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Resumo psiquiatria

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Transtornos do neurodesenvolvimento 
Esses transtornos são geralmente diagnosticados pela primeira vez na infância ou na adolescência. 
Deficiência intelectual ou transtorno do desenvolvi- mento intelectual (anteriormente chamado de retardo mental no DSM-IV). 
A deficiência intelectual (DI) é caracterizada por inteligência abaixo da média, significativa, e compro- metimento no funcionamento adaptativo. Funcionamento adaptativo refere-se a quanto os indivíduos são eficientes em cumprir as demandas comuns da vida adequadas à idade em áreas como comunicação, autocuidado e habilidades interpessoais. 
No DSM-5, a DI é classificada como leve, moderada, grave e profunda com base no funcionamento global; no DSM-IV, ela era classificada de acordo com o quociente de inteligência (QI) como leve (50-55 a 70), moderada (35-40 a 50-55), grave (20-25 a 35-40) ou profunda (abaixo de 20-25). 
Uma variação de DI chamada atraso global do desenvolvimento é para crianças com menos de 5 anos com defeitos graves superiores aos mencionados. 
Funcionamento intelectual borderline é usado no DSM-5, contudo não é claramente diferenciado de DI leve. No DSM-IV, significava um QI de cerca de 70, mas, no DSM- 5, é classificado como uma condição que pode ser o foco de atenção clínica, porém não são fornecidos critérios. 
Transtornos da comunicação: 
Existem quatro tipos de transtornos que são diagnosticados quando os problemas na comunicação causam comprometimento significativo do funcionamento: 
(1) o transtorno da linguagem é caracterizado por um comprometimento do desenvolvimento do vocabulário que resulta em dificuldade para produzir sentenças adequadas à idade; 
(2) o transtorno da fala é marcado por dificuldade na articulação; 
(3) o transtorno da fluência com início na infância ou gagueira é caracterizado por dificuldade na fluência, na taxa e no ritmo da fala; e 
(4) o transtorno da comunicação social ou pragmática é uma dificuldade profunda na interação social e na comunicação com os pares. 
Transtorno do espectro autista. Inclui uma gama de comportamentos caracterizados por dificuldades graves em múltiplas áreas do desenvolvimento, abrangendo relações sociais; comunicação; e âmbito de atividade e padrões de comportamento repetitivos e estereotipados, incluindo a fala. Eles são divididos em três níveis: o Nível 1 é caracterizado pela capacidade de falar com interação social reduzida (esse nível lembra o transtorno de Asperger, que não faz mais parte do DSM-5); o Nível 2, que é caracterizado por fala e interação social mínimas (diagnosticado como transtorno de Rett no DSM-IV, mas que não faz parte do DSM-5); e o Nível 3, marcado por ausência total de fala e nenhuma interação social. 
Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH). Desde a década de 1990, o TDAH tem sido um dos transtornos psiquiátricos discutido com mais frequência na mídia leiga devido às linhas às vezes indefinidas entre comportamento normal adequado à idade e comportamento perturbado, bem como em razão da preocupação de que crianças sem o transtorno estejam sendo diagnosticadas de forma errônea e tratadas com medicamentos. Os aspectos centrais do transtorno são desatenção persistente, hiperatividade e impulsividade, ou ambos, que causam comprometimento clinicamente significativo do funcionamento. 
Transtornos específicos da aprendizagem. Déficits no desenvolvimento que estão associados com dificuldade em adquirir habilidades específicas na leitura (também conhecido como dislexia), na expressão escrita ou na matemática (também conhecido como discalculia). 
Transtornos motores. Análogos aos transtornos da aprendizagem, os transtornos motores são diagnosticados quando a coordenação motora é substancialmente abaixo das expectativas baseadas em idade e inteligência e quando problemas de coordenação interferem de forma significativa no funcionamento. 
Existem três tipos principais de transtornos motores: 
(1) transtorno do desenvolvimento da coordenação é um comprometimento no desenvolvimento da coor- denação motora (p. ex., atrasos em engatinhar ou caminhar, derrubar coisas ou desempenho deficiente nos esportes); 
(2) transtorno do movimento estereotipado consiste em atividade motora repetitiva (p.ex., bater a cabeça, balançar o corpo); e 
(3) transtorno de tique é caracterizado por movimentos estereotipados ou sons vocais súbitos, involuntários e recorrentes. Existem dois tipos desse transtorno; o primeiro é o transtorno de Tourette, caracterizado por tiques motores e vocais, incluindo coprolalia, e o segundo consiste em transtornos de tique motor ou vocal crônicos persistentes, marcados por um único tique motor ou vocal. 
Transtornos do espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos 
Esquizofrenia: 
Prevalência 1%. 48% em gêmeos monozigóticos. 3x maior para uso da maconha. Pico (20-35). 
Homens = mulheres. 
Transtorno crônico no qual alucinações e delírios proeminentes costumam estar presentes. O indivíduo deve estar doente por pelo menos seis meses, embora não necessite estar ativamente psicótico durante todo esse tempo. 
Homens mais precoce. Idades de pico homem (10 e 25) mulher (25 e 35). Precoce = infância, Tardio= após 45 anos.
A fase prodrômica refere-se à deterioração na função antes do início da fase psicótica ativa. Os sintomas da fase ativa (delírios, alucinações, discurso desorganizado, comportamento acentuadamente desorganizado ou sintomas negativos como afeto insípido, avolição e alogia) devem estar presentes por pelo menos um mês. A fase residual segue-se à fase ativa. Os aspectos das fases residual e prodrômica incluem comprometimento funcional e anormalidades do afeto, da cognição e da comunicação. 
Disfunção dopaminérgica:
· Sintomas positivos: hiperatividade mesolimbica
· Sintomas negativos: hipoatividade mesocortical
Subtipos:
· Paranóide: mais funcional, delirante, mais em homens.
· Hebefrênico: precoce, desorganizado, comportamento primitivo, pensamento pronunciado, pobre contato com a realidade, risos e caretas incongruentes.
· Catatônico: automatismos, sintomas motores, negativismo, rigidez, posturas bizarras. (Características associadas: maneirismos, estereotipia e flexibilidade cérea). Mutismo comum. 
· Residual: tardio, sintomas negativos e cognitivos.
Sintomas positivos: delírios, desorganização conceitual, alucinação, excitação, grandiosidade, desconfiança, perseguição, hostilidade.
Sintomas negativos: embotamento afetivo, retraimento emocional, contato pobre, retraimento social/apatico, dificuldade pensamento abstrato, falta de espontaneidade e fluência, pensamento estereotipado.
Aspectos que influenciam o prognóstico positivo e negativo na esquizofrenia:
· Positivos: Início tardio; Fatores precipitantes óbvios; Início agudo
; Histórias pré-mórbidas social, sexual, e professional boas; Sintomas de transtorno do humor (especialmente transtornos depressivos); 
Casado; 
História familiar de transtornos do humor
; Sistemas de apoio bons; Sintomas positivos. 
· Negativos: Início precoce
; Sem fatores precipitantes; Início insidioso; 
Histórias pré-mórbidas social, sexual e profissional ruins; Comportamento retraído, autístico
; Solteiro, divorciado ou viúvo; História familiar de esquizofrenia
; Sistemas de apoio insatisfatórios; 
Sintomas negativos
; Sinais e sintomas neurológicos; História de trauma perinatal; Sem remissões em 3 anos; Muitas recaídas; 
História de agressividade. 
 
Transtorno delirante:
Prevalência 0,2-0,3%. Idade media de início 40 anos (varia de 18-90a). Mulheres mais comum. Homem é mais do tipo paranoide e Mulher mais do tipo erotomania. Esse transtorno é caracterizado por delírios persistentes. Em geral, os delírios são sobre situações que poderiam ocorrer na vida real, são categorizados como crenças não bizarras. 
Transtorno delirante compartilhado (também conhecido como folie à deux), é caracterizado por uma crença delirante que se desenvolve em uma pessoa que tem um relacionamento próximo com outra pessoa com o delírio, cujo conteúdo é semelhante. 
Fator de risco: idade avancada,comportamenso sensorial e isolamento, história familiar, isolamento social, caracteristicas de personalidade, imigraçaão recente, privacao socioeconomica. 
Transtorno psicótico breve:
Esse transtorno requer a presença de delírios, alucinações, discurso desorganizado, comportamento acentuadamente desorganizado ou comportamento catatônico de início súbito, que duram pelo menos um dia, mas menos que um mês. 
Ocorre mais em jovens. Mais comum em mulheres. Pode ser precipitado por um estresse de vida externo.
 Após os episódios, o indivíduo retorna a seu nível de funcionamento habitual. 
Fatores de risco: classe socieconomica baixa, vivencia de desastres ou grandes mudancas culturais(imigrantes), estressores psicossociais.
Aspectos prognósticos positivos: Boa adaptação pré-mórbida, 
Poucos traços esquizoides pré-mórbidos, Estressor precipitante grave, Início súbito dos sintomas, Sintomas afetivos
, Confusão e perplexidade durante a psicose, Pouco embotamento afetivo, 
Curta duração dos sintomas, Ausência de parentes com esquizofrenia.
Transtorno esquizofreniforme:
Mais comum em adolescents e adultos jovens. 5X mais em homens. Transtorno psicótico agudo, inicio rápido, ausencia de fase podromica. É caracterizado pelos mesmos sintomas da fase ativa da esquizofrenia (delírios, alucinações, discurso desorganizado, comportamento acentuadamente desorganizado ou sintomas negativos), mas dura entre 1 e 6 meses. Sintomas de humor proeminente coexistentes. Retornam ao seu estado basal em 6 meses. Evolui para esquizofrenia 60-80%. 
Transtorno esquizoafetivo. 
