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de trabalho impõe à técnica, a anarquia e as catástrofes da produção capitalista em seu conjunto, a intensidade do trabalho e a concorrência da maquinaria com o trabalhador. Com as esferas da pequena empre- sa e do trabalho domiciliar, aniquila os últimos refúgios dos “exceden- tes” e conseqüentemente a válvula de segurança até agora existente de todo o mecanismo da sociedade. Com as condições materiais e a combinação social do processo de produção, amadurece as contradições e os antagonismos de sua forma capitalista e portanto, ao mesmo tempo, os elementos constitutivos de uma nova e os momentos revolucionadores da velha sociedade.320 10. Grande indústria e agricultura A revolução que a grande indústria provoca na agricultura e nas condições sociais de seus agentes de produção só poderá ser abordada mais tarde. Basta, aqui, curta referência a alguns resultados anteci- pados. Se o uso da maquinaria na agricultura está em grande parte MARX 131 320 Robert Owen, o pai das fábricas e armazéns cooperativos, que, no entanto, como já foi observado antes, não compartilhava de modo algum das ilusões de seus epígonos quanto ao alcance desses elementos isolados de transformação, não só tomou de fato como o ponto de partida a de suas experiências o sistema fabril, mas considerou-o também teoricamente o ponto de partida da revolução social. O Sr. Vissering, catedrático de Economia Política na Universidade de Leyden, parece pressentir algo assim quando, em seu livro Handboek van Praktische Staathuishoudkunde, 1860/62, que expõe os lugares comuns da Economia vulgar na forma mais adequada, clama a favor do artesanato e contra a grande indústria. — {Adendo à 4ª edição: Os “novos casuísmos jurídicos” (t. 1, p. 236) que a legislação inglesa criou por meio das Factory Acts Extension Act e Workshops Acts, reciprocamente contradi- tórias, tornaram-se, finalmente, insuportáveis e, assim, surgiu a Factory and Workshop Act de 1878, uma codificação de toda a legislação pertinente. Naturalmente, uma crítica deta- lhada desse código industrial da Inglaterra vigente agora não pode ser feita aqui. Por isso têm de bastar as seguintes anotações. A lei abrange: 1) fábricas têxteis. Aqui tudo fica aproximadamente como antes: tempo de trabalho permitido para crianças com mais de 10 anos: 5 1/2 horas por dia, ou 6 horas e então o sábado é livre; pessoas jovens e mulheres: 10 horas em 5 dias, no máximo 6 1/2 horas no sábado. — 2) Fábricas não-têxteis. Aqui as determinações legais foram mais aproximadas ao nº 1 que antes mas existem ainda várias exceções favoráveis aos capitalistas que, em diversos casos, ainda podem, por meio de licença especial do ministro do Interior, ser ampliadas. — 3) Workshops definidas mais ou menos como na lei anterior; no que tange a crianças, trabalhadores jovens ou mulheres aí empregados, as workshops são colocadas em pé aproximadamente igual às fábricas não- têxteis, mas novamente com atenuações no detalhe. — 4) Workshops em que não são em- pregados crianças ou trabalhadores jovens, mas só pessoas de ambos os sexos com mais de 18 anos; para essa categoria, vigoram ainda outras atenuações. — 5) Domestic workshops onde só trabalham membros da família no domicílio familiar; determinações ainda mais elásticas e simultaneamente a limitação de que o inspetor, sem licença ministerial ou ju- diciária especial, só pode entrar nas peças da casa que não sejam usadas ao mesmo tempo como moradia; e, finalmente, a liberação incondicional do entrançamento de palha, da renda de bilros e da confecção de luvas dentro da família. Com todos os defeitos, essa lei é ainda, ao lado da lei fabril federal Suíça de 23 de março de 1877, de longe a melhor lei sobre a matéria. Uma comparação da mesma com a referida lei federal Suíça é de especial interesse, pois torna visíveis as vantagens bem como as desvantagens dos dois métodos de legislar — o inglês, “histórico”, casuístico, e o continental, construído sobre as tradições da Revolução Francesa, um método mais generalizante. Infelizmente, o código inglês, em sua aplicação a workshops, é ainda em grande parte letra morta — por causa da carência de pessoal de inspeção. — F. E.}