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APS 1 1- Como as feridas podem ser classificadas? Explique cada umas das classificações. As feridas podem ser classificadas de acordo com o grau de contaminação. Existem as feridas classificadas como “feridas limpas”, estas são observadas em ambientes cirúrgicos controlados, não são feridas infectadas e não envolvem o trato respiratório, alimentar ou urogenital. São feridas limpas aquelas que envolvem pele ou musculatura. Existem também as "feridas limpas contaminadas” que são vistas em ambientes cirúrgicos controlados e envolvem a luz do trato respiratório, alimentar ou urogenital. As “feridas contaminadas” são as feridas de natureza traumática e tem contaminação de tecidos necróticos. E, por fim existem as “feridas sujas ou infectados” são muito comuns em feridas que se localizam próximo ao solo, envolvem um grande número de bactérias, inflamação, edema, e supuração. 2- Qual o tempo “ideal” para suturar uma ferida? Este tempo pode variar com o que? O tempo “ideal" para suturar uma ferida é em até 6 horas depois do acidente, após isso, a ferida é considerada contaminada. Porém, muitas vezes, após a limpeza e o desbridamento da lesão é possível realizar a sutura de uma ferida com mais de 6 horas de ocorrência. 3- Quais são as fases da cicatrização? As fases da cicatrização são coagulação, inflamação, proliferação, contração da ferida e remodelação. A cicatrização e intensidade do estágio inflamatório, dependem da extensão da lesão, quanto maior a ferida, maior será a inflamação. O estágio inflamatório também pode ser prolongado na presença de tecidos necróticos, material estranho e/ ou infecção. No estágio de proliferação ocorre o desenvolvimento de tecido de granulação, que é necessário, mas deve-se tomar cuidado, pois em membros esse tecido pode se tornar exuberante. O tecido de granulação diminui sua proliferação conforme a ferida é preenchida. Quando se inicia a contração a proliferação pode-se manter por período indeterminado, resultando em um tecido de granulação exuberante. O desbridamento é uma maneira eficaz de reduzir a carga bacteriana dentro de uma ferida e minimizar a quantidade de tecido necrótico. O tecido necrótico e a infecção bacteriana são os principais obstáculos para a cicatrização eficaz das feridas. Existem 3 tipo de desbridamento: O desbridamento cortante, que é realizado preferencialmente com o animal sedado para maior segurança. O desbridamento mecânico, que é realizado com gaze e soro fisiológico esfregando na ferida removendo bactérias e necrose. O desbridamento químico é realizado com soluções anti-sépticas como liquido de dakin (água sanitária),solução iodada 5%, ou água oxigenada. É realizado apenas no processo inicial da ferida, pois estas são citotóxicas e podem desencadear uma reação inflamatória atrapalhando a cicatrização. 4- Explique o que é cicatrização por primeira intenção e por segunda intenção. A cicatrização por primeira intenção utiliza-se da técnica antisséptica. É feita em feridas com perda mínima de tecido e contaminação bacteriana mínima. É indicada após excisões cirúrgicas. Já a cicatrização por segunda intensão é realizada em feridas cujas bordas estão distantes ou contaminadas por agentes infecciosos, que contenham corpos estranhos, ou que não podem ser suturadas. 5- Descreva a receita de uma pomada para o tratamento de feridas por segunda intenção, escrevendo a função de cada um dos componentes. A receita da pomada para o tratamento de feridas é: 20 g de triclorfon (que é um organofosforado com ação antiparasitária) + 500g de furanil (antibacteriano a base de clorexidina) + 10 ml de dexametasona (anti-inflamatório esteroidal que inibe o crescimento de tecido de granulação) + 20 ml de DMSO (anti- inflamatório não esteroidal que auxilia na penetração dos outros fármacos na lesão). 