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OBJETIVOS APG 5 / VÍDEO CORAÇÃO DE ATLETA – HIPERTROFIA FISIOLÓGICA EMILLY LORENA – 1º PERÍODO - MEDICINA 1. DESCREVER A HISTOLOGIA DA CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO MUSCULAR As células do músculo cardíaco se contraem sem estimulo nervoso: A maior parte do coração é constituída por células do músculo cardíaco, o miocárdio. A maior parte do musculo cardíaco é contrátil, mas cerca de 1% das células do miocárdio é especializada em gerar potenciais de ação espontaneamente. Essas células são responsáveis por uma característica única do coração: a capacidade de se contrair sem um estimulo externo. O coração é capaz de se contrair sem estar conectado a outras partes do corpo porque o estimulo é miogênico, originado no próprio músculo cardíaco. O sinal para a contração do miocárdio não vem do sistema nervoso, mas de células do miocárdio denominadas células autoexcitáveis, também conhecidas como células do marca-passo, uma vez que elas determinam a frequência dos batimentos cardíacos. As células autoexcitáveis são anatomicamente diferente das contráteis: são menores e contem poucas fibras contráteis, ou seja, como elas não contem sarcômeros organizados, e elas não auxiliam na força contrátil do coração. A maior parte das células do miocárdio é de musculo estriado típico, com fibras contráteis organizadas em sarcômeros. O músculo cardíaco difere de forma significativa do músculo esquelético e compartilha algumas propriedades com o músculo liso: 1. As fibras musculares cardíacas são muito menores do que as fibras musculares esqueléticas e, em geral, possuem um núcleo por fibra. 2. As células musculares cardíacas individuais ramificam-se e juntam-se com as células vizinhas, criando uma rede complexa. As junções celulares, conhecidas como discos intercalares, consistem em membranas interligadas. Os discos intercalares têm dois componentes: os desmossomos e as junções comunicantes. Os desmossomos são conexões fortes que mantêm as células vizinhas unidas, permitindo que a força criada em uma célula seja transferida para a célula vizinha. 3. As junções comunicantes nos discos intercalares conectam eletricamente as células musculares cardíacas umas às outras. Elas permitem que as ondas de despolarização se espalhem rapidamente de célula a célula, de modo que todas as células do músculo cardíaco se contraem quase simultaneamente. Neste aspecto, o músculo cardíaco assemelha-se ao músculo liso unitário. 4. Os túbulos T das células miocárdicas são maiores do que os do músculo esquelético e se ramificam dentro das células miocárdicas. 5. O retículo sarcoplasmático miocárdico é menor que o do músculo esquelético; por isso, o músculo cardíaco depende, em parte, do Ca2+ extracelular para iniciar a contração. Nesse aspecto, o músculo cardíaco assemelha-se ao músculo liso. 6. As mitocôndrias ocupam cerca de um terço do volume celular de uma fibra contrátil cardíaca, devido à grande demanda energética dessas células. Estima-se que o músculo cardíaco consome de 70 a 80% do oxigênio levado a ele pelo sangue, mais do que duas vezes a quantidade extraída por outras células do corpo. RESUMO: O coração é um órgão predominantemente muscular pois é a atividade contrátil do músculo cardíaco que dá o coração a sua função de bombeador de sangue do organismo. As fibras musculares cardíacas são semelhantes às fibras do músculo esquelético, porém, algumas particularidades do músculo cardíaco o torna um tecido muscular próprio. O músculo cardíaco tem estriações, semelhantes ao músculo esquelético, porém não é tão bem destacado como no músculo esquelético. O músculo cardíaco é involuntário, sendo controlado pela atividade parassimpática e simpática do sistema nervoso autônomo. As fibras musculares cardíacas são mais curtas (90 µm e cumprimento) e ramificadas, de tal forma que uma fibra faz projeções para as outras e as fibras podem se projetar longitudinalmente, transversalmente e obliquamente na mesma lamina. O núcleo das fibras musculares cardíacas está no centro da fibra e, ao contrário as fibras musculares esqueléticas que são multinucleadas, essas fibras costumam ter um ou dois núcleos