Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
P1 – SAU 608 Williane T Santos - Tecido é a união de células que desempenham uma função similar; - Nesse caso, o tecido nervoso está distribuído por todo o organismo, interligando-se e formando uma rede de comunicação, que constitui o sistema nervoso; Apresenta dois componentes principais: ↪ Neurônios (com longos prolongamentos); ↪ Célula da glia ou neuroglia (dá sustentação ao neurônio); Existe uma segregação no SNC em relação ao local de corpos celulares de neurônios e seus prolongamentos: ↪ Substância cinzenta: local em que se encontram os corpos celulares de neurônios, prolongamentos e células da glia – tem esse nome pela sua coloração macroscópica; ↪ Substância branca: não apresenta corpos celulares de neurônios e sim prolongamentos e células da glia – tem essa coloração pela grande quantidade de mielina (reveste os prolongamentos); Funções fundamentais do sistema nervoso: - detectar, transmitir, analisar e utilizar as informações geradas pelos estímulos sensoriais representados por calor, luz, energia mecânica e modificações químicas do ambiente externo e interno; - organizar e coordenar, direta ou indiretamente, o funcionamento de quase todas as funções do organismo, entre as funções motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas. - estabiliza as condições intrínsecas do organismo, como pressão sanguínea, tensão de O2 e de CO2, teor de glicose, de hormônios e pH do sangue; - participa dos padrões de comportamento: alimentação, reprodução, defesa e interação com outros seres vivos; Neurônios - Unidade funcional do sistema nervoso; - Consiste em um corpo celular, que contém o núcleo, e em vários prolongamentos de comprimento variável; - Responsáveis pela recepção, transmissão e processamento de estímulos; - Estão dispostos como uma cadeia que forma uma rede integrada de comunicação; - O contato especializado entre os neurônios que promove essa transmissão é a sinapse; - O SN contém mais de 10 bilhões de neurônios; Formado por: Dendritos: prolongamentos numerosos, especializados em receber os estímulos do meio ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de outros neurônios; - transmitem impulsos da periferia em direção aos corpos celulares; Corpo celular (pericárdio): centro trófico da célula contém o núcleo e o nucléolo e também é capaz de receber estímulos; - pode ser esférico, piriforme ou anguloso; Axônio: prolongamento único, especializado na condução de impulsos; Histologia Histologia Tecido Nervoso P1 – SAU 608 Williane T Santos - normalmente o neurônio possui apenas um; - transmite impulsos do corpo celular para um terminal especializado (sinapse – estabelece contato com outro neurônio ou com uma célula efetora); Classificação quanto à função: ↪ Neurônios sensitivos (aferentes): transmitem o impulso nervoso dos receptores para o SNC; - seus prolongamentos estão envoltos por fibras nervosas aferentes somáticas e viscerais; → aferentes somáticas: transmitem a sensação de dor, temperatura, tato e pressão a partir da superfície corporal; → aferentes viscerais: transmitem impulsos de dor e outras sensações a partir dos órgãos internos, das mucosas, das glândulas e dos vasos sanguíneos; ↪ Neurônios motores (eferentes): transmitem o impulso nervoso do SNC para os órgãos efetores (executam as respostas aos estímulos); - seus prolongamentos são envoltos por fibras nervosas eferentes somáticas e viscerais; → eferentes somáticas: enviam estímulos voluntários para os músculos esqueléticos; → eferentes viscerais: enviam impulsos involuntários para o músculo cardíaco (fibras de purkinje), músculo liso e glândulas; ↪ Interneurônios (neurônios intercalados): formam uma rede de comunicação e interligação entre os neurônios sensitivos e motores; Classificação quanto a morfologia: ↪ Neurônios bipolares - tem um dendrito e um axônio; - são raros; - estão associados aos receptores dos sentidos especiais: olfato, paladar, audição, visão e equilíbrio; - são encontrados