6- Explique o passo a passo para o tratamento de uma laceração no pescoço de uma égua que aconteceu a mais de 1 dia. Para o tratamento inicial de uma laceração no pescoço de uma égua, inicialmente é necessário ser realizado a contenção adequada do animal (podendo ser física ou química). Após a contenção do animal, realizar a limpeza da ferida com água e sabão, remoção dos pelos da região da ferida para facilitar a visualização das bordas. Quando toda região estiver limpa, é avaliado a complexidade do ferimento, e em seguida é realizado desbridamento. O desbridamento é uma maneira eficaz de reduzir a carga bacteriana dentro de uma ferida e minimizar a quantidade de tecido necrótico. O desbridamento de minha escolha seria o mecânico: feito com gaze e soro fisiológico. Como o tem mais de 1 dia que o ferimento aconteceu, eu optaria por realizar uma sutura primaria tardia, ou deixaria acontecer a cicatrização por segunda intenção. Utilizando a higienização diária da ferida e aplicação de pomadas até a completa cicatrização. O uso de bandagens também pode ser recomendado para que haja a proteção contra sujidades. Não podemos nos esquecer de realizar a administração de penicilina para que seja evitado o tétano e a proliferação de bactérias. A antibioticoterapia sistêmica também é utilizada através de enrofloxacina 2,5mg/kg IM. 7- Descreva as indicações das seguintes técnicas cirúrgicas para sutura de feridas na pele: - Incisão elíptica sob a pele para reparo de um defeito alongado Pode ser realizada em feridas alongadas em que as bordas estão distantes, permitindo que a sutura não tenha excessiva tensão. Com divulsão elíptica sob a pele com uma tesoura romba com a finalidade de aproximação de bordas. Para finalização, uma fileira de sutura simples e separada. - Técnica da expansão da malha São feitas pequenas incisões cutâneas que aliviam a tensão adjacente à ferida para facilitar seu fechamento e diminuir o tempo de cicatrização do defeito primário. O sangramento das incisões pode facilitar o sucesso da técnica ao ajudar na revascularização. Para a sutura pode ser feita a técnica Donatti e no pós operatório, atadura e gesso. - Retalho deslizante em forma de H É uma técnica para reparo de defeitos retangulares ou quadrados. São feitas suturas perto-longe-longe-perto ou Donatti, são feitas também pontos simples separados. - Zetaplastia É uma técnica para relaxamento de defeitos elípticos. - Remoção de excesso de tecido cicatricial É indicada a colocação de um dreno subcutâneo. Os drenos devem ser retirados entre 10 a 15 dias após a cirurgia. - Enxerto cutâneo É indicada em feridas que não sejam possíveis de ser suturadas e, não venham a cicatrizar por segunda intenção. Por motivos estéticos, geralmente, os enxertos são obtidos da porção ventral do abdome equino. A ferida é preparada fazendo -se uma série de pequenas bolsas com laminas de bisturi. Os pequenos pedaços de pele são encaixados nas bolsas. Os cuidados pré - operatórios são: curativo não aderente, confinamento em baia, trocar ataduras 1X por semana, se necessário fazer antibioticoterapia sistêmica. 8- Descreva o que é a fixação dorsal da patela, os possíveis fatores que predispõe a ocorrência dessa doença, os sinais clínicos e quais são as técnicas de tratamento A fixação dorsal da patela é uma desordem funcional da articulação fêmuro- tibio-patelar encontrada em grandes animais. O problema ocorre quando o ligamento patelar prende-se sob o côndilo medial do fêmur, impedindo a movimentação temporária, normal ou permanente da articulação. Ocorre um relaxamento ou afrouxamento do ligamento patelar medial. Quando o animal está com o membro hiperextendido a patela está mais proximal, quando o membro flexiona e a patela desliza pela tróclea (forma saudável). Quando o animal possui a afecção, no momento em que vai flexionar o membro, este ligamento patelar medial frouxo, se agarra no epicôndilo medial do fêmur e fica preso. A medida que o animal força para soltar o ligamento a movimentação volta ao normal. Os possíveis fatores que predispõe a doençasão: alterações anatômicas (hereditariedade), traumatismos, desequilíbrios