apenas. As fibras musculares cardíacas também apresentam uma quantidade muito maior de mitocôndrias em seu citoplasma, do que se comparado com as fibras musculares esqueléticas. O retículo sarcoplasmático é conectado com os túbulos das cisternas transversais (Túbulos T) de forma menos intensa do que nas fibras musculares esqueléticas de tal forma que além das tríades exista a presença das díades. Uma característica peculiar das fibras musculares cardíacas é a presença marcante de lipofuscina, um pigmento castanho dourado constituído por fosfolipídios e proteínas localizada próximo ao núcleo da célula. A lipofuscina costuma estar presentes em células que não se multiplicam e tem vida longa, como é o caso das fibras musculares cardíacas. Os miócitos cardíacos não tem a capacidade de se regenerar, caso haja alguma lesão ao tecido muscular cardíaco, fibroblastos iram proliferar no espaço lesionado e preenche-lo com fibras de colágeno, formando uma espécie de cicatriz. Os discos intercalares têm dois componentes: os desmossomos e as junções comunicantes. Os desmossomos são conexões fortes que mantêm as células vizinhas unidas, permitindo que a força criada em uma célula seja transferida para a célula vizinha. A grande opacidade dos discos intercalares se dá devido a presença de complexos juncionais (zônulas de adesão, junções do tipo gap e desmossomas) entre as fibras musculares cardíacas. As zônulas de adesão, ao contrário do epitélio, são dispostas de forma irregular. Os desmossomas atuam tanto na zonula de adesão quanto nas regiões onde existem junções gap e sua importante e de impedir que as células cardíacas se desarranjem durante a atividade contrátil. As junções comunicantes tipo gap são essencial para o bom funcionamento contrátil do coração pois são por essas junções comunicantes que passam íons que fazem com que uma célula excite a outra de tal forma que o potencial de ação gerado em apenas um ponto do coração (Células Marca- passo), possa se propagar para todas as células do coração, como em uma forma sincicial. As fibras musculares cardíacas, principalmente as células do átrio esquerdo sintetizam um peptídeo atrial chamado: Peptídeo Natriurético Atrial (PNA) que são armazenados na forma de grânulos e liberados no sangue, atuando como um importante hormônio regulador da volemia plasmática. O PNA aumenta a secreção de Na+ pelos túbulos renais, o que faz a água também ser secretada seguindo o gradiente osmótico, isso reduz o volume plasmático do sangue o que controla a volemia e a pressão sanguínea. Algumas estruturas musculares do coração se modificaram e formaram células próprias com funções especificas ao coração. As células marca-passo são um exemplo de células musculares modificadas e sua função é gerar, por si próprias, potencial de ação que é conduzido por todo coração contraindo as fibras musculares. Outra células muscular modificada presente no coração são as Fibras de Purkinje que são especializadas em conduzir o potencial de ação, gerado nos átrios, para os ventrículos. 2. COMPREENDER O POTENCIAL DE AÇÃO CARDÍACO, OS SINAIS ELÉTRICOS DO CORAÇÃO E O CICLO CARDÍACO As células musculares do coração: 3 tipos de células com diferentes propriedades eletrofisiológicas. Células marca-passo: tem propriedade de automatismo e são capazes de gerar estímulo elétrico (contração). Estas células estão localizadas no nodo sinusal e no sistema His- Purkinje. Células de condução: são especializadas na condução rápida de impulso elétrico e estão localizados no sistema His-Purkinje. Elas conduzem o potencial de ação. Células musculares: são especializadas na contração muscular e estão presentes nos átrios e ventrículos. Potencialde ação nas fibras cardíacas: Célula muscular em repouso: diferença na concentração de cargas elétricas entre os 2 lados da membrana. POTÁSSIO: sua concentração é 30 a 50x maior no interior da célula em repouso. SÓDIO: sua concentração é 10x maior fora da célula. CÁLCIO: sua concentração é maior fora da célula. COMO OCORRE O POTENCIAL DE AÇÃO? Impulso elétrico propaga-se por meio de potenciais de ação, esse estímulo fará com que haja uma mudança no potencial, deixando mais POSITIVO, devido a abertura dos canas de