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P1 - histologia tecido nervoso

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P1 – SAU 608 Williane T Santos 
 
 
 
- Tecido é a união de células que desempenham 
uma função similar; 
- Nesse caso, o tecido nervoso está distribuído 
por todo o organismo, interligando-se e formando 
uma rede de comunicação, que constitui o 
sistema nervoso; 
Apresenta dois componentes principais: 
↪ Neurônios (com longos prolongamentos); 
↪ Célula da glia ou neuroglia (dá sustentação 
ao neurônio); 
Existe uma segregação no SNC em relação ao 
local de corpos celulares de neurônios e seus 
prolongamentos: 
↪ Substância cinzenta: local em que se 
encontram os corpos celulares de neurônios, 
prolongamentos e células da glia – tem esse 
nome pela sua coloração macroscópica; 
↪ Substância branca: não apresenta corpos 
celulares de neurônios e sim prolongamentos e 
células da glia – tem essa coloração pela grande 
quantidade de mielina (reveste os 
prolongamentos); 
 
 Funções fundamentais do sistema 
nervoso: 
- detectar, transmitir, analisar e utilizar as 
informações geradas pelos estímulos sensoriais 
representados por calor, luz, energia mecânica e 
modificações químicas do ambiente externo e 
interno; 
- organizar e coordenar, direta ou indiretamente, 
o funcionamento de quase todas as funções do 
organismo, entre as funções motoras, viscerais, 
endócrinas e psíquicas. 
- estabiliza as condições intrínsecas do 
organismo, como pressão sanguínea, tensão de 
O2 e de CO2, teor de glicose, de hormônios e pH 
do sangue; 
- participa dos padrões de comportamento: 
alimentação, reprodução, defesa e interação com 
outros seres vivos; 
Neurônios 
- Unidade funcional do sistema nervoso; 
- Consiste em um corpo celular, que contém o 
núcleo, e em vários prolongamentos de 
comprimento variável; 
- Responsáveis pela recepção, transmissão e 
processamento de estímulos; 
- Estão dispostos como uma cadeia que forma 
uma rede integrada de comunicação; 
- O contato especializado entre os neurônios que 
promove essa transmissão é a sinapse; 
- O SN contém mais de 10 bilhões de neurônios; 
 Formado por: 
Dendritos: prolongamentos numerosos, 
especializados em receber os estímulos do meio 
ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de 
outros neurônios; 
- transmitem impulsos da periferia em direção aos 
corpos celulares; 
Corpo celular (pericárdio): centro trófico da 
célula contém o núcleo e o nucléolo e também é 
capaz de receber estímulos; 
- pode ser esférico, piriforme ou anguloso; 
 
Axônio: prolongamento único, especializado na 
condução de impulsos; 
Histologia Histologia 
Tecido Nervoso 
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- normalmente o neurônio possui apenas um; 
- transmite impulsos do corpo celular para um 
terminal especializado (sinapse – estabelece 
contato com outro neurônio ou com uma célula 
efetora); 
 
 Classificação quanto à função: 
↪ Neurônios sensitivos (aferentes): transmitem o 
impulso nervoso dos receptores para o SNC; 
 
- seus prolongamentos estão envoltos por fibras 
nervosas aferentes somáticas e viscerais; 
 → aferentes somáticas: transmitem a 
sensação de dor, temperatura, tato e pressão a 
partir da superfície corporal; 
 → aferentes viscerais: transmitem 
impulsos de dor e outras sensações a partir dos 
órgãos internos, das mucosas, das glândulas e 
dos vasos sanguíneos; 
↪ Neurônios motores (eferentes): transmitem o 
impulso nervoso do SNC para os órgãos efetores 
(executam as respostas aos estímulos); 
 
- seus prolongamentos são envoltos por fibras 
nervosas eferentes somáticas e viscerais; 
 → eferentes somáticas: enviam estímulos 
voluntários para os músculos esqueléticos; 
 → eferentes viscerais: enviam impulsos 
involuntários para o músculo cardíaco (fibras de 
purkinje), músculo liso e glândulas; 
↪ Interneurônios (neurônios intercalados): 
formam uma rede de comunicação e interligação 
entre os neurônios sensitivos e motores; 
 