Prevalência 0,5-0,8%. Tipo Bipolar: homens=mulheres, jovens, Tipo Depressivo: 2x mais mulheres, mais idosos. Transtorno também caracterizado pelos mesmos sintomas da fase ativa da esquizofrenia (delírios, alucinações, discurso desorganizado, comportamento acentuadamente desorganizado ou sintomas negativos), bem como pela presença de uma síndrome maníaca ou depressiva. (não no mesmo tempo). Período Têm delírios ou alucinações por pelo menos duas semanas, sem sintomas de humor proeminente coexistentes. Depois de um ano, pacientes com transtorno esqui- zoafetivo tinham desfechos diferentes, dependendo de seus sintomas serem predominantemente afetivos (melhor prognóstico) ou de esquizofrenia (pior prognóstico). 
Transtorno psicótico induzido por substância/medicamento. Estes são transtornos com sintomas de psicose causados por substâncias psicoativas ou outras (p. ex., alucinógenos, cocaína). 
Transtorno psicótico devido a outra condição médica. Esse transtorno é caracterizado por alucinações ou delírios que resultam de uma doença clínica (p. ex., epilepsia do lobo temporal, avitaminose, meningite). 
Catatonia. É caracterizada anormali- dades comportamentais impressionantes que podem incluir imo- bilidade ou excitação motora, negativismo profundo ou ecolalia (imitação da fala) ou ecopraxia (imitação de movimentos). Pode estar associada com outro transtorno mental (p. ex., esquizofrenia ou transtorno bipolar) ou ser devida a outra condição médica (p. ex., neoplasma, traumatismo craniano, encefalopatia hepática). Entre pacientes inter- nados com catatonia, 25 a 50% apresentam transtornos do humor (p. ex., episódio depressivo maior, recorrente, com aspectos cata- tônicos), e aproximadamente 10%, esquizofrenia. Os benzodiazepínicos podem proporcionar melhora tempo- rária dos sintomas, e sua utilização pode melhorar a capacidade de comunicação dos pacientes e o autocuidado. A ECT é apropriada para a catatonia devida a uma condição médica geral, especialmente se o transtorno causar ameaça à vida (p. ex., incapacidade de se ali- mentar) ou evoluir para uma catatonia letal (maligna). 
Transtornos do Humor 
Transtorno bipolar: caracterizado por mudanças de humor graves entre depressão e exaltação e por remissão e recorrência. Comorbidade: transtornos por uso de substâncias, transtorno de pânico e TOC foi cerca de duas vezes mais alta entre pacientes com transtorno bipolar I (61, 21, e 21% respectivamente) do que nos com depressão maior unipolar (27, 10 e 12%, respectivamente). 
Episódio maníaco: Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade dirigida a objetivos ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a hospi- talização se fizer necessária). 
 três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) estão presentes em grau significativo.
Sintomas: Autoestima inflada ou grandiosidade. 
 Redução da necessidade de sono . Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando. 
 Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados. 
 Distratibilidade. Aumento da atividade dirigida a objetivos. Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas .
Episódio Hipomaníaco: Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade ou energia, com duração mínima de quatro dias consecutivos e presente na maior parte do dia, quase todos os dias. 
 três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) persistem.
Transtorno bipolar I. Prevalência 0-2,4%, homens = mulheres. Idade media 30 anos. caracterizado por um episódio maníaco ou de um episódio misto, maníaco e depressivo. Ele é subdividido de várias formas, incluindo tipo de episódio atual (maníaco, hipomaníaco, deprimido ou misto), gravidade e situação de remissão (leve, moderado, grave, com características psicóticas, em remissão parcial ou em remissão completa), e se o curso recente é caracterizado por ciclagem rápida (pelo menos quatro episódios em 12 meses). 
Transtorno bipolar II. Prevalência 0,3-4,8%, Mulheres mais que homens. caracterizado por episódios hipomaníacos e depressivos maiores. Os critérios de sintomas para um episódio hipomaníaco são os mesmos que para um episódio maníaco, embora a hipomania requeira apenas uma duração mínima de 4 dias. A principal diferença entre mania e hipomania é a gravidade do comprometimento associado com a síndrome. 
Transtorno ciclotímico. Prevalência 0,5-6,3%. Na população em geral, a prevalência ao longo da vida desse transtorno é estimada em cerca de 1%. 3 a 5% de todos os pacientes ambulatoriais psiquiátricos. A razão mulher-para-homem do transtorno ciclotímico é de cerca de 3 para 2, e 50 a 75% de todos os pacientes têm um início entre as idades de 15 e 25 anos. Trata-se do equivalente bipolar do transtorno distímico. O transtorno ciclotímico é um transtorno do humor crônico, leve, com inúmeros episódios depressivos e hipomaníacos ao longo dos últimos 2 anos. Definido como um “distúrbio do humor crônico e flutuante”.
Transtorno bipolar devido a outra condição médica. O transtorno bipolar causado por uma condição médica geral é diagnosticado quando as evidências indicam que um transtorno do humor significativo é consequência direta dessa condição (p. ex., tumor do lobo frontal). 
Transtorno bipolar induzido por substância/medicamento. Esse transtorno é diagnosticado quando a causa do distúrbio do humor é intoxicação por substâncias, abstinência ou um medicamento (p. ex., anfetamina). 
Transtornos depressivos: São caracterizados por depressão; tristeza; irritabilidade; retardo psicomotor; e, em casos graves, ideação suicida. Idade media 40 anos. Cerca de dois terços de todos os pacientes deprimidos cogi- tam o suicídio, e 10 a 15% cometem-no. Quase todos os deprimidos (97%) se queixam de redução da energia. Cerca de 80% se queixam de dificuldades para dormir, especialmen- te de despertar matinal precoce (i.e., insônia terminal). A ansiedade é um sintoma comum da depressão e afeta até 90% de todas as pessoas deprimidas. Cerca de 50% de todos os pacientes descrevem uma variação diurna de seus sintomas, com aumento de gravidade pela manhã e diminuição dos sintomas à noite. 
Transtorno depressivo maior: Prevalência 5-17%, média12%. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de 2 semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer.
 exceto ideação suicida ou pensamentos de morte, que precisam apenas ser recorrentes. O diagnóstico é excluído se os sintomas forem o resultado de um luto normal e se sintomas psicóticos estiverem presentes na ausência de sintomas de humor. 
· Sintomas: Humor deprimido na maior parte do dia; Acentuada diminuição do interesse ou prazer; Perda ou ganho significativo de peso; Insônia ou hipersonia ; Agitação ou retardo psicomotor; Fadiga ou perda de energia; Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada; Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar; pensamentos recorrentes de morte. 

· Comorbidades mais comuns: abuso ou dependência de álcool, transtornos de pânico, transtor- no obsessivo-compulsivo (TOC) e transtorno de ansiedade social. Homens apresentam com mais frequência transtornos por uso de substâncias, as mulheres têm transtornos de ansiedade ou alimentares comórbidos. 
· Alterações no sono: A depressão está associada com perda prematura do sono profundo (de onda lenta) e aumento no despertar noturno. Este último é refletido por quatro ti- pos de distúrbio: (1) aumento nos despertares noturnos, (2) redução no tempo de sono total, (3) aumento do sono de movimentos ocula- res rápidos (REM) fásico e (4) aumento da temperatura corporal. A combinação de movimento REM aumentado e sono de onda lenta diminuído resulta em uma redução significativa no primeiro período de sono não REM (NREM), um fenômeno chamado de latência REM reduzida. 
· Imagem cerebral estrutural e funcional: maior frequência de hiperintensidades anormais nas regiões subcorticais, tais como as regiões periventri- culares, os gânglios da base e o tálamo. podem ter volumes reduzidos do hipocampo ou do núcleo caudado, ou de ambos, sugerindo defeitos mais focais em sistemas neurocomportamentais relevantes. 
Transtorno depressivo persistente ou distimia: Prevalncia de 5 a 6%. A distimia é uma forma de depressão crônica, leve, que dura pelo menos 2 anos, durante os quais, na maioria dos dias, o indivíduo vivencia humor deprimido na maior parte do dia e pelo menos dois outros sintomas de depressão. Início precoce, começando na infância ou na adolescência e, sem dúvida, ocorrendo na época em que os pacientes atingem a faixa dos 20 anos. A condição é mais comum em mulheres com menos de 64 anos do que em homens de qualquer idade e também entre indivíduos solteiros e jovens e naque- les com menor renda. Ela é mais comum entre aqueles que têm parentes em primeiro grau com transtorno depressivo maior. 
Transtorno disfórico pré-menstrual. Esse transtorno ocorre cerca de uma semana antes da menstruação e é caracterizado por ir- ritabilidade, labilidade emocional, cefaleia e ansiedade ou depressão que desaparecem após terminar o ciclo menstrual. 
Transtorno depressivo induzido por substância/medicamento. Esse transtorno é caracterizado por um humor deprimido que se deve aos efeitos de uma substância (p. ex., álcool) ou medica- mento (p. ex., barbitúrico). 
Transtorno depressivo devido a outra condição médica. Essa condição é um estado de depressão secundário a um problema médico (p. ex., hipotireoidismo, síndrome de Cushing). 
Outro transtorno depressivo especificado. Essa categoria diagnóstica inclui dois subtipos: (1) episódio depressivo recorrente, que é uma depressão que dura entre 2 a 13 dias e que ocorre pelo menos uma vez por mês e (2) episódio depressivo de curta duração, que é um humor deprimido que dura de 4 a 14 dias e que não é recorrente. 
Transtorno depressivo não especificado. Essa categoria diagnóstica inclui quatro subtipos principais: (1) melancolia, que é uma forma grave de depressão maior caracterizada por desesperança, anedonia e retardo psicomotor e que também traz consigo um alto risco de suicídio; (2) depressão atípica, que é marcada por um humor deprimido associado com ganho de peso, em vez de perda, e com hipersonia, em vez de insônia; (3) depressão periparto, que é a que ocorre em torno da época do parto ou no período de um mês após dar à luz (chamada depressão pós-parto no DSM-IV); e (4) padrão sazonal, que é um humor deprimido que acontece em uma determinada época do ano, geralmente no inverno (também conhecido como transtorno afetivo sazonal [TAS]). 