na retina do olho e nos gânglios do nervo vestibulococlear (nervo craniano VIII) do ouvido; ↪ Neurônios multipolares - um axônio e dois ou mais dendritos; - a direção dos impulsos ocorre do dendrito para o corpo celular para o axônio ou do corpo celular para o axônio; - ponto de vista funcional, os dendritos e o corpo celular dos neurônios multipolares constituem as porções receptoras da célula, e a sua membrana plasmática é especializada para a geração de impulsos. - O axônio é a porção condutora da célula, e a sua membrana plasmática é especializada para a condução de impulsos. - A porção terminal do axônio, a terminação sináptica, contém vários neurotransmissores – isto é, pequenas moléculas que são liberadas na sinapse e que afetam outros neurônios, células musculares e epitélio glandular. - Os neurônios motores e os interneurônios constituem a maioria dos neurônios multipolares no sistema nervoso ↪ Neurônios pseudounipolar P1 – SAU 608 Williane T Santos - apresentam um prolongamento, o axônio, que se bifurca próximo do corpo celular em dois ramos axônicos longos, um para o SNC e um para periferia; - Os dois ramos axônicos são as unidades de condução; - eles aparecem na forma bipolar na vida embrionária e depois ocorre os dois prolongamentos se fundem por um pequeno percurso, próximo ao pericárdio; - Os impulsos são gerados nas arborizações (ramos) periféricas do neurônio, que constituem as porções receptoras da célula; - A maioria dos neurônios pseudounipolares consiste em neurônios sensitivos localizados próximo do SNC; - Os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão localizados nos gânglios da raiz dorsal e nos gânglios dos nervos cranianos. ❖ Corpo celular ou pericário - centro trófico do neurônio (responsável pelo funcionamento da célula); - função receptora e integradora de estímulos (recebe estímulos excitatórios ou inibitórios gerados em outras células); - núcleo é esférico, aparece pouco corado (seus cromossomos são muito distendidos – alta atividade sintética dessas células); - normalmente cada núcleo possui um nucléolo, grande e central; Obs: no sexo feminino, próximo ao nucléolo ou membrana celular observa-se a cromatina sexual sob forma de grânulo esférico; - No citoplasma também é possível encontrar muitos ribossomos – alta síntese proteica pela atividade do neurônio – estão organizados de forma aglomerada – corpúsculo de Nissi (basófilo); → cada corpúsculo de Nissi corresponde a uma pilha de RER; - Grande quantidade de reticulo endoplasmático rugoso – o número vai variar do tipo de célula e do estado funcional do neurônio (+ nos motores); - O citoplasma também contém grande quantidade de: ↪ complexo de golgi: grupo de cisternas localizadas em torno do núcleo; ↪ mitocrôndrias: em pequena quantidade no corpo celular e em maior quantidade no terminal axônico; ↪ lisossomos; ↪ neurofilamentos: filamentos intermediários abundantes tanto no pericárdio como nos prolongamentos; OBS: na coloração de impregnação de prata ocorre deposição de prata e as neurofibrilas ficam visíveis; ↪ microtúbulos e inclusões citoplasmáticas; - Em alguns locais também são encontrados grânulos de melanina, ainda sem função definida; - Outropigmento às vezes encontrado é a lipofuscina de cor parda – resultado da degradação realizada pelos lisossomos, acumula lipídeos; IMPORTANTE! - normalmente na área próximo ao axônio (cone axônico) não são encontrados grandes organelas, o que serve de característica para identificar a área histológica que está sendo visualizada (axônio ou dendrito); P1 – SAU 608 Williane T Santos LEMBRAR: - O neurônio não tem capacidade mitótica, porém seus componentes celulares podem se renovar regularmente, conferindo uma vida útil de horas, dias ou semanas; ⇨ Foi constatado que o cérebro adulto retém algumas células que exibem potencial de regeneração. Em determinadas regiões do cérebro, como o bulbo olfatório e o giro denteado do hipocampo, essas células tronco neurais são capazes de sofrer mitose e gerar novos