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SISTEMA ESQUELÉTICO No final da terceira semana, as colunas de mesoderma para-axial tornam-se segmentadas em blocos de mesoderma - os somitos. Cada somito se diferencia em duas partes: Esclerótomo: VENTROMEDIAL, suas células formam as vértebras e as costelas. Dermomiótomo: DORSOLATERAL; o Células da região do miótomo formam mioblastos (células musculares primordiais); Células da região do dermátomo formam a derme (fibroblastos). DESENVOLVIMENTO DOS OSSOS E DAS CARTILAGENS As células mesodérmicas dão origem ao mesênquima - uma rede de tecido conjuntivo embrionário organizada de forma frouxa. Os ossos aparecem primeiro como condensações de células mesenquimais que formam modelos ósseos. A condensação marca o início da atividade gênica seletiva, que precede a diferenciação celular. A MAIORIA DOS OSSOS CHATOS se desenvolve no mesênquima, dentro de bainhas membranosas preexistentes; esse tipo de osteogênese é a ossificação intramembranosa. Na MAIORIA DOS OSSOS DOS MEMBROS, os modelos mesenquimais são transformados em modelos cartilaginosos, que posteriormente sofrem ossificação endocondral. Histogênese da Cartilagem A cartilagem desenvolve-se a partir do mesênquima e aparece pela primeira vez nos embriões durante a quinta semana. Em áreas onde a cartilagem deverá se desenvolver, o mesênquima se condensa para formar centros de formação de cartilagem. As células mesenquimais se diferenciam em condroblastos que secretam fibrilas de colágeno e a matriz extracelular. Subseqüentemente, fibras colágenas e/ou elásticas são depositadas na matriz. Três tipos de cartilagem são distinguidas de acordo com o tipo de matriz que é formada: • Cartilagem hialina: MAIS COMUM (p.ex., nas articulações); • Fibrocartilagem (p. ex., nos discos intervertebrais); • Cartilagem elástica (p. ex., no pavilhão auricular). Histogênese do Osso O osso se desenvolve a partir de dois tipos de tecido conjuntivo, o mesênquima e a cartilagem, mas também pode se desenvolver em outros tecidos conjuntivos. Tal como a cartilagem, o osso consiste em células e, a matriz óssea (fibrilas colágenas embebidas em um componente amorfo). A osteogênese e a condrogênese são programadas no início do desenvolvimento e são eventos independentes. Ossificação Intramembranosa Ocorre no mesênquima, que constituiu uma bainha membranosa; O mesênquima condensa-se e se torna altamente vascular; algumas células se diferenciam em osteoblastos (células formadoras de osso) e começam a depositar uma matriz não mineralizada - o tecido osteóide. O fosfato de cálcio é depositado no tecido osteóide à medida que este é organizado em osso. Os osteoblastos ficam embebidos na matriz e tornam-se osteócitos. No início, o osso recém-formado não tem um padrão organizado. As espículas ósseas logo se tornam organizadas e coalescem em lamelas (ou camadas). Lamelas concêntricas desenvolvem-se ao redor de vasos sangüíneos, formando os sistemas haversianos (ósteons). Alguns osteoblastos permanecem na periferia do osso em desenvolvimento e continuam a depositar camadas, formando placas de osso compacto nas superfícies. Entre as placas ósseas da superfície, o osso interposto permanece espiculado ou esponjoso. Esse aspecto esponjoso é acentuado pela ação de células com uma origem diferente - os osteoclastos - que reabsorvem o osso. Nos interstícios do osso esponjoso, o mesênquima se diferencia em medula óssea. Ossificação Endocondral Ocorre em modelos de cartilagem preexistentes. Em um osso longo, por exemplo, o centro primário de ossificação aparece na diáfise. Concomitantemente, uma delgada camada de osso é depositada sob o pericôndrio ao redor da diáfise; desse modo, o pericôndrio torna-se o periósteo. Esse processo continua em direção às epífises ou extremidades do osso.. O crescimento longitudinal dos ossos longos ocorre na junção diáfise-epífise. O alongamento do osso depende das placas cartilaginosas epifisárias. Em direção à diáfise, células cartilaginosas hipertrofiam, e a matriz torna-se calcificada e é fragmentada em espículas pelo tecido vascular da medula ou cavidade medular. A OSSIFICAÇÃO DOS OSSOS DOS MEMBROS começa no final do período embrionário e daí em diante necessita do suprimento materno de cálcio e fósforo. As mulheres grávidas são, aconselhadas a manter uma ingestão adequada desses elementos. No nascimento, os corpos ou diáfises estão bastante ossificados, mas a maior parte das epífises é ainda cartilaginosa. A maioria dos centros secundários de ossificação aparece nas epífises durante os primeiros anos após o nascimento.. A ossificação se espalha em todas as direções, e apenas a cartilagem articular e uma placa transversal de cartilagem, a placa cartilaginosa epifisária, permanecem cartilaginosas. Quando o crescimento termina, essa placa é substituída por osso esponjoso, as epífises e a diáfise são unidas, e o osso não se alonga mais. Geralmente as epífises se fundem com a diáfise em torno dos 20 anos de idade. O crescimento em diâmetro de um osso resulta da deposição de osso a partir do periósteo e da absorção na superfície medular. O desenvolvimento de ossos irregulares é semelhante ao desenvolvimento das epífises dos ossos longos. A ossificação começa centralmente e se espalha em todas as direções. Além da ossificação intramembranosa e endocondral, o tecido condróide, é reconhecido como um importante fator para o crescimento do esqueleto. RAQUITISMO: doença que ocorre em crianças com deficiência de vitamina D (necessária à absorção de cálcio pelo intestino). A absorção de cálcio pelo intestino é prejudicada, o que causa distúrbios de ossificação das placas cartilaginosas epifisárias e ocorre desorientação de células na metáfise. Membros encurvados, encurtados e deformados. DESENVOLVIMENTO DAS ARTICULAÇÕES Começam a se desenvolver com o aparecimento do mesênquima interzonal durante a 6ª semana, e no final da 8ª semana elas se assemelham articulações adultas São classificadas como: articulações fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. As articulações com pouco ou nenhum movimento são classificadas de acordo com o tipo de material que mantém os ossos unidos, (ex: os ossos envolvidos em articulações fibrosas são unidos por tecido fibroso) ARTICULAÇÕES FIBROSAS Durante o desenvolvimento de uma articulação fibrosa, o mesênquima interzonal entre os ossos em desenvolvimento se diferencia em tecido fibroso denso. EXEMPLO: as suturas do crânio. ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS Durante o desenvolvimento das articulações cartilaginosas, o mesênquima interzonal entre os ossos em desenvolvimento diferencia-se em cartilagem hialina (articulações costocondrais) ou fibrocartilagem (sínfise púbica) ARTICULAÇÕES SINOVIAIS Durante o desenvolvimento desse tipo de articulação (ex: joelho), o mesênquima interzonal entre os ossos em desenvolvimento diferencia-se como a seguir: • Perifericamente ele forma o ligamento capsular e outros ligamentos. • Centralmente ele desaparece, e o espaço resultante torna-se a cavidade articular ou sinovial. • Onde reveste a cápsula fibrosa e as superfícies articulares ele forma a membrana sinovial (que secreta fluido sinovial uma parte da cápsula articular (cápsula fibrosa alinhada com a membrana sinovial). DESENVOLVIMENTO DO ESQUELETO AXIAL OBS: A mudança de posição das células do esclerótomo é causada pelo crescimento diferencial de estruturas localizadas em torno, e não por migração ativa das células do esclerótomo. DESENVOLVIMENTO DA COLUNA VERTEBRAL Durante o estágio pré-cartilaginoso ou mesenquimal, as células mesenquimais dos esclerótomos são encontradas em três áreas principais: Ao redor da notocorda; Envolvendo o tubo neural; Na parede do corpo. Cada esclerótomo é formado por células em arranjo frouxo na região cranial e porcélulas densamente agrupadas na região caudal. Algumas das células densamente agrupadas movimentam-se cranialmente, em frente ao centro do miótomo, onde formam o disco intervertebral. As células densamente agrupadas remanescentes se fundem com as células frouxamente agrupadas do esclerótomo imediatamente caudal para formar o centrum mesenquimal, o primórdio do corpo de uma vértebra. Assim, cada centrum se desenvolve a partir de dois esclerótomos adjacentes e se torna uma estrutura intersegmentar. Os nervos agora ficam em íntima relação com os discos intervertebral, e as artérias intersegmentares ficam em cada lado dos corpos vertebrais. No tórax, as artérias intersegmentares dorsais tornam-se as artérias intercostais. A notocorda degenera e desaparece onde é rodeada pelos corpos vertebrais em desenvolvimento. Entre as vértebras, a notocorda se expande para formar o centro gelatinoso do disco intervertebral - o núcleo pulposo. Esse núcleo é posteriormente circundado por fibras arranjadas circularmente que formam o anel fibroso. Núcleo pulposo + Anel fibroso = disco IV. As células mesenquimais, ao redor do tubo neural, formam o arco vertebral (neural) As células mesenquimais na parede do corpo formam os processos costais, que formam as costelas na região torácica. CORDOMA: tumor originado de remanescentes da notocorda. Eles infiltram os ossos e são difíceis de ser removidos. Poucos pacientes sobrevivem mais que cinco anos. Os cordomas também se desenvolvem na região lombossacra. ESTÁGIO CARTILAGINOSO DO DESENVOLVIMENTO DAS VÉRTEBRAS Durante a sexta semana, centros de formação de cartilagem aparecem em cada vértebra mesenquimal. Os dois centros em cada centrum fundem-se no final do período embrionário para formar um centrum cartilaginoso. Concomitantemente, os centros nos arcos vertebrais se fundem um com o outro e com o centrum. Os processos espinhoso e transverso desenvolvem-se a partir de extensões dos centros de formação de cartilagem no arco vertebral. A condrogênese se espalha até que uma coluna vertebral cartilaginosa se forme. ESTÁGIO ÓSSEO DO DESENVOLVIMENTO DAS VÉRTEBRAS A ossificação de uma vértebra típica se inicia durante o período embrionário e geralmente termina aos 25 anos. Há dois centros de ossificação primários, ventral e dorsal, para o centrum. Esses centros primários de ossificação logo se fundem para formar um centro. Três centros primários estão presentes ao final do período embrionário: um no centrum e um em cada metade do arco vertebral. A ossificação torna-se evidente nos arcos neurais durante a oitava semana. Ao nascimento, cada vértebra consiste em três partes ósseas conectadas por cartilagem. As metades ósseas dos arcos vertebrais geralmente se fundem durante os primeiros 3 a 5 anos. Os arcos primeiro se unem na região lombar, e a união progride cranialmente. Os arcos vertebrais articulam-se como centrum nas articulações neurocentrais cartilaginosas. Essas articulações permitem que os arcos vertebrais cresçam à medida que a medula espinhal aumenta,desaparecendo quando o arco vertebral se funde com o centrum, do terceiro ao sexto ano. Quatro centros secundários de ossificação aparecem nas vértebras após a puberdade: • Um para a ponta do processo espinhoso; • Um para a ponta de cada processo transverso; • Duas epífises anulares, uma na borda superior e uma na borda inferior do corpo vertebral . O corpo vertebral é composto das epífises anulares e da massa óssea entre elas. Ele inclui o centrum, partes do arco vertebral e as facetas para as cabeças das costelas. Todos os centros secundários se unem ao restante da vértebra em torno dos 25 anos de idade. Ocorrem exceções ao padrão de ossificação típica das vértebras no atlas (Cl), áxis (C2), C7, vértebras lombares, do sacro e do cóccix. Anomalias menores são comuns, mas sem relevância clínica DESENVOLVIMENTO DAS COSTELAS As costelas se desenvolvem a partir dos processos costais mesenquimais das vértebras torácicas Elas se tornam cartilaginosas durante o período embrionário e se ossificam durante o período fetal. O local original de união dos processos costais com as vértebras é substituído pelas articulações costovertebrais. DESENVOLVIMENTO DO ESTERNO Um par de faixas mesenquimais verticais, as barras esternais, desenvolve-se ventrolateralmente na parede do corpo. A formação de cartilagem nessas barras ocorre à medida que elas se deslocam medialmente. Elas se fundem craniocaudalmente no plano mediano para formar modelos cartilaginosos do manúbrio, das esternébras (segmentos do corpo do esterno) e do processo xifóide. Centros de ossificação aparecem craniocaudalmente no esterno antes do nascimento, exceto no processo xifóide, onde aparecem durante a infância. DESENVOLVIMENTO DO CRÂNIO O crânio desenvolve-se a partir do mesênquima, ao redor do encéfalo em desenvolvimento. O crânio consiste em: Um neurocrânio, uma