nutricionais (o cálcio é importante para rigidez dos ligamentos e tendões), topografia acidentada, trabalho intenso. Os sinais clínicos são evidentes: hiperextensão do membro pélvico afetado com relaxamento brusco. Pode haver um estalo da patela ao voltar para sua posição de origem. As técnicas de tratamento são: desmotomia (incisar) do ligamento patelar medial (indicado para bovinos). Em equinos é indicado a aplicação de substâncias irritantes via subcutâneo na região entre os ligamentos patelar medial e patelar intermédio, utilizando o iodo, ou workalin. O tratamento splitting ligamentar também é utilizado. 9- Descreva o que é o harpejeamento, possíveis fatores predisponentes, o tratamento, pós-operatório e possíveis complicações. Caracteriza- se por marcha anormal e hiperflexão involuntária do membro pélvico. Existem vários graus, podendo afetar os membros pélvicos. Esta doença esta diretamente relacionada com a placa motora, pois ocorre dana as fibras nervosas dos fusos musculares. Há um excesso de estímulo de contração dos grupos musculares da região. Geralmente ocorre secundariamente a lesões na região da solda, jarrete, ou por traumas na região dorsal do metatarso, FDP, enfermidades na medula espinhal ou nas partes distais dos membros, além da ingestão de algumas toxinas vegetais presentes em plantas da Australia. O tratamento é feito em duas fases: primeiro é feito a tenotomia do tendão do músculo extensor lateral do dedo, depois é feita a miectomia parcial do ventre muscular do músculo extensor lateral do dedo. O animal pode ser submetido a essa cirurgia apenas sedado, em posição quadrupedal com anestesia local no campo de acesso cirúrgico. Distalmente ao tarso é palpado o tendão do músculo extensor lateral do dedo. Quando localizado, é feita uma incisão de pele sobre ele e isola-se o ventre muscular com uma pinça. Para confirmar que o ventre muscular escolhido é o correto, basta tracionar o tendão embaixo e verificar. É realizado então a tenotomia e em seguida, com a pinça que foi posicionada embaixo do ventre muscular é realizada uma rotação, ao fazer isso, o tendão que estava la embaixo é puxado para cima e, em seguida é feita a miectomia do ventre muscular. Para o pós operatório é utilizado ataduras por 2 a 3 semanas. As suturas são removidas em 10- Qual a etiopatogenia das deformidades flexurais? Quais os tratamentos possíveis? Quando cada tratamento cirúrgico é indicado? É também conhecida como contratura dos tendões flexores digitais: tem origem congênita (mal posicionamento uterino, fatores genéticos, infecções ou intoxicações materna durante a gestação) ou adquirida ( uni ou bilateral, articulações metacarpofalangianas ou interfalangeana distal). Pode ser secundária a dor devida a outras afecções, manejo nutricional inadequado. Os potros recém nascidos não devem ficar presos em baias, pois estes nascem com suas estruturas tendíneas e ligamentares mais moles e precisam se movimentar para fortalecer sua estutura e, quando ficam presos podem desenvolver deformidades flexurais. 11- Nas lacerações de tendões, o que acontece com os membros quando se rompem tendões extensores? E tendões flexores? Qual a técnica indicada para suturar tendões? Quando há o rompimento de tendões extensores há uma hiperflexão da articulação do boleto, a coroa do casco fica bem próxima ao solo. Já quando há rompimento dos tendões flexores há uma hiperextensão do boleto, o animal pisa com a pinça voltada para cima. A técnica indicada para suturar tendões é chamada de locking loop. 12- O que é a Síndrome do navicular? Quais os possíveis tratamentos? É uma doença degenerativa ou fratura do osso sesamóide distal ou osso navicular. Geralmente ocorre devido ao esforço excessivo. Os tratamentos são destinadas a reduzir ou interromper a degeneração progressiva do osso navicular ou então fornecer alívio paliativo da dor. Podem ser utilizados o casqueamento terapêutico (cortar parte da pinça do animal), uso de anti inflamatórios, podendo colocar o casco do animal submerso em gelo para evitar inflamação. O repouso é indicado e se o tratamento conservador não der certo é indicado a cirurgia. A cirurgia, no caso, seria a neurectomia do nervo digital palmar, as técnicas utilizadas são: técnica da guilhotina ou técnica do recapeamento epineural. 