 Classificação quanto a morfologia: 
↪ Neurônios bipolares 
- tem um dendrito e um axônio; 
- são raros; 
- estão associados aos receptores dos sentidos 
especiais: olfato, paladar, audição, visão e 
equilíbrio; 
- são encontrados na retina do olho e nos 
gânglios do nervo vestibulococlear (nervo 
craniano VIII) do ouvido; 
↪ Neurônios multipolares 
- um axônio e dois ou mais dendritos; 
- a direção dos impulsos ocorre do dendrito para 
o corpo celular para o axônio ou do corpo celular 
para o axônio; 
- ponto de vista funcional, os dendritos e o corpo 
celular dos neurônios multipolares constituem as 
porções receptoras da célula, e a sua membrana 
plasmática é especializada para a geração de 
impulsos. 
- O axônio é a porção condutora da célula, e a 
sua membrana plasmática é especializada para a 
condução de impulsos. 
- A porção terminal do axônio, a terminação 
sináptica, contém vários neurotransmissores – 
isto é, pequenas moléculas que são liberadas na 
sinapse e que afetam outros neurônios, 
células musculares e epitélio glandular. 
- Os neurônios motores e os interneurônios 
constituem a maioria dos neurônios 
multipolares no sistema nervoso 
↪ Neurônios pseudounipolar 
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- apresentam um prolongamento, o axônio, que 
se bifurca próximo do corpo celular em dois 
ramos axônicos longos, um para o SNC e um para 
periferia; 
- Os dois ramos axônicos são as unidades de 
condução; 
- eles aparecem na forma bipolar na vida 
embrionária e depois ocorre os dois 
prolongamentos se fundem por um pequeno 
percurso, próximo ao pericárdio; 
- Os impulsos são gerados nas arborizações 
(ramos) periféricas do neurônio, que constituem 
as porções receptoras da célula; 
- A maioria dos neurônios pseudounipolares 
consiste em neurônios sensitivos 
localizados próximo do SNC; 
- Os corpos celulares dos neurônios sensitivos 
estão localizados nos gânglios da raiz dorsal e nos 
gânglios dos nervos cranianos. 
 
❖ Corpo celular ou pericário 
- centro trófico do neurônio (responsável pelo 
funcionamento da célula); 
- função receptora e integradora de estímulos 
(recebe estímulos excitatórios ou inibitórios 
gerados em outras células); 
- núcleo é esférico, aparece pouco corado (seus 
cromossomos são muito distendidos – alta 
atividade sintética dessas células); 
- normalmente cada núcleo possui um nucléolo, 
grande e central; 
Obs: no sexo feminino, próximo ao nucléolo ou 
membrana celular observa-se a cromatina sexual 
sob forma de grânulo esférico; 
- No citoplasma também é possível encontrar 
muitos ribossomos – alta síntese proteica pela 
atividade do neurônio – estão organizados de 
forma aglomerada – corpúsculo de Nissi 
(basófilo); 
 → cada corpúsculo de Nissi corresponde a 
uma pilha de RER; 
- Grande quantidade de reticulo endoplasmático 
rugoso – o número vai variar do tipo de célula e 
do estado funcional do neurônio (+ nos motores); 
- O citoplasma também contém grande 
quantidade de: 
 ↪ complexo de golgi: grupo de cisternas 
localizadas em torno do núcleo; 
↪ mitocrôndrias: em pequena quantidade no 
corpo celular e em maior quantidade no terminal 
axônico; 
↪ lisossomos; 
↪ neurofilamentos: filamentos intermediários 
abundantes tanto no pericárdio como nos 
prolongamentos; 
OBS: na coloração de impregnação de prata 
ocorre deposição de prata e as neurofibrilas ficam 
visíveis; 
↪ microtúbulos e inclusões citoplasmáticas; 
- Em alguns locais também são encontrados 
grânulos de melanina, ainda sem função 
definida; 
- Outropigmento às vezes encontrado é a 
lipofuscina de cor parda – resultado da 
degradação realizada pelos lisossomos, acumula 
lipídeos; 
 
IMPORTANTE! 
- normalmente na área próximo ao axônio (cone 
axônico) não são encontrados grandes organelas, 
o que serve de característica para identificar a 
área histológica que está sendo visualizada 
(axônio ou dendrito); 
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LEMBRAR: 
- O neurônio não tem capacidade mitótica, porém 
seus componentes celulares podem se renovar 
regularmente, conferindo uma vida útil de horas, 
dias ou semanas; 
⇨ Foi constatado que o cérebro adulto retém 
algumas células que exibem potencial de 
regeneração. Em determinadas regiões do 
cérebro, como o bulbo olfatório e o giro denteado 
do hipocampo, essas células tronco neurais são 
capazes de sofrer mitose e gerar novos 
neurônios. Esses neurônios caracterizam-se pela 
expressão de uma proteína do filamento 
intermediário de 240 kDa, a nestina, utilizada 
para identifica-los por métodos histoquímicos. 
 