caixa protetora para o encéfalo; Um viscerocrânio, o esqueleto da face. Neurocrânio Cartilaginoso Inicialmente, o neurocrânio cartilaginoso ou condrocrânio consiste na base cartilaginosa do crânio em desenvolvimento, que é formada pela fusão de várias cartilagens. Posteriormente, a ossificação endocondral do condrocrânio forma os ossos da base do crânio. O padrão de ossificação para estes ossos tem uma sequência definida, iniciando com o osso occipital, corpo do esfenóide e osso etmóide. A cartilagem paracordal, ou placa basal, forma-se ao redor da extremidade cranial da notocorda e se funde com as cartilagens derivadas das regiões de esclerótomo dos somitos occipitais. Essa massa cartilaginosa contribui para a formação da base do osso occipital; posteriormente, extensões crescem em torno da extremidade cranial da medula espinhal e formam os limites do forame magno. A cartilagem hipofisária forma-se ao redor da hipófise em desenvolvimento e se funde para formar o corpo do osso esfenóide. As trabeculae cranii fundem-se para formar o corpo do osso etmoide e a ala orbitalis forma a asa menor do osso esfenóide. Cápsulas óticas desenvolvem-se ao redor das vesículas óticas, os primórdios das orelhas internas e formam as partes petrosa e mastóidea do osso temporal. Cápsulas nasais desenvolvem-se em torno dos sacos nasais e contribuem para a formação do osso etmóide. Neurocrânio Membranoso A ossificação intramembranosa ocorre no mesênquima dos lados e da região superior do encéfalo, formando a calvária (abóbada craniana). Durante a vida fetal, os ossos chatos da calvária estão separados por membranas de tecido conjuntivo denso que formam articulações fibrosas, as suturas. Seis grandes áreas fibrosas - as fontanelas - estão presentes onde várias suturas se encontram. A plasticidade dos ossos e suas conexões frouxas nas suturas permitem que a calvária sofra durante o parto modificações na sua forma, chamadas modelagem. Durante a modelagem do crânio fetal (adaptação da cabeça do feto à cavidade pélvica durante o parto), o osso frontal torna-se achatado, o osso occipital torna-se proeminente, e um osso parietal se superpõe ligeiramente ao outro. Poucos dias após o nascimento, a forma da calvária retorna ao normal. Viscerocrânio Cartilaginoso Uma parte considerável do mesênquima na região da cabeça é derivada da crista neural. Células da crista neural migram para os arcos faríngeos e formam os ossos e o tecido conjuntivo das estruturas craniofaciais. Essas partes do crânio fetal são derivadas do esqueleto cartilaginoso dos dois primeiros pares de arcos faríngeos: • A extremidade dorsal da cartilagem do primeiro arco forma dois ossos da orelha média, o martelo e a bigorna. • A extremidade dorsal da cartilagem do segundo arco forma o estribo da orelha média e o processo estilóide do osso temporal. Sua extremidade ventral ossifica-se para formaro pequeno corno e a parte superior do corpo doosso hióide. • As cartilagens dos 3º, 4º e 6º arcos formam-se apenas nas partes ventrais dos arcos; As cartilagens do 3 arco originam os cornos maiores e a parte inferior do corpo do osso hióide • As cartilagens dos 4º e 6º arcos se fundem pra formar as cartilagens laríngeas, exceto a epiglote. Viscerocrânio Membranoso Na proeminência maxilar do primeiro arco faríngeo, ocorre ossificação intramembranosa e, subseqüentemente, formam-se a porção escamosa do osso temporal, o maxilar e o osso zigomático. A porção escamosa dos ossos temporais torna-se parte do neurocrânio. O mesênquima na proeminência mandibular do primeiro arco se condensa ao redor da cartilagem e sofre ossificação intramembranosa para formar a mandíbula. Uma pequena ossificação endocondral ocorre no plano mediano do queixo e no côndilo mandibular. Crânio do Recém-Nascido Após se recuperar da modelagem, o crânio de recém-nascido é arredondado e seus ossos são delgados. É grande em relação ao restante do esqueleto, e a face é relativamente pequena comparada com a calvária. A pequena região facial do crânio resulta do pequeno tamanho da mandíbula, da ausência virtual dos seios paranasais e do pequeno desenvolvimento dos ossos faciais ao nascimento. Crescimento Pós-Natal do Crânio As suturas fibrosas da calvária do recém-nascido permitem que o encéfalo cresça durante a infância. O aumento no tamanho da calvária é maior durante os dois primeiros anos, o período de crescimento pós-natal mais rápido no cérebro. A calvária normalmente aumenta em capacidade até aproximadamente 16 anos de idade. Após esse período, ela geralmente aumenta ligeiramente de tamanho por 3 a 4 anos, por causa do espessamento de seus ossos. Ocorre também um rápido crescimento da face e da mandíbula, coincidindo com a erupção dos dentes primários (decíduos). Essas modificações faciais são mais marcantes após a erupção dos dentes secundários (permanentes. Há um aumento concomitante das regiões frontal e facial, associado ao aumento em tamanho dos seios paranasais. A maioria dos seios é rudimentar ou ausente ao nascimento. O crescimento desses seios é importante por alterar a forma da face e acrescentar ressonância à voz. CASOS CLÍNICOS SÍNDROME DE KUPPEL-FEIL SÍNDROME DE KLIPPEL-FEIL: as principais características dessa síndrome são pescoço curto, linha de implantação de cabelo baixa e movimentos restritos do pescoço. Na maioria dos casos, o número dos corpos vertebrais cervicais é menor do que o normal. Em alguns casos, não há segmentação de muitos elementos da região cervical da coluna vertebral. O número de raízes nervosas cervicais pode ser normal, mas elas são pequenas, tal como os forames intervertebrais. Pessoas com essa síndrome são freqüentemente normais, mas a associação dessa anomalia com outras anomalias congênitas não é incomum. ESPINHA BÍFIDA ESPINHA BÍFIDA: a falha na fusão das metades do arco vertebral; a maioria das espinhas bífidas é revestida por uma membrana A espinha bífida "fechada" ou oculta é revestida por uma membrana ou pele espessa. Esse defeito do arco vertebral é uma conseqüência da falha da fusão das suas metades. A espinha bífida oculta é comumente observada em radiografias das regiões cervical, lombar e sacra. Freqüentemente, apenas uma vértebra é afetada. Usualmente não causa sintomas clínicos. Ela pode ser diagnosticada no útero por sonografia. 