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CAMPUS VILA OLÍMPIA HISTÓRIA ECONÔMICA GERAL CAROLINA DE ALMEIDA CAMPUS VILA OLÍMPIA – MOOCA HISTÓRIA ECONÔMICA GERAL- ATIVIDADE 3 (A3) CAROLINA DE ALMEIDA - RA: 21622252 CIÊNCIAS ECONÔMICAS 2° SEMESTRE SÃO PAULO 2021 ATIVIDADE 3 (A3) Plano Marshall Após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos tornaram-se o país mais importante do sistema internacional, e sua posição o elevou a regulador e estabilizador das relações internacionais, conforme enfatizado pela teoria da estabilidade hegemônica. Além disso, para defender seus interesses internos e sistêmicos no país e no exterior, os Estados Unidos precisaram construir ferramentas para defender seus valores em nível internacional. À vista disso, é possível analisar as mudanças na política externa da América do Norte em relação à Europa de 1944 a 1947 em relação ao Acordo de Bretton Woods e ao Plano Marshall. As instituições do sistema de Bretton Woods não conseguiram atender às necessidades dos países mais poderosos do sistema internacional, ou seja, garantir o mercado consumidor europeu e conter o avanço da União Soviética. Por isso, os Estados Unidos tiveram que mudar seu comportamento em relação à estabilidade do sistema internacional, e isso ocorreu por meio do Plano Marshall. O Acordo de Bretton Woods foi um acordo assinado por 45 aliados em 1944, que foi estabelecido com base na política econômica global após a Segunda Guerra Mundial. Em teoria, os principais intuitos do Acordo de Bretton Woods era promover a cooperação econômica, o comércio internacional, regular as políticas cambiais e estabelecer um sistema financeiro multilateral entre os países. No entanto, como os Estados Unidos deixaram a guerra e desempenhando um papel de liderança na nova lógica internacional, o sistema criado pelo sistema de Bretton Woods foi amplamente benéfico para os interesses dos EUA. Em geral, os termos definidos no acordo permitiram aos Estados Unidos controlar não apenas as relações financeiras entre os países, mas também toda a economia mundial. Contudo, as duas instituições criadas pelo arranjo de Bretton Woods, apesar de possíveis modificações, não promoveram a reconstrução da Europa. O maior obstáculo foi a falta de dólares. Os Estados Unidos detinham a maior fatia da capacidade produtiva mundial. Entre 1946 e 1947, houve superprodução e a Europa não tinha dólares americanos para comprar produtos americanos. Se essa situação não mudasse, a Europa e os EUA enfrentariam vários problemas para se recuperar e ocorreria um desaquecimento na economia. Depois do Acordo de Bretton Woods, um novo padrão internacional emergiu, moldado pela competição EUA-Soviética, especialmente depois que o Acordo de Potsdam e o Trumanismo foram anunciados. Os Estados Unidos passaram a ter duas prioridades: conter o avanço do comunismo e proteger o mercado europeu. Nesse cenário, em 1947, foi anunciado o Plano Marshall idealizado pelo Secretário de Estado George Marshall. O plano inclui uma política para estabilizar os países da Europa Ocidental. No entanto, o que é chocante é que as semelhanças entre o plano de reconstrução europeu e a proposta de Keynes, rejeitada pelos Estados Unidos em 1944, são evidentes. O Plano Marshall trouxe benefícios para o governo dos Estados Unidos, garantindo o acesso ao mercado europeu, fortalecendo os estados da localidade, tornando-os aliados políticos indiscutíveis e freando o avanço da União Soviética. Mais especificamente, houve um planejamento de fornecer empréstimos a juros baixos aos governos europeus para a compra de bens dos Estados Unidos. Os países que aceitaram o plano deveriam abrir suas economias aos investimentos dos EUA. Portanto, além de permitir a manutenção do nível de produção alcançado pela guerra, também estimulou a iniciativa privada e o crescimento da economia norte-americana. De todos os objetivos do Plano Marshall, os mais importantes eram a recuperação da atividade econômica europeia e o restabelecimento do comércio com os Estados Unidos, e mais importante ainda, seu objetivo de consolidar o capitalismo na Europa Ocidental. O plano de recuperação europeu incluiu não apenas o fornecimento de fundos, mas também o fornecimento de máquinas, matérias-primas e técnicos americanos. Além disso, as nações europeias deveriam se ajudar reciprocamente. Segundo Gardner (2001, p. 120), o valor total das transferências realizadas durante o Plano Marshall foi de $ 12,6 bilhões, o que corresponde ao valor do dólar do final da década de 1940. Em termos de produto interno bruto, o montante total foi entre 1948 e 1951, e as transferências representaram apenas 0,5% da economia anual dos Estados Unidos. Portanto, de acordo com os fatos mencionados, o Plano Marshall possibilitou a expansão e consolidação da hegemonia norte-americana na Europa, principal frente estratégica anti-soviética. Os Estados Unidos alcançaram com sucesso seus objetivos políticos, mantiveram uma boa imagem no sistema internacional e forneceram programas de ajuda humanitária e de reconstrução a todos os países europeus. Também foi possível atingir a meta de capital privado nos Estados Unidos, que foi estabelecida em grande parte com o esforço da guerra. Isso não seria possível apenas no caso das instituições de Bretton Woods, nas quais os Estados Unidos tinham margem de manobra limitada. Pode-se dizer, portanto, que o que levou à mudança na política externa dos Estados Unidos foi uma combinação dos seguintes fatores: o surgimento do conflito Estado Unidos e União Soviética que gerou a política estadunidense de contenção dos soviéticos iniciada pela Doutrina Truman; a necessidade norte-americana de que os mercados europeus se livrem de seus excedentes de produção e mantenham a economia aquecida; e a inadequação das organizações internacionais sob os acordos de Bretton Woods, FMI e BIRD para estabilizar a economia internacional e reconstruir a Europa. Referências Bibliográficas https://www.suno.com.br/artigos/bretton-woods/ https://www.infomoney.com.br/economia/o-que-foi-o-plano-marshall/ EICHENGREEN, B. The market and the Marshall Plan. In: SCHAIN, M. (org). The Marshall Plan: fifty years later. New York: Palgrave, 2001. GARDNER, R. The Marshall Plan fifty years later: three what-ifs and when. In: SCHAIN, M. (org). The Marshall Plan: fifty years later. New York: Palgrave, 2001.
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