13- Quais são os tipos de desvios angulares carpais? Qual a etiopatogenia dessa doença? E quais são os tratamentos? Os tipos de desvios angulares carpais são: carpo voltado medialmente,e carpo voltado lateralmente. A doença pode ser de origem congênita devido ao mal posicionamento uterino, supernutrição da égua na segunda metade da prenhez, ossificação endoconwdral defeituosa, mal desenvolvimento do segundo e quarto ossos metacárpicos. Essa anomalia pode ser também adquirida devido a lesão à cartilagem metafisária, apoio excessivo de peso no membro oposto, supernutrição, exercício excessivo, crescimento assimétrico da metáfise distal do rádio ou da epífise distal do rádio. Os tratamentos são cirúrgicos como ponte transfisária com parafusos e arames ou grampos; ressecção do periósteo. 14- Quais são os fatores predisponentes para ocorrer uma fratura? Quais os tipos de fratura e qual delas é a mais grave? Os fatores predisponentes para ocorrer uma fratura podem ser o trabalho que o animal exerce, a idade, neurectomia, paresia do membros posteriores, as fraturas mandibulares e odontomaxilares podem ocorrer devido a traumas faciais devido a atividades atléticas, condições de manejo e temperamento. Os tipos de fratura são: fratura cominutiva, na qual a recuperação é mais complicada. As fraturas expostas, mesmo que sejam simples tem um fator agravante a mais. As fraturas podem ser caracterizadas pelo local de fratura da epífise. 15- Que sinais clínicos eu posso observar em um animal fraturado? Um animal fraturado costuma apresentar claudicação de início agudo, impotência funcional do membro, produção de ruído alto, membro visivelmente desalinhado ou instável, presença de edema, crepitação e dor à palpação. Muitas fraturas podem ser diagnosticadas apenas com observação e palpação ou com exame físico completo, frequência cardíaca e respiratória indicam níveis de dor, temperatura elevada indica presença de infecção. 16- Quais os princípios básicos para a imobilização de um membro fraturado? E o que uma bandagem ideal deve fazer? Os principios básicos de imobilização de fratura são: a articulação proximal e distal ao foco de fratura devem ser imobilizadas; a imobilização deve-se estender sob a linha de fratura; a bandagem jamais deve terminar próximo a linha de fratura, nem sobre a diáfise de um osso, quando possível ainda devem incluir o casco. A bandagem ideal deve permitir o transporte seguro do paciente, previnir lesões adicionais aos ossos e tecidos moles adjacentes, ser feita com materiais de fácil aplicação a um equino em estação, exercer pressão adequada sobre o membro, a fim de controlar o edema e evitar pontos de maior compressão, ser de fácil remoção, deve possibilitar o apoio do membro, aliviando a ansiedade do paciente. 17- Explique quais estruturas anatômicas estão envolvidas em cada uma das regiões de fratura e que tipo de bandagem eu devo fazer em cada uma das regiões. Região 1: membro torácico: fraturas localizadas entre a porção distal do metacarpo e a falange distal. Membro pélvico: fraturas localizadas entre a porção distal do metatarso e a falange distal. Nessa região deve ser feita uma bandagem que abranja desde o casco até a região do carpo. Em combinação com a colocação de uma tala sobre a face dorsal do membro, estendendo-se desde a região proximal do metacarpo até o solo. Região 2: membro torácico: se estende da porção distal do rádio ao metacarpo distal. Membro pélvico: porções média e proximal do metatarso. Nessa região as fraturassão estabilizadas por meio da realização de uma bandagem de Robert Jones, desde o casco até a articulação úmero-rádio-ulnar. Através de duas talas