Transtorno disruptivo da desregulação do humor. Este é um diagnóstico novo listado como um transtorno depressivo, que é diagnosticado em crianças dos 6 aos 18 anos de idade e caracterizado por acessos de raiva graves, irritabilidade crônica e humor irritado. 
Transtornos de ansiedade 
Ansiedade = uma resposta a uma ameaça desconhecida, interna, vaga ou conflituosa. 
Medo = resposta a uma ameaça conhecida, externa, definida ou não conflituosa.
· 1 em cada 4 pessoas satisfaz o critério diagnóstico de pelo menos um transtorno de ansiedade. 
· Prevalência em 12 meses de 17,7%. 
· Mulheres com mais probabilidade (durante a vida de 30,5%) 
· Homens (durante a vida de 19,2%). 
· No brasil estudo da OMS 9,3%
· Prevalência diminui com o status socioeconômico mais alto. 
· Os três principais neurotransmissores associados a ansiedade: norepinefrina (NE), a serotonina e o ácido-aminobutírico (GABA). 
Transtorno de pânico. A prevalência ao longo da vida pânico está na variação de 1 a 4% (3,5%). As mulheres têm 3x mais probabilidade de serem afetadas do que os homens. Costuma surgir na idade adulta jovem – a idade média de apresentação é em torno dos 25 anos (14-24). Pode ter novo pico entre 45-54a. Os pacientes com o transtorno apresentam-se com uma série de condições comórbidas, mais comumente agoraphobia (1/3). O único fator social identificado como contribuindo para o desenvolvimento desse transtorno é história recente de divórcio ou separação. O transtorno de pânico em geral é crônico, com curso variável tanto entre pacientes como em um único paciente.
Um ataque de pânico é caracterizado por sentimentos de intense/agudo medo ou terror que aparecem subitamente. Acompanhado de desgraça eminente. Frequencia varável (diário/ anual). Pode ser espontâneo ou situacional. Ele é acompanhado por coração acelerado ou batendo intensamente, dor no peito, falta de ar ou sufocação (asfixia), tontura, tremor ou agitação, sensação de desmaio ou vertigem, sudorese e náusea. 
Substâncias indutoras de pânico: dióxido de carbono (misturas de 5 a 35%), lactato de sódio e bicarbonato. um antagonista dos receptores 2-adrenérgicos; a mCPP, um agente com efeitos serotonérgicos múltiplos; medicamentos m-Carolines; agonistas inversos dos receptores GABAB; o flumazenil, um antagonista dos receptores GABAB; a colecistocinina; e a cafeína. O isoproterenol também induz pânico, embora seu mecanismo de ação na indução dos ataques não seja bem entendido. A hiperventilação em pacientes com transtorno de pânico pode ser causada por um sistema de alarme pelo qual o aumento das concentrações de Pco2 e de lactato cerebral ativa de forma prematura um sensor fisiológico de asfixia. 
Imagens cerebrais: envolvimento patológico dos lobos temporais, em particular o hipocampo e a amígdala. Um estudo por RM relatou anormalidades, especialmente atrofia cortical, no lobo temporal direito desses pacientes. De maneira específica, transtornos de ansiedade e ataques de pânico estão associados com vasoconstrição cerebral, que pode resultar em sintomas do SNC, como tonturas, e em sintomas do sistema nervoso periférico que podem ser induzidos por hiperventilação e por hipocapnia. 
Tratamento: farmacoterapia e a terapia cognitivo-comportamental (instrucao sobre as falsas crencas do paciente/ informacao sobre ataques de panico). Farmacoterapia: Em geral, a experiência está mostrando superioridade dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) e da clomipramina sobre os benzodiazepínicos, os inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) e os medicamentos tricíclicose tetracíclicos, em termos de eficácia e tolerância de efeitos adversos. Alguns relatos sugeriram um papel para a venlafaxina, e a buspirona tem sido sugerida como um medicamento auxiliar em alguns casos. Falta de resposta ao tratamento: A combinação de um ISRS ou um tricíclico e um benzodiazepínico ou de um ISRS e lítio ou um medicamento tricíclico pode ser tentada. Relatos de caso sugeriram a eficácia da carbamazepina, do valproato e de inibidores dos canais de cálcio. A buspirona pode ter um papel na potenciação de outros agentes, mas tem pouca eficácia por si própria. 
Agorafobia. A prevalência de agorafobia ao longo da vida é um pouco controversa, variando entre 2 e 6% entre os estudos. Pessoas com mais de 65a prevalencia de 0,4%. Ocorre medo ou uma ansiedade em relação a lugares dos quais a fuga possa ser difícil. É possível que seja a mais incapacitante das fobias. É uma consequência frequente do transtorno de pânico (3/4 também tem pânico), embora possa ocorrer na ausência de ataques de pânico. Farmacoterapia: Benzodiazepínicos + Inibidores seletivos da recaptação de serotonina, triciclicos ou tetracíclicos. Psicoterapias: Apoio, orientada ao insight, Terapia comportamental, Terapia virtual.
Fobia específica. É caracterizada por um medo excessivo e irracional de objetos ou situações específicos que quase sempre ocorre à exposição aos estímulos temidos. O diagnóstico de fobia específica requer o desenvolvimento de ansiedade intensa, mesmo a ponto de pânico, quando da exposição ao objeto temido. A prevalência ao longo da vida de fobia específica é de cerca de 10%. É o transtorno mais comum entre as mulheres e o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas dos transtornos relacionados a substâncias. As taxas de fobias específicas em mulheres (14 a 16%) eram o dobro das dos homens (5 a 7%), embora a proporção seja mais próxima de 1 para 1 para o medo de sangue, injeção ou ferimentos. A idade de pico para o início das fobias do tipo ambiente natural e do tipo sangue-injeção-ferimentos é dos 5 aos 9 anos. Idade de pico para o início das fobias do tipo situacional (exceto para medo de altura) é mais alta, em torno dos 20 anos. As fobias específicas tendem a ocorrer em famílias. A incidência familiar do tipo sangue-injeção-ferimentos é particularmente alta. Estudos relataram que de 2/3 a 3/4 das pessoas afetadas têm pelo menos um parente em primeiro grau com fobia específica do mesmo tipo.
Tipos de fobia: Acrofobia (Medo de altura
); Agorafobia (Medo de espaços abertos); Claustrofobia (Medo de espaços fechados); Ailurofobia (Medo de gatos
); Cinofobia (Medo de cães
); Zoofobia (Medo de animais); entomofobia (medo de insetos); Hidrofobia (Medo de água
); Misofobia (Medo de sujeira e germes); Pirofobia (Medo de fogo
); Xenofobia (Medo de estranhos
).
Tratamento: Um tratamento comum para fobia específica é a terapia de exposição. Psicoterapias: TCC (As abordagens cognitivas incluem o reforço da percepção de que o estímulo fóbico é, na verdade, seguro. As características fundamentais da terapia comportamental bem-sucedida são o compromisso do paciente com o tratamento, problemas e objetivos claramente identificados e estratégias alternativas para lidar com os sentimentos evocados). Orientada ao insight, apoio, virtual, hipnose, integrado ( psicoterapia + psicofármacos). Farmacoterapia: Antagonistas dos receptores -adrenérgicos podem ser úteis no tratamento de fobia específica, em especial quando associada com ataques de pânico. A farmacoterapia (p. ex., benzodiazepínicos), a psicoterapia ou a terapia combinada dirigida aos ataques também podem ser benéficas. 
Transtorno de ansiedade social ou fobia social. A fobia social é caracterizada pelo medo de ser constrangido ou humilhado na frente dos outros/situações sociais (i.e., reuniões sociais, apresentações orais, encontro com pessoas novas). Elas podem ter medos específicos de realizar determinadas atividades, como comer ou falar na frente dos outros, ou podem experimentar um medo vago e inespecífico de “embaraçar-se”. Quando os estímulos fóbicos incluem a maioria das situações sociais, então a especificação é fobia social generalizada. Prevalência ao longo da vida variando de 3 a 13%. Mulheres são afetadas com mais frequência do que os homens, porem em amostra clínica ocorre o inverso. A idade de pico de início na adolescência, embora seja comum dos 5 aos 35 anos. Tratamento: psicoterapia + psicofarmacologia. Farmacoterapia: ISRS, benzo, venlafaxine, buspirona, antagonistas b-adrenérgicos ( Atenolol 50/100mg, Propranolol 20/40mg) um pouco antes do estímulo fóbico.
Transtorno de ansiedade generalizada. Este é definido como ansiedade e preocupação excessivas com vários eventos ou atividades na maior parte dos dias durante um período de pelo menos 6 meses. A preocupação é difícil de controlar e está associada com sintomas somáticos, como tensão muscular, irritabilidade, dificuldade para dormir e inquietação. O transtorno de ansiedade generalizada é uma condição comum; estimativas razoáveis para sua prevalência de um ano variam de 3 a 8%. A proporção de mulheres para homens com o transtorno é de aproximadamente 2 para 1. 50 a 90% dos pacientes com transtorno de ansiedade generalizada tenham outro transtorno mental. Até 25% dos pacientes experimentam, por fim, transtorno de pânico. Uma porcentagem adicional alta de pacientes tende a apresentar transtorno depressivo maior. Outros transtornos comuns associados com o de ansiedade generalizada são o distímico e os relacionados a substâncias. A ocorrência de vários acontecimentos negativos aumenta a probabilidade de desenvolvimento do transtorno. Por definição, esse transtorno é uma condição crônica que pode durar a vida toda. Tratamento: combine psicoterapia, farmacoterapia e abordagens de apoio. Tipos de terapia: cognitivo-comportamental, a de apoio e a orientada ao insight. Farmacoterapia: benzodiazepínicos, os ISRSs, a buspirona e a venlafaxina. Outros agentes que podem ser úteis são os tricíclicos (p. ex., a imipramina), os anti-histamínicos e os antagonistas -adrenérgicos (p. ex., o propranolol).
