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1 DISCIPLINA: LESGISLAÇÃO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIA PROFESSOR: Vinicius Maciel UNIDADE 2: DIREITO SOCIETÁRIO O que você entende por Direito Societário? 1- Conceito de Sociedade Sociedade para o atual Código Civil é a agregação de pessoas que possuem um objetivo em comum e se reúnem (contribuindo com bens ou serviços) para consegui-lo com menor dificuldade, objetivando um conteúdo econômico. As sociedades, tal como as associações e as fundações, são classificadas como espécies de pessoas jurídicas de direito privado (art. 44 CC). Entretanto, diferentemente das associações e fundações, as sociedades resultam da união de esforços de duas ou mais pessoas para a realização de um determinado fim econômico, ou seja, nas sociedades os sócios reúnem os seus esforços e bens para exploração de determinada atividade, tendo como principal objetivo auferir lucro. 2 As sociedades podem ser tomadas em duas acepções distintas: - Como na relação contratual, formal ou informal, pela qual duas ou mais pessoas combinam seus esforços para um objetivo comum e partilha dos resultados; - Como a pessoa jurídica que resulta de um contrato formal, acompanhado de certas exigências legais, como o registro. As sociedades previstas no Direito Civil podem ser qualificadas de acordo com a atividade econômica que desenvolvem, surgindo, a partir daí, duas categorias de sociedade: as Sociedades Simples e as Sociedades Empresárias. Na categoria de Sociedade Simples se enquadram todas as sociedades que não exercem atividade econômica típica de empresário. Isto é, todas as sociedades que não forem empresárias são, por exclusão, sociedades simples. Sociedade Empresária é aquela que exerce atividade econômica de produção ou circulação de bens ou de serviços, atividade essa que não seja o exercício de profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística que não seja elemento de empresa. 2- Elementos da Relação Societária 2.1- Contribuição dos Sócios A contribuição para execução do objeto social pode ser em dinheiro ou bens, nunca poderá ser com trabalho. 2.2- Fins Econômicos Comuns Intenção permanente de perseguir fins econômicos comuns. Os sócios estão ligados entre si por um consentimento recíproco, constantemente renovado, de permanecerem juntos na exploração do negócio. Esse elemento é denominado affectio societatis, o qual, quando desaparece, dá ensejo à resolução da sociedade em relação a um sócio. 3 2.3- Partilha do Resultado Co-participação nos lucros e perdas da sociedade, ou seja, partilha do resultado da sociedade. 3- Personalidade Jurídica As sociedades têm existência distinta da dos seus sócios. Logo, os direitos e as obrigações das sociedades não se confundem, em princípio, com os direitos e as obrigações inerentes aos seus membros, uma vez que as pessoas jurídicas são dotadas de personalidade jurídica própria. As sociedades adquirem a sua personalidade jurídica com o arquivamento de seus atos constitutivos no órgão de registro competente (art. 985 do CC). Em relação às sociedades empresárias, é competente para o registro de seus atos constitutivos a Junta Comercial do Estado em que se encontra localizada a sede da sociedade. Quanto às sociedades simples, o órgão competente para registro de seus atos constitutivos é o Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Da personalização das sociedades decorre o princípio da autonomia patrimonial, segundo o qual o patrimônio dos sócios não responde, em regra, pelas obrigações da sociedade. Sujeito de direito personalizado autônomo, a pessoa jurídica responde diretamente com o seu patrimônio por suas obrigações. Somente em hipóteses excepcionais o sócio poderá ser responsabilizado pelas obrigações da sociedade. 3.1- Efeitos da Personalização A sociedade personificada empresária e a sociedade personificada simples são, assim, sujeitos de direito, tendo aptidão para a prática de qualquer ato, à exceção daqueles expressamente proibidos pelo direito positivo, possuindo autonomia obrigacional, patrimonial e processual, não se confundido com a pessoa dos seus sócios. 4 - Titularidade obrigacional: é sujeito ativo ou passivo de obrigações e direitos. Isto é, as obrigações e direitos da sociedade não se confundem com as obrigações e direitos dos seus sócios; - Titularidade processual: possui legitimidade para demandar e ser demandada em juízo. Isto é, ser autora ou ré em ações judiciais; - Responsabilidade patrimonial: há separação entre o patrimônio da sociedade e os patrimônios de seus sócios. Respondem pelas obrigações da sociedade, em princípio, apenas os bens sociais (bens da sociedade). 