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POLITICAS SAUDE DA MULHER NO BRASIL

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Alguns marcos internacionais... 
1. Conferências Internacionais em 
Saúde; 
2. Conferências Internacionais em 
Saúde da Mulher; 
3. ll Conferência Internacional de 
Direitos Humanos (Viena, 1993); 
4. Conferência Internacional de 
População e Desenvolvimento – 
CIPD (Cairo, 1994) – concepção de 
Saúde Reprodutiva como direito 
humano. 
Lei 9263/96 – Lei do Planejamento 
Familiar 
“o planejamento familiar é direito de todo 
o cidadão e se caracteriza pelo conjunto 
de ações de regulação da fecundidade 
que garanta direitos iguais de 
constituição, limitação ou aumento da 
prole pela mulher, pelo homem ou pelo 
casal.” 
Política Nacional de Planejamento 
Familiar 
- Criada em 2007; 
- Incluiu a distribuição de camisinhas, e a 
venda de anticoncepcionais, além de 
expandir as ações educativas sobre a 
saúde sexual e a saúde reprodutiva. 
Evolução das Políticas de Atenção à 
Saúde da Mulher 
1940- Criação do Departamento 
Nacional da Criança 
1975- Programa Materno-Infantil 
1978- Programa de Prevenção à 
gravidez de alto risco 
 Durante muitos anos, a maternidade foi o 
foco da assistência à saúde da mulher e 
uma das áreas mais enfatizadas pelos 
programas de saúde da mulher. 
- O final dos anos 70 trouxe a articulação 
dos movimentos sociais na luta pela 
redemocratização do país e melhoria das 
condições de vida da sociedade 
brasileira. 
- A proposta do PAISM considerava a 
necessidade de articulação das ações 
de pré-natal, assistência ao parto e 
puerpério, além da prevenção de câncer 
e IST, assistência ao adolescente, a 
menopausa e a anticoncepção. 
 
- Constituição de 1998; 
- Criação e implantação do Sistema 
Único de Saúde em 1990. O SUS seria 
operacionalizado, por intermédio de 
ações de promoção, proteção e 
recuperação da saúde embasadas na 
participação social. 
(PACS e PSF) 
- 1992: A portaria GM/MS número 1016 
tornando obrigatória a implantação do 
alojamento conjunto. 
- 1996: Lei do Planejamento Familiar 
(9263/96). Estabelece um conjunto de 
ações de regulação da fecundidade, 
limitação ou aumento da prole pela 
mulher, pelo homem ou pelo casal. 
- 2000: Programa Nacional de 
Humanização do Pré-natal e Nascimento 
(PNHPN) 
Assistência prestada à gestante e ao 
recém-nascido com qualidade e 
humanizada. 
- 2002: Programa Viva Mulher 
Ampliar o acesso da mulher aos serviços 
de saúde, para o controle do câncer de 
colo de útero e mama, por meio de ações 
integradas de prevenção primária. 
- 2004: Pacto Nacional pela redução da 
mortalidade materna e neonatal 
Reduzir em, no mínimo, 1/3 a taxa de 
mortalidade materna, até 2010, como um 
primeiro passo até a meta de reduzir essa 
taxa em ¾, até 2015. 
O cuidado de saúde à mulher no Brasil, marcos teóricos e tendências 
- 2004: Política Nacional de Atenção 
Integral à Saúde da Mulher 
Integração e promoção da saúde como 
princípios norteadores, ampliando as 
ações para a população de acordo com 
suas especificidades e necessidades, 
reforçando a relevância do 
empoderamento e participação no 
controle social das usuárias do SUS. 
- 2005: Política Nacional de Atenção 
Obstétrica e Neonatal 
- 2006/2007: Política Nacional de 
Planejamento Familiar 
- 2010: Rede de Atenção a Saúde no 
âmbito do SUS 
- 2011: Rede Cegonha 
Destaque para as especificidades... 
- Norma Técnica de Prevenção e 
Tratamento dos Agravos Resultantes da 
Violência Sexual Contra Mulheres e 
Adolescentes – Ministério da Saúde (Lei 
10.778/2003) 
- Norma Técnica de Atenção 
Humanizada ao Abortamento – Ministério 
da Saúde [Código Penal (art. 128,l)] 
- Política Nacional de Atenção Integral à 
Saúde da População Negra/2007 
- Lei 11.340/2006 (Maria da Penha – 
Violência Contra a Mulher) 
- Lei 11.770/2005 – Ampliação da licença 
maternidade para 180 dias. 
- Lei 11.108/2005- Garante a presença do 
acompanhante, de livre escolha da 
mulher, durante o pré, trans e pós-parto. 
Programa de Humanização do Parto e 
Nascimento 
- Portaria/GM n.° 569, de 1/6/2000; 
- Reduzir as altas taxas de 
morbimortalidade materna e perinatal; 
- Melhoria de acesso, cobertura e 
qualidade do pré-natal, parto, puerpério 
e período neonatal (SIS-Pré-natal); 
- Investimentos nas redes estaduais de 
assistência à gestação de alto risco; 
- Projeto de Capacitação de Parteiras 
Tradicionais, financiamento de cursos de 
Especialização em Enfermagem 
Obstétrica. 
Programa de Humanização do Pré-Natal 
e Nascimento (PHPN) 
1. Realizar a primeira consulta de pré-
natal até o 4°mês de gestação; 
2. Garantir a realização dos seguintes 
procedimentos: 
a. no mínimo seis consultas de pré-natal, 
sendo, preferencialmente, uma no 
primeiro trimestre, duas no segundo 
trimestre e três no terceiro trimestre da 
gestação; 
b. uma consulta no puerpério, até 
quarenta e dois dias após o nascimento; 
c. exames laboratoriais: tipagem 
sanguínea e fator Rh na primeira consulta; 
VDRL: um exame na primeira consulta e 
outro próximo à trigésima semana da 
gestação; urina rotina: um exame na 
primeira consulta e outro próximo à 
trigésima semana da gestação; glicemia 
de jejum: um exame na primeira consulta 
e outro próximo à trigésima semana da 
gestação; hemoglobina/hematócrito na 
primeira consulta; 
d. oferta de testagem anti-HIV, com um 
exame na primeira consulta nos 
municípios com população acima de 
cinquenta mil habitantes; 
e. aplicação de vacina antitetânica até 
a dose imunizante (segunda) do 
esquema recomendado ou dose de 
reforço em mulheres já imunizadas; 
 
