Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Clínica Cirúrgica II - Vascular Lorenna Sá ERISIPELA DEFINIÇÃO • Infecção cutânea aguda de etiologia essencialmente bacteriana (estreptocócica) • > Estreptococo do grupo A: Streptococcus pyogenes • < Estreptococos b-hemolíticos: grupos B, C e G • Possui grande comprometimento linfático • > sexo feminino • > 4° e 6° décadas de vida • Localização predominante nos MMII, também pode acometer a face (10%) • A terapêutica antimicrobiana centra-se primariamente nos cocos gram positivos FATORES DE RISCO • Linfedema crônico • Intertrigo interdigital de etiologia fúngica, úlcera crônica ou lesão traumática – solução de continuidade na pele • Obesidade • Não se encontrou associação significativa com DM, IVC ou alcoolismo crônico • Ao nível da face, a presença de abcesso, furúnculo ou localização peri- orbitária/ orbitária, as causas podem ser feridas traumáticas, infecção do trato respiratório superior QUADRO CLÍNICO • Início súbito • Febre – 38,5-40°C • Arrepios • Placa eritematosa- vermelha viva, edematosa, quente e dolorosa, de limites bem definidos, geralmente localizada a um mmii • Lesão única que se estende de forma centrífuga atingindo, em média, 10 a 15 cm • Pode haver vesículas e bolhas, geralmente flácidas, de conteúdo translúcido (erisipela bolhosa) • Pode ocorrer púrpura petequial sem necrose ou pústulas DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Fasceíte necrosante • Trombose venosa profunda • Dermatite de contato DIAGNÓSTICO • Clínico • Exames bacteriológicos Hemograma e marcadores de fase aguda Leucocitose neutrofílica (entre 13000 e 15000) PCR, VHS Biópsia cutânea • USG – celulite • ECO – TVP • RMN – fasceíte necrosante • Teste cutâneo – dermatite de contato TRATAMENTO • Antibioticoterapia empírica Penicilina G Macrólidos ou Aclindamicina para alérgicos aos b-lactâmicos Via oral ou IM – 10 a 14 dias • Quando a hospitalização estiver indicada, a antibioticoterapia empírica deverá incluir sempre um fármaco com atividade anti-estreptocócica, isolado ou em associação, de acordo com a situação e contexto clínicos específicos de cada doente. Em ambiente nosocomial e forte suspeita de infecção por Staphyloccocus aureus meticilino- Clínica Cirúrgica II - Vascular Lorenna Sá resistente, a vancomicina e, mais recentemente, o linezolida são as opções indicadas. Perante uma evolução favorável (apirexia) a antibioterapia pode ser alterada para a via oral e a duração total do tratamento deve ser de 10-20 dias • Erisipela: antibioticoterapia AMBULATÓRIO ❖ Amoxicilina 1g 8/8h PO ❖ Cefradina 500 mg 6/6h PO Cefradoxil 1 g 12/12h PO Ceftriaxone 1g/dia IM Ciprofloxacina 750 mg 12/12h PO • Erisipela: antibioticoterapia INTERNAMENTO ❖ Penicilina G 10-20 MU/dia 4/4h ou 6/6h EV Ampicilina 1g 8/8h EV ❖ Flucloxacilina 500 mg 6/6h EV ❖ Cefazolina 1g 6/6h EV ❖ Imipenem 1-2 g 8/8h EV ❖ S. aureus meticilino-resistente a Vancomicina 1-2 g/dia EV ❖ Linezolide 0,6 g 12/12h EV ALERGIA À PENICILINA ❖ Eritromicina 500 mg 6/6h PO Claritromicina 500 mg 12/12h EV Claritromicina 500 mg 12/12h PO Vancomicina 1-2 g/dia EV Clindamicina 150 mg 6/6h PO ❖ *Após resposta favorável pode ser alterado para penicilina ou macrólido via oral** Se suspeita de agentes mistos (p.e. diabéticos) • AINES e corticosteroides contraindicado • Anticoagulante -HBPM 1mg/kg SC 1x dia profilaxia • Muitas recidivas estão indicadas a instituição de antibioterapia profilática (penicilina benzatínica 2.4 UM 3/3 semanas via intramuscular ou eritromicina 250 mg 12/12h via oral). Esta profilaxia deve ser prolongada, dado que o seu efeito é unicamente supressivo • Outras medidas Repouso com elevação de membros Punção de bolhas sem retirar o teto de forma a acelerar a reepitelização Evitar antissépticos Utilizar antimicrobianos tópicos (ácido fusídico a 2% ou sulfadiazina de prata 1%) COMPLICAÇÕES • Precoces Locais: Abcesso e necrose/ TVP Gerais: bacteremia/ sepse Morte • Tardia Recidivas Linfedema crônico
Compartilhar