❖ Dendritos 
- prolongamentos citoplasmáticos que recebem 
estímulo de outros neurônios ou do ambiente; 
- aumentam consideravelmente a superfície 
celular – árvores dendríticas (ramificações 
extensas); 
- não são mielinizados; 
- eles tornam-se mais finos à medida que sai do 
corpo celular e vai se ramificando; 
- a composição do seu citoplasma na base do 
corpo celular é semelhante ao do pericárdio, 
porém quando vai se distanciando ele não possui 
complexo de golgi; 
- os impulsos que chegam aos neurônios são 
recebidos pelas pequenas projeções dos dendritos 
– as espinhas ou gêmulas (parte alongada 
presa ao dendrito e uma dilatação na ponta); 
 
 → são o primeiro local de processamento dos 
sinais que chegam ao neurônio; 
 → participam da plasticidade dos neurônios 
relacionada com a adaptação, a memória e o 
aprendizado; 
 → são estruturas dinâmicas com plasticidade 
morfológica baseada na proteína actina; 
❖ Axônio 
 
- são prolongamentos nervosos que transmitem 
estímulos nervosos para outros neurônios ou para 
células efetoras; 
- cada neurônio contém apenas um axônio; 
- tem comprimento e diâmetro variável conforme 
o tipo de neurônio; 
Dendrito 
Núcleo 
Nucleolo 
Corpúsculo de 
Nissi 
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- tem origem numa estrutura piramidal do corpo 
celular – cone de implantação (axônico); 
- em axônios mielinizados a parte do axônio entre 
o cone de implantação e o início da bainha de 
mielina é o segmento inicial; 
 → este segmento recebe muitos estímulos 
(excitatórios e inibitórios) cujo resultado pode 
originar-se um potencial de ação cuja propagação 
é o impulso nervoso; 
 → possui vários canais iônicos – 
importantes no impulso nervoso; 
- o citoplasma do axônio (axoplasma) é pobre em 
organelas, mas possui muitos microfilamentos e 
microtúbulos; 
OBS: essa pequena quantidade de organelas 
indica que sua atividade é mantida pela atividade 
sintética do pericárdio; 
- a porção final do axônio é muito ramificada e 
chama-se telodendro; 
↪ O centro de produção de proteínas é o 
pericárdio, que encaminha essas moléculas para 
os axônios por meio do fluxo anterógrado, em 
duas velocidades: 
- Rápida: centenas de milímetros por dia; 
- Lenta: poucos milímetros por dia; 
↪ O transporte de substâncias também pode ser 
feito pelo fluxo contrário – retrógrado, levando 
moléculas para serem reutilizadas no corpo 
celular; 
IMPORTANTE: 
É por meio do fluxo retrógrado que o vírus da 
raiva, após penetrar nos nervos, é transportado 
para o corpo das células nervosas, provocando 
encefalite muito grave. 
Neuroglia 
Funções básicas: 
- suporte; 
- isolamento elétrico; 
- depuração de neurotransmissores; 
- troca metabólica; 
- reparo tecidual; 
- reciclagem do liquido intersticial; 
Nas lâminas coradas pela HE as células da glia 
não se destacam bem, aparecendo apenas os 
seus núcleos, entre os núcleos de dimensões 
maiores dos neurônios; 
- Para o estudo da morfologia das células da 
neuróglia utilizam-se métodos especiais de 
impregnação pela prata ou pelo ouro; 
 Macroglia 
❖ Oligodendrócito e célula de Schwammnn 
Os oligodendrócitos produzem as bainhas de 
mielina (estrutura lipídica formada pelos 
peroxissomos) que servem de isolantes elétricos 
para os neurônios do sistema nervoso central. 
- um oligo é capaz de produzir várias bainhas – 
no SNC; 
As células de schwann, cada uma produz uma 
bainha de mielina no SNP – constituição proteica 
em relação a mielina do oligo é diferente; 
 
 
 
❖ Células ependimárias (tanicitos) 
- são células epiteliais 
colunares (também são 
encontrados cúbicos) que 
revestem os ventrículos do 
cérebro e o canal central 
da medula espinal. 
- Em alguns locais as 
células ependimárias 
são ciliadas, o que facilita 
a movimentação do líquido 
cefalorraquidiano (LCR). 
- são responsáveis pela produção do LCR e sua 
movimentação; 
oligodendrócitos 
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- características dos plexos coroides; 
 
