Buscar

Disfagia: sintomas e diagnósticos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

1 Lucas Dominguez 2020.2 – Terceiro Semestre - Medfacs 
DISFAGIA 
É um sintoma. 
Sensação subjetiva de dificuldade ou anormalidade na 
deglutição. 
Dificuldade no início da deglutição -> É o Entalo. 
Odinofagia: É a dor ao deglutir. 
• É diferente da disfagia. 
Bolus: Sensação de que a garganta fechou, mas não tem a 
ver com a deglutição. 
• Associado ao estresse emocional. 
• Não sabemos o que causa de fato. 
A disfagia pode ser: 
- Orofaríngea -> Alta! Ou de Transferência. 
• Ocorre em doenças que pegam a parte de Músculo 
Esquelético do esôfago. 
• É a incoordenação dos fenômenos neuro-
musculares (mastigação e início da deglutição). 
- Esofágica -> Baixa! Ou de Condução. 
• Ocorre em doenças que pegam a Musculatura Lisa 
do esôfago. 
• Alteração na peristalse esofágica ou de 
relaxamento do esfíncter esofágico inferior. 
 
HISTÓRIA – ANAMNESE 
Primeiro a gente tem que determinar se é orofaríngea ou 
esofagiana, através do que o paciente fala. 
Saber os tipos de alimento que causam os sintomas -> Se é 
sólido, líquido ou ambos. 
Analisar a progressão temporal: 
• Se é desde o início para sólidos e líquidos. 
• Se começou com sólidos e depois passou a ser 
líquidos. 
• Se é intermitente -> Uma hora vem e outra não 
vem. 
Se há outros sintomas associados. 
DISFAGIA OROFARÍNGEA 
Algumas condições que causam a disfagia orofaríngea: 
• Paciente sem dentes. 
• Paciente com mal de Parkinson. 
• Paciente com AVC que causou problemas na 
coordenação da musculatura -> Disfagia alta. 
• Tumor de orofaríngeo. 
• Paciente com Síndrome de Sjögren -> As glândulas 
exócrinas são afetadas e o paciente não consegue 
produzir saliva. 
• Paciente com a mucosa da boca não íntegra. 
DIVERTÍCULO DE ZENKER 
Outro grande exemplo de condição que causa a Disfagia 
Orofaríngea é a formação do Divertículo de Zenker. 
Lembrando que existe um ponto de fragilidade muscular 
entre os músculo constritor inferior da faringe e o músculo 
cricofaríngeo, que não é preenchido por nenhum músculo. 
A essa região damos o nome de Triângulo de Killian. 
Agora imaginemos que o paciente nasceu ou desenvolveu ao 
longo da vida uma hipertonia do músculo cricofaríngeo ( uma 
hipertonia do esfíncter esofagiano superior). 
Como todo o sistema que está sobre pressão procura uma 
válvula de escape, se eu tenho hipertonia nesse músculo, a 
“liberação da pressão” vai acabar sendo no ponto de 
fragilidade, que é justamente o Triângulo de Killian. 
Com isso, a mucosa do esôfago começa a se projetar através 
desse triângulo e forma um saco de mucosa que fica entre a 
coluna e o esôfago. 
Quando o paciente come, esse saco começa a se encher de 
comida e pesa, descendo e comprimindo o esôfago de fora 
para dentro, fazendo a disfagia. 
Além disso, vai acumular alimento não diferido aí dentro, 
que acaba apodrecendo, gerando mal hálito, por exemplo. 
Alguns pacientes ainda conseguem sentir um abaulamento 
no pescoço quando o saco vai enchendo de comida. 
 
Lembrando que não é algo comum na prática clínica, é uma 
condição rara! 
 