Transtorno de ansiedade devido a outra condição médica. O transtorno de ansiedade causado por uma condição médica geral é diagnosticado quando as evidências indicam que a ansiedade significativa é uma consequência direta dessa condição (p. ex., hipertireoidismo). 
Transtorno de ansiedade induzido por substância/medicamento. Esse transtorno é diagnosticado quando a causa da ansiedade é uma substância (p. ex., cocaína) ou é o resultado de um medicamento (p. ex., cortisol). 
Transtorno de ansiedade de separação. Ocorre em crianças e é caracterizado por ansiedade excessiva sobre separar-se de casa ou de figuras de apego além do esperado para o nível de desenvolvimento da criança. 
Mutismo seletivo. Esse transtorno é caracterizado por uma recusa persistente em falar em situações específicas apesar da demonstração de capacidade de falar em outras situações. 
Transtorno obsessivo-compulsivo e transtornos relacionados 
Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). O TOC é caracterizado por pensamentos ou imagens repetitivos e instrusivos que não são bem-vindos (obsessões) ou por comportamentos repetitivos que a pessoa se sente forçada a realizar (compulsões), ou por ambos. Mais frequentemente, as compulsões são realizadas para reduzir a ansiedade associada com o pensamento obsessivo. Um indivíduo com TOC percebe a irracionalidade da obsessão e sente que tanto ela quanto a compulsão são egodistônicas (i.e., comportamentos indesejados). prevalência vitalícia na população em geral estimada em 2 a 3%. adultos, homens e mulheres são igualmente afetados, mas, entre adolescentes, os meninos costumam ser mais afetados do que as garotas. A idade média de início é por volta dos 20 anos. A prevalência vitalícia de transtorno depressivo maior em pessoas com TOC é de cerca de 67%, e, de fobia social, de 25%. A incidência de transtorno de Tourette em pacientes com TOC é de 5 a 7%, e de 20 a 30% dos pacientes com TOC têm históriade tiques. Mais de 50% dos indivíduos com TOC têm um início súbito dos sintomas. Esse início, para cerca de 50 a 70% deles, ocorre após um evento estressante, como uma gestação, um problema sexual ou a morte de um parente. Como muitas pessoas conseguem manter seus sintomas em segredo, costumam demorar de 5 a 10 anos até chegar à atenção psiquiátrica. Cerca de 20 a 30% dos pacientes apresentam grande melhora dos sintomas, e 40 a 50% têm melhora moderada. Os 20 a 40% restantes continuam doentes, ou seus sintomas pioram. Em torno de um terço dos pacientes com TOC tem transtorno depressivo maior, e o suicídio é um risco para todos os que apresentam TOC. 
Imagem: (PET) – demonstraram atividade aumentada (p. ex., metabolismo e fluxo sanguíneo) nos lobos frontais, nos gânglios da base (especialmente o caudado) e no cíngulo de pacientes com TOC. (TC)/(RM), encontraram caudados bilateralmente menores em pacientes com TOC. Tanto os resultados dos estudos encontraram que procedimentos neurológicos que envolvem o cíngulo, podem ser tratamento efetivo para o TOC. Familiares de probandos com TOC consistentemente têm uma probabilidade 3 a 5 vezes maior de apresentar características de TOC do que famílias de probandos-controle. 
Padrão mais comum de Obsessão: Contaminação, dúvida patológica, somática, Necessidade de simetria, Agressiva, Sexual. 
Padrão mais comum de Compulsões: Verificação, Lavar as mãos, Contar, Necessidade de perguntar ou de confessor, Simetria e precisão, Acumulação
. 
Fator de pior prognóstico: indicado por ceder (em vez de resistir) às compulsões, início na infância, compulsões bizarras, necessidade de hospitalização, um transtorno depressivo maior coexistente, crenças delirantes, presença de ideias supervalorizadas (i.e., alguma aceitação das obsessões e das compulsões) e presença de um transtorno da personalidade (especialmente da personalidade esquizotípica). 
Fator de melhor prognóstico: bom ajuste social e ocupacional, presença de um evento precipitante e pela natureza episódica desses sintomas. 
Tratamento: farmacoterapia + terapia comportamental, ou uma combinação de ambas. Farmacoterapia: A abordagem-padrão é iniciar o tratamento com um ISRS ou clomipramina e depois passar a outras estratégias farmacológicas se as drogas específicas serotonérgicas não forem efetivas. As drogas serotonérgicas aumentaram a porcentagem de pacientes com TOC que tendem a responder melhor ao tratamento em um índice de 50 a 70%. Resistencia: aumentam a primeira droga com a adição de valproato, lítio ou carbamazepina. Outras drogas que podem ser experimentadas no tratamento para TOC são venlafaxina, pindolol e os inibidores de monoaminoxidase (IMAO), especialmente fenelzina. Outros agentes farmacológicos para o tratamento de pacientes não responsivos incluem buspirona, 5-hidroxitriptamina (5-HT), L-triptofano e clonazepam. A adição de um antipsicótico atípico, como a risperidona, ajudou em alguns casos. 
Transtorno dismórfico corporal. Esse transtorno é caracterizado por uma preocupação angustiante e debilitante com um defeito imaginado ou leve na aparência. Se a crença for mantida com intensidade delirante, então um transtorno delirante, tipo somático, poderia ser diagnosticado. Idade mais comum de início é entre os 15 e 30 anos. Mulheres costumam ser mais afetadas do que os homens. 90% dos pacientes com transtorno dismórfico corporal haviam tido algum episódio depressivo maior ao longo de sua vida; em torno de 70% haviam tido um transtorno de ansiedade; e cerca de 30% haviam tido um transtorno psicótico. Em média, os pacientes tinham preocupações com 4 regiões do corpo durante o curso do transtorno. A parte do corpo específica pode mudar durante o período em que o paciente é afetado pelo transtorno. Até um terço dos pacientes pode se manter em casa por medo de ser ridicularizado pelas supostas deformidades, e aproximadamente um quinto deles tenta o suicídio. Localização de defeitos: Cabelo
, Nariz
, Pele
, Olhos
, Cabeça, face
, Estrutura corporal geral, estrutura óssea… Tratamento: drogas específicas serotonérgicas – por exemplo, clomipramina e fluoxetina, reduzem (Prozac) – os sintomas em pelo menos 50% dos casos. O aumento de inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs) com clomipramina, buspirona, lítio, metilfenidato ou antipsicóticos pode melhorar a frequência de resposta. 
Transtorno de acumulação. É um padrão comportamental de acumular objetos de uma maneira compulsiva que podem ter ou não alguma utilidade para a pessoa. Ela costuma ser motivada por um medo obsessivo de perder itens importantes que a pessoa acredita poderem vir a ser úteis em algum momento futuro, por crenças distorcidas sobre a importância de posses e por um apego emocional extremo a elas. Prevalencia de 2 a 5% da população, apesar de alguns estudos terem encontrado prevalência vitalícia de até 14%. Ocorre igualmente entre homens e mulheres. Pode começar na adolescência, persistindo por toda a vida. Pesquisas demonstraram um aspecto familiar desse transtorno, com cerca de 80% dos acumuladores relatando ao menos um parente em primeiro grau com comportamento de acumulação. Comorbidade: TOC, Compras compulsivas, TDAH. Tratamento: O tratamento mais eficaz para o transtorno é um modelo cognitivo-comportamental que inclui treinamento em tomar decisões e categorizar; exposição e habituação ao descarte; e reestruturação cognitiva. Isso inclui sessões em casa e no consultório. Farmacoterapia: Os estudos de tratamento farmacológico com ISRSs demonstraram resultados mistos. Alguns exibiram uma resposta negativa em pacientes acumuladores, comparados com não acumuladores, enquanto outros não encontraram diferença significativa entre os dois grupos. 
Tricotilomania ou transtorno de arrancar o cabelo. A tricotilomania é caracterizada pelo arrancar repetitivo dos cabelos causando perda capilar perceptível. Ele é semelhante ao transtorno obsessivo-compulsivo e ao transtorno do controle de impulsos, porque há aumento da tensão antes de puxar o cabelo e alívio da tensão ou gratificação após tê-lo puxado. A forma mais grave e crônica do transtorno normalmente começa no início até meados da adolescência, com uma prevalência vitalícia variando de 0,6 até 3,4% na população em geral, apresentando uma proporção de mulheres para homens de até 10 para 1. O número de homens pode até ser mais alto, já que eles são mais propensos a esconder que puxam o cabelo do que as mulheres. Idade média é no começo da adolescência, com mais frequência antes dos 17 anos. Um paciente com tricotilomania crônica tende a ser filho único ou o mais velho na família. Início foi ligado a situações estressantes em mais de 1/4 dos casos. Distúrbios em relacionamentos entre mãe e filho, medo de ser deixado sozinho e perda de objeto recente costumam ser citados como fatores críticos que contribuem para a condição. Todas as áreas do corpo podem ser afetadas, mas a mais comum é o escalpo, Outras áreas envolvidas são as sobrancelhas, os cílios e a barba; tronco, axilas e áreas púbicas costumam ser menos envolvidas. A perda de cabelo é caracterizada por filamentos curtos e quebrados, que surgem junto de cabelos longos e normais nas áreas afetadas. Não há anormalidades de pelo ou do escalpo presentes. A tricofagia, colocar o cabelo na boca, pode vir após arrancá-lo. Complicações da tricofagia podem incluir tricobezoares, subnutrição e obstrução intestinal. Batidas na cabeça, unhas roídas, arranhões, escoriações e outros atos de automutilação podem estar presentes. Tratamento: esteroides tópicos e hidroxizina hidroclorídrica, um ansiolítico com propriedades anti-histamínicas; antidepressivos; e antipsicóticos. Pacientes que respondem mal aos ISRSs podem melhorar com aumento da dose de pimozida, um receptor antagonista dopaminérgico. Outros: venlafaxina, naltrexona e lítio, buspirona, clonazepam e trazodona. Psicoterapia: Tratamentos comportamentais de sucesso, tais como biofeed-back, automonitoramento, dessensibilização e reversão de hábito. Psicoterapia orientada pelo insighte hipnoterapia. 
