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Resumo Saúde Mental da mulher

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Alice Kipper Fertig 
 Saúde Mental 
Prof. Almerindo Boff 
RESUMO DE SAÚDE 
MENTAL 
 
Índice 
1. Transtornos climatéricos e pós-
menopáusicos 
2. Transtornos psiquiátricos na gestação 
3. Drogadição na gestação 
4. Transtornos psiquiátricos no puerpério 
5. Fármacos no puerpério 
6. Questões de gênero 
7. Psicofisiologia da função sexual 
8. Disfunções sexuais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRANSTORNOS CLIMATÉRICOS E PÓS-
MENOPÁUSICOS 
OBJETIVOS: 
 Evidenciar a relação existente entre flutuação do nível de estrógenos e transtornos 
psiquiátricos na mulher 
 Apresentar as alterações psiquiátricas mais prevalentes daí derivadas 
 Apresentar as implicações decorrentes para a psicofarmacoterapia 
SÍNDROME E DISFORIA PRÉ-MENSTRUAL 
A síndrome pré-menstrual corresponde a presença de um ou mais sintomas afetivos 
(como isolamento social, confusão mental, ansiedade, irritabilidade, explosões de raiva 
ou depressão) ou somáticos (como inchaço dos membros, cefaleia, inchaço abdominal ou 
mastalgia) nos cinco dias que antecedem a menstruação. Esses sintomas ocorrem de 
forma cíclica, no período fértil. Uma dessas manifestações dessa síndrome é a disforia 
pré-menstrual – um distúrbio mais grave – que apresenta sintomas psiquiátricos que 
prejudicam o cotidiano da mulher, nessas circunstâncias, as mulheres tendem a sofrer 
crise de irritabilidade, nervosismo, depressão, e se algo não for feito, ela pode 
comprometer suas relações pessoais e profissionais. 
Síndrome pré-menstrual → é uma síndrome, se manifesta pela presença de alguns 
sintomas como isolamento social, confusão mental, ansiedade, irritabilidade, explosões 
de raiva ou depressão, casaço... 
Disforia pré-menstrual → é uma doença e está presente no DSM-5 como um dos 
transtornos incluídos no grupo dos Transtornos Depressivos, nesse caso o paciente deve 
apresentar pelo menos 5 sintomas (irritabilidade, labilidade afetiva acentuada, insônia ou 
hipersônia, letargia, depressão, ansiedade...) e que esses sintomas sejam incapacitantes ou 
afetem a vida da mulher. 
A fisiopatologia dessa 
síndrome está relacionada 
com os hormônios 
femininos, visto que a ação 
hormonal é a principal fonte 
de influência sobre o 
comportamento, como 
também sobre as alterações 
do humor ao longo do ciclo 
menstrual. No momento em 
que ocorre a queda do 
estrogênio (no final do 
ciclo), a mulher fica mais 
suscetível a sintomas depressivos. Os 5 tópicos mais importantes para a constituição do 
TDPM é: suscetibilidade genética; progesterona e ALLO; estrogênio, serotonina e 
BDNF; supostas diferenças estruturais e funcionais relacionadas ao cérebro e 
envolvimento do eixo HPA e HPG. 
 Para o diagnóstico iremos analisar a mulher no âmbito clínico, psiquiátrico, 
laboratorial, história familiar, uso de medicamentos e avaliação nutricional. O tratamento 
pode se dar por meio de terapia associada a medicamentos, sendo muito utilizados os 
Inibidores da Recaptação da Serotonina (ISRS), como a fluoxetina, por aumentarem 
a sensibilidade dos receptores GABAA e promoverem a formação de mais ALLO. 
 O final da gestação de uma mulher se assemelha com o fim do ciclo menstrual 
pela queda abrupta de hormônios, o que faz com que muitas mulheres sintam sintomas 
depressivos e tenham algumas alterações de humor. 
CLIMATÉRIO 
A meia-idade é a época do climatério feminino e masculino, período da vida 
caracterizado pela diminuição dos funcionamentos biológico e fisiológico. Esse momento 
tende a acontecer na mulher entre os 40 e 50 anos, envolvendo a queda de hormônios que 
antes eram necessários para a reprodução. Algumas das queixas mais comuns na 
menopausa são: 
- Secura vaginal 
- Dispareunia 
- Diminuição da libido 
- Infecções frequentes do sistema urogenital 
- Incontinência urinária 
- Prolapso pélvico de órgão 
- Fogachos 
- Suores noturnos 
- Distúrbios do sono 
- Prejuízo da memória 
- Osteoporose 
- Alterações metabólica 
 
É normal que na perimenopausa ocorram mudanças cognitivas, como dificuldades 
com a memória, a atenção e em encontrar palavras. Isso ocorre por que os estrógenos 
facilitam a sinaptogênese, induzem o Fator de Crescimento Neural (NGF), protegem 
contra estresse oxidativo e regulam a neurotransmissão (por serotonina, noradrenalina e 
acetil-colina) em sistemas cerebrais relacionados ao processamento da cognição e 
regulagem do humor. 
 