Na+ e sua carga positiva. Através da membrana celular de cada célula. O potencial de ação do ciclo cardíaco inclui duas etapa principais: despolarização e repolarização. Ativação do coração: as junções comunicantes vão facilitar a difusão dos íons, ou seja estimulando a passagem do estímulo com uma velocidade maior. Despolarização do átrio direito: ocorre primeiro devido o nódulo sinusal (SA) até o nódulo atrioventricular, por meio dos feixes internodais. Ocorre de cima baixo; para a frente; da direita esquerda. É caracterizada por passar o estímulo de uma célula a outra por todo o coração, partindo sempre do átrio direito. Acontece pela diferença de potencial que ocorre no tecidos. O estímulo despolarizante inicia no nódulo sinusal (NS); É caracterizada pela recuperação celular. Despolarização do átrio esquerdo: ocorre após quase toda a despolarização do AD. Ocorre para trás: anatomicamente ao AE e posterior ao AD; da direita esquerda; levemente para baixo ou para cima, a depender do posicionamento cardíaco. Propagação do potencial de ação muscular: O estímulo sinusal percorre o espaço entre os nódulos sinusal e atrioventricular (NAV) por meio dos feixes internodais; Ao passar pelo nodo AV, a onda de ativação atinge o feixe de His-Parkinge para os ventrículos, fazendo com que passe para todo o coração e aconteça a depolarização, e assim a contração. A CONTRAÇÃO SÓ OCORRE APÓS A DESPOLARIZAÇÃO. O NAV a transmissão entre uma célula e outra vai ser mais lenta, ele funciona como “freio” no impulso oriundo dos átrios, ou seja, evita que os átrios e ventrículos se contraiam juntos. Essa pausa chama-se PLATÔ. Após o potencial inicial a membrana permanece despolarizada por cerca de 0,2 segundos, o platô confere a duração da contração cardíaca. Tem em média 105Mv (mili volt): -85 a + 20. PLATÔ É A ESTABILIDADE DA DESPOLARIZAÇÃO. O potencial de ação é dividido em 5 fases: Fase 0 (DESPOLARIZAÇÃO): - Os canais rápidos de sódio abrem; - O potencial de membrana fica mais positivo. (-90Mv +20mV); - O potencial de membrana alcança cerca de +20 milivolts antes dos canais de sódio encerrarem; - Os canais de sódio ativados por voltagem (canais rápidos de sódio) abrem e permitem que o sódio flua para dentro da célula e a despolarize. Fase ascendente rápida devido a entrada rápida de Na⁺ na célula, despolarizando-a; Fase 1 (DESPOLARIZAÇÃO INICIAL): - Os canais rápidos de sódio se encerram; - A célula começa a repolarizar e os íons potássio saem da célula através dos canais de potássio abertos; - Repolarização precoce devido a diminuição abrupta da permeabilidade à entrada do Na⁺, saída de K⁺ e entrada de Cl⁻, deslocando a curva para próximo da linha de potencial zero; Fase 2: -Canais de Ca2+ abrem; canais de K+ fecham-se rapidamente; -Repolarização lenta, conhecida como platô, devido a saída de K⁺ e entrada de íons Ca2⁺, levando a uma relativa estabilização em torno da linha de potencial zero; Fase 3: - Canais de Ca2+ fecham; canais de K+ abrem-se rapidamente -Repolarização rápida devido, principalmente, ao grande efluxo de K⁺ da célula, com deslocamento da curva em direção à linha de base, voltando o potencial de membrana para -90mV. Ao final dessa fase, o potencial está recuperado, porém com a distribuição iônica invertida; Fase 4: - Potencial em repouso; -Repouso elétrico, ou fase diastólica, devido a troca de íons, com a saída de Na⁺ e entrada de K⁺ com gasto de energia, além da saída de Ca2+. A linha continua estável em -90mV. FASE 0 No repouso da célula miocárdica, ou fase 0, seu potencial se encontra em -90 mV, em que há grande concentração de potássio (K+) no meio intracelular e de sódio (Na+) no meio extracelular. Levando isto em conta, para que haja a despolarização, elas seguem o princípio do tudo ou nada. Esse princípio diz respeito à quando o potencial de uma célula atingir o potencial limiar, ou de “gatilho”; aproximadamente a -70 mV (em condições normais), a célula obrigatoriamente irá despolarizar. Esse potencial aumenta, porque, com o estímulo do nó sinoatrial, os canais rápidos de Na+ se abrem, permitindo o influxo desse íon para dentro do sarcolema, TECIDO CONJUNTIVO QUE ENVOLVE A FIBRA MUSCULAR. Conforme há a entrada desse íon, o