posicionadas 90 graus uma da outra, estendendo-se desde o solo até a articulação numero- radio-ulnar, devem então ser posicionadas nas faces caudal e lateral do membro. Região 3: membro torácico: porções média e proximal do rádio. Membro pélvico: tarso e tíbia. A bandagem de Robert Jones deve ser empregada desde o casco até o local mais próximo possível. A tala deve se estender do casco até a região da escápula, lateralmente. Região 4: membro torácico: úmero e escápula. Membro pélvico: fêmur e pelve As fraturas localizadas neste nível possuem ampla cobertura muscular que geralmente garante estabilidade adequada às extremidades ósseas fraturadas e impede a perfuração da pele pelas extremidades ósseas. Não é necessária a confecção de bandagens e adição de talas a fraturas do nível 4. 18- Como o cavalo fraturado deve ser transportado dentro do caminhão? Após a imobilização inicial, o animal deverá ser levado ao centro de referencia. O veículo deve ser levado o mais próximo possível do paciente. Mesmo apropriadamente estabilizadas, muitas fraturas ainda sofrem agravos adicionais, especialmente durante o transporte. Pacientes acometidos por fraturas nos membros torácicos devem ser embarcados com a porção torácica do corpo voltada para trás. Pacientes acometidos por fraturas nos membros pélvicos devem ser embarcados com a porção pélvica o corpo voltada para trás. 19- Quais os fatores envolvidos no prognóstico de uma fratura? Os fatores envolvidos dependem da localização da fratura, do tipo de fratura (Podendo ser simples ou múltipla, exposta ou fechada). Também envolvem o dano aos tecidos moles adjacentes e à vascularização, a idade, peso e aptidão do paciente, o grau de comunicação, tempo de evolução e grau de infecção. 20- Descreva o que é um cavalo criptorquida. Quais são os tipos de criptorquidismo? Qual a possível causa dessa enfermidade? Um cavalo criptorquida é um animal que possui um ou ambos os testículos retidos no abdome ou no canal inguinal, sem alcançarem o escroto. Pode ser uni ou bilateral. Nos casos inguinais, pode resolver-se naturalmente depois de um ano ou mais após o nascimento. Já nos abdominais não tem solução natural. Essa enfermidade é de origem congênita. 21- Como é feito o diagnóstico de criptorquidismo? O diagnóstico de criptorquidismo pode ser feito através da inspeção do animal (palpação externa), da dosagem hormonal de testosterona, palpação retal e ultrassonografia transretal. 22- Descreva duas técnicas cirúrgicas de tratamento de criptorquidismo em cavalos. Para o tratamento de criptorquidismo pode ser feito o acesso pelo canal inguinal, no qual se faz uma incisão sobre o anel inguinal externo, após isso é realizado uma dissecação romba e com os dedos expor o anel inguinal externo. A dissecação prossegue pelo canal inguinal. Se for criptorquidismo inguinal, localiza-se o testículo nesse momento e realiza-se a castração com a técnica tradicional. Já no caso do criptorquidismo abdominal, o testículo pode não ser evidente, nesse caso o processo vaginal é localizado introduzindo -se pinças com ganchos no anel inguinal e então é feita a castração. Sutura-se o anel inguinal com fio absorvível sintético atares de pontos descontínuos. Há redução do espaço morto com fio absorvível sintético 2-0, e então sutura de pele com fio absorvível. A segunda técnica cirúrgica é feita através do acesso parainguinal, no qual a incisão é de 10 cm paralela ao canal inguinal e a 4 cm dele. Explora-se o canal inguinal para localizar o testículo. Caso não localize o testículo no canal inguinal, incisa-se a bainha do músculo reto externo, então é realizada uma divulsão romba do músculo reto abdominal e peritônio. 23- Descreva como deve ser o manejo pós-operatório de um cavalo que foi operado de criptorquidismo e quais são as possíveis complicações. No pós operatório é feita a profilaxia do tétano, a remoção dos pontos (com 10-12 dias) e o retorno as atividades com 15 dias. As possíveis complicações são hemorragia, edema, evisceração, funiculite e miíase. 