3.2- Desconsideração da Personalidade Uma das características marcantes das pessoas jurídicas de direito privado é o fato de estas possuírem uma existência real (autonomia de personalidade), distinta da de seus membros, e, também, apresentarem um patrimônio próprio (autonomia patrimonial), diverso da de seus sócios. Questão, entretanto, de profunda complexidade é o fato de a pessoa jurídica ser usada para a prática de atos ilegais, motivados, principalmente, pelos desejos escusos de seus sócios, que visam, por exemplo, ao enriquecimento ilícito. Então, para se evitar o uso indevido da autonomia da personalidade e patrimonial, por parte daqueles que camuflados por detrás destas praticam condutas ilegais, foi desenvolvida a Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica. A Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica, criada pela doutrina a partir de decisões jurisprudenciais proferidas, sobretudo, pelos Tribunais dos Estados Unidos da América e da Inglaterra, permite ao Poder Judiciário desconsiderar a separação patrimonial existente entre a sociedade e seus sócios, sempre que a sociedade tiver sido utilizada como instrumento para a realização de fraude. 5 4- Classificação das Sociedades 4.1- Quanto ao Ato Constitutivo A primeira classificação a que nos referimos inicialmente tem em vista o ato constitutivo da sociedade. E, nessa perspectiva, há as sociedades contratuais e as sociedades institucionais. As contratuais são as sociedades empresárias que nascem a partir de um contrato firmado entre seus sócios, o contrato social. É o que ocorre, por exemplo, com as chamadas sociedades limitadas. Por sua vez, as sociedades institucionais nascem a partir de um estatuto. É o caso das sociedades anônimas e das sociedades em comandita por ações. Nas sociedades anônimas não há um contrato entre os sócios. O que importa é a contribuição para a formação do capital social. Assim, qualquer um que contribua pode se tornar sócio. 4.2- Quanto à Responsabilidade dos Sócios Outra classificação que existe é quanto à responsabilidade dos sócios. A partir desse critério, falamos em sociedades limitadas quando o contrato social ou o estatuto limita a responsabilidade dos sócios ao valor de suas contribuições (sociedades anônimas) ou à integralização do capital social (sociedades limitadas). Por sua vez, nas sociedades ilimitadas, todos os sócios respondem de maneira solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. Outros tipos societários são mistos, combinando a responsabilidade limitada de alguns sócios com a ilimitada de outros. 4.3- Quanto à Composição Econômica Quanto à composição econômica, as sociedades podem ser classificadas como de pessoas ou de capital. As sociedades de pessoas são constituídas em vista da qualidade pessoal de seus sócios. Assim, por interessar as características individuais dos sócios, de regra não se admite o ingresso de terceiros. 6 Já para as sociedades de capitais, o que importa é o capital social, sendoirrelevante a pessoa dos sócios, meros investidores. A pessoa jurídica independe de quem titule as parcelas que compõem o capital social. Estas podem mudar de proprietários, e a pessoa jurídica continua inalterada porque não condicionada ao estado dos sócios. 5- Sociedades Não Personificadas As sociedades não personificadas são aquelas que não possuem personalidade jurídica. O Código Civil prevê duas espécies de sociedades não personificadas: a sociedade em comum e a sociedade em conta de participação. 5.1- Sociedade em Comum A Sociedade em Comum substitui a antes denominada sociedade irregular, que era definida como aquela que não tivesse contrato escrito ou não tivesse seu contrato arquivado no Registro Público de Empresas Mercantis. A sociedade em comum está regulamentada pelo Código Civil, nos arts. 986 a 990. Na sociedade em comum, os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Ademais, nos termos do art. 990 do Código Civil, o sócio que administrar a sociedade responderá diretamente pelas obrigações sociais. A sociedade em comum somente pode ser provada por escrito nas relações dos sócios entre si ou contra terceiros, mas pode ter sua existência provada por qualquer meio nas demandas movidas por terceiros em face da sociedade. 5.2- Sociedade em Conta de Participação Tem-se uma Sociedade em Conta de Participação quando duas ou mais pessoas, sendo uma delas exercente de atividade econômica, resolvem desenvolver um empreendimento conjunto, estabelecendo que os negócios sociais sejam realizados apenas em nome do sócio empresário (ostensivo). Os demais sócios são chamados ocultos porque não figuram em face de terceiros. Está regulamentada pelo Código Civil, nos arts. 991 a 996. 7 O arquivamento dos atos constitutivos da sociedade em conta de participação no órgão de registro competente é dispensável. No entanto, caso esse arquivamento seja realizado, tal ato não conferirá personalidade jurídica a essa sociedade (art. 993, caput do CC). Na sociedade em conta de participação, tão somente o sócio ostensivo obriga-se perante terceiros. Os demais sócios participantes obrigam-se exclusivamente perante o sócio ostensivo, nos termos estabelecidos pelo contrato social. Como não possuem personalidade jurídica, as sociedades em conta de participação correspondem mais a um contrato de uso interno entre os sócios, que tem como características: - Natureza secreta: o ato constitutivo (contrato de participação) não precisa ser levado a registro; - Contrato de participação pode ser provado por qualquer meio de prova admitido em direito; - Contrato de participação produz efeito somente entre os sócios; - Eventual registro do contrato de participação em qualquer órgão registral não confere personalidade jurídica à sociedade, que será sempre despersonificada. 