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EXCELENTÍSSIMO DOUTO JUÍZO DA XX VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
XXX 
 
MARIA FERNANDA brasileira, estado civil, profissão, RG, CPF, endereço, vem, 
respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que está 
subscreve (procuração em anexo), com os fundamentos dos artigos 29, 41 e 44, todos 
do Código de Processo Penal, artigo 100, §3 do Código Penal e artigo 5, inciso LIV da 
Constituição Federal, ajuizar: 
QUEIXA-CRIME SUBSTITUTIVA, 
Em face de ROBERTO CAMPOS, brasileiro, estado civil, profissão, RG, CPF, 
endereço, pelas razões de fato e de direito a seguir narrados: 
 
I. DOS FATOS 
No dia 03 de Novembro de 2020, por volta das 14h, Maria Fernanda foi 
vítima de lesão corporal praticado por seu marido, Roberto Campos. O agressor 
não foi preso em flagrante. O referido fato foi registrado na Delegacia à Mulher, 
tendo sido constatada a prova da materialidade e da autoria nos autos do inquérito 
policial. A autoridade policial, no prazo legal, remeteu os autos do inquérito policial 
ao Juiz e ao Ministério Público. Todavia, o Ministério Público não ofereceu 
denúncia no prazo legal. 
II. DOS FUNDAMENTOS 
No caso em tela, o Ministério Público teve vista do presente Inquérito 
Policial, porém, até o presente momento não ofereceu a denúncia. 
 
De acordo com o artigo 29 do CPP: 
 
“Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for 
intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e 
oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer 
elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do 
querelante, retomar a ação como parte principal.” 
 
Ocorre que, de acordo com o artigo 46 do CPP, o Ministério Público tem o prazo 
de 05 dias para, recebido o Inquérito Policial, oferecer a denúncia, estando o réu 
preso, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. 
 
Assim sendo, diante da inércia do Agente Ministerial, na pessoa de Promotor 
de Justiça, a Querelante tem a legitimidade para ajuizar a presente Queixa-Crime, por 
se tratar da ofendida (vítima), na forma dos artigos 29 e 41 do Código de Processo 
Penal combinados com o artigo 100, § 3º, do Código Penal. 
Expõe-se, em síntese, que o Querelado infringiu o artigo 129, §9, do Código 
Penal, em face da querelante, devendo ser condenado nas penas previstas em lei. 
 
”Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Aumento de pena: 
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge 
ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-
se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade”. 
De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, foi decidido sobre o 
assunto: 
LESÃO CORPORAL COMPANHEIRA OFENSA À 
INTEGRIDADE FÍSICA DA VÍTIMA CONJUNTO 
PROBATÓRIO SUFICIENTE APELAÇÃO CRIMINAL. 
CONDENAÇÃO DO RÉU PELO DELITO DE LESÃO 
CORPORAL NO ÂMBITO DOMÉSTICO, PREVISTO NO 
ARTIGO 129, §9º, DO CÓDIGO PENAL, NOS MOLDES 
DA LEI Nº. 11.340/06, À PENA DE 03 (TRÊS) MESES DE 
DETENÇÃO, EM REGIME ABERTO, APLICADO O 
SURSIS, PELO PRAZO DE 02 (DOIS) ANOS. RECURSO 
DEFENSIVO EM QUE SE POSTULA 
PRELIMINARMENTE A NULIDADE DA SENTENÇA POR 
NÃO TER O RÉU INTIMADO DE UMA DAS AUDIÊNCIAS 
DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO, APESAR DE TER 
SIDO DECLARADO REVEL, E A INÉPCIA DA DENÚNCIA 
POR NÃO DESCREVER SUFICIENTEMENTE O FATO 
DELITUOSO COM O ENQUADRAMENTO NA LEI 
Nº11.340/2006. NO MÉRITO, BUSCA A ABSOLVIÇÃO, 
SOB A ALEGAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA, 
OU SOB O ARGUMENTO DE QUE AGIU EM LEGÍTIMA 
DEFESA. SUBSIDIARIAMENTE, PUGNA PELA 
INCIDÊNCIA DA CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA 
PREVISTA NO ARTIGO 129, §4º DO CÓDIGO PENAL; A 
SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
POR RESTRITIVA DE DIREITOS E, POR FIM, A 
ISENÇÃO DO PAGAMENTO DAS CUSTAS. 
PRELIMINARES QUE MERECEM PRONTA REJEIÇÃO. 
AO CONTRÁRIO DO ALEGADO, CASO O RÉU, 
DEVIDAMENTE INTIMADO OU CITADO, NÃO 
COMPAREÇA A QUALQUER ATO PROCESSUAL, DEVE 
O FEITO SEGUIR MESMO SEM SUA PRESENÇA, 
SENDO ASSISTIDO POR UM DEFENSOR, NOS 
MOLDES DO ARTIGO 367, DO CÓDIGO DE PROCESSO 
PENAL. DE OUTRO MODO, COMO SABIDO, A 
DENÚNCIA SOMENTE PODE SER DECLARADA INEPTA 
QUANDO INEQUÍVOCO QUE O SUPOSTO VÍCIO 
IMPEDE A EXATA COMPREENSÃO DA ACUSAÇÃO OU, 
AINDA, QUANDO NÃO PREENCHIDOS OS REQUISITOS 
DO ARTIGO 41 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, O 
QUE NÃO É A HIPÓTESE DOS AUTOS. O PLEITO 
ABSOLUTÓRIO NÃO MERECE PROSPERAR. A 
MATERIALIDADE ENCONTRA-SE COMPROVADA PELO 
LAUDO DE EXAME DE CORPO DE DELITO, DE ONDE 
SE EXTRAI QUE A VÍTIMA SOFREU LESÃO EM SUA 
INTEGRIDADE FÍSICA. A AUTORIA EMERGE DA PROVA 
ORAL COLHIDA EM JUÍZO SOB O CRIVO DO 
CONTRADITÓRIO. DECLARAÇÕES DA VÍTIMA, EM 
SEDE POLICIAL, ESCLARECENDO QUE FOI AGREDIDA 
PELO SEU COMPANHEIRO, PORQUE ELE NÃO 
CONCORDAVA QUE ELA CUIDASSE DO FILHO DA 
SOBRINHA DELA, E QUE NA OCASIÃO, POR ELA NÃO 
PODER ACOMPANHA-LO ATÉ UMA PRAÇA, PRÓXIMO 
DE SUA RESIDÊNCIA, COMEÇARAM AS AGRESSÕES. 
UM AMIGO, TENTOU AJUDÁ-LA, PORÉM TAMBÉM FOI 
AGREDIDO PELO RÉU. ALÉM DAS AGRESSÕES, ELE A 
EMPURROU SOBRE UMA FOGUEIRA, TENDO 
QUEIMADO A SUA PERNA, CAUSANDO AS LESÕES 
DESCRITAS NO LAUDO DE EXAME E CORPO DE 
DELITO. A VÍTIMA E O SEU AMIGO FORAM ATENDIDOS 
NO HOSPITAL FLÁVIO LEAL. EM JUÍZO, A VÍTIMA 
AFIRMOU TER SOFRIDO AS AGRESSÕES, CONTUDO, 
TENTOU PROTEGER SEU COMPANHEIRO DIZENDO 
QUE DEU INÍCIO A BRIGA. SALIENTA-SE, QUE É MUITO 
COMUM AO DECORRER DO TRAMITE PROCESSUAL A 
VÍTIMA DE LESÃO CORPORAL DECORRENTE DE 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA SE MOSTRAR ARREPENDIDA 
DE TER FEITO A DENÚNCIA, SEJA EM RAZÃO DE 
AFETO, SEJA POR MEDO, PARA PRESERVAR OS 
FILHOS OU MESMO POR DEPENDÊNCIA ECONÔMICA, 
COMO NO CASO DOS AUTOS, VISTO QUE A VÍTIMA E 
O ACUSADO REATARAM O RELACIONAMENTO. 
OCORRE, QUE NA PRESENTE HIPÓTESE, A PALAVRA 
DA VÍTIMA NÃO ESTÁ ISOLADA, UMA VEZ QUE AS 
AGRESSÕES NÃO SÓ FORAM PRESENCIADAS POR 
UMA TESTEMUNHA, QUE AFIRMOU QUE TANTO A 
VÍTIMA QUANTO ELE FORAM AGREDIDOS PELO RÉU, 
COMO TAMBÉM PELA PROVA PERICIAL. O ACUSADO, 
POR SUA VEZ, APESAR DE DEVIDAMENTE INTIMADO, 
NÃO COMPARECEU À AUDIÊNCIA, SENDO 
DECRETADA SUA REVELIA. COMO SABIDO, EM 
RAZÃO DA CLANDESTINIDADE INERENTE À MAIORIA 
DOS CRIMES PERPETRADOS NO ÂMBITO 
DOMÉSTICO, A PALAVRA DA VÍTIMA GANHA 
ESPECIAL RELEVO, MORMENTE QUANDO 
CORROBORADA POR OUTRAS PROVAS, COMO NA 
PRESENTE HIPÓTESE. DESSA FORMA, 
INQUESTIONÁVEL À OCORRÊNCIA DA LESÃO E À SUA 
PRÁTICA PELO DENUNCIADO, QUE AGIU DE FORMA 
CONSCIENTE E VOLUNTÁRIA AO OFENDER A 
INTEGRIDADE FÍSICA DE SUA COMPANHEIRA, NÃO 
MERECENDO ACOLHIDA A TESE DEFENSIVA DE 
INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. NESSA LINHA DE 
INTELECÇÃO, TAMBÉM NÃO HÁ QUE SE FALAR QUE 
O RÉU TERIA AGIDO EM LEGÍTIMA DEFESA, OU POR 
ESTAR SOB DOMÍNIO DE VIOLENTA EMOÇÃO. 
CONJUNTO PROBATÓRIO APTO AO EMBASAMENTO 
DA CONDENAÇÃO. DE OUTRO VÉRTICE, IMPOSSÍVEL 
O ACOLHIMENTO DO PLEITO DE SUBSTITUIÇÃO DA 
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE 
DIREITO, DIANTE DA VEDAÇÃO DO ARTIGO 44, INCISO 
I, DO CÓDIGO PENAL. É BEM VERDADE QUE A 
DOUTRINA É PACÍFICA EM PERMITIR A 
SUBSTITUIÇÃO QUANDO SE TRATA DE INFRAÇÃO DE 
MENOR POTENCIAL OFENSIVO, AINDA QUE 
PRESENTE A VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA, COMO 
OCORRE NOS CRIMES DE LESÃO CORPORAL LEVE, 
AMEAÇA E CONSTRANGIMENTO ILEGAL. CONTUDO, 
OS CRIMES INSERIDOS NO CONTEXTO DE VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA NÃO OSTENTAM A NATUREZA DE DELITO 
DE PEQUENO POTENCIAL OFENSIVO, NÃO SENDO 
POSSÍVEL, POR ESSE MOTIVO, A PRETENDIDA 
SUBSTITUIÇÃO. POR FIM, NO QUE CONCERNE À 
ISENÇÃO DO PAGAMENTO DAS CUSTAS 
PROCESSUAIS, CARECE ESTE COLEGIADO DE 
COMPETÊNCIA PARA APRECIAR O PEDIDO, UMA VEZ 
QUE O ENUNCIADO Nº. 74 DAS SÚMULAS DESTE 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA IMPÕE TAL 
ATRIBUIÇÃO AO JUÍZO DA VARA DE EXECUÇÕES 
PENAIS. REJEITADA AS PRELIMINARES. 
DESPROVIMENTO DO RECURSO. 0001592-
86.2016.8.19.0043 - APELAÇÃOPRIMEIRA CÂMARA 
CRIMINAL Des(a). LUIZ ZVEITER - Julg: 22/10/2019 
 