neurônios. Esses neurônios caracterizam-se pela expressão de uma proteína do filamento intermediário de 240 kDa, a nestina, utilizada para identifica-los por métodos histoquímicos. ❖ Dendritos - prolongamentos citoplasmáticos que recebem estímulo de outros neurônios ou do ambiente; - aumentam consideravelmente a superfície celular – árvores dendríticas (ramificações extensas); - não são mielinizados; - eles tornam-se mais finos à medida que sai do corpo celular e vai se ramificando; - a composição do seu citoplasma na base do corpo celular é semelhante ao do pericárdio, porém quando vai se distanciando ele não possui complexo de golgi; - os impulsos que chegam aos neurônios são recebidos pelas pequenas projeções dos dendritos – as espinhas ou gêmulas (parte alongada presa ao dendrito e uma dilatação na ponta); → são o primeiro local de processamento dos sinais que chegam ao neurônio; → participam da plasticidade dos neurônios relacionada com a adaptação, a memória e o aprendizado; → são estruturas dinâmicas com plasticidade morfológica baseada na proteína actina; ❖ Axônio - são prolongamentos nervosos que transmitem estímulos nervosos para outros neurônios ou para células efetoras; - cada neurônio contém apenas um axônio; - tem comprimento e diâmetro variável conforme o tipo de neurônio; Dendrito Núcleo Nucleolo Corpúsculo de Nissi P1 – SAU 608 Williane T Santos - tem origem numa estrutura piramidal do corpo celular – cone de implantação (axônico); - em axônios mielinizados a parte do axônio entre o cone de implantação e o início da bainha de mielina é o segmento inicial; → este segmento recebe muitos estímulos (excitatórios e inibitórios) cujo resultado pode originar-se um potencial de ação cuja propagação é o impulso nervoso; → possui vários canais iônicos – importantes no impulso nervoso; - o citoplasma do axônio (axoplasma) é pobre em organelas, mas possui muitos microfilamentos e microtúbulos; OBS: essa pequena quantidade de organelas indica que sua atividade é mantida pela atividade sintética do pericárdio; - a porção final do axônio é muito ramificada e chama-se telodendro; ↪ O centro de produção de proteínas é o pericárdio, que encaminha essas moléculas para os axônios por meio do fluxo anterógrado, em duas velocidades: - Rápida: centenas de milímetros por dia; - Lenta: poucos milímetros por dia; ↪ O transporte de substâncias também pode ser feito pelo fluxo contrário – retrógrado, levando moléculas para serem reutilizadas no corpo celular; IMPORTANTE: É por meio do fluxo retrógrado que o vírus da raiva, após penetrar nos nervos, é transportado para o corpo das células nervosas, provocando encefalite muito grave. Neuroglia Funções básicas: - suporte; - isolamento elétrico; - depuração de neurotransmissores; - troca metabólica; - reparo tecidual; - reciclagem do liquido intersticial; Nas lâminas coradas pela HE as células da glia não se destacam bem, aparecendo apenas os seus núcleos, entre os núcleos de dimensões maiores dos neurônios; - Para o estudo da morfologia das células da neuróglia utilizam-se métodos especiais de impregnação pela prata ou pelo ouro; Macroglia ❖ Oligodendrócito e célula de Schwammnn Os oligodendrócitos produzem as bainhas de mielina (estrutura lipídica formada pelos peroxissomos) que servem de isolantes elétricos para os neurônios do sistema nervoso central. - um oligo é capaz de produzir várias bainhas – no SNC; As células de schwann, cada uma produz uma bainha de mielina no SNP – constituição proteica em relação a mielina do oligo é diferente; ❖ Células ependimárias (tanicitos) - são células epiteliais colunares (também são encontrados cúbicos) que revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinal. - Em alguns locais as células ependimárias são ciliadas, o que facilita a movimentação do líquido cefalorraquidiano (LCR). - são responsáveis pela produção do LCR e sua movimentação; oligodendrócitos P1 – SAU 608 Williane T Santos - características dos plexos coroides; ❖ Astrócito - são as