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AULA 1 responsabilidade civil

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AULA 1 - RESPONSABILIDADE CIVIL – 03.03.2021
A responsabilidade civil surge em face do descumprimento obrigacional, pela desobediência de uma regra estabelecida em um contrato, ou por deixar determinada pessoa de observar um preceito normativo que regula a vida. Neste sentido, fala-se, respectivamente, em responsabilidade civil contratual ou negocial e em responsabilidade civil extracontratual, também denominada responsabilidade civil aquiliana.
a) Responsabilidade civil contratual ou negocial - nos casos de inadimplemento de uma obrigação, o que está fundado nos artigos 389, 390 e 391 do atual Código Civil.
O art. 389 trata do descumprimento da obrigação positiva (dar e fazer).
O art. 390, do descumprimento da obrigação negativa (não fazer).
O art. 391 consagra o princípio da responsabilidade patrimonial, prevendo que pelo inadimplemento de uma obrigação respondem todos os bens do devedor.
Repise-se, mais uma vez, que apesar da literalidade do último comando, deve ser feita a ressalva de que alguns bens estão protegidos pela impenhorabilidade, caso daqueles descritos no art. 833 do CPC/20 1 5. Cite-se o exemplo contemporâneo do bem de família, inclusive de pessoa solteira (Súmula 364 do STJ).
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster.
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
b) Responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana - pelo Código Civil, está baseada no ato ilícito (art. 1 86) e no abuso de direito (art. 187).
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
A respeito da responsabilidade extracontratual - matéria que nos interessa - nos termos do atual Código Civil brasileiro, está baseada em dois alicerces categóricos: o ato ilícito e o abuso de direito.
De início, o ato ilícito é o ato praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando direitos e causando prejuízos a outrem.
Diante da sua ocorrência (ato ilícito), a norma jurídica cria o dever de reparar o dano, o que justifica o fato de ser o ato ilícito fonte do direito obrigacional.
É fundamental apontar que há casos em que a conduta ofende a sociedade (ilícito penal) e o particular (ilícito civil), acarretando dupla responsabilidade.
Exemplificamos com um acidente de trânsito, situação em que pode haver um crime, bem como o dever de indenizar.
Porém, não se pode esquecer a regra prevista no art. 935 do CC, segundo a qual a responsabilidade civil independe da criminal, regra geral.
Sem prejuízo dessas situações, às vezes, a responsabilidade pode ser tripla, abrangendo também a esfera administrativa, como no caso de uma conduta que causa danos ao meio ambiente, sendo-lhe aplicadas as sanções administrativas, civis e criminais previstas nas Leis 6.938/1981. (Política Nacional do Meio Ambiente) e 9.605/1998 (Crimes Ambientais).
Pode-se afirmar que o ato ilícito é a conduta humana que fere direitos subjetivos privados, estando em desacordo com a ordem jurídica e causando danos a alguém.
O art. 186 do CC, que traz a referida construção, tem a seguinte redação:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
A consequência do ato ilícito é a obrigação de indenizar, de reparar o dano, nos termos da parte final do art. 927 do CC.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Ao lado do primeiro conceito de antijurídicidade, o art. 187 do CC traz uma nova dimensão de ilícito, consagrando a teoria do abuso de direito como ato ilícito, também conhecida por teoria dos atos emulativos.
Amplia-se a noção de ato ilícito, para considerar como precursor da responsabilidade civil aquele ato praticado em exercício regular de direitos, ou seja, o ato é originariamente lícito, mas foi exercido fora dos limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé objetiva ou pelos bons costumes. 
É a redação desse importante comando legal :
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Apelação cível. Responsabilidade civil. Dano moral. Agência bancária. Porta giratória. Dever de segurança. Exercício regular de direito. Policial militar armado e fardado. Abuso no exercício desse direito que se equipara a ato ilícito. Art. 187, CC. Quantum indenizatório. Sucumbência. Honorários advocatícios. A simples abordagem em porta giratória, por si só, não é situação suficiente para caracterizar dano moral. Equipamento de segurança integrante do aparato de segurança dos bancos, que têm obrigação de prestar vigilância e garantir a segurança interna de seus empregados e usuários. Lei nº 7.102/1983. No entanto, responde a instituição financeira quando exercer tal direito excedendo manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Art. 187 do Código Civil.