6- Sociedades Personificadas 6.1- Sociedade Simples Trata-se do primeiro tipo de sociedade personificada do Código Civil. Tem a função de servir de estrutura societária para os pequenos empreendimentos sem caráter organizativo (não empresarial) e para aqueles de cunho exclusivamente intelectual. É uma Sociedade Civil e representa uma verdadeira parte geral de todo o direito societário, de aplicação supletiva para suprir as lacunas e integrar todos os tipos de sociedades. 8 As sociedades simples se constituem através de contrato escrito, sob a forma particular ou pública. Exige-se, assim, uma constituição formal. O contrato social (ato constitutivo da sociedade simples) tem, conforme parte final do caput do artigo 997 do CC, o seguinte conteúdo obrigatório: - se os sócios forem pessoas físicas: nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios; - se os sócios forem pessoas jurídicas: a firma ou denominação, nacionalidade e sede; - denominação, sede e prazo da sociedade; - capital da sociedade, expresso em moeda corrente; - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la (forma de integralização, de pagamento de sua participação societária); - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços; - as pessoas naturais (físicas) incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições; - participação de cada sócio nos lucros e nas perdas (o art. 1.008 do CC determina que é nula a cláusula que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas); - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente (vide art. 1.024/CC), pelas obrigações sociais. O ato constitutivo (contrato social) deve ser levado a registro, no prazo de 30 (trinta) dias a partir da data de sua constituição, no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local da sede da sociedade. Se a sociedade simples também instituir sucursal, filial ou agência na circunscrição de outro Registro Civil das Pessoas Jurídicas, deverá também proceder ao registro da filial (sucursal ou agência) no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local onde se encontra estabelecida a filial. Sempre a constituição de filial (sucursal ou agência) deve ser averbada no Registro Civil da sede da sociedade. 9 6.2- Sociedades Empresárias As sociedades empresárias, quando de sua constituição, devem obrigatoriamente adotar um dos tipos societários previstos no Código Civil. Os tipos societários previstos no Código Civil são os seguintes: nome coletivo; comandita simples; limitada; anônima; comandita por ações. A escolha do tipo societário é de fundamental relevância, pois, além das normas específicas a que se sujeitarão em razão do tipo societário adotado, a sua escolha também importará em relevantes consequências no que tange ao grau de responsabilidade pessoal dos sócios pelas obrigações sociais. 7- Sociedade em Nome Coletivo (N/C) A sociedade em nome coletivo está regulamentada no Código Civil, nos arts. 1.039 a 1.044. As matérias não regulamentadas por esses artigos devem ser submetidas à aplicação das normas específicas de sociedade simples. Os sócios da sociedade em nome coletivo devem ser obrigatoriamente pessoas físicas e respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. A administração desse tipo societário compete exclusivamente a sócios. As sociedades em nome coletivo possuem as seguintes características: - Só podem participar dela pessoas naturais; - Responsabilidade ilimitada e solidária dos sócios; - A administração é exercida apenas por quem seja sócio; - Adota obrigatoriamente razão social como nome empresarial. 8- Sociedade em Comandita Simples (C/S) A sociedade em comandita simples está regulamentada no Código Civil, nos arts. 1.045 a 1.051. As matérias não regulamentadas por tais artigos devem ser submetidas à aplicação das normas específicas de sociedade em nome coletivo. 10 Os sócios da sociedade em comandita simples são de duas categorias: a) Sócios comanditados: pessoas físicas, com responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais; b) Sócios comanditários: com responsabilidade limitada à integralização do valor de suas quotas. A administração da sociedade em comandita simples é atribuição exclusiva dos sócios comanditados. Cabe aos sócios comanditários, juntamente com os sócios comanditados que não exerçam a administração da sociedade, tão somente fiscalizar os atos de gestão. Na falta de sócio comanditado para exercer a administração da sociedade, os sócios remanescentes nomearão terceiro não sócio, administrador provisório para praticar, durante o período máximo de 180 dias, os atos de gestão da sociedade. Além das demais hipóteses de dissolução aplicáveis a qualquer tipo societário, a sociedade em comandita simples dissolve-sede pleno direito caso perdure por mais de 180 dias a falta de uma das categorias de sócio. 9- Sociedade Limitada As sociedades limitadas surgiram na Alemanha, no final do século XIX, e representam o mais novo tipo societário nas diversas legislações. A sociedade limitada está atualmente regulamentada no Código Civil, nos arts. 1.052 a 1.087 do CC. Nas omissões desses artigos, está regulamentada pelas normas específicas da sociedade simples ou, caso previsto expressamente no contrato social, pelas normas da sociedade anônima (art. 1.053 CC). 