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Amb. Vascular 
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Pé Diabético 
O pé diabético é uma consequência da 
prevalência da diabetes em adultos, sendo o 
Brasil o 5° país mais evidente no ranking da 
diabetes 
o O pé diabético é uma série de 
alterações que podem ocorrer nos pés 
de pessoas com diabetes NÃO 
controlado 
o É uma infecção ou problema na 
circulação dos membros inferiores 
o Ou seja, é a presença de infecção, 
ulceração ou destruição de tecidos 
profundos associados às 
anormalidades neurológicas e a vários 
graus de doenças vasculares que são 
periférica em pessoas com diabetes 
o O pé diabético está entre as 
complicações mais graves do diabetes 
Epidemiologia 
Um estudo de 2014 realizado pela Sociedade 
Brasileira de Diabetes relatou que o pé 
diabético resultado em diversas 
hospitalizações 
• 829.724 indivíduos com pé neuro-
isquêmico 
• A prevalência no brasil é de 6,4% 
• 43.726 pessoas apresentam úlceras 
no pé 
• 11.284 pessoas com estimativa de 
amputações 
• Um paciente com pé neuro-isquêmico 
sem úlcera custa para o SUS 
R$600,44 
• O SUS gasta R$2.824,89 com 
pessoas com pé infectado por úlcera 
• O custo médio mais alto é o que 
amputação e o de desarticulação do 
MI 
Fisiopatologia 
Há uma prevalência do espectro do pé 
diabético que varia em diferentes regiões. 
São várias pessoas com pé diabético em 
diferentes partes do mundo, mas as vias de 
ulcerações são semelhantes na maioria dos 
pacientes 
o As úlceras aparecem em pessoas com 
diabetes que apresentam dois ou mais 
fatores de risco 
o A neuropatia periférica e a doença 
arterial periférica geralmente 
desempenham um papel central 
o As neuropatia levam à um pé 
insensível e muitas vezes deformando 
o Em pessoas apresentando neuropatia, 
traumas leves como sapatos mal 
ajustados ou lesão mecânica podem 
precipitar a ulceração do pé 
o Pode ocorrer a perda da sensibilidade 
protetora (PSP) que causa 
deformidades dos pés e limitação da 
mobilidade articulam – resultam em 
carga biomecânica anormal; a pessoa 
pisa de qualquer jeito 
o Isso produz alto estresse mecânico 
em algumas aéreas – o nó perfurante 
(calo) 
o O calo leva à um aumento na carga do 
pé com hemorragia subcutânea e 
eventualmente com ulceração da pele 
o Qualquer que seja a causa primeira da 
ulceração se continuar com o pé 
insensível, prejudica a cicatrização da 
úlcera 
Quais são os fatores de risco 
da diabetes? 
Hemoglobina glicada maior que 7%, com 
pressão arterial de 130/80 mmHg, obesidade, 
sedentarismo, tabagismo, calçados 
inadequados 
O que um pé diabético 
infectado pode apresentar? 
Paroníquia, celulite, miosite, abscesso, 
fascinite necrotizante, artrite séptica, 
tendinite, osteomielite, mal perfurante 
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• Osteomielite é a infecção não tratada 
que chegou até aos ossos, e o mal 
perfurante está relacionado á pisada 
errada que resultou em calo. Esses 
dois são os mais comuns 
Risco de Ulceração 
Levantar sempre o histórico do paciente: 
como chegou a essa úlcera? Há membros 
inferiores amputados? O paciente apresenta 
uma marcha de claudicação (como se 
estivesse pulando) 
o Para avaliação do estado vascular, 
deve-se sempre palpar os pulsos dos 
pés (o tibial posterior e o pedioso) 
o A perda da sensibilidade protetora 
(PSP) deve ser avaliada de acordo 
com as seguintes técnicas: 
Percepção de pressão: monofilamento 
de 10g – no primeiro, terceiro e quinto 
metatarso e no hálux 
Percepção de vibração: diapasão de 
128 Hz 
Teste a sensação tátil – é feita com 
palito 
Teste da sensação térmica – pode ser 
feita com o cabo do martelo 
Avaliação e classificação 
A avaliação dessa úlcera como neuropática, 
neuroisquêmica ou isquêmica é realizado por 
meio do histórico e exame clínico 
• Obtenha um histórico direcionado de 
sintomas e palpe os pulsos distais dos 
pé 
• É utilização o doppler manual onde é 
examinado as ondas das artérias 
distais e aferido a pressão do 
tornozelo e o índice tornozelo-braço 
(ITB) 
• A presença de um índica tornozelo-
braço 0,9 – 1,3 ou ondas de pulso 
trifásico distais exclui fortemente a 
DAP 
• A pressão do tornozelo e o ITB 
elevados podem estar falsamente 
relacionados devido a calcificações 
• arteriais – quanto mais idoso, mais 
artérias calcificadas 
Quais são as classificações 
das úlceras do pé diabético? 
Grau 0 : nenhuma úlcera evidente, com 
calosidades grossas e cabeças metatársicas 
proeminentes 
Grau 1: úlcera superficial sem infecção 
evidente – lesão mecânica 
Grau 2: úlcera profunda sem envolvimento 
ósseo, mas dá para ver gordura, tecido 
subcutânea 
Grau 3: úlcera profunda com formação de 
abscesso e envolvimento ósseo – infecção 
patológica 
Grau 4: gangrena localizada – lesão de 
partes moles do pé, necrose 
Grau 5: gangrena extrema – leva a 
amputação do hálux 
 
Qual a diferença de 
gangrena para necrose? 
A necrose é um tecido morto sem aporte 
vascular, totalmente inviável. A gangrena 
pode ser seca ou úmida em que há formação 
de exsudato virulento ou poroso 
Tratamento local da úlcera 
Úlcera superficial com infecção limitada aos 
tecidos moles (leve): 
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o Limpe, desbride todo o tecido 
necrótico e halo de hiperqueratose ou 
calosidades 
o Inicie a terapia antibiótica oral 
empírica direcionada a 
Staphylococcus aureus e 
estreptococos 
Infecção profunda ou extensa e com 
potencial (infecção moderada ou grave): 
o Avalie a necessidade de intervenção 
cirúrgica para remover o tecido 
necrótico e libere a pressão do local 
ou drene os abscessos 
o Faça avaliação para DAP; se estiver 
presente, o tratamento é urgente já 
incluindo a revascularização 
o Inicie terapia antibiótica empírica, 
parenteral e de amplo espectro 
voltado para as bactérias gram-
positivas e gram-negativas e 
anaeróbios 
o Ajuste o ATBT com base na resposta 
clínica á terapia empírica e nos 
resultados de cultura e antibiograma 
Inspeção do tratamento local da úlcera 
É necessário fazer a troca do curativo com 
frequência levando em consideração a 
gravidade da úlcera, a patologia subjacente, 
presença de infecção, quantidade de 
exsudação e o método de tratamento da 
úlcera 
• Desbride a úlcera e remova o halo de 
hiperqueratose (a calosidade) 
• Selecione curativos para controlar o 
excesso de exsudação e mantenha o 
ambiente úmido 
• Não molhe os pés pois isso pode 
induzir a maceração da pele 
• Considere pressão negativa para 
ajudar a cicatrizar úlceras pós-
operatórias 
• Considere tratamento adjuvantes em 
úlceras não infectadas que não 
cicatrizam após 4 a 6 semanas