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gente criando o futuro HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA Organizadora Gabriela Bexiga HIGIENE E VIGILÂNCIA SANITÁRIA Organizadora Gabriela Bexiga Higiene e Vigilância Sanitária GRUPO SER EDUCACIONAL C M Y CM MY CY CMY K Higiene e Vigilância Sanitária eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 1eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 1 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 © by Editora Telesapiens Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora Telesapiens. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Bibliotecária: Maria Isabel Schiavon Kinasz, CRB9 / 626 Bexiga, Aparecida Gabriela B512h Higiene e vigilância sanitária [recurso eletrônico] / Aparecida Gabriela Bexiga; coordenação de David Lira Stephen Barros; organização de Cristiane Silveira Cesar de Oliveira - Recife: Telesapiens, 2021. 168p.: il.; 23cm ISBN 978-65-5873-074-3 1. Higiene alimentar. 2. Vigilância sanitária. I. Barros, David Lira Stephen (coord.). II. Oliveira, Cristiane Silveira Cesar de (org.). III. Título. CDD 664.07 (22.ed) CDU 613.2 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 2eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 2 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária Fundador e Presidente do Conselho de Administração: Janguê Diniz Diretor-Presidente: Jânyo Diniz Diretor de Inovação e Serviços: Joaldo Diniz Diretoria Executiva de Ensino: Adriano Azevedo Diretoria de Ensino a Distância: Enzo Moreira Créditos Institucionais Todos os direitos reservados 2020 by Telesapiens eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 3eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 3 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Olá. Meu nome é Gabriela Bexiga. Sou Farmacêutica Bioquímica fiz Mestrado na área da Educação Física, onde pesquisei Feitos do treinamento físico aeróbio no pâncreas de camundongos fêmea LDL Knockout ovariectomizadas. Avaliei a influência do exercício físico aeróbio sobre as diferentes células das ilhotas pancreáticas, através de análises Bioquímico, Morfoquantitativa e Imuno-histoquímica. Papiloscopista e Diretora da Associação dos Funcionários da Polícia Civil do Estado de São Paulo (AFPCESP), faço parte da Comissão Multidisciplinar no Departamento de Perícia Médica do estado de SP aos PCDs inscritos e aprovados do Concurso Público. Leciono aulas na área da Papiloscopia, Anatomia & Fisiologia e áreas da Farmácia. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! A AUTORA GABRIELA BEXIGA eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 4eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 4 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 ICONOGRÁFICOS Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem significam: OBJETIVO Breve descrição do objetivo de aprendizagem; + OBSERVAÇÃO Uma nota explicativa sobre o que acaba de ser dito; CITAÇÃO Parte retirada de um texto; RESUMINDO Uma síntese das últimas abordagens; TESTANDO Sugestão de práticas ou exercícios para fixação do conteúdo; DEFINIÇÃO Definição de um conceito; IMPORTANTE O conteúdo em destaque precisa ser priorizado; ACESSE Links úteis para fixação do conteúdo; DICA Um atalho para resolver algo que foi introduzido no conteúdo; SAIBA MAIS Informações adicionais sobre o conteúdo e temas afins; +++ EXPLICANDO DIFERENTE Um jeito diferente e mais simples de explicar o que acaba de ser explicado; SOLUÇÃO Resolução passo a passo de um problema ou exercício; EXEMPLO Explicação do conteúdo ou conceito partindo de um caso prático; CURIOSIDADE Indicação de curiosidades e fatos para reflexão sobre o tema em estudo; PALAVRA DO AUTOR Uma opinião pessoal e particular do autor da obra; REFLITA O texto destacado deve ser alvo de reflexão. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 5eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 5 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 SUMÁRIO UNIDADE 01 Descrever os tipos de Higiene 16 Introdução a higiene alimentar 16 Higiene individual 17 Lavar as mãos 18 Manipuladores de alimentos 18 Uso de máscara, luvas e proteção para o cabelo 19 Higiene ambiental 20 Alimento contaminado x Alimento estragado 21 Princípios gerais de higienização 22 Pré-lavagem 25 Limpeza com detergentes 25 Tipos de detergentes 26 Detergente Alcalino 26 Detergente Ácido 27 Detergente Tensoativo 28 Enxágue 28 Tipos de desinfecção 30 Meios físicos 31 Calor 31 Radiação ultravioleta (UV) 31 Meios químicos 32 Compostos clorados 32 Não estabilizado (Inorgânico) 33 Estabilizado (Orgânico) 33 Compostos de iodo 36 Biguanida 37 Ácido Peracético 38 Compostos quartenários de amônio (CQA) 39 Peróxido de Hidrogênio 40 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 6eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 6 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Detergentes-desinfetantes e qualidade da água 42 Aspectos legais 42 Métodos de Higienização 43 Higienização manual 44 Higienização por imersão 44 Higienização por meio de máquinas lava-jato tipo túnel 44 Higienização por meio de equipamentos spray 45 Higienização por nebulização 45 Higienização por circulação 46 Higienização por espuma e por gel 46 Qualidade da água 46 UNIDADE 02 Agentes bacterianos 52 Descrever sobre os agentes bacterianos não patógenos e patógenos bacillus cereus 52 Bactérias patogênicas 54 Agentes bacterianos bacillus cereus 56 Aspectos gerais 58 Características gerais 58 Diagnóstico 59 Tratamento 59 Controle 60 Compreender sobre os agentes bacterianos staphylococcus aureus 61 Fatores específicos 62 Característica 63 Temperatura 63 Patologias causadas por S.aureus 63 Alimentos envolvidos 64 Fatores de risco 64 Diagnóstico 65 Quadro clínico 65 Tratamento 66 Controle 66 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 7eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 7 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Saber sobre os agentes bacterianos clostridium botulinum e clostridium perfrigens 67 Clostridium botulinum 67 Fisiopatologia 68 Patogenia 68 Aspectos gerais 69 Tipos botulismo 69 Quadro clínico 70 Diagnóstico 71 Tratamento 71 Soro antibotulínico (SAB) 72 Penicilina 72 Metronidazol 72 Controle 73 Clostridium Perfringens 73 Aspectos gerais 74 Epidemiologia 75 Alimentos envolvidos 76 Característica 76 Quadro clínico 76 Diagnóstico 77 Tratamento, controle 77 Entender sobre os agentes bacterianos campylobacter, escherichia coli e salmonelose 78 Campylobacter 78 Aspectos gerais 79 Quadro Clínico 79 Diagnóstico 79 Tratamento 80 Escherichia coli (E.coli) 80 Aspectos gerais 81 Quadro clínico 81 Diarreia do viajante 82 E. coli O157:H7 82 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 8eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 8 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Diagnóstico 82 Tratamento 83 Salmonella (Salmonelose) 83 Aspectos gerais 84 Quadro clínico85 Prevenção 86 Diagnóstico 86 Tratamento 87 UNIDADE 03 Descrever sobre amebíase e giardíase 92 Protozooses 92 Classificação 93 Amebíase 93 Fisiopatologia 94 Ciclo biológico, modo de contaminação 95 Causa/etiologia 96 Sintomas, patologias 96 Possíveis complicações 96 Diagnóstico 97 Tratamento 97 Prevenção 97 Giardíase 98 Fisiopatologia 99 Ciclo 99 Causa/etiologia 100 Sintomas e sintomas 100 Diagnóstico 100 Tratamento 101 Prevenção 101 Compreender sobre criptosporidiose e ciclosporíase 102 Criptosporidiose 102 Ciclo 103 Causa/Etiologia 104 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 9eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 9 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Sinais e Sintomas 104 Diagnóstico 104 Tratamento 105 Prevenção 105 Ciclosporíase 105 Ciclo 106 Causas 108 Sintomas 109 Diagnóstico 109 Prevenção 109 Entender sobre doença de chagas transmissível por alimento 110 Doença de chagas 110 Ciclo de Vida do Trypanossoma cruzi 111 Contágio 112 Sinais e sintomas 114 Período de incubação 114 Diagnóstico 116 Exames de sangue 116 Biópsia 116 Xenodiagnóstico 116 Hemocultura 117 Procedimentos imunológicos 117 Eletrocardiograma e a radiologia 117 Tratamento 117 Benzonidazol 117 Nifurtimox 118 Sucos de caldo de cana e polpa de fruta 118 Prevenção 119 Saber sobre o parasita toxoplasmose gondii 121 Ciclo 122 Causa 123 Sintomas 124 Diagnóstico 125 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 10eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 10 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 11 Tratamento 125 Prevenção 126 UNIDADE 04 Descrever sobre ascaris lumbricoides, trichuris trichiura, anisakis sp. 130 Ascaris lumbricoides 130 Transmissão 131 Meios de contaminação 131 Ciclo da Ascaridíase 132 Sintomas 133 Diagnóstico 134 Trichuris trichiura 134 Ciclo biológico 135 Sintomas 136 Diagnóstico 136 Tratamento 137 Prevenção 137 Anisakis sp. 138 Ciclo de vida 139 Diagnóstico 140 Sintomas 140 Tratamento 141 Prevenção 141 Cisticercose bovina e suína 142 Cisticercose Bovina 142 Diagnóstico 143 Tratamento 144 Prevenção 145 Cisticercose suína 146 