❖ Astrócito 
- são as maiores células da neuróglia; 
- formam uma rede de células dentro do SNC e 
comunicam-se com os neurônios para sustentar 
e modular muitas de suas atividades; 
- célula estrelada com múltiplas irradiações; 
- possui muitos filamentos intermediários – 
proteína GFAP (proteína ácida fibrilar glial); 
- ligam neurônios aos capilares (nutrição do 
tecido) e pia-máter; 
- pés-vasculares (região dilatada do astrócito que 
encosta nos capilares), regulam as concentrações 
de íon K; 
- receptores de NE, GABA, PNA e ANGIOII; 
- metabolizam glicose até o lactato; 
- apresenta muitas junções GAP; 
- produzem fatores neurotróficos; 
- maior seletividade da barreira hematoencefálica; 
 
- Os astrócitos não formam mielina. 
- Os espaços deixados pelos neurônios do sistema 
nervoso central mortos em razão de doenças ou 
acidentes são preenchidos pela proliferação 
(hiperplasia)e pela hipertrofia (aumento de 
volume) dos astrócitos, um processo denominado 
gliose. 
- São identificados dois tipos de astrócitos: 
 ↪ astrócitos protoplasmásticos 
predominam na camada de revestimento mais 
externa do encéfalo, denominada substância 
cinzenta. Esses astrócitos contêm numerosos 
prolongamentos citoplasmáticos curtos e 
ramificados; 
 
 
 ↪astrócitos fibrosos são mais comuns na 
porção mais interna do encéfalo, denominada 
substância branca. Esses astrócitos apresentam 
menor número de prolongamentos, os quais são 
relativamente retos. 
 
 
 Micróglia 
- prolongamentos curtos e irregulares; 
- núcleo alongado; 
- alto poder de fagocitose; 
- faz parte da defesa do tecido nervoso; 
Pé vascular 
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- origem hematogênica – macrógafo do tecido 
nervoso; 
- proliferam e tornamse ativamente fagocíticas 
(células microgliais reativas) em regiões de lesão 
ou afetadas por doença; 
- fazem parte do sistema fagocitário mononuclear 
e, portanto, originam-se de células progenitoras 
de granulócitos/monócitos; 
- As células microgliais removem bactérias, 
células defeituosas e restos de células que 
sofreram apoptose. Elas também medeiam 
reações neuroimunes, como as que ocorrem em 
condições de dor crônica; 
OBS: Quando corada com metais pesados, a 
micróglia exibeprolongamentos torcidos e curtos. 
Tanto os prolongamentos quanto 
o corpo celular são recobertos com numerosas 
espículas equivalentes à borda pregueada 
observada em outras células 
fagocíticas. 
 
O MET revela numerosos lisossomos, inclusões 
citoplasmáticas e vesículas. No entanto, a 
micróglia contém pouco RER e apenas alguns 
microtúbulos e filamentos de actina; 
 
Revisão 
 
 
Potenciais de membrana 
Bioeletrogênese: seres vivos capazes de gerar 
impulsos elétricos; 
- depende da movimentação de íons, entrando e 
saindo da célula; 
Concentrações importantes: 
Dentro de Kasa (K+) – NA (Na+) rua; 
 
Essa concentração é gerada pela proteína bomba 
de sódio-potássio (transporte ativo) que 
transporta 3 moléculas de sódio para fora e duas 
moléculas de potássio para dentro – deixando o 
meio intracelular negativo e o de fora positivo; 
Na membrana também é possível encontrar os 
canais de íons, que por transporte passivo 
também deslocam íons – a favor do gradiente de 
concentração; 
Potencial de repouso da membrana - 
polarizada 
A.Protoplasmático 
A.Fibroso 
Micróglia 
Oligodendrócito 
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Potencial de membrana é qualquer variação de 
força elétrica medida na membrana plasmática; 
❖ Determinantes do potencial de membrana: 
1. Gradiente de concentração dos íons; 
2. Permeabilidade da membrana; 
Depende do tipo de canal que existe na 
membrana: 
- abertos (menor quantidade e estão sempre 
abertos); 
 