Já a depressão maior é aproximadamente duas vezes mais frequente em mulheres a 
partir da adolescência, sendo aparentemente mais frequente ao longo do seu ciclo 
reprodutivo. Os estrógenos modulam as funções serotoninérgicas e noradrenérgicas, de 
importância central no processamento afetivo. A flutuação nos níveis de estrógenos neste 
período tem sido relacionada à produção dos sintomas afetivos observados. Os fatores de 
risco para depressão na menopausa são: história de depressão maior é o preditor mais 
forte, história de Transtorno Disfórico Pré-Menstrual e de depressão pós-parto, estresse 
psicossocial (desemprego, dificuldades financeiras, apoio social prejudicado, eventos 
estressantes), distúrbios do sono e sintomas vasomotores, presença de condição médica 
crônica e um período de transição mais curto para a menopausa com rápido aumento do 
FSH antes da última menstruação. 
A fisiopatologia mostra que a alopregnanolona (ALLO) é um potente modulador 
alostérico dos receptores GABA-A no eixo Hipotálamo→Hipófise-Adrenal (HHA), os 
quais estão envolvidos na modulação da resposta ao estresse pelo eixo HHA. Respostas 
mal adaptativas a flutuações dos níveis de ALLO podem estar envolvidas no risco 
aumentado para depressão na perimenopausa. 
O tratamento mais efetivo corresponde a reposição de estrógenos, além disso, 
podemos associar os ISRS e os SNRIs (Inibidores da Recaptação da Serotonina e da 
Noradrenalina, como venlafaxina e desvenlafaxina), que são antidepressivos eficazes no 
tratamento de sintomas climatéricos, diminuindo sintomas depressivos e a frequencia e 
intensidade de fogachos. 
 
TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS NA 
GESTAÇÃO 
OBJETIVOS: 
 Apresentar os transtornos psiquiátricos de maior incidência na gestação. 
 Discutir o uso de psicofármacos durante a gestação 
Para o diagnóstico desses transtornos devem seguir 4 passos principais: Observação 
dos sinais e sintomas dos transtornos mentais (anamnese e Exame do Estado Mental), 
diagnóstico sindrômico, diagnóstico diferencial e diagnóstico categorial (diagnóstico 
positivo). As síndromes mais importantes de serem analisadas na gestação são: 
Síndromes ansiosas; Síndromes depressivas; Síndromes maníacas; Síndromes 
psicóticas; Síndromes relacionadas ao consumo de alimentos e Síndromes 
relacionadas ao uso de substâncias psicoativas. 
Síndromes ansiosas → Transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de pânico, 
transtorno obsessivo-compulsivo e fobias. 
Transtornos de humor → Episódio depressivo único, depressão psicótica, transtorno 
depressivo recorrente, transtorno afetivo bipolar e transtorno distímico. 
Transtornos psicóticos → Esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno 
esquizoafetivo, transtorno delirante e transtorno psicótico breve. 
Transtornos de alimentação → Anorexia nervosa, bulimia nervosa, obesidade e 
compulsões alimentares. 
Transtornos relacionados ao uso de substâncias → Intoxicação por substância psicoativa, 
abstinência de substância psicoativa e dependência de substância psicoativa. 
 Existe uma classificação que descreve o risco para cada medicamento ser utilizado 
na gestação, apesar dessa classificação existir, devemos sempre medir o risco e benefício 
em cada caso particular antes de decidir qual medicamento utilizar ou suspender. 
CLASSIFICAÇÃO DO FDA (1980) 
A – Estudos controlados em mulheres não mostraram risco (nenhum). 
B – Fármaco sem efeitos adversos em animais e sem estudos controlados em mulheres; 
ou com efeitos adversos em animaisnão confirmados em estudos controlados em 
mulheres (Buspirona, clozapina, maprotilina). 
C – Fármacos com efeitos adversos em fetos animais e sem estudos controlados 
em humanos: evitar. 
D – Fármacos com evidência positiva de risco em humanos; ponderar 
risco/benefício para indicar (Imipramina, nortriptilina, paroxetina). 
X – Contra-indicado na gravidez: o risco não compensa. 
 
Os três tipos de risco na utilização de medicamentos na gravidez são: 
• Malformações congênitas 
• Síndromes perinatais 
• Alterações neurocomportamentais no desenvolvimento das crianças expostas a 
fármacos no útero 
 
Deve-se sempre pesar risco e benefício. Na gestação iremos priorizar tratamentos com 
monoterapia, administrar ácido fólico para reduzir malformações neurológicas e analisar 
3 fatores: 
1 – Risco fetal de exposição à medicação 
2 – Risco de não tratar o transtorno psiquiátrico da mãe 
3 – Risco de recaída com a interrupção da medicação 
 
