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gente criando o futuro HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA Organizadora Gabriela Bexiga HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA Organizadora Gabriela Bexiga Higiene e Vigilância Sanitária GRUPO SER EDUCACIONAL C M Y CM MY CY CMY K Higiene e Vigilância Sanitária eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 1eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 1 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 © by Editora Telesapiens Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora Telesapiens. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Bibliotecária: Maria Isabel Schiavon Kinasz, CRB9 / 626 Bexiga, Aparecida Gabriela B512h Higiene e vigilância sanitária [recurso eletrônico] / Aparecida Gabriela Bexiga; coordenação de David Lira Stephen Barros; organização de Cristiane Silveira Cesar de Oliveira - Recife: Telesapiens, 2021. 168p.: il.; 23cm ISBN 978-65-5873-074-3 1. Higiene alimentar. 2. Vigilância sanitária. I. Barros, David Lira Stephen (coord.). II. Oliveira, Cristiane Silveira Cesar de (org.). III. Título. CDD 664.07 (22.ed) CDU 613.2 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 2eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 2 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária Fundador e Presidente do Conselho de Administração: Janguê Diniz Diretor-Presidente: Jânyo Diniz Diretor de Inovação e Serviços: Joaldo Diniz Diretoria Executiva de Ensino: Adriano Azevedo Diretoria de Ensino a Distância: Enzo Moreira Créditos Institucionais Todos os direitos reservados 2020 by Telesapiens eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 3eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 3 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Olá. Meu nome é Gabriela Bexiga. Sou Farmacêutica Bioquímica fiz Mestrado na área da Educação Física, onde pesquisei Feitos do treinamento físico aeróbio no pâncreas de camundongos fêmea LDL Knockout ovariectomizadas. Avaliei a influência do exercício físico aeróbio sobre as diferentes células das ilhotas pancreáticas, através de análises Bioquímico, Morfoquantitativa e Imuno-histoquímica. Papiloscopista e Diretora da Associação dos Funcionários da Polícia Civil do Estado de São Paulo (AFPCESP), faço parte da Comissão Multidisciplinar no Departamento de Perícia Médica do estado de SP aos PCDs inscritos e aprovados do Concurso Público. Leciono aulas na área da Papiloscopia, Anatomia & Fisiologia e áreas da Farmácia. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! A AUTORA GABRIELA BEXIGA eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 4eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 4 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 ICONOGRÁFICOS Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem significam: OBJETIVO Breve descrição do objetivo de aprendizagem; + OBSERVAÇÃO Uma nota explicativa sobre o que acaba de ser dito; CITAÇÃO Parte retirada de um texto; RESUMINDO Uma síntese das últimas abordagens; TESTANDO Sugestão de práticas ou exercícios para fixação do conteúdo; DEFINIÇÃO Definição de um conceito; IMPORTANTE O conteúdo em destaque precisa ser priorizado; ACESSE Links úteis para fixação do conteúdo; DICA Um atalho para resolver algo que foi introduzido no conteúdo; SAIBA MAIS Informações adicionais sobre o conteúdo e temas afins; +++ EXPLICANDO DIFERENTE Um jeito diferente e mais simples de explicar o que acaba de ser explicado; SOLUÇÃO Resolução passo a passo de um problema ou exercício; EXEMPLO Explicação do conteúdo ou conceito partindo de um caso prático; CURIOSIDADE Indicação de curiosidades e fatos para reflexão sobre o tema em estudo; PALAVRA DO AUTOR Uma opinião pessoal e particular do autor da obra; REFLITA O texto destacado deve ser alvo de reflexão. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 5eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 5 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 SUMÁRIO UNIDADE 01 Descrever os tipos de Higiene 16 Introdução a higiene alimentar 16 Higiene individual 17 Lavar as mãos 18 Manipuladores de alimentos 18 Uso de máscara, luvas e proteção para o cabelo 19 Higiene ambiental 20 Alimento contaminado x Alimento estragado 21 Princípios gerais de higienização 22 Pré-lavagem 25 Limpeza com detergentes 25 Tipos de detergentes 26 Detergente Alcalino 26 Detergente Ácido 27 Detergente Tensoativo 28 Enxágue 28 Tipos de desinfecção 30 Meios físicos 31 Calor 31 Radiação ultravioleta (UV) 31 Meios químicos 32 Compostos clorados 32 Não estabilizado (Inorgânico) 33 Estabilizado (Orgânico) 33 Compostos de iodo 36 Biguanida 37 Ácido Peracético 38 Compostos quartenários de amônio (CQA) 39 Peróxido de Hidrogênio 40 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 6eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 6 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Detergentes-desinfetantes e qualidade da água 42 Aspectos legais 42 Métodos de Higienização 43 Higienização manual 44 Higienização por imersão 44 Higienização por meio de máquinas lava-jato tipo túnel 44 Higienização por meio de equipamentos spray 45 Higienização por nebulização 45 Higienização por circulação 46 Higienização por espuma e por gel 46 Qualidade da água 46 UNIDADE 02 Agentes bacterianos 52 Descrever sobre os agentes bacterianos não patógenos e patógenos bacillus cereus 52 Bactérias patogênicas 54 Agentes bacterianos bacillus cereus 56 Aspectos gerais 58 Características gerais 58 Diagnóstico 59 Tratamento 59 Controle 60 Compreender sobre os agentes bacterianos staphylococcus aureus 61 Fatores específicos 62 Característica 63 Temperatura 63 Patologias causadas por S.aureus 63 Alimentos envolvidos 64 Fatores de risco 64 Diagnóstico 65 Quadro clínico 65 Tratamento 66 Controle 66 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 7eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 7 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Saber sobre os agentes bacterianos clostridium botulinum e clostridium perfrigens 67 Clostridium botulinum 67 Fisiopatologia 68 Patogenia 68 Aspectos gerais 69 Tipos botulismo 69 Quadro clínico 70 Diagnóstico 71 Tratamento 71 Soro antibotulínico (SAB) 72 Penicilina 72 Metronidazol 72 Controle 73 Clostridium Perfringens 73 Aspectos gerais 74 Epidemiologia 75 Alimentos envolvidos 76 Característica 76 Quadro clínico 76 Diagnóstico 77 Tratamento, controle 77 Entender sobre os agentes bacterianos campylobacter, escherichia coli e salmonelose 78 Campylobacter 78 Aspectos gerais 79 Quadro Clínico 79 Diagnóstico 79 Tratamento 80 Escherichia coli (E.coli) 80 Aspectos gerais 81 Quadro clínico 81 Diarreia do viajante 82 E. coli O157:H7 82 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 8eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 8 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Diagnóstico 82 Tratamento 83 Salmonella (Salmonelose) 83 Aspectos gerais 84 Quadro clínico85 Prevenção 86 Diagnóstico 86 Tratamento 87 UNIDADE 03 Descrever sobre amebíase e giardíase 92 Protozooses 92 Classificação 93 Amebíase 93 Fisiopatologia 94 Ciclo biológico, modo de contaminação 95 Causa/etiologia 96 Sintomas, patologias 96 Possíveis complicações 96 Diagnóstico 97 Tratamento 97 Prevenção 97 Giardíase 98 Fisiopatologia 99 Ciclo 99 Causa/etiologia 100 Sintomas e sintomas 100 Diagnóstico 100 Tratamento 101 Prevenção 101 Compreender sobre criptosporidiose e ciclosporíase 102 Criptosporidiose 102 Ciclo 103 Causa/Etiologia 104 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 9eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 9 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Sinais e Sintomas 104 Diagnóstico 104 Tratamento 105 Prevenção 105 Ciclosporíase 105 Ciclo 106 Causas 108 Sintomas 109 Diagnóstico 109 Prevenção 109 Entender sobre doença de chagas transmissível por alimento 110 Doença de chagas 110 Ciclo de Vida do Trypanossoma cruzi 111 Contágio 112 Sinais e sintomas 114 Período de incubação 114 Diagnóstico 116 Exames de sangue 116 Biópsia 116 Xenodiagnóstico 116 Hemocultura 117 Procedimentos imunológicos 117 Eletrocardiograma e a radiologia 117 Tratamento 117 Benzonidazol 117 Nifurtimox 118 Sucos de caldo de cana e polpa de fruta 118 Prevenção 119 Saber sobre o parasita toxoplasmose gondii 121 Ciclo 122 Causa 123 Sintomas 124 Diagnóstico 125 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 10eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 10 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 11 Tratamento 125 Prevenção 126 UNIDADE 04 Descrever sobre ascaris lumbricoides, trichuris trichiura, anisakis sp. 130 Ascaris lumbricoides 130 Transmissão 131 Meios de contaminação 131 Ciclo da Ascaridíase 132 Sintomas 133 Diagnóstico 134 Trichuris trichiura 134 Ciclo biológico 135 Sintomas 136 Diagnóstico 136 Tratamento 137 Prevenção 137 Anisakis sp. 138 Ciclo de vida 139 Diagnóstico 140 Sintomas 140 Tratamento 141 Prevenção 141 Cisticercose bovina e suína 142 Cisticercose Bovina 142 Diagnóstico 143 Tratamento 144 Prevenção 145 Cisticercose suína 146 Sintomas 148 Contaminação Cisticercose 148 Diagnóstico 149 Prevenção 149 Tratamento 150 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 11eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 11 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária12 Inspeção para suínos e bovinos, exame para cisticercose; investigação de surtos 151 Inspeção para suínos e bovinos, exame para cisticercose 151 Investigação de surtos 154 Ocorrência de surto 155 Tipos de investigações do surto 156 Objetivo 157 Processamento e análise de dados 158 Irradiação de alimentos 159 Não ionizante ou ultravioleta (UV) 160 Tecnologias 160 Radiação ionizante 161 Irradiação gama 162 Irradiação por Raio-x 163 Gray (unidade) 163 Radurização 163 Radiciação ou Radiopasteurização 163 Radapertização 164 Irradiação de produtos vegetais 164 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 12eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 12 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 13 UNIDADE 01 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 13eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 13 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária14 Você sabia que a higiene na manipulação de alimentos, são fundamentais para controlar a contaminação, evitando problemas de intoxicação até mesmo da formação de bactérias. E que o alimento contaminado pode apresentar aparência, gosto e cheiro normal. E que uma limpeza eficiente requer diversos métodos necessários, até mesmo na escolha de detergente, sendo que temos três tipos de detergentes. Você sabia que só no método da desinfecção que realmente elimina 100% dos microrganismos, método indispensável para a saúde das pessoas. E que até a qualidade da água interfere em um bom funcionamento na higienização. Olha a importância de entender as diferenças de um envelhecimento normal para uma disfunção para quadro de demência. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 14eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 14 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 15 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS 1 Descrever os tipos de Higiene; 2 Compreender noções gerais da higienização; 3 Identificar os tipos de desinfecção; 4 Entender sobre os métodos de Higienização e qualidade da água. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 15eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 15 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária16 Descrever os tipos de Higiene OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de entender sobre as noções básicas da higiene alimentar, saberá sobre os princípios gerais de higienização, os tipos de detergentes e de desinfecção. Também aprenderá sobre os detergentes-desinfecção e os métodos que utilizam para a Higienização. Será fundamental para o exercício de sua profissão. Com o conhecimento, resultará em um atendimento seguro e eficaz. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Introdução a higiene alimentar A palavra Higiene, vem do grego hygeinos, que significa “o que é saudável”. A Higiene são conjuntos de técnicas e conhecimentos que visam promover a saúde e também prevenir das doenças. Se utiliza a limpeza, a desinfecção e também a esterilização, a fim de evitar diversos tipos de doenças infecciosa. Doença infecciosa ou transmissível é qualquer doença causada por um agente patogênico, ou seja, bactéria, fungos, parasitas), por meio de intoxicação química, queimadura, relação sexual, ferimentos ou beijo. O cuidado com a higiene na manipulação de alimentos, são fundamentais para controlar a contaminação, evitando problemas de intoxicação, formação de bactérias e doenças relacionadas ao consumo de alimentos. A contaminação de alimentos e produtos alimentícios ocorre por diversos fatores: eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 16eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 16 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 17 �Agentes químicos. � Infestação parasitária. �Metais pesados. �Microrganismos. � Pesticidas. Os principais meios de contaminação são pelo homem, insetos, animais domésticos, ratos, pássaros, água contaminada, pescados, utensílios e matérias primas. Um importante veículo também de contaminação é o próprio homem: garganta, nariz, mãos focos predominantes na contaminação. Higiene individual A higiene individual, são hábitos de higiene, que viram normas de vida, individualmente. �Tomar banho diariamente, lavar o cabelo diariamente e colocar a toca durante o trabalho. �Evitar maquiagens. �Manter unhas cortadas, limpas e sem esmalte. � Fazer a barba diariamente. �Não usar brincos, anéis, pulseiras, relógios, qualquer tipo de acessório, quando estiver em manipulação com alimentos, pois são fontes de contaminação. �Escovar os dentes após as refeições. �Usar uniformes, roupas limpas.�Usar toucas e sapatos fechados. �Durante o preparo do alimento não comer. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 17eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 17 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária18 Lavar as mãos Lavar as mãos com sanitizante ou água limpa, sabão e desinfetante. � antes de pegar em alimentos; � antes de comer qualquer alimento; � depois de ir ao banheiro; � depois de pegar em dinheiro, em algum objeto sujo ou em animais. Manipuladores de alimentos É o profissional que tem o contato direto com os alimentos, sejam eles não embalados ou até mesmo os embalados, e que também manuseia utensílios, equipamentos que entram em contato com os alimentos no momento do preparo e distribuição para os consumidores estes alimentos. �Lavar as mãos, sempre que: �mudar de atividade durante o trabalho; � tocar nos cabelos; � usar o banheiro; � ao tocar alguma parte do corpo; � fumar ou assoar o nariz; � entre a manipulação de alimentos crus e cozidos; � sempre que entrar na cozinha; � depois de comer; � depois de mexer na lixeira. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 18eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 18 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 19 O manipulador de alimentos é uma função extremamente importante, ele deve ter a consciência de que pode ser um veículo de contaminação dos alimentos, podendo ocorrer surtos de doenças transmitidas por alimentos. + OBSERVAÇÃO Uso de máscara, luvas e proteção para o cabelo Touca Para manipulação do alimento o uso de touca é obrigatório e está regulamentado pela: � Portaria SVS/MS nº326, de 30 de julho de 1997 e �Resolução-RDC Anvisa nº275, de 21 de outubro de 2002. Luvas O uso das luvas na manipulação dos alimentos devem obedecer as perfeitas condições de higiene e limpeza destas. O uso de luvas, não desobriga o manipulador da obrigação de lavar as mãos. �As luvas devem ser trocadas sempre que iniciar o trabalho. �As luvas devem ser tiradas: �Ao sair da cozinha; �Não se deve tocar em alimentos cozidos e crus com a mesma luva; �Ao fazer qualquer atividade que não está relacionado ao alimento; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 19eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 19 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária20 Manipulando alimento, vai atender o telefone, tem que tirar as luvas para atender. Máscara O uso da máscara não está regulamentado pela legislação sanitária federal. A máscara deve ser usada: � Para preparo dos alimentos que são servidos crus; � Funcionário gripado, resfriado ou alguma doença da boca ou nariz; Higiene ambiental O ambiente de trabalho também tem que ter condições adequadas de higiene, fazer sempre as medidas tomadas para manter o ambiente limpo, seguro e saudável. É fazer sempre a limpeza do ambiente, através de produtos como sabão, água sanitária, desinfetantes e detergentes. �Equipamentos e utensílios, devem sempre limpar após o uso; �Depois de cada refeição deve limpar as superfícies usadas no preparo do alimento; �Refrigeradores a cada 15 dias deve ser limpa; � Janelas e portas, devem serem limpas a cada 30 dias; �As áreas da cozinha deve ser livre de restos de alimentos; �Latas de lixo, tampadas, limpas e longe dos alimentos, a fim de evitar o acesso a insetos; � Proibido a entrada de pessoas que não cumprem as regras de higienização pessoal; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 20eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 20 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 21 Alimento contaminado x Alimento estragado As regras de higiene são importantes para evitar contaminação ou até mesmo estragados. �Alimento contaminado: Contém bactérias prejudiciais à saúde, mas ao observar ele permanece com aparência, gosto e cheiro normal; �Alimento estragado é aquele que apresenta cheiro desagradável, com sabor e aparência modificado. São alimentos “podres”, contaminado, com bactérias que vão se multiplicando. Figura 1- Alimento estragado, com alteração Fonte: Freepik Tanto os estragados como os contaminados, pode causar dor de barriga, diarreia, vômitos podendo chegar até a morte. O alimento contaminado é mais perigoso por não aparentar, nem no cheiro e gosto, podendo ser mais facilmente ingerido e contaminá- lo. Por isso a importância, de seguir as regras de higienes para evitar que ocorra uma contaminação com o alimento. + OBSERVAÇÃO eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 21eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 21 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária22 Princípios gerais de higienização A higiene dos alimentos é muito importante, para evitar contaminações, são cuidados relacionados ao alimento, com o intuito de diminuir os riscos de contaminação e ocorrências de doenças como por exemplo a intoxicação alimentar. OBJETIVO �Manuseio. � Preparação. �Armazenamento. É importante que a higienização dos alimentos não interfira nas propriedades sensoriais, nutricionais, mas que garante a pureza, não oferecendo riscos à saúde do consumidor. A higienização visa diminuir ou eliminar a contaminação, diminuindo a probabilidade da transmissão de agentes patógenos. Com isso temos duas divisões distintas: limpeza e desinfecção. �Limpeza: é a remoção de resíduos orgânicos e minerais, como sais minerais, gorduras e proteínas. �Desinfecção: Elimina micro-organismos patogênicos e também de reduzir números de saprófitas ou alteradores a quantidades significantes, levando ao nível de segurança. Saprófitos são organismos que se alimentam de matéria orgânica oriundo de processos de decomposição. Para alcançar um ótimo desempenho é essencial uma limpeza e desinfecção adequada com equipamentos e com uma qualidade de superfície que garanta uma boa higienização. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 22eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 22 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 23 A limpeza são vários elementos: Fisicamente limpo, ou seja o objeto aparenta estar limpo visualmente; �Quimicamente limpo, ou seja, foram removidos todos os resíduos de produto, por exemplo o detergente; �Desinfetado, a maioria dos microrganismos estão mortas ou ausentes, bactérias patógenas; �Esterilizado, não resta nenhum microrganismo vivo. Uma higienização eficiente (HE), é o resultado da inter- relação entre Energia química, mecânica, térmica e o tempo de duração, conforme equação abaixo: HE = Energia química x Energia mecânica x Energia térmica x Tempo A Energia química são ações de agentes ácidos ou alcalinos ou agentes sanificantes, que eliminam substâncias minerais, orgânicas e microrganismos. A ação química é necessária para a remoção dos resíduos aderidos na superfície, principalmente as que não sai na água por serem insolúveis, foram removidos, são usados na etapa da pré- lavagem. A Energia mecânica é o contato entre os resíduos e os microrganismos utilizando agentes de higienização, esfregando contra as superfícies, ou seja limpeza manual. Em indústrias são utilizados processo CIP (“cleaning in place”), equipamentos tubulares, com uma vazão mais elevada com uma turbulência melhor e remoção mecânica da sujidade. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 23eBook completo para impressão - Higiene e VigilânciaSanitária - Aberto - SER.indb 23 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária24 Figura 2 - Energia mecânica com CIP “Cleaning in place”, utilizadas em indústria alimentícia e farmacêutica Fonte: Wikimedia Clean-in-place (CIP), é um método de limpeza de superfícies internas de vasos, tubos, equipamentos de processo, filtros. Este equipamento é muito utilizado em indústrias que exigem alto nível de higiene: �Laticínios; �Bebidas, cervejas; �Alimentos processados; � Produtos farmacêuticos; �Cosméticos. A Energia térmica quanto maior a temperatura das soluções, maior a eficiência da higienização. É importante um tempo de contato entre os resíduos e os sanitizantes, para que ocorram as reações químicas. Quanto maior o tempo de contato maior o efeito da higienização. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 24eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 24 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 25 De modo geral, a limpeza e a desinfecção pode ser baseada em 4 etapas: Pré-lavagem - Limpeza com detergentes - Enxague - Desinfecção Pré-lavagem A Pré-lavagem, serve para a redução de resíduos presentes nas superfícies dos equipamentos e utensílios. �Água A pré-lavagem utilizando apenas água, ocorre a remoção de 90% dos resíduos solúveis em água. Temperatura ideal é por volta dos 40ºC, pois em temperatura maior, pode ocorrer a desnaturação das proteínas, e quando fria pode ocorrer a solidificação das gorduras. A ação mecânica da água, é responsável pela remoção de resíduos insolúveis e também a diminuição da carga microbiana das superfícies. Em casos que não for possível o uso da água, pode utilizar de modo mais grosseiro, raspagens (ação mecânica) da superfície. Limpeza com detergentes A limpeza com o detergente, tem a finalidade de em contato com a sujidade, separa a sujeira da superfície, e também previne de novas sujidades nas superfícies. Para obter um resultado perfeito, é necessário o entendi- mento das características dos detergentes, suas condições de emprego: �O tipo de sujeira a ser removida; �O tipo de superfície que a sujeira se encontra; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 25eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 25 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária26 �Como aplicar o detergente; � Se é possível o uso do detergente. Para um bom detergente, deve ter as seguintes características: �Emulsificador, ou seja faz com que o óleo se dispersar na água. � Solvente, para dissolver resíduos de alimentos, sobretudo proteínas. �Emoliente, para umedecer os utensílios que serão limpos. �Agent e de dispersão, para lavar tanto em água dura como em branda. �Muito solúvel, é eliminado completamente na água de enxágue. � Inofensivo para o homem, não corrosivo, não tóxico e econômico. Tipos de detergentes Existem três tipos de detergentes, os detergentes alcalinos, ácidos e tensoativos: Detergente Alcalino Remove tipos de sujidade, por emulsificação, peptização e saponificação. Removem resíduos gordurosos e proteicos das superfícies, e possuem também propriedades germicidas. Sua aplicação: 1 a 2% em água a 80ºC pH entre 7 e 14 Tipos de detergentes: �Hidróxido de potássio; �Metassilicato; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 26eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 26 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 27 �Ortossilicato; � Sesquissilicato de sódio e o �Hidróxido de sódio (soda cáustica) mais utilizado, para remover: Resíduos orgânicos; Utilizados em máquinas de lavar pratos; Lavagem de garrafas; Processos automáticos. Detergente Ácido O Detergente ácido, é indicado para sujidades, os que não foram removidos por detergentes Alcalinos. � Incrustações minerais formados como as de água dura; � de água dura; � depósitos calcários. As soluções ácidas são produtos de ácidos inorgânicos e orgânicos que podem serem usados associados ou individualmente. Ácidos orgânicos: lático, cítrico, tartárico, levulínico, glucônico e hidroxiacético; Ácidos inorgânicos: sulfúrico, clorídrico, fosfórico e nítrico. Os ácidos orgânicos são forte, mas são caros. São usados em condições especiais, em superfícies muito incrustadas, tomando todo o cuidado com o manuseio. + OBSERVAÇÃO eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 27eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 27 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária28 Detergente Tensoativo São detergentes também chamados de surfactantes, são substâncias que diminuem a tensão superficial. Estes detergentes apresentam grupos polares hidrofílicos (afinidade pela água) e grupos apolares lipofílicos (afinidade óleos e gorduras), com isso tem a capacidade de reduzir a tensão superficial. Estes detergentes também são conhecidos como detergentes: sintéticos, umectantes, umedecedores, emulsificantes, entre outros. Enxágue Depois da lavagem com detergentes, deve fazer o enxágue com água limpa, a fim de remover resíduos suspensos. O enxágue é muito importante, pois caso não ocorra a remoção 100% dos resíduos, ocorrerá interferência na próxima etapa que é a desinfecção. �Remoção detergente base Após a lavagem com alcalinos, deve fazer o enxágue por completo, para ter a certeza da remoção completa, fazer o seguinte teste: 1. Uma amostra da água de enxague; 2. Adicionar gotas de fenoftaleína; 3. A água deve permanecer incolor, indicando pH abaixo de 8,3. �Remoção detergente ácido Após a lavagem com detergente ácido, pode ser avaliada: 1. Uma mostra da água de enxague; 2. Adicionar indicador metirolange, para verificar se foi feito o enxágue 100%; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 28eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 28 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 29 3. A cor da água deve ficar amarela; 4. Resultando pH próximo da neutralidade. �Temperatura 1. Se possível, o enxague pode ser feito com água: 2. Na temperatura acima de 70ºC; 3. Favorece a eliminação de micro-organismos; 4. Ocorre a evaporação da água das superfícies. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 29eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 29 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária30 Tipos de desinfecção As etapas acima mencionadas, pré-lavagem, limpeza com detergente e enxágue, ocorre uma redução da carga microbiana, mas não índices considerados aceitos. Se for usar um tipo de equipamento para fazer a desinfecção, deverá ter os seguintes fatores: � estar adequadamente limpo, para poder fazer a desinfecção com eficiência; � qualidade da água; � tempo de contato; � espécies de microrganismos; � grau de contaminação; � resistência do micro-organismo ou tolerância ao desinfetante; � tipo de superfície. Para melhorar o efeito da desinfecção, pode utilizar mais de um tipo de desinfetante, cada um para cada situação, ou pode fazer a utilização de modo alternado, ou seja rodízio. A desinfecção pode ser feito por meio físicos e por meios químicos, sendo por meios químicos o mais comum. É a última etapa, indispensável geral de higienização. A eliminação de micro-organismos patogênicos e diminuição de alteradores, até nos níveis seguros considerados na superfície de utensílios e equipamentos. OBJETIVO eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 30eBook completopara impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 30 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 31 Meios físicos Calor �Vapor: são jatos de vapor: Por 15 minutos a 77ºC; Por 5 minutos a 93ºC ou Ou 1 minuto vapor direto; �Água quente: 77ºC exposição de 2 minutos, utilizado em casos de xícaras e utensílios; 77ºC exposição de 5 minutos, utilizado em equipamentos de processamento de alimentos; �Ar quente: 90ºC exposição de 20 minutos; Radiação ultravioleta (UV) A Radiação ultravioleta é a radiação eletromagnética, usada pelo seu efeito bactericida, em áreas processamento, câmeras, laboratórios e fluxos laminares para microbiologia e em plástico para embalagens de leite. Existem de dois tipos de lâmpadas especiais: �De argônio-mercúrio, utilizado para áreas pequenas; �De mercúrio-quartzo, utilizado em instalações maiores e também em funcionamento sob pressão. Elas emitem radiação na faixa de comprimento de onda de 900 a 3.800 Å, sendo a de 2.600Å, considerada a zona mais letal. Desvantagens: �Alto custo, devido o consumo de energia elétrica e � Precisa ser substituída a cada 6 meses, pois sua eficácia vai decaindo com o uso. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 31eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 31 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária32 Vantagens: �Não conferem sabores indesejados; �Não apresentam resíduo tecidual; �Atuem superficial. Meios químicos São os tipos de meios mais utilizados, por serem mais econômicos, sendo os compostos: �Agentes químicos ativos: clorados; iodados; quaternários de amônio; � Produtos desinfetantes: biocidas. Compostos clorados Os compostos clorados encontram-se na forma de cloro líquido, hipocloritos, dióxido de cloro, cloraminas orgânicas e inorgânicas. O cloro é o composto mais utilizado, com sua ação germicida à combinação com radicais oxidáveis. Tanto os compostos clorados inorgânicos como os orgânicos podem serem utilizados em formulações com substâncias detergentes, desde que compatíveis para que não haja redução ou inativação dos princípios ativos. Tais combinações originam os detergentes – desinfetantes à base de cloro. Os compostos clorados para minimizar a sua instabilidade, principalmente os inorgânicos, deverão seguir as seguintes regras, com os compostos clorados, particularmente dos inorgânicos: �Armazenar em recipientes bem fechados e escuros; �Armazenar em locais ventilados; �Em locais de temperaturas não elevadas; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 32eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 32 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 33 Compostos clorados principalmente os inorgânicos, em contato com a luz decompõe os produtos clorados, e com a temperatura elevada, ocorre a sua volatização. + OBSERVAÇÃO Não estabilizado (Inorgânico) Os compostos clorados inorgânicos, apresenta em sua composição, uma carência de ácido cianúrico. O Hipoclorito de sódio, possui fácil manuseio e armazenagem, possui ação rápida, ajuda na correção da dureza da água e praticamente não cria resíduos, quando comparados aos outros compostos. O Hipoclorito de sódio, é o mais utilizado em ambientes fechados, pois possui menor resistência aos raios solares. Tabela 1 - Principais compostos clorados inorgânicos. Fonte: Editorial Telesapiens Estabilizado (Orgânico) Os compostos clorados orgânicos, são estabilizados, ou seja possuem a grande vantagem na sua dissociação de liberar o ácido cianúrico, do qual ocorre a estabilização do cloro na água. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 33eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 33 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária34 Tabela 2 - Relação dos principais compostos inorgânicos clorados Fonte: Editorial Telesapiens Produção de alimentos Para o preparo dos alimentos comerciais, produtos a base de cloro, são utilizados para eliminar bactérias de origem alimentar, tais como Eschirichia coli, Salmonella e Campylobacter, com a higienização das embalagens, a fim de manter os alimentos frescos e seguros, na preparação de geleias e molhos e também para realçar o sabor dos alimentos. Tabela 3 - Uso do cloro na indústria de alimentos, na Temperatura aproximadamente 20-25ºC. Fonte: Editorial Telesapiens O Dicloro é um pó branco, que não altera o pH da água, ele dissolve rapidamente. Baixo consumo, fácil manuseio e em sua composição não possui cálcio. O Dicloro é comercializado em um pó branco que dissolve rapidamente já o tricloro é comercializado na forma de tabletes (pastilhas), que dissolve lentamente na água. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 34eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 34 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 35 Medicina O cloro está presente nos medicamentos, em sua formulação final ou até mesmo como parte do processo de produção, como também os remédios de diversos tratamentos como o de Aids, artrite, alergias, câncer, diabetes, depressão, infecções, pneumonia, doenças cardíacas, hipertensão. Também é utilizado para a proteção de infecção hospitalares os pacientes, utilizando nas limpezas como desinfetantes nas áreas de trabalho, matando as bactérias em diversas partes. Utilizadas também em tubulações, do qual as bactérias podem viver em sistemas de ar condicionado do hospital. O uso do cloro também é muito importante em produtos médicos, como por exemplo: �Bolsas de sangue; �Cateteres; �Equipamentos de diálise e transfusão; �Luvas cirúrgicas; � Próteses; �Embalagens para preservar e proteger medicamentos; �Marcapassos. Tabela 4 - Uso de cloro para desinfecção de equipamentos, pH 7,5 – 8, na temperatura de 20 – 25ºC. Fonte: Editorial Telesapiens eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 35eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 35 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária36 Os compostos de cloro, são bons antibacterianos, e quando usados na concentração certa, não apresentam sabores nos produtos. Mas na presença de alguns produtos orgânicos, podem apresentar ineficiência. Hipocloritos são os mais utilizados (hipocloritos de sódio e o de cálcio). RESUMINDO Quando em solução muito concentrada, pode ocorrer especialmente as ligas de alumínio corrosão. Compostos de iodo Os compostos de iodo, também é utilizado como desinfetantes, possuem em diversas formas: �Tintura de iodo; � Solução de iodo alcoólico; � Solução que contém iodo metálico; � Iodeto. São ligeiramente solúveis em iodeto de potássio e soluções alcoólicas. Devido baixa solubilidade do composto de iodo com a água, é usual a mistura ser feita do iodo com um agente tensoativo não iônico. Segue abaixo algumas características dos iodóforos desinfetantes: �Eliminam um largo espectro de bactérias; �Boa estabilidade; �Não são afetados pela água dura; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 36eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 36 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 37 �Relativamente não corrosivos e não penetrantes à pele; �Mais rápido que o hipoclorito, para eliminar as células de levedura; � São inativados na presença de sujidades e resíduos alimentares; �A perda de cor indica inatividade do produto. Os compostos de iodo são mais claro que o cloro, suas soluções são preparadas em concentraçõesde 25 a 50mg/L de iodo ativo com pH inferior a 4. Os iodóforos como desinfetantes são eficientes contra todos os micro-organismos Gram+ e Gram-, são moderadamente sobre fungos, leveduras e vírus, mas não são eficientes sobre os bacteriófagos e esporos bacterianos. + OBSERVAÇÃO Biguanida Este produto é indicado para limpeza, desinfecção e desodorização em hospitais, indústrias farmacêuticas, clínicas, consultórios. Também utilizada como desinfetante em indústrias de alimentos, sendo por manipuladores, utensílios e em equipamentos. Utilizada para todos os tipos de superfícies laváveis, equipamentos, louças sanitárias. As Biguanidas são também recomendadas em processa- mento de queijos, no controle microbiológico de salmouras. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 37eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 37 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária38 Elas possuem amplo espectro sobre bactérias Gram positivas e Gram negativas. Não são corrosivas, podendo usar em superfície metálica. As biguanidas são polímeros catiônicos, a mais conhecida é a clorexidina, em contato com sais minerais ela pode ser precipitada. Seu mecanismo de ação, infiltra nas células levando a destruição da membrana citoplasmática e da parede. Também atua como fungistático. Vantagens: �Ação Rápida; �Amplo espectro; �Ativo na presença de materiais orgânicos; �Baixa toxicidade; �Compatível com sabões e detergentes; �Efeito residual na superfície; �Estável quando concentrado ou diluído; �Não corrosivo. Ácido Peracético O ácido peracético, é um líquido incolor levemente amarelo, e seu odor é semelhante ao vinagre. É uma mistura em equilíbrio de peróxido de hidrogênio, ácido acético e água. Sendo um produto corrosivo e tóxico. Ácido acético Ácido peracético eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 38eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 38 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 39 No Brasil, foi incluído o Ácido Peracético, como desinfetante e esterilizante pela Portaria nº 15 de 23/08/1988 da ANVISA, e também foi o princípio ativo autorizado pelo Ministério da Saúde. Utilizado em diversas áreas, como desinfecção em equipamentos por exemplo dialisadores usados na hemodiáilise. Suas características: � altamente eficaz; � baixo custo; � agentes esterilizantes, fungicidas, bactericidas, viricidas e esporicidas; �Utilizados em laboratórios: vidros, polietileno, polipro- pileno, porcelana e teflon; �Utilizados em indústria: Polietileno, PVC e aço inoxidável; � Irritante para a pele e mucosa; �Necessidade do manuseio com Equipamentos de Proteção Individuaol (E.P.I). Encontra-se em mercados o ácido peracético a 2 e 4% e de peróxido de hidrogênio de 7 e 20%. Com modo de usar, fazendo a diluição, finalizando o ácido peracético de 300 a 400mg/L. Compostos quartenários de amônio (CQA) São compostos catiônicos, tensoativos, apresentam pouca atividade como detergentes, mas tem bom resultado na atividade de germicida. Mecanismo de ação: Ocorre a desnaturação proteica, inibição enzimática e lesão da membrana citoplasmática, levando ao vazamento dos constituintes celulares. Os CQA, são mais eficazes com as bactérias Gram- negativas (coliformes e psicrotróficos), do que as bactérias Gram-positivas (Staphylococcus spp e Streptococcus spp). eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 39eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 39 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária40 Os CQA não são eficazes contra bacteriófagos e também não apresentam atividade esporicida, ou seja não tem ação de eliminar, matar os microrganismos, mas pode ter a função de esporostáticos, ou seja impede a multiplicação do microrganismo. Apresentam boa atividade sobre as leveduras e fungos. + OBSERVAÇÃO Outras características: �Desinfetantes em equipamentos, ambientes e utensílios; �Concentração 200 a 400mg/L, pH 9,5 a 10,5 por 10 a 15 minutos; �Não irritantes a pele; �Não tóxicos; �Estáveis a mudança de temperatura; � Solúveis em água e boa penetração; �Mais caro que os compostos clorados. Dos CQA, o cloreto de benzalcônio é o de primeira geração. Peróxido de Hidrogênio Peróxido de hidrogênio é conhecido comercialmente como água oxigenada, em solução aquosa, é um líquido claro de fórmula química H2O2. É um forte oxidante, devido a liberação do oxigênio, utilizado como agente bactericida e esporicida. Tem sido utilizado em esterilização de embalagens de produtos assepticamente embalados na desinfecção de utensílios e equipamentos na indústria de alimentos. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 40eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 40 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 41 Principais carcterísiticas: �Baixa toxicidade; �Não requer enxague; �Baixo efeito residual; �Corrosivo para cobre, bronze e zinco. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 41eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 41 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária42 Detergentes-desinfetantes e qualidade da água São produtos com formulações que unem agentes de limpeza com agente antimicrobiano. Com esta associação, se utiliza em uma única etapa a limpeza e a desinfecção em um único procedimento. OBJETIVO São produtos indicados para situações de superfícies lisas e com pouca sujidade. São econômicos, mas eficazes em ambientes com pouca sujidade, pois perde a sua eficácia com a presença de resíduos orgânicos. Aspectos legais Detergentes-desinfetantes são conhecidos como saneamentos domissanitários, utilizados em ambientes: � domésticos, � coletivos, � públicos ou � privados. Regulamentado pelo Ministério da Saúde, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Publicado Resoluções RDC nº 14/07 e RDC nº 40/07, pela citada agência, a legislação referente a esses produtos foi harmonizada com os Estados Unidos, Mercosul e União Europeia. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 42eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 42 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 43 Os detergentes-desinfetantes, são produtos que só podem serem comercializados, após a sua comprovação antimicrobiana, e também devem serem registrados como os detergentes extremamente alcalinos ou ácidos. Os detergentes-desinfetantes, antimicrobianos, devem ser registrados como “desinfetantes para indústria de alimentos e afins”. Devem constar no rótulo o registro do Ministério da Saúde e à notificação. E também constar no rótulo: “Produto notificado na Anvisa/MS”. Por se tratar de produtos desinfetantes associados ao antimicrobianos, ocorreu diversas especulações sobre uma possível indução de resistência bacteriana aos antibióticos, presentes nestes produtos. Os detergentes-desinfetantes tem ação biocida, ou seja, ação letal sobre os organismos vivos, os microrganismos. As bactérias Gram-negativas, são mais resistentes aos biocidas-desinfetantes, do que as bactérias Gram-positivas. Métodos de Higienização Para que um programa de higienização seja eficaz, são necessário métodos adotados com instalações, utensílios, equipamentos e manipuladores. Figura 3- Diversos métodos para higienização correta Fonte: Pixabay eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 43eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária- Aberto - SER.indb 43 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária44 Higienização manual É o tipo de higienização que é necessário uma abrasão adicional. Utilizam detergentes média ou baixa alcalinidade, com temperatura no máximo 45ºC. Tem que ter cuidado na escolha de escovas, esponjas, para evitar as ranhuras, pois pode instalar nas ranhuras os microrganismos. Higienização por imersão Utilizados detergentes de baixa e de média alcalinidade, também detergentes desinfetantes à base de iodo e cloro. Os equipamentos são desmontados e as pequenas peças são emergidas com ou sem agitação. E também utilizado para a limpeza de tubulações (válvulas, tachos, conexões e tanques). Higienização por meio de máquinas lava-jato tipo túnel Nos restaurantes industriais, é utilizado este processo na higienização das bandejas e talheres. E nas indústrias de laticínios, são utilizados nos latões, utilizados para transporte de leite. Figura 4- Túnel de lavagem Fonte: Adaptado Editorial Telesapiens eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 44eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 44 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 45 Como não tem contato com os agentes químicos, a higienização, pode ser feita com detergentes de elevada alcalinidade, como por exemplo o hidróxido de sódio, ou pode ser também ácidos como o fosfórico ou nítrico, pois este tipo de higienização não tem contato manual. Esta máquina pode funcionar com a água entre 70 e 80ºC, ou atuar como agente desinfetante com vapor direto. Higienização por meio de equipamentos spray Este tipo de processo pode ser feito a altas ou baixas pressões. O aparelho é uma pistola e um injetor (shamporizador). Pode utilizar água para a pré-lavagem e enxágue, e também pode ser usado em soluções desinfetantes e detergentes. É importante que este agente químico não agride os manipuladores. � Soluções de baixas pressões: entre 5 e 10 Kgf/cm2 Utilizados para higienização de superfícies externas de equipamentos, tanques, paredes, pisos, entre outros. � Soluções de altas pressões: entre 40 e 60 Kgf/cm2 Utilizados para higienização de superfícies externas principalmente na lavagem de caminhões de transportes. Em casos da higienização de altas pressões, é necessários ser feito por pessoas treinadas, para que não danifique eletrônicas de equipamentos e partes elétricas. Higienização por nebulização Utilizado principalmente na remoção de microrganismos contaminantes de ambientes. Os equipamentos tem a função de produzir névoa da solução desinfetante, por exemplo amônio quartenário, com isso levando a diminuição para os padrões aceitáveis. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 45eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 45 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária46 Higienização por circulação Sistema permanente e automático (cleaning in place – CIP), no qual as tubulações e os equipamentos são higienizados sem desmontagem e a partir de tanques com produtos de limpeza. Podem ser utilizados agentes ácidos mais fortes e alcalinos, em temperatura mais elevadas, quando comparada aos outros métodos de higienização. São higienizados: válvulas, bombas, tubulações, centrífugas, evaporadores e pasteurizadores. Higienização por espuma e por gel São utilizados em paredes, pisos, veículos, partes externas de equipamentos e também em locais de difícil acesso. A utilização de um agente espumante ou um formador de gel, por ter maior tempo de contato com a sujidade, aumentando a eficácia da higienização. Devido a espuma, facilita a visualização o local da higienização, mas tem a desvantagem de que tem a necessidade do controle da umidade da espuma (aparelho gerador de pressão). Qualidade da água A qualidade da água é essencial para um bom funcionamento das empresas alimentícias, utilizada em diversas áreas: �Operação de limpeza e desinfecção; � Processamento; �Transferência de calor; � Produção de vapor. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 46eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 46 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 47 Para a limpeza, a dureza da água é muito importante. A dureza da água, está relacionada com a concentração de íons de determinados minerais, explicando melhor, águas duras contém sais de magnésio e cálcio, em concentrações elevadas. Água dura, além da concentração elevada de Cálcio e Magnésio. Eventualmente também pode ter Estrôncio, Ferro, Zinco e Alumínio. A água é composta por duas partes: �Temporária: Estão presentes bicarbonatos e carbonatos, podem ser eliminadas por meio de fervura da água; � Permanente: Estão presentes cloretos, sulfatos e nitratos, não são eliminadas por fervura da água, necessitam de tratamentos especiais para serem eliminados. A soma da temporária com a permanente dá-se o nome de “Dureza Geral” ou “total” da água. A dureza da água é medida com base na quantidade de partes por milhão, ppm, de carbonato de cálcio CaCO3, ou representado como mg/L de Cálcio CaCO3. Em relação à dureza, a água pode ser classificada: �Água mole → 0 a 60 ppm. �Água moderadamente dura → 60 a 120 ppm. �Água dura → 120 a 180 ppm. �Água muito dura → mais que 180 ppm. Para saber se a água é dura ou mole, tem o método caseiro, que é o teste de espuma. Se a pasta de dente fazer muita espuma é porque a água é mole. Mas se fizer pouca espuma é porque que a água é dura. Para a indústria há a necessidade da diminuição da dureza. O melhor é a própria indústria tratar a sua água, para evitar possíveis problemas com a fonte fornecedora. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 47eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 47 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 48eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 48 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 49 UNIDADE 02 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 49eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 49 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária50 Na indústria a bactéria é muito importante para a produção de diversos produtos, mas temos diversas espécies de bactérias patogênicas que provocam doenças infecciosas, podendo levar até ao óbito. O Bacillus Cereus possui dois tipos distintos de doenças. O Staphilococcus aureus é considerada a mais perigosa. O Botulismo é classificado em 3 tipos de patologias. Você sabia que C.Perfringers, atualmente é considerado um dos agentes mais envolvidos nos surtos por toxinfecções alimentares, mundialmente. Você sabia que Infecção por Campylobacter jejuni pode desencadear reflexos anatomofuncionais como a Síndrome de Guillain-Barré. E tem também a infecção por E. coli O157:H7, sendo tão grave que pode causar sérias complicações como a Síndrome hemolítico-urêmica. E as infecções causadas pelas bactérias do gênero Salmonella, são consideradas universalmente as mais transmitidas por alimentos. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 50eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 50 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 51 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimentodas seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS 1 Descrever sobre os agentes bacterianos não patógenos e patógenos Bacillus Cereus; 2 Compreender sobre os agentes bacterianos Staphylococcus aureus; 3 Saber sobre os agentes bacterianos Clostridium Botulinum e Clostridium Perfrigens; 4 Entender sobre os agentes bacterianos Campylobacter, Escherichia coli e Salmonelose. Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 51eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 51 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária52 Agentes bacterianos OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de entender sobre os tipos de Agentes Bacterianos não patogênicos e os patogênicos Bacillus Cereus, compreenderá sobre os agentes bacterianos Staphylococcus aureus, também falaremos sobre os patógenos Clostridium Botulinum, conhecido como botulismo e Clostridium Perfrigens e finalizaremos com os Campylobacter, Escherichia coli e Salmonelose. Com o conhecimento, resultará em um trabalho mais seguro e eficaz. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Descrever sobre os agentes bacterianos não patógenos e patógenos bacillus cereus As bactérias estão em todos os lugares, habitam no solo, na água, em resíduos radioativos, em fontes termais ácidas até na profunda biosfera da crosta terrestre e até mesmo dentro dos nossos corpos. Estudos apontam que existem aproximadamente em um corpo humano de 70kg com 1,70 metros de altura, 39 trilhões de células bacterianas (em microbiota intestinal), ou seja o equivalente de 30%, sabendo que existe 30 trilhões de células no corpo humano. As bactérias são classificadas como procariontes, unicelu- lares, não possuem núcleo protegidos por membrana e nem cloroplastos ou mitocôndrias. As bactérias não possuem organelas (mitocôndrias, cloroplastos), e seu material genético está disperso no citoplasma, com ausência de um núcleo delimitado, e a maioria possui apenas um único cromossomo circular. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 52eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 52 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 53 Figura 1 - Célula procarionte flageladas e suas estruturas Fonte: Wikipedia Devido os efeitos do nosso sistema imunológico, as bactérias tornaram inofensivas, sendo algumas até benéficas (por ex. microbiota intestinal), mas temos diversas espécies de bactérias patogênicas que provocam doenças infecciosas. Existem bactérias fatais, por exemplo a mais comum a tuberculose, por infecção respiratória, consegue matar cerca de 2 milhões de pessoas por ano, sendo uma boa parte na África subsaariana (Sul da África). Na indústria a bactéria é muito importante para a produção do produto ou mesmo a fim de reduzir ou até mesmo inibir a contaminação por microrganismos deteriorante e/ou patogênicos, segue abaixo alguns exemplos: �Leites fermentados (por ex. Lactobacillus casei); �Queijo, iogurte, coalhada (Streptococcus thermophilus, Lactococcus cremoris); eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 53eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 53 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária54 �Vinagre (família Pseudomonodaceae - bastonetes Gram negativas; acetobactérias); A biodiversidade, são conjunto de todas as espécies de seres vivos existentes na biosfera, estabelecendo diferentes tipos de comunicações. (Germano & Germano, 2015); � Simbiose: associação entre duas espécies distinta, mas independente sem prejuízo; �Mutualismo: associação entre duas espécies mas ambos são beneficiados (por ex. síntese da vitamina K pela bactéria no nosso intestino Escherichia coli); � Parasitismo: interação entre duas espécies mas uma se beneficia, como microparasitas (por ex. bactérias, protozoários, vírus, espiroquetas, micoplasmas, fungos e clamídias); �Citofilismo: A preferência que os agentes exigem para sobreviver (por ex. os vírus necessitam de sobreviver dentro da célula, intracelular). Os que se adaptam melhor são os simbióticos, protegem o hospedeiro dos agentes patogênicos pela competição de nutrientes e receptores e também produzem substâncias bactericidas e anticorpos naturais. Bactérias patogênicas As Bactérias patogênicas utilizam diversos meios para sobreviver, ou seja, com a finalidade de viver em seu habitat natural: (Germano & Germano, 2015) �Utilizam reservas metabólicas de seu hospedeiro; � Se reproduzem, multiplicam; �Algumas se deslocam, espalham pelos organismos; �Disseminam, para atingir outros hospedeiros; �Destruir o hospedeiro ou pelas barreiras imunológicas ser destruídas; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 54eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 54 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 55 A contaminação por bactérias, causam diarreias, representando a principal causa de mortalidade entre as crianças em países em desenvolvimento. Devido a isso, constitui um dos maiores problemas de saúde pública. As bactérias patogênicas são as que causam, doenças transmitidas por alimentos (DTA), conhecidos como microrganismos intoxicantes e infecciosos: Os microrganismos que causam as doenças por transmissão do alimento, são divididos em dois grupos: � Intoxicações: É a ingestão de uma exotoxina substância química, secretada por células microbianas no seu processo de multiplicação, no alimento que foi ingerido. Agentes intoxicantes: Bacillus cereus, Staphylococcus aureus e Clostridium botulinum; � Infecções: É a ingestão de células microbianas intactas, em um alimento, do qual continuam no intestino com o processo de desenvolvimento. Agentes infecciosos: Salmonella, Compylobacter e Escherichia coli patogênicas; O modo de infecção pode ser o contato direto com o produto contaminado por meio de ar, comida, água e insetos. Podendo ser evitados por meio da higiene, fervendo a água, lavando as mãos, os alimentos, esterilizando os instrumentos de uso, entre outros. Considerando que todos os alimentos já são naturalmente contaminados, por diversos tipos de microrganismos, temos que nos preocupar com a multiplicação e consequência contaminação devido a manipulação inadequada. A Vigilância Sanitária de alimentos, devido o grande número de microrganismos envolvidos, a sua variabilidade, diversidade de produtos que podem estarem contaminados (origem animal, vegetal), a toxinfecções ocupa um destaque. Toxinfecção alimentar, é um tipo de Doença Transmitida por Alimentos (DTA), obtida pela ingestão do alimento que eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 55eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 55 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária56 está contaminado por microrganismos patogênicos do qual produzirão no trato gastrointestinal toxinas. Sabendo-se que a contaminação por manipulação inadequada ou ambiental, pode ocorrer em qualquer momento do trâmite do alimento, cadeia alimentar, os que produzem, ao vender, durante o transporte, no momento de receber, no preparo do alimento, no servir o alimento, sendo estes manipuladores transportadores de microrganismos: � Parte externa do corpo (pele, mão, cabelo); � Parte do sistema respiratório (boca, nariz, garganta); � Secreções (suor, saliva, urina, fezes) Para a segurança de que os alimentos cheguem de modo seguro até o consumidor, medidas devem ser adotadas, para ocontrole de cada etapa da cadeia produtiva. Agentes bacterianos bacillus cereus O Bacillus Cereus é uma bactéria beta-hemolítica, gram- positiva, no formato cilíndrico endêmica, que vive no solo, sendo considerados contaminantes inofensivos, mas tem algumas espécies que são produtoras de toxinas. Figura 2 - Imagem Bacillus cereus, visto microscopicamente, tamanho desta previsualização: 800 × 527 pixels. Fonte: Wikipedia eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 56eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 56 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 57 Esta bactéria pode ser encontrada em diversos tipos de alimentos de origem vegetal, animal, sendo considerado hoje responsável pelos surtos de DTAs em até 25%, do total, no âmbito mundial. Esta espécie possui dois tipos distintos de doenças, que são transmitidas pelo alimento: 1. Síndrome emética (induz o vômito), é o consumo de toxinas encontrados em arroz cozido; produtos amiláceos (fontes do amido), cereais, principalmente o arroz. A forma emética pode ter o período de incubação de 30 minutos até 6 horas, predominando náusea e vômito, porém em alguns casos pode ocorrer cólica abdominais e/ou diarreia, por um período de 24 horas, porém pode ser fatal a toxina. (Prevention, 1994). Uma vez instalada a toxina da B. cereus no arroz, não inativa com o reaquecimento do alimento contaminado. + OBSERVAÇÃO Ocorre a “Síndrome do arroz frito”, é a proliferação da bactéria causado por deixar o arroz em temperatura ambiente por horas, como em “buffet”. Também chamado de “Síndrome dos restaurantes chineses”, devido as ocorrências de surtos nos restaurantes chineses. 2. Doença diarreica após consumo de carnes, alguns produtos lácteos contaminados, molhos. Na doença diarreica, a bactéria produz enterotoxinas pelas células vegetativas no intestino delgado do hospedeiro. São comuns este tipo de bactéria, em ambientes estressantes (comerciais, indústrias), sendo observado as superfícies não higienizados e sendo manipulados os alimentos com pessoas sem treinamento adequado. (Germano & Germano, 2015) eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 57eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 57 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária58 Aspectos gerais O Bacillus cereus, são bactérias beta-hemolítica, considerada endêmica ou seja atinge uma população ou até mesmo uma região geográfica específica, elas produzem exoenterotoxina e também formadora de esporos (estrutura protetora). Esporos é uma camada que protege a bactéria, para a sua proteção, tornando mais resistente a ataques físicos e ataques químicos de desinfecção e esterilização. Na fase dos esporos, não se multiplicam e nem crescem, reduzindo a sua atividade respiratória. Podem sobreviver em formato de esporos durante anos, se mantido em ambiente seco e temperaturas usuais. Até o ambiente se tornar favorável e voltar a se reproduzir e multiplicar. A quantidade de B.cereus superior a 106 organismos/g, já é um sinal de ocorrer a multiplicação deste agente, levando ao risco de saúde. Com esta multiplicação que ocorre as produções das toxinas entéricas e emética (provoca vômito), além das hemolisinas I e II e a fosfolipase. Hemolisina são exotoxinas que provocam a lise (quebra) dos eritrócitos, podendo causar a anemia. Estudos apontam que encontram este tipo de bactérias em bancadas que são utilizadas para alimentos crus e cozidos e em setor de pré-preparo de vegetais; Características gerais Principais fatores que facilitam o crescimento da Bactéria B. cereus: �Temperatura entre 4º e 55ºC, sendo o valor ideal para o crescimento entre 30º e 40ºC. A toxina diarreica é destruída a 56ºC por 5 minutos (inferior a pasteurização) e a toxina emética é destruída a 126ºC por 90 minutos eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 58eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 58 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 59 + OBSERVAÇÃO Temperatura de cozimento abaixo de 100ºC, pode ocorrer de não conseguir eliminar 100% dos esporos da B.cereus, sendo agravado o problema se a refrigeração for feita indevidamente, causando germinação dos endósporos. A germinação em sua maioria ocorre entre 10ºC e 50ºC, resultando em produção de enterotoxinas. � pH O pH entre os valores 5.0 e 9.3, são ambientes propício ao crescimento da bacillus cereus. Para causar a instabilidade, o pH tem que estar inferior a 4 ou superior a 11. Diagnóstico Verificar o período de incubação, a evolução, e o tipo de alimento suspeito, assim consegue diagnosticar a toxinfecção pela Bactéria Bacillus cereus. Tratamento �Antiespasmódico, Antidiarreicos; � Soluções hidratantes com carboidratos ou glicose a 2% e 5% a 90mEq/L de sódio, tratar ou prevenir a desidratação; �Dieta hídrica – caldos de carne, legumes ou frango. Caso não pare nenhum alimento, fazer por via intravenosa a reidratação, principalmente as crianças. Os Antibióticos não são eficaz nos casos de gastroenterites tóxicas eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 59eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 59 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária60 Controle � Fazer o cozimento em temperatura acima de 100ºC; �Consumir em temperatura quente e aquecer em temperatura suficiente para a eliminação da contaminação; �Alimentos cozidos preferencialmente por vapor sob pressão, grelhados, assados, fritos; � Se fizer o resfriamento deve ser rápido; � Se caso conservar sobre o calor, manter acima de 60ºC; �Reaquecimento fazer acima de 72ºC; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 60eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 60 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 61 Compreender sobre os agentes bacterianos staphylococcus aureus Figura 3 – Staphylococcus aureus com técnica de Gram Fonte: Wikimedia Os Staphylococcus aureus, são Gram-positivos, aeróbios, ao exame microscópio consegue visualizar na forma de esferas (cocos), aparecendo aos pares, cadeias duplas ou em cachos agrupados (parecendo cachos de uvas) As bactérias do gênero Staphilococcus, sendo a bactéria mais comum a Staphilococcus aureus e a mais perigosa. São frequentemente encontradas nas fossas nasais e na pele em pessoas saudáveis, normalmente integrante da flora residente no corpo. Mas pode provocar doença desde uma simples infecção por exemplo uma acne, ou até mesmo infecções graves como uma meningite. OBJETIVO Essa bactéria é transmitida pelo contato direto com uma pessoa contaminada, por um objeto contaminado, ao inalar gotículas infectadas, ao tossir, espirrar. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 61eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 61 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária62 Em saúde pública, na área da Vigilância Sanitária de alimentos, o S. aureus, é considerado um dos surtos mais frequentes, causadores de toxinfecção, considerando a importância dos manipuladores de seguir as etapas de processamento dos alimentos a fim de evitar a contaminação. Fatores específicos Staphylococcus aureus é um patógeno oportunista, associado a infecções em comunidades e hospitalares. Produzem toxinas, secretam ou ficam expostas em superfícies, ocorrendo a destruição das células humanas. �Toxina da Síndrome de choque: Reações imunitárias, ativando de forma não específica os linfócitos; � Possuemcápsulas que dificultam a fagocitose; � Proteína A: Neutraliza a função do Anticorpos circulantes da classe IgG; �Toxina alfa: Na membrana das células, formam poros ocorrendo a destruição, geralmente atacam músculo liso vascular; �Toxina beta ou esfingomielase C: Degrada lipídios, destrói diversos tipos de células; �Toxinas esfoliativas: Destroem os desmossomas (que unem as células da pele), ocorre a perda da camada epidérmica (esfoliação); �Enterotoxinas: Gastroenterite, devido a contaminação de alimentos por S.aureus, ocorrendo danos aos tecidos; São produzidas diversas toxinas, sendo designadas pelas letras: A, B, C (C1 e C2), C, D, E, F e G. Geralmente os surtos ocorrem devido as enterotoxinas A e D, das quais são devido o alimento. A dose mínima que resulta em intoxicação estafilocócica é inferior a 1mg. Ou seja é alcançado em um alimento contaminado, com um número de células bacterianas 100.000/g. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 62eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 62 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 63 Característica A S. aureus possuem as seguintes características de coagulase positivo, oxidase negativo, catalase positivo e anaeróbio facultativo. Temperatura � Se multiplica entre 7º e 48ºC (sendo 37ºC ápice do desenvolvimento); �Enterotoxina é produzida quando se encontra na temperatura entre 10 e 48ºC (40 a 45ºC é o ápice da produção) Patologias causadas por S.aureus Staphylococcus aureus, é uma bactéria que pode provocar diversos tipos de patologias: Figura 4 - Infecção da pele, foliculite, causada pelo staphylococcus aureus Fonte: Wikimedia �Gastroenterite estafilocócica: Devido alimento contaminado. Sendo comum em presunto, carnes com sal. � Síndrome de pele escaldada estafilocócica: Produtor de toxina esfoliativa, causando aparecimento de eritemas (vermelhidão na pele); � Impetigo: Infecção na pele, progredindo com formação de pús; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 63eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 63 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária64 Síndrome do choque tóxico, é o acúmulo de sangue menstrual devido o uso de absorvente interno por um longo período (mais de um dia), sendo este absorvente feito de fibras sintéticas associadas com produtos químicos que potencializou a sua replicação. Devido a isso os fabricantes retornaram à produzir com fibras de algodão. + OBSERVAÇÃO Alimentos envolvidos São os alimentos de alto teor de proteínas e de umidade como carnes (bovinos), suínos, aves, ovos, carcaças de frango, leite e seus derivados; e também encontra em tortas, doces com cremes e bombas de chocolates; Fatores de risco As pessoas que são mais predispostas a adquirir S.aureus, são pessoas imunocomprometidos. �Mães que amamentam e recém nascidos; � Pacientes com doenças crônicas broncopulmonares, leucemia, influenza, tumores, diabetes melito e doenças cutâneas; �Foliculite: Infecção com pús (furúnculo); �Endocardite: Infecção no coração (bacteremia); �Osteomielite: Infecção óssea; �Pneumonia: Contaminado pela aspiração da comida semi-digerida; � Síndrome do choque tóxico: Ocorre devido a resposta do linfócito T as toxinas produzidas pelas bactérias S.aureus; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 64eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 64 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 65 � Pacientes transplantados; � Pacientes que recebem irradiação, esteroides, quimioterapia; � Pacientes com doença renal crônica, em diálise; �Usuários de drogas por meio de injetável; � Pacientes com feridas abertas, queimaduras; Pacientes hospitalizados podem adquirir de outras pessoas, funcionários de hospitais e também objetos do hospital, a contaminação ocorre principalmente em pessoas imunocomprometidos. Diagnóstico O diagnóstico é feito pela coloração de Gram e também por meio de cultura, levantado pelo material contaminante. No caso de contaminação do alimento, pode fazer o teste para enterotoxinas e o isolamento do estafilococo do alimento que está suspeito. Estima-se que de 20% a 60% da população humano, são portadoras da bactéria S.aureus, mesmo não apresentando a doença, são considerados portadores da bactéria, podendo causar a doenças em pessoas imunodeficiente, ou até mesmo em alimentos, em alguma fase da preparação. (Germano & Germano, 2015) Quadro clínico Em caso de contaminação com alimento, a incubação é de 2 a 4 horas. Os sintomas normalmente são rápidos, dependendo da quantidade da toxina e o estado de saúde da pessoa. Sendo os sintomas mais frequentes náuseas, ânsia de vômitos, vômitos, cólicas abdominais e diarreia. Em geral não ocorre febre, podendo ocorrer cefaleia e prostração (fraqueza) em casos mais graves. Sendo a recuperação feita dentro de 24 a 48 horas. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 65eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 65 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária66 Tratamento Receber bastante líquido; (caso tenha uma grande perda fazer via intravenosa); antiemético (controlar náuseas e vômitos); Controle Treinar os manipuladores, em todas as etapas do processo, a fim de prevenir a contaminação do alimento, com todas as medidas de higiene pessoal, instalações e utensílios. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 66eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 66 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 67 Saber sobre os agentes bacterianos clostridium botulinum e clostridium perfrigens Clostridium botulinum O Clostridium Botulinum, gram-positiva, forma de cotonete, flagelada é um tipo de bactéria que causa intoxicação alimentar, conhecido como botulismo, de evolução aguda e extremamente grave. OBJETIVO Figura 5 - Clostridium botulinum Fonte: Wikimedia O termo botulismo, é utilizado para designar a intoxicação instalada pela Clostridium botulinum, que vêm do nome botulus (significa salsicha em latim), devido o envolvimento desta bactéria nos primeiros casos comprovados cientificamente no fim do século XIX, na Europa Central. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 67eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 67 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária68 SAIBA MAIS Devido a sua ação de bloquear a comunicação entre os nervos, utilizam-se o famoso “BOTOX”, com o intuito de deixar a pele mais resistente e dura. Fisiopatologia O Clostridium botulinum sobrevive no meio ambiente devido o seu formato de esporos, encontra-se em diversas partes solo e água, com isso, podendo estar presentes nos alimentos. A toxina botulínica possui duas cadeias que são unidas por pontes de dissulfetos. Sendo a porção mais pesada responsável por ligar ao tecido neural, e a porção leve responsável pelos sintomas. Com a absorção da toxina botulínica do intestino delgado, atinge o sistema nervoso periférico pela circulação sanguínea. Sua toxicidade age tanto no sistema nervoso somativo quanto no autônomo. Impede a liberação da acetilcolina nas porções terminais das neurofibrilas. Com isso levando a afetar grupos musculares ou um único músculo. (Germano & Germano, 2015) Ela é caracterizada por causar alterações do distúrbios digestivos e neurológicos, ocorrido devido o contato por alimentos enlatados, embutidos, sendo de origem vegetal ou animal, do qual não são esterilizadosou conservados com pH superior a 4,6. Patogenia Após a contaminação, a bactéria produz uma potente neurotoxina, do qual, bloqueia a liberação da acetilcolina pelo sistema nervoso central, ocorrendo a paralisia flácida, podendo levar ao óbito. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 68eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 68 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 69 Aspectos gerais O Clostridium botulinum é o agente etiológico do botulismo, encontrado nos sedimentos aquáticos, no solo e no intestino de peixes e herbívoros. Existem 8 tipos de C.botulinum, classificados em A, B, Cα, Cβ, D, E, F e G, de suas toxinas antigênicas. � Sendo que os tipos A, B, E e F são causadoras do botulismo no homem; �Os tipos C e D, são patogênicos para os animais, embora os tipos A, B e E também possam estar envolvidos. �As células vegetativas são anaeróbios e nestas condições produzem esporos; � Produtores de toxinas (natureza proteica); Todos os tipos de células vegetativas, são destruídas pela pasteurização e cocção culinária. Agora em formato de esporos são mais resistentes, suportando de até 121ºC em autoclave por 15 minutos. Tipos botulismo 1. Botulismo clássico: São intoxicações por alimentos contaminados que possui neurotoxinas; 2. Botulismo de lesões: São doenças infecciosas devido a proliferação e posterior liberação das toxinas em lesões infectadas; 3. Botulismo infantil: São doenças infecciosas pela ingestão de esporos, no intestino de crianças com menos de um ano de idade, ocorrendo a germinação, multiplicação e toxigênese. As células vegetativas são mortas em temperaturas em média de 70ºC. Já os esporos (também chamados de endósporos) podem sobreviver em até água fervente. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 69eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 69 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária70 Quadro clínico Uma vez instalada esta toxina na pessoa, os sintomas se tornam semelhantes dentro dos 3 casos acima mencionado. � Período de incubação varia de 12 a 36 horas, podendo ser rápido ou ter uma duração de 6 dias; � Primeiros sintomas são relacionados à problemas gastrointestinais (náusea, vômitos, vertigem e diarreias). Com a evolução da doença, ocorrendo a produção da neurotoxina, inicia sinais no comprometimento do sistema nervoso. � Fadiga, fraqueza muscular, diminuição da motricidade da língua; � Problemas de visão (quedas de pálpebras); �Dificuldade de deglutição e mastigação, enfraquecimento dos músculos respiratórios e do diafragma; � Secretório: Secura na boca, ausência de sudorese, constrição faríngea; �Constipação intestinal, paralisia dos intestinos, dos esfíncteres e da bexiga; � Febre (casos de botulismo associado com ferimentos). No Brasil, o mais comum que associam ao botulismo é o palmito em conserva não industrializado. Mas a toxina da C.botulinum, pode ser encontrada em qualquer alimento. Com a contaminação aparecem sinais neurológicos específicos, com alterações nos pares cranianos, por isso a visão dupla, queda de pálpebras, evoluindo em horas com paralisia flácida membros superiores evoluindo para tetraparesia, chegando até a insuficiência respiratória. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 70eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 70 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária 71 Diagnóstico �Quadro clínico característico; � Identificação da toxina no alimento (suspeito) e/ou no paciente; �Bio-ensaios em ratos (para a identificação das toxinas); �Exames de sangue, exames de fezes; �Aspiração gástrico (amostra encaminhado para o laboratório, dentro de 72 horas); �Cultura de material (situação de ferida ou botulismo infantil). Tratamento Tratamento de suporte, Terapia intensiva (UTI), é muito importante sendo necessário monitorização cardiorrespiratória �Eliminar a toxina circulante, com o uso de soro antibotulínico (SAB) e de antibióticos; �Lavagem intestinal ou estomacal (remoção da toxina) ou por medicamentos eméticos (provoca o vômito), ou catárticas (provoca a evacuação intestinal); �Hidratação parenteral e reposição de elétrons; �Alimentação por meio de sonda, até a pessoa voltar a capacidade de deglutição. Não tratar com tetraciclinas e nem com aminoglicosídeos, pode piorar a evolução do botulismo, por reduzir a entrada de cálcio nos neurônios, potencializando o bloqueio neuromuscular, principalmente em crianças. A paralisia pode causar asfixia e também obstruções respiratórias altas (observar a mobilidade do palato, da língua, disfagia e disfonia), caso necessário fazer a traqueostomia. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 71eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 71 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária72 Soro antibotulínico (SAB) O soro antibotulínico (SAB), tem a função de atuar contra a toxina botulínica circulante, ou seja a toxina que não fixou no sistema nervoso. Devido a isso a importância de tratar com SAB o mais rápido possível, dentro de 7 dias, para poder ter o seu efeito terapêutico. É um soro equino contra os tipos A e B ou A, B e E de toxina botulínica. Dose: Ampola de antitoxina botulínica bi ou trivalente. Via: Intravenosa, diluída em solução fisiológica a 0,9%. Proporção: 1:10 por 1 hora aproximadamente. Notificação: Solicitação do SAB, feita pelo médico, fazer o preenchimento da ficha de notificação do caso suspeito, fazer a prescrição e relatório do caso. Conforme normas do Programa Nacional de Imunização, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde (PNI/SVS/MS), o teste cutâneo de sensibilidade antes do uso do soro foi excluído. Penicilina Em casos de botulismo por ferimento, aplicar a Penicilina cristalina. Dose: 10 a 20 milhões de UI/dia (adultos) ou 300 mil UI/ Kg/dia (crianças). Metronidazol Dose: 2g/dia (adultos) ou 15mg/Kg/dia (crianças), Intravenosa de 6/6 horas. Em casos crianças menores de 1 ano de idade, não estão indicados o tratamento com antibioticoterapia e nem o SAB com eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 72eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 72 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária 73 botulismo intestinal, pois pode ocorrer a lise da bactéria na luz intestinal e piorar o quadro da doença. A falha de reconhecer a doença são os fatores das mortes precoces devido a gravidade da doença com o retardo do tratamento. O tratamento com antibiótico ao botulismo de origem alimentar ainda não está totalmente esclarecido. Controle Procedimentos a fim de evitar a germinação, multiplicação e porteriormente a produção da toxina do C.botulinum nos alimentos. �Esterilização dos alimentos; �Conservação dos alimentos em temperaturas de refrigeração ou congelamento; � Fazer os processos que cabe nos alimentos secagem, ou salga, fermentação; �Adição de acidificação; Autoclavagem de enlatados; �Em conservas cocção prolongada; refrigeração abaixo de 4ºC; Não deverá fornecer nem para animais, devendo ser condenadas e rejeitadas latas estufadas, odor de manteiga rançosa, tampa abaulada. Clostridium Perfringens Atualmente é reconhecido como microrganismo transmitido por alimentos. A Clostridium perfringens uma bactéria (anterior- mente conhecida como Clostridium welchii), Gram-positiva, formato de bastão, resistente ao calor, que pode causar doenças através de alimentos contaminados. eBook completo para impressão - Higiene e VigilânciaSanitária - Aberto - SER.indb 73eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 73 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária74 Figura 6 - Fotomicrografia crevela Clostridium perfringers, usando coloração de Gram Fonte: Wikimedia O Clostridium perfringens, pode ser encontrado na natureza (no solo), como componente normal da vegetação apodrecida, trato intestinal de seres humanos, insetos e solo. Ela pode causar enterite (inflamação da mucosa do intestino delgado), quando contaminado pelo alimento; ou pode ser contaminado por meio de feridas expostas ou cirúrgicas, ocorrendo gangrena gasosa. Hoje é considerado um dos agentes mais envolvidos nos surtos por toxinfecções alimentares, mundialmente. Aspectos gerais O Clostridium perfringens é pertencente da família Enterobacteraceae, bacilo Gram-positivo, anaeróbio; formadores de esporos, catalase negativa. São Aerotolerante (não utiliza oxigênio para o seu crescimento mas tolera a sua presença, conseguem sobreviver na presença de oxigênio). eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 74eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 74 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária 75 A família Enterobacteraceae, são agrupados em 5 tipos, identificados por A, B, C, D e E, conforme o tipo se exotoxinas produzidas. �A, C e D, para o homem são patogênicos; �O quadro agudo de diarreia, são devidos as enterotoxinas A e C do Clostridium perfringens. Tipo A: Os tipos mais comuns das cepas, responsável pela formação da gangrena gasosa. Tipo C: Responsável pela enterite necrótica (necrose grave no intestino delgado, geralmente no jejuno, sendo considerada uma doença grave, podendo ser fatal, porém rara. Para ocorrer a infecção alimentar no humano, é preciso ingerir 106 bactérias/g ou a fração de alimento contaminado acima de 108 células vegetativas. Epidemiologia Tipo A: É encontrada mundialmente, sendo sua principal transmissão pelos alimentos contaminados por sujidade do solo, por fezes ou armazenados por meio anaeróbio, do qual, permite a multiplicação deste agente patógeno. A contaminação ocorre pelo manipulador com a mão contaminada; através de transmissores como insetos que carregam nas patas, pousam nos alimentos e também pelos roedores. Após a ingestão do alimento contaminado por células vegetativas, ela atravessa a barreira gástrica (ácido clorídrico secretado pelo estômago), segue até o intestino delgado, onde se multiplicam, esporulam e também liberam a enterotoxina. Os surtos de infecções, geralmente estão relacionados a grandes preparações em grandes quantidades, por exemplo em refeitórios, merendas escolares, fábricas, refeitórios de hospitais, entre outros. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 75eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 75 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária76 Alimentos envolvidos �Aves, carnes, molhos de carne (onde os agentes multiplicaram), carnes requentadas; �Embutidos, conservas de patês, peixes, ostras, queijos fermentados; �Resfriamento prolongado ou armazenamento não refrigerado corretamente (facilita a proliferação); A bactéria Clostridium perfringens, tem preferência com alimentos de alta porcentagem de proteínas e alto teor de umidade. Característica �Multiplicação ocorre entre 12º e 50ºC; �A bactéria é sensível ao congelamento, por ex. a -23ºC por 14 dias, elimina 94% das células vegetativas; �Células vegetativas resistem ao pH mínimo de 5,5 até 9,0, sendo o melhor pH para a proliferação 7,2; A melhor temperatura para a proliferação da bactéria Clostridium perfringens, ocorre em torno de 43 a 47ºC. Porém quando o alimento se encontra em situação já abaixo de 20ºC já ocorre o processo mais lento. Quadro clínico A infecção ocorre quando ocorre a ingestão de maior que 108, no alimento. Após a ingestão, com período de incubação no período de 8 a 24horas (média 12 horas). � Início com cólicas abdominais fortes e diarreia aquosa; �Evolução de 1 a 2 dias, com exceção das crianças, idosos, lactentes, podendo chegar a ter os sintomas (mais branda), por 2 semanas; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 76eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 76 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária 77 � Pode ocorrer caso seja por Cepa C, enterite necrótica, ocorrendo infecção e necrose da mucosa intestinal, podendo levar a septicemia e em consequência ao óbito. Diagnóstico Fazer o isolamento por meio de cultura, com a metodologiapara clostrídio sulfito a 46ºC, por 24horas; Verificar sinais clínicos e o período de incubação; amostras de alimentos suspeitos ou das fezes, a fim de detectar toxinas. Tratamento, controle Caso seja situação de necrose intestinal, fazer cirurgia a fim de remover a pele necrosada; � Fazer o resfriamento rapidamente da carne, diminuir abaixo de 10ºC em 2 ou 3 horas; �Quando reaquecidos (frios, refrigerados); ao aquecer fazer superior a 70ºC, para medida de segurança; � Para prevenir a multiplicação bacteriana, por exemplo a conservação dos alimentos como molhos de carne, fazer acima de 60ºC ou abaixo de 4ºC. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 77eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 77 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária78 Entender sobre os agentes bacterianos campylobacter, escherichia coli e salmonelose Campylobacter Figura 7 - As bactérias Campylobacter são a principal causa de doenças gastrointestinais bacterianas relacionadas aos alimentos Fonte: Wikimedia Atualmente é classificada como doença emergente devido contaminação por alimento, do qual foi reconhecida como importância da Saúde Pública a partir de 1970, estando associada a uma pasteurização inadequada ou leite cru. Este patógeno também pode ser encontrado em retalhos de aves e carcaças. Campylobacter são bactérias gram-negativas, formato de espiral, mais comum campylobacter jejuni, do qual infecta o trato digestivo, desencadeando a diarreia. OBJETIVO eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 78eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 78 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária 79 Aspectos gerais � Ingestão de 500 a 800 células bacterianas no leite já causa a doença; �A bactéria adere na mucosa da porção terminal do intestino delgado próximo a junção com o colo e se multiplica; � Produz enterotoxina citotóxica. Quadro Clínico � Sintomas se desenvolve de 2 a 5 dias após a contaminação, com durabilidade de uma semana; � Provoca diarreia aquosa (semelhante da cólera), podendo ser sanguinolenta (quando a bactéria adere intestino grosso, cólon e reto); �Dor abdominal, enjoo, vômito, dor de cabeça, dores musculares, febre; � Podendo complicar para Bacteremia, Artrite reativa e Síndrome de Guillain – Barré. Infecção por Campylobacter jejuni, por ingestão de alimentos contaminados, em geral carne de frango, pode ocasionar diarreia aquosa, dores de cabeça, febre, indisposição, náusea, vômitos, podendo em sua evolução desencadear reflexos anatomofuncionais como a Síndrome de Guillain-Barré. Diagnóstico Cultura de uma amostra de fezes; cultura de uma amostra de sangue (suspeita infecção corrente sanguínea) Teste de suscetibilidade: após a identificação da bactéria, é testada para ver qual antibiótico vai ser eficaz ao tratamento. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb79eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 79 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária80 Tratamento �Reposição de líquido, casos mais graves entrar com antibiótico; �Antibiótico (Azitromicina por 3 dias ou Eritromicina por 5 dias); �Caso esteja a corrente sanguínea infectada: Antibiótico Gentamicina (2 a 4 semanas). Escherichia coli (E.coli) Bactérias Gram-negativas, que se encontram no trato gastrointestinal normalmente, mas alguns podem causar intoxicações alimentares graves nos seres humanos. Formato de bacilo, pertencem à família Enterobacteriaceae, são aeróbias e anaeróbias facultativas. Figura 8 - Micrografia eletrônica da Escherichia coli Fonte: Wikimedia Anaeróbios facultativos, significa que conseguem crescer em um ambiente sem o oxigênio, mas se tiver oxigênio elas utilizam. E.coli, faz parte da microbiota intestinal, sendo a contaminação por ingerir alimento contaminado, bebendo água da piscina que esteja contaminada ou até mesmo tocando em animais que estão infectados. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 80eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 80 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária 81 Elas produzem toxinas que danificam o cólon causando colite (inflamação grave), as vezes chegando a causar sangramento, do qual é designado como E.coli entero-hemorrágica. Aspectos gerais A contaminação ocorre por meios de: �Comer carne moída contaminada, não fez o cozimento corretamente; �Leite não pasteurizado; �Encostar em animais por exemplo em zoológico, que transportam a bactéria; �Comer verduras (buffet), lavados com água contaminada ou com estrume de vaca contaminado; �Água de piscina contaminada, tratada com cloro mas inadequadamente. Fraldas de crianças e bebês, higiene inadequada, espalha facilmente a contaminação por Escherichia coli. Quadro clínico �Dor abdominal, diarreia (colite hemorrágica); �Gastroenterite (inflamação do revestimento gástrico); � Infecção do trato urinário (principalmente infecção na bexiga em mulheres). A bactéria E.coli, pode causar as seguintes complicações: � Prostatite (infecções na glândula prostática); Infecção na vesícula biliar; Infecções surgem após a diverticulite e de apendicite; � Feridas abertas, ocorre a infecção; �Meningite em recém-nascidos; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 81eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 81 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária82 As infecções que afetam fora do trato digestivo, são em pessoas debilitadas ou que tomaram antibióticos. A bactéria E.coli, pode causar a doença fora do intestino, em pessoas que tem uma lesão ou um distúrbio como a doença inflamatória do intestino (E.coli, deixam o intestino devido o distúrbio e partem para outras estruturas) Diarreia do viajante Pessoas que viajam para outros locais do mundo, com tratamento de água deficiente, têm cólicas, náusea e vômitos, são sintomas de 3 a 5 dias. E. coli O157:H7 As infecções por E. coli O157:H7,e por outras cepas de E.coli entero-hemorrágicas, iniciam com cólicas abdominais fortes e também com diarreia líquida podendo ficar sanguinolenta dentre de 24 horas (colite hemorrágica). A infecção por E. coli O157:H7,é muito grave podendo causar sérias complicações como a Síndrome hemolítico-urêmica, podendo levar ao óbito. A síndrome hemolítico-urêmica, distúrbio grave que envolve a formação de pequenos coágulos de sangue pelo corpo todo, bloqueando o fluxo do sangue, pode ocorrer em 5 a 10% das pessoas infectadas por E.coli, principalmente os idosos acima de 60 anos e as crianças menores de 5 anos, pode também levar a insuficiência renal. Diagnóstico �Cultura de amostras do tecido que está infectado; �Amostras de sangue, urina e fezes ou material infectado (suspeito); �Teste de suscetibilidade (qual antibiótico é eficaz); � Suspeita de E. coli O157:H7, fazer exames de fezes em busca de toxinas shiga, do qual esta bactéria produz. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 82eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 82 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária 83 Caso detecta a bactéria E. coli O157:H7, investigar a presença da síndrome hemolítico-urêmica. Tratamento O tratamento é feito de acordo do tipo de infecção e da sua gravidade: �Diarreia do viajante Ioperamida caso não tenha febre ou menor de 2 anos; �Antibióticos (dependendo da gravidade da infecção); �Contaminado por E. coli O157:H7, reposição de líquidos (IV). Os antibióticos podem aumentar o risco de desenvolver a síndrome hemolítico-urêmica ou piorar a diarreia � Síndrome hemolítico-urêmica, internação (UTI), caso necessite hemodiálise; �Abcessos (drenar o pus); � Infecções urinárias (antibióticos nitrofurantoína, trimetoprima/sulfametoxazol, ou uma fluoroquinolona). Salmonella (Salmonelose) As infecções causadas pelas bactérias do gênero Salmonella, são consideradas universalmente as mais importantes transmitidas por alimentos. É uma bactéria da família das Enterobacteriaceae, seu nome é referente ao cientista Daniel Elmer Salmon, pela primeira vez associou a doença à bactéria. São Gram-negativos, em forma de bacilos com flagelos móveis (exceto S. gallinarum e da S. pullorum), não esporuladas, não capsuladas, anaeróbios facultativos, podendo em diversos condições ambientais multiplicar-se. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 83eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 83 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária84 Figura 9 - Micrografia eletrônica de varredura com cor aprimorada mostrando Salmonella Typhimurium (vermelho) invadindo células humanas cultivadas Fonte: Wikimedia Elas são compostas por três espécies: Salmonella subterranea, Salmonella bongori e Salmonella entérica (S.entérica com 2610 sorotipos). O principal reservatório desta bactéria é no trato intestinal dos animais e dos homens, destacando para a contaminação de importância para a saúde humana as: � Salmonella typhi (Salmonella enterica enterica sorovar Typhi), causa infecções sistêmicas, febre tifóide. � Salmonella Typhimurium (Salmonella enterica enterica sorovar Typhimurium), causa gastrenterites, inflamação do tratogastrointestinal. Aspectos gerais A Salmonella se desenvolve facilmente em alimentos, como a água contaminada, em restos de alimentos e em fezes. �Multiplicam em temperatura 7 e 49,5ºC (37ºC ápice da multiplicação); �Em 4 horas o alimento se torna contaminante; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 84eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 84 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária 85 �Abaixo de 7ºC não ocorre a multiplicação; � pH 3,8 para desenvolvimento (abaixo ou acima diminui a multiplicação; �A dose infectante varia de 105 a 108 células, mas tem se observado menos de 103 em pacientes imunocomprometidos. A Salmonella, penetram por via oral, passa pelo estômago, se multiplicam, ficam aderidas e penetram nas células epiteliais da região ileocecal, ocorrendo resposta da inflamação (enterocolite aguda). Explicando genericamente, a classificação da Salmonela é bem complexa, devido inúmeros discussões por anos, empregando nomes, fórmulas antigênicas, entrando em um consenso de duas espécies: Salmonella entérica, a qual contém mais de 2.460 sorovares e Salmonella bongori, a qual contém 18 sorovares. Elas são localizadas no trato gastrointestinaldas aves em geral, mamíferos silvestres e domésticos e répteis. Sendo os alimentos envolvidos são leites, ovos, carnes (suínos, bovinos, aves). Surtos de Salmonelose em camarões, peixes, pernas de rãs, cocos, temperos, molhos, misturas para bolo, gelatina em pó, chocolate, cacau, manteiga de amendoim, suco de laranja que não são pasteurizados. (Germano & Germano, 2015). Quadro clínico A transmissão pode ser devido a ingestão de alimentos contaminados, água contaminada, disseminação ciclo fecal-oral ou por pessoas portadoras assintomáticos ou doentes. �Gastroenterite (inflamação do tratogastrointestinal); septicemia, febre entérica; �Bacteremia (febre entérica por S.Typhi, S. Paratyphi A e C e S. Sendai), mais elevada em pacientes masculino imunodeprimidos (leucemia, câncer lúpus, etc); eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 85eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 85 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária86 � Infecções sistema nervoso central (meningites, abscessos, empiema subdural). Prevenção �Evitar alimento mal cozido ou cru (frutas, peixes, palmitos, ovos); �Evitar leite não pasteurizado; �Controle de pragas (formigas, insetos, frequentam esgotos e carregam a contaminação para os alimentos); �Lavar as mãos após trocar uma fralda ou ir ao banheiro; �Lavar as pias com água e sabão após tocado em aves e carnes cruas. Diagnóstico �Hemoculturas (no caso de febre tifoide e paratifoide); (SAÚDE, 2011). �Coproculturas (durante a fase aguda, antes de iniciar o tratamento com antibiótico); �Detectar a Salmonella no alimento suspeito. Explicações bem detalhadas sobre Diagnóstico da Salmonella: http://bit.ly/39B3IJn ACESSE eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 86eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 86 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária 87 Tratamento �Repor líquidos, após infecção intestinal; �Risco de Bacteremia, tratar com antibióticos; �Casos de abcessos, fazer a drenagem do pus. Pessoas com infecção por Salmonella, só tratam com antibiótico (ciprofloxacino ou ceftriaxona) se forem pessoas com risco de Bacteremia (imunocomprometidos, idosos), pois os antibióticos não diminuem o tempo de recuperação. (Germano & Germano, 2015). eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 87eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 87 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 88eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 88 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária 89 UNIDADE 03 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 89eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 89 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária90 Você sabia que as doenças diarreicas são a quinta principal causa de morte mundialmente, ou seja 3,7% da população do total. E nos países de baixa renda chega a 6,9% da causa de óbito. A Entamoeba Histolytica possui três tipos e que apenas uma é patogênica. A Giardíase é muito comum este contágio entre as crianças, principalmente em creches. A contaminação por Criptosporidiose pode ser grave em pessoas com AIDS. E que a ciclosporíase pode ser contaminado por até temperos secos. Você sabia que a Doença de Chagas e a toxoplasmose também podem serem contaminados pelo alimento. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 90eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 90 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária 91 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS 1 Descrever sobre Amebíase e Giardíase; 2 Compreender sobre os protozoários Criptosporidiose e Ciclosporíase; 3 Entender sobre Doença de Chagas transmissível por alimento; 4 Saber sobre o parasita Toxoplasmose gondii. Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 91eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 91 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária92 Ao término deste capítulo você será capaz de entender sobre os Amebíase e Giardíase, compreenderá sobre Crisptosporidiose e Ciclosporíase. Falaremos também sobre a Doença de Chagas transmissível pelo alimento e finalizaremos sobre o parasita Toxoplasmose gondii. Com o conhecimento, resultará em um trabalho mais seguro e eficaz. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! OBJETIVO Protozooses Protozooses ou Protozoonoses, são protozoários parasitas que causam doença. Eles são organismos eucariontes (núcleo celular protegido por uma membrana), heterótrofos (não produz seu próprio alimento), sendo encontrado em diversas partes. Figura 1 - Protozoário Balantidium coli em montagem úmida Fonte: Wikimedia Descrever sobre amebíase e giardíase eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 92eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 92 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária 93 Os protozoários são causadores de quadros infecciosos, devido a isso, se enquadram em destaque à saúde pública, principalmente nos indivíduos suscetíveis às infecções. A via de transmissão mais comum é a água, mas os alimentos também são vias de transmissão, em menor impacto quando comparado com a água (principalmente poços e reservatórios). Classificação �Ciliados: Possuem cílios para a locomoção. Ex:. Balantidium coli. �Flagelados: Possuem flagelos para a locomoção. Ex:. Giardia lamblia. �Rizópodes ou Amebócitos: Pseudópodes. Ex:. Entamoeba histolytica. �Esporozoários: Não tem estrutura de locomoção. Ex:. Toxoplasmose gondii. Amebíase Nome Popular: Amebíase ou disenteria amébica, é o nome da infecção. Agente etiológico: Entamoeba histolytica. Transmissão: alimentos contaminados e água, hábitos de higiene inadequados. Hospedeiro: Homem. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 93eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 93 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária94 Figura 2 - Micrografia com cisto de Entamoeba histolytica, ameba patogênica associada a infecções intestinais. Fonte: Wikimedia A infecção pode durar anos, podendo ser assintomática ou sintomas gastrointestinal, ou disenteria com muco e sangue. Possui três tipos de espécies indistinguíveis, mas consegue observar as suas diferenças por técnicas moleculares. �E. histolytica (patogênica). �E. dispar (o mais comum, coloniza o cólon de maneira inofensiva). �E. moshkovskii (patogenicidade incerta). Fisiopatologia É um protozoário que possui dois estágios: �Trofozoíto: Forma ativa do protozoário capaz de se movimentar, alimentar e se reproduzir. Alimentam-se de tecidos e bactérias, reproduzem-se, coloniza a mucosa intestino grosso e o lúmen, podendo invadir os órgãos e tecidos. �Cisto: Parede cística, resisti ao pH ácido do suco gástrico do estômago. Mais resistente e infectante, mas com baixa atividade metabólica. eBook completo paraimpressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 94eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 94 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária 95 Ciclo biológico, modo de contaminação Seu ciclo se completa em um único hospedeiro (monoxêmico). Figura 3 - Entamoeba histolytica é um protozoário anaeróbio parasita pertencente ao grupo Entamoeba. Fonte: Wikimedia O ciclo se inicia pela ingestão na sua forma de cisto (fecal-oral). Passa pelo estômago na forma de cisto (resistente ao suco gástrico) migra até o cólon ou íleo terminal, do qual ocorre a liberação de metaquistos (várias divisões nucleares e citoplasmática libera 8 trofozoítas); na forma de trofozoíto passa a se alimentar (comensal) de restos celulares ou bactérias. Se reproduzem, multiplicam, espalham. Alguns podem alastrar via circulação portal causando abcessos necróticos no fígado, pulmão e no espaço direito pleural. Pode ocorrer, a disseminação na forma de trofozoítos pela corrente sanguínea para outros órgãos e para o cérebro, porém são mais raros. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 95eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 95 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária96 Causa/etiologia Os cistos são resistentes à destruição do meio externo e predominam mais nas fezes, podendo se disseminar por meio de: � Por água ou alimentos contaminados por cistos da ameba; � Fecal – oral, com cisto maduro; �Contato direto de objetos sujos ou mãos contaminadas; � Sexualmente oral-anal; Pessoas imunodeficientes ou que não desenvolvem imunidade, pacientes com AIDS, são mais vulneráveis, podendo ocorrer doença de forma mais grave. Sintomas, patologias �Cólicas intestinais, flatulência; �Diarreia (graves com muco e sangue); fezes frequentes semilíquidas, contendo trofozoítos vivos; podendo alternar diarreia e constipação; �Náuseas, Vômitos. Possíveis complicações �Abcesso hepático (dor, desconforto no fígado), a pessoa se queixa do ombro direito; com sudorese, náusea, calafrios, vômitos, fraqueza. �Lesões de pele, as vezes, ao redor do períneo, ou seja uma região que fica entre o ânus e a vagina, e também da região glútea. � Inflamação, ulceração do cólon podendo ocorrer necrose dos tecidos ou até perfuração gastrointestinal, podendo levar a peritonite. Peritonite é uma inflamação no Peritônio, é uma membrana que reveste as paredes da cavidade abdominal e recobre pélvicose órgãos abdominais, com a inflamação pode levar a uma emergência cirúrgica. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 96eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 96 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária 97 Diagnóstico � Infecção intestinal: Exame microscópico, testes moleculares para DNA do parasita em sorologia e/ou nas fezes � Infecção extraintestinal: Exames de sorologia [ensaios imunoenzimáticos (EIA)] e de imagem ou prova terapêutica com um amebicida; A disenteria amebiana pode se confudir com esquistossomose, diverticulite, síndrome do intestino irritável. A observação da massa no cólo também pode achar que é câncer, linfoma, tuberculose, actinomicose. Tratamento �Metronidazol oral, 500mg a 750mg, 3 x ao dia (criança 12-17mg/Kg, 3x ao dia), por até 10 dias; �Tinidazol, 2mg VO, 1 x ao dia (criança 50mg/Kg, dose máx. 2mg/dia por 3 dias). Não administrar Metronidazol e nem Tinidazol, para gestantes. Nem tomar álcool, pois ocorre efeitos colaterais semelhante ao dissulfiram (depressão respiratória, arritmia, mal estar). Embora que o Metronidazol e o Tinidazol não conseguem erradicar os cistos, devido à isso a importância de associar com outros fármacos: � Furoato de diloxanida, 500mg, 3 x ao dia (criança 7mg/ Kg, 3 x ao dia); � Iodoquinol, 650mg, VO, 3 x ao dia; � Paromomicina, de 8 a 11mg/Kg, VO 3 x ao dia, por 7 dias. Prevenção �Higiene pessoal; �Lavar bem os alimentos e ferver a água antes de beber (água fervente mata os cistos de E.histotlytica); eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 97eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 97 23/08/2021 15:04:2623/08/2021 15:04:26 Higiene e Vigilância Sanitária98 � Saneamento básico; Evitar alimentos crus (vegetais, saladas); Giardíase É uma infecção causada pelo protozoário flagelado Giardia duodenalis (Agente etiológico: G. lamblia, G. intestinalis), sendo o homem hospedeiro. Figura 4 - Giardia Lamblia, ciclo de vida Fonte: Wikimedia Os Trofozoítos de Giardia, prendem-se firmes na mucosa duodenal e ao jejuno proximal e se multiplicam por divisões binárias. Alguns parasitas são disseminados pela via fecal-oral, em forma de cistos resistentes. A Giardiase costuma ser assintomática, mas pode causar diarreia e má absorção intestinal de gorduras. Ela está presente mudialmente, afetando principalmente em crianças de população baixo nível econômico, clima subtropical e tropical ou em temperatura alta. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 98eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 98 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária 99 Fisiopatologia A Giardíase causa má absorção intestinal de gorduras (esteatorreia), mas ainda é desconhecido o mecanismo de ação. Figura 5 - Micrografia eletrônica de varredura da superfície do intestino delgado infectado por Giardíase sp., pode observar uma espécie de atapetamento. Fonte: Wikimedia Uma das hipóteses é que as Giárdias crescem em grande quantidade, formando uma espécie de tapete na parede intestinal, causando alterações nos enterócitos (célula responsável por absorver nutrientes) Ciclo Após a contaminação cisto-oral, passa pelo suco gástrico (resistente ao pH ácido), chega ao duodeno (pH alcalino), ocorre a maturação em forma trofozoítas, do qual adere à parede do intestino delgado (Giardia duodenalis e Giardia intestinalis), sendo no período de 6 a 9 dias, inicia a contaminação por meio de liberação dos cistos nas fezes. O cisto da Giárdia Lamblia, vive fora do corpo por até 1 ano. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 99eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 99 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária100 Causa/etiologia Ingestão de alimento ou água contaminado de 10 a 100 cistos pelas fezes. Transmissão por contato entre duas pessoas (creches, animais domésticos, relações sexuais anais). Sintomas e sintomas Geralmente são assintomáticos, mas eliminam os cistos por meio das fezes, com média de 7 dias para se manifestar após a infecção. Um surto que ocorreu nos Estados Unidos, 500 mil pessoas foram contaminadas, mas apresentaram sintomas apenas 4 mil destas pessoas. �Diarreia aquosa fétida (excesso de gordura nas fezes), as vezes coloração amarelada (esteatorreia); �Distensão abdominais, cólicas, flatulência; �Eructação (arroto); náusea, desconforto epigástrico podendo causar uma leve anorexia; � Perda de peso (má absorção das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), lactose, ferro, xilose e vitamina B12. Diagnóstico �Exame microscópicos das fezes; � Sondas de DNA específicas (identifica DNA); �Ensaios Imunoenzimáticos (EIA) ou a técnica de ELISA; O exame de EIA ou ELISA, são exames mais sensíveis que o exame de fezes (microscópio), pois detecta o antígeno em 95% dos casos. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 100eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 100 23/08/2021 15:04:2723/08/202115:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária 101 Tratamento �Metronidazol (mais utilizado)250mg, VO 3 x ao dia por 5 a 7 dias; criança 5mg/Kg, VO 3 x ao dia, 5 a 7 dias; �Tinidazol 2 g, VO, dose única; crianças: 50 mg/kg (máximo de 2 g); �Nitazoxanida, depende da idade para prescrever a dosagem 2 x ao dia por 3 dias. Prevenção �Higiene adequada a fim de evitar a contaminação fecal- oral; �Lavar as mãos; �Cuidados de higiene com os alimentos; �Beber e utilizar água tratável (fervida ou filtrada); A Giárdia é eliminada pela fervura da água, mas resistente ao cloro da água. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 101eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 101 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária102 Compreender sobre criptosporidiose e ciclosporíase Criptosporidiose Nome popular: Criptosporidiase, uma doença causada por parasitas unicelulares; Agente etiológico: coccidios Cryptosporidium hominis e C. Parvum unicelulares, sendo transmissão por água e alimentos contaminados; Hospedeiro: Homem, répteis, aves, mamíferos; Transmissão: Água e alimentos contaminados. OBJETIVO Figura 6 - Fotomicrografias de Cryptosporidium muris das fezes de um ser humano HIV positivo. Barras de escala = 5 micrômetros Fonte: Wikimedia eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 102eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 102 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária 103 Contaminação por Criptosporidiose, pode ser persistente em pacientes com aids, ocorre diarreia crônica grave. Ciclo Depois de ingerido os oocistos Cryptosporidium, chegam até o trato gastrointestinal, liberam os esporozoítas, que por sua vez transformam em trofozoítos, que se reproduzem, multiplicam em oocistos. Figura 7 - Ciclo do parasita Criptosporidíase. Fonte: Wikimedia eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 103eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 103 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária104 O desenvolvimento envolve ciclos assexuados (merogomia), formando duas gerações de merontes, do qual são capazes de infectar outros tipos de células epiteliais. Certas merontes podem realizarem ciclos sexuados (gametogonia), formando microgametas e macrogametas. Levando a fecundação e produção de dois tipos de oocistos: �Oocistos de parede espessa, são excretados pelo hospedeiro, junto com as fezes; �Oocistos de parede fina, responsáveis pelas autoinfecções, devido o rompimento no intestino. Causa/Etiologia �Alimentos e água contaminados com oocistos (parque aquático, piscinas residenciais e públicas, banheiras, córregos, lagos); �Entre as pessoas (contato direto). Os oocistos são resistentes ao cloro, nos níveis que são frequentemente utilizados em clubes, piscinas, entre outras. Sinais e Sintomas � Período de incubação, são em média 7 dias; �Diarreia líquida abundante; cólica abdominal; �Náusea, febre, mal-estar, anorexia (mais raro). Doentes imunocomprometidos ou com aids, pode causar diarreia semelhante à cólera. Diagnóstico �Exames de fezes; �EIA para antígenos (Detecção de DNA para especiação de C. hominis e C. parvum). eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 104eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 104 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária 105 �Biópsia (pode observar dentro das células epiteliais Cryptosporidium. Tratamento �Nitazoxanida; �É um fármaco, indicado para o tratamento de infecções causadas por protozoários, ele atua inibindo a enzima que é indispensável para à vida do parasita; �Terapia antirretroviral (TARV) (pacientes com aids) associado com nitazoxanida (maior dose); � Suporte: Reidratação parenteral e oral, hiperalimentação (pacientes imunocomprometidos). Prevenção �Água filtrada (poros ≤µm); � Ferver a água por 1 minuto, ou caso esteja em altitude >2.000m ferver por 3 minutos; �Higiene pessoal, tratamento de água e esgoto. Ciclosporíase Ciclosporíase é a infecção causada por Cyclospora cayetanensis. São protozoários coccídios intracelulares obrigatórios, transmitidas pela ingestão de água e alimentos contaminados com fezes. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 105eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 105 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária106 Figura 8 - Fotomicrografia Cyclospora cayetanensis. Fonte: Wikimedia Os primeiros relatos de Cyclospora cayetanensis, com surtos foi nos EUA, com contaminação em framboesas que foi importada da Guatemala. Considerado distribuição mundial. É mais comum em locais com menor saneamento e higiene básicos ocorrendo mais em países tropicais e subtropicais. Ciclo O ciclo de vida da Cyclospora cayetanensis, é semelhante da Cryptosporyum, sendo um parasito em humano, protozoário, do qual pertencente ao filo Apicomplexa. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 106eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 106 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária 107 Figura 9 - Ciclo Cyclospora cayetanensis. Fonte: Wikimedia eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 107eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 107 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária108 Existe diversos casos da contaminação de Cyclospora cayetanensis, descritos na América do Norte, Central, e Sul, África, Bangladesh, Caribe, Sudeste da Ásia, Inglaterra, Austrália e Leste Europeu. Sendo até o presente momento, o homem único hospedeiro. �Após a excreção dos oocitos pelas fezes, ele não é infeccioso (o que diferencia dos outros parasitas), devido a isso a sua transmissão direta fecal-oral, não pode ocorrer; �É preciso de pelo menos 2 dias ou semanas para ocorrer a esporulação, para ocorrer a transmissão; � Pode servir como veículo contaminando água e produtos frescos; �Oocistos esporulados são ingeridos (água ou alimento contaminados); �Após a contaminação os oocistos no trato gastrointestinal liberam os esporozoítos; �Os esporozoítos invadem as células epiteliais do intestino delgado; � Se multiplicam (assexuada) dentro das células; � Se desenvolvem (sexual), amadurecem em oocistos e são eliminados pelas fezes. Causas Verduras frescas e secas contaminadas (manjericão, coentro, misturas de hortaliças, ervilhas); � Pequenas frutas por exemplo morangos, hortaliças cruas. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 108eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 108 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária 109 Sintomas �Diarreia líquida súbito de início; � Febre; �Cólicas abdominais; �Náuseas, anorexia, mal-estar; � Perda ponderal (perda de peso significativo). São sintomas que espontaneamente se resolve, mas em pessoas imunocompetentes pode durar semanas. Diagnóstico �Exame de fezes, detecção de oocistos nas fezes pelo microscópico; �Biópsia tecido intestinal; �Tratamento; � Sulfametoxazol/trimetoprima (800mg/160mg), VO de 12/12h, durante 7 a 10 dias; �Crianças (25mg/5mg/Kg) 2 x ao dia, por 7 a 10 dias; � Pessoas com aids, deverá aumentar a dose e associar com terapia supressiva, antirretroviral (TARV). Prevenção A prevenção é semelhante da amebíase. eBook completo para impressão - Higiene eVigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 109eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 109 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária110 Entender sobre doença de chagas transmissível por alimento Doença de chagas Figura 10 - Triatominae (Triatoma brasiliensis), besouro, vetor de Trypanossoma cruzi, sendo a agente etiológico da Doença de Chagas. Fonte: Wikimedia É uma doença tropical parasitária, causado pelo protozoário Trypanossoma cruzi, do qual transmite infecção por insetos principalmente dos gêneros Triatoma, Panstrongylus e Rhodnius. Inseto conhecido popularmente como chupão ou barbeiro, do qual ao alimentar-se de sangue de humanos ou animais contaminados. Nome: Doença de Chagas, chaguismo, mal de Chagas, tripanossomíase americana. Agente etiológico: Trypanossomo cruzzi. Transmissão: Picada de inseto, transfusão sanguínea, por via congênita, transfusional, e também tem demonstrado sua transmissão pelo consumo de alimentos por via oral, ocorrendo surtos pelo seu agente flagelado de intoxicação alimentar. Hospedeiro: Homem, gambá. OBJETIVO eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 110eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 110 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária 111 Triatoma brasiliensis, está presente em 12 estados, sendo considerado um dos principais vetores da doença no Brasil. Sendo considerado uma condição patogênica aguda e crônica causada pelo T. cruzii, a Doença de Chagas. Ciclo de Vida do Trypanossoma cruzi O ciclo da doença de chagas, atua em dois ciclos, por um lado tem o ciclo no momento que o vetor (inseto) se contamina ao se alimentar de sangue contaminado de animal ou homem, do qual o inseto ingere formas de tripomastigotas sanguíneas. Tripanomastigotas sanguíneos, dentro do intestino do inseto, se transformam em epimastigotas, multiplicam e transforma-se em tripomastigotas. O inseto infectado por Trypanossoma cruzy, pica e defeca ao mesmo tempo, e no local da picada, ocorre um prurido (coceira), que a pessoa por meio da coceira, as fezes que estão os T.cruzi (tripomastigotas), entram pela picada. Uma vez dentro, os tripomastigota, invadem as células hospedeiras no sítio de inoculação; se difundem pela corrente sanguínea, causando infecção as outras células, com isso, se transformam em amastigotas e se multiplicam. Figura 11 - Ciclo da doença de Chagas Fonte: Wikimedia eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 111eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 111 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária112 Amastigotas intracelulares se transformam em Tripomastigotas, ocorrendo o rompimento das células saindo para a circulação linfática e também da corrente sanguínea; Contágio É uma doença caracteristicamente rural, pessoas interiorana, onde o vetor consegue facilmente se alojar e colonizar, em casas de baixa qualidade. Em regiões que ocorreram a diminuição da fauna, ocorre a proximidade das habitações do homem com o ambiente silvestres, na cadeia epidemiológica. Podendo chegar a diversos tipos de meios de transmissão: � Picada de inseto contaminado pelo Trypanossoma cruzy; �Transfusões de sangue; �Transplantes de órgãos; � Infecções acidentais em laboratórios e �Na forma congênita. Temos também a transmissão por alimentos, embora que seja raro, mas é considerado preocupante. (Germano & Germano, 2015) Frutas contaminadas pelas fezes dos insetos contaminados, do qual a pessoa ingere esta fruta sem lavá-las. Caldo de cana, ocorrendo a moagem dos caules que não foram higienizados, incorporando fragmentos ou partes do corpo dos insetos que estão contaminados, infectando diversas pessoas. Dentre os diversos surtos por intoxicação alimentar, a transmissão de maior visibilidade e/ou ocorrência na Amazônia. (TÉCNICO, 2006) eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 112eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 112 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária 113 A distribuição da Doença de Chagas, depende da população de vetores dessa mesma área. Os triatomíneos mais comuns de acordo por estado ou região: �Triatoma infestans- Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Bahia, São Paulo; �Triatoma sordida – São Paulo, Bahia e Minas Gerais; � Panstrongylus megistus – regiões nordeste, sul e centro- oeste; � Triatoma brasiliensis – região nordeste; � Triatoma pseudomaculata – região nordeste. São aproximadamente 150 espécies de mamíferos suscetíveis ao T. cruzi. Principalmente os de pequeno e médio porte, para a cadeia de transmissão da DC. Segue abaixo alguns animais que podem naturalmente albergar o T.cruzi: � cães, gatos; � roedores, morcegos; � coelhos e lebres. Algumas espécies como a T.infestans, no momento que suga o sangue de sua vítima, ela defeca no mesmo local da picada. O local ocorre a inflamação , prurido no local, onde o hospedeiro coça o local, levando as fezes para a circulação no momento de coçar, causando a contaminação por esta ferida, devido a entrada das fezes. Com isso, alcança a corrente sanguínea, e o parasita passa por diferentes estágios de desenvolvimento (amastigotas e tripomastigotas), ocorrendo lesões em diversos órgãos (esôfago, intestino, coração). Os parasitas também penetram pelas mucosas bucal, oftálmica e nasal, devido a contaminação pelas fezes. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 113eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 113 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária114 A infecção pode ocorrer pelo aleitamento materno. Vias digestivas, ou seja pelos alimentos contaminados pelas fezes dos vetores. Mais raros a transmissão pelos transplantes de rins e acidentes laboratoriais. Devido a migração para as grandes cidades as populações rurais, passou a ser transmitidas as infecções pelas transfusões de sangue em ambiente hospitalar. Mas também outra forma de contaminação, considerada esporádica mas grave, é a transmissão da doença pela ingestão de frutas que estão contaminadas pelas fezes do vetor ou triatomíneos infectados e triturados. Devido a situação de que a pessoa possa ser contaminado pela Doença de Chagas por meio de alimentos contaminados, ela também entra na lista de doenças transmissíveis por alimentos. (Germano & Germano, 2015) Sinais e sintomas A infecção pode ser sintomática ou assintomática, qualquer que seja o meio de transmissão, sendo possível seguir procedimentos a fim de detectar os anticorpos específicos e/ou parasitas. Período de incubação �Transmissão vetorial – período de incubação, de 4 a 15 dias. �Transmissão transfusional/transplante – de 30 a 40 dias (podendo ser mais). �Transmissão oral – período de incubação é de 3 a 22 dias. Existem 3 tipos de fases: 1. A aguda - rápida e inicial, na maioria das vezes passa desapercebidas; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 114eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 114 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária 115 Dos infectados 60% a 70%, evoluirão sem manifestação clínica. O restante desenvolverá sintomas: � Febre prolongada entre 2 e 4 semanas, hipertrofia de linfonodos, hepatomegalia, edema e esplenomegalia; �Dor de cabeça; � Fraqueza intensa; � “Sinal de Romanã”, caracterizado por um edema inflamatório das pálpebras, associado ao conjuntivite. Os sinais são lesões-cutâneo-mucosas. Porém caso a contaminação seja por meio de alimentação com um grandenúmero de vetores, presentes em cana- de- açúcar ou em frutas, de forma triturados ou moídos, possa ter em poucos dias uma evolução fatal. A fase aguda é mais observada em pessoas com 15 a 20 anos de idade. Sendo as crianças de até 5 anos, os mais graves podendo levar ao óbito. A fase aguda, tem uma evolução benigna, sendo a letalidade entre 2 a 7%. É muito importante o diagnóstico na fase aguda, pois o tratamento nesta fase com drogas tripanossomicidas são muito mais eficazes. 2. Fase indeterminada Esta fase ocorre em 30% dos chagásicos por toda a sua vida. São pessoas que apresentam sorologia positiva para o T.cruzi, mas não tem sintomas e também não possui lesões viscerais, não atrapalhando em nenhuma tarefa do seu dia-dia; 3. Crônica (tardia) Na fase crônica, possui anticorpos, mas não detecta mais por microscopia direta. Porém uma porcentagem destes indivíduos contaminados, após 10 a 20 anos da infecção, podem apresentar: eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 115eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 115 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária116 � Insuficiência cardíaca (problemas cardíacos); �Megaesôfago e Megacolon, problemas digestivos. Aproximadamente 60% dos pacientes, vão apresentar cardiopatia crônica chagásica, sendo considerada a lesão mais grave, podendo levar a insuficiência cardíaca congestiva, distúrbios de condução, arritmias. Diagnóstico O exame clínico é muito importante em qualquer fase, sendo o quanto antes melhor. Exames de sangue �Exame a fresco, (50% a 80% de sensibilidade); �Método de Strout, (95% de sensibilidade); �Gota espessa e �Esfregaço sanguíneo corado. Na fase aguda, pode ser encontrado o parasita no sangue, sendo o exame a fresco, considerado o mais simples, obtendo resultados positivos com 50% a 80% de sensibilidade. Porém o Strout é o mais utilizado na Argentina pois possui 95% de sensibilidade, no entanto, é o que dá mais trabalho. Biópsia De músculos e linfonodos: utilizadas em casos que ocorrer adenopatias febris. Xenodiagnóstico É um método de diagnóstico, utilizado para verificar a presença de um patógeno causador de uma doença infecciosa, como no caso a Doença de Chagas. Sendo na fase agudo obtendo sensibilidade de 95% a 100%, e na fase crônica (entre 30 e 60 dias pós exposição), a sensibilidade de 15% a 40%. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 116eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 116 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária 117 Hemocultura Quando feito nas formas crônicas, se torna superior quando comparado ao exame xenodiagnóstico, com 55% da sensibilidade. Procedimentos imunológicos São mais indicados na fase crônica. � Imunofluorescência indireta. �Hemaglutinação indireta. �Aglutinação indireta: Esta prova apresenta uma especificidade de até 97%. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), diz que para definir o diagnóstico, tem a necessidade de duas provas diferentes sorológicas, sendo utilizada a mesma amostra de soro de um paciente. (Germano & Germano, 2015) Eletrocardiograma e a radiologia A fim de verificar as alterações que pode ocorrer devido a doença de Chagas, por exemplo a cardiopatia. Caso seja confirmado que a transmissão foi via oral, como fonte de um alimento. Embora que seja difícil, o ideal é comprovar o parasito no alimento. (TÉCNICO, 2006) Tratamento Benzonidazol �Adulto: 2,5 a 3,5mg/Kg, VO, 2 x ao dia; �Crianças até 12 anos: 2,5mg a 3,75mg/Kg, VO, 2 x ao dia; Tratamento por dois meses, ocorre a eliminação do sistema circulatório o T. cruzi. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 117eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 117 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária118 Tratamento contraindicado para pessoas com doenças renal grave ou hepática. Único fármaco indicado para tratamento em crianças menores de 2 anos, registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). O Benzonidazol, possui efeitos colaterais como dor intensa de abdominal, alergias na pele, dor de cabeça, insuficiência dos rins e fígado. No entanto, na fase crônica, os danos provocados aos órgãos viscerais (sistema nervoso e coração), são tratamento paliativos, a fim de promover melhora na qualidade de vida. Nifurtimox Adultos: 2 a 2,5 mg/kg, VO, 4 vezes/dia, durante 90 dias. Crianças de 11 a 16 anos de idade, 3 a 3,75 mg/kg, 4 x dia, 90 dias Crianças de 1 a 10 anos de idade, 4 a 5 mg/kg, 4 x dia, durante 90 dias. Sucos de caldo de cana e polpa de fruta Pontos de vendas em rodovias, pontos de comércios nas estradas, com vendas de frutas, sucos de caldo de cana e de frutas. A grande maioria destes pontos: � não possuem condições mínimas de higiene; �Carência de água (sem lavar ou lava precariamente as mãos, utensílios, equipamentos e a matéria prima); �Lixos inadequados; �Nas lavouras as frutas são armazenadas inadequa- damente, em recipientes improvisados, muitas vezes mantidas em solos até seu transporte; �Transporte por diversos meios (desde tração animal até caminhões); �Caldo de cana com cortes onde o caule são arrastados pelo solo até o seu transporte; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 118eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 118 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária 119 �As matérias primas chegam até os comércios de modos inadequados, improvisados, sujos, deteriorados; � Preparo de sucos de frutas ou caldo de cana em condições mínimas de higiene; Há registros no Brasil, de surtos de Doença de Chagas de caldo de cana e de sucos de frutas contaminados. (Germano & Germano, 2015) Em 2001 no Pará, ocorreu microepidemias da Doença de Chagas, por contaminação de Açaí por triatomíneos, pelo espremedor de frutas que estava contaminado por fezes e também insetos inteiros. A contaminação pelo alimento: � Presença de triatomíneos infectados com o patógeno sendo moídos com a cana-de-açúcar, antes do consumo; �Caules de caldo de cana, sendo passa pelo espremedor, contaminado com fezes de triatomíneos infectados; �Caldo de cana contaminados com urina de gambás, marsupiais ou morcegos que estão infectados com T.cruzi; �Matéria-prima hospedando t.cruzi, triatomíneos, transportados de regiões endêmicas para outros estados; Região endêmica, doença que se manifesta em determinada região, devido o transporte passa a ser manifestada, espalhada para outras localidades. Prevenção �Devido a isso mostra a importância do armazenamento adequado da matéria prima; �Higienização das frutas e caldo de cana; �Consumir em locais que tenha a inspeção pela vigilância sanitária; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 119eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 119 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária120 �Caso consumir em casa, lavar bem, e se possível, escaldar os frutos antes do consumo; �Acima de 45ºC elimina a transmissão da doença; Sabendo-se que o congelamento não previne a transmissão da doença. Conforme pesquisas feitas pela Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, foi comprovado que plantações poluídas de fezes ou urinas de animais como por exemplo de gambás, são focos de contaminações de T. cruzi. Em 2005 teve surto em Santa Catarina, de Doença de Chagas, do qual dos 31 casos confirmados ocorreu 5 óbitos de pessoas devido a infecção. Após este surto, foi levantando mais de 12 mil pessoas que tomaram caldo de cana às margens da rodovia que houve a infecção,onde serviços públicos apresentou um ônus alto, inclusive turistas, estrangeiros. Ações tomadas pela vigilância sanitária com o suporte da Anvisa, acompanha: �A origem da matéria prima; �Controle higiênico sanitário de equipamentos e instalações; �Educação dos consumidores e comerciantes; A Doença de Chagas era apena um meio de transmissão entre animais silvestres e artrópodes triatomíneos. Do qual aprendíamos sobre o ciclo da doença. Mas mudou ocorrendo também a transmissão oral pela ingestão de alimentos contaminados. �Atualmente as prováveis transmissões ocorrem: � 72% foram por transmissão oral, � 9% por transmissão vetorial e � 18% não identificada. Sendo a principal contaminação está sendo por caldo de cana, açaí e outros alimentos do qual não possui processo de cozimento (in natura), sendo o Estado de mais contaminação por alimento o Pará. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 120eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 120 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária 121 Saber sobre o parasita toxoplasmose gondii É uma doença parasitária, do qual é causada pelo parasita Toxoplasma gondii. Doença: Toxoplasmose. Agente etiológico: Toxoplasma gondii. Transmissão: água, transmissão congênita e alimentos. Hospedeiro: Suínos, aves, cabras, bovinos, roedores, gatos, cães, homem. OBJETIVO Figura 12 – Detecção histológica e imuno-histoquímica de pseudocistos toxoplasmose localizados no cérebro, em um paciente imunodeficiente Fonte: Wikimedia A contaminação por toxoplasmose gondii, pode ocorrer pela ingestão de alimentos ou água contaminados com os oocistos esporulados, podendo estar em fezes de gato, carnes mal passadas ou cruas (principalmente de carneiro e porco). eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 121eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 121 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária122 Figura 13 - Ciclo de vida de Toxoplasma gondii, sendo o agente causal da toxoplasmose Fonte: Wikimedia Ciclo O ciclo ocorre no momento que gatos ou outros felinos, ingerem cistos presentes em carnes porco, bovino, ratos contaminados. Este alimento ao chegar no estômago e no intestino delgado, do gato, a parede do cisto é quebrada pela enzima proteolíticas, com isso, o parasito é liberado do cisto, ocorrendo a penetração das células da mucosa intestinal (enterócitos) do animal, ocorrendo a replicação assexuadamente, resultando em várias gerações de Toxoplasma (taquizoítos). eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 122eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 122 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária 123 Este alimento ao chegar no estômago e no intestino delgado, do gato, a parede do cisto é quebrada pela enzima proteolíticas, com isso, o parasito é liberado do cisto, ocorrendo a penetração das células da mucosa intestinal (enterócitos) do animal, ocorrendo a replicação assexuadamente, resultando em várias gerações de Toxoplasma (taquizoítos). Após 5 dias da contaminação, inicia a reprodução sexuada, em que merozoítos formados no momento da reprodução assexuada, por sua vez, dão origem aos gametas. Os gametas feminino (macrogameta) e masculino (microgameta), se fundem dando origem ao zigoto ou ovo, resultando aos oocistos. Após 9 dias são expulsos pelas fezes do gato. Cada gato contaminado pelo toxoplasmose, a cada defecação expulsa mais de 500 milhões de oocistos. Os oocistos sobrevivem por meses no ambiente, são resistentes ao congelamento, a desinfetantes e também a processo de secagem. A eliminação se consegue por meio de aquecimento a 70ºC por um período de 10 minutos. Estes oocistos pode contaminar por diversas maneiras. Causa As infecções da toxoplasmose geralmente é transmitida: � Ingestão de alimentos mal cozidos, que estejam contaminados por cistos do parasita; �Contato com as fezes de gatos contaminados, inalação de oocistos esporulados; �Quando a primeiro contato com o Toxoplasmose, for durante a gravidez, esta doença pode ser transmitida pela placenta de mão para filho, ocorrendo a toxoplasmose congênita; � Infecção por transplante de órgãos ou por meio de transfusão de sangue de um doador contaminado, pode ocorrer, mas é raro. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 123eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 123 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária124 Pessoas que são tratados por imunossupressores ou citotóxicos, são mais suscetíveis á adquirir à infecção. Período de incubação: � Infecção carne mal cozida: 10 a 23 dias. � Infecção associado a gatos: 5 a 20 dias. Sintomas A toxoplasmose na maioria das vezes não causam sintomas claros de que a causa é da infecção da Toxoplasma gondii. (Sibley, 2012) Em alguns casos pode ocorrer: � Síndrome gripal (febre, tosse, dor de garganta, dor de cabeça, dor no corpo, dor articular), ou seja são sintomas que pode facilmente confundir com uma gripe, podendo durar por semanas ou até meses; �Dor muscular; � Sente os linfonodos (gânglios linfáticos) sensibilizados; � Problemas de visão (pequena porcentagem). Pessoas imunossuprimidas, quando afetadas pelo Toxoplasmose, pode ocorrer sintomas mais graves, como falta de coordenação motora ou crise epilética. Sendo que a toxoplasmose congênita pode causar no feto: �Défices neurológicos e neurocognitivos; �Coriorenite (inflamação da retina e da coroide); �Aborto espontâneo; �Morte fetal. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 124eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 124 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária 125 Diagnóstico O diagnostico se baseia no quadro clínico e também pela confirmação de exames: �Análise ao líquido amniótico para a detecção do DNA do parasita; �Análise de sangue, a fim de detectar a presença de anticorpos; Se ocorrer aumento dos níveis de anticorpos, aponta uma infecção ativa: � -IgM positivo e IgG negativo: está com a infecção, pessoa está doente de toxoplasmose; � -IgM positivo e IgG positivo: Infecção recente (semanas ou meses); � -IgM negativo e IgG positivo: infecção antiga (meses ou anos já podem ter se passado desde a doença). São exames rápidos que consegue verificar se a pessoa já teve contágio ao toxoplasmose e se está imune. Tratamento Para as pessoas saudáveis, não tem a necessidade de fazer o tratamento, desde que não esteja grávida. � Pirimetamina/sulfadiazina e Ácido folínico, antibióticos para o uso no período de 4 semanas; �Clindamicina, antibiótico para tratamento da toxoplasmose ocular; �Espiramicina, antibiótico para prevenir a infecção placentária (caso de gravidez). eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 125eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 125 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária126 Prevenção � Preparar higienizar os alimentar; �Cozinhar adequadamente os alimentos; �Eliminar as fezes do gato junto com a areia, onde os gatos defecaram; �Lavar as mãos depois de manipular carne crua; Notificação de surtos, considerado a partir de 2 ou mais casos, já requer a Notificação imediata às autoridades de vigilância epidemiológica municipal, regional ou central, para que possa fazer investigações e controle da transmissão pelas medidas preventivas. Pacientes com AIDS, devem fazerem tratamentos profiláticos contínuo com antibióticos sulfadiazina e ácido fólico, associadaà pirimetamina (50 mg por semana). (Paulo, 2002) eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 126eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 126 23/08/2021 15:04:2723/08/2021 15:04:27 Higiene e Vigilância Sanitária 127 UNIDADE 04 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 127eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 127 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária128 Você sabia que de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), os helmintos mais comuns e prevalentes mundialmentecausando um problema da Saúde são provocadas pelo Ascaris Lumbricóides conhecido popularmente como lombriga, contaminando mais de 1 bilhão de pessoas e a Tricuríase responsável por 900 milhões de pessoas. Vc sabia que os brasileiros passaram a comerem mais em restaurante japonês, ou seja peixe cru ou mal passado, aumentando o índice da ingestão de larvas que provém de peixes mal passados ou crus. E a Cisticercose que não é só em carne de porco, mas de boi também, sendo uma da Taenia solium e a outra da Taenia saginata. A inspeção para Suínos e Bovinos são muito importante, pois segundo Segunda a Vigilância epidemiológica só no Brasil são em média 700 surtos de doenças Transmitidas por alimento (DTA) anualmente. Você sabia que existem dois tipos de radiações a fim de descontaminar ou destruir o alimento. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 128eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 128 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária 129 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS 1 Descrever sobre Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Anisakis sp; 2 Compreender sobre Cisticercose Bovino e Suíno; 3 Entender sobre Inspeção Suínos e Bovinos, Exames para cisticercose e Investigações de Surtos; 4 Saber sobre Irradiação de alimentos. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 129eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 129 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária130 Descrever sobre ascaris lumbricoides, trichuris trichiura, anisakis sp. Ao término deste capítulo você será capaz de entender sobre os verminoses Ascaridíase conhecida popularmente como “Lombrigas”, Tricuríase e também sobre a contaminação por Anisaquíase por ingestão de peixe cru. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! OBJETIVO Ascaris lumbricoides Nome popular: Ascaridíase, lombriga. Agente etiológico: Ascaris lumbricoides. Transmissão: Ingestão dos ovos de Ascaris. Hospedeiro: Homem. Figura 1 - Ascaris Lumbricoides adultos no intestino delgado. Fonte: Wikimedia eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 130eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 130 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária 131 Ascaris lumbricoides, conhecido popularmente como lombriga, pertencente da família Ascarididae, sendo uma espécie Nematódeo. Nematódeos (Nematoda), são um filo de animais na forma de cilíndricos alongados. Eles possuem sistema digestivo completo, sistema respiratório e circulatório, sistema excretor e parcialmente centralizado o sistema nervoso. Os machos podem chegar até 30cm, e as fêmeas de 30 a 35cm, é possível encontrar os ovos nas fezes humanas, identificando ao microscópico. (Neves, 2005) As doenças entéricas por helmintos, considera problemas sociais e econômicos, acima de tudo em países não industrializados em populações carentes. Que de acordo com as estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), os helmintos de prevalência maior são a Ascaridíase, por 1 bilhão de pessoas contaminadas. (Germano & Germano, 2015) Transmissão Os ovos de Áscaris lumbricoides, são encontrados em: �Águas não tratadas; �Águas de procedentes de esgotos, utilizados para irrigação no solo de culturas de produtos vegetais. Que os ovos de Ascaris são recobertos por uma substância viscosa, devido a isso, tem fácil aderência nas partes do corpo, nas mãos, roupas, objetos, alimentos, facilitando a contaminação. (Germano & Germano, 2015) Meios de contaminação �Água contaminada; �Em plantações Verduras, Vegetais, sendo a irrigação feitas por águas contaminadas; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 131eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 131 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária132 Figura 2 - Ciclo de vida Ascaris Lumbricoides. Fonte: Wikimedia �Utilização das fezes como adubo; �Más condições de Higiene; � Ingestão alimentos contaminados crus sem a higienização; � Ingestão alimentos crus ou cozidos, mas manipulados após por indivíduos contaminados. Ciclo da Ascaridíase eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 132eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 132 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária 133 1. Ovo fertilizado; 2. Ovo não fertilizado (não ocorrerá mais sofrimento); 3. Ovo tornam infectantes, contendo as larvas; 4. Ingestão de ovos de lombriga por meio de alimento, água contaminada, entre outros; 5. Ovos de lombriga no intestino delgado, se rompe, ocorrendo a liberação de larvas; Machos e fêmeas; Uma fêmea produz em média 200 mil ovos por dia, ocorrendo a eliminação pelas fezes do hospedeiro. 6. As larvas penetram no revestimento intestinal, atingindo a corrente sanguínea, chegando ao fígado, pulmões, coração; Nos pulmões chegam aos alvéolos ocorrendo sintomas semelhantes a Pneumonia. Nos pulmões ocorre a evolução onde as larvas ficam em 3º estágio, dos alvéolos passam para traqueia, laringe (causando tosse) e faringe; 7. Retornando por meio de deglutição ao intestino delgado e crescendo em vermes adultos. Sintomas As infecções por Ascaridíase, geralmente são assintomática, mas em algumas situações pode aparecer sintomas dependendo do órgão atingido: �Dor de barriga, diarreia; �Náuseas, falta de apetite; �Tosse, crise de asma, catarro com sangue (larvas vias respiratórias); � Icterícia obstrutiva (larva pode obstruir o colédoco); �Estado febril (quando as larvas do parasita estiverem nos tecidos de outros órgãos, ocorrendo complicações); eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 133eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 133 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária134 �Obstrução intestinal (quando há um número grande de parasitas); �Em casos de obstrução pode ocorrer a a saída espontânea do parasita pelo ânus, nariz ou boca, acompanhado com vômitos e desidratação. Diagnóstico Exame de fezes, onde se observam os ovos do parasita. Trichuris trichiura Nome popular: Trichuríase. Agente etiológico: Trichuris trichiura. Transmissão: Alimentos contaminados. Hospedeiro: Homem. Figura 3 - Trichuris trichiura, micrografia de um ovo. Fonte: Wimedia eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 134eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb134 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária 135 É uma espécie de nematódeo do gênero Trichuris, geralmente encontrado no intestino grosso do hospedeiro, sendo agente causador da Tricuríase. A tricuríase é considerada a terceira infecção mais comum. Sabendo-se que em média 795 milhões de pessoas estão contaminadas mundialmente. Ocorrendo mais em regiões subtropicais e tropicais, por usarem as fezes de humanos como fertilizantes em adubos contaminando os solos causando a contaminação. Ciclo biológico Figura 4 - Ciclo de vida da Trihcuris trichiura. Fonte: Wikimedia eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 135eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 135 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária136 1. A infecção é ocorrida pela fecal-oral. Do qual os ovos são ingeridos; 2. Ocorre no ambiente a maturação em 3 semanas, dos ovos; 3. Após a ingestão, ovos eclodem dentro do hospedeiro, e entram no intestino delgado pelas criptas, como larvas; 4. As larvas juvenis são migradas até o intestino grosso, local onde evoluem para a maturidade sexual, iniciando o processo de reprodução. Os trichuríases na forma adulta podem viverem por vários anos. E após a fase de reprodução, são eliminados pelas fezes 10 mil ovos por dia. Sintomas As infecções por trichuríase, geralmente são assintomáticas, mas pode ocorrer uma indisposição digestiva discreta. Porém por conseguir viver por anos, pode ocorrer uma grande quantidade de parasitas levando: �Emagrecimento acentuado; �Anemia; �Diarreia mucoide; � Podendo ocorrer retardo mental e físico em crianças; � Prolapso retal (em casos graves), vistos a olho nú, onde ficam fixados à parede do reto; (particularmente em crianças); �Ressecamento da pele, reações tóxicas e alérgicas. Diagnóstico �Exames microscópico das fezes (observa ovos dos parasitas); eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 136eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 136 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária 137 � Pode também fazer a anoscopia, proctoscopia ou colonoscopia, podem visualizar os vermes adultos se agitando no lúmem do intestino; �Hemograma, a fim de verificar se tem anemia. Tratamento O tratamento é feito com Anti-helmínticos. �Mebendazol, 100mg, VO, 2 x ao dia, por 3 dias ou 500m dose única. Age na formação da tubulina celular no intestino do verme, provocando a degeneração do seu intestino do helmíntico. �Albendazol, 400mg, VO, 1 vez ao dia, por 3 dias. É usado para uma grande variedade de condições causadas por parasitas ou vermes. Parece causar degeneração seletiva dos microtúbulos citoplasmáticos nas células intestinais dos helmínticos. � Ivermectina, 200mcg/Kg, VO, 1 vez ao dia, por 3 dias (contraindicação para gestante). Indicada para o tratamento de várias condições causadas por parasitas e vermes, tendo a ação por meio de paralização da musculatura dos vermes e também dos parasitas, levando à morte, devido a isso, é eliminado do corpo. Prevenção � Procedimentos básicos de higiene �Evitar adubos de origem fecal sem tratamento prévio �Lavar e desinfectar com solução de cloro, as verduras e frutas rasteiras antes de consumi-los crus, �Desinfectar bancadas, produtos de utensílios; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 137eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 137 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária138 Periodicamente as pessoas que trabalham com a manipulação dos alimentos, deve fazerem exames de parasitologia, e caso o resultado seja positivo, deverá fazer o tratamento imediatamente com anti- helmínticos. + OBSERVAÇÃO Anisakis sp. Nome popular: Anisaquíase. Agente etiológico: Anisakis sp. Transmissão: Ingestão das larvas, ingestão de peixe mal cozido ou peixe cru. Hospedeiro: Peixes, crustáceos, lulas, homem. Figura 5 - Anisakis, parasitas do estômago da baleia-comum. Exposição museu de Tóquio. Fonte: wikimedia �Higienização das mãos, após utilização e manuseio com alimentos crus; �Cuidados com uniformes e roupas. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 138eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 138 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária 139 Anisaquíase, também conhecido como Anisakiose, nome utilizado deste parasitose no trato gastrointestinal do homem. Esta patologia é causada devido a ingestão de frutos do mar, de peixes mal cozido ou crus, com larvas de nematódes da família Anisakinae. Ciclo de vida Figura 6 - Ciclo de vida Anisakis Fonte: Wikimedia A anisaquíase é causada pela larva Anisakis e seu ciclo de vida inicia quando alguns mamíferos aquáticos como leões marinhos ou baleias contaminados, defecam no mar, liberando os ovos, do qual se desenvolvem e liberam as larvas. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 139eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 139 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária140 Em alguns casos pode ocorrer sintomas de reações alérgicas, como vermelhidão na pele, coceira, dificuldade para respirar e inchaço do rosto. + OBSERVAÇÃO Diagnóstico Avaliação clínica, verificar se comeu algum peixe cru. Endoscopia, a fim de verificar a presença de larvas no interior do estômago ou na porção inicial do intestino. Caso seja visto as larvas, terá que fazer a retirada por um aparelho específico para remover as larvas. Essas larvas são ingeridas pelos crustáceos, do qual são comidos por peixes e lulas, infectando. Estes peixes contaminados, após capturados, continuam com as larvas crescendo e caso seja ingerido este peixe cru ou mal passada, estas larvas passarão a viver dentro do estômago e do intestino deste hospedeiro. Sintomas �Dor abdominal forte; � Inchaço na barriga; �Náuseas e vômitos; �Diarreia; � Fezes com sangue; �Constante febre abaixo de 39ºC. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 140eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 140 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária 141 Tratamento Caso não consiga fazer a remoção das larvas 100%, ou se estas larvas já se espalharam para o intestino, é necessário fazer um tratamento com um anti-helmíntico. �Albendazol, 100mg, VO, por 3 a 5 dias; �Cirurgia para removê-las (caso o tratamento com o anti-helmíntico não seja eficaz). Geralmente a pessoa contaminada, acaba expelindo por meio das fezes as larvas, sem nem saber que foi contaminada. Prevenção �Cozinhar a lula e o peixe em temperatura acima de 65ºC. Porém, caso queira consumir o peixe cru, como por exemplo o sushi, deve seguir as seguintes orientações: Para armazenar tem que congelá-lo antes de comer: �Congelar e guardar a - 20º C (negativos): até 7 dias; �Congelar e guardar a - 35ª C (negativos): por menos de 15 horas; �Congelar a - 35º C e guardar a - 20ºC: até 25 horas. Os peixes mais afetados, contaminados por estas larvas são a lula, o salmão, o bacalhau, o alabote, a cavala, as anchovas e o arenque. Sabendo-se que a larva mede em média 1cm, com isso, podendo observar as carnes antes de comer, por ser um tamanho visível. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 141eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 141 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária142 Cisticercose bovina e suína Cisticercose Bovina Nomepopular: Cisticercose, Solitária. Hospedeiro: Homem da forma adulta. Hospedeiro intermediário: Bovino na forma de cisticercose. O nome de solitárias, pois geralmente apresentam no intestino apenar uma. Podendo medir de 4 a 12 metros de comprimento, tendo o gado bovino como hospedeiro intermediário. O homem é o principal responsável pela contaminação aguda, que se infecta pela ingestão de ovos do parasita intestinal, neste caso a Taenia saginata conhecida popularmente como solitária, e também responsável pela contaminação das fezes contaminada no solo. Infecção causada por larvas da Taenia solium, popularmente conhecida como solitátria, que afeta os músculos, tecidos, podendo também afetar o cérebro. A Taenia saginata, conhecida como tênia do boi, e a Taenia solium, conhecida como tênia do porco, são parasitos, que tem o homem como único hospedeiro em sua fase adulta. Sendo os dois tipos de Taenia terem o nome popularmente de “Solitárias”. OBJETIVO eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 142eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 142 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária 143 Figura 7 – Ciclo Cisticercose Taenia saginata Fonte: Freepik O homem contaminada, excreta as fezes com os ovos, do qual o Bovino se contamina com os ovos, que estão nas fezes humana. No interior do intestino do Bovino, os ovos eclodem, liberam as larvas, elas atravessam a parede intestinal do bovino, caem na circulação e seguem para os tecidos, onde se encistam e forma os cisticercos (Cysticercus bovis), conhecido popularmente como “canjiquinhas”. Os parasitas encistam e formam os cisticercos principalmente nos tecidos da musculatura e do Cérebro. O homem ao ingerir a carne de bovino crua ou mal passado contendo cisticercos, estes no intestino do homem evolui para a forma adulta do verme, fechando o ciclo do parasito. Uma vez instalada a cisticercose no Bovino, não tem como descobrir, tomará conhecimento no dia do abate. Ou seja terá prejuízo pois não foi possível fazer um tratamento. Diagnóstico �Exames coproparasitológicos; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 143eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 143 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária144 + OBSERVAÇÃO No exame de fezes, não é específico, não consegue identificar se é Taenia saginata ou Taenia solium, pois elas são morfologi- camentes indistinguíveis. Para isso é necessário realizar exames mais específicos como a identificação da proglote (anéis da Taenia, elas são eliminadas junto com as fezes) ou a pesquisa de antígenos parasitários, pelo método de Elisa, para a Taenia saginata nas fezes. Tratamento �Niclosamida, via oral. Fármaco Quimioterápicos Anti-helmínticos, i n d i c a d o em casos de infestações por Teníase. Age inibindo a formação de microtúbulos através do bloqueio da captação de glicose, do qual o parasita não consegue formar o ATP, necessário para sobreviver e reprodução, levando a morte. Dose: 4 comprimidos em dose única (Adultos e crianças a partir de 8 anos). Dose: 2 comprimidos em dose única (crianças 2 a 8 anos). Dose: 1 comprimido dose única (criança < 2 anos). � Praziquantel. Fármaco Anti-helmínticos, eficaz na forma adulta, bem como também na forma de cestoides. Via oral: Uso pediátrico acima de 4 anos e adulto. Dosagem: 30 a 50mg por Kg/dia, 3 x ao dia, por 15 dias. Praziquantel, são drogas eficazes dos cestocidas, mas não ovicidas, devido a isso, recomenda-se que a pessoa tenha eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 144eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 144 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária 145 higiene pessoal cuidadosa, a fim de prevenir que não ocorra a autocontaminação e também cuidados domiciliar. �Albendazol, anti-helmíntico de amplo espectro, que trata diversos nematoides, protozoários, tendo a função de larvicida, ovicida e vermicida. Suspensão 40mg/mL, via oral (uso adulto e pediátrico acima de 1 ano). Comprimido Mastigável (uso adulto e pediátrico acima de 1 ano). �Mebendazol, anti-helmíntico. Uso adulto e pediátrico, tomar de 5 a 10mL, 2 x ao dia, por 3 dias. Prevenção �Medidas higiênico-sanitárias que interrompa o ciclo do parasita, impedindo que os bovinos se contaminam com os ovos; �Homem fazer uso das fossas sanitárias da propriedade, a fim de evitar a contaminação no solo, das fezes; �Evitar o acesso dos animais no locais que passam o esgoto humano; � Fazer esporadicamente tratamento antiparasitário aos funcionários da fazenda, com isso diminuindo as chances de contaminar o solo com as fezes contaminadas, causando a contaminação dos animais; �Combate ao abate clandestino (do qual não é inspecionado), para evitar a contaminação do homem por cisticercose; Segundo a prevenção em Saúde Pública, são aplicáveis para a polução 3 medidas: Educação sanitária, diagnóstico e tratamento. (Germano & Germano, 2015) eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 145eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 145 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária146 A educação sanitária é o esclarecimento para a população a respeito do modo de transmissão, contaminação e a prevenção da doença. Reforças para a população os perigos da contaminação por meio da carne mal passada ou crua, bem como também o abate clandestino. Prevenção em saúde pública: para os cuidados de higiene, medidas com a população. Prevenção em saúde ambiental: educação sanitária, com cuidados da dispersão dos ovos, orientação do destino correto da excreção das fezes humanas, evitando a contaminação do solo, alimento e água. Evitar também o uso de esgoto para a irrigação do solo. Prevenção em saúde animal: São cuidados aplicáveis aos bovinos, diagnóstico em matadouros, cuidados com a carcaça com destino adequado. Tratamento de imunização e tratamento quimioterápico. Cisticercose suína A Cisticercose suína, é uma doença parasitária, sendo seu início de ciclo a partir da ingestão de ovos de Taenia solium, sendo que o homem é hospedeiro na sua forma adulta. Nome popular: Cisticercose, Solitária. Hospedeiro: Homem na forma adulta. Hospedeiro intermediário: Suíno na forma de cisticercose. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 146eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 146 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária 147 Figura 8: Cisticercose por Taenia solium (Ciclo) Fonte: Wikimedia O homem é contaminado pela Taenia solium, ao ingerir a carne suína, semi crua ou crua, contendo cisticercos. Os suínos se infectam ingerindo ovos de Taenia solium, do qual, o solo está com fezes humanas contaminados com ovos de Taenia solium. Devido a isso, os ovos eclodem penetram na parede intestinal e nos músculos desenvolvendo em cisticercoses. O homem ingere a carne de porco mal passada ou crua, se contaminando de cisticercose. Os cisticercose pode desenvolver nos órgãos, sendo mais comum tecido subcutâneo, globo ocular, pulmões e também a cisticercose cerebral ou a neurocisticercose sendo a forma mais grave. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 147eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 147 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária148 O gato, o macaco e o cão, também podem serem hospedeiros intermediários do parasita, ao adquirir cisticercose por ingerir diretamente os ovos da Taenia solium. + OBSERVAÇÃO Sintomas�Teníase no homem: Dor abdominal, desconforto abdominais, Anorexia; �Cisticercose no homem: Já é considerada uma doença grave, podendo levar ao óbito. Contaminação Cisticercose �Transferência direta: Ingerir os ovos da T. solium das fezes de um indivíduo com teníase; �Autoinfecção: devido o movimento retroperistáltico do intestino, do que o proglote da taenia pode retornar ao estômago e seguir para o intestino delgado, ocorrendo a liberação as oncosferas (autoinfecção); � Indiretamente: Ingestão de alimentos, verduras, água contaminada com ovos da T. solium. A Cisticercose pode ter o período de incubação de 1 até 35 ano, no entanto, normalmente se manifesta após a infecção entre 2 e 5 anos. Mas em alguns casos nunca aparece. (Germano & Germano, 2015) �Cérebro: A contaminação cerebral pode ocorrer crises convulsivas, entre 50 a 70% dos pacientes, e também ocorrer hipertensão craniana; distúrbios do comportamento, podendo até evoluir para meningoencefalite; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 148eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 148 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária 149 Diagnóstico �Exame do líquido cefalorraquidiano (LCR), o parasita resulta em alterações inflamatório crônico; � Provas sorológicas, são resultados mas não apresenta a localização e nem a carga parasitária; �Elisa já tem e sensibilidade de 80%; � Imunoeletroforese revela de 54 a 87% de pacientes com cisticercose; � Imunofluorescência indireta: pouco sensível, mas específica; �Exame radiológico: verifica por meio de imagens dos cistos calcificados, porém só observa a calcificação após a morte do parasita; �Tomografia computadorizada: Localização das lesões, até SNC, tanto os calcificados como também os cistos; �Exame anatomopatológico: Em casos de ante mortem. Biópsias de nódulos subcutâneos e análise histopatológica (autópsia ou necrópsia); A contaminação pela cisticercose, aponta um problema sério para a saúde pública, reconhecendo as más condições sanitárias. Prevenção �Educar as pessoas referente em evitar a contaminação fecal-solo; alimento, água; �Águas para irrigação das pastagens não utilizar; �Não comer carnes bovino ou suíno cruas ou mal passada; � Identificar e tratar imediatamente; �Congelar carnes abaixo -5ºC (mínimo 4 dias); eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 149eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 149 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária150 � Submeter a inspeção a carcaças, nos abatedoujros de bovinos e suínos; � Impedir o aceddo de bovinos e suínos, latrinas e esgotos. Tratamento Niclosamida, Praziquantel, já mencionado para tratamento cisticercose bovina. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 150eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 150 23/08/2021 15:04:2823/08/2021 15:04:28 Higiene e Vigilância Sanitária 151 Inspeção para suínos e bovinos, exame para cisticercose; investigação de surtos Inspeção para suínos e bovinos, exame para cisticercose No Brasil, a Lei n. 1.283, de 18.12.1950, regulamentada pelo Decreto n. 30.691, de 29.3.1952, do Ministério da Agricultura, inspeção industrial e sanitária de carnes e derivados. OBJETIVO Segue abaixo uma explicação referente as técnicas de exame para cisticercose: (CAM RA DOS DEPUTADOS, DECRETO 30.691) Art. 176. Cisticercose - (Cysticercus bovis) - Serão condenadas as carcaças com infestação intensa pelo “Cysticercus bovis” ou quando a carne é aquosa ou descorada. § 1º Entende-se por infestação intensa a comprovação de um ou mais cistos em incisões praticadas em várias partes da musculatura e numa área correspondente, aproximadamente, à palma da mão. § 2º Faz-se rejeição parcial nos seguintes casos: 1 - Quando se verifique infestação discreta ou moderada, após cuidadoso exame sobre o coração, músculos seus pilares, bem como sobre músculos da mastigação, língua, diafragma e facilmente acessíveis. Nestes casos devem ser removidas e condenadas todas as partes com cistos, inclusive os tecidos circunvizinhos, as carcaças são recolhidas às câmaras frigoríficas eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 151eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 151 23/08/2021 15:04:2923/08/2021 15:04:29 Higiene e Vigilância Sanitária152 ou desossadas e a carne tratada por salmoura, pelo prazo mínimo de 21 (vinte e um) dias, em condições que permitam, a qualquer momento, sua identificação e reconhecimento. Esse período, pode ser reduzido para 10 (dez) dias, desde que a temperatura nas câmaras frigoríficas seja mantida sem oscilação e no máximo a 1º C (um grau centígrado); 2 - Quando o número de cistos for maior do que o mencionado no item anterior, mas a infestação não alcance a generalização, a carcaça será destinada à esterilização pelo calor; 3 - Podem ser aproveitadas para consumo as carcaças que apresentem um único cisto já calcificado, após remoção e condenação dessa parte. § 3º As vísceras, com exceção dos pulmões, coração e porção carnosa do esôfago e a gordura das carcaças destinadas ao consumo ou à refrigeração, não sofrerão qualquer restrição, desde que consideradas isentas de infestação. Os intestinos podem ser aproveitados para envoltório, depois de trabalhados como normalmente. § 4º Quando se tratar de bovinos com menos de 6 (seis) meses de idade, a pesquisa do “Cysticercus bovis” pode ficar limitada a um cuidadoso exame da superfície do coração e do outras superfícies musculares normalmente visíveis. § 5º Na rotina de inspeção obedecem-se as seguintes normas: 1 - Cabeça - observam-se e incisam-se os masséteres e pterigóideos internos e externos; 2 - Língua - o órgão deve ser observado externamente, palpado e praticados cortes quando surgir suspeita quanto à existência de cistos ou quando já foram encontrados cistos nos músculos da cabeça; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 152eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 152 23/08/2021 15:04:2923/08/2021 15:04:29 Higiene e Vigilância Sanitária 153 Acesse o link mencionada, do qual apresenta o DECRETO Nº 30.691, DE 29 DE MARÇO DE 1952, por completo. http://bit.ly/2MYeD6j ACESSE 3 - Coração - examina-se a superfície externa do órgão e faz-se uma incisão longitudinal, da base à ponta, através da parede do ventrículo esquerdo e do septo interventricular, examinando- se as superfícies de corte, bem como as superfícies mais internas dos ventrículos. A seguir praticam-se largas incisões em toda a musculatura do órgão, tão numerosas quanto possível, desde que já tenha sido verificada a presença do “Cysticercus ovis”, na cabeça ou na língua; 4 - Inspeção final - na inspeção final identifica-se a lesão parasitária inicialmente observada e examinam-se sistematicamente os músculos mastigadores, coração, porção muscular do diafragma, inclusive seus pilares, bem como os músculos do pescoço estendendo-se o exame aos intercostais e a outros músculos, sempre que necessário, devendo-se evitar tanto quanto possível cortes desnecessários que possam acarretar maior depreciação à carcaça. No caso dos suínos, na Seção III (§ 3º), aplicam-se as disposições do qual estão estabelecidas na Seção I (§ 1º) – Generalidades, Bovídeos, e mais o artigo 206: Art. 206. Cisticercose - é permitido o aproveitamento de tecidos adiposos procedentes de carcaças com infestação intensa por “Cysticercus Cellulosae” para a fabrica de banha, rejeitando- se as demais partes do animal. (Artigo com redação dada pelo Decreto do Conselho de Ministros nº 1.255, de 25/6/1962)eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 153eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 153 23/08/2021 15:04:2923/08/2021 15:04:29 Higiene e Vigilância Sanitária154 Surtos que causam DTA, e não são notificados pela Anvisa, não são estudos, investigados, não fazendo o controle desta contaminação e nem a prevenção de novos casos. + OBSERVAÇÃO A Cisticercose é um problema de saúde animal, em consequência das condições não favoráveis da higiene-sanitárias referente a criação de suínos e bovinos. A importância do preparo técnico aos criadores é um fator determinante, pois técnicos despreparados na manipulação é um fator determinante ao aumento da infecção nos rebanhos. Investigação de surtos Ocorrência de dois ou mais casos de manifestação clínica similares, já se considera um surto de doença transmitida por alimentos (DTA). Casos de patologias consideradas graves como botulismo, cólera, já se considera surto, em um único caso constatado. É essencial a investigação e identificação dos surtos de DTA, pela Vigilância das Doenças Transmitidas por Alimentos – VEDTA, pois permite: �Eliminar o quanto antes fontes de contaminação; � fazer o controle e prevenir possíveis contaminações; �Montar programas educativos; �Melhorar a segurança e qualidade de água e alimentos; �Melhorar a qualidade de saúde e vida da população; �Aprender sobre as doenças causadores de DTA. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 154eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 154 23/08/2021 15:04:2923/08/2021 15:04:29 Higiene e Vigilância Sanitária 155 A notificação de surtos é de notificação compulsória sendo normatizada por portarias específicas, sendo que qualquer cidadão tem o dever de notificar à autoridade sanitária (vigilância epidemiológica ou vigilância sanitária do município, por meio de telefone, e-mail, etc.) a ocorrência de surto de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA). Sendo que para os profissionais da Saúde, médicos no exercício da profissão, responsáveis por organizações estabelecimentos particular ou público da saúde, a notificação de surtos de DTA, á Vigilância Sanitária é obrigatória. Primeiramente faz – se a investigação se realmente está diante de um surto, após a confirmação de que realmente é caracterizado uma origem de um surto de doença transmitida por alimento (DTA), tomará as seguintes providências imediatamente: �Evitar que as pessoas continuem vendendo ou consumindo este alimento ou água; �Guardar a sobra sobre refrigeração, até chegarem os responsáveis pela investigação; � Se caso o produto for industrializado, preservar a embalagem; �As pessoas contaminadas deverão ir ao serviço de saúde; �Nunca fazer automedicação; Caso o notificante seja da Saúde, deverá providenciar coleta de material biológico, antes do tratamento com antibiótico, a fim de identificar o agente etiológico. Ocorrência de surto �Ocorrência do surto (houve um erro no controle de produção, ocorrendo uma contaminação podendo ser alimento ou água); �Deverá ocorrer a Notificação Imediata aos órgãos competentes; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 155eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 155 23/08/2021 15:04:2923/08/2021 15:04:29 Higiene e Vigilância Sanitária156 � Investigação Integrada pela Vigilância Epidemiológica investigar; � Identificar o agente etiológico; �Vias de transmissão; �Diagnosticar o problema; �Vigilância Sanitária; � Identificar na cadeia de produção; � Identificar no processo produtivo os pontos críticos; �Erros no processo de produção da água ou do alimento. Dependendo da causa, também poderá participar desta investigação Agricultura, Meio Ambiente, Saneamento, entre outros. Tipos de investigações do surto A investigação de surtos de DTA, são movimentados em três regras: 1. A investigação epidemiológica propriamente dita Sob a responsabilidade da Vigilância epidemiológica, faz o registro de notificação, onde são utilizados formulários, entrevistando os envolvidos no surto (não doentes e doentes), com o intuito de detectar a identificação do agente etiológico, a origem da contaminação. Faz um levantamento por exemplo uma festa, verificar todos os nomes para a entrevista, com todos os participantes convidados e funcionários. 2. Investigação laboratorial Este alimento ou água contaminada suspeito por DTA, será coletado uma amostra toxicológica ou bromatológica por um agente sanitário, do qual será encaminhado ao laboratório de saúde pública. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 156eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 156 23/08/2021 15:04:2923/08/2021 15:04:29 Higiene e Vigilância Sanitária 157 Serão amostras também de pacientes, utensílios, água, a fim de investigar o agente etiológico. 3. Investigação ambiental É a investigação do local que teve a ocorrência do surto, pela Vigilância Sanitária. Esta investigação é feita por toda a cadeia de produção. �A matéria prima; �O transporte do alimento/água contaminado; �O meio de transporte; �A manipulação, todo o preparo, a fabricaçãoEntrevistar o manipulador, com todos os detalhes, tempo que trabalha, experiência, história de doença recente; �A conservação dos alimentos; �A higiene do local. Faz o rastreio minuciosamente deste a sua origem até chegar na mesa do consumidor, a fim de detectar o que causou o surto. Fazer também documentação fotográfica, sendo uma estratégia muito importante. http://bit.ly/2MYPN6f Objetivo � Identificar o alimento que está sendo responsável; �O Agente etiológico causador da patologia; �Quadro clínico prevalecente; É muito importante verificar a causa do surto, a fim de poder obter medidas capaz de corrigir falhas e sanar este surto, e também para o tratamento das pessoas contaminadas. Fazer todo o acompanhamento das pessoas contaminadas, entrar em contato com os serviços da saúde, em hospitais, com os médicos que atenderam as pessoas contaminadas pelo alimento a fim de verificar: eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 157eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 157 23/08/2021 15:04:2923/08/2021 15:04:29 Higiene e Vigilância Sanitária158 Segue o link de um modelo de Ficha de Identificação de Surto de Doenças Transmitidas por Alimento/Água. Para melhor entender http://bit.ly/2MYPN6f (Acesso em 31/12/2019) ACESSE � Período de incubação do alimento; �Entrevistar as pessoas doentes e também as não doentes; �As queixas de distúrbios da saúde; Processamento e análise de dados Após estes levantamentos vai para a etapa de processamento e análise de dados: Nesta fase junta todas as informações obtidas nas entrevistas, todas as observações, relatórios médicos, período de incubação, identificação do agente etiológico e suas conclusões. Com isso, também acrescenta acompanhamento evolução da doença, melhora ou piora, se houve caso de óbito, e também se houve novos casos, fazendo um acompanhamento se necessário por semanas. Verifica os exames de laboratório tanto análises biológicas de amostras dos doentes, como também resultados das análises bromatológicas e toxicológicas. Finalizando uma análise global com todos os fatos, fazer a divulgação do surto se for cabível, com muito cautela e certeza do acontecimento. Se não for de conhecimento público pesar as vantagens e desvantagens desta divulgação. Agora se for um fato já de conhecimento público, tem o dever do comunicado e da divulgação pela mídia com cautela. Até mesmo com a finalidade de impedir novos surtos. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária -Aberto - SER.indb 158eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 158 23/08/2021 15:04:2923/08/2021 15:04:29 Higiene e Vigilância Sanitária 159 Irradiação de alimentos Segundo a vigilância epidemiológica das DTA (VE-DTA), no Brasil são notificados mais de 700 surtos de DTA, com 13 mil doentes e 10 obitos, anualmente. (SAÚDE., 2020) A comida tratada pela Irradiação não se torna radioativa, mas pode ocorrerem alterações químicas. E também, 25% das causas da mortalidade, segundo a Organização Mundial da Saúde, é devido os distúrbios diarreicos sendo 70% dos casos devido a contaminação alimentar. (Germano & Germano, 2015) E as perdas de alimentos por diversas causas (deterioração, amadurecimento natural), sendo 50% dos produtos perecíveis (carnes, pescados, frutas, vegetais). As radiações do alimento, tem o intuito de descontaminar ou destruir microrganismos (dependendo do nível de energia), vírus, insetos, ovos, larvas e/ou bactérias patógenos, que possam estarem no alimento. Aumentando a validade do alimento, em casos que são fatores limitantes os resíduos microbiológicos. Sabendo que mais de 250 mil tipos de doenças transmitidas por alimentos (DTA), sendo uma importância causa para a Saúde Pública, de morbidade e mortalidade mundialmente, podendo ser fatal principalmente em crianças menores de 5 anos, ocorrendo 420 mil mortes. OBJETIVO eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 159eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 159 23/08/2021 15:04:2923/08/2021 15:04:29 Higiene e Vigilância Sanitária160 Figura 9: Espectro eletromagnético com as regiões de radiações ionizantes e não ionizantes. Fonte: Wikimedia Não ionizante ou ultravioleta (UV) Radiação não ionizante são radiações cuja a sua energia não ioniza as moléculas ou átomos, para isso, deve possuir energia inferior a 10 ou 12 eV. �Esterilização superficial da água; �Descontaminação do ar do ambiente e também dos equipamentos; �Esterilização das embalagens. Tecnologias Há dois tipos de radiação: 1. A não ionizante ou Ultravioleta (Microondas, Infravermelho). 2. Ionizante (Raios X e Raios gama). eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 160eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 160 23/08/2021 15:04:2923/08/2021 15:04:29 Higiene e Vigilância Sanitária 161 Radiação ionizante Já são radiações em alto nível de energia, em um material de alimento, com alto poder de penetração e em nível celular ação letal. A irradiação age danificando o DNA os organismos – alvo, se tornando incapazes de continuarem as suas atividades patogênicas, ou seja as plantas não conseguem continuarem o processo de amadurecimento no seu tempo normal e nem os insetos não sobrevivem ou não conseguem com as suas atividades patogênicas. A irradiação é um processo de aplicação por meio de uma energia, a um material, alimento, a fim de preservá-lo ou esterilizá-lo pela destruição de parasitas, microrganismos, mosquitos, pragas. Devido a energia por transição atômica da radiação ionizante ser muito alta, induz a ionização e quebra as moléculas. Ou seja é um tratamento similar ao da pasteurização, descrito como “Pasteurização fria”, porém sabendo – se que a Irradiação e a Pasteurização são processos diferentes. Atualmente a irradiação de alimentos é permitida a mais de 50 países, já passando mais de 500.000 toneladas de comida anualmente. Sabendo- se que a irradiação dos alimentos não substitui a adoção das Boas Práticas de Fabricação (BPF), devendo utilizar em conjunto, com a finalidade de: �Eliminação dos patógenos; �Conservação dos alimentos; �Aceitação dos produtos exportados aos países desenvolvidos; �Aumenta o nível de segurança dos alimentos; �Diminui as perdas dos alimentos; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 161eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 161 23/08/2021 15:04:2923/08/2021 15:04:29 Higiene e Vigilância Sanitária162 Irradiação gama É a radiação de fótons no intervalo gama do espectro eletromagnético. Sendo obtida pelo uso de radioisótopos, o cobalto-60 (criado a partir do cobalto-59) e césio-137. Para a irradiação do alimento, o mais utilizado é o cobalto-60, pois permite tratar lotes inteiros, devido a sua penetração profunda. O material radioativo precisa ser monitorado com os devidos cuidados, escudos de concretos, trabalhadores com protetores durante a operação, a fim de proteger do raio gama. Os Raios gamas, como forma de segurança são contidos em cápsulas de aço inoxidável. + OBSERVAÇÃO Os raios gamas são ondas de curto comprimento semelhantes à luz Ultravioleta e do micro-ondas, do qual são produzidas por isótopos radioativos. Cobalto-60, é especificamente utilizado em � Irradiação de alimentos (mais utilizado nos Estados Unidos); �Radioterapias; �Esterilização hospitalar. No alimento são colocados em caixas de alumínios, sendo levados para o interior da câmera de irradiação por um monotrilho. A energia dos Raios gama tem a função de penetrar na embalagem e também no alimento, sendo em sua maioria sem deixar resíduos. Sabendo -se que não deixa resíduos. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 162eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 162 23/08/2021 15:04:2923/08/2021 15:04:29 Higiene e Vigilância Sanitária 163 Irradiação por Raio-x Esta irradiação é semelhante ao raio gama, pois são radiações de fótons de espectro energético mais largo, são sistemas de irradiação baseados em isótopos. Tem maiores penetrações quando comparados aos de cobalto-60. Sendo os Raio-x produzidos ao colidir elétrons acelerados com materiais densos como o tungstênio ou tântalo. Gray (unidade) É a unidade no Sistema Internacional de Unidades (SI) de dose absorvida. Ou seja a quantidade de energia de radiação ionizante absorvida. O Sistema Internacional de Unidades (SIU) desenvolveu o termo gray (Gy) a fim de medir a dose absorvida, sabendo-se que um Gy equivale a um joule/quilo de alimento. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), alimentos que são irradiados até 10KGy, não tem a necessidade da avaliação nutricional e nem toxicológica. Radurização São tratamentos feitos em doses baixas de radiação (1 e 5KGy), normalmente associa com refrigeração, conservação, com o intuito de retardar a deterioração a maturação, inibir brotamentos e controlar a infestação por ácaros e insetos. Radiciação ou Radiopasteurização Já são doses intermediárias de radiação (2,5KGy a 6KGy), com o objetivo similar da pasteurização, eliminar e controlar determinados patógenos. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 163eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 163 23/08/2021 15:04:2923/08/2021 15:04:29 Higiene e Vigilância Sanitária164 Radapertização Já considera doses elevadas de irradiação (aproximada- mente 10KGy), já com o objetivo de esterilizar o alimento. A Radapertização muito utilizado em pescados e cárneos, com o objetivo de prevenir a decomposição e a toxidez de origem microbiana. Irradiação de produtos vegetais A irradiação de produtos vegetais, geralmente utiliza doses baixas, para evitar alterações indesejáveis. Irradiação em doses altas nos frutas, verduras, vegetais pode promover enegrecimento, rancidez, decomposição acelerada no armazenamento e também diminuição do teor de vitaminas. O processo de irradiação se torna necessidade por motivo de segurança, em razão da crescente população mundial em consequência da alimentação e suas contaminações, surtos e doenças. No entanto a importância de associar a garantia da segurança do alimentocom as BPF, com a manipulação adequada dos produtos. Porém alguns estudos científicos reprovam a utilização de tecnologias como meio da redução microbiana, na hipótese de que pode desenvolver micro-organismos patogênicos acidentalmente após o processamento. (Germano & Germano, 2015) eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 164eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 164 23/08/2021 15:04:2923/08/2021 15:04:29 Higiene e Vigilância Sanitária 165 REFERÊNCIAS UNIDADE 01 Baptista, P. (2003). Higienização de equipamentos e instalações na indústria agro-alimentar. Forvisao. Acesso em: 24 de 11 de 2019. Disponível em: http://bit.ly/2SGGqvl BICALHO, I. T. (s.d.). Avaliação da atividade antimicrobiana de nanopartículas de prata para uso em desodorantes. Germano, P. M., & Germano, M. I. (2015). Higiene e vigilância Sanitária de alimentos. São Paulo: Manole Ltda. doi: 978-85-204-3720-9. UNIDADE 02 Baptista, P. (2003). Higienização de equipamentos e instalações na indústria agro-alimentar. Forvisao. Acesso em: 24 de 11 de 2019. Disponível em: http://bit.ly/2SGGqvl BICALHO, I. T. (s.d.). Avaliação da atividade antimicrobiana de nanopartículas de prata para uso em desodorantes. Germano, P. M., & Germano, M. I. (2015). Higiene e vigilância Sanitária de alimentos. São Paulo: Manole Ltda. doi: 978-85-204-3720-9. Maria Fabiola Soares da Silva, A. A. (2019). Microbiologia dos alimentos: agentes bacterianos contaminadores. Biomedicina. Acesso em 22 de 12 de 2019. Prevention, C. f. (1994). Bacillus cereus Food Poisoning Associated with Fried Rice at Two Child Day Care Centers. MMWR. SAÚDE, M. D. (2011). Manual Técnico de Diagnóstico Laboratorial da Salmonella spp. MINISTÉRIO DA SAÚDE. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 165eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 165 23/08/2021 15:04:2923/08/2021 15:04:29 Higiene e Vigilância Sanitária166 UNIDADE 03 Germano, P. M., & Germano, M. I. (2015). Higiene e vigilância Sanitária de alimentos. São Paulo: Manole Ltda. doi: 978-85-204-3720-9. 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