11 Cada sócio contribui para o capital social, ficando responsável pela integralização de suas próprias cotas subscritas (tomadas da sociedade) ou adquiridas (compradas de outros sócios) e ainda solidariamente pelas dos demais sócios ainda não integralizadas, até todo o capital esteja integralizado (art. 1.052 do Cód. Civil). Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. 9.1- Subscrição e Integralização - A subscrição é o ato pelo qual o sócio se compromete, perante os demais sócios e a sociedade, em contribuir para a formação do capital social, mediante o pagamento de certa quantia ou conferência de determinado bem, recebendo da sociedade, em contrapartida, uma participação societária. - Por sua vez, a integralização é o ato pelo qual o sócio cumpre com a sua obrigação de contribuir para a formação do capital da sociedade. 9.2- Nome Empresarial As sociedades limitadas podem adotar tanto a firma como a denominação, devendo necessariamente utilizar a expressão “limitada” por extenso, ou abreviadamente “Ltda.”. 9.3- Capital Social O capital social divide-se em quotas iguais ou desiguais. A contribuição dos sócios na formação do capital social pode ser realizada em dinheiro, bens ou créditos. É expressamente vedada a integralização mediante prestação de serviços (art. 1.055, § 2º do CC). Não há exigência legal quanto à integralização de um valor mínimo no ato da subscrição de quotas, tampouco um prazo máximo para a sua efetiva integralização. 12 Tais matérias deverão ser livremente pactuadas pelos sócios quando da subscrição de quotas, através de cláusula contratual que as discipline expressamente. As quotas da sociedade limitada podem ser cedidas, total ou parcialmente, salvo disposição contratual em contrário, a qualquer outro sócio, independentemente da anuência dos demais, ou a terceiro, se não houver oposição de sócios detentores de 1/4 do capital social (art. 1.057 CC). a) Aumento do Capital Social O capital social somente poderá ser aumentado quando a totalidade das quotas subscritas tiver sido integralizada (art. 1.081 CC). Em eventual aumento de capital, os demais sócios terão direito de preferência na subscrição das novas quotas, na proporção de suas respectivas participações no capital social. O direito de preferência deverá ser exercido em até 30 dias, contados da data da deliberação do aumento. b) Redução do Capital Social O capital social poderá ser reduzido, mediante a correspondente modificação do contrato social, em duas hipóteses: depois de integralizado o capital, se houver perdas irreparáveis; e se excessivo em relação ao objeto da sociedade. 9.4- Administração A sociedade limitada deve ser administrada por uma ou mais pessoas físicas designadas no contrato social ou em instrumento apartado. O exercício do cargo de administração cessa, a qualquer momento, pela renúncia ou destituição do administrador, ou pelo término do prazo do mandado, se fixado no contrato social ou no ato separado de sua eleição (art. 1.063 CC). Em relação ao quorum de eleição de sócios para os cargos de administração da sociedade, observa-se a sua variação conforme o instrumento utilizado para a eleição. 13 Assim, para que um determinado sócio seja designado administrador no contrato social, o quorum de eleição será de, no mínimo, 3/4 do capital social. Por outro lado, para que o sócio seja designado administrador em ato separado, o quorum de eleição será de mais da metade do capital social. 9.5- Conselho Fiscal O Código Civil introduziu o conselho fiscal como órgão de existência facultativa nas sociedades limitadas. O conselho fiscal deve ser composto por, no mínimo, três membros, sócios ou não, residentes no País, eleitos na assembleia anual da sociedade, ocasião em que serão fixadas as suas respectivas remunerações. Além daqueles impedidos para o exercício de cargo de administração, não podem ser eleitos para o cargo de conselheiro fiscal: - Os administradores da sociedade, ou de sociedade por ela controlada; - Os empregados da sociedade, ou de sociedade por ela controlada; - O cônjuge ou parente até terceiro grau dos administradores da sociedade. 9.6- Deliberações Sociais As deliberações sociais serão tomadas em reunião ou assembleia, salvo quando todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas. A assembleia é espécie de conclave obrigatório para as sociedades limitadas com mais de dez sócios (art. 1.072, § 1º CC), cujas regras sobre competência e modo de convocação, quorum de instalação, organização dos trabalhos, dentre outras, estão expressamente previstas em lei, não cabendo ao contrato social dispor sobre tais matérias. Já a reunião é espécie de conclave que poderá ser adotado por sociedades limitadas com até dez sócios, desde que assim previsto expressamente no contrato social. 