Situação concreta em que, à luz da prova dos autos, a situação a que restou exposto o autor superou em muito o razoavelmente aceito, tendo ocorrido abuso de direito. Dever de indenizar mantido. Policial Militar que, mesmo devidamente identificado com a farda e apresentando a carteira funcional, só foi autorizado a entrar na agência bancária depois da chegada do comando local da instituição. Dano moral in re ipsa. Valor da condenação fixado de acordo com as peculiaridades do caso em concreto, bem assim observados os princípios da proporcionalidade e razoabilidade e a natureza jurídica da condenação. Verba indenizatória majorada. Honorários advocatícios mantidos na forma fixada pela sentença. Art. 20, § 3º, do CPC. Negaram provimento ao apelo e proveram o recurso adesivo (TJRS – Acórdão Apelação Cível 70037657186, 2-3-2011, Rel. Des. Tasso Caubi Soares Delabary).
Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha.
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Pela análise do art. 187 do CC em vigor, conclui-se que a definição de abuso de direito está baseada em quatro conceitos legais indeterminados, cláusulas gerais que devem ser preenchidas pelo juiz caso a caso, a saber:
a) fim social;
b) fim econômico;
c) boa-fé;
d) bons costumes.
Rubens Limongi França, em sua Enciclopédia Saraiva do Direito definiu o abuso de direito como "um ato jurídico de objeto lícito, mas cujo exercício, levado a efeito sem a devida regularidade, acarreta um resultado que se considera ilícito".
Portanto, conforme o entendimento majoritário da doutrina nacional, presente o abuso de direito, a responsabilidade é objetiva, ou independentemente de culpa.
a) Direito do Consumidor. A publicidade abusiva como abuso de Direito
Art. 37, § 2º do CDC:
"§ 2.º E abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza,a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança“.
"Ação civil pública. Publicidade abusiva. Propaganda de tênis veiculada pela TV. Utilização da empatia da apresentadora. Induzimento das crianças a adotarem o comportamento da apresentadora destruindo tênis usados para que seus pais comprassem novos, da marca sugerida. Ofensa ao art. 37, § 2º, do CDC. Sentença condenatória proibindo a veiculação e impondo encargo de contrapropaganda e multa pelo descumprimento da condenação. Contrapropaganda que se tornou inócua ante o tempo já decorrido desde a suspensão da mensagem. Recurso provido parcialmente" (TJSP, Apelação Cível 241.337-1 , São Paulo, 3." Câmara de Direito Público, Rei. Ribeiro
Machado, 30.04.1 996, v. u.).
b) Direito do Trabalho. A greve abusiva e o abuso de direito do empregador
A vedação do abuso de direito em sede trabalhista tem se tornado comum, com vários julgados afastando a sua prática, particularmente com a imposição de sanções àqueles que o cometem. O exemplo típico de caracterização do abuso de direito na área trabalhista ocorre no caso de abuso na greve, conforme o art. 9º, § 2.º, da C F/ 1988. 
Sobre o tema, pronunciou-se o Supremo Tribunal Federal :
"O direito à greve não é absoluto, devendo a categoria observar os parâmetros legais de regência. Descabe falar em transgressão à Carta da República quando o indeferimento da garantia de emprego decorre do fato de se haver enquadrado a greve como ilegal" (STF, RE 1 84.083 , Rel . M in. Marco Aurélio, DJ 1 8 .05. 200 1 ) .
c) Direito processual. O abuso no processo, a lide temerária e o assédio judicial
"Art. 79. CPC. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente:
"Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - a lterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 81. CPC. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, e a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu, além de honorários advocatícios e de todas as despesas que efetuou.
Não há unanimidade doutrinária em relação a quais são os elementos estruturais da responsabilidade civil ou pressupostos do dever de indenizar. Vejamos:
Maria Helena Diniz aponta a existência de três elementos, a saber:
a) existência de uma ação, omissiva, qualificada juridicamente, isto é, que se apresenta como ato ilícito ou lícito, pois ao lado da culpa como fundamento da responsabilidade civil há o risco;
b) ocorrência de um dano moral ou patrimonial causado
à vítima;
e) nexo de causalidade entre o dano e a ação, oque constitui o fato gerador da responsabilidade.
Sílvio de Salvo Venosa leciona que quatro são os elementos do dever de indenizar:
a) ação ou omissão voluntária;
b) relação de causalidade ou nexo causal;
c) dano e;
d) culpa.
Carlos Roberto Gonçalves leciona que são quatro os pressupostos da responsabilidade civil:
a) ação ou omissão;
b) culpa ou dolo do agente;
c) relação de causalidade; 
d) dano.
Para Sérgio Cavalieri Filho são três os elementos: 
a) conduta culposa do agente;
b) nexo causal;
e) dano.
Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, apresentam somente três elementos para o dever de indenizar:
a) conduta humana (positiva ou negativa);
b) dano ou prejuízo e;
e) nexo de causalidade.
Reunindo os doutrinadores aqui destacados temos:
a) conduta humana;
b) culpa genérica ou lato sensu;
c) nexo de causalidade;
d) dano ou prejuízo.

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