Transtorno de escoriação (skin-picking). Esse transtorno é marcado pela necessidade compulsiva de escoriar a própria pele a ponto de provocar um dano físico. prevalência vitalícia de 1 a 5% na população em geral e de cerca de 12% na população psiquiátrica adolescente, ocorrendo em 2% dos pacientes com outros transtornos dermatológicos. É mais prevalente em mulheres do que em homens. O rosto é o local mais comum das escoriações. Outros locais comuns são as pernas, os braços, o tronco, as mãos, as cutículas, os dedos e o escalpo. 
A dermatite factícia, ou dermatitis artefacta, é um transtorno em que a pele é o alvo de lesões autoinfligidas, e o indivíduo usa métodos mais elaborados do que simples escoriação para autoinduzir as lesões. Ela é vista em 0,3% dos pacientes dermatológicos e tem uma proporção de 8 mulheres para 1 homem. Pode se apresentar em qualquer idade, mas é mais frequente em adolescentes e jovens adultos. A morfologia das lesões da dermatite factícia costuma ser bizarra e linear, com cantos claros, angulados ou geométricos. A presença de pele completamente normal e não afetada adjacente a lesões de aspecto horrível é uma pista para o diagnóstico dessa dermatite. A idade média de início se dá entre os 12 e os 16 anos. Via de regra, os sintomas vêm e vão ao longo da vida do paciente. Aproximadamente 44% das mulheres relatam que a quanti- dade de escoriações coincide com seu ciclo menstrual. 
Tratamento: Há suporte para o uso de ISRSs. Estudos que comparam a fluoxetina com placebo demonstraram que esse fármaco é superior na redução de escoriações. O opioide antagonista naltrexona já provou reduzir a necessidade de arranhar, de modo particular em pacientes que sentem prazer com o comportamento. Os agentes glutamatérgicos e a lamotrigina também demonstraram eficácia. Os tratamentos não farmacológicos incluem reversão de hábitos e breve terapia cognitivo-comportamental (TCC). 
Transtorno obsessivo-compulsivo induzido por substância/medicamento. Esse transtorno é caracterizado por comportamento obsessivo ou compulsivo secundário ao uso de um medicamento ou uma substância, tal como abuso de cocaína, que pode causar escoriação compulsiva da pele. 
Transtorno obsessivo-compulsivo devido a outra condição médica. A causa do comportamento obsessivo ou compulsivo deve-se a uma condição médica, como pode ocorrer, às vezes, após uma infecção por estreptococo. 
Outro transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno relacionado especificado. Essa categoria inclui um grupo de transtornos, como o ciúme obsessivo, no qual uma pessoa tem pensamentos repetitivos sobre infidelidade do cônjuge ou parceiro(a). Deve ser diferenciado de uma crença delirante como o Koro, que é um transtorno encontrado no Sul e Leste da Ásia no qual a pessoa acredita que os órgãos genitais estão encolhendo e desaparecendo dentro do corpo, e do transtorno do comportamento repetitivo focado no corpo, no qual a pessoa se envolve em um padrão comportamental compulsivo, como roer as unhas ou morder os lábios. 
Transtornos relacionados a trauma e a estressores 
Transtorno de apego reativo. Esse transtorno aparece na infância e é caracterizado por um comprometimento grave na capacidade de relacionar-se devido a cuidados amplamente patológicos. 
Transtorno de interação social desinibida. Trata-se de uma condição na qual a criança ou o adolescente têm um medo profundo de interagir com estranhos, especialmente adultos, em geral como resultado de uma criação traumática. 
Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). O TEPT ocorre após um evento traumático no qual o indivíduo acredita que esteja em perigo físico ou que sua vida esteja ameaçada. Também pode surgir após testemunhar um acontecimento violento ou fatal ocorrendo com outra pessoa. Os sintomas de TEPT costumam aparecer logo após o evento traumático, embora, em alguns casos, se desenvolvam meses ou mesmo anos depois do trauma. O transtorno é diagnosticado quando uma pessoa reage ao evento traumático com medo e revive os sintomas ao longo do tempo ou tem sintomas de esquiva e hiperexcitação. Os sintomas persistem por pelo menos um mês e causam comprometimento clinicamente significativo no funcionamento ou sofrimento. incidência de TEPT durante a vida é estimada em 9 a 15%, e sua prevalência durante a vida é estimada em 8% da população em geral, embora um adicional de 5 a 15% possam experimentar formas subclínicas do transtorno. Mais comum em mulheres do que homens. É mais prevalente em adultos jovens, porque estes tendem a se expor mais a situações precipitantes. O transtorno tem mais probabilidade de ocorrer em pessoas solteiras, divorciadas, viúvas, socialmente retraídas ou de nível socioeconômico baixo. fatores de risco mais importantes para esse transtorno são a gravidade, a duração e a proximidade da exposição de uma pessoa ao trauma real. Parece existir um padrão familiar para o transtorno, e parentes biológicos em primeiro grau de pessoas com história de depressão correm risco aumentado de desenvolver TEPT após um evento traumático. O tempo que leva para se manifestar pode variar de 1 semana a 30 dias. Os sintomas podem flutuar ao longo do tempo e ser mais intensos durante períodos de estresse. Se não forem tratados, cerca de 30% dos pacientes se recuperam completamente, 40% continuam a ter sintomas leves, 20% continuam a tê-los moderados, e 10% permanecem inalterados ou pioram. 
Fatores de vulnerabilidade predisponentes no transtorno de estresse pós-traumático: Presença de trauma na infância; Traços de transtorno da personalidade borderline, paranoide, dependente ou antissocial; Sistema de apoio familiar ou dos pares inadequado; Sexo feminino
; Vulnerabilidade genética a doença psiquiátrica; Mudanças de vida estressantes recentes; Percepção de um locus de controle externo (causa natural) em vez de um interno (causa humana); Ingestão excessiva de álcool recentemente. 
Fatores de bom prognóstico: O início rápido dos sintomas, sua curta duração (menos de 6 meses), o bom funcionamento pré-mórbido, o forte suporte social e a ausência de outros transtornos psiquiátricos, clínicos ou relacionados a substância ou outros fatores de risco.
Tratamento: Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs), A buspirona é serotonérgica e também pode ser útil. Imipramina e da amitriptilina. Outras substâncias que podem ser úteis no tratamento de TEPT incluem os inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) (p. ex., fenelzina), trazodona e os anticonvulsivantes (p. ex., carbamazepina, valproato). O uso de clonidina e propranolol, que são agentes antiadrenérgicos, é sugerido pelas teorias sobre a hiperatividade noradrenérgica no transtorno. Existem pesquisas em andamento sobre o uso de antagonistas dos receptores opioides durante eventos traumáticos como prevenção contra o desenvolvimento de TEPT. As intervenções psicoterápicas para TEPT incluem terapia comportamental, terapia cognitiva e hipnose. Outra técnica psicoterápica mais recente e polêmica é a dessensibilização e o reprocessamento por meio dos movimentos oculares (EMDR), em que o paciente foca no movimento lateral dos dedos do clínico enquanto mantém uma imagem mental da experiência traumática. 
Transtorno de estresse agudo. Essa condição ocorre após o mesmo tipo de estressores que precipitam TEPT; entretanto, o transtorno de estresse agudo não é diagnosticado se os sintomas durarem além de um mês. A duração da perturbação é de três dias a um mês depois do trauma.

Transtornos de adaptação. Esses transtornos são reações mal-adaptativas a um estresse de vida claramente definido. Eles são divididos em subtipos dependendo dos sintomas – com ansiedade, com humor deprimido, com misto de ansiedade e depressão, com perturbação da conduta e com perturbação mista das emoções e da conduta. Em geral, o estressor envolve problemas financeiros, uma doença clínica ou problemas de relacionamento. Por definição, os sintomas devem se iniciar no período de três meses após o estressor. prevalência do transtorno seja de 2 a 8% da populaçãoem geral. As mulheres são diagnosticadas com o transtorno 2x mais que os homens. São mais frequentes em adolescentes. Entre adolescentes de ambos os sexos, os estresses precipitantes comuns são problemas escolares, rejeição e divórcio parental e abuso de substância. Entre adultos, os mais comuns são problemas conjugais, divórcio, mudança para um novo ambiente e problemas financeiros. O prognóstico global de um transtorno de adaptação é em geral favorável. A maioria dos pacientes retorna a seu nível de funcionamento anterior em três meses. Sobretudo em adolescentes 60% tinham tentativas de suicídio documentadas no hospital, e 50% deles haviam tentado suicídio logo antes de sua hospitalização. 
Transtorno de luto complexo persistente. Luto crônico e persistente caracterizado por amargura, raiva ou sentimentos ambivalentes em relação ao falecido, acompanhado por afastamento intenso e prolongado, caracterizam esse transtorno, também conhecido como luto complicado. Deve ser diferenciado do luto normal. 
Transtornos dissociativos 
dissociação é definida como um mecanismo de defesa inconsciente envolvendo a segregação de qualquer grupo de processos mentais ou comportamentais do resto da atividade psíquica da pessoa. Os transtornos dissociativos envolvem esse mecanismo de modo que haja uma interrupção em uma ou mais funções mentais, tais como memória, identidade, percepção, consciência ou comportamento motor. O transtorno pode ser repentino ou gradual, transitório ou crônico, e os sinais e sintomas costumam ser causados por trauma psicológico. 