potencial celular aumenta e, ao chegar entre +20mV e +30mV, esses canais de Na+ se fecham. Permitindo, assim, os canais lentos de K+ (canais do tipo “L”) iniciarem sua abertura. Ainda neste momento, alguns canais lentos de cálcio (chamados canais L de Ca2+) também começam a se abrir; como particularidade do músculo cardíaco, alguns canais L de Ca2+ abrem em potencial sublimiar (abaixo do limiar) pela necessidade de muito Ca2+ que a fibra precisa. Analisando ECG, a fase 0 corresponde à onda R (ou complexo QRS). FASE 1 Após o fechamento dos canais de sódio, os canais de K+ começam a se abrir, diminuindo o potencial intracelular de +20 mV para 0 mV, aproximadamente, visto que entram dois K+ e saem três Na+ na célula cardíaca. Logo, mais carga positiva sai do que entra, reduzindo este potencial. No ECG, as fases 1 e 2 coincidem, representando o final do complexo QRS e o começo do segmento ST. FASE 2 Diversamente à célula do músculo estriado esquelético, o potencial estabelece um platô, ou seja, prolonga a despolarização, aumentando o período de contração em até 0,2 a 0,3 segundos. Fato que acontece por conta de dois eventos: primeiro, os canais de Na+, regulados por voltagem, são rápidos e os canais de Ca2+ são lentos; segundo, os canais de K+, regulados por voltagem, abrem-se lentamente. Esses fenômenos, que ocorrem simultaneamente, implicam da seguinte forma: a abertura dos canais rápidos, leva a parte em ponta (SPIKE) do potencial, enquanto os canais L de Ca2+ permite o influxo de Ca2+ para a fibra; já os canais de K+, se abrem por completo apenas no final do platô, retardando o potencial de membrana ao seu valor de repouso, pois a permeabilidade do K+ aumenta apenas quando a permeabilidade do Ca2+ e do Na+ diminuem. No ECG, a fase 2 corresponde ao segmento ST, que em condições normais é isoelétrico. FASE 3 A fase 3, faz jus à repolarização, ou polarização rápida, marcada pelo final do platô anteriormente comentado. Os canais de Ca2+ e Na+ fecham-se, os canais de K+ abrem-se completamente, retornando à célula do miocárdio ao estado de repouso. Esta fase corresponde à onda T do ECG. FASE 4 A última fase remete ao potencial de repouso da membrana com o valor médio de -90 mV, em que a célula está preparada para receber um novo estímulo. RESUMO: Miócitos contráteis tem um conjunto diferente de canais de ións. Seu retículo sarcoplasmático, o RS, aloja uma quantidade grande de cálcio. Elas também contém miofibrilas. As células contráteis tem um potencial de repouso estável de -90mV e despolariza APENAS quando estimulado. Quando a célula é DES-polarizada, tem mais sódio e cálcio dentro da célula. Estes íons positivos escapam através das junções gap até a célula adjacente e aumentam a voltagem da célula até o limiar de -70mV. Neste ponto, canais de sódio VELOZES se abrem, criando um influxo rápido de sódio e um aumento acentuado na voltagem. Essa é a fase despolarizadora. Canais de cálcio tipo-L também se abrem a -40mV, causando um influxo lento mas constante.No seu pico, canais de sódio se fecham rapidamente, e canais de potássio dependentes de voltagem se abrem, e isso resulta numa pequena diminuição de potencial de membrana, conhecida como a fase de repolarização PRECOCE. Os canais de cálcio se mantém abertos e o efluxo de potássio é equilibrado eventualmente pelo influxo de cálcio. Isso mantém o potencial de membrana relativamente estável por em torno de 200mseg, resultando na fase PLATEAU, característica de potenciais de ação cardíacos. O cálcio é crucial no acoplamento da excitação elétrica à contração (sístole) muscular física. O influxo de cálcio do fluído extracelular, no entanto, não é suficiente para induzir a contração. Em vez disso, ativa uma liberação de cálcio MUITO maior do RS, num processo conhecido como “Liberação de cálcio induzida por cálcio". O cálcio ENTÃO desencadeia a contração muscular por o mecanismo de filamento deslizante. À medida que os canais de cálcio se fecham, o efluxo de potássio predomina e a voltagem da membrana retorna a seu valor de repouso. O período refractário absoluto é muito mais longo no músculo cardíaco. Isso é essencial para prevenção de somação e tétano. SINAIS ELÉTRICOS Todo músculo precisa