20% na 1ª vértebra sacra. A medula espinhal e os nervos espinhais são geralmente normais e comumente não há sintomas neurológicos. A pele sobre o arco vertebral bífido é intacta; às vezes, a anomalia é indicada por uma pequena depressão ou um tufo de pelos. COSTELAS ACESSÓRIAS: resultam do desenvolvimento dos processos costais das vértebras cervicais e lombares. Esses processos formam costelas na região torácica. O tipo mais comum de costela acessória é a costela lombar, mas, geralmente, esta não causa problemas. Costelas cervicais prendem-se à sétima vértebra cervical e pode ser unilateral ou bilateral. A pressão de uma costela cervical sobre o plexo braquial ou sobre a artéria subclávia frequentemente produz sintomas neurovasculares (ex: paralisia e anestesia do membro superior. COSTELAS FUNDIDAS: A fusão de costelas ocorre ocasionalmente na região posterior, quando duas ou mais costelas surgem de uma única vértebra. Elas estão, frequentemente, associadas a uma hemivértebra. HEMIVÉRTEBRA: os corpos vertebrais em desenvolvimento têm dois centros de formação de cartilagem que logo se unem. Uma hemivértebra resulta do não-aparecimento de um dos centros de formação de cartilagem e, subseqüentemente, da falha na formação da metade da vértebra. Esses defeitos vertebrais produzem escoliose (curvatura lateral) da coluna vertebral, não sendo a única causa de escoliose RAQUISQUISE: coluna vertebral fendida: anormalidades vertebrais de um grupo complexo de anomalias (perturbações axiais disráficas), que afetam principalmente estruturas.Nessas crianças, as pregas neurais não se fundem. Os defeitos neurais e vertebrais podem ser extensos ou restritos a uma pequena área. ANOMALIAS DO ESTERNO: Pes excavatum: depressão côncava do esterno inferior: mais comum; devido a um crescimento excessivo das cartilagens costais, que deslocam o esterno inferior posteriormente. Pequenas fendas esternais (forame no processo xifoide, por ex) são comuns e não têm significado clínico. Um forame esternal de tamanho e forma variáveis ocasionalmente ocorre na junção da terceira e quarta esternébras (segmentos do esterno primordial). Resultado da fusão incompleta das barras cartilaginosas esternais durante o período embrionário. ANOMALIAS DO CRÂNIO ACRANIA: calvária ausente; freqüentemente há extensos defeitos da coluna vertebral. MEROANENCEFALIA: resulta da falha do fechamento da extremidade cefálica do tubo neural durante a quarta semana. Essa anomalia causa falha na formação da calvária CRANIOSSINOSTOSE: O fechamento pré-natal das suturas cranianas. Um estudo epidemiológico recente de uso materno de drogas descobriu uma forte associação entre o uso de anticonvulsantes durante o início da gravidez e acraniossinostose do recém-nascido O tipo de crânio deformado produzido depende de quais suturas se fecham prematuramente. o Quando a sutura sagital se fecha cedo, o crânio torna-se longo, estreito e em forma de cunha - a escafocefalia; + COMUM o Fechamento prematuro da sutura coronal, que resulta em um crânio alto, em forma de torre – braquicefalia. o Se a sutura coronal ou a lambdóide se fecha prematuramente em apenas um lado, o crânio é torcido e assimétrico – a plagiocefalia. o O fechamento prematuro da sutura frontal (metópica) resulta em uma deformidade do osso frontal em forma de quilha - a trigonocefalia, além de outras anomalias MICROCEFALIA As crianças com essa condição nascem com uma abóbada craniana de tamanho normal ou ligeiramente menor. As fontanelas se fecham durante o início da infância, e as suturas se fecham durante o primeiro ano. Não é causada pelo fechamento prematuro das suturas; é resultado do desenvolvimento anormal do sistema nervoso central, no qual o cérebro e, conseqüentemente, o crânio não crescem. Geralmente, microcéfalos são gravemente retardados mentalmente ANOMALIAS NA JUNÇÃO CRANIOVERTEBRAL Podem não produzir sintomas até a vida adulta. o INVAGINAÇÃO BASILAR: deslocamento superior do osso ao redor do forame magno; o ASSIMILAÇÃO DO ATLAS: não-segmentação da junção do atlas com o osso occipital o DESLOCAMENTO ATLANTOAXIAL; o MALFORMAÇÃO DE ARNOLD-CHIARI; o E separado: falha na fusão dos centros do processo odontóide com o centrum do áxis. DESENVOLVIMENTO DO ESQUELETO APENDICULAR Esqueleto apendicular: cinturas peitoral e pélvica e ossos dos membros. Os ossos mesenquimaisformam-se durante a quinta semana, à medida que condensações do mesênquima aparecem nos brotos dos membros. Durante a sexta semana, os moldes ósseos mesenquimais dos membros sofrem condrogênese para formar moldes ósseos de cartilagem hialina. A clavícula inicialmente se desenvolve por ossificação intramembranosa e, mais tarde, forma cartilagens de crescimento em ambas as extremidades. Os modelos da cintura peitoral e dos ossos dos membros superiores aparecem um pouco antes dos modelos da cintura pélvica e dos membros inferiores; A ossificação começa nos ossos longos durante a oitava semana de desenvolvimento embrionário e inicialmente ocorre nas diáfises dos ossos a partir de centros primários de ossificação. Com 12 semanas, os centros primários de ossificação apareceram em quase todos os ossos dos membros. CLAVÍCULAS SE OSSIFICAM PRIMEIRO, DEPOIS OS FÊMURES. A primeira indicação de ossificação em um modelo cartilaginoso de um osso longo" é visível próximo à diáfise. Os centros primários aparecem em momentos diferentes em diferentes ossos, mas a maioria deles aparece entre a 1ª e a 12ª semana do desenvolvimento. Praticamente todos os centros primários de ossificação estão presentes ao nascimento. A maioria dos centros secundários de ossificação aparece após o nascimento (exceções: joelhos, fêmur e tíbia) O osso formado a partir do centro primário da diáfise não se funde com aquele formado a partir dos centros secundários das epífises até que o osso cresça, atingindo seu comprimento adulto. Placa epifisária se interpõe pra impedir a fusão; posteriormente, quando ocorre a fusão, some a linha escura que indicava a placa. A fusão dos centros epifisários, que ocorre num momento específico para cada epífise, acontece um a dois anos mais cedo no sexo feminino que no masculino. No feto, a ultrassonografia é utilizada para avaliação e medida dos ossos fetais, bem como para determinação da idade da gestação. MALFORMAÇÕES ESQUELÉTICAS GENERALIZADAS ACONDROPLASIA: causa mais comum do nanismo; membros são encurvados e