14 a) Convocação A convocação da assembleia ou reunião de sócios competirá ordinariamente aos administradores da sociedade e deverá ser realizada mediante a publicação de anúncio de convocação por, no mínimo, 3 vezes. Dispensam-se as formalidades de convocação de assembleia geral pela imprensa quando todos os sócios comparecerem ou se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia. b) Lavratura da Ata A ata dos trabalhos e deliberações tomadas em assembleia ou reunião de sócios será lavrada no livro de registro de atas, devendo sua cópia ser encaminha ao registro nos 20 dias subsequentes à data de sua realização. c) Direito de Recesso O direito de recesso consiste na faculdade que o sócio possui de retirar-se da sociedade, mediante o reembolso compulsório de sua participação societária, uma vez verificada a ocorrência de certas causas previstas em lei. Nos termos do art. 1.077 do Código Civil, o sócio que dissentir da deliberação tomada pelos demais, relativa à modificação do contrato social, fusão ou incorporação da sociedade, ou incorporação, pela sociedade, de outra, poderá retirar-se, nos 30 dias subsequentes à data de realização do conclave. 9.7- Resolução da Sociedade em Relação a um Sócio O Código Civil estabelece que os sócios titulares de mais da metade do capital social poderão deliberar a exclusão de um ou mais sócios que estejam pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de ato de inegável gravidade, desde que prevista expressamente no contrato social a exclusão por justa causa. 15 A exclusão deverá ser determinada em reunião ou assembleia especialmente convocada, devendo o sócio a ser excluído ser convocado em tempo hábil para o exercício de sua defesa. A exclusão de sócio, tal como ocorre na sua retirada, não o exime da responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores, em até 2 anos após averbado o ato deliberativo de sua exclusão. 9.8- Dissolução O Código Civil de 2002 prevê expressamente as hipóteses de dissolução judicial e extrajudicial das sociedades limitadas. a) Dissolução Extrajudicial A dissolução da sociedadelimitada será extrajudicial se verificada qualquer uma das seguintes hipóteses: - Vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado; - Consenso unânime dos sócios; - Deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado; - Falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de 180 dias; - Extinção, na forma da lei. b) Dissolução Judicial Por sua vez, a dissolução da sociedade limitada será judicial, a requerimento de qualquer dos sócios, quando: - Anulada a sua constituição; 16 - Exaurido o fim social, verificada a sua inexequibilidade; - Na hipótese da decretação de sua falência. 10- Sociedade Anônima No Direito Brasileiro, existem dois tipos de sociedade por ações, a sociedade anônima e a sociedade em comandita por ações. A sociedade em comandita por ações será vista mais a frente. As sociedades anônimas, ou companhias, estão regulamentadas no Código Civil, nos arts. 1.088 e 1.089, bem como na Lei n. 6.404/76. O órgão de registro público competente para realizar o arquivamento dos atos constitutivos da sociedade anônima é a Junta Comercial. Na sociedade anônima, a responsabilidade de cada acionista é limitada exclusivamente à integralização do preço de emissão das ações por ele subscritas. Logo, não há solidariedade entre os acionistas, pois, uma vez pago o preço de emissão das ações subscritas por determinado acionista, o patrimônio pessoal deste não poderá ser atingido para a satisfação dos credores da companhia. O estatuto social definirá o objeto de modo preciso e completo. Deve o estatuto satisfazer a todos os requisitos exigidos para os contratos das sociedades mercantis em geral e aos peculiares, contendo as normas pelas quais se regerá a companhia. 10.1- Espécies A sociedade anônima poderá ser aberta ou fechada. - Aberta é a que tem os valores mobiliários de sua emissão negociados no mercado de valores mobiliários; - Fechada é a que não tem suas ações negociadas na bolsa de valores, sendo geralmente, familiar. 17 10.2- Nome Empresarial A sociedade anônima é obrigatoriamente designada por uma denominação acompanhada da expressão “companhia”, ou “sociedade anônima”, expressa por extenso ou abreviadamente. Ressalta-se que é vedada a utilização da expressão “companhia” no final do nome empresarial, sendo admitida a sua utilização tão somente no início. Exemplo: Telesp Celular S.A. 10.3- Capital Social O capital social das sociedades anônimas divide-se em ações, com ou sem valor nominal. A contribuição dos acionistas na formação do capital social pode ser realizada em dinheiro, ou em bens suscetíveis de avaliação em dinheiro, ou, ainda, em créditos. a) Aumento do Capital Social O capital social da companhia pode ser aumentado após a sua integralização em 3/4, ocasião em que deverá ser garantido aos acionistas o direito de preferência para a subscrição das novas ações, na proporção de suas respectivas participações no capital social. O preço de emissão das novas ações a serem emitidas pela companhia deverá ser fixado, sem diluição injustificada da participação dos antigos acionistas. b) Redução do Capital Social O capital social pode ser reduzido, por deliberação da assembleia geral, em duas hipóteses: - Se houver perdas, até o montante dos prejuízos acumulados; - Se excessivo em relação ao objeto da sociedade. 