição há presença de muitos compostos orgânicos, compostos fenólicos, matéria orgânica, concentrações de fosfatos e nitratos, como também apresenta pH relativamente baixo. Logo, a biodigestão destes resíduos se tornou uma ótima solução, pois a biodigestão é uma técnica simples e economicamente viável, que proporciona uma degradação de possíveis contaminantes ambientais, tornando-se assim um aceitável processo para a produção de biocombustível (biogás) (BESINELLA et al, 2017). O biogás é composto por sua grande parte de metano, caracterizado como um gás sem cheiro, odor ou sabor, e possui leve odor de vinagre, porém é um gás que se qualifica como um gás extremamente inflamável (OLIVEIRA; HIGARASHI, 2006). A biodigestão ou digestão anaeróbica é um processo que ocorre em biodigestores anaeróbios pela ausência de oxigênio, sendo que nestes equipamentos ocorre a degradação da matéria-orgânica, ou seja, resíduos do processo de vitivinicultura. Dentro dos biodigestores ocorrem uma série de transformações bioquímicas, que são realizadas através do balanceamento entre as bactérias que são responsáveis pela produção do gás metano. E também é necessário que haja um meio propício para que ocorram as reações necessárias neste processo (SILVA, 2003). Contudo, esse processo metabólico é influenciado pela carga de alimentação, qualidade do material orgânico, pH, temperatura, alcalinidade, composição e concentração de compostos intermediários e bem como a operação do equipamento (OLIVEIRA; HIGARASHI, 2006). O gás proveniente deste processo é transformado em energia mecânica que será transformada por um motor de combustão em eletricidade. Logo, a geração de biogás por meio de biodigestores anaeróbios, pode ser uma alternativa eficaz e sustentável, pois pode suprir a elevada demanda de eletricidade para refrigeração, bem como, para a geração do calor requerido nas atividades vinícolas, redução no custo final do produto (OLIVEIRA, 2011). A outra vantagem desta técnica de biodigestão é não há apenas a geração do biogás, mas também a produção do biofertilizante, que pode ser utilizado como fertilizante nas próprios cultivos de vinha de uvas aumentando a produtividade no cultivo das uvas (OLIVEIRA; HIGARASHI, 2006). 35 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir desse estudo, foi possível verificar que a vitivinicultura está num período de crescimento no país e por conta do aumento de produção, consequentemente cresce a quantidade de biomassa gerada por este processo de fabricação. Nota-se que a demanda para a destinação correta de resíduos de processos químicos tem, por sua vez, ganhado um grande espaço no mundo. Sendo resultado de um forte crescimento e apelo ambiental que está ocorrendo atualmente. Já existem diversos tipos de aplicações em que podemos reaproveitar a biomassa da vitivinicultura e essas aplicações tendem a aumentar muito mais com o passar dos anos. Esse reaproveitamento é muito amplo, pois a biomassa gerada desse processo é de origem orgânica e, apesar das operações unitárias em que a matéria prima é exposta, é possível extrair diversos tipos de compostos fenólicos que ainda continuam íntegros no final do processamento. Os compostos fenólicos são ricos em agentes oxidantes e vitaminas que são ótimos aliados para a saúde humana podendo prevenir inúmeros tipos de doenças. E é possivel adquirir esses compostos fenólicos através da extração da biomassa que pode ser efetuada de várias formas. Sendo elas por métodos convencionais, visto como extração sólido-líquido. Ou por métodos não convencionais, onde podemos citar os métodos de extração por líquido supercrítico, ultrassom, micro-ondas, campo elétrico pulsátil e líquido pressurizado. É possível observar que dependendo do método utilizado e pressupõem-se que o agente extrator, o tamanho da partícula e o tempo são fatores importantes para que não ocorra decomposição inadequada e perda de compostos fenólicos nas amostras. Dentre os métodos estudados no trabalho, o que se mostrou mais eficiente e economicamente viável foi a extração por ultrassom, onde o agente tem baixo consumo durante o processo e consegue extrair com uma única aplicação. E o método menos eficiente é a extração por micro-ondas, pois utiliza uma quantidade elevada de agente extrator, quando comparado com os demais métodos. 36 REFERÊNCIAS ABE; M.; et al. Compostos fenólicos e capacidade antioxidante de cultivares de uvas Vitis labrusca L. e Vitis vinifera L. 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