 Amnésia dissociativa. É caracterizada por perda de memória para informações pessoais importantes que geralmente é de natureza traumática. 2 a 6% da população em geral. Não há diferenças conhecidas na incidência em homens ou mulheres. Os casos costumam começar a ser relatados no fim da adolescência e na vida adulta. Tipos de amnésia dissociativa: Amnésia localizada: Incapacidade de lembrar de eventos relacionados a um período circunscrito de tempo. Amnésia seletiva: Habilidade de lembrar de alguns, mas não todos, os eventos ocorridos durante um período circunscrito de tempo. Amnésia generalizada: Incapacidade de lembrar da vida inteira. Amnésia contínua: Incapacidade de lembrar de eventos sucessivos enquanto ocorrem. Amnésia sistematizada: Incapacidade de lembrar de uma categoria de informação, tal como todas as memórias relacionadas à própria família ou a uma pessoa específica. 
Amnésia global transitória. A amnésia global transitória pode ser confundida com a dissociativa, sobretudo porque eventos estressantes podem preceder o transtorno. Há o início súbito da amnésia anterógrada completa e de habilidades de aprendizagem; amnésia retrógrada pronunciada; preservação da memória de identidade pessoal; consciência ansiosa da perda de memória com questionamento repetido e com frequência perseverante; comportamento geral normal; falta de anormalidades neurológicas gritantes na maioria dos casos; e rápido retorno à função cognitiva-base, com amnésia retrógrada curta persistente. O paciente costuma ter mais de 50 anos e apresenta fatores de risco para doença cerebrovascular, apesar de epilepsia e enxaqueca terem sido etiologicamente implicadas em alguns casos. 
Fuga dissociativa. É caracterizada por súbita viagem para longe de casa associada com perda de memória parcial ou completa sobre a própria identidade. Isso vem acompanhado de confusão sobre a própria personalidade ou até da apropriação de uma nova identidade. Foi suprimida como uma das principais categorias diagnósticas do DSM-5 e agora é diagnosticada como um sub-tipo (especificador) da amnésia dissociativa. Ela pode ser vista em pacientes tanto com amnésia dissociativa quanto com transtorno dissociativo de identidade. A fuga dissociativa é descrita como um transtorno capaz de durar de minutos a meses. Alguns pacientes relatam múltiplas fugas. Após o término da fuga, o paciente pode sofrer de perplexidade, confusão, transe, despersonalização, desrealização e sintomas de conversão, além de amnésia. Alguns podem terminar a fuga com um episódio de amnésia dissociativa generalizada. 
Transtorno dissociativo de identidade. Anteriormente denominado transtorno da personalidade múltipla, o aspecto fundamental desse transtorno é a presença de duas ou mais identidades distintas que assumem o controle do comportamento do indivíduo. 
Transtorno de despersonalização/desrealização. O aspecto fundamental desse transtorno são episódios de despersonalização persistentes ou recorrentes (um senso alterado do próprio ser físico, incluindo sensações de estar fora do próprio corpo, fisicamente separado ou distanciado das pessoas, flutuando, observando-se a distância, como se fosse um sonho) ou desrealização (vivenciar o ambiente como irreal ou distorcido). Prevalência em um ano de 19% na população em geral. A idade média de início costuma ser no fim da adolescência ou no início da vida adulta, na maioria dos casos. O transtorno de despersonalização em si pode ter um curso episódico, de relapso e de remissão, ou crônico. Tais experiências são comuns em pacientes com convulsões e enxaqueca; também podem ocorrer com o uso de drogas psicodélicas, em especial maconha, dietilamida do ácido lisérgico (LSD) e mescalina, e, com menos frequência, como efeito colateral de alguns fármacos, como os agentes anticolinérgicos. Estresse traumático. Uma proporção substancial, via de regra de um terço a metade, dos pacientes em casos de despersonalização clínica relata histórias de trauma significativo. Diversos estudos de vítimas de acidentes verificaram que até 60% dos que sofreram experiências potencialmente fatais relataram ao menos despersonalização transitória durante o evento ou logo depois. 
Síndrome de Ganser: condição mal compreendida caracterizada pelo fornecimento de respostas aproximadas (paralogia) junto com um enevoamento da consciência com frequência acompanhado de alucinações e outros sintomas dissociativos, somatoformes ou de conversão. O sintoma de passar pela (vorbeigehen) resposta correta devido a uma resposta relacionada, mas incorreta, é a marca da síndrome de Ganser. As respostas aproximadas costumam estar erradas por pouco, mas apresentam uma relação evidente com a pergunta, indicando que ela foi compreendida. Um enevoamento da consciência também ocorre, normalmente manifesto por desorientação, amnésia, perda de informações pessoais e algum prejuízo da noção de realidade. Alucinações visuais e auditivas ocorrem em cerca de metade dos casos. A síndrome deve ser acompanhada de outros sintomas dissociativos, como amnésias, sintomas de conversão ou comportamentos do tipo transe. Os homens superam as mulheres em aproximadamente 2 para 1. Um transtorno das populações penais e, portanto, um indicador de simulação em potencial. Identificam estressores precipitantes, tais como conflitos pessoais e revezes financeiros, enquanto outros notam síndromes cerebrais orgânicas, lesões encefálicas, convulsões ou doenças psiquiátricas. Alguns pacientes relataram histórias significativas de maus-tratos infantis e adversidade. 
Transtorno de sintomas somáticos e transtornos relacionados 
Transtorno de sintomas somáticos. É caracterizado 6 meses ou mais de uma preocupação geral e não delirante por altos níveis de ansiedade e preocupação persistente com sinais e sintomas somáticos que são malinterpretados como característicos de um transtorno clínico conhecido. Este transtorno também é chamado de hipocondria. Prevalência é de 4 a 6%, mas pode ser de até 15%. Homens e mulheres são igualmente afetados. Maior frequência em pessoas entre 20 e 30 anos. Etiologia: as pessoas com esse transtorno aumentam e amplificam suas sensações somáticas e têm baixos limiares e baixa tolerância ao desconforto físico. Estima-se que 80% dos pacientes que o apresentam tenham transtornos depressivos ou de ansiedade coexistentes. 
Transtorno de ansiedade de doença. é um diagnóstico novo no DSM-5 que se aplica àquelas pessoas que são preocupadas com ter ou contrair umadoença. É uma variante do transtorno de sintomas somáticos (hipocondria). As pessoas estão “principalmente preocupadas com a ideia de estarem doentes”. O diagnóstico também pode ser usado para pessoas que, de fato, têm uma doença clínica, mas cuja ansiedade é desproporcional ao diagnóstico, e que imaginam o pior resultado possível.
Transtorno de sintomas neurológicos funcionais. Anteriormente conhecido como transtorno conversivo. Essa condição é caracterizada por déficits sensoriais voluntários ou motores inexplicáveis que sugerem a presença de uma condição neurológica ou outra condição clínica geral. É determinado que conflitos psicológicos são responsáveis pelos sintomas. A proporção de homens e mulheres entre os pacientes adultos é de pelo menos 2 para 1 até 10 para 1; entre as crianças, é vista uma predominância ainda maior em meninas. Os sintomas são mais comuns no lado esquerdo do que no lado direito do corpo em mulheres. O início do transtorno se dá geralmente no fim da infância até o início da idade adulta, sendo raro antes dos 10 anos de idade ou após os 35 anos, mas já foi relatado o início na década dos 90 anos. Início na meia-idade ou na velhice, a probabilidade de uma condição neurológica ou outra condição clínica oculta é alta. Mais comum entre as populações rurais, pessoas com baixo grau de instrução, com baixo quociente de inteligência, em grupos com nível socioe- conômico baixo e em militares que foram expostos a situações de combate. Paralisia, cegueira e mutismo são os sintomas mais comuns no transtorno conversivo. Ele pode estar mais comumente associado a transtorno da personalidade passivo-agressiva, dependente, antissocial e histriônica. Sintomas de transtornos depressivo e de ansiedade com frequência acompanham os sintomas do transtorno conversivo, e os pacientes afetados estão em risco de suicídio. No transtorno conversivo, anestesia e parestesia são comuns, especialmente das extremidades. Os sintomas motores do transtorno conversivo incluem movimentos anormais, distúrbio da marcha, fraqueza e paralisia. Tremores rítmicos grosseiros, movimentos coreiformes, tiques e espasmos podem estar presentes. Os movimentos costumam piorar quando a atenção é voltada para eles. Pseudoconvulsão é outro sintoma no transtorno conversivo. Os clínicos podem achar difícil diferenciar uma pseudoconvulsão de uma verdadeira convulsão por meio da observação clínica isolada. Além do mais, aproximadamente um terço das pseudoconvulsões também tem um transtorno epiléptico coexistente. Morder a língua, incontinência urinária e lesões após uma queda podem ocorrer em pseudo-convulsões, embora esses sintomas em geral não estejam presentes. O reflexo pupilar e de mordedura é mantido após uma pseudocon-vulsão, e os pacientes não têm aumento pós-convulsão nas concentrações de prolactina. 
La belle indifférence. La belle indifférence é uma atitude inapropriadamente arrogante de um paciente em relação a sintomas graves; isto é, ele parece estar despreocupado com o que parece ser um prejuízo importante. A indiferença branda também é vista em alguns pacientes médicos com doença grave que desenvolvem uma atitude estoica. A presença ou ausência de la belle indifférence não é patognomônica de transtorno conversivo, mas com frequência está associada à condição. 
Fatores psicológicos que afetam outras condições médicas. Essa categoria é para problemas psicológicos que afetam de forma negativa uma condição clínica, aumentando o risco de um desfecho adverso. 
Transtorno factício. Também chamado de síndrome de Munchausen, refere-se à simulação deliberada de sintomas físicos ou psicológicos para assumir o papel de doente. Transtorno factício imposto a outro (anteriormente denominado transtorno factício por procuração) é quando uma pessoa apresenta a outra como doente, com mais frequência mãe e filho. O transtorno é diferenciado de simulação, na qual os sintomas também são falsamente relatados; entretanto, a motivação na simulação são incentivos externos, como evitar responsabilidade, obter compensação financeira ou obter substâncias. 
Outro transtorno de sintomas somáticos e transtorno relacionado especificado. Essa categoria é para transtornos que não são classificados nos descritos anteriormente. Um deles é a pseudociese, na qual uma mulher (ou um homem em casos raros) acredita que esteja grávida. 