24- A falectomia é indicada em quais casos? A falectomia é indicada em lesões neoclássicas invasivas, priapismo ou em casos de granulomas associados a habronemose. 25- Descreva a técnica cirúrgica de falectomia. A técnica cirúrgica é feita através da introdução de um cateter na uretra, para servir de guia. Faz-se então uma incisão na parte ventral o pênis, com a incisão continuando através da fáscia e do corpo esponjoso. É feita então a incisão na uretra, as bordas da uretra são suturadas na pele com fio absorvível e então a uretra e o pênis são transeccionados. A túnica albugínea é suturada sobre o corpo cavernoso e a base da mucosa uretral é suturada. 26- Como deve ser feito o manejo pós-operatório da cirurgia de falectomia e quais são as possíveis complicações? No pós operatório é feita a profilaxia do tétano, antibioticoterapia sistêmica. A remoção dos pontos é feita com 14 dias. O animal não deve ficar exposto a éguas por 4 semanas. 27 – Descreva detalhadamente a etiologia, patogenia e tratamento da pneumovagina em éguas, descrevendo em detalhes a técnica de Caslick. A pneumovagina é causada pelo fechamento defeituoso dos lábios vulvares devido a má formação ou lesão. É caracterizado pela presença contínua ou intermitente de ar no canal vaginal, favorecendo a ocorrência de infecções no trato reprodutivo. É uma patogenia congênita ou adquirida, pode ser obtida por traumas no trato reprodutivo observados no pós parto como: lacerações, fístulas retovaginais, hemorragia, prolapso uterino, baixo escore corporal, partos subsequentes, lordose, e defeitos congênitos. O tratamento é feito com o intuito de evitar a aspiração involuntária de ar para o interior da vagina. É feita uma vulvoplastia para a reconstrução da comissura dorsal da vulva anatomicamente alterada (redução do canal vaginal). Na técnica de caslick o animal é sedado em posição quadrupedal, com sedação com xilazina 0,5 a 1 mg/kg ou detomidina 0,01 a 0,03 mg/kg. A lidocaína sem vasoconstritor é utilizada direta na margem labial vulvar. Com tesoura ou lamina de bisturi o cirurgião remove uma tira de mucosa de aproximadamente 3 mm de largura de cada lábio vulvar. As margens cruentas são suturadas com pontos contínuos simples, com fio não absorvível. Na borda ventral faz um único ponto simples separado. 28 – Faça um texto detalhando as indicações de realização de cesariana em éguas, causas, técnica cirúrgica, conduta pós-operatória e complicações. A cesariana em éguas acontecem em casos de alterações em miométrio desencadeadas por obesidade, senil idade, doença sistêmica ou hereditariedade. Acontece também devido a deficiência química: hormônios (como estrógeno, progesterona ou ocitocina) ou de cálcio e magnésio. Em casos de nascimento prematuro, alterações ambientais, estresse da musculatura, ruptura uterina, macrossomia do feto. A técnica cirúrgica utilizada é realizada em com a égua em decúbito dorsal, é realizada antissepsia e então é feita a incisão pela linha média ventral: pele, subcutâneo, músculo reto do abdome e peritônio. É o mesmo acesso de uma cirurgia de cólica. O cirurgião localiza o útero, exterioriza-o ao máximo para evitar contaminação da cavidade peritoneal, faz uma incisão do útero sobre um dos membros do potro. O útero é incisado com bisturi e o potro é retirado. Faz então uma sutura contínua com fio absorvível sintético em torno da margem de incisão uterina. Fecha-se o útero com padrão de sutura Schimieden com fio absorvível sintético. O abdome é fechado com a técnica padrão. Para a conduta pós operatória é recomendado profilaxia do tétano (penicilina), antibioticoterapia (penicilina e gentamicina em doses máximas) ocitocina, pedilúvio em gelo por 48 horas, flunixinmeglumine (inibe choque) + fluidoterapia. As possíveis complicações são: infecções, torções e lacerações uterinas, laminite, deiscência dos pontos, anemia, cólica, septicemia e morte.
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