f. atividades educativas; 
g. classificação de risco gestacional a ser 
realizada na primeira consulta e nas 
consultas subsequentes; 
h. atendimento às gestantes classificadas 
como de risco, garantindo o vínculo e o 
acesso à unidade de referência para 
atendimento ambulatorial e/ou hospitalar 
à gestação de alto risco. 
2004 – PNAISM (Política Nacional de 
Ação Integral à Saúde da Mulher) 
Reafirmou o PAISM e trouxe novas 
abordagens; 
Enfoque de gênero incorporando 
integralidade e promoção da saúde; 
4 enfoques: 
- Atenção Obstétrica; 
- Planejamento Familiar; 
- Atenção ao abortamento inseguro; 
- Combate à violência sexual e 
doméstica; 
- Promover a saúde sexual e reprodutiva 
das mulheres e adolescentes. 
-Prevenir e tratar os agravos decorrentes 
da violência doméstica e sexual. 
- Reduzir a morbimortalidade por DST/AIDS 
na população feminina. 
- Reduzir a morbimortalidade por câncer 
na população feminina. 
- Ampliar e qualificar a atenção integral à 
saúde de grupos da população feminina, 
ainda não considerados devidamente 
nas políticas públicas: trabalhadoras 
rurais, mulheres negras, no climatério e na 
terceira idade, com deficiência, lésbicas, 
indígenas e presidiárias. 
- Promover a saúde mental das mulheres, 
com enfoque de gênero. 
- Fortalecer a participação e o controle 
social. 
 
