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Prática Médica II - Medicina Thayná Borba Prática Médica II – Thayná Borba 2 células Sumário Anamnese e Exame físico geral.............................................................................3 Exame físico geral e medidas antropométricas.....................................................4 Humildade no contexto da Medicina......................................................................5 Relação interprofissional no contexto do atendimento em saúde..........................5 Lei do ato médico..........................................................................................5 Lei que regulamenta os conselhos de medicina...........................................5 Punções venosas periféricas, injeções intramusculares e subcutâneas................6 Vias de administração de medicamentos...............................................................6 Segurança medicamentosa na comunicação interprofissional...............................7 Semiologia do aparelho cardiovascular :................................................................8 Anamnese.....................................................................................................8 Exame físico integrado com anatomia e fisiologia........................................8 Exame físico ganglionar, fácies, pulsos........................................................8 Semiologia do aparelho cardiovascular..................................................................9 Exame físico adulto.......................................................................................9 Exame físico pediátrico.................................................................................9 Arritmias – Fisiopatologia, semiologia e avaliação de ECG.................................10 Semiologia e fisiopatologia da dor torácica e da síndrome de insuficiência coronariana..........................................................................................................11 Prática Médica II – Thayná Borba 3 Vias de administração de medicamentos • Forma de atuação : - Local; - Sistêmica; • Tipos de vias • Via oral : - características : Mais econômica; Mais segura; Mais usado; Mais conveniente; Comprimidos, cápsulas, pós, líquidos - limitações : Êmese (irritação da mucosa gástrica); Destruição de fármaco por enzimas ou acidez gástrica; Irregularidade de absorção pela presença de medicamentos ou alimentos no TGI; Necessidade de cooperarão do paciente. - absorção do fármaco : Área de superfície de absorção; Fluxo Sanguíneo no local de absorção; Estado físico do fármaco : sólido x líquido; Solubilidade da água; Concentração no local de absorção. - efeitos -> sistêmico e local - contra-indicações: Náuseas e vômitos; Pacientes inconscientes; Disfagia (dificuldade para deglutir) • Via Sublingual: - características : Não deve ser engolido; Pequena área de absorção; Não sofre metabolismo hepático. • Via retal - características : Impossibilidade da via oral; Náuseas e vômitos; Prática Médica II – Thayná Borba 4 Necessidade de ação retal; Somente 50% passa pela circulação hepática; Absorção irregular; Irritação da mucosa; Má aceitação por parte dos pacientes • Vias parenterais (não está relacionada com o tubo digestivo) • Parenteral - características : Biodisponibilidade rápida, ampla e previsível; Urgências e emergências; Pacientes inconscientes; Técnica asséptica; Maior custo; Dor; Erro de administração; Automedicação. • Via intramuscular - características Difusão simples; Solubilidade do fármaco no líquido intersticial Absorção das membranas capilares; Não fazer massagem, calor local, exercícios Medicamentos em dose única ou poucas doses; Pequeno volume; Efeito prolongado; - contra-indicações: Massa muscular reduzida; Volume superior a 5ml; Lesões cutâneas no local de aplicação: queimaduras, queloide, infecções Coagulopatias Emergências, membros