Transtornos alimentares 
Anorexia nervosa. Transtorno alimentar caracterizado por perda de peso corporal e recusa a comer. O apetite geralmente é normal. Estima-se que a anorexia nervosa ocorra em aproximadamente 0,5 a 1% das meninas adolescentes. É 10 a 20 vezes mais frequente em mulheres do que em homens. Leve: IMC 17 kg/m2 Moderada: IMC 16-16,99 kg/m2 Grave: IMC 15-15,99 kg/m2 Extrema: IMC < 15 kg/m2. Condicoes médicas: Bradicardia, hipotensão com acentuadas alterações ortostáticas, hipotermia, poiquilotermia
, Atrofia cerebral generalizada, com ventrículos aumentados, diminuição da massa cortical, convulsões, eletrencefalograma anormal
, Edema periférico (inanição), diminuição no diâmetro cardíaco, estreitamento da parede ventricular esquerda, resposta reduzida às demandas de exercícios, síndrome da artéria mesentérica superior, Azotemia pré-renal
, Anemia resultante de inanição, leucopenia, medula óssea hipocelular
, Esvaziamento gástrico retardado, dilatação gástrica, lipase e lactase intestinal reduzidas, Hipercolesterolemia, hipoglicemia não sintomática, enzimas hepáticas elevadas, densidade mineral óssea reduzida, Baixo nível de hormônio luteinizante e de hormônio folículo-estimulante, baixo nível de estrogênio ou testosterona, tiroxina baixa/normal, baixa tri-iodotironina, tri-iodotironina reversa aumentada, cortisol elevado, hormônio do crescimento elevado, diabetes insípido parcial, prolactina aumentada. 
 
Bulimia nervosa. Transtorno alimentar caracterizado por compulsão alimentar recorrente e frequente com ou sem vômito. Bulimia nervosa é mais prevalente do que anorexia nervosa. As estimativas de bulimia variam de 1 a 4% em mulheres jovens. é mais comum em mulheres do que em homens, mas seu início costuma ser mais no fim da adolescência comparado ao início da anorexia. Embora a bulimia esteja frequentemente presente em mulheres jovens com peso normal, elas por vezes têm uma história de obesidade. Em geral, a função da tireoide permanece intacta na bulimia nervosa, mas as pacientes podem apresentar não supressão em um teste de supressão da dexametasona. Complicacoes médicas: Alcalose e acidose hipocalêmica, hipocloremia, desidratação, Azotemia pré-renal, insuficiência renal aguda e crônica
, Arritmias, toxicidade miocárdica por emetina (ipeca)
, Perda do esmalte na superfície da língua, múltiplas cáries
, Glândulas parótidas inchadas, níveis elevados de amilase sérica, distensão gástrica, síndrome do intestino irritável, melanose coli devida a abuso de laxantes, Cãibras, tetania. 
 
Transtorno de compulsão alimentar. transtorno de compulsão alimentar se engajam em compulsão alimentar recorrente durante a qual ingerem uma quantidade anormalmente grande de comida em um curto período de tempo. Não têm comportamento compensatório inapropriado após um episódio de compulsão alimentar (p. ex., uso de laxante). É o transtorno alimentar mais comum. Ele aparece em aproximadamente 25% dos pacientes que procuram atenção médica para obesidade e em 50 a 75% daqueles com obesidade grave (índice de massa corporal [IMC] acima de 40). É mais comum em mulheres (4%) do que em homens (2%). 
Pica. É a ingestão de substâncias não nutricionais (p. ex., goma). 
Transtorno de ruminação. O aspecto fundamental desse transtorno é a regurgitação repetida de alimento, geralmente iniciando na infância. 
Transtorno alimentar restritivo/evitativo. Anteriormente chamado de transtorno da alimentação da infância no DSM-IV, sua característica principal é uma falta de interesse por comida, resultando em incapacidade de ganhar peso. 
Transtornos da eliminação 
Trata-se de transtornos da eliminação causados por fatores fisiológicos ou psicológicos.Encoprese: que é a incapacidade de manter o controle do intestino, 
Enurese: que é a incapacidade de manter o controle da bexiga. 
Transtornos do sono-vigília 
· sono não REM: é composto dos estágios 1 a 4, a maioria das funções físicas é nitidamente menor do que na vigília. A frequência cardíaca costuma baixar a 5 a 10 batidas por minuto abaixo do nível de repouso acordado e é muito regular. A respiração é afetada da mesma forma, e a pressão arterial também tende a baixar, com poucas variações minuto a minuto. O potencial muscular em repouso da musculatura corporal é mais baixo. Movimentos corporais episódicos e involuntários estão presentes. As porções mais profundas do sono não REM (estágios 3 e 4) às vezes são associadas com características incomuns de despertar. A desorganização durante o despertar dos estágios 3 ou 4 pode resultar em problemas específicos, incluindo enurese, sonambulismo e pesadelos ou terrores noturnos do estágio 4. 
· Sono REM: é um tipo de sono qualitativamente diferente, caracterizado por altos níveis de atividade cerebral e fisiológica semelhantes aos da vigília. Mensurações poligráficas demonstram padrões irregulares, às vezes semelhantes aos padrões de excitação quando desperto. Pulso, respiração e pressão arterial nos seres humanos ficam todos elevados durante o sono REM (muito mais do que no não REM e frequentemente mais elevados do que quando acordados). O oxigênio no cérebro aumenta durante o sono REM. A resposta ventilatória aos níveis mais elevados de dióxido de carbono (CO2) é deprimida durante o sono REM, de modo que nenhum aumento no volume corrente ocorre conforme aumenta a pressão parcial do dióxido de carbono (Pco2). Quase todo período REM em homens é acompanhado de ereção peniana parcial ou completa. Outra alteração física que ocorre durante o sono REM é a quase total paralisia dos músculos esqueléticos (posturais). Em razão dessa inibição motora, o movimento corporal é ausente durante o sono REM. Provavelmente a característica mais distinta do sono REM sejam os sonhos. Pessoas despertadas durante esse período com frequência (de 60 a 90% das vezes) relatam que estavam sonhando. 
	Cerca de 90 minutos após o início do sono, o não REM passa ao primeiro episódio REM da noite. A latência de 90 minutos do REM é um achado consistente em adultos sadios; encurtamento da latência do REM ocorre em transtornos como narcolepsia e transtornos depressivos. A natureza cíclica do sono é regular e confiável; um período REM ocorre a cada 90 ou 100 minutos durante a noite. O primeiro período REM tende a ser o mais curto, normalmente durando menos de 10 minutos; períodos REM posteriores podem durar até 15 a 40 minutos cada. A maioria dos períodos REM acontece no último terço da noite, enquanto a maior parte do estágio 4 do sono se dá no primeiro terço da noite. No início da vida adulta, a distribuição dos estágios do sono é como segue: NÃO REM (75%) Estágio 1: 5% Estágio 2: 45% Estágio 3: 12% Estágio 4: 13% REM (25%).
Transtorno de insônia. Dificuldade para adormecer ou para permanecer adormecido é a característica desse transtorno. A insônia pode ser uma condição independente ou pode ser comórbida com outro transtorno mental, outro transtorno do sono ou outra condição clínica. 
Transtorno de hipersonolência. Esse transtorno, também chamado de hipersonia, ocorre quando uma pessoa dorme demais e se sente excessivamente cansada apesar da quantidade de sono normal ou devido à quantidade de sono prolongada. 
Parassonias. As parassonias são marcadas por comportamento, experiências ou eventos fisiológicos incomuns durante o sono. Essa categoria é dividida em três subtipos: transtornos de despertar do sono não REM, que envolve despertar incompleto do sono acompanhado por transtorno de sonambulismo ou transtorno de terror do sono; transtorno do pesadelo, no qual pesadelos induzem o despertar repetidamente e causam perturbação e prejuízo; e transtorno comportamental do sono REM, que é caracterizado por comportamento vocal ou motor durante o sono. 
Narcolepsia. Essa condição é marcada por ataques de sono, geralmente com perda do tônus muscular (cataplexia). 
Transtornos do sono relacionados à respiração. Existem três subtipos desses transtornos. O mais comum é a apneia e hipopneia obstrutivas do sono, em que apneias (ausência de fluxo aéreo) e hipopneias (redução no fluxo aéreo) ocorrem repetidamente durante o sono, causando ronco e sonolência diurna. Apneia central do sono é a presença de respiração de Cheyne-Stokes, além de apneias e hipopneias. Por fim, a hipoventilação relacionada ao sono causa elevação dos níveis de CO2 por diminuição da respiração. 
Síndrome das pernas inquietas. Essa síndrome consiste no movimento compulsivo das pernas durante o sono. 
Transtorno do sono induzido por substância/medicamento. Essa categoria inclui transtornos do sono que são cau- sados por uma droga ou um medicamento (p. ex., álcool, cafeína). 
Transtornos do sono-vigília do ritmo circadiano. Na base desses transtornos está um padrão de perturbação do sono que altera ou desalinha o sistema circadiano de uma pessoa, resultando em insônia ou sonolência excessiva. Existem seis tipos: (1) o tipo fase do sono atrasada é caracterizado por horários de sono-vigília que são várias horas mais tarde do que os horários desejados ou convencionais; (2) o tipo fase do sono avançada caracteriza-se por horários de dormir e de acordar mais precoces do que o habitual; (3) o tipo sono-vigília irregular tem por característica o sono fragmentado ao longo das 24 horas do dia sem um período de sono importante e sem um ritmo circadiano de sono-vigília perceptível; (4) o tipo sono-vigília não de 24 horas é um período circadiano que não é alinhado ao ambiente externo de 24 horas, mais comum entre indivíduos cegos ou visualmente comprometidos; (5) o tipo de trabalho em turnos é de pessoas cujo trabalho regular é no horário noturno; e (6) o tipo não especificado não satisfaz nenhum dos critérios citados. 
Disfunções sexuais 
Ejaculação retardada. É a incapacidade ou a demora acentuada na capacidade de ejacular durante o coito ou a masturbação. 