“Conjunto de ações de promoção, 
proteção, assistência e recuperação da 
saúde, executadas nos diferentes níveis 
de atenção à saúde. Compreende o 
atendimento à mulher numa perspectiva 
ampla de seu contexto de vida, do 
momento em que apresenta 
determinada demanda, assim como de 
sua singularidade e de suas condições 
enquanto sujeito capaz e responsável por 
suas escolhas” (PNAISM, 2007). 
Rede Cegonha 
Rede Cegonha é a estratégia lançada, 
em 2011, pelo Governo Federal para 
proporcionar às mulheres saúde, 
qualidade de vida e bem-estar durante a 
gestação, parto, pós-parto e o 
desenvolvimento da criança até os dois 
primeiros anos de vida. 
- Ampliação do acesso, acolhimento e 
melhoria da qualidade do pré-natal. 
- Transporte tanto para o pré-natal quanto 
para o parto. 
- Vinculação da gestante à unidade de 
referência para assistência ao parto 
- Realização de parto e nascimento 
seguros, através de boas práticas de 
atenção. 
- Atenção à saúde da criança de 0 a 24 
meses com qualidade eresolutividade. 
- Acesso ao planejamento reprodutivo. 
INDICADORES DE SAÚDE 
Mortalidade Materna 
Morte de uma mulher durante a 
gestação ou até 42 dias após o seu 
término por qualquer causa relacionada 
ou agravada pela gravidez ou por 
medidas com relação a ela. 
- Morte Obstétrica Direta (ex: hipertensão 
na gravidez, desenvolvida 
especificamente durante à gravidez 
[SHG], hemorragias na gravidez, infecção 
puerperal e aborto, embolia); 
- Morte Obstétrica Indireta (ex: diabetes 
pré-existente com complicações, 
situações crônicas que foram agravadas 
com a gravidez...) 
ODM 5 – Melhorar a Saúde Materna 
- Até 2015, reduzir a mortalidade materna 
em três quartos do nível observado em 
1990 e até 2015, universalizar o acesso à 
saúde reprodutiva. 
- Até 2015, deter e inverter a tendência de 
crescimento da mortalidade por câncer 
de mama e de colo de útero. 
- Houve uma queda de 55% na 
mortalidade materna de 1990 a 2011, 
passando de 141 óbitos para 64 óbitos por 
100 mil nascido vivos. A meta estipulada 
para 2015 foi de reduzir para 35 óbitos. 
- O Câncer de mama e a taxa de 
mortalidade cresceu de 17,4 para 20,7 
óbitos de 1990 a 2011. 
Causas de Mortalidade Feminina 
 