 
 
 
2 Lucas Dominguez 2020.2 – Terceiro Semestre - Medfacs 
CASOS CLÍNICOS – DISFAGIA ESOFAGIANA 
Paciente A: 35 anos. 
- Só tem disfagia quando vai tentar deglutir algo grande sem 
mastigar direito -> Não é algo que está piorando e sempre 
acontece quando ele não mastiga direito. 
- Como a disfagia é fixa, podemos deduzir que a obstrução é 
fixa e não é muito grande, já que geralmente ele come 
normal, e não piora. 
- Um diagnóstico provável é a presença de um Anel 
Esofágico, podendo ser o Anel de Schactzki, por exemplo. 
Paciente B: 28 anos. 
- Apresenta episódios recorrentes de disfagia há 3 anos. São 
intermitentes e ocorrem duas vezes no mês. 
- Não sabe quando vai ter a disfagia, vindo às vezes com 
alimento sólido e às vezes com líquido. 
- Quando tem disfagia, cursa com forte dor retroesternal em 
aperto. 
- Esse paciente provavelmente tem um distúrbio motor no 
esôfago do tipo espasmo -> Às vezes tem disfagia e as vezes 
não tem. 
Paciente C: 65 anos. 
- Portador de DRGE desde os 30 anos e apresenta disfagia há 
6 meses. 
- Inicialmente apresentava o sintoma apenas com sólidos, 
mas há 1 mês notou dificuldade com líquidos -> Vem 
piorando, ou seja, é uma disfagia progressiva. 
- Apresenta perda de 8kg no período -> Disfagia progressiva 
com uma possível anemia. 
- Como tem um DRGE, acaba tendo uma metaplasia, que 
acaba sendo uma lesão pré-neoplásica. 
- Logo, o diagnóstico provável é o Adenocarcinoma de 
Esôfago (câncer de esôfago distal). 
Paciente D: 70 anos. 
- Apresenta disfagia baixa há 25 anos. 
- Inicialmente ocorria apenas com sólidos, mas nas últimas 
semanas apresenta com líquidos. 
- Apresenta regurgitação de alimentos não digeridos e 
halitose. 
- Perda de 30kg nesses últimos 25 anos, além de estar 
descorado -> Anemia. 
- Com isso, o diagnóstico do paciente é de Acalásia. 
DISFAGIA ESOFÁGICA 
Existem várias causas de Disfagia Esofagiana. 
- Causas intrínsecas e intraluminais: 
• Corpo estranho. 
• Estenose esofágica -> Redução do calibre. 
• Esofagites. 
• Membranas -> São membranas de mucosa que 
formam no caminho do esôfago. 
o Quando é formada no esôfago em 
condições de anemia ferropriva (ausência 
de ferro), é chamada de Plummer-Vinson 
ou Patterson-Kelly. 
o Toda vez que o paciente tentar deglutir 
algo maior do que o espaço que a 
membrana deixou, ele vai entalar.] 
 
• Anéis -> É quando ocorre uma projeção de mucosa 
dos dois lados, limitando o calibre do órgão. 
o A esse anel no esôfago, damos o nome de 
Anel de Schactzki. 
o Pode nascer com o indivíduo ou aparecer 
depois (normalmente em pacientes 
jovens). 
o Não é algo que vai piorar nem melhorar, 
vai sempre estar ali. 
o Toda vez que o paciente comer alguma 
coisa que é maior do que o espaço que o 
anel deixou, vai sentir a disfagia. 
 
• Câncer de esôfago -> O tumor vai crescendo e 
tomando espaço do esôfago, tendo uma disfagia 
progressiva. 
- Causas Extrínsecas: 
• Anormalidades cardíacas e vasculares (aorta) -> 
Lembrando das correlações anatômicas dessas 
estruturas com o esôfago. Logo, se crescerem 
muito, podem acabar o comprimindo de fora para 
dentro e causar disfagia. 
• Aterosclerose grave. 
• Anormalidades da tireoide -> Mais uma vez, por 
conta da correlação anatômica, se crescer muito, 
acaba comprimindo de fora para dentro, causando 
disfagia. 
• Lembrando que nesses casos, para chegar ao nível 
de comprimir o esôfago, a clínica do paciente já é 
dominada pela clínica principal -> Por exemplo, se o 
paciente tem um coração grande o suficiente para 
 