curtos por causa do distúrbio na ossificação endocondral nas placas cartilaginosas epifisárias, particularmente dos ossos longos, durante a vida fetal. Usualmente o tronco é curto e a cabeça é grande com testa proeminente e um nariz “em sela” (ponte nasal achatada). DISPLASIA TANATOFÓRICA: é o tipo mais comum displasia esquelética letal. HIPERPITUITARISMO: infantil congênito: leva uma criança a crescer numa taxa anormalmente rápida; pode resultar em gigantismo ou em acromegalia no adulto. Tanto o gigantismo quanto a acromegalia resultam de uma secreção excessiva do hormônio do crescimento. HIPOTIREOIDISMO E CRETINISMO: uma deficiência grave da produção do hormônio tireoidiano fetal resulta em cretinismo, uma condição caracterizada por retardo do crescimento, deficiência mental, anormalidades esqueléticas e distúrbios auditivos e neurológicos. A idade óssea parece menor do que a idade cronológica, porque o desenvolvimento das epífises é atrasado. O cretinismo é muito raro, exceto em áreas onde há carência de iodo no solo e na água. A agenesia da glândula tireóide também resulta em cretinismo SISTEMA MUSCULAR Desenvolve-se do mesoderma, com exceção dos músculos da íris que se desenvolvem do neuroectoderma, e dos músculos do esôfago, que se desenvolvem pela transdiferenciação do músculo liso. Os mioblastos (células musculares embrionárias) são derivados do mesênquima (tecido conjuntivo embrionário). Muitas das células mesenquimais da cabeça são derivadas de células da crista neural particularmente os tecidos derivados dos arcos faríngeos; no entanto, o mesênquima original dos arcos é responsável pela formação da musculatura da face e do pescoço. DESENVOLVIMENTO DO MUSCULO ESQUELÉTICO Os músculos dos membros desenvolvem-se por transformação epitélio- mensequimal de células precursoras miogênicas. Estudos demonstraram que essas células se originam do dermomiótomo ventral dos somitos. A primeira indicação de miogênese (formação muscular) é o alongamento dos núcleos e dos corpos celulares das células mesenquimais ao se diferenciarem em mioblastos. Logo após, essas células primordiais se fusionam para formar estruturas cilíndricas, alongadas e multinucleadas - os miotubos. O crescimento muscular durante o desenvolvimento resulta da contínua fusão de mioblastos e miotubos. Os miofilamentos desenvolvem-se no citoplasma dos miotubos durante e depois da fusão dos mioblastos. Logo depois desenvolvem-se as miofibras e outras organelas características das células musculares estriadas. Ao se diferenciarem, os miotubos tornam-se envoltos pelas lâminas externas que os separam do tecido conjuntivo circundante. Os fibroblastos produzem as camadas do perimísio e do epimísio da bainha fibrosa; o endomísio é formado pela lâmina externa, derivada das fibras musculares, e pelas fibras reticulares. A maioria dos músculos esqueléticos desenvolve-se antes do nascimento, e quase todos os demais se formam até o final do primeiro ano. O aumento no tamanho de um músculo após o primeiro ano resulta de um aumento no diâmetro das fibras devido à formação de mais miofilamentos. Os músculos aumentam em comprimento e em espessura, para crescer junto com o esqueleto. Seu tamanho final depende da quantidade de exercício executado. Nem todas as fibras musculares persistem; muitas delas deixam de se manter por si mesmas como unidades necessárias do músculo e logo se degeneram. MIÓTOMOS Cada parte típica do miótomo de um somito apresenta uma divisão epiaxial dorsal e uma divisão hipoaxial ventral. Cada nervo espinhal em desenvolvimento também se divide e envia um ramo para cada divisão: o ramo dorsal primário, que supre a divisão epiaxial, e um ramo ventral primário, para a divisão hipoaxial. Os mioblastos que formam os músculos esqueléticos do tronco derivam do mesênquima nas regiões do miótomo dos somitos. Alguns músculos, (ex: intercostais), permanecem organizados por segmentos como os somitos, mas a maioria dos mioblastos migra do miótomo e forma músculos não-segmentados. Ambos os genes estão envolvidos no desenvolvimento dos músculos abdominais e intercostais. DERIVADOS DAS DIVISÕES EPIAXIAIS DOS MIÓTOMOS Os mioblastos dessas divisões dos miótomos formam os músculos extensores do pescoço e da coluna vertebral. Os músculos extensores embrionários derivados dos miótomos sacrais e coccígeos se degeneram; seus derivados adultos são os ligamentos sacrococcígeos dorsais. DERIVADOS DAS DIVISÕES HIPOAXIAIS DOS MIÓTOMOS Os mioblastos dessas divisões dos miótomos cervicais formam os músculos escaleno, pré-vertebral, gêniohióide e infra-hióide. Os miótomos torácicos formam os músculos flexores lateral e ventral da coluna vertebral, enquanto os miótomos lombares formam o músculo quadrado lombar. Os miótomos sacrococcígeos formam os músculos do diafragma pélvico e, provavelmente, os músculos estriados do ânus e dos órgãos sexuais. MÚSCULOS DOS ARCOS FARÍNGEOS Esses músculos são inervados pelos nervos dos arcos faríngeos MÚSCULOS OCULARES Acredita-se que eles possam ser derivados de células mesenquimais próximas da placa precordal. Acredita-se que o mesoderma dessa área dê origem a três miótomos pré-ópticos. Os mioblastos diferenciam-se a partir de células mesenquimais derivadas desses miótomos. Grupos de mioblastos, cada qual suprido pelos próprios nervos (NC III, NC IV ou NC VI), formam os músculos extrínsecos do olho. MÚSCULOS DA LÍNGUA Inicialmente existem quatro miótomos occipitais (pós-ópticos); o primeiro par desaparece. Mioblastos dos miótomos remanescentes formam os músculos da língua, que são inervados pelo nervo hipoglosso (NC XII). MÚSCULOS DOS MEMBROS A musculatura dos membros desenvolve-se a partir de mioblastos que envolvem os ossos em desenvolvimento. Estudos genéticos e com enxerto em aves e em mamíferos demonstraram queas células miogênicas precursoras no broto do membro se originam dos somitos. Essas células localizam-se primeiramente na parte ventral do dermomiótomo e são de natureza epitelial. Após a transformação epitélio- mesenquimal, as células migram para o primórdio do membro. DESENVOLVIMENTO DO MÚSCULO LISO As fibras musculares lisas diferenciam-se do mesênquima esplâncnico que envolve o endoderma do intestino primitivo e de seus derivados. O músculo liso da parede de muitos vasos sangüíneos e linfáticos surge do mesoderma somático. Acredita-se que