18 10.4- Valores Mobiliários a) Ações Ações são valores mobiliários de emissão obrigatória para as Sociedades Anônimas. A diferença é que as Sociedades de Capital Aberto negociam suas ações no mercado financeiro e as de Capital Fechado não negociam. São bens móveis representativos do capital social que conferem a condição de sócio ou acionista. Cabe ao estatuto fixar o número de ações em que se divide o capital social e definir se elas terão ou não valor nominal, cujo montante será igual para todas as ações da companhia (art. 11 da Lei das S/A). A soma do valor nominal de todas as ações forma o capital social. As espécies de ações de uma companhia estão relacionadas aos direitos e vantagens que conferem aos seus titulares. Assim, quanto à sua espécie, as ações podem ser: - Ordinárias: são aquelas que conferem a seus titulares os direitos comuns de qualquer acionista, como, por exemplo, o direito de recebimento de dividendos e o direito de voto nas assembleias; - Preferenciais: são aquelas que conferem aos seus titulares vantagens, ou restrições aos direitos comuns de qualquer acionista. As ações preferenciais podem conferir aos seus titulares as seguintes vantagens: prioridade no recebimento dos dividendos; prioridade no reembolso do capital; e direito de eleger, em votação em separado, um ou mais membros da administração. Por outro lado, o estatuto social pode suprimir o direito de voto a esta espécie de ação. OBS: O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrições no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% do total das ações emitidas (Lei 6.404/76, art. 15, § 2º). - Fruição: são aquelas atribuídas aos acionistas em substituição as suas ações ordinárias ou preferenciais já amortizadas. A amortização consiste na antecipação do valor que o acionista receberia como restituição de sua participação acionária no caso de liquidação da companhia. 19 b) Debêntures Pelo art. 52 da Lei das S/A, as debêntures são títulos de dívida que conferem aos seus titulares, chamados debenturistas, um direito de crédito contra a companhia. Constituem uma fatia de um grande contrato de empréstimo no qual a companhia é a devedora e os debenturistas são os credores. Sua emissão é exclusiva para Sociedade Anônima de Capital Aberto. As debêntures podem conter cláusula de conversão delas em ações, de tal maneira que se permite ao debenturista optar por receber seu crédito em ações da companhia (art. 57 da Lei das S/A). Podem ser emitidas por um prazo mínimo de um ano para as não conversíveis e de três anos para as conversíveis em ações. Quanto ao prazo máximo, não há fixação, exceto quando se destinarem a financiamento de capital de giro, quando o prazo máximo será de cinco anos. As debêntures representam um endividamento da companhia e, por isso, a lei fixa os limites de emissão, buscando preservar o patrimônio da sociedade para a segurança dos credores (art. 60). c) Partes Beneficiárias As partes beneficiárias (Lei 6.404/76, nos arts. 46 a 51) são valores mobiliários que asseguram ao seu titular direito de crédito eventual consistente em uma participação nos lucros anuais da sociedade anônima emissora. Trata-se de crédito eventual, pois nada poderá ser reclamado se a companhia não registrar lucro num determinado exercício. A emissão de partes beneficiárias é exclusiva das Companhias de Capital Fechado. 20 d) Bônus de Subscrição São títulos de investimento, livremente negociáveis, que conferem aos seus titulares o direito de subscrever ações da companhia diante de um futuro aumento de capital, dentro do limite previamente autorizado pelo Estatuto para essa majoração (arts. 75 e 168 da Lei das S/A). Pode ser emitido tanto pela Sociedade Anônima de Capital Aberto, como pela de Capital Fechado. e) Commercial Paper Destina-se à oferta pública para financiar o investimento produtivo, geralmente para o capital de giro (pagamento de fornecedores, folha de salários), com vencimento em prazos considerados curtos. Embora sujeita ao registro de sua emissão pela CVM, é o único valor mobiliário negociado no mercado que pode ser criado por companhia fechada. O prazo mínimodeve ser de 30 dias e o máximo de 180 dias para as companhias de capital fechado e de 360 dias para as de capital aberto. 10.5- Administração Numa companhia típica, a administração segue o modelo bipartido: Conselho de Administração (Board of Directors) e Diretoria (Executive Officers). Contudo, o Conselho de Administração somente é obrigatório nas companhias de capital aberto. a) Conselho de Administração O conselho de administração é órgão deliberativo que exerce, dentre outras funções, a fiscalização da diretoria. Trata-se de órgão da administração de sociedades anônimas cuja existência é facultativa nas sociedades de capital fechado e de existência obrigatória nas de capital aberto. 