DROGADIÇÃO NA GESTAÇÃO 
 Drogas de abuso de interesse na gestação (Brasil) 
1. Cafeína: não possui efeito teratogênico documentado, causa vasoconstrição e 
aumento da diurese na mãe, diminui a absorção de ferro, aumentando o risco de 
anemia. Além disso, pode diminuir a fixação de cálcio nos ossos. 
2. Nicotina: é um agonista dos receptores colinérgicos nicotínicos, atravessa a 
placenta e causa efeitos parecidos com os maternos. Provoca vasoconstrição e 
diminuição do fluxo sanguíneo uteroplacentário, além de retardar o crescimento 
fetal. Mulheres fumantes têm mais de probabilidade de: hipertensão arterial 
materna, gestação ectópica, morte fetal, aborto espontâneo, descolamento 
prematuro da placenta, placenta prévia e parto pré-termo. Os bebês nascidos de 
mães fumantes normalmente têm: baixo peso, menor altura, menor circunferência 
cefálica e síndrome de abstinência de nicotina (inquietação, irritabilidade, 
bradicardia, transtorno do sono). Outras associações já comprovadas é que quando 
o pai é fumante, a chance de a criança desenvolver câncer é maior. As abordagens 
farmacológicas mais utilizadas são os adesivos de nicotina, a bupropiona, a 
vareniclina e a nortriptilina. 
Álcool: muito relacionado com abortamento na gestação, bebês natimortos, 
restrição de crescimento uterino e peso reduzido ao nascer. O transtorno alcóolico 
fetal corresponde a uma síndrome que engloba malformações congênitas e défices 
neurocognitivos e comportamentais vitalícios decorrentes da exposição, esse 
transtorno é a 3ª maior causa de retardo mental nos EUA. As crianças que tiveram 
essa síndrome possuem, frequentemente, características comportamentais como 
hiperatividade, hiperresponsividade a estímulos, hiperacusia, hipotonia e tremor. 
As abordagens farmacológicas utilizadas são o Dissulfiram, a Naltrexona e o 
Baclofeno. É importante lembrar que não existe dosagem segura de álcool na 
gestação. 
 
CRITÉRIOS DO ALCOHOL STUDY GROUP OF THE 
RESEARCH SOCIETY ON ALCOHOLISM → pelo menos duas das seguintes 
dismorfologias craniofaciais: 
microcefalia; micro-oftalmia e/ou 
fenda palpebral pequena; sulco 
nasolabial ausente ou pouco 
desenvolvido, lábio superior fino ou 
achatamento da área maxilar + 
anormalidades do SNC (défices 
neurológicos e intelectuais (retardo 
mental ou desenvolvimento 
intelectual retardado) + retardo do 
crescimento intrauterino. 
 
- Doenças congênitas associadas: 
Sistema cardiovascular: tetralogia de Fallot, comunicação interatrial, 
hemangiomas, Dextrocardia. 
Sistema urinário: rins em ferradura, disgenesia urovesical, hipotrofia dos rins, 
fístula vesical, megaureter. 
Sistema esquelético e SNC: microcefalia, espinha bífida, encefalocele, 
mielocele, hemivértebra, escoliose, sinostoses, deformidades ósseas, 
especialmente de mãos e pés, sindactilia, fibroses congênitas, hipotrofia óssea. 
Sistema visual: estrabismo, micro-oftalmia, ptose palpebral, blefarofimosa, 
catarata, diminuição de acuidade visual. 
Sistema auditivo: orelhas pequenas e mal implantadas, défice de audição 
neurogênica ou óssea, otites recorrentes. 
 
3. Maconha: algumas das complicações documentadas são a restrição do 
crescimento uterino, descolamento prematuro de placenta e parto pré-termo. Está 
relacionada com RNs com baixo peso, menor circunferência cefálica, reflexo de 
Moro hiperativo, respostas alteradas a estímulos visuais, choro de tom alto e 
tremores. Não possui fundamentação de estudos para sabermos se é teratogênica 
ou não. 
4. Cocaína e estimulantes: essa substância está fortemente relacionada com 
diversos problemas para o feto e para a mãe, como por exemplo hipertensão 
arterial gestacional, insuficiência uteroplacentária, restrição do crescimento intra-
uterino, malformações congênitas, infarto cerebral fetal, infarto do miocárdio 
fetal, morte fetal, opioides e sedativos. Outras questões são: aborto espontâneo, 
parto prematuro, ruptura da placenta, placenta prévia, descolamento prematuro da 
placenta, ruptura prematura das membranas amnióticas e ruptura uterina. Com 
essa substância o RN pode nascer com síndrome de abstinência neonatal, cujos 
sintomas correspondem a convulsões, tremores, hiperreflexia, hipersensibilidade, 
irritabilidade, incapacidade de responder ao cuidador, difícil de consolar quando 
chora, coordenação inadequada de sucção e deglutição e alterações de sono-vigília 
que podem durar até 4 meses. 
5. Opióides: são pouco disponíveis no Brasil (morfina, codeína, metadona, 
oxicodona). Pode resultar em abortamento espontâneo, restrição do crescimento 
intra-uterino, toxemia gravídica (pré-eclâmpsia), descolamento prematuro da 
placenta, parto pré-termo, ruptura prematura de mebranas amnióticas, 
apresentação pélvica, aspiração de mecônio (sofrimento fetal), infecções na mãe 
e/ou RN (por uso EV) e natimorto (asfixia perinatal, sepse). Manutenção da mãe 
com metadona melhora o prognóstico. Pode ser necessária a administração de 
opióides ao RN com síndrome de abstinência grave. 
6. Sedativos: benzodiazepínicos e hipnóticos. Risco de teratogenia específico para 
a droga. Depressão do SNC no RN, maturidade pulmonar retardada, síndrome de 
abstinência neonatal RN mais propenso a problemas respiratórios, dificuldades de 
alimentação e perturbação do sono. 
 
TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS NO 
PUERPÉRIO 
 
No puerpério é comum a agudização ou a apresentação de quadros psiquiátricos 
já existentes previamente na mulher, como Transtornos de Ansiedade, Transtornos de 
Humor, Transtornos Alimentares e psicoses. Além disso, podem-se manifestar síndromes 
específicas como Síndrome da Tristeza puerperal, depressão pós-parto e psicose 
puerperal. 
SÍNDROME DE TRISTEZA PÓS-PARTO (BABY BLUES) 
Apresenta-se nos primeiros dias após o parto e tende a alcançar sua máxima 
intensidade do terceiro ao quinto dia. Costuma desaparecer espontaneamente em duas 
semanas. Esses sentimentos, que podem durar vários dias, foram atribuídos a rápidas 
mudanças nos níveis hormonais, ao estresse de dar à luz e à consciência do aumento de 
responsabilidade inerente à maternidade. 
Alguns dos principais sintomas são: choro fácil e sem razão aparente, tristeza, 
ansiedade, fadiga, inquietação, perturbação do sono e do apetite, hipersensibilidade aos 
estímulos ambientais, irritabilidade e reatividade emocional aumentada, com humor 
instável e oscilante. Dificuldade de concentração, raciocínio e perturbação da memória. 
A mulher pode se sentir esmagada pelo peso da nova situação, excessivamente 
preocupada com a lactação, a amamentação e a saúde do bebê, sentindo-se incapaz de 
enfrentar a maternidade e lidar bem com ela. Ao mesmo tempo, pode sentir alegria e até 
mesmo chorar de alegria por emocionar-se e comover-se com algum pequeno 
acontecimento, ao qual normalmente não se daria maior importância. Em relação ao 
tratamento, observa-se que nenhum tratamento profissional é necessário além de 
orientação e apoio para a nova mãe.DEPRESSÃO PÓS-PARTO 
Possui início gradual, confundível com baby blues. O início costuma ocorrer 
durante as 12 semanas após o parto. Em vez de regredir espontaneamente, vai se 
agravando. A mulher costuma ter perda progressiva de interesse e prazer por tudo. Os 
sintomas pioram progressivamente, principalmente o sono, apetite, concentração e 
memória. Indecisão, anergia, cansaço, irritabilidade. Aumento de ansiedade e queixas 
somáticas. Sentimentos de desvalia, desesperança, abatimento. Pode apresentar baixa 
libido. Auto-acusações, preocupações envolvendo o bebê. Sentimento de não amar o 
bebê, medo de prejudicá-lo. Sentimentos de desamparo e ambivalência em relação ao 
bebê. Sentimento de inadequação. O tratamento de depressão pós-parto não é estudado 
de maneira aprofundada devido ao risco de transmitir antidepressivos a recém-nascidos 
durante a lactação. 
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da depressão pós-parto são: 
história pessoal ou familiar de transtorno do humor, episódio depressivo prévio, tentativas 
de suicídio prévias, transtornos psiquiátricos puerperais prévios, mau desfecho de 
gestações anteriores (abortos, doenças), maus cuidados pré-natais, má nutrição, 
interrupção de tratamento psiquiátrico durante a gestação, uso de álcool ou drogas, 
depressão ou ansiedade importantes no pré-natal (pessimismo pré-natal) e complicações 
peri-natais. 
Esse transtorno temos o dever de tratar pois a depressão materna não tratada pode trazer 
diversas consequências, como: os sentimentos depressivos da mãe tendem a contagiar o 
pai, que se sente cada vez mais incapaz de ajudá-la; as dificuldades nos relacionamentos 
do casal, entre si e com seus familiares, vão se agravando e os quadros não tratados podem 
persistir por anos, com graves prejuízos para o desenvolvimento infantil. 
PSICOSE PÓS-PARTO 
O início desse transtorno é mais precoce (primeiros dias ou semanas) e evolução 
mais rápida, se instalando já no primeiro mês. Inicia com inquietação, irritabilidade e 
insônia. Humor lábil, oscilando entre depressão/euforia. Perda do juízo de realidade - 
Desorientação, despersonalização, comportamento desorganizado. Delírios: por 
exemplo, a criança está morrendo, tem poderes especiais, é Satã ou Deus. Alucinações 
auditivas; vozes lhe ordenam que fira ou mate a si própria ou ao bebê. 
 
 
FÁRMACOS NO PUERPÉRIO 
1. Adoçantes: sucralose, stevia, sacarina, acessulfame de potássio. Não existem 
dados sobre os efeitos sobre o lactente. 
2. Aspartame: é seguro, contudo, uma ingestão alta pode elevar ainda mais a 
quantidade de fenilalanina no leite materno. 
3. Anorexígenos: amfepramona, femproporex e sibutramina são contra-indicados. 
4. Antidepressivos: todos são excretados no leite materno, mas de maneira geral são 
considerados seguros. Devemos começar com doses baixas e observar possíveis 
efeitos sobre o lactente como sedação, hiperatividade, distúrbio da alimentação e 
prejuízo no desenvolvimento. Os mais indicados são: nortriptilina, imipramina, 
amitriptilina, paroxetina e sertralina. 
5. Ansiolíticos e hipnóticos: todos são excretados no leite materno. Quanto menor a 
meia-vida, mais seguro é o medicamento. Os ansiolíticos mais indicados são: 
lorazepam, temazepam, oxazepam e gabapentina. E os hipnóticos mais 
recomendados: zolpidem, midazolam e trazodona. 
6. Antipsicóticos e estabilizadores de humor: os antipsicóticos indicados são 
haloperidol, olanzapina e quetiapina. Os estabilizadores do humor indicados são 
oxcarbazepina, olanzapina e quetiapina. 
 