patéticos. Prática Médica II – Thayná Borba 5 - posicionamento conforme os locais de administração Deltóidea: paciente sentado ; Vasto lateral: deitado em DDH ou em pé; Glútea: deitado em DDH, DVH ou DL, ou em pé. - complicações : Dor local; Hematomas intramusculares; Infecções locais • Via Subcutânea - características: Formulação inadequada: dor, descamação e necrose tecidual; Absorção lenta; Atenção em pacientes obesos e edemaciados; - contra-indicações: Emergências; Coagulopatias; Desidratação grave; Dor Calor Rubor Edema Coleções Equimoses (manchas roxas) Prática Médica II – Thayná Borba 6 Local de aplicação com cicatrizes, manchas; Membro superior homolateral e esvaziamento axilar; Membros paréticos; Membros com fístula arteriovenosa. Os rodízios são importantes Lipodistrofia (acúmulo ou perda de gordura em determinadas partes do corpo) Paniculites (inflamação da camada gordurosa abaixo da pele) - locais de aplicações Dorso-lateral Flanco Área superior do glúteo Abdômen ( há restrições - manter uma distância do umbigo devido a vascularização de alto calibre ) • Via intravenosa - características: Biodisponibilidade rápida e completa Maior risco de efeitos adversos Maior risco de toxicidade Tromboflebite (inflamação de veia(s) causada por coágulo sanguíneo) Rápida Completa - formas de terapia infusional : Bolus (dose inteira) Infusão rápida Infusão lenta (1ml/min) Infusão contínua (>60min) Prática Médica II – Thayná Borba 7 Administração intermitente (checar cateter) - contra-indicações : Lesões cutâneas Membro com fistula arteriovenosa Coagulopatia grave Uso de anticoagulante (calibre menor) - punções mal sucedidas : Pedir ajuda - utilização de um acesso venoso : Checar permeabilidade de cada uso; Se hematomas sinais flogísticos ou infiltração a infusão, retirar acesso; Trocar curativo a cada 72h Lavar o lúmen do cateter a cada uso com SF 0,9%. • Via inalatória - características: Fármacos gasosos e voláteis; Fabricação de Rápida absorção Evita perda de primeira passagem Ação direta no pulmão • Mucosas - características: Conjuntiva, nado/orofaringe, vagina, uretra, bexiga Efeito local Raramente efeito sistêmico Ótima absorção Risco de toxicidade Corticoide nasal para rinite Redução de efeitos sistêmicos Colírios em geral para conjuntiva Absorção sistêmica : ducto nasolacrimal Lesão corneana 1 gota por olho 1 camada de gel - Vaginal Cremes de estrogênio Antibióticos Antifúngicos - Auricular Gotas ontológica Prática Médica II – Thayná Borba 8 • Pele - características: Barreira lipídica Pele queimada ou irritada : derme exposta Inflamação Pele hidratada Massagem e horário de aplicação • Arterial - ação em órgão isolado ou território isolado - exemplo : Quimioembolização hepática para hepatocarcinoma Infusão arterial seletiva ou superseletiva de quimioterápicos (mitomicina C, cisplatina, doxorrubicina) e materiais embólicos (lipiodol). Artéria hepática própria, direita ou esquerda. de Redução de marcadores tumorais e tamanho do tumor, aumento de sobrevida. • Intratecal - canais por onde circulam liquor - raquianestesia - infecções agudas do SNC - tumores cerebrais Prática Médica II – Thayná Borba 9 • Agulhas • Erros em medicação Qualquer evento evitável que possa causar ou levar ao uso inadequado de medicamentos ou danos ao paciente enquanto o medicamento está sob o controle do profissional de saúde, do paciente ou do consumidor. Prática Médica II – Thayná Borba 10 - como ver o erro ? / medidas corretivas Pessoal ( suspensões, demissões, repreensões orais ou escritas ) Sistêmica ( melhora a segurança do sistema, conhecer e estudar a causa do erro; nem todo erro ésistêmico - reação adversa : resposta nociva a uma droga utilizada em doses habituais. Inevitável; - evento adverso : dano ao paciente causa pela intervenção médica relacionada aos medicamentos. - erro de medicação : uso inadequado de medicamento por profissional ou paciente com potencial dano. Prevenível. - erro