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Relatório de Microbiologia

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UNIFIPMoc - Centro Universitário 
Campus Montes Claros
Curso Superior de Odontologia
Anna Luísa Bandeira Cunha
André Felipe Lima Carmo
Gabriel Silva Malaquias
João Victor Pereira Almeida
Lucas Colares Câmara
Maria Tereza Veloso Reis Magalhães
Maria Fernanda de Oliveira Barbosa
Rayssa Marques Borges
Victor Daniel Vieira Lima
Relatório de Microbiologia
Tema: Microbiota da Pele
Relatório entregue como parte integrante das exigências para habilitação no curso superior de Odontologia do Centro Universitário - UNIFIPMoc - Campus Montes Claros sob orientação da Professora Karina Andrade de Prince.
Montes Claros
 Minas Gerais – Brasil 
	2021
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	3	1.1. ÁLCOOL 70%	3	1.2. IODO	3	1.3. PVPI	4	1.4. TRICLOSANO	4	1.5. CLOREXIDINA	5	1.6. SABÃO NEUTRO	5
2. OBJETIVO	6
3.	METODOLOGIA	7	3.1. ÁGAR NUTRIENTE	7	3.2. COLORAÇÃO DE GRAM	7	3.3. PROCEDIMENTO TÉCNICO	8
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO	9
5.	CONCLUSÃO	12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	13
1. INTRODUÇÃO 
Para Barros (2018, p.1):
Essa microbiota é composta por diversos microrganismos, como bactérias, fungos, leveduras e até vírus, os quais habitam simbioticamente a pele e já foram demonstrados serem de extrema importância, atuando tanto como ‘defensores’ da pele, no sentido de impedir que outros microrganismos possivelmente patogênicos a colonizem, quanto como reguladores ativos do sistema imunológico humano.
Além disso, foi descoberto que a microbiota da pele é capaz de modular a integridade da barreira da pele, evitando quadros de desordens cutâneas comuns, como o eczema, que têm se mostrado cada vez mais frequentes em decorrência da urbanização e da industrialização. Esse aumento nos quadros de desordens cutâneas são indícios claros de que o ambiente é capaz de influenciar na microbiota da pele, o que demonstra uma necessidade latente por produtos cosméticos que auxiliem a restaurar a flora bacteriana da pele, mesmo em ecossistemas desfavoráveis a esses microrganismos. (BARROS, 2018).
1.1. ÁLCOOL 70%
O álcool 70% antisséptico possui concentração ótima para atividade bactericida, pois a desnaturação das proteínas do microrganismo é mais ligeira na presença da água, que facilita a entrada do álcool no micro-organismo. Ele atua na membrana plasmática ou parede celular bacteriana, inibindo sua síntese e provocando sua destruição. Para Kelmann (2020) O álcool etílico (ou etanol), conhecido popularmente como “álcool”, é classificado como antisséptico de nível intermediário apresentando rápida ação antimicrobiana contra bactérias, vírus e fungos. É um antisséptico bastante popular pelo seu baixo custo e sua eficiência. O principal mecanismo de ação do etanol é a destruição de proteínas fazem parte do revestimento das bactérias, fungos e vírus.
1.2. IODO
O iodo é usado como um anti-séptico da pele, na forma de tintura, é um composto do grupo dos halogênios, pouco solúvel em água e facilmente solúvel em álcool e em soluções aquosas de iodeto de potássio (NETO et al., 2005). Seu mecanismo de ação funciona oxida/substitui o conteúdo celular por iodo livre, levando a morte celular, o tempo de ação é quase imediato. (MASUKAWA et al., 2016). O seu poder baseia-se nas alterações do ácido nucleico e da síntese protéica bacteriana. (SILVA et al., 1997).
1.3. PVPI
PVPI com posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Todas as informações contidas na bula de PVPI têm a intenção de informar e educar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um profissional médico ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Decisões relacionadas a tratamento de pacientes com PVPI devem ser tomadas por profissionais autorizados, considerando as características de cada paciente. O mesmo é recomendado para antissepsia em infecções cutâneas, ferimentos, queimaduras, curativos no pós-operatório, em ulcerações por decúbito. Usado para demarcação do campo cirúrgico. É contra indicado para pessoas sensíveis ao iodo. 
