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A Casa Modernista da Rua Santa Cruz, está localizada na zona sul da cidade de São
Paulo, projetada pelo arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik em 1927 e construída em
1928, foi planejada para que o arquiteto residisse com sua esposa Mina Klabin, no qual os
mesmos moraram até 1972, ano da morte de Gregori. Além disso, todo o projeto,
construção, decoração, interiores, móveis e peças de iluminação são de total autoria de
Gregori, sua esposa também contribuiu com o projeto paisagístico do jardim.
Nos anos 80, após a morte do arquiteto, seus filhos decidiram vender o imóvel para
uma construtora, que tinha como objetivo demolir a casa e dar lugar a um condomínio,
porém isso não aconteceu por conta dos moradores do bairro, que promoveram uma
mobilização para que a casa fosse preservada e sua área verde, o que levou a criação da
Associação Pró- Parque Modernista. Na mesma década, o CONDEPHAAT do Estado de
São Paulo, seguido pelo IPHAN e posteriormente pelo CONPRESP, tombaram a Casa e a
tornou um patrimônio histórico, porém, os filhos de Gregori e Mina entraram com uma ação
na justiça contra o Estado, para que o imóvel pudesse ser vendido, o processo judicial durou
10 anos, e foi determinado que o mesmo, seria de fato, tombado.
Durante o período de sua construção, a Casa Modernista foi muito criticada por não
possuir excesso de ornamentos, que era recorrente no período em que foi construída, onde
os detalhes e ornamentos mostravam a elegância e riqueza. Ademais, a Casa Modernista,
estava sendo inserida em um novo bairro de São Paulo, assim como os vários outros que
estavam sendo criados, devido aos processos de industrialização, urbanização e imigração
que a cidade estava passando. A casa foi um grande marco da transição do estilo clássico
para o moderno, considerado inovador.
A Casa Modernista, como o próprio nome já diz, era uma arquitetura distinta para a
época. Deposta de qualquer ornamentação e constituída apenas de volumes prismáticos
brancos, a edificação em si era tão impactante que, quando ocorreu a conclusão da obra, o
arquiteto responsável alegou falta de recursos para a conclusão da obra.
A fachada frontal respeita um eixo de simetria que não é visto em plantas nas
dependências internas. A casa na verdade, era construída sob técnicas tradicionais ao
contrário do que aparentava: ter uma geometria própria para a racionalização da construção,
em si. O telhado de quatro águas em uma telha colonial, era escondido pela platibanda,
causando a impressão de que se tratava de uma cobertura em laje. Ou seja, a obra em si
expressa as contradições da época. Já sobre o aspecto construtivo, apresenta contradições
à época, como já dito e nem por isso foram questionadas.
O andar de baixo da casa era composto por duas grandiosas salas de estar, sala de
jantar, cozinha, área de serviço, copa e um terraço espaçoso. Já o andar superior é
composto por 3 dormitórios, sendo 1 deles uma suíte. Além dos dormitórios também
pode-se observar a presença de 3 minis terraços com acesso pelos dormitórios.
Os ambientes foram projetados para ter uma grande circulação. Por uma necessidade de
mais espaço, a família que residia na casa fez uma reforma em 1935, alterando assim
alguns cômodos, como a entrada que passa a ser acessada pela lateral da casa, a cozinha
foi ampliada, diminuindo o espaço do terraço e dando mais espaço também para a sala de
estar que acabou ganhando um formato curvo. O piso superior também foi reformado,
havendo mais um sanitário e um closet.
A casa em si, tinha como objetivo ter o conforto, a utilidade, uma boa ventilação e por
último mas não menos importante a racionalidade. A arquitetura da casa, por incrível que
pareça, se adaptou à região, ao clima, etc. Porém, durante a construção da Casa
Modernista, o arquiteto responsável Warchavchik, enfrentou problemas devido às limitações
técnicas do país; ou seja, ele lutou demasiadamente para conseguir a aprovação, os
materiais como cimento, vidro e ferro, também teve que lidar com a falta de uma indústria
nno Brasil com acessórios construtivos típicos ao da arquitetura moderna. Warchavchik foi
levado até a ser mestre de obras pois não havia mão-de-obra brasileira por não estarem
preparados para tamanha inovação.
Como resultado, o arquiteto e então mestre de obras, montou oficinas para a
execução de esquadrias de madeiras lisas e junto ao mestre de marcenaria alemão
conseguiu trazer e introduzir no país a madeira compensada. E por último, a alvenaria foi
feita de tijolo revestido por cimento branco.