maiores células da neuróglia; - formam uma rede de células dentro do SNC e comunicam-se com os neurônios para sustentar e modular muitas de suas atividades; - célula estrelada com múltiplas irradiações; - possui muitos filamentos intermediários – proteína GFAP (proteína ácida fibrilar glial); - ligam neurônios aos capilares (nutrição do tecido) e pia-máter; - pés-vasculares (região dilatada do astrócito que encosta nos capilares), regulam as concentrações de íon K; - receptores de NE, GABA, PNA e ANGIOII; - metabolizam glicose até o lactato; - apresenta muitas junções GAP; - produzem fatores neurotróficos; - maior seletividade da barreira hematoencefálica; - Os astrócitos não formam mielina. - Os espaços deixados pelos neurônios do sistema nervoso central mortos em razão de doenças ou acidentes são preenchidos pela proliferação (hiperplasia)e pela hipertrofia (aumento de volume) dos astrócitos, um processo denominado gliose. - São identificados dois tipos de astrócitos: ↪ astrócitos protoplasmásticos predominam na camada de revestimento mais externa do encéfalo, denominada substância cinzenta. Esses astrócitos contêm numerosos prolongamentos citoplasmáticos curtos e ramificados; ↪astrócitos fibrosos são mais comuns na porção mais interna do encéfalo, denominada substância branca. Esses astrócitos apresentam menor número de prolongamentos, os quais são relativamente retos. Micróglia - prolongamentos curtos e irregulares; - núcleo alongado; - alto poder de fagocitose; - faz parte da defesa do tecido nervoso; Pé vascular P1 – SAU 608 Williane T Santos - origem hematogênica – macrógafo do tecido nervoso; - proliferam e tornamse ativamente fagocíticas (células microgliais reativas) em regiões de lesão ou afetadas por doença; - fazem parte do sistema fagocitário mononuclear e, portanto, originam-se de células progenitoras de granulócitos/monócitos; - As células microgliais removem bactérias, células defeituosas e restos de células que sofreram apoptose. Elas também medeiam reações neuroimunes, como as que ocorrem em condições de dor crônica; OBS: Quando corada com metais pesados, a micróglia exibeprolongamentos torcidos e curtos. Tanto os prolongamentos quanto o corpo celular são recobertos com numerosas espículas equivalentes à borda pregueada observada em outras células fagocíticas. O MET revela numerosos lisossomos, inclusões citoplasmáticas e vesículas. No entanto, a micróglia contém pouco RER e apenas alguns microtúbulos e filamentos de actina; Revisão Potenciais de membrana Bioeletrogênese: seres vivos capazes de gerar impulsos elétricos; - depende da movimentação de íons, entrando e saindo da célula; Concentrações importantes: Dentro de Kasa (K+) – NA (Na+) rua; Essa concentração é gerada pela proteína bomba de sódio-potássio (transporte ativo) que transporta 3 moléculas de sódio para fora e duas moléculas de potássio para dentro – deixando o meio intracelular negativo e o de fora positivo; Na membrana também é possível encontrar os canais de íons, que por transporte passivo também deslocam íons – a favor do gradiente de concentração; Potencial de repouso da membrana - polarizada A.Protoplasmático A.Fibroso Micróglia Oligodendrócito P1 – SAU 608 Williane T Santos Potencial de membrana é qualquer variação de força elétrica medida na membrana plasmática; ❖ Determinantes do potencial de membrana: 1. Gradiente de concentração dos íons; 2. Permeabilidade da membrana; Depende do tipo de canal que existe na membrana: - abertos (menor quantidade e estão sempre abertos); - com portões que abrem e fecham (mais abundantes na membrana e dependem da variação do potencial); ↪ Tipos: Ligante sensível: precisam da ligação com alguma molécula para ser ativados, como hormônios ou neurotransmissores; Mecanossensível: se abrem em resposta a forças físicas, como pressão ou estiramento. Ex. Neurônios sensoriais; Canais voltagem dependente: respondem a variação no potencial de membrana – a maioria dos canais; ↪ Variações de potencial de membrana: - potencial