de prescrição : médico. - erro de dispensação : farmácia - erro de administração : enfermagem. Preparo e administração. Não observância de guias do hospital ou orientações do fabricante. Causas de erros em medicações : 1. Falta de conhecimento sobre o medicamento 2. Falta de informações sobre o paciente 3. Violação de regras, deslizes ou lapsos de memória 4. Erro de transcrição 5. Falha na interação com outros serviços 6. Falha na conferência de doses 7. Problemas relacionados às bombas ou outros dispositivos de infusão 8. Inadequado monitoramento do paciente 9. Erro no preparo e falta de padronização medicamentosa Nove certezas : 1. Paciente certo 2. Medicamento certo 3. Dose certa 4. Horário certo 5. Via certa 6. Anotação certa 7. Orientação correta ao paciente 8. Compatibilidade medicamentosa certa 9. Direito de recusa por parte do paciente Prática Médica II – Thayná Borba 11 Três leituras : 1. Ler o rótulo ao retirar o medicamento do local armazenado 2. Antes de aspirar para preparo 3. Antes de descartar ou devolver ao carrinho o frasco de medicamento Semiologia do aparelho cardiovascular • Exame Físico I. Anamnese II. Sinais e sintomas III. Exame físico propriamente dito IV. Exames complementares I. Anamnese Identificação Idade - jovens com doenças congênitas e idosos com doenças degenerativas Cor - anemia falciforme e hipertensão mais comum em negros Profissão - pacientes que exercem intensa atividade física são mais propensos a desenvolverem insuficiência cardíaca Naturalidade e local de residência - epidemiologia para Chagas Antecedentes pessoais e familiares Antecedentes pessoais - lesão renal e hipertensão arterial, doenças emocionais e manifestações cardiovasculares da ansiedade/depressão, dieta hiperlipídica e aterosclerose. Antecedentes familiares - caráter familiar da hipertensão e cardiopatia isquêmica Hábitos de vida Tabagismo, alcoolismo, sedentarismo Condições sócio econômicas Doença reumática mais comum em baixa renda, doença de Chagas. II. Sinais e sintomas Dor cardíaca - Pode originar no coração ou outros órgãos ( pleura, esôfago, aorta, estômago, parede torácica ), portanto não é sinônimo de dor precordial. - Dor relacionada ao coração pode ser de origem isquêmica, pericárdica e aórtica. Prática Médica II – Thayná Borba 12 - em criança predomina no exame físico as patologias congênitas classificadas em : cardiopatias congênitas cianóticas e acianoticas Cardiopatia congênita acianotica mais comum : CIA - comunicação inter atrial CIV - comunicação inter ventricular PCA - persistência do canal arterial Cardiopatia congênita cianótica mais comum : Tetralogia de Fallot constituída por estenose ou atresia da artéria pulmonar, CIV, hipertrofia ventricular direita. Pressão da artéria pulmonar quase sempre é baixa. Palpitações Dispneia Tosse e expectoração Chieira ou chiado Hemoptise Desmaio Alteração do sono Cianose Edema Astenia III. Exame físico • Topografia do exame cardíaco considera regiões denominadas “focos”; determinação de espaços intercostais para determinação dos focos; • Toma-se como referência o ângulo de Louis (ângulo manubrioesternal - protuberância entre o manúbrio e o corpo do esterno), encontra-se na altura da 2ª costela e abaixo dela está o 2° espaço intercostal • Focos : - Foco Aórtico : 2° EI, na borda esternal direita - Foco Pulmonar : 2° EI, na borda esternal esquerda - Foco Aórtico acessório : 3° EI, na borda esternal esquerda - Foco tricúspide : 4°, 5° EI, na borda esternal esquerda - Foco mitral : 5° EI, na linha hemiclavicular esquerda (linha que passa no meio da clavícula). Corresponde ao ápice cardíaco. Prática Médica II – Thayná Borba 13 • É importante reconhecer tais regiões para poder inferir a estrutra específica que apresentaria anormalidade a partir do local que se teve o exame físico alterado. • O coração funciona como uma bomba do sistema cardiovascular sendo o principal responsável pelo fluxo • O