Transtorno erétil. É a incapacidade de alcançar e manter uma ereção suficiente para a penetração durante o coito. 
Transtorno do orgasmo feminino. É a ausência da capaci- dade de atingir o orgasmo ou uma redução significativa na intensidade das sensações orgásmicas durante a masturbação ou o coito. 
Transtorno do interesse/da excitação sexual feminino. É a ausência ou diminuição do interesse em fantasias ou comportamento sexual que causa sofrimento ao indivíduo. 
Transtorno da dor gênito-pélvica/penetração. Essa condição substitui os termos vaginismo e dispareunia (espasmo vaginal e dor interferindo no coito). É a antecipação de dor ou dor real durante atividades sexuais, particularmente relacionada à introdução. 
Transtorno do desejo sexual masculino hipoativo. É a ausência ou redução de fantasias ou do desejo sexual em homens. 
Ejaculação prematura (precoce). Essa condição manifesta-se por ejaculação que ocorre antes ou imediatamente após a penetração durante o coito. 
Disfunção sexual induzida por substância/medicamento. É a função comprometida devido aos efeitos de substâncias (p. ex., fluoxetina). 
Disforia de gênero 
A disforia de gênero, anteriormente chamada de transtorno da identidade de gênero, é caracterizada por um desconforto persistente com o próprio sexo biológico e, em alguns casos, pelo desejo de ter órgãos sexuais do sexo oposto. Subdivide-se em disforia de gênero em crianças e disforia de gênero em adolescentes e adultos. 
Transtornos Parafilicos
Parafilias ou perversões são estímulos ou atos sexuais que apresentam desvios dos comportamentos sexuais normais, mas que são necessários para que algumas pessoas experimentem excitação e orgasmo. Indivíduos com interesses parafílicos podem experimentar prazer sexual, mas são inibidos na resposta a estímulos normalmente considerados eróticos. A sexualidade da pessoa parafílica está sobretudo restrita a estímulos ouatos desviantes específicos. As pessoas que experimentam ocasionalmente comportamento parafílico (p. ex., episódio infrequente de dominação ou vestir fantasias), mas são capazes de responder a estímulos eróticos mais típicos, não são vistas como tendo transtornos parafílicos. 
Frequência de atos parafílicos cometidos por pacientes com parafilia que procuram tratamento ambulatorial: Pedofilia 45%, Exibicionismo 25%, Voyeurismo 12%, Frotterismo 6%, Masoquismo sexual 3%, Fetichismo transvéstico 3%, Sadismo sexual 3%, Fetichismo 2%, 
Zoofilia 1%.
Exemplos de parafilias: 
· Pedofilia - fantasias, atos sexuais ou impulsos envolvendo crianças pré-púberes 
· Exibicionismo - Exposição de órgãos genitais a desconhecidos 
· Voyeurismo - Obtenção de prazer ao se observar uma pessoa nua ou em ato sexual de maneira não consentida 
· Fetichismo - Resposta sexual obtida por meio de objetos inanimados 
· Travestismo fetichista - Gratificação ou resposta sexual ao usar vestuários típicos da identidade de gênero oposta à do indivíduo. 
· Frotteurismo - Toques ou ato de esfregar-se não consentidos em uma ou mais pessoas 
· Masoquismo - Resposta sexual em situação de humilhação, espancamento, amarras e sofrimento 
· Sadismo - Fantasias ou impulsos sexuais nos quais o sofrimento objetivo e subjetivo do outro causa resposta sexual 
· Necrofilia - Atos ou impulsos sexuais com cadáveres humanos como objetos 
· Urofilia - Resposta sexual ao urinar no parceiro ou introduzir objetos na uretra 
· Clismafilia - Obtenção de prazer sexual na introdução de enemas 
· Escatologia por telefone ou computador - Resposta sexual ao ato de realizar telefonemas de conteúdo obsceno 
· Parcialismo - Gratificação sexual tendo como foco uma parte exclusiva do corpo da outra pessoa 
· Hipoxifiia - Obtenção de orgasmo por meio de um estado alterado de consciência provocado por hipóxia 
Transtornos disruptivos, do controle dos impulsos e da conduta 
Estão inclusas nessa categoria condições que envolvem problemas no autocontrole das emoções e de comportamentos. 
Transtorno de oposição desafiante. Esse transtorno é diagnosticado em crianças e adolescentes. Padrão de 6 meses de pelo menos 4 sintomas. Os sintomas incluem raiva, irritabilidade, desafio e recusa a obedecer a regras. Fatores de risco: maus-tratos infantis, como abuso físico ou sexual, negligência, abuso emocional e parentagem bruta ou punitiva em excesso. É caracterizado por padrões duradouros de comportamento negativo, desobediente e hostil em relação a figuras de autoridade, assim como uma incapacidade de assumir responsabilidade por erros, o que leva a jogar a culpa nos outros. Crianças com o transtorno frequentemente discutem com adultos e se sentem cada vez mais incomodadas pelos outros, levando a um estado de ressentimento irritado. Elas podem ter dificuldade na sala de aula e no relacionamentos com os pares, mas de modo geral não recorrem a agressão física ou a comportamento destrutivo marcante. Prevalencia 16 a 22% das crianças em idade escolar. Embora possa começar já aos 3 anos, o transtorno de oposição desafiante costuma ser notado por volta dos 8 anos e não depois do início da adolescência. Os sintomas persistentes de oposição desafiante representam um risco aumentado de transtornos adicionais, tais como transtornos do humor, da conduta e por uso de substância. Desfechos positivos são mais prováveis para famílias intactas que possam modificar sua própria expressão de demandas e dar menos atenção aos comportamentos questionadores da criança. Existe uma associação entre o transtorno de oposição desafiante e o TDAH, bem como os transtornos do humor. 
Transtorno explosivo intermitente. Episódios discretos de perda do controle de impulsos agressivos; esses episódios podem resultar em ataques graves ou em destruição de propriedades. A agressividade expressa é completamente desproporcional a quaisquer estressores que possam ter iniciado os episódios. Entram em remissão de forma espontânea e rápida. Após cada episódio, os pacientes em geral demonstram arrependimento genuíno e autorreprovação, e sinais de impulsividade e agressividade generalizadas são ausentes entre episódios. Ele parece ser mais comum em homens do que em mulheres. Aparece entre o fim da adolescência e o início da vida adulta. O início pode ser repentino ou insidioso, e o curso pode ser episódico ou crônico. Na maioria dos casos, a gravidade do transtorno diminui com o início da meia-idade, mas prejuízo orgânico maior pode levar a episódios frequentes e graves. As histórias em geral descrevem uma infância em uma atmosfera de dependência de álcool, violência e instabilidade emocional. As histórias de trabalho dos pacientes são pobres; eles revelam demissões, dificuldades materiais e problemas com a lei. Ansiedade, culpa e depressão costumam acompanhar o surto, mas esse não é um achado constante. 
Transtorno da conduta. Esse transtorno é diagnosticado em crianças e adolescentes, sendo caracterizado por brigas e assédio moral (bullying). Crianças que desenvolvem padrões duradouros de comportamentos agressivos que começam no início da infância e violam os direitos básicos dos pares e dos familiares, contudo, podem ser destinadas a um padrão consolidado de comportamentos de transtorno da conduta ao longo do tempo. Fatores de risco: maus-tratos infantis, abuso físico ou sexual, negligência, abuso emocional e criação excessivamente punitiva. Exposição crônica a violência na mídia, incluindo televisão, videogames e clipes musicais, demonstrou promover níveis reduzidos de empatia em crianças, o que pode adicionar um fator de risco para o desenvolvimento de comportamento agressivo. O transtorno da conduta é um conjunto duradouro de comportamentos em uma criança ou um adolescente que evolui ao longo do tempo, normalmente caracterizado por agressão e violação dos direitos dos outros. Jovens com esse transtorno com frequência demonstram comportamentos nas seguintes categorias: agressão física ou ameaça de machucar pessoas, destruição de propriedade própria ou dos outros, roubo ou atos de fraude e frequente violação de regras adequadas à idade. O transtorno da conduta é associado a muitos outros transtornos psiquiátricos, incluindo TDAH, depressão e transtornos da aprendizagem. Presença de 3 comportamentos persistentes específicos de uma lista de 15 sintomas de transtorno da conduta, ao longo dos últimos 12 meses, com pelo menos um deles presente nos últimos 6 meses. A fim de qualificar-se para esse especificador, o indivíduo precisa exibir um padrão interpessoal e emocional persistente que possa ser caracterizado por pelo menos dois dos seguintes: (1) falta de remorso ou culpa, (2) falta de empatia, (3) despreocupação com o desempenho, (4) afeto superficial ou deficiente. A proporção desse transtorno em homens, comparados às mulheres, vai de 4:1 até 12:1. Ele ocorre com maior frequência nos filhos de pais com transtorno da personalidade antissocial e dependência de álcool do que na população em geral. A prevalência de transtorno da conduta e comportamento antissocial é associada a fatores socioeconômicos e também com psicopatologia parental. O TDAH e o transtorno da conduta frequentemente coexistem, sendo o TDAH em geral anterior ao desenvolvimento de um transtorno da conduta e, às vezes, de abuso de substância. A idade média de início do transtorno da conduta é menor nos meninos do que nas meninas. Meninos com frequência satisfazem os critérios diagnósticos por volta dos 10 aos 12 anos, enquanto as meninas costumam completar 14 ou 16 anos antes de os satisfazerem. As crianças podem ser hostis, verbalmente abusivas, imprudentes, desafiantes e negativas para com adultos. Mentiras persistentes, frequente falta às aulas e vandalismo são comuns. Em casos graves, destrutividade, roubo e violência física podem ocorrer. 
Cleptomania. Falha recorrente em resistir aos impulsos de furtar objetos desnecessários para uso pessoal ou em razão do valor monetário. Pessoas com cleptomania costumam ter dinheiro para pagar pelos objetos

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