de repouso – negativo dentro e positivo fora; - potencial graduado – são encontrados nos canais ligantes sensíveis e mecanossensível, presente no corpo celular; *perdem força ao se distanciarem do ponto de origem; *Por que isso acontece? - vazamento de corrente, pelos canais de membrana que são abertos – ocorre saída de cargas positivas; - resistência que o citoplasma oferece a passagem dessas cargas; *Para que ocorra o potencial de ação, o potencial graduado tem que ser forte o suficiente para chegar até a zona de gatilho/cone de implantação; - potencial de ação – canais voltagem dependente encontrados na zona de gatilho (cone de implantação) e no axônio; O disparo vai ocorrer assim que o potencial graduado chegue ao valor necessário para iniciar a despolarização da célula – abertura dos canais de sódio voltagem dependente (influxo rápido de sódio para dentro da célula alterando a carga que antes era negativa para positiva); *Fenômeno do tudo ou nada - o potencial de ação só vai gerar a despolarização se atingir o limiar de ação da membrana, caso não chegue até esse valor, a membrana não despolariza; Importante lembra que não é apenas um único potencial de ação que vai acontecer ao longo da P1 – SAU 608 Williane T Santos célula – é similar ao movimento de uma fileira de dominó: Ativação e Inativação do Canal de Sódio Regulado pela Voltagem - quando a comporta de ativação está fechada e a comporta de inativação está aberta – canal está fechado; - quando a comporta de ativação e inativação estão abertas – canal está aberto; - quando a comporta de ativação está aberta e a de inativação está fechada – canal está inativado; OBS: existe uma sequência para a ocorrência de eventos nesses canais, sendo que o fechado só pode abrir e o aberto só pode ser inativado, sendo que quando inativo ele irá fechar posteriormente; - esses eventos são estimulados pela variação de energia que ocorre na membrana; - quando a célula está em repouso o canal está fechado, quando ocorre despolarização ele abre e na hiperpolarização ele se inativa, voltando a ficar fechado quando a membrana volta a seu padrão de repouso; - a comporta inativada só vai reabrir quando o potencial de membrana retornar ou se aproximar do potencial de repouso na condição original – por essa razão, usualmente não é possível para o canal de sódio voltar a abrir sem que a fibra nervosa seja primeiro repolarizada; Canal de Potássio Regulado pela Voltagem e sua Ativação P1 – SAU 608 Williane T Santos - possui apenas uma comporta; - quando o potencial de membrana sai do valor - 90 para zero, esses canais começam a se abrir; - entretanto, a abertura desses canais é mais lenta que os canais de sódio, o que faz com que eles se abram bem próximo ao fechado dos canais de sódio – aumentando a velocidade de repolarização da membrana; Importante!!! A presença de dois portões nos canais de Na+ possui um importante papel no fenômeno conhecido como período refratário. ↪ Período refratário absoluto: uma vez que um potencial de ação tenha iniciado, um segundo potencial de ação não pode ser disparado durante cerca de -2 ms, independentemente da intensidade do estímulo. - tempo necessário para os portões do canal de Na retornarem à sua posição de repouso; ↪ Período refratário relativo segue o período refratário absoluto. - Durante o período refratário relativo, alguns dos portões dos canais de Na já retornaram à sua posição original. Além disso, durante o período refratário absoluto, os canais de K ainda estão abertos. - Os canais de Na que ainda não retornaram completamente à posição de repouso podem ser reabertos por um potencial graduado mais intenso do que o normal. Condução dos potenciais de ação O potencial de ação é capaz de percorrer várias distancias sem perder energia - condução; - o fluxo corrente para frente ao longo do axônio eventualmente morreria se não fosse pelos canais dependentes de voltagem; Potencial de ação atinge a membrana e abre os canais de sódio – as cargas positivas se espalham