Sintomas 148 Contaminação Cisticercose 148 Diagnóstico 149 Prevenção 149 Tratamento 150 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 11eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 11 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária12 Inspeção para suínos e bovinos, exame para cisticercose; investigação de surtos 151 Inspeção para suínos e bovinos, exame para cisticercose 151 Investigação de surtos 154 Ocorrência de surto 155 Tipos de investigações do surto 156 Objetivo 157 Processamento e análise de dados 158 Irradiação de alimentos 159 Não ionizante ou ultravioleta (UV) 160 Tecnologias 160 Radiação ionizante 161 Irradiação gama 162 Irradiação por Raio-x 163 Gray (unidade) 163 Radurização 163 Radiciação ou Radiopasteurização 163 Radapertização 164 Irradiação de produtos vegetais 164 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 12eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 12 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 13 UNIDADE 01 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 13eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 13 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária14 Você sabia que a higiene na manipulação de alimentos, são fundamentais para controlar a contaminação, evitando problemas de intoxicação até mesmo da formação de bactérias. E que o alimento contaminado pode apresentar aparência, gosto e cheiro normal. E que uma limpeza eficiente requer diversos métodos necessários, até mesmo na escolha de detergente, sendo que temos três tipos de detergentes. Você sabia que só no método da desinfecção que realmente elimina 100% dos microrganismos, método indispensável para a saúde das pessoas. E que até a qualidade da água interfere em um bom funcionamento na higienização. Olha a importância de entender as diferenças de um envelhecimento normal para uma disfunção para quadro de demência. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 14eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 14 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 15 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS 1 Descrever os tipos de Higiene; 2 Compreender noções gerais da higienização; 3 Identificar os tipos de desinfecção; 4 Entender sobre os métodos de Higienização e qualidade da água. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 15eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 15 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária16 Descrever os tipos de Higiene OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de entender sobre as noções básicas da higiene alimentar, saberá sobre os princípios gerais de higienização, os tipos de detergentes e de desinfecção. Também aprenderá sobre os detergentes-desinfecção e os métodos que utilizam para a Higienização. Será fundamental para o exercício de sua profissão. Com o conhecimento, resultará em um atendimento seguro e eficaz. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Introdução a higiene alimentar A palavra Higiene, vem do grego hygeinos, que significa “o que é saudável”. A Higiene são conjuntos de técnicas e conhecimentos que visam promover a saúde e também prevenir das doenças. Se utiliza a limpeza, a desinfecção e também a esterilização, a fim de evitar diversos tipos de doenças infecciosa. Doença infecciosa ou transmissível é qualquer doença causada por um agente patogênico, ou seja, bactéria, fungos, parasitas), por meio de intoxicação química, queimadura, relação sexual, ferimentos ou beijo. O cuidado com a higiene na manipulação de alimentos, são fundamentais para controlar a contaminação, evitando problemas de intoxicação, formação de bactérias e doenças relacionadas ao consumo de alimentos. A contaminação de alimentos e produtos alimentícios ocorre por diversos fatores: eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 16eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 16 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 17 �Agentes químicos. � Infestação parasitária. �Metais pesados. �Microrganismos. � Pesticidas. Os principais meios de contaminação são pelo homem, insetos, animais domésticos, ratos, pássaros, água contaminada, pescados, utensílios e matérias primas. Um importante veículo também de contaminação é o próprio homem: garganta, nariz, mãos focos predominantes na contaminação. Higiene individual A higiene individual, são hábitos de higiene, que viram normas de vida, individualmente. �Tomar banho diariamente, lavar o cabelo diariamente e colocar a toca durante o trabalho. �Evitar maquiagens. �Manter unhas cortadas, limpas e sem esmalte. � Fazer a barba diariamente. �Não usar brincos, anéis, pulseiras, relógios, qualquer tipo de acessório, quando estiver em manipulação com alimentos, pois são fontes de contaminação. �Escovar os dentes após as refeições. �Usar uniformes, roupas limpas.�Usar toucas e sapatos fechados. �Durante o preparo do alimento não comer. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 17eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 17 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária18 Lavar as mãos Lavar as mãos com sanitizante ou água limpa, sabão e desinfetante. � antes de pegar em alimentos; � antes de comer qualquer alimento; � depois de ir ao banheiro; � depois de pegar em dinheiro, em algum objeto sujo ou em animais. Manipuladores de alimentos É o profissional que tem o contato direto com os alimentos, sejam eles não embalados ou até mesmo os embalados, e que também manuseia utensílios, equipamentos que entram em contato com os alimentos no momento do preparo e distribuição para os consumidores estes alimentos. �Lavar as mãos, sempre que: �mudar de atividade durante o trabalho; � tocar nos cabelos; � usar o banheiro; � ao tocar alguma parte do corpo; � fumar ou assoar o nariz; � entre a manipulação de alimentos crus e cozidos; � sempre que entrar na cozinha; � depois de comer; � depois de mexer na lixeira. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 18eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 18 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 19 O manipulador de alimentos é uma função extremamente importante, ele deve ter a consciência de que pode ser um veículo de contaminação dos alimentos, podendo ocorrer surtos de doenças transmitidas por alimentos. + OBSERVAÇÃO Uso de máscara, luvas e proteção para o cabelo Touca Para manipulação do alimento o uso de touca é obrigatório e está regulamentado pela: � Portaria SVS/MS nº326, de 30 de julho de 1997 e �Resolução-RDC Anvisa nº275, de 21 de outubro de 2002. Luvas O uso das luvas na manipulação dos alimentos devem obedecer as perfeitas condições de higiene e limpeza destas. O uso de luvas, não desobriga o manipulador da obrigação de lavar as mãos. �As luvas devem ser trocadas sempre que iniciar o trabalho. �As luvas devem ser tiradas: �Ao sair da cozinha; �Não se deve tocar em alimentos cozidos e crus com a mesma luva; �Ao fazer qualquer atividade que não está relacionado ao alimento; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 19eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 19 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária20 Manipulando alimento, vai atender o telefone, tem que tirar as luvas para atender. Máscara O uso da máscara não está regulamentado pela legislação sanitária federal. A máscara deve ser usada: � Para preparo dos alimentos que são servidos crus; � Funcionário gripado, resfriado ou alguma doença da boca ou nariz; Higiene ambiental O ambiente de trabalho também tem que ter condições adequadas de higiene, fazer sempre as medidas tomadas para manter o ambiente limpo, seguro e saudável. É fazer sempre a limpeza do ambiente, através de produtos como sabão, água sanitária, desinfetantes e detergentes. �Equipamentos e utensílios, devem sempre limpar após o uso; �Depois de cada refeição deve limpar as superfícies usadas no preparo do alimento; �Refrigeradores a cada 15 dias deve ser limpa; � Janelas e portas, devem serem limpas a cada 30 dias; �As áreas da cozinha deve ser livre de restos de alimentos; �Latas de lixo, tampadas, limpas e longe dos alimentos, a fim de evitar o acesso a insetos; � Proibido a entrada de pessoas que não cumprem as regras de higienização pessoal; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 20eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 20 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 21 Alimento contaminado x Alimento estragado As regras de higiene são importantes para evitar contaminação ou até mesmo estragados. �Alimento contaminado: Contém bactérias prejudiciais à saúde, mas ao observar ele permanece com aparência, gosto e cheiro normal; �Alimento estragado é aquele que apresenta cheiro desagradável, com sabor e aparência modificado. São alimentos “podres”, contaminado, com bactérias que vão se multiplicando. Figura 1- Alimento estragado, com alteração Fonte: Freepik Tanto os estragados como os contaminados, pode causar dor de barriga, diarreia, vômitos podendo chegar até a morte. O alimento contaminado é mais