Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Brasil Seikyo - Edição 2425 - 30/06/2018 - pág. E1-E3 - Caderno Reunião de Palestra Laços de vida são eternos Brasil Seikyo - Caderno Reunião de Palestra Marina Beatriz Gaino (67122-3) / pág. 1. Escrito: Resposta à Mãe de Ueno Gosho a ser estudado na reunião de palestra de julho, com base na matéria publicada na revista Terceira Civilização, ed. 572, abr. 2016, p. 60 e CEND, v. II, p. 342 Ultrapasse todos os sofrimentos Cenário Histórico: Esta carta foi escrita no décimo mês de 1280 e destinada à monja leiga de Ueno¹, mãe de Nanjo Tokimitsu² um dos principais discípulos de Nichiren Daishonin. No escrito, Daishonin menciona as oferendas que ela enviara por ocasião da cerimônia de 49 dias de falecimento do seu filho mais novo, Shichiro Goro, aos 16 anos, e a encoraja a superar o sofrimento da perda. Nessa época, Daishonin se encontrava no Monte Minobu. Ao tomar conhecimento dessa notícia, sentiu-se profundamente sensibilizado por sua discípula, e por esse motivo enviou esta carta para incentivar essa mãe e ajudá-la a ter coragem de manifestar forte fé no Sutra do Lótus. Para assegurar à monja leiga de Ueno de que seu filho havia atingido o estado de buda, ele expõe sobre o grande benefício que uma pessoa obtém ao abraçar o Sutra do Lótus, e afirma que o devoto desse sutra receberá a proteção dos budas Shakyamuni, Muitos Tesouros e todos os outros. Frase 1 do escrito “O falecido Shichiro Goro não era como o restante da população japonesa atual. Apesar de ainda jovem, seguia os passos do homem perspicaz que era seu pai. Não tinha sequer vinte anos quando decidiu recitar Nam-myoho-renge-kyo e, dessa maneira, tornou-se um buda. É a isso que se refere o sutra quando diz: “[Se houver quem ouça a Lei], então ninguém deixará de atingir o estado de buda”. Se a senhora, mãe carinhosa, anseia por reencontrar seu filho, espero que recite Nam-myoho-renge-kyo e ore para renascer no mesmo lugar, junto do falecido Shichiro Goro e de seu falecido marido, Nanjo.” (Resposta à Mãe de Ueno, CEND, v. II, p. 342) Prática convicta e uma existência plena Neste trecho, Nichiren Daishonin enaltece a existência de Shichiro afirmando que, por mais que ele tenha falecido jovem, com certeza atingiu o estado de buda em sua existência pelo fato de ter abraçado o Sutra do Lótus e de ter sido seu discípulo fiel, mesmo quando todo o país estava contra ele. Daishonin compara a fé do jovem com a de seu pai, dizendo que Shichiro Goro “seguia os passos do homem perspicaz que era seu pai” (CEND, v. II, p. 342), o primeiro membro da família Nanjo a Brasil Seikyo - Edição 2425 - 30/06/2018 - pág. E1-E3 - Caderno Reunião de Palestra Marina Beatriz Gaino (67122-3) / pág. 2. abraçar o budismo. O pai do jovem Shichiro Goro faleceu antes de ele nascer, mas o espírito de sua forte fé, que fez com que ele lutasse bravamente contra as maldades da doença e da morte até o momento final de sua vida, permaneceu vivo por meio de sua mãe, de seu irmão mais velho, Tokimitsu, e dos outros irmãos. Em outra carta [O Inferno é a Terra da Luz Tranquila], Daishonin também afirma que o pai de Shichiro Goro, Nanjo Hyoe Shichiro, “certamente atingiu o estado de buda exatamente como ele era” (CEND, v. I, p. 479). Ambos, pai e filho, atingiram esse supremo estado de vida porque recitaram Nam-myoho-renge-kyo. Com o intuito de confortar o coração de uma mãe que acabara de perder um filho, Nichiren Daishonin incentiva calorosamente a monja leiga Ueno a perseverar na prática da fé dizendo: “Se a senhora, mãe carinhosa, anseia por reencontrar seu filho, espero que recite Nam-myoho-renge-kyo e ore para renascer no mesmo lugar, junto do falecido Shichiro Goro e de seu falecido marido, Nanjo” (Ibidem). Daishonin manifesta sua ilimitada compaixão pela dor e tristeza de seus discípulos. Ao expor seu ensinamento sobre a causalidade da Lei Mística, transcendendo o sofrimento da vida e da morte, ele ilumina o coração de sua discípula. Sobre a importância de entender o profundo significado da morte, ele enfatiza: “Deveria antes de tudo aprender sobre a morte, e depois sobre as outras coisas” (WND, v. II, p. 759). A correta visão da vida e da morte enriquece e aprofunda nossa existência. Do ponto de vista da “natureza originalmente inerente ao nascimento e à morte” (OTT, p. 127), ensinada no Budismo de Nichiren Daishonin, a morte é vista como um “meio apropriado”, atuando para conduzirmos uma vida melhor. Frase 2 do escrito “Todas as sementes de uma mesma espécie são iguais entre si e se diferenciam das sementes de outras plantas. Se vocês cultivaram em seu coração as mesmas sementes do Myoho--renge-kyo, poderão renascer juntos na mesma terra do Myoho--renge-kyo. Que imensa será a alegria dos três, quando se reencontrarem pessoalmente!” (Ibidem) Os elos de coração perduram eternamente pelas três existências³ Nesta passagem, Daishonin ilumina o coração da monja leiga de Ueno afirmando com convicção: “Se vocês cultivaram em seu coração as mesmas sementes do Myoho-renge-kyo poderão renascer juntos na mesma terra do Myoho-renge-kyo” (CEND, v. II, p 342). Quando as sementes do estado de buda são plantadas na vida das pessoas, e germinam e florescem, a terra onde essas pessoas habitam é transformada na terra do buda, não só nesta existência, mas também na próxima. Ele então diz que os três — o pai, Hyoe Shichiro; o filho, Shichiro Goro; e a mãe, a monja leiga de Ueno — se reunirão na Brasil Seikyo - Edição 2425 - 30/06/2018 - pág. E1-E3 - Caderno Reunião de Palestra Marina Beatriz Gaino (67122-3) / pág. 3. “terra do Myoho-renge-kyo” (Terceira Civilização, ed. 572, abr. 2016, p. 42). Em sua explanação, o presidente Ikeda compartilha sobre a sua jornada pela consolidação do kosen-rufu mundial, relembrando os queridos companheiros, que assim como o jovem Shichiro Goro, concluíram sua missão nesta existência e trilharam pacificamente seu caminho para a terra pura do Pico da Águia. Por esse motivo, Ikeda sensei nos incentiva: “Os laços de vida a vida cultivados na presente existência não são cortados ou extintos com a morte. Embora sejam invisíveis como as ondas de rádio, esses laços duram eternamente. Com esta profunda convicção, embora a tristeza da perda persista, não haverá sensação de solidão”. Quando estudamos os escritos de Nichiren Daishonin, não encontramos nenhum vestígio de medo da morte no caminho da vida daqueles que protegem a Lei Mística. Também não há nenhuma tentativa de ignorar a morte ou de viver o momento e esquecer a realidade da morte. Não existe a sensação de niilismo ou escapismo que nasce da aversão à vida neste mundo cheio de sofrimento. Pelo contrário, Daishonin nos ensina a atingir um magnífico estado de vida no qual vivenciamos a poderosa força da vida e sentimos a alegria tanto na vida quanto na morte — um estado de vida no qual desfrutamos ambas as fases da existência da mesma forma. Dicas do Departamento de Estudo do Budismo - Leia com antecedência o caderno - Explore a explanação na íntegra de Ikeda sensei na Terceira Civilização - Líderes de distrito e comunidade: promovam estudos e diálogos com os explanadores 1. Monja leiga de Ueno (d. 1284): Seguidora leiga de Daishonin. Era filha de Matsuno Rokuro Saemon e esposa de Nanjo Hyoe Shichiro, administrador da Vila de Ueno, na província de Suruga, Japão. O nome Ueno vem de Vila de Ueno, onde seu marido foi administrador. O casal teve nove filhos, incluindo Nanjo Tokimitsu. Em algum momento entre 1260 e 1264, durante uma visita oficial em cumprimento do dever em Kamakura, seu marido se encontrou com Daishonin e se converteu aos seus ensinamentos. Ele morreu de doença em 1265, enquanto a esposa estava grávida de seu último filho. Ela passou a criar os filhos sozinha, mantendo a fé nos ensinamentos de Nichiren Daishonin. 2. Nanjo Tokimitsu (1259–1332): Fiel discípulo de Daishonin e administrador da Vila de Ueno, situadano distrito Fuji, província de Suruga (atual centro de Shizuoka). 3. “Três existências” - passado, presente e futuro: Três aspectos da eternidade da vida ligados pela lei de causa e efeito.
Compartilhar