por um fluxo corrente local para porções adjacentes; - o fluxo corrente local em direção ao terminal axonal inicia a condução do potencial de ação; - a entrada contínua de sódio durante a abertura dos canais de sódio ao longo do axônio significa que a força do sinal não reduzirá enquanto o potencial de ação se propaga; Obs: a porção do axônio que recentemente finalizou um potencial de ação está no período refratário absoluto, com os seus canais de sódio inativados; Condução em axônios mielinizados - axônios não mielinizados possuem baixa resistência ao vazamento de corrente; - a condução em axônios mielinizados é mais rápida; - a mielina é uma membrana resistente que minimiza o vazamento do fluxo corrente para fora da célula; - ela limita a quantidade de membrana em contato com o liquido extracelular – a área exposta é apenas o nódulo de Ranvier; P1 – SAU 608 Williane T Santos - o processo de condução nesses axônios é igual, porém vai ocorrer apenas nos nódulos mielinizados; - Cada nó possui uma grande concentração de canais de Na+ dependentes de voltagem, que se abrem com a despolarizaçãoe permitem a entrada de sódio no axônio – condução saltatória. - em neurônios mielinizados, apenas os nódulos necessitam de canais de Na, devido às propriedades isolantes da bainha de mielina; - Assim, quando o potencial de ação passa pelos segmentos mielinizados, a sua condução não é retardada pela abertura de canais. - A condução saltatória é, então, uma alternativa eficaz para os axônios de grande diâmetro e permite a condução rápida de potenciais de ação nos axônios pequenos. IMPORTANTE: Doenças desmielinizantes. - a perda da mielina tem efeitos danosos na sinalização nervosa; - no SNC e no SNP a perda de mielina retarda a condução dos potenciais de ação; - como também terá mais o isolamento do axônio, ocorre extravasamento de cargas e a energia do potencial que chega ao neurônio pode não ser suficiente para ultrapassar o limiar de ação; *Esclerose Múltipla (SNC) *Síndrome de Guillain-Barré (SNP) - É caracterizada por uma grande variedade de queixas neurológicas, incluindo fadiga, fraqueza muscular, dificuldade ao caminhar e perda de visão. - Uma maneira de diagnosticar a síndrome de Guillain-Barré, a esclerose múltipla e outras doenças desmielinizantes é pelo teste de condução nervosa. - Esse teste mede a força combinada dos potenciais de ação de muitos neurônios e a velocidade em que são conduzidos quando percorrem os axônios. Fatores químicos que alteram a atividade elétrica Várias substâncias químicas alteram a condução do potencial de ação ao se ligarem aos canais de Na+, K+ ou Ca2+ presentes na membrana neuronal; - uma alta concentração de íons cálcio no líquido extracelular diminui a permeabilidade para os íons sódio, ao mesmo tempo reduzindo a excitabilidade. Por essa razão, os íons cálcio são ditos serem “estabilizadores”. - substâncias usadas clinicamente como anestésicos locais, incluindo a procaína e a tetracaína – atua diretamente sobre as comportas de ativação dos canais de sódio, dificultando, de forma muito acentuada, a abertura dessas comportas, e, desse modo, reduzindo a excitabilidade da membrana. - As alterações nas concentrações de K e Ca2 no líquido extracelular também são associadas a atividades elétricas anormais no sistema nervoso. - Se a concentração sanguínea de K sair do seu valor de referência de 3,5 a 5 mmol/L, o resultado é a alteração do potencial de membrana em repouso das células; P1 – SAU 608 Williane T Santos Hipercalemia (↑ K+) - altera o potencial de membrana em repouso de um neurônio a valores próximo ao limiar e faz a célula disparar potenciais de ação em resposta a potenciais graduados menores; Hipocalemia (↓ K+) - o potencial de membrana em repouso hiperpolariza, sendo necessária uma intensidade maior para a ocorrência do impulso nervoso; - Nesse caso, um estímulo forte o suficiente para disparar um potencial de ação quando o potencial de repouso é o normal de 70 mV não alcança o valor limiar; - resulta