perigoso por não aparentar, nem no cheiro e gosto, podendo ser mais facilmente ingerido e contaminá- lo. Por isso a importância, de seguir as regras de higienes para evitar que ocorra uma contaminação com o alimento. + OBSERVAÇÃO eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 21eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 21 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária22 Princípios gerais de higienização A higiene dos alimentos é muito importante, para evitar contaminações, são cuidados relacionados ao alimento, com o intuito de diminuir os riscos de contaminação e ocorrências de doenças como por exemplo a intoxicação alimentar. OBJETIVO �Manuseio. � Preparação. �Armazenamento. É importante que a higienização dos alimentos não interfira nas propriedades sensoriais, nutricionais, mas que garante a pureza, não oferecendo riscos à saúde do consumidor. A higienização visa diminuir ou eliminar a contaminação, diminuindo a probabilidade da transmissão de agentes patógenos. Com isso temos duas divisões distintas: limpeza e desinfecção. �Limpeza: é a remoção de resíduos orgânicos e minerais, como sais minerais, gorduras e proteínas. �Desinfecção: Elimina micro-organismos patogênicos e também de reduzir números de saprófitas ou alteradores a quantidades significantes, levando ao nível de segurança. Saprófitos são organismos que se alimentam de matéria orgânica oriundo de processos de decomposição. Para alcançar um ótimo desempenho é essencial uma limpeza e desinfecção adequada com equipamentos e com uma qualidade de superfície que garanta uma boa higienização. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 22eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 22 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 23 A limpeza são vários elementos: Fisicamente limpo, ou seja o objeto aparenta estar limpo visualmente; �Quimicamente limpo, ou seja, foram removidos todos os resíduos de produto, por exemplo o detergente; �Desinfetado, a maioria dos microrganismos estão mortas ou ausentes, bactérias patógenas; �Esterilizado, não resta nenhum microrganismo vivo. Uma higienização eficiente (HE), é o resultado da inter- relação entre Energia química, mecânica, térmica e o tempo de duração, conforme equação abaixo: HE = Energia química x Energia mecânica x Energia térmica x Tempo A Energia química são ações de agentes ácidos ou alcalinos ou agentes sanificantes, que eliminam substâncias minerais, orgânicas e microrganismos. A ação química é necessária para a remoção dos resíduos aderidos na superfície, principalmente as que não sai na água por serem insolúveis, foram removidos, são usados na etapa da pré- lavagem. A Energia mecânica é o contato entre os resíduos e os microrganismos utilizando agentes de higienização, esfregando contra as superfícies, ou seja limpeza manual. Em indústrias são utilizados processo CIP (“cleaning in place”), equipamentos tubulares, com uma vazão mais elevada com uma turbulência melhor e remoção mecânica da sujidade. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 23eBook completo para impressão - Higiene e VigilânciaSanitária - Aberto - SER.indb 23 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária24 Figura 2 - Energia mecânica com CIP “Cleaning in place”, utilizadas em indústria alimentícia e farmacêutica Fonte: Wikimedia Clean-in-place (CIP), é um método de limpeza de superfícies internas de vasos, tubos, equipamentos de processo, filtros. Este equipamento é muito utilizado em indústrias que exigem alto nível de higiene: �Laticínios; �Bebidas, cervejas; �Alimentos processados; � Produtos farmacêuticos; �Cosméticos. A Energia térmica quanto maior a temperatura das soluções, maior a eficiência da higienização. É importante um tempo de contato entre os resíduos e os sanitizantes, para que ocorram as reações químicas. Quanto maior o tempo de contato maior o efeito da higienização. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 24eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 24 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 25 De modo geral, a limpeza e a desinfecção pode ser baseada em 4 etapas: Pré-lavagem - Limpeza com detergentes - Enxague - Desinfecção Pré-lavagem A Pré-lavagem, serve para a redução de resíduos presentes nas superfícies dos equipamentos e utensílios. �Água A pré-lavagem utilizando apenas água, ocorre a remoção de 90% dos resíduos solúveis em água. Temperatura ideal é por volta dos 40ºC, pois em temperatura maior, pode ocorrer a desnaturação das proteínas, e quando fria pode ocorrer a solidificação das gorduras. A ação mecânica da água, é responsável pela remoção de resíduos insolúveis e também a diminuição da carga microbiana das superfícies. Em casos que não for possível o uso da água, pode utilizar de modo mais grosseiro, raspagens (ação mecânica) da superfície. Limpeza com detergentes A limpeza com o detergente, tem a finalidade de em contato com a sujidade, separa a sujeira da superfície, e também previne de novas sujidades nas superfícies. Para obter um resultado perfeito, é necessário o entendi- mento das características dos detergentes, suas condições de emprego: �O tipo de sujeira a ser removida; �O tipo de superfície que a sujeira se encontra; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 25eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 25 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária26 �Como aplicar o detergente; � Se é possível o uso do detergente. Para um bom detergente, deve ter as seguintes características: �Emulsificador, ou seja faz com que o óleo se dispersar na água. � Solvente, para dissolver resíduos de alimentos, sobretudo proteínas. �Emoliente, para umedecer os utensílios que serão limpos. �Agent e de dispersão, para lavar tanto em água dura como em branda. �Muito solúvel, é eliminado completamente na água de enxágue. � Inofensivo para o homem, não corrosivo, não tóxico e econômico. Tipos de detergentes Existem três tipos de detergentes, os detergentes alcalinos, ácidos e tensoativos: Detergente Alcalino Remove tipos de sujidade, por emulsificação, peptização e saponificação. Removem resíduos gordurosos e proteicos das superfícies, e possuem também propriedades germicidas. Sua aplicação: 1 a 2% em água a 80ºC pH entre 7 e 14 Tipos de detergentes: �Hidróxido de potássio; �Metassilicato; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 26eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 26 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 27 �Ortossilicato; � Sesquissilicato de sódio e o �Hidróxido de sódio (soda cáustica) mais utilizado, para remover: Resíduos orgânicos; Utilizados em máquinas de lavar pratos; Lavagem de garrafas; Processos automáticos. Detergente Ácido O Detergente ácido, é indicado para sujidades, os que não foram removidos por detergentes Alcalinos. � Incrustações minerais formados como as de água dura; � de água dura; � depósitos calcários. As soluções ácidas são produtos de ácidos inorgânicos e orgânicos que podem serem usados associados ou individualmente. Ácidos orgânicos: lático, cítrico, tartárico, levulínico, glucônico e hidroxiacético; Ácidos inorgânicos: sulfúrico, clorídrico, fosfórico e nítrico. Os ácidos orgânicos são forte, mas são caros. São usados em condições especiais, em superfícies muito incrustadas, tomando todo o cuidado com o manuseio. + OBSERVAÇÃO eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 27eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 27 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária28 Detergente Tensoativo São detergentes também chamados de surfactantes, são substâncias que diminuem a tensão superficial. Estes detergentes apresentam grupos polares hidrofílicos (afinidade pela água) e grupos apolares lipofílicos (afinidade óleos e gorduras), com isso tem a capacidade de reduzir a tensão superficial. Estes detergentes também são conhecidos como detergentes: sintéticos, umectantes, umedecedores, emulsificantes, entre outros. Enxágue Depois da lavagem com detergentes, deve fazer o enxágue com água limpa, a fim de remover resíduos suspensos. O enxágue é muito importante, pois caso não ocorra a remoção 100% dos resíduos, ocorrerá interferência na próxima etapa que é a desinfecção. �Remoção detergente base Após a lavagem com alcalinos, deve fazer o enxágue por completo, para ter a certeza da remoção completa, fazer o seguinte teste: 1. Uma amostra da água de enxague; 2. Adicionar gotas de fenoftaleína; 3. A água deve permanecer incolor, indicando pH abaixo de 8,3. �Remoção detergente ácido Após a lavagem com detergente ácido, pode ser avaliada: 1. Uma mostra da água de enxague; 2. Adicionar indicador metirolange, para verificar se foi feito o enxágue 100%; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 28eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 28 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 29 3. A cor da água deve ficar amarela; 4. Resultando pH próximo da neutralidade. �Temperatura 1. Se possível, o enxague pode ser feito com água: 2. Na temperatura acima de 70ºC; 3. Favorece a eliminação de micro-organismos; 4. Ocorre a evaporação da água das superfícies. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 29eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 29 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária30 Tipos de desinfecção As etapas acima mencionadas, pré-lavagem, limpeza com detergente e enxágue, ocorre uma redução da carga microbiana, mas não índices considerados aceitos. Se for usar um tipo de equipamento para fazer a desinfecção, deverá ter os seguintes fatores: � estar adequadamente limpo, para poder fazer a desinfecção com eficiência; � qualidade da água; � tempo de contato; � espécies de microrganismos; � grau de contaminação; � resistência do micro-organismo ou tolerância ao desinfetante; � tipo de superfície. Para melhorar o efeito da desinfecção, pode utilizar mais de um tipo de desinfetante, cada um para cada situação, ou pode fazer a utilização de modo alternado, ou seja rodízio. A desinfecção pode ser feito por meio físicos e por meios químicos, sendo por meios químicos o mais comum. É a última etapa, indispensável geral de higienização. A eliminação de micro-organismos patogênicos e diminuição de alteradores, até nos níveis seguros considerados na superfície de utensílios e equipamentos. OBJETIVO eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 30eBook completopara impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 30 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária 31 Meios físicos Calor �Vapor: são jatos de vapor: Por 15 minutos a 77ºC; Por 5 minutos a 93ºC ou Ou 1 minuto vapor direto; �Água quente: 77ºC exposição de 2 minutos, utilizado em casos de xícaras e utensílios; 77ºC exposição de 5 minutos, utilizado em equipamentos de processamento de alimentos; �Ar quente: 90ºC exposição de 20 minutos; Radiação ultravioleta (UV) A Radiação ultravioleta é a radiação eletromagnética, usada pelo seu efeito bactericida, em áreas processamento, câmeras, laboratórios e fluxos laminares para microbiologia e em plástico para embalagens de leite. Existem de dois tipos de lâmpadas especiais: �De argônio-mercúrio, utilizado para áreas pequenas; �De mercúrio-quartzo, utilizado em instalações maiores e também em funcionamento sob pressão. Elas emitem radiação na faixa de comprimento de onda de 900 a 3.800 Å, sendo a de 2.600Å, considerada a zona mais letal. Desvantagens: �Alto custo, devido o consumo de energia elétrica e � Precisa ser substituída a cada 6 meses, pois sua eficácia vai decaindo com o uso. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 31eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 31 23/08/2021 15:04:2423/08/2021 15:04:24 Higiene e Vigilância Sanitária32 Vantagens: �Não conferem sabores indesejados; �Não apresentam resíduo tecidual; �Atuem superficial. Meios químicos São os tipos de meios mais utilizados, por serem mais econômicos, sendo os compostos: �Agentes químicos ativos: clorados; iodados; quaternários de amônio; � Produtos desinfetantes: biocidas. Compostos clorados Os compostos clorados encontram-se na forma de cloro líquido, hipocloritos, dióxido de cloro, cloraminas orgânicas e inorgânicas. O cloro é o composto mais utilizado, com sua ação germicida à combinação com radicais oxidáveis. Tanto os compostos clorados inorgânicos como os orgânicos podem serem utilizados em formulações com substâncias detergentes, desde que compatíveis para que não haja redução ou inativação dos princípios ativos. Tais combinações originam os detergentes – desinfetantes à base de cloro. Os compostos clorados para minimizar a sua instabilidade, principalmente os inorgânicos, deverão seguir as seguintes regras, com os compostos clorados, particularmente dos inorgânicos: �Armazenar em recipientes bem fechados e escuros; �Armazenar em locais ventilados; �Em locais de temperaturas não elevadas; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 32eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 32 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 33 Compostos clorados principalmente os inorgânicos, em contato com a luz decompõe os produtos clorados, e com a temperatura elevada, ocorre a sua volatização. + OBSERVAÇÃO Não estabilizado (Inorgânico) Os compostos clorados inorgânicos, apresenta em sua composição, uma carência de ácido cianúrico. O Hipoclorito de sódio, possui fácil manuseio e armazenagem, possui ação rápida, ajuda na correção da dureza da água e praticamente não cria resíduos, quando comparados aos outros compostos. O Hipoclorito de sódio, é o mais utilizado em ambientes fechados, pois possui menor resistência aos raios solares. Tabela 1 - Principais compostos clorados inorgânicos. Fonte: Editorial Telesapiens Estabilizado (Orgânico) Os compostos clorados orgânicos, são estabilizados, ou seja possuem a grande vantagem na sua dissociação de liberar o ácido cianúrico, do qual ocorre a estabilização do cloro na água. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 33eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 33 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária34 Tabela 2 - Relação dos principais compostos inorgânicos clorados Fonte: Editorial Telesapiens Produção de alimentos Para o preparo dos alimentos comerciais, produtos a base de cloro, são utilizados para eliminar bactérias de origem alimentar, tais como Eschirichia coli, Salmonella e Campylobacter, com a higienização das embalagens, a fim de manter os alimentos frescos e seguros, na preparação de geleias e molhos e também para realçar o sabor dos alimentos. Tabela 3 - Uso do cloro na indústria de alimentos, na Temperatura aproximadamente 20-25ºC. Fonte: Editorial Telesapiens O Dicloro é um pó branco, que não altera o pH da água, ele dissolve rapidamente. Baixo consumo, fácil manuseio e em sua composição não possui cálcio. O Dicloro é comercializado em um pó branco que dissolve rapidamente já o tricloro é comercializado na forma de tabletes (pastilhas), que dissolve lentamente na água. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 34eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 34 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 35 Medicina O cloro está presente nos medicamentos, em sua formulação final ou até mesmo como parte do processo de produção, como também os remédios de diversos tratamentos como o de Aids, artrite, alergias, câncer, diabetes, depressão, infecções, pneumonia, doenças cardíacas, hipertensão. Também é utilizado para a proteção de infecção hospitalares os pacientes, utilizando nas limpezas como desinfetantes nas áreas de trabalho, matando as bactérias em diversas partes. Utilizadas também em tubulações, do qual as bactérias podem viver em sistemas de ar condicionado do hospital. O uso do cloro também é muito importante em produtos médicos, como por exemplo: �Bolsas de sangue; �Cateteres; �Equipamentos de diálise e transfusão; �Luvas cirúrgicas; � Próteses; �Embalagens para preservar e proteger medicamentos; �Marcapassos. Tabela 4 - Uso de cloro para desinfecção de equipamentos, pH 7,5 – 8, na temperatura de 20 – 25ºC. Fonte: Editorial Telesapiens eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 35eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 35 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária36 Os compostos de cloro, são bons antibacterianos, e quando usados na concentração certa, não apresentam sabores nos produtos. Mas na presença de alguns produtos orgânicos, podem apresentar ineficiência. Hipocloritos são os mais utilizados (hipocloritos de sódio e o de cálcio). RESUMINDO Quando em solução muito concentrada, pode ocorrer especialmente as ligas de alumínio corrosão. Compostos de iodo Os compostos de iodo, também é utilizado como desinfetantes, possuem em diversas formas: �Tintura de iodo; � Solução de iodo alcoólico; � Solução que contém iodo metálico; � Iodeto. São ligeiramente solúveis em iodeto de potássio e soluções alcoólicas. Devido baixa solubilidade do composto de iodo com a água, é usual a mistura ser feita do iodo com um agente tensoativo não iônico. Segue abaixo algumas características dos iodóforos desinfetantes: �Eliminam um largo espectro de bactérias; �Boa estabilidade; �Não são afetados pela água dura; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 36eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 36 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 37 �Relativamente não corrosivos e não penetrantes à pele; �Mais rápido que o hipoclorito, para eliminar as células de levedura; � São inativados na presença de sujidades e resíduos alimentares; �A perda de cor indica inatividade do produto. Os compostos de iodo são mais claro que o cloro, suas soluções são preparadas em concentraçõesde 25 a 50mg/L de iodo ativo com pH inferior a 4. Os iodóforos como desinfetantes são eficientes contra todos os micro-organismos Gram+ e Gram-, são moderadamente sobre fungos, leveduras e vírus, mas não são eficientes sobre os bacteriófagos e esporos bacterianos. + OBSERVAÇÃO Biguanida Este produto é indicado para limpeza, desinfecção e desodorização em hospitais, indústrias farmacêuticas, clínicas, consultórios. Também utilizada como desinfetante em indústrias de alimentos, sendo por manipuladores, utensílios e em equipamentos. Utilizada para todos os tipos de superfícies laváveis, equipamentos, louças sanitárias. As Biguanidas são também recomendadas em processa- mento de queijos, no controle microbiológico de salmouras. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 37eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 37 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária38 Elas possuem amplo espectro sobre bactérias Gram positivas e Gram negativas. Não são corrosivas, podendo usar em superfície metálica. As biguanidas são polímeros catiônicos, a mais conhecida é a clorexidina, em contato com sais minerais ela pode ser precipitada. Seu mecanismo de ação, infiltra nas células levando a destruição da membrana citoplasmática e da parede. Também atua como fungistático. Vantagens: �Ação Rápida; �Amplo espectro; �Ativo na presença de materiais orgânicos; �Baixa toxicidade; �Compatível com sabões e detergentes; �Efeito residual na superfície; �Estável quando concentrado ou diluído; �Não corrosivo. Ácido Peracético O ácido peracético, é um líquido incolor levemente amarelo, e seu odor é semelhante ao vinagre. É uma mistura em equilíbrio de peróxido de hidrogênio, ácido acético e água. Sendo um produto corrosivo e tóxico. Ácido acético Ácido peracético eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 38eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 38 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 39 No Brasil, foi incluído o Ácido Peracético, como desinfetante e esterilizante pela Portaria nº 15 de 23/08/1988 da ANVISA, e também foi o princípio ativo autorizado pelo Ministério da Saúde. Utilizado em diversas áreas, como desinfecção em equipamentos por exemplo dialisadores usados na hemodiáilise. Suas características: � altamente eficaz; � baixo custo; � agentes esterilizantes, fungicidas, bactericidas, viricidas e esporicidas; �Utilizados em laboratórios: vidros, polietileno, polipro- pileno, porcelana e teflon; �Utilizados em indústria: Polietileno, PVC e aço inoxidável; � Irritante para a pele e mucosa; �Necessidade do manuseio com Equipamentos de Proteção Individuaol (E.P.I). Encontra-se em mercados o ácido peracético a 2 e 4% e de peróxido de hidrogênio de 7 e 20%. Com modo de usar, fazendo a diluição, finalizando o ácido peracético de 300 a 400mg/L. Compostos quartenários de amônio (CQA) São compostos catiônicos, tensoativos, apresentam pouca atividade como detergentes, mas tem bom resultado na atividade de germicida. Mecanismo de ação: Ocorre a desnaturação proteica, inibição enzimática e lesão da membrana citoplasmática, levando ao vazamento dos constituintes celulares. Os CQA, são mais eficazes com as bactérias Gram- negativas (coliformes e psicrotróficos), do que as bactérias Gram-positivas (Staphylococcus spp e Streptococcus spp). eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 39eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 39 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária40 Os CQA não são eficazes contra bacteriófagos e também não apresentam atividade esporicida, ou seja não tem ação de eliminar, matar os microrganismos, mas pode ter a função de esporostáticos, ou seja impede a multiplicação do microrganismo. Apresentam boa atividade sobre as leveduras e fungos. + OBSERVAÇÃO Outras características: �Desinfetantes em equipamentos, ambientes e utensílios; �Concentração 200 a 400mg/L, pH 9,5 a 10,5 por 10 a 15 minutos; �Não irritantes a pele; �Não tóxicos; �Estáveis a mudança de temperatura; � Solúveis em água e boa penetração; �Mais caro que os compostos clorados. Dos CQA, o cloreto de benzalcônio é o de primeira geração. Peróxido de Hidrogênio Peróxido de hidrogênio é conhecido comercialmente como água oxigenada, em solução aquosa, é um líquido claro de fórmula química H2O2. É um forte oxidante, devido a liberação do oxigênio, utilizado como agente bactericida e esporicida. Tem sido utilizado em esterilização de embalagens de produtos assepticamente embalados na desinfecção de utensílios e equipamentos na indústria de alimentos. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 40eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 40 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 41 Principais carcterísiticas: �Baixa toxicidade; �Não requer enxague; �Baixo efeito residual; �Corrosivo para cobre, bronze e zinco. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 41eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 41 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária42 Detergentes-desinfetantes e qualidade da água São produtos com formulações que unem agentes de limpeza com agente antimicrobiano. Com esta associação, se utiliza em uma única etapa a limpeza e a desinfecção em um único procedimento. OBJETIVO São produtos indicados para situações de superfícies lisas e com pouca sujidade. São econômicos, mas eficazes em ambientes com pouca sujidade, pois perde a sua eficácia com a presença de resíduos orgânicos. Aspectos legais Detergentes-desinfetantes são conhecidos como saneamentos domissanitários, utilizados em ambientes: � domésticos, � coletivos, � públicos ou � privados. Regulamentado pelo Ministério da Saúde, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Publicado Resoluções RDC nº 14/07 e RDC nº 40/07, pela citada agência, a legislação referente a esses produtos foi harmonizada com os Estados Unidos, Mercosul e União Europeia. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 42eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 42 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 43 Os detergentes-desinfetantes, são produtos que só podem serem comercializados, após a sua comprovação antimicrobiana, e também devem serem registrados como os detergentes extremamente alcalinos ou ácidos. Os detergentes-desinfetantes, antimicrobianos, devem ser registrados como “desinfetantes para indústria de alimentos e afins”. Devem constar no rótulo o registro do Ministério da Saúde e à notificação. E também constar no rótulo: “Produto notificado na Anvisa/MS”. Por se tratar de produtos desinfetantes associados ao antimicrobianos, ocorreu diversas especulações sobre uma possível indução de resistência bacteriana aos antibióticos, presentes nestes produtos. Os detergentes-desinfetantes tem ação biocida, ou seja, ação letal sobre os organismos vivos, os microrganismos. As bactérias Gram-negativas, são mais resistentes aos biocidas-desinfetantes, do que as bactérias Gram-positivas. Métodos de Higienização Para que um programa de higienização seja eficaz, são necessário métodos adotados com instalações, utensílios, equipamentos e manipuladores. Figura 3- Diversos métodos para higienização correta Fonte: Pixabay eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 43eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária- Aberto - SER.indb 43 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária44 Higienização manual É o tipo de higienização que é necessário uma abrasão adicional. Utilizam detergentes média ou baixa alcalinidade, com temperatura no máximo 45ºC. Tem que ter cuidado na escolha de escovas, esponjas, para evitar as ranhuras, pois pode instalar nas ranhuras os microrganismos. Higienização por imersão Utilizados detergentes de baixa e de média alcalinidade, também detergentes desinfetantes à base de iodo e cloro. Os equipamentos são desmontados e as pequenas peças são emergidas com ou sem agitação. E também utilizado para a limpeza de tubulações (válvulas, tachos, conexões e tanques). Higienização por meio de máquinas lava-jato tipo túnel Nos restaurantes industriais, é utilizado este processo na higienização das bandejas e talheres. E nas indústrias de laticínios, são utilizados nos latões, utilizados para transporte de leite. Figura 4- Túnel de lavagem Fonte: Adaptado Editorial Telesapiens eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 44eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 44 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 45 Como não tem contato com os agentes químicos, a higienização, pode ser feita com detergentes de elevada alcalinidade, como por exemplo o hidróxido de sódio, ou pode ser também ácidos como o fosfórico ou nítrico, pois este tipo de higienização não tem contato manual. Esta máquina pode funcionar com a água entre 70 e 80ºC, ou atuar como agente desinfetante com vapor direto. Higienização por meio de equipamentos spray Este tipo de processo pode ser feito a altas ou baixas pressões. O aparelho é uma pistola e um injetor (shamporizador). Pode utilizar água para a pré-lavagem e enxágue, e também pode ser usado em soluções desinfetantes e detergentes. É importante que este agente químico não agride os manipuladores. � Soluções de baixas pressões: entre 5 e 10 Kgf/cm2 Utilizados para higienização de superfícies externas de equipamentos, tanques, paredes, pisos, entre outros. � Soluções de altas pressões: entre 40 e 60 Kgf/cm2 Utilizados para higienização de superfícies externas principalmente na lavagem de caminhões de transportes. Em casos da higienização de altas pressões, é necessários ser feito por pessoas treinadas, para que não danifique eletrônicas de equipamentos e partes elétricas. Higienização por nebulização Utilizado principalmente na remoção de microrganismos contaminantes de ambientes. Os equipamentos tem a função de produzir névoa da solução desinfetante, por exemplo amônio quartenário, com isso levando a diminuição para os padrões aceitáveis. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 45eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 45 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária46 Higienização por circulação Sistema permanente e automático (cleaning in place – CIP), no qual as tubulações e os equipamentos são higienizados sem desmontagem e a partir de tanques com produtos de limpeza. Podem ser utilizados agentes ácidos mais fortes e alcalinos, em temperatura mais elevadas, quando comparada aos outros métodos de higienização. São higienizados: válvulas, bombas, tubulações, centrífugas, evaporadores e pasteurizadores. Higienização por espuma e por gel São utilizados em paredes, pisos, veículos, partes externas de equipamentos e também em locais de difícil acesso. A utilização de um agente espumante ou um formador de gel, por ter maior tempo de contato com a sujidade, aumentando a eficácia da higienização. Devido a espuma, facilita a visualização o local da higienização, mas tem a desvantagem de que tem a necessidade do controle da umidade da espuma (aparelho gerador de pressão). Qualidade da água A qualidade da água é essencial para um bom funcionamento das empresas alimentícias, utilizada em diversas áreas: �Operação de limpeza e desinfecção; � Processamento; �Transferência de calor; � Produção de vapor. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 46eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 46 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 47 Para a limpeza, a dureza da água é muito importante. A dureza da água, está relacionada com a concentração de íons de determinados minerais, explicando melhor, águas duras contém sais de magnésio e cálcio, em concentrações elevadas. Água dura, além da concentração elevada de Cálcio e Magnésio. Eventualmente também pode ter Estrôncio, Ferro, Zinco e Alumínio. A água é composta por duas partes: �Temporária: Estão presentes bicarbonatos e carbonatos, podem ser eliminadas por meio de fervura da água; � Permanente: Estão presentes cloretos, sulfatos e nitratos, não são eliminadas por fervura da água, necessitam de tratamentos especiais para serem eliminados. A soma da temporária com a permanente dá-se o nome de “Dureza Geral” ou “total” da água. A dureza da água é medida com base na quantidade de partes por milhão, ppm, de carbonato de cálcio CaCO3, ou representado como mg/L de Cálcio CaCO3. Em relação à dureza, a água pode ser classificada: �Água mole → 0 a 60 ppm. �Água moderadamente dura → 60 a 120 ppm. �Água dura → 120 a 180 ppm. �Água muito dura → mais que 180 ppm. Para saber se a água é dura ou mole, tem o método caseiro, que é o teste de espuma. Se a pasta de dente fazer muita espuma é porque a água é mole. Mas se fizer pouca espuma é porque que a água é dura. Para a indústria há a necessidade da diminuição da dureza. O melhor é a própria indústria tratar a sua água, para evitar possíveis problemas com a fonte fornecedora. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 47eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 47 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 48eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 48 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 49 UNIDADE 02 eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 49eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 49 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária50 Na indústria a bactéria é muito importante para a produção de diversos produtos, mas temos diversas espécies de bactérias patogênicas que provocam doenças infecciosas, podendo levar até ao óbito. O Bacillus Cereus possui dois tipos distintos de doenças. O Staphilococcus aureus é considerada a mais perigosa. O Botulismo é classificado em 3 tipos de patologias. Você sabia que C.Perfringers, atualmente é considerado um dos agentes mais envolvidos nos surtos por toxinfecções alimentares, mundialmente. Você sabia que Infecção por Campylobacter jejuni pode desencadear reflexos anatomofuncionais como a Síndrome de Guillain-Barré. E tem também a infecção por E. coli O157:H7, sendo tão grave que pode causar sérias complicações como a Síndrome hemolítico-urêmica. E as infecções causadas pelas bactérias do gênero Salmonella, são consideradas universalmente as mais transmitidas por alimentos. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 50eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 50 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 51 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimentodas seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS 1 Descrever sobre os agentes bacterianos não patógenos e patógenos Bacillus Cereus; 2 Compreender sobre os agentes bacterianos Staphylococcus aureus; 3 Saber sobre os agentes bacterianos Clostridium Botulinum e Clostridium Perfrigens; 4 Entender sobre os agentes bacterianos Campylobacter, Escherichia coli e Salmonelose. Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 51eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 51 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária52 Agentes bacterianos OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de entender sobre os tipos de Agentes Bacterianos não patogênicos e os patogênicos Bacillus Cereus, compreenderá sobre os agentes bacterianos Staphylococcus aureus, também falaremos sobre os patógenos Clostridium Botulinum, conhecido como botulismo e Clostridium Perfrigens e finalizaremos com os Campylobacter, Escherichia coli e Salmonelose. Com o conhecimento, resultará em um trabalho mais seguro e eficaz. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Descrever sobre os agentes bacterianos não patógenos e patógenos bacillus cereus As bactérias estão em todos os lugares, habitam no solo, na água, em resíduos radioativos, em fontes termais ácidas até na profunda biosfera da crosta terrestre e até mesmo dentro dos nossos corpos. Estudos apontam que existem aproximadamente em um corpo humano de 70kg com 1,70 metros de altura, 39 trilhões de células bacterianas (em microbiota intestinal), ou seja o equivalente de 30%, sabendo que existe 30 trilhões de células no corpo humano. As bactérias são classificadas como procariontes, unicelu- lares, não possuem núcleo protegidos por membrana e nem cloroplastos ou mitocôndrias. As bactérias não possuem organelas (mitocôndrias, cloroplastos), e seu material genético está disperso no citoplasma, com ausência de um núcleo delimitado, e a maioria possui apenas um único cromossomo circular. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 52eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 52 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 53 Figura 1 - Célula procarionte flageladas e suas estruturas Fonte: Wikipedia Devido os efeitos do nosso sistema imunológico, as bactérias tornaram inofensivas, sendo algumas até benéficas (por ex. microbiota intestinal), mas temos diversas espécies de bactérias patogênicas que provocam doenças infecciosas. Existem bactérias fatais, por exemplo a mais comum a tuberculose, por infecção respiratória, consegue matar cerca de 2 milhões de pessoas por ano, sendo uma boa parte na África subsaariana (Sul da África). Na indústria a bactéria é muito importante para a produção do produto ou mesmo a fim de reduzir ou até mesmo inibir a contaminação por microrganismos deteriorante e/ou patogênicos, segue abaixo alguns exemplos: �Leites fermentados (por ex. Lactobacillus casei); �Queijo, iogurte, coalhada (Streptococcus thermophilus, Lactococcus cremoris); eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 53eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 53 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária54 �Vinagre (família Pseudomonodaceae - bastonetes Gram negativas; acetobactérias); A biodiversidade, são conjunto de todas as espécies de seres vivos existentes na biosfera, estabelecendo diferentes tipos de comunicações. (Germano & Germano, 2015); � Simbiose: associação entre duas espécies distinta, mas independente sem prejuízo; �Mutualismo: associação entre duas espécies mas ambos são beneficiados (por ex. síntese da vitamina K pela bactéria no nosso intestino Escherichia coli); � Parasitismo: interação entre duas espécies mas uma se beneficia, como microparasitas (por ex. bactérias, protozoários, vírus, espiroquetas, micoplasmas, fungos e clamídias); �Citofilismo: A preferência que os agentes exigem para sobreviver (por ex. os vírus necessitam de sobreviver dentro da célula, intracelular). Os que se adaptam melhor são os