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ICTERÍCIA NEONATAL Decorre de Hiperbilirrubinemia indireta - Fisiológico x patológico. Epidemiologia: condição comum nos RN (60% a termo e 80% prematuros), evolução geralmente benigna (fisiológica). - ↑BI grave é potencialmente neurotóxica- gânglios da base e tronco cerebral (instalação de encefalopatia bilirrubínica), maior risco se prematuridade, asfixia e sepse. Rara em RN a termo sau- dáveis, sem hemólise, com nível bilirrubina <25mg/dl Risco se BI>18mg/dl na icterícia patológica Fisiologia da bilirrubina: a hemácia é degradada pelo sistema re- ticuloendotelial, liberando bilirrubina no sangue por meio da de- gradação da Hb na forma lipossolúvel (BI), e liga-se principal- mente à albumina. Hepatócitos captam, desligando-a a albu- mina, no qual sofre conjugação transformando-se em BD o qual fará parte da bile. Pequena parte no intestino é hidrolisada no- vamente a BI e reabsorvida pelo sistema ~entero-hepático. Etiologia: - destruição de eritrócitos imaturos recém-formados - degradação da Hb na medula óssea - degradação de heme livre no fígado - aumento da circulação êntero-hepática - destruição de outras proteínas que contenham heme (mioglo- bina, catalase, peroxidases) - ↑bilirrubina a ser metabolizada (anemia hemolítica, policite- mia, imaturidade das hemácias, células transfundidas, clampea- mento tardio do cordão umbilical, presença de cefalo-hema- toma e infecção) - destruição ou redução da atividade G6PD, hipóxia, infecção, hipotermia ou déficit hormônio tireoidiano - bloqueio ou competição da glicuroniltransferase por drogas - condição leve redução da quantidade de enzima ou redução da captação de bilirrubina por hepatócitos (defeito genético, prematuridade) - asfixia, prematuridade, meningite – fragilizam barreira hema- toencefálica com maior risco BI atravessar o SNC e de kernicte- rus Clínica: icterícia - coloração da pele amarelo-esverdeada, quando níveis de bilirrubina <5-7mg/d, de aparecimento ao nas- cimento ou qualquer momento período neonatal. Habitualmente início na face, e com aumento dos níveis de bi- lirrubina, progride para abdome e finalmente à sola dos pés. Zonas de Krammer – demonstra a progressão craniocaudal da ic- terícia. As zonas permitem estimar a dosagem sérica de BI. Zona >=3 – mais chance fototerapia Zona 1- Cabeça e pescoço ---------------------------------- BI 6mg/dl Zona 2- Tronco a umbigo ----------------------------------- BI 9mg/dl Zona 3- Metade inferior do abdome e coxas ---------- BI 12mg/dl Zona 4- Braços e pernas ------------------------------------ BI 15mg/dl Zona 5- Palmoplantar --------------------------------------- BI 18mg/dl - Encefalopatia hiperbilurribínica: hipotonia, letargia, má sucção, choro agudo -> hipertonia com tendência a espasticidade, perda do reflexo de Moro, febre e opistótono -> sinais de paralisia cerebral, perda da audição, distúrbios extrapiramidais. Diagnóstico: critérios ICTERÍCIA PATOLÓGICA: conduta - investigação Aparecimento <24 horas de vida (precoce) Bilirrubina sérica aumento >0,5mg/dl/h em 24ºh Reticulocitose >10% Anemia Duração possível >14 dias de vida BD >2mg/dl em qualquer momento Sintomas- vômitos, letargia, perda de peso, apneia, distermia, hepatoesplenomegalia Investigação: hemograma, reticulócitos, BT e frações, tipagem sanguínea mãe e RN, teste de Coombs direto, esfregaço de san- gue periférico. - Eritoblastose fetal-EF (doença hemolítica do RN), Hemorragia oculta, Hematoma, Sepse, Infecção intrauterina, déficit G6PD *Coombs direto + = indicativo processo hemólise EF- risco de mãe O (e RN A, B ou AB) e/ou Rh – (e RN Rh + ou Rh – com Du positivo/pois de comportaria como Rh+) ICTERÍCIA FISIOLÓGICA DO RN: observação clínica IG >=37 semanas (a termo) Evolução >24h de vida Velocidade de hemólise – BI <0,5mg/dl/h Pico de 3-5º dia de vida, dura 3-7 