1.4. TRICLOSANO
Triclosano é um agente bacteriostático, de odor leve, pertencente ao grupo dos fenoxifenois policlorados. É um importante item nas formulações por ter grande atuação contra bactérias muito resistentes. Ele atua contra as bactérias acumuladas nas superfícies auxiliando a eliminar a propagação de doenças e agentes infecciosos. O mesmo é muito utilizado como antisséptico e também como conservante em cosméticos. É encontrado principalmente em medicamentos, sabonetes, loções, desodorantes e cremes dentais. Sabonetes contendo triclosano possuem fórmula balanceada contendo agentes emoliente e hidratante que proporcionam maior suavidade e maciez, evitando o ressecamento da pele mesmo com o uso frequente. 
1.5. CLOREXIDINA
Para Davies (1954 apud ZANATTA; ROSING, 2007, p. 37) a clorexidina foi introduzida no mercado como um anti-séptico para ferimentos na pele. Segundo Tortora (2000 apud ZANATTA; ROSING, 2007, p. 37). Ela se caracteriza por ser um detergente catiônico, da classe das bisbiguanidas, disponível nas formas de acetato, hidrocloreto e digluconato, sendo este último, o sal mais comumente empregado em fórmulas e produtos. Ela possui um amplo espectro de ação, agindo sobre bactérias gram-positivas, gram-negativas, fungos, leveduras e vírus lipofílicos. 
O seu mecanismo de ação anti-bacteriano é explicado pelo fato de a molécula catiônica da clorexidina ser rapidamente atraída pela carga negativa da superfície bacteriana, sendo adsorvida à membrana celular por interações eletrostáticas, provavelmente por ligações hidrofóbicas ou por pontes de hidrogênio, sendo essa adsorção concentração-dependente. (ZANATTA; ROSING, 2007).
1.6. SABÃO NEUTRO
As mãos são as principais ferramentas, pois, com elas são executadas as atividades. Quando entram em contato com objetos e pacientes, elas passam a ter contato com uma enorme quantidade de microrganismos. Não fazendo a lavagem das mãos com água e sabão para remover os germes adquiridos, os microrganismos poderão ser passados para outros objetos, pacientes e até para o próprio corpo. No dia a dia, o sabão neutro é suficiente para a retirada da sujeira, da flora transitória e parte da flora residente. Já os sabões antissépticos são restritos a locais com pacientes de alto risco e para desenvolvimentos cirúrgicos e invasivos ou em situações de surto e infecção hospitalar. (OPPERMANN; PIRES, 2003).
2. OBJETIVO
Avaliar as diferentes técnicas antissépticas frente à microbiota da pele.
3. METODOLOGIA
3.1. ÁGAR NUTRIENTE
Sendo composto geralmente por extratos de carne e levedura, o ágar nutriente é utilizado para cultivo de microrganismos com baixa exigência nutricional. O ágar nutriente tem diversas aplicações em microbiologia e pode ser utilizado como meio de cultura em analise de água, alimentos e leite. O uso mais comum é para a conservação e manutenção de culturas em temperatura ambiente, e também é utilizado para observar a esporulação de bacilos gram positivos.
3.2. COLORAÇÃO DE GRAM 
A coloração de Gram é muito importante nos laboratórios de microbiologia, sendo quase sempre o primeiro passo para a caracterização de amostras de bactérias. A técnica tem importância clínica uma vez que muitas das bactérias associadas a infecções são prontamente observadas e caracterizadas como Gram-positivas ou Gram-negativas em esfregaços de pus ou de fluidos orgânicos. Essa informação permite ao clínico monitorar a infecção até que dados de cultura estejam disponíveis. O método consiste no tratamento de uma amostra de uma cultura bacteriana crescida em meio sólido ou líquido, com um corante primário, o violeta de genciana, seguido de tratamento com um fixador, o lugol. Tanto bactérias Gram-positivas quanto Gram-negativas absorvem de maneira idêntica o corante primário e o fixador, adquirindo uma coloração violeta devido à formação de um complexo cristal violeta-iodo, insolúvel, em seus citoplasmas. Segue-se um tratamento com um solvente orgânico, o etanolacetona. Osolvente dissolve a porção lipídica das membranas externas das bactérias Gram-negativas e o complexo violeta-iodo é removido, descorando as células. Por outro lado, o solvente desidrata as espessas paredes celulares das bactérias Gram-positivas e provoca a contração dos poros do peptidoglicano, tornando-as impermeáveis ao complexo; o corante primário é retido e as células permanecem coradas. A retenção ou não do corante primário é, portanto, dependente das propriedades físicas e químicas das paredes celulares bacterianas tais como espessura, densidade, porosidade e integridade. Em seguida, a amostra é tratada com um corante secundário, a fucsina básica. Ao microscópio, as células Gram-positivas aparecerão coradas em violeta escuro e as Gram-negativas em vermelho ou rosa escuro. Células de bactérias Gram-positivas, células velhas, mortas ou com envelopes danificados por agentes físicos ou químicos, tendem a perder o cristal violeta e uma mesma amostra bacteriana pode exibir parte ou todas as células coradas como Gram-negativas.