simbióticos, protegem o hospedeiro dos agentes patogênicos pela competição de nutrientes e receptores e também produzem substâncias bactericidas e anticorpos naturais. Bactérias patogênicas As Bactérias patogênicas utilizam diversos meios para sobreviver, ou seja, com a finalidade de viver em seu habitat natural: (Germano & Germano, 2015) �Utilizam reservas metabólicas de seu hospedeiro; � Se reproduzem, multiplicam; �Algumas se deslocam, espalham pelos organismos; �Disseminam, para atingir outros hospedeiros; �Destruir o hospedeiro ou pelas barreiras imunológicas ser destruídas; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 54eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 54 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 55 A contaminação por bactérias, causam diarreias, representando a principal causa de mortalidade entre as crianças em países em desenvolvimento. Devido a isso, constitui um dos maiores problemas de saúde pública. As bactérias patogênicas são as que causam, doenças transmitidas por alimentos (DTA), conhecidos como microrganismos intoxicantes e infecciosos: Os microrganismos que causam as doenças por transmissão do alimento, são divididos em dois grupos: � Intoxicações: É a ingestão de uma exotoxina substância química, secretada por células microbianas no seu processo de multiplicação, no alimento que foi ingerido. Agentes intoxicantes: Bacillus cereus, Staphylococcus aureus e Clostridium botulinum; � Infecções: É a ingestão de células microbianas intactas, em um alimento, do qual continuam no intestino com o processo de desenvolvimento. Agentes infecciosos: Salmonella, Compylobacter e Escherichia coli patogênicas; O modo de infecção pode ser o contato direto com o produto contaminado por meio de ar, comida, água e insetos. Podendo ser evitados por meio da higiene, fervendo a água, lavando as mãos, os alimentos, esterilizando os instrumentos de uso, entre outros. Considerando que todos os alimentos já são naturalmente contaminados, por diversos tipos de microrganismos, temos que nos preocupar com a multiplicação e consequência contaminação devido a manipulação inadequada. A Vigilância Sanitária de alimentos, devido o grande número de microrganismos envolvidos, a sua variabilidade, diversidade de produtos que podem estarem contaminados (origem animal, vegetal), a toxinfecções ocupa um destaque. Toxinfecção alimentar, é um tipo de Doença Transmitida por Alimentos (DTA), obtida pela ingestão do alimento que eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 55eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 55 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária56 está contaminado por microrganismos patogênicos do qual produzirão no trato gastrointestinal toxinas. Sabendo-se que a contaminação por manipulação inadequada ou ambiental, pode ocorrer em qualquer momento do trâmite do alimento, cadeia alimentar, os que produzem, ao vender, durante o transporte, no momento de receber, no preparo do alimento, no servir o alimento, sendo estes manipuladores transportadores de microrganismos: � Parte externa do corpo (pele, mão, cabelo); � Parte do sistema respiratório (boca, nariz, garganta); � Secreções (suor, saliva, urina, fezes) Para a segurança de que os alimentos cheguem de modo seguro até o consumidor, medidas devem ser adotadas, para ocontrole de cada etapa da cadeia produtiva. Agentes bacterianos bacillus cereus O Bacillus Cereus é uma bactéria beta-hemolítica, gram- positiva, no formato cilíndrico endêmica, que vive no solo, sendo considerados contaminantes inofensivos, mas tem algumas espécies que são produtoras de toxinas. Figura 2 - Imagem Bacillus cereus, visto microscopicamente, tamanho desta previsualização: 800 × 527 pixels. Fonte: Wikipedia eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 56eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 56 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 57 Esta bactéria pode ser encontrada em diversos tipos de alimentos de origem vegetal, animal, sendo considerado hoje responsável pelos surtos de DTAs em até 25%, do total, no âmbito mundial. Esta espécie possui dois tipos distintos de doenças, que são transmitidas pelo alimento: 1. Síndrome emética (induz o vômito), é o consumo de toxinas encontrados em arroz cozido; produtos amiláceos (fontes do amido), cereais, principalmente o arroz. A forma emética pode ter o período de incubação de 30 minutos até 6 horas, predominando náusea e vômito, porém em alguns casos pode ocorrer cólica abdominais e/ou diarreia, por um período de 24 horas, porém pode ser fatal a toxina. (Prevention, 1994). Uma vez instalada a toxina da B. cereus no arroz, não inativa com o reaquecimento do alimento contaminado. + OBSERVAÇÃO Ocorre a “Síndrome do arroz frito”, é a proliferação da bactéria causado por deixar o arroz em temperatura ambiente por horas, como em “buffet”. Também chamado de “Síndrome dos restaurantes chineses”, devido as ocorrências de surtos nos restaurantes chineses. 2. Doença diarreica após consumo de carnes, alguns produtos lácteos contaminados, molhos. Na doença diarreica, a bactéria produz enterotoxinas pelas células vegetativas no intestino delgado do hospedeiro. São comuns este tipo de bactéria, em ambientes estressantes (comerciais, indústrias), sendo observado as superfícies não higienizados e sendo manipulados os alimentos com pessoas sem treinamento adequado. (Germano & Germano, 2015) eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 57eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 57 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária58 Aspectos gerais O Bacillus cereus, são bactérias beta-hemolítica, considerada endêmica ou seja atinge uma população ou até mesmo uma região geográfica específica, elas produzem exoenterotoxina e também formadora de esporos (estrutura protetora). Esporos é uma camada que protege a bactéria, para a sua proteção, tornando mais resistente a ataques físicos e ataques químicos de desinfecção e esterilização. Na fase dos esporos, não se multiplicam e nem crescem, reduzindo a sua atividade respiratória. Podem sobreviver em formato de esporos durante anos, se mantido em ambiente seco e temperaturas usuais. Até o ambiente se tornar favorável e voltar a se reproduzir e multiplicar. A quantidade de B.cereus superior a 106 organismos/g, já é um sinal de ocorrer a multiplicação deste agente, levando ao risco de saúde. Com esta multiplicação que ocorre as produções das toxinas entéricas e emética (provoca vômito), além das hemolisinas I e II e a fosfolipase. Hemolisina são exotoxinas que provocam a lise (quebra) dos eritrócitos, podendo causar a anemia. Estudos apontam que encontram este tipo de bactérias em bancadas que são utilizadas para alimentos crus e cozidos e em setor de pré-preparo de vegetais; Características gerais Principais fatores que facilitam o crescimento da Bactéria B. cereus: �Temperatura entre 4º e 55ºC, sendo o valor ideal para o crescimento entre 30º e 40ºC. A toxina diarreica é destruída a 56ºC por 5 minutos (inferior a pasteurização) e a toxina emética é destruída a 126ºC por 90 minutos eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 58eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 58 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 59 + OBSERVAÇÃO Temperatura de cozimento abaixo de 100ºC, pode ocorrer de não conseguir eliminar 100% dos esporos da B.cereus, sendo agravado o problema se a refrigeração for feita indevidamente, causando germinação dos endósporos. A germinação em sua maioria ocorre entre 10ºC e 50ºC, resultando em produção de enterotoxinas. � pH O pH entre os valores 5.0 e 9.3, são ambientes propício ao crescimento da bacillus cereus. Para causar a instabilidade, o pH tem que estar inferior a 4 ou superior a 11. Diagnóstico Verificar o período de incubação, a evolução, e o tipo de alimento suspeito, assim consegue diagnosticar a toxinfecção pela Bactéria Bacillus cereus. Tratamento �Antiespasmódico, Antidiarreicos; � Soluções hidratantes com carboidratos ou glicose a 2% e 5% a 90mEq/L de sódio, tratar ou prevenir a desidratação; �Dieta hídrica – caldos de carne, legumes ou frango. Caso não pare nenhum alimento, fazer por via intravenosa a reidratação, principalmente as crianças. Os Antibióticos não são eficaz nos casos de gastroenterites tóxicas eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 59eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 59 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária60 Controle � Fazer o cozimento em temperatura acima de 100ºC; �Consumir em temperatura quente e aquecer em temperatura suficiente para a eliminação da contaminação; �Alimentos cozidos preferencialmente por vapor sob pressão, grelhados, assados, fritos; � Se fizer o resfriamento deve ser rápido; � Se caso conservar sobre o calor, manter acima de 60ºC; �Reaquecimento fazer acima de 72ºC; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 60eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 60 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 61 Compreender sobre os agentes bacterianos staphylococcus aureus Figura 3 – Staphylococcus aureus com técnica de Gram Fonte: Wikimedia Os Staphylococcus aureus, são Gram-positivos, aeróbios, ao exame microscópio consegue visualizar na forma de esferas (cocos), aparecendo aos pares, cadeias duplas ou em cachos agrupados (parecendo cachos de uvas) As bactérias do gênero Staphilococcus, sendo a bactéria mais comum a Staphilococcus aureus e a mais perigosa. São frequentemente encontradas nas fossas nasais e na pele em pessoas saudáveis, normalmente integrante da flora residente no corpo. Mas pode provocar doença desde uma simples infecção por exemplo uma acne, ou até mesmo infecções graves como uma meningite. OBJETIVO Essa bactéria é transmitida pelo contato direto com uma pessoa contaminada, por um objeto contaminado, ao inalar gotículas infectadas, ao tossir, espirrar. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 61eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 61 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária62 Em saúde pública, na área da Vigilância Sanitária de alimentos, o S. aureus, é considerado um dos surtos mais frequentes, causadores de toxinfecção, considerando a importância dos manipuladores de seguir as etapas de processamento dos alimentos a fim de evitar a contaminação. Fatores específicos Staphylococcus aureus é um patógeno oportunista, associado a infecções em comunidades e hospitalares. Produzem toxinas, secretam ou ficam expostas em superfícies, ocorrendo a destruição das células humanas. �Toxina da Síndrome de choque: Reações imunitárias, ativando de forma não específica os linfócitos; � Possuemcápsulas que dificultam a fagocitose; � Proteína A: Neutraliza a função do Anticorpos circulantes da classe IgG; �Toxina alfa: Na membrana das células, formam poros ocorrendo a destruição, geralmente atacam músculo liso vascular; �Toxina beta ou esfingomielase C: Degrada lipídios, destrói diversos tipos de células; �Toxinas esfoliativas: Destroem os desmossomas (que unem as células da pele), ocorre a perda da camada epidérmica (esfoliação); �Enterotoxinas: Gastroenterite, devido a contaminação de alimentos por S.aureus, ocorrendo danos aos tecidos; São produzidas diversas toxinas, sendo designadas pelas letras: A, B, C (C1 e C2), C, D, E, F e G. Geralmente os surtos ocorrem devido as enterotoxinas A e D, das quais são devido o alimento. A dose mínima que resulta em intoxicação estafilocócica é inferior a 1mg. Ou seja é alcançado em um alimento contaminado, com um número de células bacterianas 100.000/g. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 62eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 62 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 63 Característica A S. aureus possuem as seguintes características de coagulase positivo, oxidase negativo, catalase positivo e anaeróbio facultativo. Temperatura � Se multiplica entre 7º e 48ºC (sendo 37ºC ápice do desenvolvimento); �Enterotoxina é produzida quando se encontra na temperatura entre 10 e 48ºC (40 a 45ºC é o ápice da produção) Patologias causadas por S.aureus Staphylococcus aureus, é uma bactéria que pode provocar diversos tipos de patologias: Figura 4 - Infecção da pele, foliculite, causada pelo staphylococcus aureus Fonte: Wikimedia �Gastroenterite estafilocócica: Devido alimento contaminado. Sendo comum em presunto, carnes com sal. � Síndrome de pele escaldada estafilocócica: Produtor de toxina esfoliativa, causando aparecimento de eritemas (vermelhidão na pele); � Impetigo: Infecção na pele, progredindo com formação de pús; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 63eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 63 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária64 Síndrome do choque tóxico, é o acúmulo de sangue menstrual devido o uso de absorvente interno por um longo período (mais de um dia), sendo este absorvente feito de fibras sintéticas associadas com produtos químicos que potencializou a sua replicação. Devido a isso os fabricantes retornaram à produzir com fibras de algodão. + OBSERVAÇÃO Alimentos envolvidos São os alimentos de alto teor de proteínas e de umidade como carnes (bovinos), suínos, aves, ovos, carcaças de frango, leite e seus derivados; e também encontra em tortas, doces com cremes e bombas de chocolates; Fatores de risco As pessoas que são mais predispostas a adquirir S.aureus, são pessoas imunocomprometidos. �Mães que amamentam e recém nascidos; � Pacientes com doenças crônicas broncopulmonares, leucemia, influenza, tumores, diabetes melito e doenças cutâneas; �Foliculite: Infecção com pús (furúnculo); �Endocardite: Infecção no coração (bacteremia); �Osteomielite: Infecção óssea; �Pneumonia: Contaminado pela aspiração da comida semi-digerida; � Síndrome do choque tóxico: Ocorre devido a resposta do linfócito T as toxinas produzidas pelas bactérias S.aureus; eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 64eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 64 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 65 � Pacientes transplantados; � Pacientes que recebem irradiação, esteroides, quimioterapia; � Pacientes com doença renal crônica, em diálise; �Usuários de drogas por meio de injetável; � Pacientes com feridas abertas, queimaduras; Pacientes hospitalizados podem adquirir de outras pessoas, funcionários de hospitais e também objetos do hospital, a contaminação ocorre principalmente em pessoas imunocomprometidos. Diagnóstico O diagnóstico é feito pela coloração de Gram e também por meio de cultura, levantado pelo material contaminante. No caso de contaminação do alimento, pode fazer o teste para enterotoxinas e o isolamento do estafilococo do alimento que está suspeito. Estima-se que de 20% a 60% da população humano, são portadoras da bactéria S.aureus, mesmo não apresentando a doença, são considerados portadores da bactéria, podendo causar a doenças em pessoas imunodeficiente, ou até mesmo em alimentos, em alguma fase da preparação. (Germano & Germano, 2015) Quadro clínico Em caso de contaminação com alimento, a incubação é de 2 a 4 horas. Os sintomas normalmente são rápidos, dependendo da quantidade da toxina e o estado de saúde da pessoa. Sendo os sintomas mais frequentes náuseas, ânsia de vômitos, vômitos, cólicas abdominais e diarreia. Em geral não ocorre febre, podendo ocorrer cefaleia e prostração (fraqueza) em casos mais graves. Sendo a recuperação feita dentro de 24 a 48 horas. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 65eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 65 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária66 Tratamento Receber bastante líquido; (caso tenha uma grande perda fazer via intravenosa); antiemético (controlar náuseas e vômitos); Controle Treinar os manipuladores, em todas as etapas do processo, a fim de prevenir a contaminação do alimento, com todas as medidas de higiene pessoal, instalações e utensílios. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 66eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 66 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária 67 Saber sobre os agentes bacterianos clostridium botulinum e clostridium perfrigens Clostridium botulinum O Clostridium Botulinum, gram-positiva, forma de cotonete, flagelada é um tipo de bactéria que causa intoxicação alimentar, conhecido como botulismo, de evolução aguda e extremamente grave. OBJETIVO Figura 5 - Clostridium botulinum Fonte: Wikimedia O termo botulismo, é utilizado para designar a intoxicação instalada pela Clostridium botulinum, que vêm do nome botulus (significa salsicha em latim), devido o envolvimento desta bactéria nos primeiros casos comprovados cientificamente no fim do século XIX, na Europa Central. eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 67eBook completo para impressão - Higiene e Vigilância Sanitária - Aberto - SER.indb 67 23/08/2021 15:04:2523/08/2021 15:04:25 Higiene e Vigilância Sanitária68 SAIBA MAIS Devido a sua ação de bloquear a comunicação entre os nervos, utilizam-se o famoso “BOTOX”, com o intuito de deixar a pele mais resistente e dura. Fisiopatologia O Clostridium botulinum sobrevive no meio ambiente devido o seu formato de esporos, encontra-se em diversas partes solo e água, com isso, podendo estar presentes nos alimentos. A toxina botulínica possui duas cadeias que são unidas por pontes de dissulfetos. Sendo a porção mais pesada responsável por ligar ao tecido neural, e a porção leve responsável pelos sintomas. Com a absorção da toxina botulínica do intestino delgado, atinge o sistema nervoso periférico pela circulação sanguínea. Sua toxicidade age tanto no sistema nervoso somativo quanto no autônomo. Impede a liberação da acetilcolina nas porções terminais das neurofibrilas. Com isso levando a afetar grupos musculares ou um único músculo. (Germano & Germano, 2015) Ela é caracterizada por causar alterações do distúrbios digestivos e neurológicos, ocorrido devido o contato por alimentos enlatados, embutidos, sendo de origem vegetal ou animal, do qual não são esterilizados