os músculos da íris (o dilatador e o esfíncter da pupila) e também as células mioepiteliais das glândulas mamárias e sudoríparas sejam derivados de células mesenquimais que se originam do ectoderma. No início do desenvolvimento, novos mioblastos continuam a se diferenciar de células mesenquimais, porém não se fusionam, como nos músculos esqueléticos; eles permanecem mononucleados. Durante o desenvolvimento posterior, a divisão dos mioblastos existentes gradualmente substitui a diferenciação de novos mioblastos na produção do tecido muscular liso. A medida que as células musculares lisas se diferenciam, elementos contráteis filamentosos citoplasmáticos, não sarcoméricos, se desenvolvem no citoplasma e a superfície externa de cada célula adquire uma lâmina externa à sua volta. Conforme as fibras musculares se desenvolvem em camadas ou feixes, elas recebem inervação autônoma. Os fibroblastos e as células musculares sintetizam e depositam fibras colágenas, elásticas e reticulares. DESENVOLVIMENTO DO MÚSCULO CARDÍACO O músculo cardíaco desenvolve-se a partir do mesoderma lateral esplâncnico, que origina o mesênquima que envolve o tubo cardíaco em desenvolvimento. Mioblastos cardíacos diferenciam-se a partir do miocárdio primitivo. O músculo cardíaco é reconhecível na quarta semana. As fibras musculares cardíacas surgem por diferenciação e crescimento de células únicas, diferente das fibras musculares esqueléticas que resultam da fusão de células. O crescimento das fibras musculares cardíacas ocorre pela formação de novos miofilamentos. Os mioblastos aderem uns aos outros tal como no desenvolvimento do músculo esquelético, mas as membranas celulares que estão em contato não se desintegram; essas áreas de adesão originam os discos intercalares. Mais tarde, no período embrionário, feixes especiais de células musculares desenvolvem-se com miofibrilas menos numerosas e diâmetros maiores do que as fibras musculares cardíacas típicas. Essas células musculares cardíacas atípicas - fibras de Purkinje - formam o sistema de condução do coração ANOMALIAS DOS MÚSCULOS A ausência de um ou mais músculos esqueléticos é comum; exemplos: são a cabeça esternocostal do grande peitoral o palmar longo, o trapézio, o serrátil anterior e o quadrado femoral. Comumente, apenas um único músculo está ausente em um lado do corpo, ou somente parte do músculo deixa de se desenvolver. Ocasionalmente, o mesmo músculo ou músculos podem estar ausentes em ambos os lados do corpo. A ausência do grande peitoral freqüentemente sua parte esternal, está normalmente associada a sindactilia (fusão dos dedos). Essas anomalias são parte da síndrome polonesa. A ausência do grande peitoral está ocasionalmente associada à ausência de glândula mamária e/ou à hipoplasia do mamilo. Em raros casos, pode ocorrer deficiência generalizada no desenvolvimento muscular, levando à imobilidade de múltiplas articulações - artrogripose múltipla congênita. As pessoas com esse distúrbio apresentam rigidez congênita de uma ou mais articulações e concomitante hipoplasia dos músculos associados. As causas compreendem tanto doenças neurogênicas quanto doenças miopáticas primárias. Os músculos envolvidos são substituídos, parcial ou completamente, por gordura e tecido fibroso. Algumas anomalias musculares causam dificuldade na respiração, tais como a ausência congênita do diafragma, que está comumente associada à expansão incompleta dos pulmões ou de parte deles (atelectasia pulmonar) e pneumonite (pneumonia). A ausência dos músculos da parede abdominal anterior pode estar associada a graves anomalias gastrointestinais e geniturinárias, como, por exemplo, a extrofia da bexiga. Ocasionalmente, indivíduos com ausência congênita de um músculo desenvolvem distrofia muscular durante a fase tardia da vida. TORCICOLO CONGÊNITO Alguns casos de torcicolo resultam da laceração das fibras do músculo esternocleidomastóideo durante o parto. O sangramento no músculo ocorre em uma área localizada, formando hematoma. Mais tarde desenvolve-se uma massa resultante da necrose (morte) de fibras musculares e fibrose (formação de tecido fibroso). Em geral segue-se o encurtamento do músculo, o que causa inclinação da cabeça para o lado afetado e uma discreta rotação desta, contrária ao lado do músculo curto. MÚSCULOS ACESSÓRIOS Os músculos acessórios desenvolvem-se ocasionalmente e alguns são clinicamente significativos. Ex: músculo solear acessório; o primórdio do músculo solear sofre uma divisão precoce para formar um solear acessório. O músculo esquelético é derivado de regiões do miótomo dos somitos. Alguns músculos da cabeça e do pescoço são derivados do mesoderma dos arcos faríngeos. Os músculos dos membros desenvolvem-se de células precursoras miogênicas, cercando os ossos nos membros. O músculo cardíaco e a maioria dos músculos lisos são derivados do mesoderma lateral esplâncnico. A ausência ou a variação de alguns músculos é comum e frequentemente de pouca importância. DESENVOLVIMENTO DOS MEMBROS Os brotos dos membros se formam profundamente abaixo de uma espessa faixa de ectoderma. Aparecem inicialmente como elevações das paredes ventrolaterais do corpo no final da quarta semana. Os brotos dos membros superiores são visíveis no 26a ou 27a dia, e os dos membros inferiores aparecem um ou dois dias mais tarde. Cada broto consiste em uma massa de mesênquima coberta por ectoderma. O mesênquima é derivado do folheto somático do mesoderma lateral. Os brotos se alongam pela proliferação do mesênquima. Os brotos dos membros superiores aparecem desproporcionalmente baixos no tronco devido ao desenvolvimento inicial acentuado da metade cranial do embrião. Nos estágios iniciais, o desenvolvimento é igual para os membros superiores e inferiores. Além disso, há diferenças entre o desenvolvimento das mãos e dos pés devido às suas formas e funções. Os brotos superiores desenvolvem-se no nível dos segmentos cervicais caudais, e os inferiores, no nível dos segmentos sacrais superiores. No ápice de cada broto do membro, o ectoderma se espessa para formar uma crista ectodérmica apical (CEA). A CEA, uma estrutura ectodérmica estratificada é induzida pelo mesênquima subjacente. A proteína morfogênica óssea sinalizadora é necessária para sua formação. A CEA exerce no mesênquima uma influência indutora que inicia o crescimento e