QUESTÕES DE GÊNERO 
OBJETIVOS: 
 Apresentar diferenças entre o desenvolvimento biológico e comportamental de 
meninos e meninas 
 Colocar em discussão o significado das diferenças observadas entre o cérebro 
feminino e masculino 
 Colocar em discussão o peso relativo dos fatores natureza e cultura na 
determinação das diferenças de comportamento de gênero 
 Apresentar alguns problemas referentes à clínica da mulher trans 
Ainda durante a gestação, dados mostram que a maioria dos fetos em abortos 
espontâneos ou natimortos são masculinos (ataque ao feto pelo sistema imunológico da 
mãe). Fetos masculinos tendem a ser mais ativos durante a gestação. A probabilidade de 
APGAR baixo é 20% maior em meninos. Mesmo após o nascimento, meninos têm 50% 
a mais de probabilidade de morrer de problemas respiratórios no nascimento, além de ter 
mortalidade infantil 22% maior que meninas. 
Há dimorfismo sexual no desenvolvimento de áreas corticais fetais. Assimetrias 
estruturais e dimorfismo sexual do córtex cerebral humano foram identificados em recém-
nascidos, bebês, crianças, adolescentes e adultos. Hormônios fetais contribuem para o 
dimorfismo sexual cerebral desde o período pré-natal. A evidência sugere que o cérebro 
dimórfico sexual pode ser o substrato anatômico do desenvolvimento psicossexual, no 
qual os hormônios gonadais podem ter um papel modelador durante os períodos pré-natal 
e puberal. Ondas de aumento da testosterona em meninos ocorrem duas vezes antes do 
nascimento, durante as semanas 12 a 18 e novamente durante as semanas 34 a 41. Uma 
outra onda de testosterona, às vezes chamada “mini-puberdade”, ocorre nos primeiros três 
meses após o nascimento. 
HOMENS → aumento do volume da massa cinzenta nos lobos temporais mesiais e 
cerebelo l maior assimetria do córtex temporal. Mostram maior lateralização da resposta 
cerebral às emoções l memória emocional via ativação da amígdala direita l emoções 
ativam as regiões frontal inferior, córtex posterior e corpo estriado direito. 
MULHERES → aumento do volume da massa cinzenta na região temporal superior, 
região frontal inferior e giro cíngulo. Ativação frontal límbica simétrica na resposta 
cerebral às emoções l memória emocional via ativação da amígdala esquerda l emoções 
ativam o córtex cingulado subcaloso, núcleos da base, tálamo, cerebelo e mesencéfalo l 
mais expressivas emocionalmente e com melhor memória episódica emocional. 
 Outra questão importante no desenvolvimento fetal é altos níveis de testosterona 
fetal correlacionam-se com menor contato visual na primeira infância, menor vocabulário 
aos 12 e 24 meses, menor capacidade de atribuição de intencionalidade aos quatro anos e 
com menor capacidade de empatia aos 8 anos de idade. 
POPULAÇÃO TRANS 
A expectativa de vida da população trans e travesti é 35 anos (contra 75 anos na 
população geral). O risco de morte do homem trans é 14 vezes maior em relação ao 
homem homossexual. No Brasil ocorrem 50% das mortes violentas de pessoas trans no 
mundo. Mulheres trans e travestis frequentemente sofrem agressões violentas em casa 
quando iniciam o processo de transição. Apesar do avanço do reconhecimento trans na 
legislação, as equipes de saúde geralmente estão despreparadas para atender 
adequadamente a mulher trans. Maior incidência de ansiedade, depressão, dependência 
química e suicídio na população LGBT. 
 
PSICOFISIOLOGIA DA FUNÇÃO SEXUAL 
 
OBJETIVOS: 
 Evidenciar a importância de alguns estressores sociais traumáticos frequentes no 
desenvolvimento da psicofisiologia da função sexual: violência sexual sobre 
crianças e adolescentes, violência contra a mulher, gravidez na adolescência. 
 Lembrar que, além destes, ISTs e transtornos alimentares podem exercer 
influência negativa sobre o desenvolvimento da psicofisiologia da função sexual. 
 Apresentar conhecimentos relativos à psicofisiologia da atração sexual e do apego 
amoroso. 
INFÂNCIA ABREVIADA 
 