3.3. PROCEDIMENTO TÉCNICO
Foi distribuída uma placa contendo meio de cultura Ágar Nutriente para cada acadêmico do segundo período do curso de Odontologia da UNIFIPMoc. A placa foi delimitada em quatro partes para a execução das etapas do procedimento. 
ETAPA 1: S (Nessa etapa foi avaliada a microbiota da pele residente sem nenhuma técnica antisséptica). 
ETAPA 2: A (Após a degermação da pele foi avaliada nesta etapa a ação antisséptica do álcool 70%). 
ETAPA 3: D (Avaliou-se o poder antimicrobiano da lavagem simples com o sabão neutro) 
ETAPA 4: DA (Avaliou-se a ação do procedimento de lavagem simples de mãos associado a degermação com o álcool 70%). Após a finalização das etapas a placa foi incubada em estufa bacteriológica a 37ºC por 24 horas, em seguida realizou-se a analise e interpretação dos resultados.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
	AMOSTRA
	S
	A
	D
	D+A
	GRAN
	Anna
Luísa
	10
	0
	9
	0
	Células Estreptococos
Sugestivo de
Staphylococcus
	André Carmo
	11
	0
	9
	0
	Células Leveduriformes Sugestivo de Cândida SP
	Gabriel Silva
Malaquias
	11
	2
	5
	2
	Bacilos Gram Positivos Sugestivo de Corynebacterium SP
	João 
Victor
	3
	2
	1
	0
	Células Leveduriformes Sugestivo de Cândida SP
	Lucas Colares
	10
	0
	23
	0
	Células Leveduriformes Sugestivo de Cândida SP
	Maria Tereza
	10
	15
	5
	14
	Células Estreptococos
Sugestivo de
Staphylococcus
	Maria Fernanda
	17
	0
	5
	2
	Células Estreptococos
Sugestivo de
Staphylococcus
	Rayssa Marques
	19
	0
	0
	0
	Células Estreptococos
Sugestivo de
Staphylococcus
	Victor Vieira
	16
	0
	5
	3
	Células Estreptococos
Sugestivo de
Staphylococcus
· Na amostra de Anna Luísa houve uma efetividade de 100% do antisséptico (A) em relação a mão suja (S), após isso fez-se a lavagem das mãos com o sabão neutro (D) e verificou-se um aumento de 100% de desvantagem, em seguida ocorreu uma diminuição de 100%.
· Na amostra de André Carmo houve uma efetividade de 100% do antisséptico (A) em relação a mão suja (S), após isso fez-se a lavagem das mãos com o sabão neutro (D) e verificou-se um aumento de 100% de desvantagem, em seguida ocorreu uma diminuição de 100%.
· Na amostra de Gabriel Silva Malaquias houve uma efetividade de 85% do antisséptico (A) em relação a mão suja (S), após isso fez-se a lavagem das mãos com o sabão neutro (D) e verificou-se um aumento de 150% de desvantagem, em seguida ocorreu uma diminuição de 60%.
· Na amostra de João Victor houve uma efetividade de 35% do antisséptico (A) em relação a mão suja (S), após isso fez-se a lavagem das mãos com o sabão neutro (D) e verificou-se um aumento de 50% de desvantagem, em seguida ocorreu uma diminuição de 100%.
· Na amostra de Lucas Colares houve uma efetividade de 100% do antisséptico (A) em relação a mão suja (S), após isso fez-se a lavagem das mãos com o sabão neutro (D) e verificou-se um aumento de 100% de desvantagem, em seguida ocorreu uma diminuição de 100%.
· Na amostra de Maria Tereza houve uma efetividade de 150% do antisséptico (A) em relação a mão suja (S), após isso fez-se a lavagem das mãos com o sabão neutro (D) e verificou-se um aumento de 65% de desvantagem, em seguida ocorreu uma aumento de 280%.
· Na amostra de Maria Fernanda houve uma efetividade de 100% do antisséptico (A) em relação a mão suja (S), após isso fez-se a lavagem das mãos com o sabão neutro (D) e verificou-se um aumento de 100% de desvantagem, em seguida ocorreu uma diminuição de 60%.