o desenvolvimento dos membros num eixo proximal-distal. Células mesenquimais se agregam na margem posterior do broto do membro para formar a zona de atividade de polarização (ZAP). O mesênquima adjacente à crista ectodérmica apical consiste em células indiferenciadas que proliferam rapidamente, enquanto células mesenquimais próximas a ele diferenciam-se em vasos sangüíneos e modelos cartilaginosos dos ossos. A extremidade distal dos brotos dos membros, semelhante a nadadeira, se achata originando as placas das mãos e dospés, em forma de remo. No final da sexta semana, o tecido mesenquimal nas placas das mãos se condensa para formar os raios digitais. Essas condensações mesenquimais delineiam o padrão dos dedos. Durante a sétima semana, condensações mesenquimais semelhantes formam raios digitais e brotos dos artelhos nas placas dos pés. Na extremidade de cada raio digital, uma parte da crista ectodérmica apical induz o desenvolvimento do mesênquima para a formação dos primórdios mesenquimais dos ossos (falanges)nos dedos. Os intervalos entre os raios digitais são ocupados por mesênquima frouxo. Cedo as regiões de mesênquima (interpostas) se desfazem formando entalhes entre os raios digitais. A medida que a destruição do tecido progride, ocorre separação dos raios e os dedos são, assim, formados no final da oitava semana. ESTÁGIOS FINAIS DO DESENVOLVIMENTO DOS MEMBROS A medida que os membros crescem os moldes cartilaginosos dos ossos são formados por agregados celulares. Os centros de condrificação aparecem na quinta semana. No final da sexta semana, todo o esqueleto do membro é cartilaginoso. A osteogênese dos ossos longos se inicia na sétima semana nos centros primários de ossificação na região central dos moldes cartilaginosos. Os centros de ossificação estão presentes em todos os ossos longos durante a décima segunda semana. A ossificação dos ossos do carpo (pulso) se inicia durante o primeiro ano após o nascimento. Das regiões do dermomiótomo dos somitos, células miogênicas precursoras também migram para o broto do membro e, mais tarde, diferenciam-se em mioblastos, precursores das células musculares. A medida que os ossos longos se formam, os mioblastos se agregam e formam uma grande massa muscular em cada broto do membro. Geralmente, essa massa celular se separa em componentes dorsal (extensor) e ventral (flexor). O mesênquima do membro origina os ossos, ligamentos e vasos sanguíneos.Os miótomos cervicais e lombossacrais contribuem para a formação dos músculos das cinturas torácica e pélvica, respectivamente. No início da sétima semana, os músculos se estendem ventralmente. Originalmente, a face flexora dos membros é ventral, e a extensora, dorsal, e os limites pré-axial e pós axial são, respectivamente, cranial e caudal. OS MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES RODAM EM DI REÇÕES OPOSTAS E EM DIFERENTES GRAUS Os membros superiores rodam lateralmente, cerca de 90º, em seus eixos longitudinais; assim, os futuros cotovelos apontam para a região dorsal, e osmúsculos extensores localizam-se nas faces lateral e posterior dos membros. Os membros inferiores rodam medialmente cerca de 90º; desse modo, os futuros joelhos localizam-se na face ventral, e os músculos extensores ficam na face anterior do membro. Rádio e a tíbia são ossos homólogos, como a ulna e a fíbula, assim como o polegar e o hálux. As articulações sinoviais aparecem no início do período fetal, coincidindo com a diferenciação funcional dos músculos dos membros e de suas nervações. INERVAÇÃO CUTÂNEA DOS MEMBROS Os axônios motores originados da medula espinhal alcançam os brotos dos membros durante a quinta semana e crescem em direção às massas musculares dorsal e ventral. Os axônios sensitivos penetram os brotos dos membros após os axônios motores e os utilizam como guias. Células da crista neural, precursoras das células de Schwann, envolvem as fibras nervosas motoras e sensoriais e formam as bainhas. Durante a quinta semana, os nervos periféricos crescem do plexo do membro em desenvolvimento (braquial e lombossacro) para o mesênquima do broto. Os nervos espinhais estão distribuídos em faixas segmentares, suprindo as faces dorsal e ventral do broto. Um dermátomo é a área de pele suprida por um único nervo espinhal e seu gânglio vertebral; entretanto, as áreas de nervos cutâneos e dermátomos mostram uma considerável sobreposição. A medida que os membros crescem, a distribuição cutânea dos nervos espinhais migra ao longo de sua extensão e não alcança mais a superfície na parte distai dos membros. Embora o padrão do dermátomo original se altere durante o crescimento do membro, uma seqüência ordenada ainda pode ser reconhecida no adulto. No membro superior, observe que as áreas supridas por C5 e C6 são contíguas às áreas supridas por T2, T I e C8, mas a superposição entre elas é mínima na linha axial ventral. Uma área nervosa cutânea é a área da pele suprida por um nervo periférico. Se a raiz dorsal mantenedora da área é cortada, os padrões do dermátomo indicam que pode haver um leve déficit na área indicada. Por haver superposição de dermátomos, uma determinada área da pele não é inervada exclusivamente por um único nervo segmentar. Os dermátomos dos membros podem ser traçados progressivamente mais para baixo na face lateral do membro superior e para trás na sua face medial. Uma distribuição comparável dos dermátomos ocorre nos membros inferiores, os quais podem ser traçados para baixo na sua face ventral e em seguida para cima na sua face dorsal. Quando os membros descem, eles carregam seus nervos; isso explica o trajeto oblíquo dos nervos originados dos plexos braquial e lombossacral. Suprimento Sangüíneo dos Membros Os brotos dos membros são vascularizados por ramos das artérias intersegmentares dorsais, que se originam da aorta e formam uma fina rede capilar no mesênquima. O padrão vascular primário consiste em uma artéria axial primária e seus ramos, que drenam para um seio marginal periférico. O sangue no seio marginal drena para uma veia periférica. O padrão vascular muda com o desenvolvimento dos membros, principalmente devido à angiogênese (brotamento a partir dos vasos já existentes). Os novos vasos coalescem com outros novos brotos para formar novos vasos. A artéria axial primária torna-se a artéria braquial no braço e a artéria