- 40% dos menores de 14 anos vivem em situação de pobreza. Este número é de 60% no 
Nordeste e 54% no Norte. Cerca de 4 milhões de crianças moram em favelas. 17,5% das 
adolescentes foram mães antes dos 19 ano. 
- Estima-se que apenas 2% dos casos de abuso sexual na infância são denunciados. Em 
90% dos casos denunciados, o violador é familiar da vítima → a relação que se estabelece 
entre agressor e vítima de abuso sexualé de poder baseado em ameaças feitas à criança. 
As crianças levam entre seis e sete anos para revelar o abuso. A grande maioria dos 
abusadores são homens. São pequenos os casos em que a mulher é a abusadores ou 
participa do abuso juntamente com o homem. 
ALGUNS POSSÍVEIS FATORES NA ORIGEM DA VIOLÊNCIA SOBRE A 
CRIANÇA: 
1. Alto nível de sentimentos hostis pelos pais 
2. Baixo nível de inibição da agressão manifesta dos pais 
3. Concentração da agressividade dos pais na criança (bode expiatório) 
CONSEQUÊNCIAS DA VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA: 
Estudo brasileiro com pacientes com transtorno de pânico encontrou uma 
prevalência na infância de 65% de negligência emocional, 50% de negligência física, 71% 
de abuso emocional, 46% de abuso físico e 20% de abuso sexual. 
Trauma emocional na infância tem sido considerado fator de risco para depressão, 
síndrome de fadiga crônica, transtorno de stress pós-traumático, tentativas de suicídio, 
multiplicidade de parceiros sexuais, DSTs, uso de álcool e tabaco, sedentarismo, 
obesidade, cardiopatia isquêmica, câncer e doenças pulmonares, ósseas e hepáticas. 
Maus-tratos na infância têm sido relacionados a alterações no desenvolvimento de 
estruturas do SNC como o corpo caloso, neocórtex esquerdo, hipocampo e amígdala; 
observou-se também aumento de irritabilidade nas áreas límbicas, disfunção do lobo 
frontal e redução da atividade funcional do vermis cerebelar. 
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 
De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2005, em mulheres de 10 a 49 
anos de idade, homicídio foi a terceira causa de morte, perdendo apenas para doenças 
cerebrovasculares e acidentes de trânsito, superando a mortalidade por câncer de mama 
ou doença cardiovascular. 
- Foram registrados 48 feminicídios de janeiro a julho de 2018 no RS contra 45 no mesmo 
período em 2017. 
- 11 feminicídios em Porto Alegre de janeiro a julho de 2018, contra 8 durante todo o ano 
de 2017. 
- Em 2018, em Porto Alegre, a média era de 32 casos de violência contra mulher por dia. 
- 528 feminicídios de janeiro de 2014 a julho de 2019 no RS. 
- 8.412 registros de estupro de mulheres nos RS no mesmo período. 
- O número de casos de violência contra a mulher dobrou em 2019 em relação ao mesmo 
período de 2018 (janeiro a julho). 
GRAVIDEZ DA ADOLESCÊNCIA 
Segundo o IBGE, na faixa etária dos 10 aos 14 anos de idade, houve um aumento 
de 93,74% no número de gestantes no Brasil entre 1991 e 2000. Em 21% dos partos 
realizados pelo SUS a mãe tem de 11 a 20 anos de idade. Anualmente cerca de 18% dos 
brasileiros nascidos são filhos de mães adolescentes. Em números absolutos isso 
representa 400 mil casos por ano. 
FATORES DE RISCO 
1. Menarca precoce: há uma tendência mundial à ocorrência cada vez mais precoce 
da menarca. Além dos possíveis aspectos biológicos (melhor alimentação e 
cuidados médicos), estima-se que o estresse no meio familiar e a hiperestimulação 
erótica das crianças no meio familiar, social e na mídia também estejam 
envolvidos. Meninas criadas sem o pai biológico presente no lar têm o dobro de 
chance de concluir a puberdade antes dos 13 anos e 7 vezes mais chance de 
engravidar precocemente. 
2. Desestruturação familiar: pais separados ou brigas constantes dentro do lar; 
relacionamento afetivo com os pais ruim ou inexistente. A gravidez é vista como 
“tentativa” (mágica, imaginária) de sair de uma família problemática para formar 
uma boa família, além de ser uma “tentativa” de solução de problemas 
econômicos e ascensão social através de um filho. 
3. Ser filha de mãe adolescente: estudo no Rio Grande do Sul encontrou história 
familiar de gestação na adolescência em 92,7% das gestantes de 12 a 15 anos de 
idade. Quanto mais jovem a gestante, maior foi o número de adolescentes grávidas 
na história familiar. 
4. Início precoce da atividade sexual: está ligado a primeiras relações sexuais sem 