coração funciona como uma bomba do sistema cardiovascular sendo o principal responsável pelo fluxo sanguíneo; porção direita recebe sangue do território venoso e destina aos pulmões, havendo trocas gasosas. Quando oxigenado, o sangue retorna ao coração para a porção esquerda impulsionando-o para a circulação sistêmica. • Sequência do sangue: AD -> VD -> a. pulmonar -> capilares pulmonares -> vênulas pulmonares -> veias pulmonares -> AE -> VE -> a. aorta -> arteríolas -> capilares -> vênulas -> veias -> cava superior e inferior -> AD. • Sístole ventricular : elevação da pressão no ventrículo, aumento do gradiente de pressão em artérias ( aorta e pulmonar ) , abertura de valvas semilunares -> circulação sistêmica; evita o regurgitamento de sangue para o átrio ( fechamento de valvas AV ) • Diástole : relaxamento dos ventrículos -> fechamento de valvas semilunares, bombeamento de sangue do átrio para os ventrículos -> enchimento ventricular Prática Médica II – Thayná Borba 14 • Problemas cardíacos irão resultar na alteração de algum ponto do sistema cardíaco gerando sopros, frêmitos ou alterações de frequência e posicionamento. • Inspeção - a analise do paciente como um todo percebe-se diversos sinais indicativos de alterações hemodinâmicas, vascular, da função cardíaca e valvar - inspeção pode revelar : febre, icterícia, cianose, palidez, busca por uma posição que amenize a dor torácica, dispneia a esforços habituais, em decúbito; distensão de veias jugulares ou pulso carotídeo visível, edema de membros inferiores, etc. - um dos sinais mais importantes de disfunção cardíaca é a turgência de veia jugular interna. ( estase jugular ); avalia-se posicionando a cabeceira do leito em 45° e avaliar a altura da coluna formada pela veia túrgida em relação ao ângulo de Louis. ( medida normal 4cm, valores superiores descrevem estase jugular ) • Palpação - determinação do Íctus cordis ( Ápice do coração ) e a presença dos pulsos - Íctus cordis corresponde a propulsão do VE nas contrações; utiliza-se as pontas dos dedos para palpação; encontra-se geralmente no 5° EI, sobre a linha hemiclavicular; se palpado mais para baixo ou mais para a esquerda pode ser sugestivo de uma cardiomegalia; observa-se também o diâmetro, amplitude e duração do Íctus. - Pulsos : pulso carotídeo, radial, femoral, poplíteo, tibial. - olhar sempre se a simetria dos pulsos, intensidade e ritmo (ausculta segurando o pulso radial). Alterações de ritmo ou intensidade aso indicativos de arritmias e outras complicações cardiológicas graves. • Ausculta - com aceleração e desaceleração da coluna de asngue e das estruturas cardiovasculares, surgem os ruídos cardíacos denominados bulhas. A primeira bulha - B1 - corresponde ao momento da sístole (fechamento das valvas tricúspide e mitral). Seguida de um silêncio ( ejeção ) menor que o período diastólica marcado pela segunda bulha - B2 ( fechamento das valvas semilunares )-> seguida de um grande silêncio ( enchimento ventricular ). Resumindo : as bulhas são produzidas pelo fechamento das valvas; B1 - SÍSTOLE, B2 - DIÁSTOLE Prática Médica II – Thayná Borba 15 - Para ajudar a reconhecer a B1, aconselha-se sentir pulso radial, que se assemelha a bulha citada. - as bulhas são geralmente rítmicas e não acompanhamento demais sons; são descritas em “tum-tá” - para auscultar o coração deve-se seguir com o estetoscópio sobre o 2° EI direita a margem do esterno ( FOCO AÓRTICO ) acompanhado da margem esternal esquerdado 2° EI ( FOCO PULMONAR ), desce para o 3° EI a esquerda ( FOCO AÓRTICO ACESSÓRIO ), depois 5° EI margem esternal esquerda ( FCOO TRICÚSPIDE ) e 5° EI linha hemiclavicular ( FOCO MITRAL ). - Em cada região, atente-se ao ciclo cardíaco pelos ruídos da sístole e diástole ( tum-tá ). - barulhos adversos como ruído grosso ( tum-shhhh-tá ) ou um “tá” a mais ( tum-tá-tá ) poderá ser indicativo de alterações cardíacas com sopros e bulhas extras. - objetivos da ausculta : Bulhas cardíacas; Frequência cardíaca; Ritmos tríplices; alterações das bulhas; cliques ou estalidos; sopros; ruídos de pericardite construtiva; atrito pericárdico; rumor venoso • Resumo - checklist palpação de pulsos e ausculta cardíaca 1. Lave as mãos 2. Explique para o paciente o procedimento 3. Identifique os locais para palpação do pulso Artéria radial Carótida Braquial Femoral Pediosa Temporal Poplítea 4. Realize a inspeção e palpação simultaneamente e observe : O estado da parede arterial Frequência Ritmo Amplitude Comparação com a artéria contra-lateral 5. Colocar o paciente em posição confortável, sentado ou deitado, porém sempre com o braço apoiado 6. Contar sempre durante um minuto inteiro 7. No adulto é considerado normal de 60 a 100 bpm 8. Realização da inspeção, palpação e ausculta cardíaca Prática Médica II – Thayná Borba 16 Ambiente Posição do paciente Orientação ao paciente Estetoscópio Determinar os focos cardíacos Foco aórtico Foco pulmonar Foco tricúspide Foco mitral Foco aórtico acessório • Sopros - o sangue flui de forma laminar dentro dos vasos, caso haja algum obstáculo, gerar-se-á um turbilhonamento que acabará por produzir um ruído diferente ( shhhhh ). - as bulhas são produzidas devido ao fechamento das valvas mas por diversos motivos, essas valvas não se fecham/abrem adequadamente, deixando orifícios permitindo a passagem de sangue turbilhonado gerando sopro cardíaco. - a classificação do sopro se deve : 1. Intensidade do sopro : medida em cruzes ( uma a seis ) - classificação de Levine I. Sopro audível apenas com manobras específicas(1+) II. Sopro audível sem irradiação ou frêmitos (2+) III. Sopro audível com irradiação para as carótidas (sopro aórtico) e para a axila (sopros migrais) (3+) IV. Sopro audível acompanhado de frêmito (“tremor”) a palpação. (4+) V. Sopro que necessita apenas da borda do estetoscópio para auscultar (5+) VI. Sopro audível sem necessidade de estetoscópio (6+) 2. Localização : em qual Foco se escuta com maior facilidade e em que momento do ciclo cardíaco ele acontece. 3. Irradiação : o som é audível em outros focos e locais ( como as carótidas ) 4. Classificá-los em sistólico ou diastólico: Sistólico : sopros entre B1 e B2 Prática Médica II – Thayná Borba 17 Diastólico : sopros entre B2 e B1 • Bulhas extras - conhecidas como B3 e B4 - são estalidos que acontecem dentro do clico cardíaco que podem denotar alterações patológicas do sistema. - B4 : durante a diástole ocorre contração dos átrios e enchimento dos ventrículos de sangue ( complacência ). Algumas pessoas podem apresentar essa complacência diminuída causando uma desaceleração da coluna de sangue no ventrículo. - B3 : por uma incapacidade do ventrículo de ejetar completamente o sangue em seu interior, a coluna de sangue ejetada pelo átrio encontra esse sangue que sobrou no ventrículo gerando uma desaceleração e um terceiro estalido. - essas bulhas ocorrem depois de B2 - diferenciam-se pelo momento em que o som acontece ( mais perto de B2 ou mais longe ) - B3 ( tum- tá - - tá ) - B4 ( trum-tá ) • Arritmias Prática Médica II – Thayná Borba 18 Semiologia e fisiopatologia da dor torácica e da síndrome da insuficiência coronariana - Principais causas de dor torácica : musculoesqueléticas, gastrointestinais, cardíacas, psicogênicas e pulmonares.. 1. musculoesqueléticas: - 36% dos diagnósticos de dor torácica - causas : primárias -> fibromialgia, costocondrite, artrite reumatoide; Síndrome de Tietze; infecções por herpes zóster ( neurossensorial ) secundárias -> síndrome da parede torácica posterior, Lúpus eritematoso, neoplasias, osteoporose policondrite recidivante. - anamnese : paciente refere atividade física repetitiva ou não usual. - características da dor: bem localizada, e desencadeada por pressão em determinado ponto, piora com movimentos respiratórios movimentação de braços ou pescoço. 