· Na amostra de Rayssa Marques houve uma efetividade de 100% do antisséptico (A) em relação a mão suja (S), após isso fez-se a lavagem das mãos com o sabão neutro (D) e verificou-se um aumento de 0% de desvantagem, em seguida ocorreu uma diminuição de 0%.
· Na amostra de Victor Vieira houve uma efetividade de 100% do antisséptico (A) em relação a mão suja (S), após isso fez-se a lavagem das mãos com o sabão neutro (D) e verificou-se um aumento de 100% de desvantagem, em seguida ocorreu uma diminuição de 40%. 
Observou-se que o antisséptico mais eficiente foi o álcool, em relação a maoria das amostras, visto que o mesmo possui ótima concentração para atividade bactericida. Atuando na membrana plasmática ou inibindo a síntese da parede celular bacteriana, provocando sua destruição. 
5. CONCLUSÃO
Avaliou-se as diferentes técnicas antissépticas frente à microbiota da pele e o melhor metódo foi o do álcool, pois o mesmo mostrou-se como um antimicrobiano mais eficiente que o sabão neutro. As microbiotas residentes predominantes nas amostras foram as Células Leveduriformes Sugestivo de Cândida SP e as Células Estreptococos Sugestivo de Staphylococcus. Executar o procedimento de degermação é de suma importância, pois inúmeros microrganismos estão presentes nesta, sendo que alguns podem ser prejudiciais à saúde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Cleber. Como a micobiota da pele pode ajudar a tratar desordens cutâneas. Cleber Barros, 28 agosto de 2018. Disponível em: https://cleberbarros.com.br/microbiota-da-pele/. Acesso em: 13 de Setembro de 2021.
KELMANN, Regina Gendzelevski. Uso do álcool 70% como antisséptico. Universidade Federal de Juiz de Fora, Governador Valadares, 02 abril de 2020. Disponível em: https://www2.ufjf.br/noticias/wp-content/uploads/sites/2/2020/04/nota-tecnica-gte-antissepticos-regina.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2021.
NETO, José Antônio Chehuen; BARRAL, Carlyle Marques; KNEIPP, Dayana; RESENDE, Fabrício Henrique Martins de. Anti-sépticos e técnicas de anti-sepsia: atualização. Revista Médica do Hospital Universitário da UFJF, Juiz de Fora, v. 31, n. 1/2, p. 1 - 6, janeiro/agosto, 2005.
MASUKAWA, Ivete; KLEIN, Taise Costa Ribeiro; BITTENCOURT, Gilson; VANNY, Patrícia. Produtos para antissepsia de pele e mucosas. Hospital Universitário Professor Polydoro Enrnani de São Tiago, Florianópolis, 20 de maio de 2016. Disponível em: http://www.hu.ufsc.br/setores/wp-content/uploads/sites/16/2016/05/POP-14-produtos-OFICIAL.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2021.
SILVA, Décio Adair Rebellatto da; COSTA, Mateus Matiuzzi da; VARGAS, Agueda Castagna de; ALIEVI, Marcelo Meller; SCHOSSLER, João Eduardo Wallau; SILVA, Tatiana Resende da. O gluconato de clorexidina ou o álcool-iodo-álcool na anti-sepsia de campos operatórios em cães. Ciência Rural, Santa Maria, v. 30, n. 3, p. 431 - 437, junho, 2000.
Bulas de Medicamento: Pvpi. Medicina NET. Disponível em: https://bula.medicinanet.com.br/bula/4374/pvpi.htm. Acesso em: 13 de Setembro de 2021.
ZANATTA, Fabrício Batistin; RÖSING, Cassiano Kuchenbecker. Clorexidina: mecanismo de ação e evidências atuais de sua eficácia no contexto do biofilme supragengival. Scientific American, Porto Alegre, v. 1, n. 2, p. 35 -43, agosto/setembro, 2007.
OPPERMANN, Carla Maria; PIRES, Lia Capsi. Manual de biossegurança para serviços de saúde. Porto Alegre: PMPA/SMS/CGVS, 2003.
Aplicações dos meios de cultura em microbiologia. Kasvi. Disponível em: https://kasvi.com.br/aplicacoes-meios-de-cultura-microbiologia/. Acesso em: 13de Setembro de 2021.
Coloração de gram. Laborclin. Disponível em: https://www.laborclin.com.br/wp-content/uploads/2019/05/coloracao_de_gram_620520_620521_620181_621000_620511_620511_621218_621219_620515.pdf. Acesso em: 13 de Setembro de 2021.

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