- com portões que abrem e fecham (mais 
abundantes na membrana e dependem da 
variação do potencial); 
 ↪ Tipos: 
Ligante sensível: precisam da ligação com alguma 
molécula para ser ativados, como hormônios ou 
neurotransmissores; 
Mecanossensível: se abrem em resposta a forças 
físicas, como pressão ou estiramento. Ex. 
Neurônios sensoriais; 
Canais voltagem dependente: respondem a 
variação no potencial de membrana – a maioria 
dos canais; 
 ↪ Variações de potencial de membrana: 
- potencial de repouso – negativo dentro e 
positivo fora; 
- potencial graduado – são encontrados nos 
canais ligantes sensíveis e mecanossensível, 
presente no corpo celular; 
*perdem força ao se distanciarem do ponto de 
origem; 
*Por que isso acontece? 
- vazamento de corrente, pelos canais de 
membrana que são abertos – ocorre saída de 
cargas positivas; 
- resistência que o citoplasma oferece a 
passagem dessas cargas; 
*Para que ocorra o potencial de ação, o potencial 
graduado tem que ser forte o suficiente para 
chegar até a zona de gatilho/cone de 
implantação; 
 
- potencial de ação – canais voltagem 
dependente encontrados na zona de gatilho (cone 
de implantação) e no axônio; 
 
O disparo vai ocorrer assim que o potencial 
graduado chegue ao valor necessário para iniciar 
a despolarização da célula – abertura dos canais 
de sódio voltagem dependente (influxo rápido de 
sódio para dentro da célula alterando a carga que 
antes era negativa para positiva); 
*Fenômeno do tudo ou nada 
- o potencial de ação só vai gerar a 
despolarização se atingir o limiar de ação da 
membrana, caso não chegue até esse valor, a 
membrana não despolariza; 
Importante lembra que não é apenas um único 
potencial de ação que vai acontecer ao longo da 
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célula – é similar ao movimento de uma fileira de 
dominó: 
 
 
Ativação e Inativação do Canal de Sódio 
Regulado pela Voltagem 
 
- quando a comporta de ativação está fechada e 
a comporta de inativação está aberta – canal 
está fechado; 
- quando a comporta de ativação e inativação 
estão abertas – canal está aberto; 
- quando a comporta de ativação está aberta e a 
de inativação está fechada – canal está 
inativado; 
OBS: existe uma sequência para a ocorrência de 
eventos nesses canais, sendo que o fechado só 
pode abrir e o aberto só pode ser inativado, 
sendo que quando inativo ele irá fechar 
posteriormente; 
- esses eventos são estimulados pela variação de 
energia que ocorre na membrana; 
- quando a célula está em repouso o canal está 
fechado, quando ocorre despolarização ele abre e 
na hiperpolarização ele se inativa, voltando a ficar 
fechado quando a membrana volta a seu padrão 
de repouso; 
- a comporta inativada só vai reabrir quando o 
potencial de membrana retornar ou se aproximar 
do potencial de repouso na condição original – 
por essa razão, usualmente não é possível para o 
canal de sódio voltar a abrir sem que a fibra 
nervosa seja primeiro repolarizada; 
 
 
 
 
Canal de Potássio Regulado pela Voltagem 
e sua Ativação 
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- possui apenas uma comporta; 
- quando o potencial de membrana sai do valor -
90 para zero, esses canais começam a se abrir; 
- entretanto, a abertura desses canais é mais 
lenta que os canais de sódio, o que faz com que 
eles se abram bem próximo ao fechado dos 
canais de sódio – aumentando a velocidade de 
repolarização da membrana; 
 
Importante!!! 
A presença de dois portões nos canais de Na+ 
possui um importante papel no fenômeno 
conhecido como período refratário. 
↪ Período refratário absoluto: uma vez que 
um potencial de ação tenha iniciado, um segundo 
potencial de ação não pode ser disparado durante 
cerca de -2 ms, independentemente da 
intensidade do estímulo. 
- tempo necessário para os portões do canal de 
Na retornarem à sua posição de repouso; 
↪ Período refratário relativo segue o período 
refratário absoluto. 
- Durante o período refratário relativo, alguns dos 
portões dos canais de Na já retornaram à sua 
posição original. Além disso, durante o período 
refratário absoluto, os canais de 
K ainda estão abertos. 
- Os canais de Na que ainda não retornaram 
completamente à posição de repouso podem ser 
reabertos por um potencial graduado mais 
intenso do que o normal. 
Condução dos potenciais de ação 
 