2. Gastrointestinais: - causas mais comuns : refluxo esofágico ( REG ), espasmo esofágico, esofagite e outras desordens motoras. 3. Psicogênicas: - causas : a dor torácica pode estar presente na síndrome do pânico, depressão e hipocondria. - a dor torácica de origem psicogênica fazem parte da síndrome de astenia neurocirculatória ou “neurose cardíaca.” 4. Pulmonares: - está relacionada com alterações dos vasos ou parênquima pulmonar, e do tecido pleural - a alteração dos vasos pode se manifestar de forma aguda como o tromboembolismo pulmonar(TEP) - causas: TEP : dor torácica de início agudo, 97% dos casos se associa a dispneia e taquipnéia; Na hipertensão pulmonar (HP) dor torácica se associa a letargia, dispneia e síncope aos esforços. Alterações do parênquima pulmonar que cursam com dor são decorrentes de infecções, câncer, doenças crônicas, sarcoidose. - Patologias potencialmente fatais : Prática Médica II – Thayná Borba 19 SCA (síndrome coronariana aguda) DAA (dissecação aguda da aorta) TEP (tromboembolismo pulmonar) Pneumotórax hipertensivo Tamponamento cardíaco Ruptura e perfuração esofagianas. Prática Médica II – Thayná Borba 20 Ausculta pulmonar Semiologia respiratória : anamnese e exame físico Prática Médica II – Thayná Borba 21 • Descrições anatômicas do tórax : Supraclavicular Infraclavicular Interescapular Infraescapular Bases pulmonares Campos pulmonares superior, médio e inferior • Traqueia e brônquios principais • Pleura : parietal e visceral Cavidade pleural : líquido pleural • Anamnese Identificação Queixa e duração História pregressa da doença Interrogatório sintomatológico da doença Antecedentes pessoais e familiares Hábitos de vida Condição socioeconômica e culturais • Sintomas comuns preocupantes : Dor torácica Dispneia Sibilos Sons respiratórios musicais Obstrução parcial das vias respiratórias inferiores Prática Médica II – Thayná Borba 22 Tosse - resposta reflexa a estímulos que irritam receptores de traqueia, laringe, brônquios Aguda : < 3 sem. Subaguda : 3 a 8 sem. Crônica : > 8 sem. - Seca ou produtiva (volume expectorado, cor, odor, consistência ) - Manifestações associadas: febre, sibilos, dor torácica, dispneia, ortopneia Hemoptise Sangue nas vias aéreas inferiores Transtorno do sono • Origem da dor torácica: Miocárdio Pericárdio Aorta Pulmão Parede torácica Esôfago Transtorno de ansiedade • Exame físico Inspeção Palpação Percussão Ausculta 1. Inspeção Frequência, ritmo, profundidade e esforço respiratório FR: 14-20 em adultos ; pode chegar a 44 em recém-nascidos Deformidades/assimetrias na expansão do tórax Prática Médica II – Thayná Borba 23 Retração fora do normal dos espaços intercostais Inferiores/supraclaviculares na inspiração Retardo do movimento respiratório 2. Palpação Identificação de áreas dolorosas Verificação de alterações cutâneas Avaliação da expansão torácica Frêmito toracovocal : vibrações palpáveis, mais acentuado na região interescapular a direita Palma/superfície ulnar da mão, paciente fala “ trinta e três “ ou “ 1 2 3 “ Aumento na pneumonia reduzido no derrame pleural/pneumotórax Prática Médica II – Thayná Borba 24 3. Percussão - Movimento da parede torácica e tecidos subadjacentes- Ajuda a determinar se tecidos subadjacentes estão cheios de ar, líquido, ou consolidados - som maciço: fígado e coração ( líquido ou tecido sólido ) - som atimpânico : pulmão hígido - hipersonoridade : regiões pulmonares hiperinsufladas ( enfisemas, asma ) - timpanismo : câmera de ar gástrica 4. Ausculta Auscultar os sons respiratórios normais Identificar se existem ruídos adventícios Se suspeita de anormalidade : auscultar sons vocais transmitidos. Prática Médica II – Thayná Borba 25 Sons respiratórios normais : - ruídos adventícios : Estertores - sons não musicais, abertura inspiratória de pequenas vias respiratórias ( insuficiência cardíaca ) Sibilos - sons musicais, fluxo de ar em vias respiratórias bronquiais estreitadas Roncos - variante do sibilo, desaparece com a tosse, tom mais grave