21 Trata-se de órgão de deliberação colegiado composto por, no mínimo, 3 membros, eleitos pela assembleia geral, por um prazo de mandato não superior a 3 anos, sendo-lhes permitida a reeleição. Os membros do conselho de administração podem ser destituídos a qualquer tempo por deliberação da assembleia geral. Observa-se que é requisito para exercer cargo de membro do conselho de administração ser pessoa física acionista da companhia (art. 146). b) Diretoria A diretoria é órgão de existência obrigatória para qualquer sociedade anônima. A principal função da diretoria é executar os atos de gestão, sendo, inclusive, sua competência privativa a representação da companhia. A diretoria é o órgão composto por, no mínimo, dois diretores, eleitos pelo conselho de administração, ou, se inexistente, pela assembleia geral, para um prazo de gestão não superior a 3 anos, sendo-lhes permitida a reeleição. Observa-se que é requisito para exercer cargo de membro da diretoria ser pessoa física residente e domiciliada no País, acionista ou não (art. 146). c) Responsabilidade dos Administradores Em regra, a companhia responde integralmente pelos atos praticados regularmente em seu nome pelos administradores que escolher e empossar. Atos regulares de gestão são aqueles praticados pelos administradores no curso normal dos negócios e objetivos da companhia, de acordo com a lei e dentro dos limites e poderes que a eles, administradores, forem conferidos pelo estatuto pelo estatuto social. Os administradores serão responsáveis quando agirem fora da lei, vale dizer, atos praticados com excesso em relação aos poderes que lhes forem outorgados. 22 10.6- Conselho Fiscal O conselho fiscal é órgão auxiliar da assembleia geral na fiscalização dos atos de gestão praticados pelos membros do conselho de administração e diretores da companhia. A competência do conselho fiscal limita-se à análise da legalidade e regularidade dos atos de gestão. Trata-se de órgão de existência obrigatória; e de funcionamento facultativo, isto é, sua instalação depende da vontade dos acionistas. O conselho fiscal deve ser composto por, no mínimo, 3 membros e, no máximo, por 5 membros, e suplentes em igual número, eleitos pela assembleia geral. Os membros do conselho fiscal devem ser pessoas físicas residentes no País, acionistas ou não, diplomados em curso de nível universitário. Não podem ser eleitos para o cargo de conselheiro fiscal: - Os administradores da sociedade, ou de sociedade por ela controlada; - Os empregados da sociedade, ou de sociedade por ela controlada; - O cônjuge ou parente até terceiro grau dos administradores da companhia. 10.7- Direitos Essenciais dos Acionistas O art. 109 a Lei das S/A arrola dos chamados direitos individuais essenciais dos acionistas, que os protegem do grupo ou da administração. São então direitos ditos essenciais: a) Participação nos Lucros: desde que verificado um resultado líquido positivo. b) Participação no Acervo em Caso de Liquidação: sempre que a sociedade for liquidada, depois de vendidos todos os bens e pagos todos os credores, o remanescente do patrimônio será partilhado entre os acionistas. 23 c) Fiscalização da Companhia: a fiscalização da companhia é exercida de modo indireto, através da eleição em separado de membros do Conselho Fiscal. d) Preferência para a subscrição de ações e outros títulos conversíveis em ações. e) Retirada ou recesso da companhia: o acionista que discordar (acionista dissidente) de certas deliberações da assembleia geral; ou que possua ações de companhia cujo controle tenha sido desapropriado, tem o direito impor sua retirada da sociedade, recebendo o reembolso de suas ações. 11- Sociedade em Comandita por Ações (C/A) A sociedade em comandita por ações está regulamentada no Código Civil, nos arts. 1.090 a 1.092. A tal tipo societário aplicam-se supletivamente as normas relativas às sociedades anônimas. A administração da sociedade em comandita por ações é de atribuição exclusiva de seus acionistas, sendo vedado o exercício dos poderes de gestão a terceiros estranhos ao quadro de acionistas. Existem duas categorias de sócios, um ilimitadamente responsável (comanditado) e o outro com responsabilidade contida, delimitada, pelo valor de suas ações (comanditário). O acionista que exercer a administração da sociedade, também chamado de diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Nos termos do art. 1.091, § 3º do Código Civil, o diretor destituído ou exonerado permanece, pelo prazo de 2 anos, responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração. 24 12- Microempresa e Empresa de Pequeno Porte O art. 179 da CF/88 prevê tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte, para simplificar o atendimento às obrigações administrativas, tributárias e creditícias, podendo a lei, inclusive, reduzir ou eliminar tais obrigações. Segundo a Lei Complementar 123 de 2006 assim estão caracterizadas: - No caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ R$360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); - No caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). Ambas podem inscrever-se no registro especial, para fins de enquadramento, por simples comunicação, e passam a adotar as expressões Microempresa, Empresa de Pequeno Porte, ou as siglas ME ou EPP. O tratamento diferenciado resume-se à eliminação de exigências burocráticas nos campos trabalhista e previdenciário e condições favorecidas a créditos bancários. 