de um estímulo para se contrair, no coração existe um sistema próprio dele capaz de gerar esses estímulos elétricos, e acontece através de um grupo de células especializadas em gerar e transmitir impulsos elétricos para a contração do miocárdio: NÓ SINOATRIAL ou NÓ SINUSAL. NÓ SINOATRIAL ou NÓ SINUSAL: está localizado na parede do átrio direito, próximo ao local onde a veia cava superior desemboca. Determina a frequência cardíaca, o passo (ritmo) do coração, e por isso, é chamado de marca-passo. Nós temos o natural, e em caso de problema pode ser substituído, cirurgicamente, pelo marca-passo artificial. NÓ ATRIOVENTRICULAR: é assim chamado pois está localizado no limite entre o átrio e o ventrículo direito. Sua principal função é gerar um pequeno atraso no estímulo vindo do nó sino atrial, fazendo com que os ventrículos contraiam depois dos átrios. O estímulo gerado no sinoatrial se espalha pelas células do miocárdio dos átrios graças às suas junções complexas chamadas Gap Junctions ou Junções do tipo Gap. JUNÇÕES DO TIPO GAP: as células do miocárdio dos átrios contraem todos simultaneamente. RESUMO ATÉ ENTÃO: O estimulo de nó sinoatrial se espalha pelos átrios e garante a contração atrial, e antes de chegar nos ventrículos, o estimulo precisa passar pelo nó atrioventricular, ao chegar nessa estrutura o estimulo sofre um pequeno atraso e é retransmitido para o miocárdio dos ventrículos através do feixe de His, uma estrutura também formada por células especializadas e que descem pelo septo interventricular, se dividindo em dois ramos: direito e esquerdo. Próximo ao ápice do coração os feixes de His se ramificam em fibras de Purkinje de onde o estimulo passa diretamente para o miocárdio dos ventrículos. A estimulação das fibras de Purkinje faz com que os ventrículos contraiam simultaneamente e ejetem o sangue do seu interior para a circulação sistêmica ou pulmonar. Lei do tudo ou nada: o estimulo gerado e transmitido por essas células especializadas gera uma contração sempre igual ou nenhuma contração. O estímulo da contração faz parte do sistema nervoso autônomo, com duas inervações: uma raiz simpática (excitatória – AUMENTA A FREQUÊNCIA CARDÍACA) e outra parassimpática (inibitória – DIMINUI A FREQUÊNCIA CARDÍACA). 3. DIFERENCIAR O CORAÇÃO DE UM ATLETA E UMA PESSOA NORMAL. Coração de Atleta. Modificações Fisiologicas x Supertreinamento e Doenças Cardíacas No século XVII, Lancini fez a primeira observação que a atividade física intensa modificava o tamanho do coração e a primeira descrição médica do que foi chamado de coração de atleta, Henschen a fez logo após a Olimpíada de 1896, depois de examinar corredores de esquina neve. Nos últimos anos, apesar da polêmica quanto ao caráter de benignidade ou não das várias alterações, alguns autores definiram as seguintes características da síndrome do coração de atleta como não patológicas: 1) frequência cardíaca (fc) menor que a média considerada normal em repouso; 2) volume sistólico (vs) maior que o normal em repouso e no exercício; 3) débito cardíaco (dc) mais elevado que o habitual; 4) maior consumo máximo de oxigênio (vo2 max) no atleta, comparado com indivíduo sedentário; 5) volume cardíaco acima do normal da população geral não ativa fisicamente; 6) pressão diastólica final de ventrículo direito (pd2 de vd) ligeiramente mais elevada durante o exercício no atleta; 7) maior valor da diferença entre a saturação do oxigênio arterial do venoso periférico, comparado com o valor da diferença entre a saturação arterial/venosa de outras regiões do corpo, provocado pela maior extração de o2 arterial pelos músculos estriados periféricos, por aumento da capilarização, consequente à atividade física; 8) dilatação e hipertrofia cardíaca, com valores acima dos normais, porém abaixo dos valores de portadores de doenças cardiovasculares. REFERÊNCIAS GHORAYEB, Nabil. Coração do Atleta: Modificações fisiológicas X supertreinamento e doenças cardíacas. ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA, v. 54, p. 161, 1995. – CLASSIFICAÇÃO B1 Hall JE. Tratado de Fisiologia Médica. 12.ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2011
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