 
Cuidado de Enfermagem à Saúde da 
Mulher 
- Portaria GM no 2.815, de 29/05/1998 
inclui na Tabela SIH/SAI/SUS assistência ao 
parto sem distocia por Enfermeiro 
Obstetra, visando a redução da 
morbimortalidade materna e perinatal; 
- Portaria SAS/MS no 743, de 20 de 
dezembro de 2005, define que somente 
os profissionais portadores do diploma ou 
certificado de Enfermeiro(a) Obstetra 
estão autorizados a emitir laudos de AIH 
para o procedimento código 35.080.01.9-
parto normal sem distócia realizado por 
Enfermeiro(a) Obstetra, do grupo 
35.150.01.7 da tabela do SIH/SUS; 
- Resolução COFEN no 358, de 15 de 
outubro de 2009, que dispõe sobre 
Sistematização da Assistência de 
Enfermagem e a implementação do 
Processo de Enfermagem em ambiente, 
públicos ou privados, em que ocorre o 
cuidado profissional de Enfermagem; 
- Resolução COFEN No 0477/2015 dispõe 
sobre a atuação de Enfermeiros na 
assistência às gestantes, parturientes e 
puérperas. 
Saúde da Mulher e o Cenário Global 
- A saúde das mulheres vem sendo uma 
preocupação da OMS há muito tempo, 
mas hoje, torna-se uma prioridade 
urgente nas várias regiões do mundo e os 
problemas que lhe dizem respeito vêm 
merecendo destaque e atenção, sendo 
focalizada a necessidade de acelerar 
mudanças na condição que a mulher 
ocupou por décadas e ainda ocupa. 
- A CIPD do Cairo de 1994 estabeleceram 
um consenso global de que para a saúde 
geral e o empoderamento de mulheres e 
meninas, o acesso universal à saúde 
sexual e reprodutiva é essencial; 
- Durante as duas décadas desde a CIPD, 
houve tendências globais positivas, como 
aumento da oferta de 
anticoncepcionais, acesso ampliado a 
cuidados maternos qualificados e 
redução de novas infecções por HIV, 
redução da mortalidade materna... 
- No entanto, existem diferenças 
significativas entre os países e dentro 
deles: 
- 220 milhões de mulheres em países de 
baixa e média renda não estão usando 
métodos anticoncepcionais modernos; 
- Estima-se 30 milhões de nascimentos não 
planejados e 40 milhões de abortos 
(metade ilegais); 
- 499 milhões de novas IST, não incluindo o 
HIV, metade em mulheres; 
- Com relação ao empoderamento das 
mulheres, poucas concluem ou mesmo 
concluem o ensino médio em países de 
baixa e média renda; 
- A violência contra as mulheres continua 
generalizada e em ascensão; 
- A pobreza, o casamento infantil e outras 
práticas prejudiciais são obstáculos para 
o acesso aos serviços de saúde pelas 
mulheres; 
- O ciclo gravídico-puerperal causa um 
impacto considerável na vida da mulher 
e da sua família - estresse e mudanças 
abruptas na vida da família; 
- O aspecto físico da avaliação pré-natal 
tem sido valorizado muito mais do que os 
aspectos emocionais; 
- O período puerperal é repleto de ajustes 
fisiológicos e psicológicos também; 
- A melhoria das condições de saúde da 
mulher depende não apenas das 
questões econômicas, sociais e culturais, 
mas de reforçarmos a integralidade e 
humanização desse cuidado; 
- O cuidado no parto foi foco de várias 
políticas e iniciativas governamentais 
para a saúde materno-infantil no âmbito 
nacional e internacional- APICE ON- 
Aprimoramento e Inovação no Cuidado 
e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia. 
Cenário Atual Pandêmico 
- Em geral, as mulheres têm sido muito 
afetadas pela pandemia, seja como 
trabalhadoras de saúde, seja por 
dificuldades de acesso aos serviços e 
cuidados de saúde. 
- Elas constituem a maioria do pessoal de 
saúde, por isso estão mais expostas aos 
riscos ocupacionais no setor. 
- Alguns destes são infecções 
ocupacionais por coronavírus e lesões 
associadas ao uso prolongado de 
equipamentos de proteção individual, 
exposição a toxinas de desinfetantes, 
aumento da carga e do tempo de 
trabalho, violência, discriminação e 
estigma, fadiga crônica, distúrbios 
psicológicos e riscos à saúde mental, bem 
como a precariedade das instalações de 
saneamento, higiene e descanso (8). 
- A pandemia também afetou 
negativamente os cuidados com o parto 
e o pós-parto devido à diminuição dos 
serviços de pré-natal, educação em 
saúde e pesquisa sobre patologias 
maternas. Um estudo publicado em 
outubro de 2020 (9) estima que poderia 
haver um aumento de 60.000 a 200.000 no 
número de natimortos durante os 12 
meses seguintes. 
- O confinamento domiciliar da 
população em alguns países teve um 
impacto direto no planejamento familiar 
e na violência de gênero. Estudo 
realizado pelo Fundo de População das 
Nações Unidas (UNFPA) estima que, em 
função da pandemia, as adolescentes 
poderiam ter 20% a mais de limitações no 
acesso aos métodos anticoncepcionais, o 
que levaria ao aumento da gravidez 
precoce, além de aumentar a exposição 
de meninas e adolescentes a maior 
violência e abuso doméstico (13). 
- Na Colômbia, as ligações para a linha 
direta para vítimas de violência de 
gênero aumentaram 91% desde que o 
confinamento foi imposto, e no México, 
36%. Na Argentina, onde sete em cada 10 
feminicídios ocorrem em casa, as 
chamadas de emergência por violência 
doméstica aumentaram 25%. E, no Estado 
Plurinacional da Bolívia, a cidade de 
Santa Cruz registrou o maior número de 
casos de violência doméstica até o 
momento. 
- Junto com o Paraguai, a Bolívia também 
apresenta a maior taxa de feminicídios 
em adultos e crianças na América do Sul 
(10). A capacidade reduzida dos serviços 
de saúde e o acesso mais limitado aos 
serviços de resposta imediata dificultaram 
a procura de ajuda pelas mulheres. Da 
mesma forma, o medo do contágio faz 
com que muitas delas optem por ficar em 
casa ao invés de buscar assistência nesses 
serviços (11). 
Enfermagem em Saúde da Mulher na 
Agenda de Prioridades de Pesquisa 
✓ A Agenda Nacional de Prioridades de 
Pesquisa em Saúde (ANPPS)- instrumento 
de gestão do Ministério da Saúde que 
estabelece as prioridades de pesquisa 
para cada campo de conhecimento. 
 
✓ Tem sido destacada, nos últimos anos, 
as necessidades de traçar prioridades e 
políticas de pesquisa em saúde no 
cenário nacional e internacional para 
atender as principais necessidades 
nacionais e regionais de saúde.

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