uso de anticoncepção (estima-se que até 80% das primeiras relações sexuais sejam 
desprotegidas). Ocorre ausência do uso dos métodos anticoncepcionais mesmo 
havendo conhecimento e informação sobre eles. 
5. Baixa escolaridade: abandono da escola aumenta significativamente o risco de 
gravidez na adolescência. Das meninas que não completam o Ensino 
Fundamental, cerca de 50% engravidam antes dos 18 anos. A gravidez precoce 
vem ocupar o lugar de um projeto de futuro inexistente (tornar-se mãe como forma 
de tornar-se “alguém”). 
CONSEQUÊNCIAS DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA 
Estima-se que 80% destas gestações não são planejadas. Há alta probabilidade de 
separação do casal e impossibilidade de estruturação de um novo lar. Além disso, há 
prejuízo psicossocial, escolar e econômico para a mãe. Apesar disto, há 60% de chance 
de nova gestação em dois anos. Para a criança, aumentam as chances de adoção, maus-
tratos e gestação precoce. 
TRANSTORNOS ALIMENTARES COMO DEFESA CONTRA A 
SEXUALIDADE EMERGENTE 
➔ Anorexia Nervosa: Acomete basicamente o sexo feminino, sendo dez a vinte 
vezes mais frequente do que entre homens. Inicia na puberdade, a partir dos 10 
anos, com picos de incidência entre os 13 e 14 anos e entre os 17 e 18 anos 
➔ Obesidade: As adolescentes obesas terão maior probabilidade de vir a não casar e 
de vir a ter menor escolaridade e menor renda quando adultas. 
PSICOFISIOLOGIA DA ATRAÇÃO SEXUAL ATRAÇÃO SEXUAL 
HOMENS = amígdala e hipotálamo maiores → maior ativação das amígdalas e do 
hipotálamo ao estímulo sexual visual levando a busca por esta estimulação. Há ativação 
da amígdala durante o orgasmo. 
MULHERES = estimulação sexual mais independente dos estímulos visuais → menor 
ativação das amígdalas e do hipotálamo pelo estímulo visual. Há ativação predominante 
no hipocampo e córtex frontal durante o orgasmo. 
 Na atração sexual, os homens erram mais ao supor receptividade sexual na mulher 
em relação a eles, ocorrendo mais falso-positivos do que falso-negativos. Já as mulheres 
acertam mais quanto ao interesse sexual dos homens, ocorrendo menos falso-positivos ou 
falso-negativos em relação aos homens. 
 A neuroquímica relacionada a atração sexual (paixão) envolve: 
HIPERATIVAÇÃO ADRENÉRGICA E DOPAMINÉRGICA → cólicas, arrepios, 
sensação de frio ou calor, respiração ofegante, taquicardia e palpitações, rubor ou 
empalidecimento facial, sensação de desfalecimento eminente, pernas bambas, boca seca, 
tremor muscular, disartria e alteração do timbre vocal, nervosismo intenso. 
A atração sexual inicial independe da elaboração cortical. Os estímulos visuais, 
auditivos, táteis e olfativos estimulam diretamente o tálamo através da amígdala, 
resultando na descarga adrenérgica sem mediação cortical. Posteriormente, as conexões 
corticais produzem a consciência do que estamos sentindo e elaboram as respostas 
organizadas de acordo com a memória e o aprendizado. A elaboração cortical levará, após 
um tempo variável, à decisão de entregar-se ou não à paixão. 
Durante a “fase do enamoramento” existe a sensação de um estado mental 
alterado, geralmente de bem-estar ou de oscilação entre alegria e tristeza. Pensamentos e 
imagens intrusivas em torno do objeto da paixão. Comportamentos complexos com o 
objetivo de evocar uma resposta de reciprocidade. Aumento da liberação cerebral de 
feniletilamina (substância endógena semelhante à anfetamina), dopamina e beta-
endorfinas. Hipoatividade da transmissão serotonérgica (pensamentos obsessivos, 
comportamento compulsivo e impulsivo). 
ENTENDENDO A NEUROQUÍMICA DO APEGO → A liberação abundante de beta-
endorfinas, oxitocina e vasopressina durante as relações sexuais e o orgasmo levarão 
progressivamente à diminuição do estado fisiológico de apaixonamento, que será 
substituído pelo apego amoroso sustentado pela liberação destas substâncias na atividade 
sexual. O casamento parece proteger as pessoas contra o declínio da felicidade ao longo 
da idade adulta. 
AMOR PATOLÓGICO: 
1. PATOLOGIA DA ATRAÇÃO → incapacidadede apaixonar-se; apaixonamento 
fácil, mas pouco duradouro; atração que nunca se torna apego; medo de apaixonar-
se e atrações múltiplas. 
2. PATOLOGIA DO APEGO → incapacidade de apego, apego imediato, apego 
superficial, apego inseguro/obsessivo, ciúme patológico, apego dependência, 
apego obstinado e apego delirante. 
 