 
O potencial de ação é capaz de percorrer várias 
distancias sem perder energia - condução; 
- o fluxo corrente para frente ao longo do axônio 
eventualmente morreria se não fosse pelos canais 
dependentes de voltagem; 
Potencial de ação atinge a membrana e abre os 
canais de sódio – as cargas positivas se espalham 
por um fluxo corrente local para porções 
adjacentes; 
- o fluxo corrente local em direção ao terminal 
axonal inicia a condução do potencial de ação; 
- a entrada contínua de sódio durante a abertura 
dos canais de sódio ao longo do axônio significa 
que a força do sinal não reduzirá enquanto o 
potencial de ação se propaga; 
Obs: a porção do axônio que recentemente 
finalizou um potencial de ação está no período 
refratário absoluto, com os seus canais de sódio 
inativados; 
Condução em axônios mielinizados 
- axônios não mielinizados possuem baixa 
resistência ao vazamento de corrente; 
- a condução em axônios mielinizados é mais 
rápida; 
- a mielina é uma membrana resistente que 
minimiza o vazamento do fluxo corrente para fora 
da célula; 
- ela limita a quantidade de membrana em 
contato com o liquido extracelular – a área 
exposta é apenas o nódulo de Ranvier; 
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- o processo de condução nesses axônios é igual, 
porém vai ocorrer apenas nos nódulos 
mielinizados; 
- Cada nó possui uma grande 
concentração de canais de Na+ dependentes de 
voltagem, que se abrem com a despolarizaçãoe 
permitem a entrada de sódio no 
axônio – condução saltatória. 
- em neurônios mielinizados, apenas os nódulos 
necessitam de canais de Na, devido às 
propriedades isolantes da bainha de mielina; 
- Assim, quando o potencial de ação 
passa pelos segmentos mielinizados, a sua 
condução não é retardada pela abertura de 
canais. 
- A condução saltatória é, então, uma alternativa 
eficaz para os axônios de grande diâmetro e 
permite a condução rápida de 
potenciais de ação nos axônios pequenos. 
 
IMPORTANTE: Doenças desmielinizantes. 
 
- a perda da mielina tem efeitos danosos na 
sinalização nervosa; 
- no SNC e no SNP a perda de mielina retarda a 
condução dos potenciais de ação; 
- como também terá mais o isolamento do 
axônio, ocorre extravasamento de cargas e a 
energia do potencial que chega ao neurônio pode 
não ser suficiente para ultrapassar o limiar de 
ação; 
 
*Esclerose Múltipla (SNC) 
*Síndrome de Guillain-Barré (SNP) 
- É caracterizada por uma grande variedade de 
queixas neurológicas, incluindo fadiga, fraqueza 
muscular, dificuldade ao caminhar e perda de 
visão. 
- Uma maneira de diagnosticar a síndrome de 
Guillain-Barré, a esclerose múltipla e 
outras doenças desmielinizantes é pelo teste de 
condução nervosa. 
- Esse teste mede a força combinada dos 
potenciais de ação de muitos neurônios e a 
velocidade em que são conduzidos quando 
percorrem os axônios. 
Fatores químicos que alteram a atividade 
elétrica 
Várias substâncias químicas alteram a condução 
do potencial de ação ao se ligarem aos canais de 
Na+, K+ ou Ca2+ presentes na membrana 
neuronal; 
- uma alta concentração de íons cálcio no 
líquido extracelular diminui a permeabilidade para 
os íons sódio, ao mesmo tempo reduzindo a 
excitabilidade. Por essa razão, os íons cálcio são 
ditos serem “estabilizadores”. 
- substâncias usadas clinicamente como 
anestésicos locais, incluindo a procaína 
e a tetracaína – atua diretamente sobre as 
comportas de ativação dos canais de sódio, 
dificultando, de forma muito acentuada, a 
abertura dessas comportas, e, desse modo, 
reduzindo a excitabilidade da membrana. 
- As alterações nas concentrações de K e Ca2 no 
líquido extracelular também são associadas a 
atividades elétricas anormais no sistema nervoso. 
- Se a concentração sanguínea de K sair do 
seu valor de referência de 3,5 a 5 mmol/L, o 
resultado é a alteração do potencial de 
membrana em repouso das células; 
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Hipercalemia (↑ K+) 
- altera o potencial de membrana em repouso de 
um neurônio a valores próximo ao limiar e faz a 
célula disparar potenciais de ação em resposta a 
potenciais graduados menores; 
Hipocalemia (↓ K+) 
- o potencial de membrana em repouso 
hiperpolariza, sendo necessária uma intensidade 
maior para a ocorrência do impulso nervoso; 
- Nesse caso, um estímulo forte o suficiente para 
disparar um potencial de ação quando o potencial 
de repouso é o normal de 70 mV não alcança o 
valor limiar; 
- resulta em fraqueza muscular – neurônios que 
comandam os músculos esqueléticos não estão 
disparam potencial de ação normalmente; 
 