dias de vida ICTERÍCIA PRÓPRIA DO PREMATURO: observação IG <37 semanas Evolução >24h de vida Velocidade de hemólise – BI <0,5mg/dl/h Pico de 5-7º dia de vida ICTERÍCIA DO ALEITAMENTO MATERNO: relação com técnica do aleitamento, continuar o incentivo do AME e considerar suple- mentação com fórmulas infantis em casos selecionados. Causa devido pequena quantidade de leite ingerida, com desidratação ou redução da ingesta calórica, além do aumento da circulação êntero-hepática à menor motilidade GI. Aparecimento na 1º semana de vida Aleitamento ruim -> Baixa ingesta ICTERÍCIA DO LEITE MATERNO: benigna, continuar o incentivo do AME sem necessidade de suspender devido regressão espontâ- nea. Não muito claro, mas consideram ser devido glicuronidase presente no leite materno o qual aumenta a circulação êntero- hepática e reabsorção de BI. Aparecimento na 2º semana de vida em diante Aleitamento eficaz ICTERÍCIA APÓS 1º SEMANA DE VIDA - DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: Infecções congênitas Atresia de vias biliares Hepatite Erro inato do metabolismo- Galactosemia Hipotireoidismo Fibrose cística Hemolítica- Hemoglobinopatia, déficit G6PD, esferocitose DD: Icterícia colestática- risco em prematuros (imaturidade sistema hepatociliar), NP prolongada, PIG ↑BD >1mg/dl se BT<5mg/dl ou BD>2mg/dl ou >20% BT se BT >5mg/dl Clínica- colúria, acolia fecal, distensão abdome (hepatomegalia) Causa: atresia vias viliares (mais comum primeiros meses de vida)- maioria aspecto sadio, sem intercorrências parto ou gestação, forma não sindrômica. Minoria pode ter forma sindrômica (situs inversus, anomalias cardiovasculares, gastrointestinais e geni- turinárias)- iniciar investigação com USG abdome em jejum, sendo sugestivo vesícula biliar vazia e trígono fibroso; biópsia hepática é padrão ouro podendo ser guiada por USG ou cirurgia. Realizar cirurgia de Kasai/portoenterostomia hepática, ideal <60 dias- finalidade manter fígado nativo por mais tempo antes do transplante hepático que é tratamento definitivo. Outras causas – cisto de colédoco, fibrose cística, síndrome Alagille, déficit alfa-1-antitripsina, erro inato do metabolismo, hepatite neonatal, infecções (sífilis, ru- béola, herps, CMV, toxoplasmose) Tratamento: objetivo é evitar neurotoxicidade. - Fototerapia de alta intensidade no espectro de luz azul (425-475nm) e radiância de 15-30mW/cm2/nm + proteção ocular: transforma a BI em forma excretável pela bile (lumiverdina). RA: diarreia, rash macular eritematoso, queimaduras, desidratação, síndrome do bebê bronzeado (pele marrom-acizentada, pela fototerapia em RN com aumento da BD) Eficácia depende: comprimento de onda da luz, irradiância e superfície corporal ex- posta No geral em 1-2 dias Colher BT e frações após 6-12 horas do início, e cada 4-8h se doença hemolítica com níveis considerados tóxicos Deve reduzir BI 1-2mg/dl ---- para cada 4-6h Reavaliação após alta 1-2 dias - Exsanguineotransfusão: se refratário à fototerapia ou em caso de risco ou sinais de encefalopatia bilirrubínica com qualquer nível de bilirrubina. Visa corrigir a anemia, diminuir o título de anticorpos maternos circulantes, remover hemácias sensibilizadas e retirar a BI antes da difusão para tecidos. Complicações: acidose, anormalidades eletrolíticas, hipoglicemia, trombocitopenia, excesso de volume, arritmias, enterocolite necrosante, infecção e óbito. Indicação conforme BT em RN prematuro Fototerapia Exsanguineot. 1000-1500g 1501-2000g 20001-2500g 6-8 8-10 10-12 11-13 13-15 15-17 Indicação conforme BT em RN >35 semanas Fototerapia Exsanguineot. <24h 24-48h 49-72h >72h >2 semanas * 12-14 15-18 18 * * >18 >20 >20 Normograma de Bhutani- em RN a termo (>35 semanas + >2kg) P95- Tratar sempre P75- Tratar, se FRassociado é obrigatório P40- Não tratar, observação clínica
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