DISFUNÇÕES SEXUAIS 
OBJETIVOS: 
 Apresentar os fatores biológicos e emocionais envolvidos na etiologia das 
disfunções sexuais 
 Apresentar as disfunções sexuais descritas no DMS-5 
 Apresentar alguns dos tratamentos farmacológicos disponíveis para as disfunções 
sexuais 
Existem diferenças importantes em relação aos processos de excitação dos sexos, 
normalmente o estímulo visual é mais importante para os homens e o processamento 
narrativo é mais importante para as mulheres. As disfunções sexuais se dão por prejuízos 
em diferentes fases, podendo ser na fase de atração ou na fase do apego, tanto nos 
contextos de relacionamentos amorosos, quanto nas relações sexuais esporádicas e sem 
vínculo. Além disso, as disfunções sexuais podem ser secundárias a condições médicas 
ou ao uso de substâncias/medicamentos. 
HOMENS → maior ativação das amígdalas e do hipotálamo ao estímulo sexual visual 
levando a busca por esta estimulação (voyeurismo). Ativação da amígdala durante o 
orgasmo. 
MULHERES → Estimulação sexual mais independente dos estímulos visuais. Menor 
ativação das amígdalas e do hipotálamo pelo estímulo visual. Ativação predominante no 
hipocampo e córtex frontal durante o orgasmo. 
PATOLOGIAS DA ATRAÇÃO 
1. Incapacidade de apaixonar-se 
2. Apaixonamento fácil mas pouco duradouro 
3. Atração que nunca se torna apego 
4. Medo de apaixonar-se 
5. Apegos múltiplos 
PATOLOGIAS DO APEGO 
1. Incapacidade de apego 
2. Apego imediato 
3. Apego superficial 
4. Apego inseguro/obsessivo 
5. Ciúme patológico 
6. Apego dependência 
7. Apego obstinado 
8. Apego delirante 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM A RESPOSTA SEXUAL FEMININA 
DROGAS → drogas psicoativas (sedativos, hipnóticos, ansiolíticos, narcóticos, 
antidepressivos, psicoestimulantes e alucinógenos); álcool; hormônios (ACHO, acetato 
de ciproterona e espironolactona) e anti-hipertensivos. 
DESORDENS NEUROLÓGICAS → esclerose múltipla, DM, cirurgia e trauma 
raquimedular. 
ENDOCRINOPATIAS → DM, hipotireoidismo, doença de Addison e hipopituitarismo. 
OUTRAS DOENÇAS CÍNICAS → câncer, insuficiência hepática, insuficiência renal e 
doenças degenerativas. 
ESTRESSE DESORDENS GENITAIS = aderências clitoridianas, fibrose, debilidade 
muscular, vaginite atrópica, vaginismo, infecções, prurido, leucorréia, hímen 
imperfurado, ageneseia vaginal, trauma cirúrgico, patologia pélvica (moléstia 
inflamatória pélvica, gravidez ectópica, endometriose, tumores e cistos e algia pélvica), 
dismenorreia, tensão pré-menstrual e mastodinia. 
ANTICONCEPÇÃO, ESTERELIDADE E CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL 
Disfunção Sexual Secundária ao Uso de Substâncias: 
1. Álcool, anfetaminas e similares; cocaína; opióides; sedativos; hipnóticos e 
ansiolíticos → diminuição do interesse e da excitação sexual 
2. Antidepressivos, neurolépticos, ansiolíticos, anticonvulsivantes → diminuição do 
interesse sexual e transtornos da excitação e do orgasmo; 
3. Flufenazina e Tioridazina → orgasmo doloroso 
4. Clorpromazina, Trazodona e Clozapina → priapismo 
PSICOFÁRMACOS E DISFUNÇÕES SEXUAIS NA MULHER 
Drogas com ação serotoninérgica ou anticolinérgica podem causar disfunção 
sexual → antidepressivos tricíclicos, ISRS, ISRNS e antipsicóticos. Antidepressivos com 
ocorrência próxima ao placebo: bipropiona, mirtazapina e agomelatina. Dentre os ISRS, 
a fluvocamina pode ter maior incidência. Por outro lado, ainda dentro dos ISRS, a 
paroxetina e o escitalopram podem ter maior incidência. Acrescentar bupropiona ou 
mirtazapina ao AD pode melhorar disfunção sexual. 
DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS E MASCULINAS 
1. Transtorno do Interesse/Excitação Sexual Feminino (não se excita): diminuição 
da libido e diminuição das fantasias sexuais. É resultado da hipoestimulação da 
via dopaminérgica mesolímbica, que conduz o estímulo dopaminérgico da área 
tegmental ventral (VTA) ao núcleo acúmbens. TRATAMENTO: A bupropiona e 
mirtazapina aumentam a transmissão dopaminérgica na via, tornando mais fácil 
dela ser disparada. A flibanserina é uma droga liberada pelo FDA para tratamento 
desta disfunção sexual em mulheres. 
2. Transtorno do Orgasmo Feminino (se excita, mas não goza): ISRS, IRSN ou 
tricíclicos podem causar essa doença. TRATAMENTO: terapias, dapoxetina 
(ISRS) ou PRILIGY em comprimidos que devem ser tomados 1 a 3 horas antes 
da atividade sexual. 
3. Transtorno da Dor Gênito-Pélvica/Penetração (tem dor) 
4. Transtorno do Desejo Sexual Masculino Hipoativo (não se interessa em transar) 
5. Transtorno Erétil: ocorre por produção insuficiente de cGMP. TRATAMENTO: 
inibidores da PDE-5 (vardenafil, tadalafil, sildenafil). 
6. Ejaculação Prematura (Precoce): TRATAMENTO: com antidepressivos que 
tenham como efeito colateral o retardadamento da ejaculação (paroxetina e 
clomipramina), ISRS dapoxetina ou sprays tópicos aplicáveis minutos antes da 
relação sexual (PRILIGY) 
7. Ejaculação Retardada 
8. Disfunção Sexual Induzida por Substâncias/Medicamentos 
 
Testosterona = estimula a excitação e 
interesse sexual 
Estrogênio = diminui o interesse 
sexual 
Serotonina = inibe as demais vias 
 
 
Óxido Nítrico = O estado fisiológico de excitação sexual é produzido pelo GMP cíclico 
(cGMP) e é desfeito pela ação da fosfodiesterase 5 (PDE-5), que produz o 
desintumecimento da genitália. Enquanto a via que produz cGMP via GTP estiver mais 
forte, ocorrerá a ereção. Por outro lado, se essa via fica mais fraca, predominando a via 
do PDE 5, não haverá ereção. 
 No funcionamento sexual masculino normal, o cGMP produz ereção, que é 
desfeita pela PDE-5 após o orgasmo. Na disfunção erétil, a ativação da PDE-5 degrada 
continuamente o cGMP impedindo a ocorrência da ereção. Os inibidores da PDE-5 
bloqueiam esta ação da PDE-5 e permite a ocorrência de ereção nas condições fisiológicas 
- entre as condições fisiológicas está o desejo sexual. Estas drogas não produzem ereção 
na ausência de desejo sexual. Exemplos = vardenafila, tadalafila e sildenafila (Viagra).

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