em fraqueza muscular – neurônios que comandam os músculos esqueléticos não estão disparam potencial de ação normalmente; Sinapses - As sinapses são junções especializadas entre neurônios, que facilitam a transmissão dos impulsos de um neurônio (pré-sináptico) para outro neurônio (pós-sináptico); - também ocorrem entre axônios e células efetoras; ↪ As sinapses entre os neurônios podem ser classificadas, morfologicamente, da seguinte maneira: → axoaxônica: entre axônios; → axodendrítica: entre axônios e dendritos (+abundante); → axossomática: entre o axônio e o corpo celular; - O número de sinapses em um neurônio ou em seus prolongamentos pode variar de algumas a dezenas de milhares por neurônio; Tipos de sinapses: A classificação depende do mecanismo de condução dos impulsos nervosos e do modo pelo qual o potencial de ação é gerado nas células- alvo. Elétricas - contêm junções comunicantes que possibilitam o movimento de íons entre as células e, consequentemente, a propagação direta da corrente elétrica de uma célula para outra. Não necessitam de neurotransmissores para a sua função; - é bidirecional; Química - A condução dos impulsos é realizada pela liberação de substâncias químicas (neurotransmissores) pelo neurônio pré-sináptico. #Componentes de uma sinapse química: ↪ elemento pré-sináptico (botão pré-sináptico ou componente pré-sináptico); - é a extremidade do prolongamento do neurônio a partir da qual são liberados os neurotransmissores; - caracteriza-se pela existência de vesículas sinápticas, estruturas envolvidas por membrana, que variam de 30 a 100 nm de diâmetro e que contêm neurotransmissores; - A ligação e a fusão das vesículas sinápticas com a membrana plasmática pré P1 – SAU 608 Williane T Santos sináptica são mediadas por uma família de proteínas transmembrana, denominadas SNARE: v-SNARE (ligadas a vesículas) e t-SNARE (proteínas ligadas à membrana alvo encontradas em áreas especializadas da membrana pré- sináptica). - A membrana da vesícula acrescentada à membrana pré-sináptica é recuperada por endocitose e reprocessada em vesículas sinápticas pelo retículo endoplasmático liso (REL) localizado na terminação nervosa; ↪ fenda sináptica é um espaço de 20 a 30 nm, que separa o neurônio pré-sináptico do neurônio pós-sináptico ou da célula-alvo, que o neurotransmissor precisa atravessar; ↪ A membrana pós-sináptica (componente póssináptico) contém sítios receptores, que interagem com o neurotransmissor. - Esse componente é formado a partir de uma porção da membrana plasmática do neurônio pós-sináptico; Características especiais das sinapses # Fadiga sináptica Exaustão total ou parcial dos estoques de neurotransmissores como forma de proteção do organismo – no ataque epilético tem uma superestimulação a liberação dos neurotransmissores; - é importante que o neurotransmissor acaba para inibir esse problema; Acidose e alcalose Acidose Diminui a transmissão sináptica e a alcalose aumenta essa transmissão; Hipóxia Redução dos níveis de oxigênio diminui a transmissão sináptica – depende de muito ATP por isso para; Retardo sináptico Apenas na sinapse química – tempo do cálcio entrar na célula e produzir todo o efeito de liberação de vesículas e neurotransmissores; Neurotransmissores -Alguns são produzidos no corpo celular e serão direcionados até o terminal axônico por meio de microfibras; - Alguns também podem já ser formados já no terminal axônico; - São direcionadas por meio de uma vesícula produzida pelo complexo de golgi, no caso da dopamina é um transporte do tipo anti-poter do tipo trocador de H+ - Quando ocorre a despolarização da membrana, no terminal axônico serão abertos canais de cálcio voltagem dependente – íon Ca entra na membrana e se liga a proteína chamada calmodulina – esse complexo ativa a tubulinocinase – começa a fosforilar a tubina, que é uma proteína presente nos microtubulos (filamento do citoesqueleto); P1 – SAU 608 Williane T Santos - A partir disso vai acontecer o endereçamento das vesículas sinápticas para o terminal axônico, que vai se fundir a membrana (complexo de fusão, com a participação das proteínas t e v-snare) para liberar os neurotransmissores para a fenda sináptica (os fosfolipídeos se afastam); Os neurotransmissoresliberados podem interagir tanto com o receptor pré-sináptico quanto com o receptor pós-sináptico – irá produzir efeito; Nesse caso a noradrenalina está se ligando aos receptores alfa2 do receptor pré-sináptico modulando negativamente a adenilociclase, inibindo a transformação do AMPc que age na abertura dos canais de cálcio; Tipos de receptores neurócrinos Ionotrópico: aquele em que o próprio receptor já é um canal iônico – é ativado diretamente pelos neurotransmissores; - apresentam uma resposta rápida; Metabotrópico: o receptor está atrelado a várias proteínas, como a proteína G, que vai mediar a ação de enzimas para produção de segundo mensageiro para que o canal seja regulado; - é de ação lenta; - ativação de forma indireta; Efeito dos neurotransmissores: Excitatória: aumenta a permeabilidade do sódio, pois ao abrir os canais de sódio favorece o processo de despolarização – potencial pós- sináptico excitatório (PPSE); Inibitória: estimula a abertura dos canais de cloreto, que por ser carga negativa vai hiperpolarizar a célula, aumentando o limiar do P1 – SAU 608 Williane T Santos potencial de ação – potencial pós-sináptico inibitório (PPSI); Quanto a velocidade Rápidos: síntese no botão terminal, empacotados em vesículas pequenas e produzidas em grande quantidade; - de ação rápida e curta; - agem a nível de síntese; Divisão em classes: ↪ Classe I: acetilcolina – fundamental para o SN Autônomo e SN Somático, esta envolvido com a memória e com o sono REM, no sistema nervoso simpático as fibras pré-ganglionares são colinérgicas; - indução da resposta oposta a de fuga ↪ Classe II: aminas - Norepinefina: sistema nervoso simpático, indução de resposta de fuga; - Epinefrina; - Dopamina; - Serotonina; - Histamina; ↪ Classe III: aminoácidos - GABA – essência inibitória, importante na produção de anestesia geral; - Glicina; - Glutamato – essência excitatória; - Aspartato. ↪ Classe IV: outros - óxido nítrico – ereção peniana, vasodilatação; - Adenosina; Lentos (neuropeptídios): síntese no corpo celular e são transportados até o final do axônio; - podem agir longe da sinapse; - ação lenta e duradoura; - empacotados em vesículas grandes e direcionados para o final; Classes: ↪ Hormônio liberadores hipotalâmicos: - TRF – estimula a adenohipofise a produzir e liberar o TSH; - GnRH – estimula a adenohipofise a produzir e liberar as gonadotrofinas; - GHIH ↪ Peptídeos hipofisários: - ACTH; - PRL; - TSH; - GH; - CRH; ↪ Peptídeos que agem no intestino e no cérebro: - Encefalina; - Substância P; - Gastrina; - CCK; - VIP; ↪ De outros tecidos: - Angiotensina II; - Calcitonina; - Bradicinina; Somação dos potenciais sinápticos Espacial: quando eu tenho vários axônios de neurônios distintos chegando a um neurônio e liberando um potencial pós-sináptico em vários pontos diferentes – gerando uma sinapse e somando todos é possível alcançar o limiar e gerar o potencial de ação; Temporal: quando um mesmo axônio chegando a um ponto em um neurônio, porém com vários potenciais de ação diferentes (frequências diferentes) – pela somação pode alcançar o limiar de despolarização; Observações importantes: Anfetamina e a cocaína agem aumentando o tempo das catecolaminas nas fendas sinápticas; - aumenta o tempo de noradrenalina, dopamina – superprodução do efeito; A anfetamina aumenta a liberação de noradrenalina e a cocaína inibe a receptação de dopamina; P1 – SAU 608 Williane T Santos NÃO ESQUECER Os axônios lesionados no sistema nervoso periférico (SNP) são capazes de se regenerar e os axônios seccionados no sistema nervoso central (SNC) não proque os oligodendrócitos e as células da micróglia do SNC são incapazes de fagocitar eficientemente os resíduos de mielina. Referências Ross Junqueira Silverthom Guyton ▶❖⇨▹ ⇨✽☆◆▲٭¤●→→↪↑↓↳ →
Compartilhar