interóssea comum no antebraço, a qual tem os ramos interósseos anterior e posterior. As artérias ulnar e radial são ramos terminais da artéria braquial. Quando os dedos se formam, o seio marginal se fragmenta, e o padrão venoso final, representado pelas veias basílica e cefálica e suas tributárias, se desenvolve. Na coxa, a artéria axial primária é representada pela artéria profunda da coxa. Na perna, as artérias tibiais anterior e posterior representam a artéria axial primária. ANOMALIAS DOS MEMBROS As pequenas anomalias dos membros são relativamente freqüentes e podem, comumente, ser corrigidas por cirurgia; podem servir como indicadoras de outras anomalias mais sérias e/ou ser parte de um padrão reconhecível de defeitos ao nascimento. O período mais crítico do desenvolvimento dos membros é do 24º ao 32º dia após a fecundação. Essa afirmação se baseia em estudos clínicos com bebês expostos à talidomida, um potente teratógeno humano, durante o período embrionário. A exposição a esse teratógeno antes do 33a dia pode causar graves defeitos dos membros, tais como a amelia, a ausência deles. Consequentemente, um teratógeno que pode causar a ausência dos membros, ou de parte deles, deve agir antes do 36a dia, fim do período crítico de seu desenvolvimento. Muitas anomalias graves dos membros ocorreram entre 1957 e 1962 como resultado da ingestão de talidomida pela mãe. Esta droga, largamente usada como antinauseante e sedativo, foi retirada do mercado em dezembro de 1961. Desde aquela ocasião, anomalias semelhantes dos membros raramente têm sido observadas. Como a talidomida ainda é usada para o tratamento da hanseníase e de várias outras doenças graves, é preciso enfatizar que a talidomida é completamente contra-indicada em mulheres em idade fértil. DEFEITOS DOS MEMBROS CAUSAS DE ANOMALIAS DOS MEMBROS A interrupção do desenvolvimento do broto do membro durante o início da quarta semana resulta e m ausência dos membros - AMELIA. A interrupção ou distúrbio da diferenciação ou do crescimento dos membros durante a quinta semana ocasiona vários tipos de meromelia Existem dois tipos principais de anomalias nos membros: • Amelia, ausência de um membro • Meromelia, ausência de parte de um membro Alguns defeitos dos membros, como outras anomalias congênitas, são causados por: • Fatores genéticos, p. ex., anomalias cromossômicas associadas à trissomia 18; • Genes mutantes, como na bradidactilia ou na osteogênese imperfeita, um grave defeito do membro, com fraturas, que ocorre antes do nascimento. • Fatores ambientais, p. ex., teratógenos, como a talidomida. • Uma combinaçãode fatores genéticos e ambientais (herança multifatorial), (luxação congênita do quadril) • Distúrbio vascular e isquemia, p. ex., defeitos de redução dos membros. Uma quantidade reduzida de líquido amniótico (oligoidrâmio) está comumente associada a deformações dos membros; entretanto, o significado de uma influência mecânica intrauterina nas deformidades posturais congênitas está ainda aberto a questionamentos. MÃOS FENDIDAS E PÉS FENDIDOS Em deformidades em pinça de lagosta há ausência de um ou mais dedos centrais, resultante do não desenvolvimento de um de vários raios digitais. A mão ou o pé fica dividido em duas partes, que se opõem como presas de lagosta. AUSÊNCIA CONGÊNITA DO RÁDIO O rádio está parcial ou completamente ausente. A mão se desvia lateralmente (radialmente), e a ulna se arqueia, como a concavidade para o lado lateral do antebraço. Essa anomalia resulta da não formação do primórdio mesenquimal do rádio durante a quinta semana do desenvolvimento; comumente causada por fatores genéticos BRADIDACTILIA O encurtamento dos dedos (da mão ou do pé) é incomum e é resultado da redução no comprimento das falanges. Essa anomalia é comumente herdada como um traço dominante e está freqüentemente associada a diminuição de estatura. POLIDACTILIA O termo dígitos supernumerários se refere à presença de um número maior de dedos nas mãos ou nos pés. Frequentemente, o dedo extra está incompletamente formado e não apresenta o desenvolvimento muscular apropriado. Se a mão é afetada, o dedo extra é mais comumente o mediai ou o lateral do que o central. No pé, o artelho extra é frequentemente observado na face lateral. A polidactilia é herdada como um traço dominante. SINDACTILIA A sindactilia é a mais comum das anomalias dos membros. A sindactilia cutânea (tecido entre os dedos) é a anomalia mais comum nos membros, sendo mais freqüente no pé do que na mão. A sindactilia cutânea resulta da falta de degeneração das membranas entre dois ou mais dedos. A sindactilia óssea ocorre quando as depressões entre os raios digitais não se formam durante a sétima semana; como resultado, não ocorre a separação dos dedos. A sindactilia é mais freqüentemente observada entre o terceiro e o quarto dedos e entre o segundo e terceiro artelhos. Ela é herdada comoo um traço dominante ou recessivo simples. PÉ TORTO CONGÊNITO Qualquer deformidade do pé envolvendo o tálus (osso do tornozelo) é denominado pé torto ou talipe. Tálipe eqüinolaro é uma anomalia comum, ocorrendo cerca de um a cada mil nascimentos. É caracterizado por uma posição anormal do pé que impede a sustentação do peso. A região plantar é voltada medialmente, e o pé é invertido. A causa do pé torto é incerta. O pé torto parece seguir um padrão de herança multifatorial; portanto, qualquer posição intra uterina que resulta em posicionamento anormal dos pés pode causar pé torto se o feto for geneticamente predisposto a essa deformidade. LUXAÇÃO CONGÊNITA DO QUADRIL A cápsula da articulação do quadril está muito relaxada ao nascimento e há um subdesenvolvimento do acetábulo da bacia e da cabeça do fêmur. O deslocamento quase sempre acontece após o nascimento, São propostos dois fatores causais: Desenvolvimento anormal do acetábulo - ocorre em cerca de 15% dos bebês com luxação congênita do quadril, que é comum após o parto pélvico, sugerindo que a postura pélvica durante os meses finais da gestação pode resultar no desenvolvimento anormal do acetábulo e da cabeça do fêmur. Relaxamento articular generalizado - é frequentemente uma condição herdada dominante e parece estar associado a luxação congênita do quadril. A luxação congênita do quadril segue um padrão de herança multifatorial.
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