 
III. DA TIPICIDADE 
III- A) DO ENQUADRAMENTO A LEI MARIA DA PENHA 
 
Conforme redação da Lei 11.340/06 que institui a conhecida Lei Maria da 
Penha, configura violência doméstica e familiar contra qualquer ação ou omissão que 
cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou 
patrimonial, nos seguintes ambientes: 
 
I- no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio 
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente 
agregadas; 
 
II- no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por 
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por 
afinidade ou por vontade expressa; 
 
III- em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha 
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. 
 
Cabe destacar, que mesmo inexistindo coabitação com o agressor, tem-se a 
aplicabilidade da Lei Maria da Penha, conforme simulado pelo STJ: 
 
Portanto, considerando os fatos narrados, ficam perfeitamente caracterizados 
os requisitos para o enquadramento à Lei Maria da Penha. 
 
No presente caso, trata-se de vítima de lesão corporais grave, enquadrando-se 
ainda no art. 129, parágrafo 9 do Código Penal, possui parentesco com o agressor, 
bem como reside no mesmo lar, em perfeito enquadramento à Lei Maria da Penha. 
 
Por essas razões e pelas evidências existentes, pede-se que seja recebida e 
processada a presente denúncia para fins de que referidas denúncias sejam 
devidamente apuradas e punidas. 
 
IV- DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer: 
 
A) O recebimento da presente Ação Penal Privada em substituição à 
Ação Penal Pública; 
B) A produção de provas admitidas em direito; 
C) Ao final, seja julgado totalmente procedente o pedido para 
condenar o denunciado como incurso nas penas do artigo 129, parágrafo 9; 
D) Requer ainda a fixação de valor mínimo de indenização pelo 
denunciado, nos termos do artigo 387, IV do CPP. 
 
 
Nestes termos, Pede deferimento. 
Local e data 
Advogada/ OAB 
 
BRUNA DE AZEVEDO GOMES - 202007426291

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