12.1- Simples Nacional O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Podem participar as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte que não estejam nas vedações da LC 123. 25 Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios. Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes condições: enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte; cumprir os requisitos previstos na legislação; formalizar a opção pelo Simples Nacional. Características principais do Regime do Simples Nacional: - É facultativo; - É irretratável para todo o ano-calendário; - Abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS,ISS e a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP); - Recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de arrecadação - DAS; - Disponibilização às ME/EPP de sistema eletrônico para a realização do cálculo do valor mensal devido, geração do DAS e, a partir de janeiro de 2012, para constituição do crédito tributário; - Apresentação de declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais; - Prazo para recolhimento do DAS até o dia 20 do mês subsequente àquele em que houver sido auferida a receita bruta; - Possibilidade de os Estados adotarem sublimites para EPP em função da respectiva participação no PIB. Os estabelecimentos localizados nesses Estados cuja receita bruta total extrapolar o respectivo sublimite deverão recolher o ICMS e o ISS diretamente ao Estado ou ao Município. 26 Com a opção ao sistema, a empresa deve manter dois livros específicos para efeitos contábeis: o Caixa e o Registro de Inventário. 13- Operações Societárias São 4 as operações, pelas quais as sociedades promovem mudanças na estrutura societária: transformação, incorporação, fusão e cisão. O Cód. Civil de 2002 contém regras sobre a reestruturação societária, as quais são pouco detalhadas, carecendo de uma disciplina mais específica. Por esta razão, continuarão serão aplicados os dispositivos da Lei das S/A diante das omissões do Cód. Civil (art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil). 13.1- Transformação É a operação societária pela qual a sociedade passa independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo societário para outro. Assim, através da transformação, uma sociedade empresária limitada pode tornar-se, por exemplo, uma sociedade empresária anônima. São características principais da transformação: a) Mudança da estrutura jurídica; b) Continuação da existência de fato e de direito da sociedade; c) Manutenção dos contratos e obrigações anteriores; d) Conservação da integridade patrimônio da sociedade. 27 13.2- Incorporação É a operação societária pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. As características principais da incorporação são: a) Absorção de sociedade ou sociedades por outra sociedade; b) Transmissão global do patrimônio (direitos e obrigações) para a incorporadora; c) Sucessão universal pela incorporadora, pois as incorporadas se extinguem; d) Ingresso dos acionistas ou sócios das incorporadas diretamente no capital social da sociedade incorporadora. 13.3- Fusão É a operação societária pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar nova sociedade, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. As características principais da fusão são: a) As sociedades fusionadas se extinguem, para fazer nascer uma outra composta pelo patrimônio das extintas; b) O capital da nova sociedade corresponderá à soma do patrimônio líquido das sociedades fusionadas; c) Ingresso dos sócios das dissolvidas diretamente na nova sociedade; d) Sucessão pela sociedade nova dos direitos e obrigações das sociedades fusionadas. 28 13.4- Cisão É a operação societária pela qual determinada companhia transfere parcelas de seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim, ou já existentes. A cisão pode ser total, se acarretar a extinção da sociedade cindida, em razão da versão da totalidade de seu patrimônio. A cisão também pode ser parcial, se houver versão de apenas uma parcela do patrimônio da sociedade cindida, não acarretando a sua extinção. São características principais da cisão: a) Desaparecimento da sociedade cindida de partes ou de todo o patrimônio; b) Reunião das parcelas cindidas em uma ou mais sociedades já existentes ou criadas para receber essas parcelas; c) Extinção da sociedade cindida em caso de retirada total de seu patrimônio ou redução do capital social para refletir a parcela retirada, se a cisão for parcial. Atividades de Fixação: 1- O que é personalidade jurídica da sociedade? O que vem a ser Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica? Quando ela é aplicada? 2- O que é Sociedade Não Personificada? Quais são os tipos? Explique-os: 3- Defina Sociedade Simples e Sociedade Empresária: 4- Explique o capital social da Sociedade Limitada: 5- Explique a dissolução da Sociedade Limitada: 29 6- Explique o capital social da sociedade anônima. Como funciona o aumento e a redução do capital? 7- O que são valores mobiliários? Quais são os principais? Explique-os: 8- Explique a administração da sociedade anônima e o conselho fiscal: 9- Explique o que vem a ser Microempresa e Empresa de Pequeno Porte: Explique o que é o SIMPLES: 10- Quais são as operações societárias? Explique-as: