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ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO 1MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO 2MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO 3MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE, TENDÊNCIAS E DESAFIOS O perfil do cliente de serviços bancários mudou, Bancos tradicionais já não conseguem suprir as necessidades de clientes que nasceram mergulhados na era digital, como a geração Y. Por isso, a fim de oferecer um relacionamento mais personalizado, é essencial compreender quais são os interesses e necessidades dessa nova geração de consumidores, assim como o que eles esperam dos serviços financeiros. A geração digital deseja ser localizada por seus interesses específicos e características peculiares e não ser somente um número em amplos dados demográficos. Ela é composta por clientes participativos e que desejam ser questionados sobre os produtos e serviços que o banco oferece. São consumidores que esperam que o banco tenha uma visão ampla de seu relacionamento, atuando de forma antecipatória, observando possíveis problemas e criando soluções. Eles querem ser surpreendidos com serviços especiais em momentos inesperados e esperam que a instituição financeira esteja ao seu lado no longo prazo, nos diversos momentos da sua vida. Estes clientes também esperam que o banco tenha caráter informativo e orientador. Além de terem interesse em assuntos financeiros, querem que a instituição os eduque através de dicas e canais on-line, assim como os informe sobre o atual cenário econômico, alertando-os sobre mudanças financeiras. Desejam sentir que estão seguros e protegidos, que podem escolher os melhores canais para interagir com o banco. Segundo a Strategy& na Pesquisa FEBRABAN de tecnologia bancária, a adaptação ou reinvenção das estruturas de middle e back office age como ferramenta facilitadora da transformação digital, agilizando o serviço a um nível de custo adequado. Os bancos, então, variam em termos de maturidade digital de acordo com o nível de automação e digitalização dos processos. O nível máximo de maturidade digital significaria ter procedimentos de gestão de risco automatizados, segmentação dinâmica de clientes, ofertas focadas de produtos e serviços, integração total entre os canais e ferramentas complexas de CRM. O Wells Fargo, por exemplo, possui elevado nível de integração entre seus sistemas, o que leva aos menores custos de processamento em aprovações de crédito aos consumidores. Paralelamente, o Bank of America, procurou obter uma segmentação de clientes refinada, o que permite a realização de prospecção e marketing mais focados e consequentemente um melhor aproveitamento da base de clientes. Sendo assim, segundo a Strategy&, em grandes bancos, o processo de transformação digital tem passado por três estágios: - Oferta de Canais Virtuais - Banco Digitalizado - Banco Digital O ambiente digital pode ser bastante competitivo e é preciso traçar estratégias para se destacar. Para utilizar a inovação tecnológica com sucesso, o banco deve simplificar seus produtos e processos, proporcionando uma experiência mais intuitiva e agradável ao usuário. Principalmente, para competir com as fintechs (da qual falaremos mais a seguir). O banco digital deve ser atrativo e interessante para seus clientes, além de buscar a possibilidade de interação pessoal. O uso de diversas mídias e canais para realizar transações que antes só eram possíveis de forma presencial, são alguns dos diferenciais. É importante dar ao cliente a possibilidade de escolha dos canais com os quais ele queira interagir. Outra forma de manter a vantagem competitiva é fazer uso da computação cognitiva, uma poderosa ferramenta do banco digital. Com ela, é possível combinar dados internos de transações bancárias com dados externos de redes sociais e aplicativos, criando interações e novas formas de informar e aconselhar clientes, antecipando-se aos problemas de forma proativa. Ou seja, quanto mais personalizado for o atendimento oferecido pelo banco, maior vantagem competitiva este terá. A criação de um Banco Digital, ou a transformação de um banco tradicional, nem sempre é um processo realizado de forma totalmente digital. Algumas instituições ainda possuem processos manuais de aprovação de propostas, mesmo com uma captura digital. Assim, torna-se necessário uma solução para a transformação digital de processos internos, tanto para eliminar atividades manuais de aprovação, quanto para automação de processos. Soluções que podem trazer mais agilidade e melhor experiência para o cliente. Banco Digital O Banco digital é composto de interações através de canais virtuais, mas principalmente, da automação e digitalização dos processos para sustentar as expectativas do cliente e promover a melhor experiência possível. Para atender a estas expectativas, um banco digital deve construir uma nova forma de se relacionar com o cliente, baseando-se na análise do seu comportamento e necessidades, através de dados oferecidos por suas transações financeiras, interações com canais digitais e atividades de mídia social. Trabalhar dados a fim de extrair informações relevantes, ter visão ampla do relacionamento com o cliente, simplificar processos, agir de maneira informativa e proativa são alguns dos desafios do banco digital. Eles podem ser alcançados com ações baseadas na análise de Big Data, associação com FinTechs e disponibilidade de canais alternativos. Transações bancárias e interações com canais de mídia social fornecem dados e informações aos bancos. É preciso saber cruzar e analisar esses dados a fim de criar uma experiência mais personalizada para o cliente. Visualizar clientes através de dados analíticos possibilita aos bancos descobrir novos segmentos baseados em comunidades ou estilos de vida, criando conexão emocional com o cliente. Também é possível conhecer, orientar e informar de acordo com seus problemas e necessidades, assim como surpreendê-los com estratégias preventivas. A abertura de canais de relacionamento mais intuitivos e que melhorem a experiência do cliente, também cria uma relação mais próxima, baseada na troca de informações. Assim, as novas tecnologias que surgem no mercado podem contribuir para antecipar o comportamento dessa geração cada vez mais exigente. E assim oferecer produtos e serviços que resolvam problemas reais, criando vínculos com os clientes cada vez mais fortes. INTERNET BANKING O internet banking é uma forma de acessar, pelo seu computador, as informações do banco ou instituição financeira. Essa ferramenta facilita os pagamentos e transações – e é muito útil, não somente em tempos de pandemia de coronavírus. O internet banking nada mais é do que ter acesso a uma área pessoal dentro do site da sua instituição ou banco. Ele permite que o cliente acesse sua conta corrente ou informações da poupança, ou outros produtos, pela internet. Com a ferramenta é possível verificar o saldo, realizar transferências, efetuar pagamentos e outras transações. Para utilizar o internet banking, é preciso ter uma senha.Em geral, esse procedimento é feito presencialmente em alguma agência, mas várias instituições financeiras mais modernas, como as fintechs ou bancos digitais, permitem que você crie ou solicite a senha de forma também digital – pelo aplicativo ou site, por exemplo. ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO 4MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL Com seu login e senha, basta entrar no site, digitar as informações e começar a usar os serviços digitais. Em alguns casos, também pode ser necessário instalar um programa de sua instituição financeira em seu computador para que o acesso seja autorizado. Tudo varia conforme o seu banco. Vantagens do Internet Banking Organização financeira Com o internet banking você não precisa anotar as contas no papel e nem imprimir extratos de depósitos e transferências bancárias. Uma vez registradas, o sistema salva todas as informações que você precisa. Por exemplo, se você quiser gravar dados de uma conta para a qual faz transferências todo mês, isso vai te ajudar a poupar mais tempo. Comprovantes de pagamento, depósito e transferência também podem ser salvos em PDF e organizados em pastas no seu computador. Facilidade Verificar a fatura do cartão de crédito, realizar um pagamento em cima da hora e olhar seu saldo. Esses são alguns exemplos do que você pode fazer a qualquer hora, em qualquer dia da semana, sem sair de casa. Os serviços podem, inclusive, ser acessados fora do Brasil. Basta apenas que você esteja conectado a internet para poder programar o pagamento de contas e visualizar suas informações bancárias. Super fácil! Economia – de tempo e dinheiro O usuário não precisa se deslocar até uma agência e também não precisa pagar por um extrato bancário – já que, pelo internet banking, você tem acesso fácil, bem ali, na tela do seu computador. Para pequenos empresários, essa pode ser uma forma de pagar funcionários, organizar fluxo de caixa e pagar fornecedores, por exemplo. Segurança Não precisa se preocupar, pois a ferramenta é segura. Ter alguns cuidados como não fornecer a senha a terceiros ou não acessar o site de qualquer computador, são, claro, sempre muito importantes. Também é fundamental seguir as instruções de segurança da sua instituição – como usar um token ou aplicativo para gerar códigos de acesso, ou criar camadas extras de segurança no próprio app (como cadastro da biometria e senha de acesso). É importante ficar sempre atento e tomar alguns cuidados básicos: - Manter o antivírus do seu computador sempre atualizado; - Trocar a senha do internet banking periodicamente; - Nunca fornecer senha a outras pessoas; - Os bancos nunca pedem atualização da chave de segurança por e-mail; - Conferir se o site é mesmo do seu banco; - Verificar se o site possui um cadeado verde na parte em que é digitado o endereço. Isso mostra que a conexão é segura e que a identidade do banco foi confirmada. MOBILE BANKING A tecnologia oferecida para utilização de serviços bancários está crescendo. O mobile banking é uma das possibilidades que oferece comodidade para usufruir das funções das instituições. Assim, todo aproveitamento acontece sem precisar sair de casa. Ou seja, o mobile banking é como ter uma agência ao alcance das mãos. E mesmo sendo termos parecidos, o mobile e o internet banking não são a mesma coisa. O banco móvel funciona de forma distinta. O mobile banking é uma praticidade entregue através de dispositivos móveis (tablet, smartphone, relógio tecnológico etc). Isto é, para que os clientes possam realizar transações financeiras e operações bancárias sem a necessidade presencial nos bancos. O serviço de ‘banco online’ não é igual no internet banking e mobile banking. O uso do internet banking é exclusivo no site ou plataforma online da instituição bancária, já no banco móvel, o uso pode ser feito pelo aplicativo no celular ou outro dispositivo móvel. Alguns serviços que são possíveis realizar com ambas as modalidades, são: - Recarga de celular; - Efetuar DOC ou TED; - Investimento; - Solicitar produtos e serviços (cartões, empréstimos, financiamentos etc.); - Realizar pagamentos. Como a própria tradução sugere, o banco no celular é o banco móvel. É a possibilidade que o usuário tem para conseguir realizar atividades bancárias através do universo online. Muitas empresas estão investindo na migração para poder abranger e melhorar a experiência dos usuários. O surgimento do mobile banking no Brasil afetou positivamente em como os clientes utilizam a instituição financeira. A função além de trazer comodidade e praticidade, também oferece outros benefícios. - Realizar transações e operações financeiras de qualquer lugar. - Mais controle sobre os investimentos e gastos. - Redução de taxas cobradas pelas instituições para realizar transações e outros serviços. - Pagamento online de contas e boletos. O banco móvel traz algumas questões junto com o seu uso. Além de lidar com a segurança das informações do usuário, é preciso desenvolver uma melhor usabilidade dos aplicativos e transformar banco móvel em um canal para mais transações. O uso do banco no celular, assim como do internet banking, não é 100% seguro. No entanto, o serviço possui várias camadas de proteção que oferecem ao usuário uma experiência com mais resguardo. Mesmo com as diversas camadas de proteção oferecidas pelo aplicativo da instituição bancária, o ideal é tomar algumas medidas preventivas para não correr o risco de ter os dados roubados. - Fazer download apenas de aplicativos oficiais; - Manter os aplicativos das instituições bancárias atualizados; - Conferir a rede de dados que está sendo utilizada; - Evitar usar dispositivos móveis de terceiros; - Preferir não salvar o login de acesso na conta no dispositivo utilizado; - Fechar o aplicativo assim que terminar a utilização. Algumas simples atitudes podem fazer com que a navegação no mobile banking seja mais cômoda e segura. O seu uso pode trazer mais estímulo para acompanhar a utilização dos recursos financeiros e pagar menos taxas. OPEN BANKING O Open Banking é um sistema financeiro aberto que vai trazer mais transparência e autonomia para sua rotina. Com ele, você decide quais instituições financeiras terão acesso às suas informações para quais finalidades e período específico. O compartilhamento de dados só acontece quando você tem interesse em um novo serviço ou melhoria do que já tem, como uma oferta de cartão de crédito ou um pacote atrativo para conta corrente. Outro ponto importante é poder encerrar esse acesso a qualquer momento. ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO 5MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL O Open Banking, ou Sistema Financeiro Aberto, é uma iniciativa de compartilhamento aberto de dados, produtos e serviços das instituições participantes, em formatos padronizados, de maneira segura, ágil e conveniente. O Open Banking ou Sistema Financeiro Aberto é uma iniciativa do Banco Central do Brasil que tem como principais objetivos trazer inovação ao sistema financeiro, promover a concorrência, e melhorar a oferta de produtos e serviços financeiros para o consumidor. A pessoa física ou jurídica é quem decidirá quando e com quem deseja compartilhar seus dados. O Open Banking assegura a padronização do compartilhamento de dados e serviços. A pessoa escolhe como, quando e com qual instituição participante quer compartilhar os seus dados e pode interromper o consentimento a qualquer momento. O compartilhamento dos dados só poderá ser concluídocom o seu consentimento. O processo será 100% digital e realizado dentro de um ambiente totalmente seguro. Sempre que você quiser, a qualquer hora e em qualquer lugar, será possível compartilhar seus dados com a instituição escolhida. O Open Banking, ou sistema financeiro aberto, propicia o compartilhamento padronizado de dados e serviços por meio de APIs (Application Programming Interfaces) por parte de instituições participantes e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. No caso dos dados pessoais, o cliente (pessoa física ou jurídica) é o titular desses dados e decidirá quando e com quem ele deseja compartilhá-los, desde que seja com finalidades específicas e prazos determinados. Com o Open Banking espera-se a entrega de produtos e serviços financeiros a consumidores com maior agilidade, conveniência e segurança. Além da possibilidade de integração da prestação de serviços financeiros à jornada digital do consumidor, são fornecidas condições para o surgimento de modelos de negócio que têm o cliente no centro. Esses novos modelos, que podem envolver, por exemplo, comparadores de preços, produtos e serviços, possibilitarão ao consumidor maior visibilidade e controle de sua vida financeira, bem como o acesso a produtos personalizados e a condições financeiras mais vantajosas e adequadas às suas necessidades, interesses e objetivos. O Open Banking será implementado de forma gradual e em fases. A 1ª fase começa com a abertura de dados das próprias instituições participantes em relação a seus canais de atendimento e os produtos e serviços mais relevantes que oferecem. Essa 1ª fase não envolve o compartilhamento de dados de clientes. Nas fases seguintes se poderá compartilhar: 2ª fase Dados cadastrais Informações sobre transações de conta corrente, de poupança, de pagamento pré-pagas, de cartão de crédito e de operações de crédito 3ª fase Iniciação de transações de pagamento Encaminhamento de propostas de operação de crédito 4ª fase Informações sobre outros produtos, serviços e transações, como operações de câmbio, investimento, seguros, previdência complementar aberta e contas-salário Mediante seu prévio consentimento, será possível iniciar o pagamento a partir de uma instituição prestadora de serviço de iniciação de transação de pagamento, conforme a regulamentação em vigor. Preservar a segurança em relação aos dados e serviços compartilhados é um dos principais objetivos do Open Banking. Por isso, as instituições participantes devem cumprir uma série de requisitos para garantir a autenticidade, a segurança e o sigilo das informações compartilhadas. Estão previstas regras específicas para responsabilização da instituição e de seus dirigentes, com mecanismos de acompanhamento e controle do processo de compartilhamento e regras específicas de responsabilização da instituição e de seus dirigentes. Além disso, as instituições participantes devem observar outras exigências previstas na legislação e regulamentação vigentes para assegurar a segurança e a confiabilidade do processo de compartilhamento, a exemplo das regras relativas à implementação de política de segurança cibernética. NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS A cada dia, novos modelos de negócios inovadores surgem em diversos setores, modificando as operações tidas, até então, como as tradicionais e padrões. Uma pesquisa realizada ano passado pela empresa de consultoria E-Consulting, entrevistou 867 executivos das 1.000 organizações com maior operação no Brasil para saber quais eram as principais empresas com modelos de negócios inovadores. A lista foi formada com 25 grandes marcas de diferentes segmentos. Em primeiro lugar do ranking ficou a Netflix, serviço de streaming de filmes e séries. Na segunda posição o iFood, delivery de alimentos e empresa parceira da Zoop, que ganhou nota 8,19 dos executivos, ficando na frente de nomes como 99 (aplicativo de transporte), e de bancos digitais como o Nubank, C6 Bank e Banco Inter. No que diz respeito aos serviços financeiros digitais propriamente ditos, o processo de inovação disruptiva tem contado com intensa participação de empresas que não fazem parte direta desse setor. Grandes redes varejistas, por exemplo, passaram a oferecer aos seus clientes produtos financeiros próprios. Isso ampliou suas atuações, atingiu a parcela de pessoas que não são atendidas pelos bancos tradicionais e, consequentemente, gerou uma nova fonte de receita para essas empresas. Como isso foi possível? O Banking as a Service, ou BaaS, é uma alternativa.. O conceito por trás dos modelos de negócios inovadores O conceito dos modelos de negócios inovadores caminha lado a lado com a proposta de inovação disruptiva. Ou seja, a ideia é transformar um produto ou serviço caro e complicado, em algo barato e acessível a todos. Quando o assunto são serviços financeiros, pensar na chegada das fintechs deixa essa explicação ainda mais clara. Isso porque essas empresas mudaram a relação das pessoas com as instituições bancárias ao oferecer serviços desburocratizados e, muitas vezes, livres de tarifas. Mas além de atender à necessidade dos consumidores de acesso a soluções mais práticas, os produtos financeiros digitais passaram a ser vistos pelas empresas com um importante diferencial competitivo. Nesse ponto, mesmo as que não fazem parte desse mercado buscaram meios de oferecer aos seus clientes serviços iguais ao de um banco digital, tais como conta digital, cartão de crédito, cartão de débito, entre outros. Modelos de negócios inovadores que envolvem serviços financeiros Diversos modelos de negócios inovadores podem ser vistos no varejo. O setor passou a ter forte presença na oferta de serviços financeiros, o que trouxe vários benefícios para essas empresas e para os seus clientes. Entre as vantagens da inclusão desses serviços está a promoção de uma experiência melhor para o cliente que, livre das exigências típicas dos bancos tradicionais, consegue acesso fácil e rápido a produtos financeiros digitais. ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO 6MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL Consequentemente, isso eleva a taxas de fidelização, aumenta a confiabilidade e autoridade da marca, resultando no crescimento do volume de vendas. Veja exemplos de modelos de negócios inovadores do varejo que envolvem serviços financeiros: Pernambucanas: oferece conta digital, empréstimo pessoal, seguros, entre outros produtos; Magazine Luiza: criou o MagaluPay, conta digital, o Magalu Pagamentos para vendedores do seu marketplace, mas também oferece cartão de crédito, empréstimo pessoal, crédito consignado e outros serviços pela Luizacred, sua financeira. Renner: conseguiu autorização do Banco Central para criar sua própria instituição financeira, a Realize; Marisa: além do cartão de crédito que leva a marca da empresa, oferece também empréstimo pessoal, seguros de assistência pessoal e se prepara para trabalhar com planos de previdência privada; Casas Bahia e Ponto Frio: ambas da Via Varejo, que conclui a aquisição do banQI, plataforma de conta digital com cartão pré-pago e outras soluções; Carrefour: recebeu autorização do Banco Central para atuar como banco múltiplo; Natura: criou uma conta digital para seus consultores com cartão pré-pago e outros serviços financeiros digitais. Se ampliarmos os exemplos para outros setores, podemos citar duas empresas parceiras da Zoop: a Sami Sistemas e o iFood, citada no início deste artigo. Sami Sistemas: ERP do ramo imobiliário, oferece aos seus parceiros de negócio conta digital própria, o que facilitou também seu processo de split de pagamento e de conciliação bancária; iFood: empresa líder emdelivery de alimentos, começou sua oferta de soluções financeiras com maquininhas de cartão próprias, otimizando o processo de entrega dos seus parceiros de negócio e a sua conciliação bancária. Agora, conta também com conta digital que leva sua própria marca. FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS Fintechs, segundo a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), são aquelas empresas que usam tecnologia de forma intensiva para oferecer produtos na área de serviços financeiros de uma forma inovadora, sempre focada na experiência e necessidade do usuário. Elas têm sido uma aposta dos bancos tradicionais para acelerar a inovação tecnológica e se inserir na era digital. Os bancos beneficiam-se da interação com essas empresas disruptivas pela facilidade e agilidade na criação e aprimoramento de produtos e serviços. Enquanto as FinTechs veem nessa parceria, uma maneira de validar o negócio, receber investimentos e ganhar experiência. Além disso, os bancos possuem uma base ampla, consolidada e crescente de clientes e oferecem estabilidade, confiança e experiência em atender à regulamentação do Sistema Financeiro Nacional. No Brasil, diversas instituições financeiras têm promovido programas que dialogam com as FinTechs. O Bradesco, por exemplo, criou em 2014 o programa InovaBra, que promove a interação do banco com startups com potencial de desenvolvimento de negócios e produtos relacionados a serviços financeiros. Dentro desse ecossistema, foi criado em 2017 o InovaBra habitat, do qual a Simply é uma das empresas participantes. Um espaço onde empresas, startups, investidores, mentores e empreendedores geram novos negócios e buscam soluções inovadoras com base no networking e na colaboração. Outro exemplo dessa interação é o Cubo, um espaço de coworking lançado pelo Itaú em parceria com a Redpoint, localizado na zona sul de São Paulo. Ele comporta e apoia até cinquenta startups, sendo seis delas, FinTechs. O banco digital representa uma evolução na forma de se relacionar com o cliente tendo como base a inovação tecnológica. Ou seja, busca uma relação mais personalizada e próxima do consumidor a fim de atender uma nova geração de clientes mais exigentes e conectados. Além das fintechs e bancos digitais, nascem também os neobanks, que são instituições que nascem 100% digitais. Startups As fintech startups são empresas com produtos inovadores dentro do mercado financeiro. As soluções trazem uma nova forma de enxergar as operações financeiras, desde empréstimos até organização do dinheiro pessoal. Big techs As Big Techs são as grandes empresas de tecnologia que dominaram o mercado nos últimos anos. Inicialmente pequenas startups, essas organizações, geralmente localizadas no Vale do Silício, criaram serviços inovadores e disruptivos se utilizando de um modelo de negócios escalável, dinâmico e ágil. As maiores empresas do mundo já controlam cerca de 80% do mercado, entre as 5 principais estão a Apple, Amazon, Alphabet, Microsoft e Facebook. O principal motor das Big Techs é a inovação. Justamente por isso, o lema “move fast and break things” (mova-se rápido e quebre coisas, em português) é comum nessa área. As companhias precisam definir novas tecnologias e serviços continuamente, atualizando produtos e dispositivos para atenderem às demandas e se manterem relevantes. Por isso, é comum que a cada ano as empresas desse setor promovam conferências para anunciar os seus próximos passos: nesse evento, o negócio permite que a comunidade de desenvolvedores se prepare e trabalhe lado a lado com ele para atuar junto na criação das novidades. Para se manterem inovadoras e lucrativas, as empresas de tecnologia estão direcionando os seus serviços para várias áreas. O mercado bancário não é diferente. Focando no potencial comercial e na possibilidade de gerar disrupção em um campo normalmente conhecido como rígido, muitos empreendedores estão voltando os seus projetos para esse ramo. O Facebook, por exemplo, quer investir em pagamentos online com o apoio do blockchain. A ferramenta já chegou ao Whatsapp, com o WhatsApp Pay, e promete facilitar as transações comerciais no país. Esse é apenas um exemplo sobre os motivos para o mercado financeiro se manter atento e utilizar essa mudança como uma oportunidade de otimizar os seus processos e ser mais inovador. A Amazon, anunciou uma linha de crédito para pequenos empreendedores em parceria com o Goldman Sachs. Os créditos poderão ser superiores a US$ 1 milhão e terão uma taxa de juros anual fixa entre 6,99% e 20,99%. A Apple já lançou o Apple Card e o Google, que não poderia ficar para trás, já tem planos para sua própria conta corrente. WhatsApp Pay: nova função do aplicativo O WhatsApp divulgou recentemente no Brasil o lançamento do recurso de pagamentos por meio do aplicativo (para celulares Android e iOS), inclusive no WhatsApp Business. A nova função permite que os usuários enviem e recebam dinheiro dentro do aplicativo, seja para pagar por produtos e serviços ou transferir dinheiro para parentes e amigos. O Brasil foi o primeiro país a receber a ferramenta que promete facilitar as transações comerciais no país. ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO 7MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL SISTEMA DE BANCOS-SOMBRA (SHADOW BANKING) A expressão shadow banking (podemos traduzir para o português como "sistema bancário de sombra"), criada em meados da década passada, serve para categorizar o grupo de empresas intermediárias do segmento financeiro que não participa do sistema bancário tradicional. Ou seja, estão "à sombra" do sistema, por isso o nome. O sistema financeiro tradicional é organizado em função dos bancos e da relação que eles possuem com os governos de cada país. No entanto, como consequência da evolução mundial em termos de globalização e aumento de tecnologia, nos dias atuais existem diversas alternativas dentro do segmento. A essas novas formas de trabalhar com operações financeiras dá-se o nome de "shadow banking". Há também quem se refira a essas organizações como "sistema bancário informal". Muitas empresas sérias e comprometidas fazem parte do shadow banking — o que não quer dizer que elas não representem um problema tanto para os bancos tradicionais, como para a própria economia, já que são processos próprios e sem o devido acompanhamento que os bancos recebem. O que configura uma empresa nessa categoria é, como vimos, a atuação de modo paralelo ao que temos hoje em dia como sistema bancário tradicional. A seguir, listamos alguns dos principais tipos de empresas que formam o grupo shadow banking: - Fundos de investimentos - Fundos de investimento imobiliário - Companhias de securitização - Factorings - Companhias financeiras A grande questão em relação ao shadow banking é a falta de fiscalização. Eles não sofrem com o mesmo rigor imposto aos bancos tradicionais, algo que pode apresentar maiores riscos a todas as partes envolvidas. Apenas para ilustrar essa questão, podemos citar duas das obrigações que uma instituição bancária regulamentada precisa seguir: - O banco precisa ter patrimônio líquido suficiente para cobrir todos os seus compromissos financeiros — inclusive com os seus clientes. - O banco é obrigado a estabelecer processos que permitam a verificação dos seus clientes com o intuito de impedir o uso dos seus recursos de maneira ilegal. Como um shadow banking deixa de ser regulamentado e fiscalizado, ele também não precisa seguir todas as exigências. Neste ponto, vale reforçar que citamos apenas dois exemplos de uma série de requisitos que instituições bancárias seguem. Sem a obrigatoriedade, quem garante que uma empresa fará todos os processosexigidos? Com isso, claro, aumenta- se o risco do negócio. A criação de um shadow banking passa muito pelo que você viu no tópico anterior. As exigências previstas na regulamentação do sistema bancário trazem uma série de complicações aos empreendedores do segmento de finanças. Como muitas dessas empresas intermediadoras são voltadas para a tecnologia e inovação, cumprir todas essas questões praticamente inviabilizam o negócio. Assim, elas acabam migrando para um sistema paralelo e trabalhando a oferta de crédito à sua maneira. O grande ponto de discussão entre um shadow banking e o mercado financeiro é o risco que proporciona à economia. Parte disso deve-se ao fato de muitas dessas empresas atuarem alavancadas, isto é, proporcionalmente com dívidas superando os seus ativos de garantia. Naturalmente que, fora do mercado tradicional, as organizações desse grupo não recebem a mesma quantidade de depósitos e entradas de recursos do que instituições regulamentadas. Com isso, cresce bastante o risco — especialmente de crédito e liquidez. Não por acaso, muitos estudos apontam a prática do shadow banking como responsável pela grande crise financeira atravessada pelos Estados Unidos no ano de 2008. Na oportunidade, esse tipo de empresa vinha crescendo bastante e atraindo investidores. Quando houve um período receoso no mercado, muitas retiradas de capital começaram a ser feitas. O problema é que, como você viu, um shadow banking costuma funcionar alavancado — e financeiramente não foi possível dar conta dessas solicitações. É um risco que se corre nesse formato. FUNÇÕES DA MOEDA Define-se moeda como um bem que combina três funções básicas: meio de troca, reserva de valor e unidade de conta. Um objeto funciona como um meio de troca quando é aceito como pagamento por outros bens e serviços. Uma padaria, por exemplo, aceita R$5 em troca de um pacote de pães, mas dificilmente aceitaria o pagamento em barras de chocolate valendo R$5. A existência de um meio de troca é vantajosa por facilitar as transações da economia. Numa economia de escambo, na qual não há meio de troca, os indivíduos trocam mercadorias por mercadorias diretamente. Nessa situação, as trocas só são realizadas quando há coincidência de desejos entre ambas as partes, ou seja, quando João quer o produto de José em troca do seu e, ao mesmo tempo, José deseja trocar seu produto pelo de João. Se João é um dentista que deseja pães, e José é um padeiro que deseja serviços de odontologia, eles podem trocar diretamente pães por serviços de odontologia. Se, porém, José não deseja serviços de odontologia, mas sim maçãs, então João teria de procurar alguém que possua maçãs e queira trocar por serviços de odontologia para, então, trocar as maçãs obtidas pelos desejados pães. Nesse exemplo simples, você já deve ter percebido como uma simples troca torna-se bastante complicada em uma economia de escambo. O meio de troca simplifica esse processo eliminando a necessidade de dupla coincidência de desejos. João simplesmente usa o dinheiro que recebeu da venda de serviços de odontologia e compra pães de José, que sem maior dificuldade pode usar essa quantia para comprar suas maçãs. A função de reserva de valor refere-se à capacidade que certos bens possuem de preservar poder de compra com o passar do tempo. Desse modo, quando alguém vende bens em troca de moeda, pode, em algum momento futuro, usar a mesma moeda para comprar outros bens. Evidentemente, muitos ativos que não a moeda – como ações, títulos, imóveis, etc. – também servem como reserva de valor. E a moeda não é especificamente vantajosa como reserva de valor, pois ela não paga juros (quem segura moeda em geral perde, pois a taxa de inflação tende a ser positiva). Mas ela tem a vantagem de ser aceita universalmente para realizar transações. Por fim, chama-se de unidade de conta o bem utilizado como base para medir o preço dos demais bens. Se, por exemplo, uma rapadura, um hambúrguer e uma calça custam, respectivamente, R$10, R$20 e R$100, poderíamos muito bem expressar os preços do hambúrguer e da calça em termos de rapadura (1 hambúrguer = 2 rapaduras e 1 calça = 10 rapaduras). Não fazemos isso, porém, porque o Real é a nossa unidade de conta, e não a rapadura. ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO 8MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL No sentido mais usual, o termo “moeda” abrange o papel-moeda em poder do público e os depósitos à vista. O papel-moeda em poder do público designa as cédulas e moedas metálicas de Real que estão em circulação, e não estão sob posse do sistema bancário. Já os depósitos à vista referem-se a todo o dinheiro depositado nos bancos que pode ser retirado a qualquer momento (por exemplo, em conta-corrente). O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS O que lhe chama mais a atenção: o bitcoin, a moeda, ou o Bitcoin, o protocolo? Qual invenção tem mais chances de ter sucesso no mercado: a criptomoeda ou a tecnologia do blockchain? O valor da moeda digital deriva da inovação do blockchain? O que de fato importa é a tecnologia subjacente, e não o preço do bitcoin? Essas indagações são comuns a quem acompanha a indústria nascente das criptomoedas. Parece haver uma dicotomia entre a moeda bitcoin e a tecnologia por trás do sistema Bitcoin. Mas será que realmente existe uma distinção ou seriam apenas duas caras de uma mesma moeda? De fato – e aqui já antecipo a conclusão –, dissociar a moeda bitcoin da tecnologia do blockchain não passa de uma falsa dicotomia. A moeda e o blockchain são uma e a mesma coisa: o Bitcoin. Mas para entender melhor o porquê dessa afirmação, é preciso voltar ao básico. No protocolo do Bitcoin, a solução encontrada por Satoshi Nakamoto para impedir o gasto duplo consiste em agrupar as últimas transações da rede em uma espécie de “bloco”, que contém uma referência ao bloco imediatamente anterior, e carimbá-lo com um código (o “hash”) na rede. As novas transações são registradas no sistema, repetindo o mesmo processo, formando, assim, uma “corrente de blocos” em ordem cronológica, daí o termo blockchain. Contudo, um bloco contém não apenas as informações das transações nele incluídas e a referência ao bloco anterior, mas também a solução da Prova de Trabalho (Proof-of-Work) necessária para o bloco ser aceito como válido pelos demais participantes da rede. Para esse mecanismo funcionar, a inovação do Bitcoin requer que todas as transações sejam públicas – embora não se conheçam as partes transacionando –, de modo a serem validadas e registradas por qualquer usuário, incrementando a corrente à medida que mais blocos vão sendo agregados. Podemos qualificar o blockchain como um grande livro- razão, único e compartilhado por todos os participantes do sistema, no qual as transações são registradas de forma irreversível – quanto mais antigo o bloco, mais computacionalmente impraticável de reverter são as operações. E qual o incentivo para usuários independentes e dispersos – os chamados “mineradores” – investirem energia computacional para validar e registrar transações no sistema? Novos bitcoins. Novas unidades de bitcoins são criadas pelo próprio “minerador” no bloco registrado, como recompensa pela tarefa de validação e registro de transações, processo denominado “mineração”. E quais transações são registradas em cada bloco do blockchain? Transferência de bitcoins entre usuários e criação de novos bitcoins pelo minerador (a chamada coinbase transaction). O blockchain é, portanto, um registro em ordem cronológica de todas as transações que ocorreram na rede e foram compiladas e validadas pelos mineradores. O blockchain é público, único, replicadoe compartilhado pelos participantes do sistema. Sua manutenção e atualização ocorrem de forma descentralizada e voluntária, sendo a emissão de novos bitcoins o incentivo dado a quem se dedica à tarefa de mineração. Realizar toda essa operação de forma descentralizada, sem um único terceiro de confiança encarregado dessa responsabilidade, é a grande e revolucionária inovação do Bitcoin. Curiosamente, Satoshi Nakamoto jamais se referiu ao blockchain no white-paper do Bitcoin. Aliás, além de as palavras block e chain não aparecerem juntas ou lado a lado no paper, o autor preferiu usar o termo “proof-of-work chain”, ou corrente da Prova de Trabalho. A primeira vez em que block e chain surgem como um termo foi em uma mensagem de Hal Finney – o primeiro a receber uma transação de bitcoins – a Nakamoto. A partir desse momento, o livro-razão do Bitcoin passou a ser, naturalmente, designado block chain pela comunidade. Embora o próprio criador da tecnologia sempre escrevesse block e chain separadamente, não tardou muito para as palavras serem unidas, formando um termo único: o blockchain. E com o vislumbre de que a inovação de Satoshi pudesse ser empregada para outros fins que não o dinheiro – para transferência e registro de outros ativos como ações, serviços notariais, etc. –, muitos passaram a se referir à “tecnologia do blockchain” como algo distinto e divorciado do Bitcoin, como se uma parte pudesse funcionar na ausência da outra. Alguns entusiastas evitam até mesmo falar em bitcoin como moeda, preferindo usar apenas “tecnologia do blockchain”. Esqueçam o dinheiro ou o sistema de pagamentos, sugerem eles, concentrem-se nos apps e na tecnologia. Por isso, é preciso um lembrete: a invenção de Satoshi Nakamoto chama-se “Bitcoin: a P2P Electronic Cash System” (um sistema de dinheiro eletrônico P2P), e não blockchain ou assemelhados. O blockchain é valioso porque é seguro, uma vez que os mineradores empregam energia computacional para a manutenção da rede, vislumbrando a recompensa de bitcoins (as unidades monetárias do sistema). A moeda bitcoin é valiosa porque ela pode ser custodiada por seu proprietário e transferida por meio de uma plataforma segura com um livro-razão universal, público e imutável chamado de blockchain, sem depender de nenhum intermediário. Um bitcoin existe apenas como um registro contábil no blockchain. O blockchain existe para registrar a propriedade e as transações de bitcoins entre usuários. Um depende do outro. A tecnologia engloba ambas as partes. Bitcoin é o nome dessa tecnologia. Quem diz preferir o protocolo à moeda ou não leu ou não entendeu o protocolo do Bitcoin. A tentativa de dissociar a moeda do blockchain é uma estratégia de alguns que querem focar-se apenas na tecnologia, evitando falar do dinheiro digital. Mas, pelo menos no caso do protocolo do Bitcoin, dissociar a moeda do blockchain é impossível. É como dizer que a invenção da água é interessante, mas apenas os átomos de hidrogênio são a parte realmente promissora. H2 sem O não é água. Blockchain sem a moeda não é Bitcoin. Se blockchain depende da moeda – e vice-versa –, as implicações disso são evidentes: o preço do bitcoin não é irrelevante. Se o blockchain é computacionalmente seguro, grande parte advém do poder de compra de um bitcoin no mercado. Porque capital será investido em mineração apenas enquanto a empreitada for rentável. E quanto mais investimento em mineração, mais computacionalmente segura torna-se a rede – há mais de um ano, a força computacional da rede Bitcoin supera a dos 500 supercomputadores do planeta somados. ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO 9MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL Se a moeda tem valor e utilidade, grande parte deriva da inviolabilidade do blockchain. Porque investidores e usuários apenas demandarão e entesourarão bitcoins se tiverem a garantia de que não haverá emissão de moeda em excesso e de que suas transações não serão revertidas, falsificadas ou bloqueadas. E quanto maior a demanda por bitcoins, maiores tendem a ser o seu preço e o interesse em se investir em mineração. A utilidade e o valor do bitcoin e do blockchain são indissociáveis e crescem em um processo que se retroalimenta. Isso implica dizer que uma queda abrupta e intensa na cotação do bitcoin pode, sim, perturbar o bom funcionamento da rede e a própria robustez e segurança do blockchain. Se a perda do poder de compra da moeda conduzir a uma redução significativa da força computacional dedicada à mineração, a segurança do sistema inevitavelmente diminui. É um cenário improvável, mas possível. Não estamos negando, porém, a possibilidade de a tecnologia do Bitcoin ser adotada em outros usos e aplicações, às quais boa parte da indústria se refere como “Crypto 2.0”. Mas a noção de que o blockchain do Bitcoin possa prosperar independentemente da moeda é no mínimo equivocada. Mesmo no caso de o blockchain ser utilizado para outros fins além do dinheiro, o preço do bitcoin ainda assim será fundamental. Se a cotação da moeda digital criada por Nakamoto colapsar, a utilidade do blockchain diminui. O conceito e o valor de um livro-razão distribuído permanecem, sem dúvida. Mas o blockchain do Bitcoin certamente seria prejudicado. Portanto, não tem razão quem afirma que o preço da moeda não importa. Pode não importar para a inovação das criptomoedas em geral, mas certamente é essencial ao Bitcoin. Por fim, é verdade que a imagem do Bitcoin foi arranhada no passado por ter sido frequentemente associado ao crime online e a outras atividades ilícitas e, por esse motivo, muitos defensores da tecnologica preferem inclusive evitar usar o próprio nome da invenção de Nakamoto – como estratégia de marketing, é mais palatável ao mainstream utilizar apenas “blockchain”. Porém, ao omitirem o nome original e depreciarem o seu principal propósito, esses entusiastas acabam por ignorar a essência do fenômeno: uma moeda digital e um sistema de pagamentos independentes de qualquer intermediário. Ou, nas palavras do próprio criador: “Bitcoin: um sistema de dinheiro eletrônico P2P”. MARKETPLACE O marketplace é um tipo de negócio que gerou grandes mudanças no mercado digital. Esse modelo conecta oferta e demanda em uma plataforma online, gerando benefícios tanto aos empreendedores quanto aos clientes. As startups de maior sucesso na atualidade, como Uber, Apple e Airbnb, utilizam esse tipo de plataforma. Um e-commerce é uma loja virtual que oferece produtos ou serviços de apenas um fornecedor ou empresa, pois trabalha com um estoque próprio. Ao contrário, um marketplace é um shopping virtual que oferece várias opções de vendedores ou prestadores de serviço. Por exemplo, o Mercado Livre e o Enjoei são marketplaces com produtos de diferentes lojas. No e-commerce, o empreendedor precisa cuidar do estoque e da logística, pois está oferecendo seus próprios produtos ou serviços. Já no marketplace, não é necessário que o dono se preocupe com essas atividades. Isso porque ele estará ofertando produtos e serviços de outras empresas em um só canal. Dessa forma, o alcance e o potencial de crescimento de um marketplace são muito maiores. Nele, é possível criar uma grande rede de fornecedores, enquanto no e-commerce você se limita à sua própria capacidade de produção e atendimento. O marketplace possui três tipos de acesso. Primeiro, os vendedores ou profissionais têm um acesso na plataforma para poder cadastrar seus produtos ou serviços. Além disso, o administrador do marketplace possui um acesso que permite gerenciar todos os vendedores. Por último, os clientes conseguem acessar o marketplace para fazer compras e contratar serviços. Geralmente, o gestor ou dono do marketplacecobra uma comissão dos vendedores, por cada negócio fechado. Outra opção é cobrar uma mensalidade fixa dos fornecedores. Enquanto isso, os clientes podem acessar a plataforma gratuitamente, comparar as ofertas, solicitar orçamentos e enviar avaliações dos profissionais. Ainda, para os consumidores o funcionamento é bem simples, pois é como navegar por um e-commerce tradicional.O mercado de marketplace está em plena expansão. Na China e nos Estados Unidos, este tipo de negócio dominou a maioria das compras e contratação de serviços online. E, o cenário brasileiro não é diferente. Nos últimos anos, grandes varejistas aderiram a este modelo e ampliaram seu faturamento. Magazine Luiza e Americanas são alguns exemplos do movimento. Além do sucesso na venda de produtos, os marketplaces focados em serviços também expandiram significativamente. Os casos de gigantes como Uber, Airbnb e iFood mostram que esse modelo veio para ficar, e caiu no gosto do público. Atualmente, 90% do faturamento do varejo online na China vem dos marketplaces. Já nos EUA, esse segmento corresponde a 33% (Fonte: Channel Advisor). Quanto ao faturamento, o crescimento do mercado deve dobrar até 2022, passando de US$ 19 a US$ 40 bilhões (Fonte: Juniper Research). No Brasil, o mercado de marketplace cresceu 90,7% em um ano, conforme pesquisa da Precifica. Diante disso, ainda há muito espaço no mercado para quem quer criar um marketplace, principalmente para explorar nichos diferenciados. Nesse sentido, 71% são cadastrados em apenas um marketplace. Ou seja, existe potencial para que esses lojistas participem de diferentes plataformas e conquistem mais clientes. E, a opinião do público somente reforça o sucesso desse modelo de negócio. Entre os brasileiros que compram online, 95% usa marketplaces, de acordo com pesquisa da PwC e UPS.Quando falamos de marketplace, é comum que as pessoas pensem na venda de produtos. Mas, existem muitas outras possibilidades. Dois exemplos interessantes são: o marketplace de serviços e o marketplace B2B para empresas. Esses dois são considerados um oceano azul, ou seja, mercados nos quais há pouca concorrência e boa oportunidade de expansão. A maioria das empresas brasileiras são do setor de serviços. Porém, são poucos os profissionais desse ramo que investem em divulgação online de forma efetiva. Desse modo, criar um marketplace para reunir prestadores de um serviço específico pode ser muito rentável. CORRESPONDENTES BANCÁRIOS O Banco Central define correspondente bancário como “empresa contratada por instituições financeiras e demais instituições autorizadas pelo Banco Central para a prestação de serviços de atendimento aos clientes e usuários dessas instituições.” Em outras palavras é uma empresa não bancária (pessoa jurídica) responsável por mediar instituições financeiras e clientes. Essas empresas realizam operações de crédito e outros serviços, em nome de um banco, e podem estar conveniadas a mais de uma companhia. Entre os correspondentes mais conhecidos encontram- se as lotéricas e o banco postal, marca utilizada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT. ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO 10MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL O principal objetivo é levar serviços bancários à maior parte da população, estender a lugares onde não há agência dos principais bancos, por exemplo. Dessa forma, consegue acelerar o atendimento ao cliente e facilitar o acesso ao crédito. Além disso, muitas organizações apostam em parcerias de vendas com outras empresas para alcançar um maior número de clientes. Por exemplo, várias fintechs, companhias especializadas em finanças, concedem crédito, mas precisam de instituições parceiras para emitir propriamente o capital e outras para captar público. Para quê serve um correspondente bancário De acordo com a regulamentação do Banco Central, essas instituições podem realizar serviços financeiros variados, como: - Recebimentos e pagamentos de contas qualquer natureza - Recepção e encaminhamento de propostas de abertura de contas de depósitos à vista e a prazo - Coleta de informações cadastrais e análise de crédito - Serviços de cobranças - Ordens de pagamento - Solicitação de empréstimos pessoais, empresariais e financiamentos - Solicitação de cartão de crédito e débito para trabalhadores e aposentados - Realização de recebimentos, pagamentos e transferências eletrônicas visando à movimentação de contas de depósitos de titularidade de clientes mantidas pela instituição contratante; - Aplicação e resgate em fundo de investimento - Realização de operações de câmbio de responsabilidade da instituição contratante Se você for solicitar um empréstimo, por exemplo, precisa permitir o acesso a essas informações por meio de um contrato. Entre as cláusulas estão: garantir o acesso ao Banco Central e liberar documentos. Como funciona o correspondente bancário Um correspondente bancário pode não só representar um serviço financeiro de um banco, mas também usar os recursos deste para conceder crédito. Muitas companhias que oferecem empréstimo, por exemplo, fecham parcerias com outras com público propenso à contratação do recurso. Assim, suponhamos que uma pessoa queira reformar a casa própria com uma equipe de arquitetos, mas não tem dinheiro para pagar tudo. A empresa responsável pela obra pode indicar o cliente à instituição de crédito imobiliário. Em troca, os parceiros recebem uma bonificação. Quando uma organização não tem um fundo creditório próprio, de onde emite o capital, também precisa recorrer a bancos maiores e reconhecidos para isso. A Creditas é um exemplo de fintech considerada correspondente bancário especialista em empréstimo com garantia de veículo e de imóvel. O objetivo da companhia é facilitar o acesso ao crédito por meio da tecnologia e da redução dos juros. Você pode fazer parte da contratação pelo site, e receber quantias elevadas por parcelas mais baratas. Nessa modalidade, você assegura o pagamento com um bem por meio de um contrato. Mas, pode usá-lo normalmente, inclusive vendê-lo ou alugá-lo. Isso é chamado de alienação fiduciária. Só é tomado em caso de não pagamento, o que é raro de acontecer já que as taxas são muito baixas e os prazos longos. Se precisar de até 90% do valor do seu veículo pode aliená-lo e conseguir uma taxa mínima de 1,49% ao mês. Tem até 48 meses para quitar. No caso do imóvel o valor sobe para 60% do que vale a partir de 1,15% ao mês. O prazo chega a 240 meses. Vantagens e cuidados O correspondente bancário facilita o acesso a inúmeras operações, sem que você precise se deslocar até uma agência. Assim, ganha tempo, pode continuar no conforto do seu lar e não corre perigo na rua. Também é possível resolver tudo em um lugar só. Por exemplo, uma padaria, além de vender produtos próprios, pode disponibilizar saques, pagamento, abertura de contas, recarga de celular e seguros. Poderia até oferecer empréstimos, mas isso não costuma acontecer, pois a operação é um pouco mais rebuscada. Por isso existem correspondentes bancários especializados nesse setor. Como no caso da Creditas. Sem contar que é muito mais barato para os bancos e financeiras ter correspondentes em diferentes lugares em vez de instalar várias agências ou caixas eletrônicos. Com custos baixos, as empresas credoras também conseguem oferecer condições de pagamento melhores. Então, no caso de empréstimos e financiamentos, você encara juros bem menores que a média, e prazos mais longos. Por outro lado, é importante ressaltar o que essas empresas NÃO podem fazer, segundo a lei. Estão proibidas de: - Cobrar pagamento adiantado. - Impor tarifas sobre o serviçode intermediação prestado - Liberar empréstimo sem ter parceria com um banco. ARRANJOS DE PAGAMENTOS Arranjo de pagamento é um conjunto de regras que determina como uma transação de pagamento deve acontecer. Essas determinações influenciam, por exemplo, nos pagamentos realizados com todos os tipos de cartões, sejam em moedas nacionais ou estrangeiras. Além desses, remessas e transferência de valores também são impactadas pelos arranjos. Sob a supervisão do Banco Central (Bacen), o propósito das normas dos arranjos de pagamento é tornar essas ações mais viáveis, práticas e acessíveis para o público. O arranjo de pagamento consiste em procedimentos e regras que têm por objetivo direcionar como deve ser a prestação de serviços de pagamentos ao público. Essas regras são determinadas pelas empresas responsáveis por esses arranjos que, por sua vez, são definidas pelo Banco Central por meio de seus normativos e nomeadas como Instituidores de Arranjo de Pagamento (IAPs). Como funciona o arranjo de pagamento Transações financeiras feitas com dinheiro em espécie conectam duas pessoas de forma direta. Já no arranjo de pagamento essa conexão é estendida a todas as partes envolvidas no processo. Por exemplo, quando um cliente opta por pagar uma compra com cartão, seja ele de débito ou de crédito, o arranjo estabelece as regras para que a transação aconteça, envolvendo o emissor, a credenciadora e, algumas vezes, a subcredenciadora, o estabelecimento comercial e o cliente. Para que uma transação de pagamento ocorra, é preciso que o usuário final tenha um instrumento de pagamento, um dispositivo que será utilizado para finalizar a compra (pagar), ou mesmo realizar a transferência de valores. Considerando isso, são tidos como instrumentos de pagamento os cartões de crédito, débito, pré-pago, boleto, celulares, entre outros meios digitais. Exemplos de arranjo de pagamento Como exemplo de arranjo de pagamento podemos citar os mais conhecidos, aqueles que são voltados para cartões de crédito, ou seja, empresas de bandeiras de cartão, tais como a Mastercard, Visa, entre outras. ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO 11MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL No entanto, não se pode deixar de mencionar um tipo de arranjo no qual o instrumento de pagamento utilizado não é um cartão, o Pix, sistema de pagamento instantâneo do Bacen. O Pix é um arranjo de pagamento criado pelo Banco Central, no qual ele próprio atua como um IAP. Porém, é importante salientar também que nem todo arranjo de pagamento está sujeito à regulação do Banco Central, como é o caso dos cartões Private Label. Trata-se de uma forma de pagamento criada e emitida por grandes varejistas que só pode ser utilizada nos estabelecimentos comerciais emitentes ou nos seus parceiros conveniados. Regras são estabelecidas pelo arranjo de pagamento Os IAPs devem estabelecer algumas regras específicas para seus arranjos de pagamento, que têm como objetivo oferecer ao cliente final e aos demais participantes do arranjo mais confiabilidade, praticidade e acesso fácil e seguro a diferentes formas de pagamento digital. Por isso, entre as regras do arranjo de pagamento estão as voltadas para: - prazos de liquidação das transações; - condições para que outros participantes do mercado de pagamentos possam aderir ao arranjo; - segurança para proteção dos consumidores e lojistas contra fraudes nos pagamentos, vazamentos de dados e outros. Regulamentações do arranjo de pagamento As regulamentações do Banco Central, de maneira geral, têm como base três pilares: risco sistêmico, fomento da inovação e proteção ao usuário final dos serviços. Assim, todos os seus normativos têm por objetivo controlar o risco sistêmico do Sistema de Pagamentos Brasileiro, o SPB. Ou seja, a finalidade é evitar que, caso um problema ocorra com um dos participantes, isso não reflita nos demais, impedindo que todo o sistema seja negativamente afetado. Como consequência, esse cuidado permite dar mais proteção aos clientes finais e incitar inovações. Tendo essa base, a Circular Bacen nº 3.682 dita quais critérios devem ser atendidos para que um arranjo de pagamento seja considerado integrante do SPB. Ajustes nas regulamentações Em 2015, por exemplo, foi publicada a Circular nº 3.765, que estabeleceu a necessidade da liquidação em grade única centralizada das transações de cartões de débito e crédito (via Câmara Interbancária de Pagamentos – CIP), para que os participantes dos arranjos de pagamento e o Banco Central pudessem ter controle e visibilidade de que os pagamentos dos valores das transações são, de fato, repassados aos estabelecimentos comerciais. Já em 2018, foi publicada pelo Banco Central a Circular nº 3.886, que também alterou o texto da Circular nº 3.682. A nova circular introduziu o conceito de subcredenciador, pela primeira vez, em normativos do Banco Central, apesar de não ser considerada uma instituição que precisa de autorização do Bacen para funcionar. Assim, os normativos trazem algumas obrigações a serem cumpridas pelos subcredenciadores, e o Banco Central delega aos IAPs e às credenciadoras a responsabilidade de fiscalizar a atuação dos subcredenciadores no mercado de pagamentos. SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX) Pix é um novo meio de pagamentos que permite fazer transferências e pagamentos de forma instantânea em qualquer dia e horário. Com ele, é possível tanto transferir dinheiro para outras pessoas quanto fazer pagamentos a lojas e prestadores de serviço. Com o Pix, pagamentos e transferências são concluídos em até 10 segundos e podem ser feitos em qualquer horário e dia, incluindo finais de semana e feriados. Ou seja: o Pix facilita e agiliza as transferências de valores entre pessoas, o pagamento de contas e até recolhimento de impostos e taxas de serviços, entre outras possibilidades. Vale dizer que, para enviar ou receber um Pix, não é necessário fazer nenhum cadastro nem baixar um aplicativo – ele pode ser usado diretamente no aplicativo de sua instituição; é necessário somente que ela ofereça esse meio de pagamento. E o que significa Pix De acordo com o Banco Central, o novo meio de pagamentos foi batizado com o nome Pix porque o termo lembra tecnologia, transações e pixels (os pontos luminosos de uma tela). Ou seja: Pix não é uma sigla. O Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) é a infraestrutura centralizada e única para liquidação de pagamentos instantâneos entre instituições distintas no Brasil. A operação do SPI, gerida pelo BCB, teve início em Novembro de 2020. O SPI é um sistema que faz liquidação bruta em tempo real (LBTR), ou seja, que processa e liquida transação por transação. Uma vez liquidadas, as transações são irrevogáveis. Os pagamentos instantâneos são liquidados com lançamentos nas contas de propósito específico que as instituições participantes diretos do sistema mantêm no BCB, denominadas Contas Pagamento Instantâneo (Contas PI). Para garantir a solidez do sistema, não há possibilidade de lançamentos a descoberto, isso é, não se admite saldo negativo nas Contas PI. A diferença entre os outros meios e o Pix é a rapidez e a disponibilidade: enquanto existem restrições de dias e horários para transferir por meio de TED e DOC e realizar pagamentos de contas, por exemplo, o Pix permite que elas sejam realizadas em qualquer dia e horário. Por muito tempo, transferências entre contas bancárias de diferentes instituições só podiam ser feitas por meio de TEDs e DOCs. Pagamentos de contas eram feitos por boletos, transações físicas, por cartões e com dinheiro vivo. Essas operações eletrônicas podem levar dias – e muitas delas acabam custando caro (algumasinstituições chegam a cobrar mais de R$20 por uma TED, por exemplo). E o dinheiro vivo pode representar um risco maior tanto para o pagador quanto para o recebedor. A novidade é que essas modalidades de pagamento deixaram de ser as únicas possibilidades do mercado: o Pix passou a ser mais uma alternativa, um meio adicional para transferir e fazer pagamentos de forma rápida e barata – para usuários pessoa física, ele é gratuito na maioria dos casos. SEGMENTAÇÃO E INTERAÇÕES DIGITAIS A segmentação é extremamente importante para o marketing digital. Não ter segmentação no marketing digital é como sair de olhos vendados, tentando cruzar uma cidade que você nem conhece. A segmentação é um dos pontos mais importantes para uma campanha dar certo, pois você saberá quem vai buscar e por onde. Por exemplo, para vender qualquer produto, é preciso seguir alguns passos. Primeiro, é preciso descobrir quem são os clientes. Segundo, com base em todas informações sobre o público desejado, pode-se personalizar a comunicação dos anúncios, landing page, site ou e-commerce. É importante que todos os pontos de contato sejam o mesmo e para o mesmo público. Terceiro, escolher as mídias que serão utilizadas para impactar o público. ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO 12MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL MANUAL DE ESTUDOS CURSO OFICIAL Construir estratégias digitais para o público hiperconectado é um grande desafio, principalmente, porque todos já conhecem o digital e sabem que seus dados são analisados por grandes empresas digitais. Aquele impactado que, há alguns anos, as pessoas tinham, quando se deparavam com um remarketing, não existe mais. As pessoas querem ser impactadas, querem ser surpreendidas, com estratégias que elas possam interagir, sair do comum. Já estamos em um nível que segmentamos além do básico. Há alguns anos, nem imaginamos ter acesso a dados financeiros, formação, se as pessoas que acabaram de ter filhos, se estão noivos, se gostam de chocolate e etc. Já existe inteligência artificial, que gera mais vendas online do que estratégias manuais. Bilhões de dados são transacionados, estudados e armazenados por grandes empresas de tecnologia, todos os dias. Por isso, o futuro será da segmentação, cada vez mais, cirúrgica e tecnologias impensáveis hoje, como a do Elon Musk que fez com que macacos jogassem videogame com o pensamento, ganhando publicidades. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO As instituições bancárias surgiram muito antes da internet. Porém, com o avanço desse serviço e da tecnologia, a transformação digital nos bancos se tornou um processo inevitável para que esses mantenham seus clientes e continuem competitivos. Boa parte dessa mudança também é atribuída à chegada das fintechs, empresas que já nasceram com o propósito de trazer inovação para o mercado financeiro, com a oferta de produtos e serviços mais acessíveis e desburocratizados. E, ao que tudo indica, as fintechs fizeram a proposta certa aos clientes. Uma pesquisa mostrou que, ainda que 46% dos 800 entrevistados afirmam manter contas em bancos tradicionais, somente 4 a cada 10 estão satisfeitos (42%). Por outro lado, entre os usuários dos serviços das fintechs, o número de satisfeitos é de 7 a cada 10, representando 71%. Com isso, é possível entender que a transformação digital nos bancos é uma medida extremamente necessária para garantir a satisfação dos clientes. A transformação digital dos bancos é um processo no qual essas instituições utilizam da tecnologia para entregar aos clientes soluções financeiras digitais e mais adequadas às suas necessidades. Ou seja, serviços que antes só eram oferecidos de forma presencial, hoje, precisam estar disponíveis (urgentemente) também na versão digital para melhor atender ao público. Existem vários motivos que impulsionam essa mudança, entre eles se destacam: a chegada das fintechs que tornou o mercado mais competitivo; o uso cada vez maior da internet; o novo comportamento do consumidor; as regulamentações do Banco Central que estão colaborando para o processo de inovação desses serviços. Vantagens da transformação digital nos bancos A transformação digital nos bancos é uma ação que gera benefícios e vantagens a todos os envolvidos. Para os clientes, por exemplo, contribui para: encontrar produtos e serviços mais adequados às suas necessidades; ter mais mobilidade, pois conseguem resolver seus problemas financeiros de qualquer lugar, resultando em uma gestão financeira melhor; receber atendimentos mais personalizados; pagar menos tarifas (ou nem precisar pagar, dependendo do serviço). Já para os bancos tradicionais, as vantagens da digitalização que mais se destacam são: maximizar a rentabilidade; aprimorar e estreitar o relacionamento com os clientes; reduzir as taxas de abandono de usuários que migram para as fintechs; se tornar mais atrativos para novos consumidores e investidores. É preciso que as instituições bancárias identifiquem as soluções mais utilizadas e como atender melhor às necessidades dos seus consumidores. Para se ter uma ideia, entre os entrevistados, 81% afirmou fazer uso dos serviços bancários online e 72% disseram que utilizam aplicativos móveis para realizar suas transações. Com isso, os bancos estão percebendo quanto o investimento em tecnologia é essencial para satisfazer seus atuais clientes, bem como para atrair novos. Além disso, soluções tecnológicas, como a Inteligência Artificial, estão sendo cada vez mais utilizadas como o propósito de melhorar a experiência do cliente, bem como para oferecer novos modelos de atendimento. Principais desafios Mas ainda o processo de transformação digital nos bancos sugira que basta inserir novas tecnologias às soluções já existentes, há alguns desafios que precisam ser superados pelas instituições tradicionais para alcançarem essa mudança, tais como: conhecer quais são as soluções digitais que os clientes necessitam; concorrência acirrada com as fintechs, que já nascem digitais e têm em seu DNA o conceito de inovação; mudança cultural tanto dos próprios bancos quanto dos clientes, que envolve questões de confiança no mundo digital e de desburocratização de serviços; custos com infraestrutura de TI (Tecnologia da Informação); agilidade para entregar soluções novas tão rápido quanto as fintechs e, assim, manter sua competitividade. Bancos tradicionais x bancos digitais A mais recente edição do Radar FintechLab apontou que 270 novas fintechs foram criadas entre junho de 2019 e agosto de 2020, o que representa um crescimento de quase 28% no setor. Esse aumento está sendo visto como um indicativo de que ainda existem muitas oportunidades de melhoria no mercado financeiro digital. Aqui, podemos destacar a chegada do Open Banking e do Pix, sistema de pagamento instantâneo do Banco Central — ambos visam movimentar o mercado financeiro, aumentar a competitividade entre os players e melhorar a experiência dos clientes. O fato é que a lacuna deixada por muito tempo pelos bancos tradicionais foi justamente o motivo que levou à criação das fintechs. Entre os diversos motivos que tornam os serviços financeiros digitais mais atraentes estão a agilidade, a facilidade de contratação, de acesso e de movimentação, os custos reduzidos, os processos menos burocráticos, entre outros. Além disso, essa abertura está promovendo a inclusão dos chamados desbancarizados, pessoas que, devido às exigências dos bancos tradicionais, não conseguem ter acesso aos seus serviços. Vale lembrar que esse grupo, aproximadamente 45 milhões de brasileiros, movimentam cerca de R$ 817 milhões todos os anos. Ou seja, é uma fatia significativa da economia nacional. Considerando que o processode transformação digital em diferentes segmentos é uma realidade que não tem retorno, a oferta de serviços financeiros digitais seguros, tanto pelos bancos quanto pelas fintechs, é o que vai modificar essa mentalidade. Hoje, qualquer negócio pode se transformar em um banco digital sem desviar do seu core business. Essa oportunidade gera um nova fonte de receita para as empresas, ao mesmo tempo em que fideliza os atuais clientes, atrai novos e a torna mais competitiva. Isso é possível graças ao Banking as a Service, BaaS, solução tecnológica que possibilita a criação de conta digital, cartão de crédito, de débito e muitos outros serviços, todas com a sua própria marca.
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