Sinapses 
- As sinapses são junções especializadas 
entre neurônios, que facilitam a transmissão 
dos impulsos de um neurônio (pré-sináptico) para 
outro neurônio (pós-sináptico); 
- também ocorrem entre axônios e células 
efetoras; 
↪ As sinapses entre os neurônios podem ser 
classificadas, morfologicamente, da seguinte 
maneira: 
 → axoaxônica: entre axônios; 
 → axodendrítica: entre axônios e dendritos 
(+abundante); 
 → axossomática: entre o axônio e o corpo 
celular; 
 
- O número de sinapses em um neurônio ou em 
seus prolongamentos pode variar de algumas a 
dezenas de milhares por neurônio; 
 
Tipos de sinapses: 
A classificação depende do mecanismo de 
condução dos impulsos nervosos e do modo pelo 
qual o potencial de ação é gerado nas células-
alvo. 
 Elétricas 
- contêm junções comunicantes que 
possibilitam o movimento de íons entre as células 
e, consequentemente, a propagação direta da 
corrente elétrica de uma célula para 
outra. Não necessitam de neurotransmissores 
para a sua função; 
- é bidirecional; 
 
 Química 
- A condução dos impulsos é realizada pela 
liberação de substâncias químicas 
(neurotransmissores) pelo neurônio pré-sináptico. 
#Componentes de uma sinapse química: 
↪ elemento pré-sináptico (botão pré-sináptico 
ou componente pré-sináptico); 
- é a extremidade do prolongamento do 
neurônio a partir da qual são liberados os 
neurotransmissores; 
- caracteriza-se pela existência de vesículas 
sinápticas, estruturas envolvidas por membrana, 
que variam de 30 a 100 nm de diâmetro e que 
contêm neurotransmissores; 
- A ligação e a fusão das vesículas sinápticas com 
a membrana plasmática pré 
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sináptica são mediadas por uma família de 
proteínas transmembrana, denominadas SNARE: 
v-SNARE (ligadas a vesículas) e t-SNARE 
(proteínas ligadas à membrana alvo encontradas 
em áreas especializadas da membrana pré-
sináptica). 
- A membrana da vesícula acrescentada à 
membrana pré-sináptica é recuperada por 
endocitose e reprocessada em vesículas 
sinápticas pelo retículo endoplasmático liso (REL) 
localizado na terminação nervosa; 
↪ fenda sináptica é um espaço de 20 a 30 nm, 
que separa o neurônio pré-sináptico do neurônio 
pós-sináptico ou da célula-alvo, que o 
neurotransmissor precisa atravessar; 
 
↪ A membrana pós-sináptica (componente 
póssináptico) contém sítios receptores, que 
interagem com o neurotransmissor. 
- Esse componente é formado a partir de uma 
porção da membrana plasmática do neurônio 
pós-sináptico; 
Características especiais das sinapses #
 Fadiga sináptica 
Exaustão total ou parcial dos estoques de 
neurotransmissores como forma de proteção do 
organismo – no ataque epilético tem uma 
superestimulação a liberação dos 
neurotransmissores; 
- é importante que o neurotransmissor acaba 
para inibir esse problema; 
 Acidose e alcalose 
Acidose Diminui a transmissão sináptica e a 
alcalose aumenta essa transmissão; 
 Hipóxia 
Redução dos níveis de oxigênio diminui a 
transmissão sináptica – depende de muito ATP 
por isso para; 
 Retardo sináptico 
Apenas na sinapse química – tempo do cálcio 
entrar na célula e produzir todo o efeito de 
liberação de vesículas e neurotransmissores; 
Neurotransmissores 
-Alguns são produzidos no corpo celular e serão 
direcionados até o terminal axônico por meio de 
microfibras; 
- Alguns também podem já ser formados já no 
terminal axônico; 
- São direcionadas por meio de uma vesícula 
produzida pelo complexo de golgi, no caso da 
dopamina é um transporte do tipo anti-poter do 
tipo trocador de H+ 
 
- Quando ocorre a despolarização da membrana, 
no terminal axônico serão abertos canais de 
cálcio voltagem dependente – íon Ca entra na 
membrana e se liga a proteína chamada 
calmodulina – esse complexo ativa a 
tubulinocinase – começa a fosforilar a tubina, 
que é uma proteína presente nos microtubulos 
(filamento do citoesqueleto); 
 
 
P1 – SAU 608 Williane T Santos 
- A partir disso vai acontecer o endereçamento 
das vesículas sinápticas para o terminal 
axônico, que vai se fundir a membrana 
(complexo de fusão, com a participação das 
proteínas t e v-snare) para liberar os 
neurotransmissores para a fenda sináptica (os 
fosfolipídeos se afastam); 
 