3 Lucas Dominguez 2020.2 – Terceiro Semestre - Medfacs 
fazer disfagia, ele já tem clínica de insuficiência 
cardíaca. 
Distúrbios Motores: 
Podem ser primários ou secundários. 
Primários: 
- Acalásia. 
ACALÁSIA 
O esfíncter esofagiano inferior tem que ser capaz de relaxar, 
abrindo e deixando o alimento passar. 
Dentro da parede do esôfago, nós temos plexos nervosos 
que fazem um controle independente, que se autocontrola, 
ajudando a controlar seu funcionamento. Aqui, ele vai ajudar 
no relaxamento de esfíncter inferior. 
Imaginemos que o paciente tenha uma doença que destruiu 
esse plexo nervoso. Como esse plexo ajuda no relaxamento 
do EEI, o que vai acontecer é que esse esfíncter não vai abrir 
mais, ficará fechado! 
No início do quadro, o paciente vai ter uma disfagia para 
sólidos, só que com o passar do tempo isso vai piorando, 
ficando cada vez mais apertado e acumulando alimento em 
cima do EEI. 
Com o passar dos anos, esse alimento acumulado vai acabar 
formando uma barreira, deixando o espaço para o alimento 
passar cada vez menor. 
Além de causar a hipertonia do esfíncter, essa doença causa 
uma incapacidade do esôfago distal de se contrair 
corretamente (aperistalse). 
 Em resumo, vai causar: 
- Hipertonia do Esfíncter Esofagiano Inferior. 
- Aperistalse (perda da capacidade de se contrair 
corretamente). 
Com o acúmulo de alimentos, vai acabardilatando o esôfago 
e acabando com parte da musculatura -> Forma o 
Megaesôfago -> Acalásia e megaesôfago não são sinônimos. 
Lembrando que isso vai levar décadas para acontecer. 
Além da disfagia, o paciente regurgita alimentos de dias 
atrás, que ficam no esôfago apodrecendo, tendo uma grande 
halitose. 
Como o que ele come fica preso, ele vai ter uma grande 
perda de peso. 
A Primária é causada autoimune, mas é mais rara no Brasil. 
A Secundária é mais comum, onde o parasita da Doença de 
Chagas vai lá e destrói esse plexo. 
 
- Espasmo esofagiano difuso ou distal (esôfago em saca 
rolhas). 
• Cãibra no esófago -> É um espasmo muscular. 
- Esôfago em quebra nozes. 
Ambos (saca rolhas e quebra nozes) são espasmos motores. 
A diferença entre eles é que o esôfago em quebra nozes é um 
espasmo peristáltico (é uma onda peristáltica, porém com 
amplitude muito maior do que deveria ter – contrai na ordem 
certa, mas com muito mais força, gerando dor). 
Enquanto o esôfago em saca rolhas é uma contração não 
peristáltica, que é mais forte na base. 
Essas doenças primárias são multifatoriais, mas podem ser 
desencadeadas por alimentação. 
Não vai importar o alimento, é uma forte dor em aperto, 
semelhante ao infarto (faz diagnóstico diferencial com 
síndrome coronariana aguda), e é intermitente (vai e volta). 
Secundários: 
- Doença de Chagas. 
- Colagenases -> A Esclerodermia. 
• Doenças autoimunes que depositam materiais e 
alteram a composição esofágica e deixa o esôfago 
incapaz de funcionar corretamente. 
- Amiloidose -> É uma doença de depósito. 
• Doença que deposita proteína anormal nos tecidos 
-> O tecido saudável passa a ter depósito patológico 
de proteínas, deixando de funcionar corretamente. 
- Doenças endocrinológicas (DM, tireoidopatias).

Outros materiais