Os neurotransmissoresliberados podem interagir 
tanto com o receptor pré-sináptico quanto com o 
receptor pós-sináptico – irá produzir efeito; 
 
Nesse caso a noradrenalina está se ligando aos 
receptores alfa2 do receptor pré-sináptico 
modulando negativamente a adenilociclase, 
inibindo a transformação do AMPc que age na 
abertura dos canais de cálcio; 
 
Tipos de receptores neurócrinos 
Ionotrópico: aquele em que o próprio receptor já 
é um canal iônico – é ativado diretamente pelos 
neurotransmissores; 
- apresentam uma resposta rápida; 
 
Metabotrópico: o receptor está atrelado a várias 
proteínas, como a proteína G, que vai mediar a 
ação de enzimas para produção de segundo 
mensageiro para que o canal seja regulado; 
- é de ação lenta; 
- ativação de forma indireta; 
 
 
 Efeito dos neurotransmissores: 
Excitatória: aumenta a permeabilidade do 
sódio, pois ao abrir os canais de sódio favorece o 
processo de despolarização – potencial pós-
sináptico excitatório (PPSE); 
Inibitória: estimula a abertura dos canais de 
cloreto, que por ser carga negativa vai 
hiperpolarizar a célula, aumentando o limiar do 
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potencial de ação – potencial pós-sináptico 
inibitório (PPSI); 
 Quanto a velocidade 
Rápidos: síntese no botão terminal, 
empacotados em vesículas pequenas e 
produzidas em grande quantidade; 
- de ação rápida e curta; 
- agem a nível de síntese; 
Divisão em classes: 
↪ Classe I: acetilcolina – fundamental para o SN 
Autônomo e SN Somático, esta envolvido com a 
memória e com o sono REM, no sistema nervoso 
simpático as fibras pré-ganglionares são 
colinérgicas; 
- indução da resposta oposta a de fuga 
↪ Classe II: aminas 
- Norepinefina: sistema nervoso simpático, 
indução de resposta de fuga; 
- Epinefrina; 
- Dopamina; 
- Serotonina; 
- Histamina; 
↪ Classe III: aminoácidos 
- GABA – essência inibitória, importante na 
produção de anestesia geral; 
- Glicina; 
- Glutamato – essência excitatória; 
- Aspartato. 
↪ Classe IV: outros 
- óxido nítrico – ereção peniana, vasodilatação; 
- Adenosina; 
Lentos (neuropeptídios): síntese no corpo celular 
e são transportados até o final do axônio; 
- podem agir longe da sinapse; 
- ação lenta e duradoura; 
- empacotados em vesículas grandes e 
direcionados para o final; 
Classes: 
↪ Hormônio liberadores hipotalâmicos: 
- TRF – estimula a adenohipofise a produzir e 
liberar o TSH; 
- GnRH – estimula a adenohipofise a produzir e 
liberar as gonadotrofinas; 
- GHIH 
↪ Peptídeos hipofisários: 
- ACTH; 
- PRL; 
- TSH; 
- GH; 
- CRH; 
↪ Peptídeos que agem no intestino e no cérebro: 
- Encefalina; 
- Substância P; 
- Gastrina; 
- CCK; 
- VIP; 
↪ De outros tecidos: 
- Angiotensina II; 
- Calcitonina; 
- Bradicinina; 
 Somação dos potenciais sinápticos 
 
Espacial: quando eu tenho vários axônios de 
neurônios distintos chegando a um neurônio e 
liberando um potencial pós-sináptico em vários 
pontos diferentes – gerando uma sinapse e 
somando todos é possível alcançar o limiar e 
gerar o potencial de ação; 
Temporal: quando um mesmo axônio chegando 
a um ponto em um neurônio, porém com vários 
potenciais de ação diferentes (frequências 
diferentes) – pela somação pode alcançar o limiar 
de despolarização; 
Observações importantes: 
Anfetamina e a cocaína agem aumentando o 
tempo das catecolaminas nas fendas sinápticas; 
- aumenta o tempo de noradrenalina, dopamina – 
superprodução do efeito; 
A anfetamina aumenta a liberação de 
noradrenalina e a cocaína inibe a receptação de 
dopamina; 
 
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NÃO ESQUECER 
Os axônios lesionados no sistema nervoso 
periférico (SNP) são capazes de se regenerar e os 
axônios seccionados no sistema nervoso central 
(SNC) não proque os oligodendrócitos e as células 
da micróglia do SNC são incapazes de fagocitar 
eficientemente os resíduos de mielina. 
Referências 
Ross 
Junqueira 
Silverthom 
Guyton 
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